segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Portugal: CAVACO OU MIGUEL DE VASCONCELOS?

 

Balneário Público
 
Foi ontem o Dia da Restauração, o 1º de Dezembro. Em 1640, naquele dia, o português traidor Miguel de Vasconcelos, fiel mandatário e executor do Reino de Castela, ocupante do território de Portugal, foi atirado por uma janela do edifício do Terreiro do Paço, em Lisboa, arrastado por cavalos pelas ruas de Lisboa, desfeito em pedaços e comido por câes vadios. Há 373 anos que assim aconteceu. O Reino de Portugal foi restaurado e desde então sempre se comemorou o Dia da Restauração. Foi instituído feriado nacional e outra cousa não seria de esperar e acontecer porque os acontecimentos e a data deverá permanecer inesquecível em prol da memória e da defesa da independência nacional. As gerações presentes e vindouras jamais podem esvaziar a importância do feito de 1640 ou se assim não ocorresse Portugal seria agora um anexo de Espanha e todo o esforço dos nossos antepassados, que lutaram e morreram pela formação e independência de Portugal, seria mandado às urtigas. Seria cousa sem importância. Seria a traição àqueles e a nós próprios. Nos dias de hoje, na realidade, o 1º de Dezembro é cousa sem importância. O feriado daquela data foi abolido e as comemorações, ao que parece, foi atirado às tais urtigas pelo atual governo e pelo atual horripilante presidente da República. O 1º de Dezembro, comemorado sempre na presença do Presidente da República de Portugal, como na monarquia era comemorado com a presença real, viu Cavaco Silva de costas viradas para a efeméride (não conheço notícia da sua presença) o que por si só configura uma traição aos nossos antepassados, pelo menos. Houve a comemoração em Lisboa, é certo, mas, que saiba, a contar com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, segundo descreve publicação da CML, que diz: “Assinalou-se no dia 1º de dezembro a passagem de mais um aniversário do Dia da Restauração (1640), com uma cerimónia oficial organizada pela Sociedade Histórica de Independência de Portugal e pela Câmara Municipal de Lisboa, numa parceria que remonta a 1861. No seu discurso (leia aqui na íntegra), o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, verberou a decisão governamental de prescindir do feriado que assinalava esta data (posição partilhada, aliás, por todos os oradores), anunciando a intenção da autarquia de prosseguir com a celebração no próximo ano, “não só com esta cerimónia mas transformando o centro de Lisboa numa grande sala de aula coletiva, recriando os acontecimentos que conduziram à libertação de Portugal nos diversos locais onde a História se fez, (…) permitindo fazer desta data uma evocação ainda mais viva e participada”, mobilizando os alunos das escolas.” E prossegue o referido texto de modo mais longo, que pode ver aqui. A fotografia foi retirada da referida publicação. Ali não se vislumbra nenhum Miguel de Vasconcelos Cavaco Silva, nem outros que tal do atual governo. Se no escrito não existir correspondência à verdade corrigirei logo que seja desmentido-informado. É óbvio que sabemos que Cavaco Silva, o horripilante presidente da República, se está borrifando para o 1º de Dezembro, Dia da Restauração, e até para a independência nacional… Mas assim tanto não era de fazer tal ideia. A ilação a tirar é que aquele político está mais virado para a segurança das suas “aplicações” financeiras e negócios que lhe assegurem bom património. Só por leveza de espírito deve-se perguntar por que razão Cavaco veio e está na política e não enveredou nem está no empresariado… ou em banqueiro? Será que o “arrabanha” pela via da política é mais fácil e isento de riscos? Quem não sabe a resposta? Cavaco e associados ou Miguel de Vasconcelos?
 
Pepe
 
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XANANA GUSMÃO PEDE PARA PORTUGUESES CONTINUAREM A ACREDITAR NO PAÍS

 


O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, pediu ontem (29/11) aos portugueses a trabalhar em Timor-Leste para continuarem a acreditar no país e salientou que toda a colaboração é bem-vinda.

"Só peço aos portugueses que continuem a confiar. Estamos num processo de 12 anos de construção do Estado, ainda existem muitos problemas, mas penso que no essencial já demos sinal que estamos a criar um Estado viável e um Estado com futuro que vai garantir ao povo as suas aspirações, exigências", afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense falava na apresentação pública da Associação de Amizade Timor-Leste/Portugal, que contou também com a participação do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luís Campos Ferreira.

"Toda a vossa colaborações é bem-vinda", disse, recordando os portugueses que chegaram ao país entre 1999 e 2001, "ainda cinzas" e que "deram tudo" e depois "regressaram a chorar e se pudessem decidir tinha ficado aqui". Aos que se encontram atualmente no país, Xanana Gusmão pediu para também darem tudo "sem exigir muito".

Na cerimónia, o secretário de Estado português ofereceu a Xanana Gusmão uma camisola da seleção portuguesa assinada por Cristiano Ronaldo, após o jogo na Suécia que Portugal venceu por 3-2, conseguindo a qualificação para o Mundial de futebol, a realizar no Brasil no próximo ano. "No ano passado em Same celebrámos a grande revolta do Manufahi contra os portugueses.

Bm 2015 vamos celebrar os 500 anos da chegada dos portugueses", disse Xanana Gusmão, explicando que as pessoas perguntam por que se celebra a revolta e a chegada.

Para o primeiro-ministro timorense, a resposta é simples: "A presença portuguesa tornou-nos um país independente e soberano". "Não vou expor as razões do porquê, mas foi por causa desse caminho que hoje criamos a Associação de Amizade Timor-Leste/Portugal", disse.

A associação, presidida pelo antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri é transversal e representa a vontade do povo timorense de reforçar as relações com o povo português.

Além de Mari Alkatiri e Xanana Gusmão, são membros fundadores da associação vários elementos da comunidade portuguesa e timorense em Díli, bem como representantes de empresas dos dois países.

Lusa
 

Timor-Leste doa 250mil dólares para o Fórum de Desenvolvimento das Ilhas do Pacífico

 


O primeiro-ministro Xanana Gusmão, doou $250.000,00 dólares para o Fórum de Desenvolvimento das Ilhas do Pacíf ico para ajudar na criação e funcionamento da organização, segundo o “the jet newspaper”, da semana passada.

"O apoio recebido irá percorrer um longo caminho para ajudar o Fórum de Desenvolvimento das Ilhas do Pacífico dando ao povo os serviços que estão em falta no Pacífico neste momento", disse o ministro dos negócios estrangeiros e cooperação internacional Ratu Inoke .

Ratu Inoke Kubuabola agradeceu a doação por parte do governo de Timor-Leste e reconhece o apoio generoso e financeiro dado ao Fórum de Desenvolvimento das Ilhas do Pacífico.

"O Pacífico nunca teve um espaço onde os seus representantes do setor público, setor privado ou da sociedade civil pudessem reunir livremente e discutir abertamente as questões de desenvolvimento que são importantes”, disse Ratu.

Pela primeira vez, através do Fórum as Ilhas do Pacífico, do qual o encontro inaugural foi em Agosto do ano passado, vão ter a possibilidade de se reunirem e discutirem, acrescentou o ministro dos negócios estrangeiros.

Ratu Inoke mostrou-se satisfeito e honrado pela presença do primeiro ministro Xanana, na reunião inaugural do ano passado.

"A última assistência do Governo e do Povo de Timor-Leste é mais um sinal do aprofundamento das relações de Timor-Leste para com as pessoas do Pacífico", disse Ratu Inoke .

SAPO TL com The Jet Newspaper

Moçambique: Quatro agentes da FIR morrem numa troca de tiros em Nampula

 

Verdade (mz), Nampula
 
Quatro elementos da Força de Interveção Rápida (FIR) perderam a vida na madrgada desta segunda-feira (02) no povoado de Mutholo, no posto administrativo de Namiata, no distrito de Rapale em Nampula, num confrontro com supostos homens armados da Renamo.
 
Informações em poder do @Verdade dão conta de que o incidente aconteceu quando um contigente da FIR se deslocou de emergência para o local com o intuito de conter os desmandos que eram protagonizados por alegados homens da Renamo naquele povoado, o que culminou com a destruição de uma escola e vandalização de um posto de saúde.
 
Devido a este acontecimento, os alunos do ensino primário, residentes em Mutholo, não fazeram exames de segunda época porque eles e os familiares, bem como os professores, abandonaram a zona para encontrarem abrigos seguros na cidade de Nampula e na vila sede de Namiata. Aliás, até ao princípio desta manhã, o povoado encontrava-se às moscas.
 
Entretanto, foi mobilizado um contigente das Forças de Defesa e Segurança para garantir ordem e tranquilidade naquele povoado. Miguel bartolomeu, porta-voz da PRM em Nampula, negu comentar este assunto, tendo prometido se pronunciar quando tiver dados para o efeito.
 
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Moçambique: LUÍSA DIOGO PREOCUPADA COM VIOLÊNCIA

 


A antiga primeira-ministra de Moçambique diz ser fundamental que se faça um grande esforço para evitar o retorno à guerra.
 
Francisco Júnior – Voz da América
 
A antiga primeira-ministra moçambicana, Luísa Diogo, manifestou numa entrevista à VOA a sua preocupação pela tensão que se verifica em Moçambique devido à vaga de raptos e aos confrontos entre forças governamentais e elementos armados da Renamo.
 
Nos últimos meses, a tensão político-militar tem sido intensa, em Moçambique. E mais intensa ficou depois do assalto, pelas tropas governamentais, a Sadjunjira, em Gorongosa, na província de Sofala, região centro do país, onde Afonso Dlhakama, líder do antigo movimento rebelde, a Renamo, esteve a viver durante pouco mais de um ano.

Afonso Dlakama encontra-se desde então em parte incerta e, aos seus homens, é atribuída a responsabilidade por vários ataques armados, quer na região de Muxúnguè, igualmente na província de Sofala, quer no próprio distrito de Gorongosa, como na província de Nampula, norte de Moçambique.

A paz está estremecida, um facto que tem suscitado natural preocupação, por parte de todos, incluindo de Luísa Diogo. A antiga Primeira-Ministra de Moçambique diz ser fundamental que se faça um grande esforço para evitar o retorno à guerra.

A antiga Primeira-Ministra de Moçambique esteve, nos últimos dias em Londres, onde lançou o seu livro “A Sopa da Madrugada”. Com pouco mais de duzentas páginas, o livro, que também já foi lançado em Lisboa e Washington, está traduzido em inglês, com o título Soup Before Sunrise.

A obra, que pode ser adquirida via net, através do site AMAZON e Porto Editora, aborda os momentos mais marcantes das reformas económicas e sociais que Moçambique viveu entre os anos 1994 e 2009.

Em Londres, o lançamento foi feito no Chatham House, que é o lugar nobre onde as grandes lideranças do Reino Unido fazem debates sobre grandes temas e matérias ligadas ao desenvolvimento no mundo.

E tanto durante o lançamento do livro como num encontro que Luísa Diogo teve depois no Instituto para o Desenvolvimento do Ultramar, com individualidades britâncias, africanas e de outras partes do mundo, incluindo antigos ministros das finanças, falou-se muito do problema que Moçambique está agora a viver, também por causa dos frequentes raptos, com Luísa Digo a reconhecer que o país está a atravessar momentos difíceis.

Mas Luísa Diogo frisou também que os parceiros internacionais não devem abandonar Moçambique, nesta fase.

Angola: GOVERNO DEVE EXPLICAR AUSÊNCIA DE EDUARDO DOS SANTOS - oposição

 


Genro diz que o presidente está de férias e "foi ao dentista"
 
Manuel José – Voz da América
 
O governo angolano deve ao povo angolano uma explicação sobre as prolongadas ausências em Espanha do Presidente José Eduardo dos Santos, disseram dirigentes da oposição angolana.

Na semana passada o governo desmentiu que o presidente angolano tivesse sido internado na unidade de oncologia de um hospital em Barcelona como noticiado pela Radio Televisão Portuguesa, RTP. O governo descreveu a notícia de “irresponsável”, acrecentando que Eduardo dos Santos está de boa saúde e deverá regressar em breve ao país

dos Santos está ausente há pouco mais de três semanas e o comunicado do governo angolano confirmou que este está em Espanha mas sem indicar a cidade que segundo notícias generalizadas é Barcelona.

Eduardo dos Santos esteve anteriormente outras cinco semanas em Barcelona de onde havia regressado apenas em Outubro. Isto significa que nos últimos onze meses Eduardo dos Santos passou já dois meses naquela cidade .

Esta situação está a deixar preocupados os políticos da oposição.

"Ficamos todos preocupados se é por causa da saúde ou por outras questões, temos esta preocupação, somos todos humanos, que se passa com o senhor presidente?” interrogou o líder da UNITA, Isaías Samakuva.

"Se está doente somos todos humanos, gostaríamos de lhe desejar melhoras mas antes precisamos que isto nos seja dito," acrescentou

O facto do presidente da república expedir despachos sobre o país, a partir do estrangeiro inquieta o líder da UNITA.

"Quando nada se diz e estamos a ver o Sr. presidente a fazer despachos a partir de Espanha ou de onde se encontra nós começamos a ficar preocupados porque isto pode nos parecer que a capital do país está transferida para Espanha," disse o líder da UNITA

Esta inquietação sobre a ausência até agora inexplicada pelas autoridades é partilhada pelo dirigente e parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André.

"De modo algum o presidente da república fora do território nacional pode exarar despachos ou decretos,” disse.

Alexandre Sebastião André solicitou um esclarecimento á nação sobre a verdadeira situação do presidente da republica.

"Deve-se fazer uma explicação clara para o cidadão compreender o que se passa com o presidente da república de Angola que é presidente de todos,” disse aquele dirigente da CASA CE para quém esta situação “ não é normal”.

Entretanto o genro do presidente angolano, Sindika Dokolo desmentiu também que o presidente Eduardo dos Santos esteja doente e tivesse sido internado.

Falando em São Tomé Dokolo disse que não poderia ter-se deslocado a São Tomé para participar num evento cultural se o seu sogro estivesse doente.

“O Sr. Presidente aproveitou o facto de ter fechado o dossier do orçamento geral do Estado para 2014 que foi um grande trabalho para aproveitar alguns dias de férias na Europa,” disse marido da filha do presidente.

Dokolo disse acreditar que a especulação sobre a saúde do presidente se pode dever ao facto de Eduardo dos santos ter feito uma visita a um dentista.

“Aproveitou as suas férias para ver o dentista,” disse o genro do chefe de estado.

“Se calhar é daí que surgiu esse rumor que não tem fundamento nenhum,” acrescentou.

A falta de esclarecimento sobre as prolongadas ausências do presidente têm levado a uma série de especulações sobre a saúde do presidente com notícias que especulam sobre problemas que vão desde problemas da próstata a insuficiências renais e também a uma infecção causada por um implante de dentes.

As autoridades limitam-se a afirmar que as visitas a Barcelona foram de carácter privado.

Não foi noticiado quando é que o presidente regressa a Angola.
 

Angola: PGR realiza testes de DNA aos familiares de Kassule e Kamulingue

 


Procuradoria-Geral da República confirmou aos familiares de Isaías Kassule e Alves Kamulingue a morte dos dois activistas e disse que os presumíveis executores já confessaram o crime.
 
Coque Mukuta – Voz da América
 
Na passada quinta-feira, dois emissários da PGR foram à casa dos familiares de Kassule e Kamolingue para anunciar que iriam ser levados àquela instituição, sem avançar as razões para tal.

A Voz da América sabe que os mesmos foram informados da existência de sete cadáveres sob custódia da procuradoria, e por esta razão, os familiares estão a ser submetidos agora a exames de DNA

Veloso Cassule, e irmão mãos novo de Isaías Cassuele.

“Fizemos na sexta-feira e hoje as crianças de Kamilingue também fizerem e nos disseram que são 7 corpos existentes, por isso precisamos de fazer o DNA, que estão a ser feitos no hospital Americo Boavida” disse.

Salvador Freire, presidente da Associação Mãos Livres, afirma estar a acompanhar o processo e que a sua organização confia na equipa médica em serviço: “Nós confiamos na Procuradoria-Geral da República e por isso vamos esperar”, disse Freire que lamentou não ter condições materiais e financeiras para submeterem os corpos dos activistas a testes a fim de compararem com os resultados da perícia das autoridades angolanas.

Opinião contrária tem Veloso Kassule, que entende, que após as análises feitas pelo Ministério Público, a família devia fazer igualmente análises independentes para aferir da veracidade dos resultados:

“Nós não estamos a acreditar naquelas análises e nós pensamos que depois deles fazerem as análises deles, temos que fazer também nossas próprias análises”, concluiu.

A PGR confirmou aos familiares de Isaías Kassule e Alves Kamulingue a morte dos dois activistas e disse que os presumíveis executores já confessaram o crime.

Os parentes foram informados que existem sete corpos na morgue do hospital Américo Boaviste.

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São Tomé e Príncipe: DEMOCRACIA DE DENTRO PARA FORA - opinião

 


Sou da geração da liberdade. Felizmente, faço parte dos que nasceram em liberdade e tiveram o privilégio de assistir à afirmação e consolidação de São Tomé e Príncipe enquanto Estado de direito e democrático. De todo um conjunto de direitos e liberdades constituídos pela Democracia, destacaria a conquista dos direitos civis e políticos, que entrega aos cidadãos de São Tomé e Príncipe o poder de decidir sobre os desígnios do seu presente e futuro – nomeadamente através da escolha dos seus representantes e do escrutínio da ação governativa.
 
Em democracia, e num regime pluripartidário, é incomensurável a relevância dos partidos políticos para a transformação social, económica e política num país como São Tomé e Príncipe. Os partidos políticos são essenciais para o exercício da cidadania e para a participação na vida pública de todos os homens e mulheres santomenses; são igualmente necessários para o debate plural e aberto sobre os caminhos que devem conduzir o nosso país para o progresso económico e a coesão social.
 
Porém, a par desse contributo em prol da prosperidade da nossa nação, os partidos políticos têm concorrido para a disseminação de fenómenos menos positivos que acabam, inevitavelmente, por conduzir os cidadãos para uma progressiva descrença no sistema político nacional. As promessas eleitorais não cumpridas, o, persistente, afastamento dos propósitos de representação dos eleitores, bem como o profundo desconhecimento da realidade social de São Tomé e Príncipe estão na origem da insatisfação dos cidadãos relativamente ao funcionamento dos órgãos governamentais. Não podemos esquecer que, a estes factores, soma-se um aumento generalizado da corrupção, do nepotismo, do caciquismo…
 
A passividade dos partidos políticos perante este cenário de degradação dos valores democráticos deturpa aquele que deve ser o compromisso e a missão de servir os cidadãos santomenses. Cabe aos partidos políticos representarem os cidadãos, defenderem os seus interesses em sede parlamentar, nas autarquias e no Governo central, sob pena de que a insatisfação popular dê lugar a fenómenos de abstencionismo generalizado, ou até mesmo à insurreição popular.
 
Nos últimos anos temos assistido ao aumento de abstenção eleitoral, nos vários níveis de representatividade política. Acredito profundamente que os abstencionistas são cidadãos insatisfeitos com o funcionamento da democracia, pessoas que deixaram de se identificar com os partidos e perderam a confiança nos agentes políticos que, talvez devido a alguma imaturidade democrática que ainda possa existir na sociedade santomense, não têm sabido cumprir o seu papel: defender uma ideologia, ideais ou uma causa em prol do interesse geral, de um colectivo, de um povo ou de uma nação.
 
Entendo o MLSTP como o baluarte da democracia e da participação civil santomense, sendo o partido que conduziu o país à Independência e, depois, à Democracia. E cumpriu um importante papel. Mas, aqui reside uma grande responsabilidade, e como partido histórico que é, o MLSTP tem que estar na linha da frente do combate a tudo aquilo que vai afastando os nossos cidadãos da vida democrática.
 
O MLSTP tem que ser o garante do povo santomense no que se refere à defesa dos seus mais superiores direitos: a saúde, a justiça, a educação, o emprego, a habitação… Tem de ser o primeiro a levantar a voz contra a corrupção e contra o servilismo nacional aos poderes estrangeiros e ao grande capital. E isto não tem acontecido.
 
É o MLSTP, um partido do arco do poder, que o cidadão santomense identifica como aquele capaz de promover as mudanças necessárias para garantir a sustentabilidade do Estado, sem que seja necessário sobrecarregar, ainda mais, os contribuintes. E o MLSTP tem de responder a essa confiança, actuando como o partido que defende os grupos mais vulneráveis da nossa sociedade, e que é capaz de promover a melhoria de vida dos cidadãos santomenses mais pobres, a iniciativa privada, bem como garante que os jovens não são descriminados com base na sua idade e que as mulheres não são descriminadas com base no seu género.
 
O cidadão santomense tem que olhar para este partido como a sua esperança e não como uma instituição que se aproveita do Estado para defender o interesse de alguns, dos mais poderosos, e não de todos, e sobretudo dos que menos têm.
 
Contudo, muito lamento que o MLSTP não esteja a ser o partido inclusivo que deveria ser. Continuamos a ver a mesma cúpula dirigente no partido há mais de trinta anos, poucas foram as mudanças reais visíveis na liderança partidária. Está envelhecida, distante das suas bases e não soube ainda abrir-se ao contributo dos mais jovens e mais dinâmicos militantes. Esta é uma realidade que os afasta do partido, os mais jovens em particular, que não se revêem nesta estrutura. Por outro lado, deixa sem alternativa os que acreditam numa forma diferente de fazer política partidária, ou seja, desilude aqueles que acreditam numa verdadeira democracia pluralista e inclusiva, especialmente os que acreditam que o MLSTP é o partido com o qual se identificam com o seu ideal.
 
Ao fechar-se sobre si mesmo, o MLSTP tem prestado um mau serviço à democracia santomense. Para contribuir para uma democracia de qualidade em São Tomé e Príncipe, o partido tem que se adaptar às novas realidades, não aceitar uma política subserviente ao status quo. Acredito que o MLSTP precisa de recuperar a sua relação afectiva com os militantes e com os eleitores, mostrando seriedade e empenho e apresentando ao povo santomense uma estratégia clara para o desenvolvimento humano das nossas populações e para a consolidação do progresso económico.
 
O povo demanda por uma estratégia que aponte um caminho em que faça o país viva de acordo com a sua condição financeira, sem ter de andar sempre de mão estendida a pedir ajuda. Uma estratégia que defina uma política de investimento que conduza o país rumo a uma maior auto-suficiência e independência dos actores externos. O MLSTP tem que ser o partido que apresenta ao povo santomense um caminho que leve ao aumento do investimento estrangeiro e ao fortalecimento do tecido empresarial nacional. Um caminho que mostre que a justiça funciona para todos e não apenas para alguns, um caminho que signifique saúde de qualidade para todos, educação de qualidade para as nossas crianças e jovens, segurança para os cidadãos e para os investidores, acesso à habitação e ao trabalho digno.
 
No meu entender, o MLSTP tem que ser capaz de promover, desenvolver e dinamizar a intervenção dos cidadãos ao nível local, regional e nacional. Tem de constituir-se como uma verdadeira plataforma de diálogo, intercâmbio de posições e pontos de vista entre as diferentes estruturas do partido.
 
Quando o MLSTP for um partido inclusivo e capaz de apresentar uma estratégia que se traduza num país verdadeiramente independente, então voltará a contribuir para uma democracia de qualidade em São Tomé e Príncipe.
 
É este o partido em que acredito e que espero ver capaz de se regenerar, para manter a confiança dos cidadãos santomenses.
 
Negesse Pina – Téla Nón, opinião
 

Bloco 1 tem 100 milhões de barris de petróleo para ser explorado em 15 anos

 

São Tomé e Príncipe
 
Garantia da Autoridade Conjunta no Jantar – Debate organizado pelo Circuito Económico Francófono. A autoridade Conjunta explicou aos operadores económicos francófonos, que a petrolífera Total, decidiu abandonar o bloco porque a quantidade de petróleo descoberta não satisfaz os parâmetros definidos por uma grande empresa como a francesa Total.
 
Os estudos e perfurações feitos pela empresa francesa Total no bloco 1, indicam que há petróleo suficiente para extrair 19 mil barris por dia, durante 15 anos. Foi a explicação que a Autoridade Conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria, deu aos membros do Circuito Económico Francófono, no Debate-Jantar, que esta organização de empresários francófonos organizou na última sexta – feira. «Tem uma capacidade de produção em torno de 100 milhões de barris como reserva e a qualidade de petróleo é bastante boa», assegurou Arzemiro dos Prazeres, representante da Autoridade Conjunta no evento da última sexta – feira.
 
As perspectivas de exploração de petróleo, após a retirada da empresa francesa Total do bloco 1 da zona conjunta, foi o principal tema da conferência.
 
Arzemiro dos Prazeres que representou a Autoridade Conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria, explicou que o bloco 1tem futuro. A retirada da Total que tinha projectado para 2015, a exploração real do petróleo no referido bloco, não põe em causa o processo. «Depois da saída da Total encontramo-nos numa fase de negociação com empresas independentes, que tem estruturas menores que a Total, mas que tem conhecimento profundo da produção em águas profundas. A autoridade conjunta tem recebido alguns interessados. Esperamos que brevemente possam avançar para situações mais concretas», destacou Arzemiro dos Prazeres.
 
Segundo a Autoridade Conjunta, o importante é analisar as propostas das empresas que estão a manifestar interesse em explorar o petróleo existente no bloco 1. «Agora é encontrar-se uma empresa que tenha capacidade financeira e conhecimentos na perfuração em grande profundidade. Sem o casamento desses dois factores fica muito difícil. Mas acreditamos que há muita possibilidade de se chegar a uma definição, com uma empresa ou um consórcio de empresas para que se ponha em efectividade a operacionalidade do bloco», detalhou o representante da Autoridade Conjunta.
 
Se os estudos feitos pela Total, indicam que o bloco 1 tem reservas petrolíferas na ordem e 100 milhões de barris, os membros do Circuito Económico Francófono, quiseram entender porque razão a Total se retirou? «Pelas informações que foram dadas o nível de percentagem da descoberta não está de acordo com os parâmetros definidos pelas grandes empresas como a total», explicou Arzemiro dos Prazeres.
 
Ouro negro que se descobriu no bloco 1 parece não satisfazer a estratégia de lucro da Total.
 
No que concerne a zona económica exclusiva são-tomense, o Circuito Económico francófono em São Tomé e Príncipe, recebeu explicações de Cristina Dias, enquanto Directora Administrativa da Agência Nacional de Petróleo. Explicou que o país assinou acordo de partilha de produção para exploração de 3 blocos de petróleo.
 
O bloco 3 com a Orantum Petroleum empresa nigeriana, a Equator Exploration, e a Sinoangola empresa de capital chinês e angolano. « Temos a Orantum que está mais avançado. Segundo o programa já em fevereiro do próximo ano, vão começar a fazer os estudos sísmicos de 3 dimensões», sublinhou Cristina Dias.
 
A Equator Exploration que ganhou direito sobre o bloco 5 da ZEE, como consequência de acordos assinados no passado, não estará a dar sinais de progresso na implementação do programa de exploração do bloco. «Neste momento está um pouco estagnado. Estamos a tentar reactivar este processo, para darmos continuidade aos trabalhos na nossa zona económica exclusiva», pontuou Cristina Dias.
 
No que concerne ao bloco 2 atribuído a empresa Sinoangola, a Agência Nacional de Petróleo, diz que aguarda com base na lei o pagamento do bónus de assinatura. «Estamos em crer que a partir do próximo ano teremos já actividade em termos de estudos sísmicos e de impacto ambiente a nível desse bloco», conclui.
 
Explicações sobre o dossier petróleo que deixou o Circuito Económico Francófono, crente de que a exploração do petróleo será realidade em São Tomé e Príncipe. Enquanto o ouro negro não jorra, o presidente do Circuito Económico Francófono, incentivou os empresários francófonos em São Tomé a continuar a aposta firme noutras riquezas, que fazem estas ilhas serem maravilhosas. «São Tomé e Príncipe é uma mina de Ouro em diversos sectores, não falemos do ouro negro, que é o petróleo, mas do ouro branco que é o cacau e o chocolate, o ouro vermelho que é o óleo de palma. O que se deve reter esta noite é que um dia o petróleo vai jorrar dos poços», declarou Jean Marie Ecrepon.
 
Circuito Económico francófono, nasceu há 2 anos. Para além de apoiar os empresários francófonos que buscam oportunidade de negócios em São Tomé e Príncipe, pretende trabalhar em parceria com as autoridades nacionais na promoção do investimento privado estrangeiro no país.
 
Abel Veiga – Téla Nón
 
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Novo centro de formação abre em Bissau para atacar a desnutrição crónica

 


Um novo centro de formação abre hoje em Bissau para atacar a desnutrição crónica, problema que afeta quase um terço das crianças até aos cinco anos na Guiné-Bissau, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
 
No prazo de um ano, o centro deverá formar cerca de 130 agentes de saúde comunitária, médicos e enfermeiros que vão pôr em prática o protocolo de Gestão Integrada de Desnutrição Aguda.
 
O objetivo é tratar quase todas as crianças admitidas nos centros de recuperação nutricional das áreas sanitárias de Cumura, Prabis (ambas perto da capital), Oio, Bafatá (que ficam no centro do país) e Gabú (no leste).
 
Apesar de dispor de uma terra fértil, a dieta alimentar da população guineense está centrada no arroz, uma tradição com profundas raízes culturais que origina carência de vários tipos de nutrientes, com consequentes problemas de saúde.
 
O centro que é hoje inaugurado é uma iniciativa da UNICEF e do Ministério da Saúde da Guiné-Bissau e vai funcionar no Hospital de Cumura.
 
Aquela unidade "irá beneficiar de infraestruturas adequadas para o atendimento e tratamento dos casos da desnutrição, de acordo com o Novo Protocolo de Gestão Integrada de Desnutrição Aguda (GIDA)", destaca a UNICEF.
 
Segundo o relatório SMART 2012 (segundo inquérito nacional sobre o estado nutricional), a prevalência de desnutrição crónica em crianças com menos de cinco anos é de 27,4% e a desnutrição aguda atinge 6,5% da mesma faixa etária.
 
LFO // VM - Lusa – Foto Habib Hajji Hussein - EPA
 

ÁFRICA PODE PERDER EM 10 ANOS 20% DOS SEUS ELEFANTES DEVIDO À CAÇA ILEGAL

 


África pode perder 20 por cento da sua população de elefantes nos próximos 10 anos se o nível de caça ilegal no continente se mantiver, revelam dados divulgados hoje no Botsuana.
 
Os dados, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), foram divulgados em Gaborone, onde decorre uma reunião com responsáveis políticos e especialistas para discutir medidas para travar a caça furtiva de elefantes, incentivada por um aumento da procura de marfim na Ásia.
 
John E. Scanlon, secretário-geral da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas, considerou, citado no 'site' do jornal The Guardian, que "a caça furtiva de elefantes em África continua demasiado elevada e poderá levar em breve à extinção em determinadas zonas, se se mantiverem as atuais taxas de matança".
 
"A situação é particularmente grave na África central -- onde a taxa de caça ilegal estimada é o dobro da média do continente", adiantou.
 
O artigo do diário britânico refere que no início do século XX existiam cerca de 10 milhões de elefantes, número que caiu para meio milhão devido à caça ilegal e à perda de habitat.
 
Os números divulgados hoje indicam que em 2012 foram mortos 22.000 elefantes, abaixo do número recorde de 25.000 em 2011.
 
"De 2000 a 2013, o número de movimentos em larga escala do marfim cresceu constantemente em termos de transferências e de quantidade comercializada ilegalmente. 2013 já representa um aumento de 20 por cento em relação ao pico anterior em 2011, estamos extremamente preocupados", declarou Tom Milliken, especialista em tráfico de marfim da organização Traffic.
 
Organizada pelo Governo do Botsuana e pela UICN, a conferência termina na quarta-feira.
 
Lusa
 

Ucrânia: A EUROPA DEVE APOIAR OS MANIFESTANTES

 

Le Monde, Paris – Presseurop – imagem AFP
 
Depois da cimeira sobre a Parceria Oriental que se realizou em Vílnius, centenas de milhares de ucranianos demonstram, em todo o país, o seu empenhamento na Europa. A UE deve mostrar-se à altura e incarnar esse ideal de liberdade, defende o jornal “Le Monde”.
 
 
Nos tempos que correm, as demonstrações de amor pela União Europeia (UE) são suficientemente raras para merecerem alguma reflexão. Absorvida pela crise da dívida, pela luta pelo crescimento e contra o desemprego, pela ascensão dos populismos e pela gestão do seu alargamento, a União esqueceu-se de que continua a ser uma espantosa força de atração. Para os povos que não beneficiam de um Estado de direito, a Europa simboliza a esperança de liberdade, de democracia e de modernidade.
 
É esta a mensagem que nos dirigem dezenas de milhares de ucranianos que, dia após dia, se manifestam nas praças de Kiev e de outras cidades do país. A cólera dos ucranianos pró-europeus aumenta de dia para dia, desde que, em 21 de novembro, o seu Presidente, Viktor Yanukovych, suspendeu bruscamente as negociações do acordo de associação com a UE, uma semana antes da sua assinatura.
 
Revolução inacabada
 
O Governo de Kiev não se esforça muito por esconder o papel desempenhado pela Rússia nessa viragem: no domingo, o primeiro-ministro anunciou a viagem de Yanukovych a Moscovo, nos próximos dias, para discutir um “roteiro de cooperação”. As manifestações massivas em Kiev e no oeste da Ucrânia, bem como a ausência de manifestações de apoio ao Presidente na zona oriental russófona do país, mostram que, para muitos ucranianos, a cooperação deve ser estabelecida com a UE, e não com o grande vizinho de Leste.
 
Contudo, [em 1 de dezembro], na “Praça da Europa”, em Kiev, as bandeiras com o anel de estrelas da UE foram substituídas pelas bandeiras azuis e amarelas da Ucrânia. A reivindicação europeia foi o catalisador de um movimento mais profundo, em favor da mudança de regime. A “revolução laranja” de 2004 foi uma revolução inacabada.
 
A Ucrânia parou a meio do caminho: o Estado, pseudo-democrático, entregou-se a uma corrupção de caráter sistémico, e a economia, não reestruturada, afundou-se implacavelmente. Os manifestantes de 2013 querem reformas e um Estado transparente e democrático. Um Estado europeu.
 
A batalha de Kiev
 
O que pode fazer a UE? Nem salvar a economia ucraniana, nem derrubar o poder. Mas deve, evidentemente, manter a proposta de acordo de associação. Deve ainda, pela voz dos dirigentes de Bruxelas e dos grandes Estados-membros, há demasiado tempo cegos ao que está em jogo na batalha de Kiev, declarar alto e bom som que apoia as aspirações europeias pacíficas do povo ucraniano.
 
No entanto, é claro que Yanukovych não é o interlocutor mais indicado. No domingo à noite, o presidente do Parlamento ucraniano colocou a hipótese de uma mesa redonda que reunisse representantes do poder e da oposição.
 
Essa ideia, que teve um acolhimento favorável em Varsóvia – onde, em 1989, a fórmula da mesa redonda permitiu ao Solidarnosc negociar o abandono do comunismo –, deve ser incentivada.
 
Em agosto de 1991, preocupado com a estabilidade, o Presidente George Bush pai deslocou-se a Kiev para pedir aos ucranianos que renunciassem ao sonho da independência e continuassem no seio da URSS. Quatro meses depois, a URSS já não existia. Não repitamos o mesmo erro. A Europa não deve, e não pode, perder esta batalha.
 
Visto de Lviv
 
Viva a Eurorevolução!
 
Na noite do dia 30 de novembro e no dia seguinte, as forças da ordem, também conhecidas por “Berkouts”, estiveram envolvidas em violentos confrontos com os manifestantes. Foram registados umas dezenas de feridos, incluindo vários jornalistas. O diário ucraniano de Lviv, Vissoki Zamok, afirma: nove anos após a Revolução Laranja, a “Eurorevolução” começou:
 
É absolutamente simbólico que, no dia 1 de dezembro, data que marca o aniversário do referendo a favor da independência organizada há vinte anos, a Ucrânia seja novamente palco de manifestações à escala nacional, em nome da sua soberania, dos direitos dos seus cidadãos e do seu futuro europeu.
 
Segundo o Vissoki Zamok, alguns dos contestatários mais violentos são provocadores que trabalham para o Governo, “recebendo 250 dólares por dia” para semear a desordem e degradar os edifícios públicos para desacreditar o movimento.
 
No entanto, o Vissoki Zamok conclui:
 
[Yanukovych] ficou sem nenhuma saída depois do fiasco de sexta-feira em Vílnius e do sábado sangrento em Kiev.
 
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PUTIN DIZ QUE PROTESTOS NA UCRÂNIA QUEREM ABALAR GOVERNO LEGÍTIMO

 

Deutsche Welle
 
Enquanto maiores manifestações desde a Revolução Laranja atingem ápice com bloqueio à sede do governo em Kiev, presidente russo chama movimento de "pogrom" e afirma que não tem relação com o "não" de Yanukovytch à UE.
 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira (02/12) que os protestos na vizinha Ucrânia, que atingiram seu ápice nos últimos dias, são uma tentativa de "abalar um governo legítimo" e que não representam uma revolução.
 
Nesta segunda-feira, milhares bloquearam os acessos a prédios do governo em Kiev. A prefeitura está ocupada desde a noite de domingo. A oposição convocou uma greve geral em todo o país e pediu aos manifestantes que continuem no centro da cidade até a renúncia do presidente Viktor Yanukovytch.
 
"Isso me lembra mais um pogrom do que uma revolução", declarou Putin durante visita a Armênia, usando um terro em russo geralmente empregado para se referir a atos em massa de violência premeditada. "Trata-se de uma ação bem planejada e têm pouco a ver com as relações entre a Ucrânia e a UE."
 
A irritação dos ucranianos pró-europeus atingiu seu nível máximo há cerca de dez dias, depois que Yanukovytch suspendeu um planejado acordo de associação com a União Europeia, sob pressão da Rússia.
 
Durante a madrugada desta segunda-feira, cerca de 10 mil manifestantes permaneceram na Praça da Independência, no centro da cidade, onde foi erguido um acampamento. Em torno da sede do governo, carros com as bandeiras da UE e da Ucrânia interditavam as ruas. Os manifestantes exigem a renúncia de Yanukovytch e do primeiro-ministro Mykola Azarov, gritando frases como "cadeia para Azarov" e "viva a Ucrânia".

Líderes oposicionistas se revezavam em discursos num palco em frente à praça. O presidente do partido oposicionista Udar, o campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, chamou os manifestantes a continuarem ocupando o bairro governamental até a renúncia de Yanukovych.
 
"Precisamos mobilizar todos no país", apelou. Ele anunciou para esta terça-feira a votação de uma moção de censura contra Azarov pelo Parlamento ucraniano.
 
Uma comissão do Parlamento recomendou nesta segunda-feira que os deputados votem pela destituição de Azarov, segundo relatos da imprensa local. Entretanto, o Partido das Regiões, a que pertence Azarov, se mostrou confiante de que os opositores não conseguirão reunir a quantidade necessária de votos para a queda do premiê, homem de confiança de Yanukovytch.
 
Apelo contra a violência
 
No domingo, cerca de 150 mil pessoas se reuniram na Praça da Independência − segundo estimativa da polícia −, apesar da proibição de manifestações no centro da cidade. A oposição calculou o número de participantes em meio milhão.
 
O maior protesto desde a Revolução Laranja, em 2004, decorreu, em grande parte, de forma pacífica. Em confrontos isolados com a polícia, manifestantes encapuzados atiraram pedras e coquetéis molotov contra as forças de segurança, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo. Segundo dados oficiais, pelo menos 260 pessoas, de ambos os lados, ficaram feridas.
 
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, apelou para que o governo ucraniano não use de violência contra manifestantes pacíficos e pediu que Yanukovytch faça "todo o possível para proteger a liberdade de expressão o direito a manifestações ". O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse que os protestos enviam "uma mensagem muito clara". "É de se esperar que Yanukovytch escute esta mensagem", ressaltou, acrescentando que a Alemanha continua disposta a assinar o acordo de associação com a UE, suspenso pela Ucrânia.
 
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou, durante visita a Berlim, que os protestos se devem à frustração de muitos ucranianos, "que veem seu futuro na Europa".
 
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, apelou para que ambos os lados não recorram à violência e pediu que a liderança ucraniana respeite as liberdades de expressão e de manifestação. Os ministros do Exterior da Polônia, Radoslaw Sikorski, e da Suécia, Carl Bildt, expressarem, em uma declaração conjunta, solidariedade aos manifestantes.
 
MD/afp/dpa/efe/rtr – Edição: Rafael Plaisant
 
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Opinião: UCRÂNIA, ENTRE O SONHO DEMOCRÁTICO E O PESADELO AUTORITÁRIO

 

Deutsche Welle
 
Ucranianos deixaram claro nos protestos que não aceitam ficar calados. Mas agora não se trata mais só da aproximação com a UE, como também da própria democracia no país, opina o chefe da redação ucraniana, Bernd Johann.
 
A Ucrânia não vivia uma onda de protestos dessa magnitude desde a chamada Revolução Laranja. Na época, então inverno europeu de 2004, a população tomou as ruas em nome da democracia e do futuro do país.
 
Agora os ucranianos voltam a se manifestar – novamente por democracia e pelo futuro de sua terra. E de novo um homem está no centro dos acontecimentos: Viktor Yanukovytch. Assim como antes, está nas mãos dele decidir se a Ucrânia vai continuar sendo uma democracia ou se vai se tornar um Estado autoritário.
 
Em 2004, as pessoas protestaram contra Yanukovytch porque ele queria ser presidente e, para isso, mandou fraudar eleições. Hoje ele é presidente da Ucrânia. E os ucranianos protestam porque perderam a confiança nas intenções dele de levar o país em direção à Europa. E por temerem que Yanukovytch possa tirar deles não só a perspectiva europeia, como também a democracia.
 
Neste domingo (1º/12), mais de 200 mil ucranianos tomaram as ruas da capital, Kiev, para protestar contra o governo e o presidente. Os manifestantes eram provenientes de todas as partes do país. Eram estudantes e trabalhadores, mas também idosos e famílias com crianças, que foram às ruas apesar dos receios de violência.
 
De forma impressionante, eles deixaram claro que não ficarão calados diante de um governo e um presidente que, inesperadamente, congelou a tão aguardada associação do país à União Europeia e, em vez dela, anunciou uma cooperação ainda mais estreita com a Rússia.
 
Os protestos contra a decisão já vêm acontecendo há dias. O sonho europeu de democracia e prosperidade foi momentaneamente frustrado e poderá até acabar em pesadelo: a repressão estatal nos mesmos moldes de seus vizinhos autoritários, Rússia e Belarus.
 
Sinais desse pesadelo puderam ser vistos nos eventos assustadores da madrugada de sábado em Kiev, quando forças especiais do Ministério do Interior investiram com extrema brutalidade e sem aviso prévio contra os manifestantes pacíficos pró-Europa.
 
Os ucranianos estão familiarizados, através da imprensa, com os abusos policiais em Moscou e em Minsk. Mas em seu próprio país nada disso acontecia desde a Revolução Laranja. Na capital é raro passar uma semana sem que ocorra algum protesto ou manifestação. Os ucranianos se acostumaram a exercer seu direito de reunião de um modo criativo e colorido.
 
Mas justamente agora que decisões sobre questões tão importantes como a adesão à UE estão por um fio – decisões que afetam a vida de todos – a polícia os reprime com seu cassetetes.
 
Essa poderá ser uma virada política que a opinião pública pode não estar disposta a aceitar. As manifestações em Kiev deixaram bem claro que os ucranianos se recusam a se calar. Até então, os protestos na capital eram principalmente contra a decisão de congelar as conversações com a UE. Mas, após o aumento da violência contra as manifestações pacíficas, o movimento ganhou novo ímpeto. O clamor popular não é mais apenas sobre a política externa, agora é também pela renúncia do presidente e de seu governo.
 
A oposição, que há anos luta em vão por mudanças na política em Kiev, sai fortalecida dos protestos. E as manifestações deverão continuar. Até o momento ainda não se sabe como os líderes vão reagir. Yanukovytch enfrenta pressões enormes, e os protestos contagiam até membros de suas fileiras. Alguns integrantes do seu partido já abandonaram a legenda. Seu chefe de gabinete também renunciou ao cargo.
 
Durante a Revolução Laranja, em 2004, Yanukovytch acatou a voz das ruas após longo período de hesitação. Agora ele está novamente diante de uma decisão: o presidente continuará ou não a respeitar os direitos de liberdade de expressão e de reunião? Como ele reagirá aos apelos para que renuncie?
 
Essas são as perguntas que ele precisa agora responder aos ucranianos. E, com elas, responderá também se o sonho europeu vai se tornar realidade ou se resultará no pesadelo de um Estado autoritário que jamais poderá pertencer à Europa.
 
Autoria: Bernd Johann (rc) – Edição: Rafael Plaisant
 

Primeiro-ministro da Ucrânia diz que protestos na capital estão descontrolados

 

Jornal de Notícias
 
O primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, afirmou esta segunda-feira que os protestos na capital, Kiev, estão "descontrolados" e responsabilizou as forças políticas da oposição por aquilo que disse assemelhar-se a "um golpe de Estado".
 
Azarov disse que o Governo "tem informação de que está a ser preparado um assalto ao edifício do parlamento", numa reunião que manteve hoje em Kiev com os embaixadores da União Europeia, Estados Unidos e Canadá na Ucrânia, segundo relataram meios de comunicação locais.
 
"Agora, a situação mudou. Por um lado, não retiramos a responsabilidade às forças de segurança, mas por outro, os políticos que se associaram a estas ações radicalizaram a situação", sustentou o governante.
 
Azarov acrescentou que as ações de protesto -- exigindo eleições antecipadas para a presidência e para o governo do país - passaram de reunir multidões a serem "descontroladas", ou "melhor, dirigidas por determinadas forças políticas", que "têm a ideia de que se pode reverter a ordem estabelecida".
 
"Isto tem todos os sinais de um golpe de Estado. É muito grave. Nós demonstramos paciência, mas queríamos que os nossos parceiros não sentissem que há permissividade", disse.
 
O primeiro-ministro disse que "para alcançar esses objetivos, recorrem a métodos totalmente ilegais: instam pessoas a assaltar edifícios oficiais, a bloquear o trabalho das instituições e fazem ultimatos", acrescentando: "Este caminho não leva a qualquer parte".
 
Azarov referia-se aos incidentes ocorridos este domingo, quando grupos descontrolados trataram de assaltar o complexo presidencial, enquanto outro grupo ocupava o edifício da câmara da capital, enquanto decorria a maior manifestação dos últimos dias.
 
O governante pediu a ajuda dos embaixadores para que os respetivos países influenciem os líderes da oposição para que os manifestantes não utilizem a força.
 
O chefe do governo ucraniano revelou ainda que o responsável da polícia de Kiev foi demitido pela violenta ação de despejo dos manifestantes acampados na praça da Independência na madrugada de sábado.
 
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu hoje que as manifestações na Ucrânia não são uma revolução, mas um massacre.
 
Putin acreditam que as ações de protesto - motivadas, de acordo com a oposição, pela recusa do Presidente ucraniano de assinar um Acordo de Associação com a União Europeia, optando pela ajuda financeira oferecida por Moscovo -, "têm pouca a ver com as relações entre a Ucrânia e a EU" e obedecem a interesses de quem "quer agitar os processos políticos internos".
 
"Trata-se de uma ação bem planeada de antemão", preparada com vista às eleições presidenciais de 2015, defendeu o Presidente russo, que manifestou esperança que a situação em Kiev se estabilize, afirmando que a Rússia "apoiará qualquer eleição na Ucrânia, seja qual for".
 
O protesto de domingo em Kiev contou com a participação de mais de 100 mil ucranianos, naquele que foi considerado pela oposição como o maior protesto ocorrido no país desde a Revolução Laranja de 2004.
 
Cerca de 100 polícias e 50 manifestantes ficaram feridos nos confrontos que se registaram depois de a polícia ter procurado dispersar cerca de mil manifestantes no sábado da Praça da Independência, causando mais de 30 feridos, o que levou à demissão do chefe da polícia de Kiev.
 
Na noite de sábado, uma ordem judicial proibiu manifestações na Praça da Independência e nas suas imediações até 07 de janeiro.
 
Foto Vassily Mxssimov - AFP
 
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