quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

ESCÁRNIO SOBRE O BERÇO DA HUMANIDADE!

Martinho Júnior, Luanda

DESDE A DESTRUIÇÃO DA JAMAIRIA LÍBIA PELO “HEGEMON” INSTRUMENTALIZANDO O COMPLEXO AFRICOM/NATO, QUE ÁFRICA SE ESVAI…

No preciso momento histórico em que dez anos depois da destruição da Jamairia Líbia os golpes de estado em alguns dos mais desesperados países africanos foram ocorrendo, a OXFAN faz saber que duplicaram as fortunas bilionárias dos dez mais ricos homens do mundo em resultado da conjugação das crises, entre elas a provocada pela pandemia!

Em África os 8 golpes e tentativa de golpes ocorreram em países que compõem a cauda dos IDH:

- 31 de Março de 2021 – NÍGER – Depois das eleições os militares tentam derrubar o poder mas fracassaram – O Níger é o 189º país dos IDH da ONU, a ponta final da cauda; o país é interior e está situado numa das regiões mais quentes do globo;

- 21 de Abril de 2021 – CHADE – Presidente e Comandante das Forças Armadas morre e as FA colocam filho no poder – O Chade é o 187º país, o antepenúltimo, da lista dos IDH; situa-se no interior do continente africano;

- 24 de Maio de 2021 – MALI – Dois golpes sucessivos protagonizados por militares em 2 anos – O Mali é o 184º colocado nos IDH e também não possui acesso directo ao mar;

- 25 de Julho de 2021 – TUNÍSIA – Presidente fecha Parlamento e promove um autogolpe – A Tunísia é o 95º país da escala dos IDH , considerando-se que possui um Índice Alto de Desenvolvimento Humano, atípico em relação ao Sahel, possui costa mediterrânica e o poder é sequência dum golpe ao sabor das “primaveras árabes”, possuindo além do mais com fronteiras com a Líbia;

- 5 de Setembro de 2021 – GUINÉ (CONACRY) – Militares prendem o Presidente e suspendem a constituição – A Guiné situa-se no 178º posto dos IDH e possui costa atlântica;

- 25 de Outubro de 2021 – SUDÃO – Os militares derrubam o 1º Ministro – O Sudão possui o 170ºlugar dos IDH e é um país com costa banhada pelo Mar Vermelho;

- 23 de Janeiro de 2022 – BURKINA FASO – Os militares prendem o Presidente e fecham o Parlamento – o Burkina Faso, país interior, ocupa o 182º lugar dos IDH;

- 1 de fevereiro de 2022 – GUINÉ (BISSAU) – Homens armados atacam prédio do governo, mas fracassam nos seus objectivos – a Guiné Bissau, que possui costa atlântica, é o 175º país dos IDH.

Angola | LAMENTAÇÕES NO MURO DOS PEDIDOS

Artur Queiroz*, Luanda

A Cidade Velha de Jerusalém foi ocupada por Israel em1967, com a ajuda do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e outras potências ocidentais. O Muro das Lamentações ou Muro Ocidental e todo o território passou a ser propriedade dos sionistas. Ocupação pela força e mais restrições aos palestinos. Até um dia. Porque não há mal que sempre dure. Como dizia o meu amigo Khalil, a luta dos povos é invencível. A vitória é certa, diz o MPLA.

O engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior foi ao Muro das Lamentações orar e depositar uma mensagem com os seus desejos, segundo a tradição judaica. A mukanda foi escrita com letra irregular quase em garatujas. O destinatário vai ter dificuldades em satisfazer-lhe o desejo, porque aquilo está escrito numa língua que ninguém conhece. Uma mistura de africâner com hebraico mais um nadinha de português. O que interessa isso? O importante, que era tratar da kamanga de sangue em Israel, está feito. Ponham o homem debaixo de olho porque ele vai comprar armas. 

O portal da UNITA Club K, denunciado pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) por ter publicado uma falsa notícia e atropelado o Direito à Inviolabilidade Pessoal do Presidente José Eduardo dos Santos, ignorou olimpicamente a denúncia e hoje, muitos dias depois do comunicado oficial, continuam com a falsidade disponível ao público. É o que dá tratar como “inverdades”, crimes graves de abuso da liberdade de imprensa. Ninguém quer saber desses crimes. Sabem porquê? 

Pasquins infectos publicam textos insultuosos contra o Presidente da República e outros titulares de órgãos de soberania e nada acontece. Pensam que isso é liberdade de imprensa. Se o Chefe de Estado é insultado e vítima de calúnias eu, simples cidadão, fico calado se me acontecer o mesmo. 

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- O Fruto Precioso de Tyiliteteka

Seke La Bindo

Perto do rio Ondyila-Hulu, mais conhecido por Giraúl, aconteceu esta história prodigiosa. Uma menina que se camava Tyiliteteka andava a colher eingi, um fruto tão saboroso que quem o comia, sentia um prazer que só mesmo os deuses podiam sentir. Perto de umas espinheiras encontrou um eingi madurinho. Colheu-o e levou-o para casa com muito cuidado. Quando chegou, começou a cantar:

- Mamã, porque não dizes/ó minha filha primogénita/dás-me o eingi?/ Jamais te recusaria/ o fruto do prazer.

A mãe pediu-lhe o fruto e a menina foi procurar mais. Quando chegou a casa disse à mãe para lhe devolver o eingi, mas como ela já o tinha comido, para compensar a filha deu-lhe uma agulha.

Tyiliteteka andava pelo mato à procura de mais eingi e encontrou o pai, cosendo com um espinho, o seu cinto de couro. A menina aproximou-se e cantou:

- Meu pai porque coses o cinto de couro/ com esse espinho rombo?/Porque não pedes à tua filha / esta agulha tão pontiaguda/ acaso eu recusava?

O pai pediu a agulha e Tyiliteteka continuou à procura de eingi. Algum tempo depois regressou e disse:

- Meu pai, quero a agulha! Mas o couro era muito duro e a agulha partiu-se.

Dívidas ocultas: "Relação ruim" entre Guebuza e Nyusi pode trazer verdade à tona?

MOÇAMBIQUE

Ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza vai esta quinta-feira prestar depoimento no caso das dívidas ocultas, na reta final do processo. Centro para a Democracia e Desenvolvimento espera conhecer a verdade com Guebuza.

O diretor do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, em entrevista à DW África, defendeu que o povo moçambicano não está satisfeito com o que foi dito até agora em tribunal e, por isso, espera conhecer a verdade a partir do depoimento de Armando Guebuza. 

Nuvunga espera que a crise entre o ex-Presidente Guebuza e o atual, Filipe Nyusi, potencie o surgimento da verdade esta quinta-feira (17.02) na tenda da B.O., onde decorre o julgamento. O ativista crítica também o juiz do caso, Efigénio Baptista, acusando-o de proteger o atual chefe de Estado. 

FRANÇA E ALIADOS EUROPEUS ANUNCIAM RETIRADA MILITAR DO MALI

# Publicado em português do Brasil

O presidente francês Emmanuel Macron nega que o destacamento militar de quase uma década liderado por seu país tenha terminado em fracasso.

A França e seus aliados em uma força europeia anunciaram que começarão a retirar tropas do Mali depois de quase 10 anos lutando contra distúrbios armados.

Um comunicado assinado pela França e seus aliados africanos e europeus e publicado na quinta-feira disse que “múltiplas obstruções” do governo militar no poder significavam que não havia mais condições para operar no Mali.

A decisão se aplica tanto à força francesa Barkhane no Sahel quanto à força europeia Takuba que Paris estava tentando forjar junto com seus aliados.

“As condições políticas, operacionais e legais não estão mais reunidas para continuar efetivamente seu atual engajamento militar na luta contra o terrorismo no Mali”, disse o comunicado.

Os aliados, portanto, “decidiram iniciar a retirada coordenada de seus respectivos recursos militares dedicados a essas operações do território maliano”.

Israel revive táticas de assassinato que não eram vistas há 15 anos na Cisjordânia

# Publicado em português do Brasil

O triplo assassinato lembrou os dias mais sombrios da Segunda Intifada – e a impunidade de Israel em cometer violência.

Jesse Rosenfeld, Oren Ziv, Ahmad Al-Bazz | The Intercept

OS PALESTINOS FICARAM CHOCADOS  na semana passada com um descarado ataque militar israelense ao meio-dia que empregou táticas não vistas na Cisjordânia em mais de 15 anos. Defensores dos direitos humanos disseram que os assassinatos israelenses de três palestinos constituíram assassinatos brutais e coordenados.

A emboscada teve como alvo três combatentes pertencentes à Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, um grupo militante, procurados por supostamente atirar em membros do exército israelense e colonos nas últimas semanas, embora não tenham sido dados detalhes. Os homens estavam dirigindo pelas ruas sinuosas de Nablus quando forças de segurança israelenses em carros com placas palestinas mataram Ashraf al-Mabsalt, Adham Mabrouka e Muhammad al-Dakhil, deixando os moradores locais para lidar com as terríveis consequências do ataque.

As forças de segurança israelenses alegaram que os assassinatos, realizados pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da Polícia de Fronteira, conhecida coloquialmente como Yamam, pretendiam ser uma operação de prisão e que os policiais atiraram em legítima defesa. Uma investigação conjunta do Intercept, Local Call e +972 Magazine, no entanto, aponta para um assassinato planejado em uma área sob controle da Autoridade Palestina, uma tática amplamente condenada.

Para Shawan Jabarin, diretor geral do Al-Haq, um grupo palestino de direitos humanos com sede na Cisjordânia, os assassinatos equivalem a crimes de guerra. Al-Haq - que foi recentemente rotulado de grupo terrorista pelo governo israelense, uma tentativa, diz o grupo, de interromper suas investigações - coletou depoimentos de testemunhas da cena do tiroteio em Nablus.

“É uma execução extrajudicial”, disse Jabarin. Ele disse que seu grupo não encontrou evidências de que os combatentes palestinos tenham disparado ou tentado disparar um tiro: “As três pessoas eram conhecidas pelos israelenses e vieram apenas para matá-los”.

OS RIOS DO MUNDO ENVENENADOS PELA BIG FARMA

Maior estudo já feito sobre o impacto dos resíduos farmacêuticos sobre as águas impõe um desafio global. Além do consumo preocupante de substâncias, a irresponsabilidade das corporações – e a ameaça das superbactérias resistentes a antibióticos

Lucas Scatolini* | Outras Palavras

Em um esforço inédito, um estudo global que envolveu 127 autores, de 86 universidades e instituições científicas, expôs a preocupante situação dos rios inundados de medicamentos. Nessa análise histórica, que cobriu 104 países em todos os continentes, pesquisadores colheram amostras de superfície da água com base em 61 diferentes tipos de Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAa) Os efeitos das substâncias na água acentuam diretamente a degradação do meio ambiente, da saúde humana e podem resultar numa próxima ameaça pandêmica global: a das superbactérias.

O estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences e replicado pelo site Truthout pode servir de exemplo de novo paradigma no monitoramento ambiental, para as próximas décadas, e ajudar no combate às mudanças climáticas. Os cientistas analisaram desde comunidades indígenas a grandes centros urbanos. Os EUA foram o país mais extensamente estudado, com amostras coletadas em 81 locais, ao longo de 29 rios, em seis estados. Com exceção da Islândia e da Aldeia Yanomami na Venezuela, pelo menos um IFA foi detectado em todos os locais visitados. As maiores concentrações foram documentadas em Lahore, Paquistão, La Paz, Bolívia, e Adis Abeba, Etiópia.

FARMACÊUTICAS AJUDARAM À "CATÁSTROFE DE DIREITOS HUMANOS"

Na atualização do seu relatório sobre desigualdade no acesso às vacinas, a Amnistia Internacional sublinha que as grandes farmacêuticas continuaram a pôr o lucro à frente das pessoas.

"Enquanto os países de elevado rendimento açambarcaram vacinas, asfixiando insensivelmente o fornecimento às partes mais pobres do mundo, as empresas farmacêuticas desempenharam um papel fulcral nesta catástrofe em curso em matéria de direitos humanos - deixando os mais necessitados a enfrentá-la por sua conta. Estas empresas poderiam ter sido os heróis de 2021. Em vez disso, viraram as costas àqueles que mais precisavam de vacinas e apenas continuaram com os negócios como de costume, colocando os lucros à frente das pessoas. Se queremos que 2022 seja o último ano desta pandemia, temos de mudar de rumo agora para atingir a meta de 70% estabelecida pela OMS até Julho deste ano”, afirmou Rajat Khosla, responsável da Amnistia Internacional por este relatório (link is external) apresentado na segunda-feira.

Como a Europa desperdiçou sua chance de se tornar uma potência global

# Publicado em português do Brasil

Cláudio Gallo* | Strategic Culture Foundation

As autoridades da UE sabem muito bem o que está por vir, mas a máquina está paralisada por elites políticas ainda esmagadas por uma mentalidade pós-guerra.

Até agora, a “guerra na Crimeia” tem sido uma guerra de papel, travada nos escritórios editoriais da mídia, e vamos torcer para que continue assim para sempre. De qualquer forma, também neste tipo de conflito do Metaverso, há um claro perdedor: a Europa. Ninguém notou o chefe de política externa da UE, Joseph Borrell, protestando fracamente que “os europeus têm que fazer parte da mesa” nas negociações ucranianas. A percepção geral é que ele não existe. Esmagado por seu aliado americano valentão, medroso e cego para seu interesse genuíno, a União está em espiral de declínio. Cada vez menos, é um gigante econômico e cada vez mais um verme político e militar. Em um mundo fortemente interconectado, ele precisa restringir seu relacionamento comercial crucial com a China e a Rússia (e o Irã) para agradar a Washington.

Antes comparável em princípio com a americana, a economia européia está retrocedendo . Da paridade aproximada em 2008, a economia dos EUA é agora um terço maior do que a UE e o Reino Unido juntos.

Em 2008, a economia da UE superou ligeiramente a dos Estados Unidos: US$ 16,2 trilhões contra US$ 14,7 trilhões. Em 2020, a economia dos EUA cresceu para US$ 20,9 trilhões, enquanto a da UE caiu para US$ 15,7 trilhões. Os estudos do ex-major general da Força Aérea do Exército de Libertação Popular, Qiao Liang, apontaram brilhantemente que Washington está governando por meio de um dólar armado. A moeda de reserva primária do mundo representa cerca de 60% das reservas cambiais oficiais, enquanto o euro representa apenas 21%. Sorrindo tristemente, pode-se lembrar da mudança de Saddam, em 2000, do dólar para o euro para o comércio de petróleo. Foi uma tentativa de repreender a linha dura de Washington nas sanções e encorajar os europeus a desafiá-la. Sabemos como terminou.

A Europa está quase irrevogavelmente ficando atrás da China e dos EUA na corrida global pela liderança tecnológica. Dentro da UE, todos estão preocupados com a dependência excessiva de fornecedores de tecnologia de propriedade estrangeira e a falta de vantagem industrial como no campo de semicondutores. Essas preocupações são particularmente agudas nos domínios onde “a Europa não tem uma base industrial forte, como em computação em nuvem (76% expressam preocupações), inteligência artificial (68%) e, em menor grau, por tecnologia móvel 5G (54%)”.

Portugal | Os trabalhadores dos call centers têm direito à contratação colectiva

Os sindicatos da área das telecomunicações apresentaram uma proposta conjunta para um acordo de empresa na Intelcia, um call center que emprega mais de seis mil trabalhadores.

Face à dimensão empresarial da Intelcia, no que toca ao número de trabalhadores que nela desenvolvem a sua actividade, era impensável que este call center não fosse abrangido por um Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), considera o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV/CGTP-IN) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN).

Com mais de seis mil funcionários, a Intelcia é responsável pelas áreas de apoio ao cliente e apoio comercial do grupo Altice, detentora de cerca de 65% do capital da empresa. Só em 2021, 1100 trabalhadores foram contratados para servir mercados estrangeiros.

Portugal | UBER, BOLT E OUTROS -- É FARTAR VILANAGEM!


 De Imagem do Dia em AbrilAbril

Elites portuguesas precisam aprender a respeitar quem lhes alimenta as mordomias

OS DAS ELITES mostram ser falsos democratas e desrespeitosos. Não são só os políticos mas sim todos que se sabem pavonear como "senhores" das elites da política, do empresariado, dos poderes imensos que exercem para governar e governarem-se com as partes que lhes cabem por via dos cargos e 'bolos'  com que a plebe os alimenta no luxo, nas boas vidas. Afinal quase tudo proveniente do labor dos que dominam e mais ou menos exploram. Mas nem assim os respeitam. Nem até respeitam os métodos democráticos com que enchem a boca ao falarem.

Certo tem sido que passam as vidas mais ou menos faustosas a iludir-nos. Na prática é exatamente isso que acontece quotidianamente. A provar basta constatar as diferenças entre esses e as populações que  constituem este país à beira de uma plantada fossa enorme. O aumento das desigualdades é evidente, cada vez mais: uns mal, outros muito mal e outros bem ou muito bem. Demasiado bem e repletos de hipocrisia, ganância, arrogância, falsidade e desumanidade.

Tem, também, isto que ver com aquilo que está a acontecer com a votação dos emigrantes. A falta de respeito e consideração só encontra reflexo no facto de todos esses das elites demonstrarem que andam a brincar à democracia e às Justiças, entre outros itens.

A seguir a atualidade sobre o assunto relacionada com a anulação/desprezo dos votos dos emigrantes portugueses. E os mais de setecentos mil votos que foram para o lixo? Já encontraram solução para evitar esse procedimento? Não, claro que não. Eis a falsa democracia. O espelho do deixa andar ao deus dará. Venha a nós (a eles). (MM/PG)

Do Expresso retiramos:

Portugal | BRINCAR AOS VOTOS

Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

Reclamamos sempre muito contra a abstenção e o afastamento dos cidadãos em relação à política. E os tempos exigem envolvimento e maturidade democrática, sendo a participação cívica parte da receita para combater os populismos que se alimentam de discursos redondos, apregoando os vícios dos eleitos e os defeitos do sistema democrático.

Não deixa por isso de espantar que sejam os próprios partidos, os mesmos que apelam ao voto e que se queixam do divórcio entre eleitores e eleitos, a criar condições para pôr em causa a legitimidade das escolhas eleitorais.

O que se passou com a votação no círculo da Europa é o exemplo perfeito do resultado dos arranjinhos partidários, dos vícios instalados e da falta de agilização de um procedimento que evite falhas sistemáticas no processo eleitoral.

Em suma, um enxovalho. Ficará na história a repetição inédita da votação, depois de 83% dos votos dos emigrantes na Europa terem acabado no lixo, misturando-se votos válidos e inválidos.

PORQUE O OCIDENTE PISCOU?

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

As dimensões psicológicas, geopolíticas e econômicas da estratégia de “dissuasão” liderada pelos EUA contra a Rússia (como seus formuladores de políticas a descrevem falsamente) eram todas falhas e significavam que havia muito ao acaso ao encorajar Kiev a provocar uma terceira rodada de ataques civis. hostilidades de guerra no Donbass ou ordenando que os mercenários sob seu controle o fizessem.

percepção emergente entre a grande mídia ocidental é que o presidente russo Vladimir Putin piscou diante da pressão econômica e diplomática sem precedentes liderada pelos EUA, cancelando assim o que eles alegaram ser sua “invasão iminente” da Ucrânia no último minuto. O presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu sugerir o mesmo em sua atualização sobre a Ucrânia na terça-feira, apitando para que as forças da mídia sob a influência de seu país sigam o exemplo, construindo essa narrativa. A realidade, porém, é que foi o Ocidente que piscou, não a Rússia, pelo menos por enquanto.

Para começar, ele se empolgou acreditando em sua narrativa de guerra de informação armada de “gerentes de percepção” sobre uma “invasão russa da Ucrânia”, uma que eles evidentemente se convenceram de que o presidente Putin estava prestes a começar devido ao que eles pensam ser seu etno-nacionalismo. obsessão em unir todos os russos da antiga União Soviética. Não importa que ele tenha consistentemente apoiado a natureza historicamente cosmopolita de seu estado-civilização no último meio milênio desde que incorporou os muçulmanos tártaros, tudo o que eles podiam pensar eram seus comentários  descontextualizados sobre a queda da URSS.

NA UCRÂNIA TEMOS MEDO DE UMA INVASÃO

A estratégia precipitada do ocidente não está ajudando

# Publicado em português do Brasil

Alexandra Matzota* | The Guardian | opinião

Não há pânico nas ruas, mas tenho açambarcado combustível, comida e quebra-cabeças para me distrair da ansiedade

Como uma criança crescendo na Ucrânia , toda vez que eu soprava as velas do meu bolo de aniversário eu fazia um desejo de que não houvesse guerra no mundo. Agora a guerra está na minha porta.

Por quase oito anos ouvimos falar dos mortos na frente de guerra em Donbas, vendo as lágrimas de pessoas que perderam suas famílias e casas, e que tiveram que recomeçar do zero. Em janeiro, eu estava visitando amigos no Reino Unido e lendo as últimas notícias sobre tropas russas se formando na fronteira.

Sempre tento ser cético em relação a essas histórias, porque acredito que essa é a maneira de Vladimir Putin desestabilizar a situação em nosso país, e não qualquer tentativa real de iniciar uma guerra. Mas desta vez, minha mãe me disse que os ucranianos estavam ficando com medo, e ela me pediu para não voltar por um tempo. Parecia um ponto de virada. Como freelancer posso morar onde quiser e geralmente passo muito tempo no exterior. Mas devido à crescente tensão, voltei a Kiev para estar com minha família.

Mesmo no mês desde então, a tensão aumentou significativamente. Há duas semanas, tive uma reunião com colegas estrangeiros e disse a eles que tinha 90% de certeza de que a Rússia não atacaria. Eu diria isso hoje? Não – agora para mim é 50/50.

No entanto, não há pânico nas ruas e você não verá as prateleiras vazias dos supermercados. Mesmo agora, temos prateleiras cheias com todos os produtos essenciais. Há uma semana, enviei de brincadeira fotos de camembert para amigos na Grã-Bretanha, que não conseguimos encontrar quando os visitei em janeiro. Restaurantes e shoppings estão cheios de pessoas vivendo suas vidas aparentemente normais. Mas a ansiedade nos assombra o tempo todo.

Minha pequena família decidiu que, se houvesse uma emergência, nos encontraríamos em minha casa sem ligar. Eu acho que muitas pessoas têm planos semelhantes em vigor. Como muitos outros, comprei alimentos para cerca de um mês – latas, cereais, massas, água e outros não perecíveis. No início do mês, comprei um fogão a lenha em caso de falta de energia ou gás, para que pudéssemos nos manter aquecidos e continuar a comer refeições quentes, e 20 litros de combustível para meu gerador para podermos carregar nossos telefones . Para os meus animais de estimação, encomendei comida com dois meses de antecedência, bem como extra caso os vizinhos comecem a sair e a abandonar os seus animais. Para me distrair dos maus pensamentos, comprei alguns quebra-cabeças também.

VERDADADE OU SIMPLES MANIPULAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA EUA?

Os EUA têm sido prolíferos em manipular a realidade que apresentam à opinião pública mentindo descaradamente. Mentiras históricas compõem o seu cardápio de desonestidade e de manipulação. Desta feita estão a noticiar (há 4 horas)que a Rússia está a fortalecer com mais milhares de militares a fronteira junto à Ucrânia, como é descrito no The Guardian. Recorde-se que ainda não há muitas horas era que a Rússia estava a retirar numerosos efetivos desses locais contíguos à referida fronteira... Verdade ou ficcão? O tempo o dirá, como assim ocorreu nas mentiras acerca do Iraque e em outros exemplos. (PG)

EUA acusam Rússia de enviar milhares de soldados para fronteira com a Ucrânia

Os Estados Unidos rejeitaram relatos de que a Rússia está de fato retirando tropas da fronteira com a Ucrânia, acusando Moscou de enviar mais soldados à medida que crescem os temores de uma invasão.

Vários relatórios estão chegando agora que parecem contradizer as alegações anteriores de Putin de uma retirada “parcial” das forças russas, inclusive da Crimeia, após a conclusão dos exercícios militares na região.

Um alto funcionário do governo dos EUA falou à Associated Press sob condição de anonimato, dizendo que o Ocidente detectou que a Rússia havia aumentado sua força perto da Ucrânia em 7.000 soldados, com alguns chegando na quarta-feira, e que houve um aumento acentuado de falsas alegações. pelos russos que o Kremlin pode usar como pretexto para uma invasão.

Continuamos a receber indicações de que podem lançar um falso pretexto a qualquer momento para justificar uma invasão”.

O funcionário disse que essas alegações incluem relatos de túmulos não identificados de civis supostamente mortos por forças ucranianas, declarações de que os EUA e a Ucrânia estão desenvolvendo armas biológicas ou químicas e alega que o Ocidente está canalizando guerrilhas para matar ucranianos, informou a Associated Press.

O funcionário disse que não estava autorizado a falar publicamente sobre operações sensíveis e não poderia fornecer evidências subjacentes às afirmações.

The Guardian

Imagem: Uma imagem de satélite divulgada pela Maxar Technologies mostra um close-up da recente construção de estradas e uma nova ponte Ponton sobre o rio Pripyat, Bielorrússia, em 15 de fevereiro. Fotografia: imagem de satélite ©2022 Maxar Tech/AFP/Getty Images

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