sábado, 7 de maio de 2011

AL QAEDA JURA VINGAR A MORTE DO SEU LÍDER




DAVID USBORNE – THE INDEPENDENTE – PÁGINA 12 – CARTA MAIOR

Além de servir como uma advertência a Washington, a declaração divulgada na sexta-feira foi dirigida também para conclamar os seguidores da Al Qaeda a levantarem-se, sobretudo no Paquistão, onde Bin Laden foi encontrado e morto. A confirmação da morte parece prenunciar a indicação de um sucessor para a liderança da organização. O seu número dois, o egípcio Ayman al Zawahari, é mencionado como provável candidato. A difusão do comunicado coincidiu com protestos contra os Estados Unidos no Paquistão e em outras nações de maioria muçulmana.

A Al Qaeda confirmou a morte de Osama bin Laden na sexta-feira, anunciando que se vingaria dos Estados Unidos e de seus aliados e que levariam adiante sua campanha de terror. Um texto, publicado na internet, com data de 3 de maio, da “liderança geral” do grupo, dizia que o “sangue do nosso combatente sagrado e santo xeque Osama bin Laden, Alá o bendiga, é precioso para nós e para todos os muçulmanos e não terá sido derramado em vão”. E acrescenta: “Seguiremos sendo, se Alá o Todo poderoso assim o quiser, uma maldição a perseguir os estadunidenses e seus agentes, seguindo-os dentro e fora de seus países”.

A confirmação da morte de Bin Laden parece prenunciar a indicação de um sucessor para a liderança da organização. O seu número dois, o egípcio Ayman al Zawahari, é mencionado como provável candidato. A difusão do comunicado coincidiu com protestos contra os Estados Unidos no Paquistão, país onde morreu Bin Laden, e em outras nações de maioria muçulmana, entre elas uma que reuniu cerca de mil pessoas na cidade onde foi abatido o líder da Al Qaeda.

Além de servir como uma advertência a Washington, a declaração foi dirigida também para conclamar os seguidores da Al Qaeda a levantarem-se, sobretudo no Paquistão, onde Bin Laden foi encontrado e morto. Ironicamente, porém, isso pode ser vantajoso para os EUA, já que o exime da necessidade de publicar as fotos do líder terrorista morto para calar as teorias da conspiração que afirmam que ele ainda está vivo.

Enquanto a morte do responsável pelo 11 de setembro e outras atrocidades continuava repercutindo ao redor do mundo, os funcionários dos EUA disseram que uma primeira análise dos dados de inteligência apreendidos na casa onde estava Bin Laden demonstram que, longe de ser somente uma figura decorativa da Al Qaeda, ele estava envolvido pessoalmente em tramar novos planos contra os EUA, incluindo um para atacar trens, possivelmente no 10° aniversário do ataque das Torres Gêmeas em setembro.

Também na sexta-feira surgiram novos detalhes sobre a vigilância do complexo Abbottabad desde que foi identificado pela primeira vez como um possível refúgio da Al Qaeda, em agosto passado. Os funcionários dos EUA revelaram que agentes e informantes da CIA inspecionaram a estrutura de três pisos e seus terrenos durante meses, desde uma casa próxima, usando lentes especiais e aparelhos de escuta d elongo alcance. Ao mesmo tempo, a casa estava sob vigilância de satélite.

Mesmo quando o presidente Barack Obama deu a ordem há uma semana para enviar os Seals, os funcionários de inteligência dos EUA não estavam absolutamente seguros de que Osama bin Laden encontrava-se dentro da residência. Durante meses, a CIA havia visto um homem alto que, durante vinte minutos ou mais, caminhava dentro do jardim do complexo.

Equipes de especialistas investigarão durante meses os dados recolhidos no complexo, traduzindo do árabe para o inglês e tratando, antes de mais nada, de identificar qualquer evidência de ataques pendentes contra os EUA. Os funcionários disseram que a possibilidade de um ataque a um trem era uma das primeiras descobertas, ainda que não acreditem que tenha sido alguma vez aprovado por Bin Laden ou sequer planejado.

A indicação de que Bin Laden seguia envolvido em potenciais complôs durante os últimos anos, a partir do interior do complexo, contradiz aqueles que sustentaram que ele havia desaparecido de cena como líder da Al Qaeda. “Não era só uma figura decorativa”, disse ao The New York Times um funcionário estadunidense já informado das primeiras descobertas. “Ele seguia planejando e sugerindo ideias sobre possíveis alvos de atentados aos outros importantes líderes da Al Qaeda”.

Quanto às razões pelas quais Bin Laden escolheu Abbottabad, uma cidade de quartéis do exército paquistanês, duas horas ao norte de Islamabad, para assentar sua base, os funcionários dos EUA supõe que era para escapar dos perigos de ataques dos aviões não tripulados dos EUA que voavam sobre a fronteira das áreas tribais.

Em sua declaração, a Al Qaeda indicou que está se preparando para divulgar uma gravação de Bin Laden feita nos dias anteriores a sua morte. Na vingança que promete contra os estadunidenses, a declaração diz: “Sua felicidade se converterá em dor e seu sangue se mesclará com suas lágrimas”.

Bombas caseiras feitas com canos, carros bomba, um homem armado somente: os funcionários de inteligência ocidentais disseram sexta-feira que estão vendo cada vez mais conversa na internet e por telefone sobre pequenos ataques terroristas em menor escala para vingar a morte do cérebro de 11 de setembro, Osama bin Laden.

Enquanto isso, mais de cem manifestantes se reuniram sexta-feira em frente à embaixada dos EUA em Londres gritando: “EUA, pagarão” e advertindo sobre os ataques vingadores. Os funcionários de segurança europeus dizem que não há um plano específico que justifique elevar o nível de ameaça. Mas um de seus maiores temores é a possibilidade de um ataque estilo Mumbai, como a matança de 2008 na qual morreram 166 pessoas, paralisando a capital financeira da Índia durante dias.

O clérigo Anjem Choudary, que ajudou a organizar a manifestação em frente à embaixada dos EUA, disse que os ataques vingadores na Inglaterra e no exterior eram prováveis pela importância de Bin Laden para a Al Qaeda.

Tradução: Katarina Peixoto

ASEAN - NO DEAL YET ON TIMOR LESTE INCLUSION




Dina Indrasafitri - The Jakarta Post – 07 may 2011

Indonesian efforts to push for the immediate inclusion of Timor Leste into ASEAN has hit a wall as the grouping’s meeting of foreign ministers on Friday failed to reach a consensus.
Indonesian Foreign Minister Marty Natalegawa said after the meeting that there was an agreement to escalate the matter to the ASEAN heads of state.

He said the matter was not discussed “in detail but merely in a procedural manner”.

Marty’s tone following the meeting contrasted with his statements earlier that “Indonesia believes Timor Leste should become a member now”.

Dili’s application, lodged in March, was circulated by Indonesia to the nine other ASEAN member states, recommending the matter be given “urgent attention”.

However, there are reports Singapore is opposed to the proposal although Indonesian Foreign Ministry Director General for ASEAN Cooperation Djauhari Oratmangun said most ASEAN member states supported the idea.

However, under ASEAN’s decision-making structure, a proposal has to have unanimous support.

“I doubt we can accept Timor Leste [into ASEAN] this year,” Djauhari said.

While various reason have been stated for not admitting Timor Leste, the main concern is that the newly independent state remains too weak to contribute to ASEAN community building, while possibly widening the gap among ASEAN countries and stalling the vision of an integrated ASEAN by 2015.

The development gap among ASEAN member states would worsen if Timor Leste joins the grouping, experts claim.

Gadjah Mada University regional economic scholar Mudrajad Kuncoro said Thursday that a wide developmental gap already existed among member states, irrespective of the presence of Timor Leste.

There are also reports the newer ASEAN members have reservations about including Timor Leste.

Cambodia, Laos and Myanmar are reported to be worried about the likely diversion of aid if Timor Leste joins, while Vietnam is said to believe that an ASEAN weakened or made irrelevant by the inclusion of a country viewed as being on the brink of instability would mean the region by default would be drawn into China’s sphere of influence.

Ranked 162nd on the UN Development Programme’s 2009 Human Development Index, Timor Leste requires massive assistance.

Marty earlier said the issue of preparedness was relative. “You don’t want to be overly perfect because in then we will not get things done, instead we look at the big picture. Look at the map of Southeast Asia, all 10 ASEAN member countries and Timor Leste.”

He said Timor Leste was geographically part of Southeast Asia.

“If some countries say Timor Leste is not ready economically, they are not there yet, what do they want? Do you want to have a family where everyone is prosperous and someone is looking in from the outside? That’s not a real family.

“The more they’re in need of engagement, the more they should be in the room. So we can build things together, in the sense of ownership and participation. No one is made any weaker because of it,” Marty said.

He said the economies of Cambodia, Laos, Myanmar and Vietnam were also at different levels of development compared to original ASEAN member states, but they had been accepted into the grouping.

“Because they were not ready, we needed them on board so we could grow together. This is a necessary discussion. Indonesia is very strong support of Timor Leste’s admission. Of course it will take time, I don’t know whether it can be done this year, but the discussion continues.”

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GILLARD SET TO REOPEN PNG CAMP FOR REFUGEES




Greg AnsleyNZ Herald – 08 may 2011

Prime Minister Julia Gillard appears ready to dump her plan to build a regional detention centre in East Timor and again send asylum seekers to a camp in Papua New Guinea.

Speculation is growing that the centre on PNG's northern Manus Island established under former Liberal Prime Minister John Howard's "Pacific solution" will be reopened to take asylum seekers from overcrowded facilities on Christmas Island and the mainland.

Gillard has refused to comment directly on the reports, saying discussions were continuing with neighbouring countries and the United Nations High Commissioner for Refugees.

"When I've got something to announce arising from those discussions then I'll announce it."

But the secretary of PNG's Foreign Ministry, Michael Maue, confirmed to the Australian that discussions about a processing centre were under way following a visit to Port Moresby this week by Australian Immigration Department secretary Andrew Metcalfe and Richard Marles, the Parliamentary Secretary for Pacific Island Affairs.

ABC radio has also been told by Manus residents that Australian officials - including a senior officer from the Australian High Commission, others from the Immigration Department and PNG's chief migration officer - flew to the island on Thursday to inspect the former detention centre.

The ABC reported that the officials told local leaders there would be a regional processing centre for asylum seekers on the island, subject to approval by PNG's national executive council.

The Australian further reported that the PNG Cabinet was yesterday to have discussed a formal request by Canberra to either reopen the former centre at Lombrum naval base on Manus, or to build a new facility.

The Manus Island camp and another on Nauru were built by the Howard Government to deny asylum seekers access to Australian courts and operated from 2001 to 2004.

The offshore centres were a key element in Howard's tough line against boats sailing from Indonesia, which also involved a new facility on Christmas Island - still in use and overcrowded - mainland outback camps, and the legal excising of numerous islands from Australian migration law.

During the term of the controversial "Pacific solution" the boatloads of asylum seekers ended and did not resume until Labor overturned its most draconian elements after winning power in 2007.

Since then the number of people risking the dangerous journey from Indonesia has again soared, overtaxing facilities and emerging as a serious political issue for Gillard's embattled minority Government.

Yesterday, as the patrol boat HMAS Launceston intercepted another boat carrying 63 people off Western Australia's northern coast, Gillard was facing further embarrassment as it appeared she was preparing to adopt part of a policy Labor had previously condemned as inhumane.

Gillard insists the Government will only pursue a "regional solution" in a country that is a signatory to the UN convention on refugees, as is PNG.

Nauru's failure to sign the convention was one reason why Gillard refused to consider Opposition calls to reopen the facility Howard built on the island.

But Opposition Leader Tony Abbott said Nauru as well as Manus would be needed in a package of measures that should also include the return of Howard's restricted temporary protection visas.

"[Howard's] was a much more comprehensive policy than that which the Government is now inching towards."

He said Shadow Immigration Minister Scott Morrison had looked at the Nauru detention centre there. It was in good condition and could be reopened within weeks.

Greens leader Bob Brown said the reopening of Manus Island would create huge hardship and punishment for innocent people fleeing persecution.


FM discussion on Timor Leste's bid merely 'procedural': Marty




Dina Indrasafitri - The Jakarta Post – 07 may 2011

ASEAN member country foreign ministers refrained Friday from discussing in detail the matter of Timor Leste’s request to become a member of the organization, Foreign Minister Marty Natalegawa said in Jakarta.He was speaking after the day’s ASEAN Foreign Ministers meeting, carried out prior to the scheduled 18th ASEAN summit.

Indonesia is currently the ASEAN chair and has expressed support toward the acceptance of Timor Leste, which was previously part of Indonesia’s sovereignty.

“There has been an agreement to carry [this matter] to the level of the ASEAN heads of nations for further instruction,” Marty said.

He added that the matter was discussed “not in detail but merely in a procedural manner”.

“This matter should be discussed at a deeper level to gain consensus among ASEAN countries,” Marty said.

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HISTÓRIAS DAS ILHAS SEM LEI




O artigo ilustra o ambiente típico dos "paraísos fiscais", onde mergulham os interesses, por exemplo, do mega especulador George Soros. Soros tem o "Quantum Fund Bank" instalado nas Bahamas e em Curaçao, nas Antilhas Holandesas, frente à costa da Venezuela... A psicologia dos traumas desse tipo de actividades, terá levado Soros à filantropia? Não creio que esse seja um projecto subjectivo, pelo contrário, é suficientemente objectivo para integrar as múltiplas capacidades da CIA. (Martinho Júnior)

Nicholas Shaxson* - Tradução: Daniela Frabasile – Outras Palavras

Bancos de fachada, que movimentam fortunas em cubículos. Operações fechadas em caçadas. Repressão a dissidentes. Assim funcionam os paraísos fiscais.

Em 2009, eu encontrei uma ex-alta funcionária de banco, Beth Krall, para explorar a questão que estava me incomodando: como os banqueiros que abrigam os gângsters ricos e políticos corruptos justificam o que fazem? Nós nos conhecemos em um domingo em Washington. Ele tinha deixado o banco privado e se juntado ao setor não governamental. Vestida em um notável casaco branco e preto, ainda parecia muito uma financista internacional estilosa. Com 47 anos e quase 24 anos em negócios bancários, Krall (nome fictício) ainda estava se acertando com seu passado.

O último posto de Krall num paraíso fiscal fora em Bahamas, um arquipélago com 300 mil habitantes que foi importante “centro offshore” desde a época de ouro do crime organizado norte-americano. Alguns meses antes, um profissional nas ilhas Cayman avisou-me para ter cuidado com minha segurança pessoal, se eu fosse “fazer todas as perguntas” sobre Bahamas. Krall disse que não tinha certeza sobre o que aconteceria a ela se voltasse, já que estava quebrando parcialmente o código de silêncio dos banqueiros privados. “Eu não quero que me ponham sapatos de concreto”, ela me disse sem sorrir. Uma das razões para o medo era algo que a irritava desde o princípio: muitas das pessoas com quem tratava eram membros poderosos da sociedade em seus países.

Krall iniciou-se na atividade bancária logo após a universidade, e trabalhou em diversos bancos antes de se mudar para o Cititrust no Bahamas, onde ela fazia avaliações e contabilidade para os fundos de investimentos.

A partir desse ponto, Krall se recusou a nomear seu empregador. Ela se tornou gerente de relações com clientes com o setor de private banking de uma conhecida instituição em Bahamas. Eles trabalhavam com o que é eufemisticamente conhecido como “bancos dirigidos” (managed banks), ou “bancos-couraça” (shell banks), uma especialidade dos paraísos ficais. Sua atividade real é desenvolvida longe de sua sede, para que possam escapar da supervisão das autoridades.

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 levaram os Estados Unidos a legislar contra os “bancos-couraça”. Agora, um banco no Bahamas deve manter lá dois diretores e apresentar seus livros e registros, para operar. “Isso significa que uma instituição, instalada talvez num quarto ou suíte de um prédio, onde trabalham duas pessoas, pode ser considerado um banco agora”, diz Krall. Ela me passou o site de uma companhia com base em Bahamas onde se podia perceber exatamente isso: a aparência de um banco verdadeiro – incluindo dois diretores e um local para guardar os registros. Tal configuração torna o “banco” quase comuns, mas continua a manter as autoridades à margem.

Krall mudou-se para um grande banco europeu, novamente como gerente de relações com clientes – de fato, como alguém que encontra clientes ricos e os mantém felizes. Em busca de negócios, dirigia-se frequentemente para América Latina. “Nos formulários de imigração, você deveria escrever que estava viajando por prazer, enquanto sua bagagem estava cheia de roupas de trabalho e avaliações de portfólio, ou materiais de promoção e apresentações explicando as vantagens de depositar dinheiro em Bahamas”. O nome do cliente não aparecia no portfólio: na verdade, o banco nem o registraria na conta. Às vezes, era enervante passar pelos aeroportos, mas ela nunca foi questionada.

Apesar do crescimento de suas dúvidas, Krall acabou trabalhando para uma agência de um private bank suíco em Bahamas. Era um banco comum, e foi o único onde ela realmente viu uma pasta cheia de dinheiro. “Meu banco nunca teve um cliente que entrasse pela porta”, conta ela. “Os gerentes iam, com os clientes, a grandes viagens de caça, ou para o balé em Budapeste. Era onde tudo acontecia”.

Seus colegas eram aclamados por antigos círculos aristocáticos europeus. Enquanto Krall era perfeita em seu trabalho e tinha relações profissionais próximas com os maiores advogados, gerentes e outros, uma lacuna permanecia aberta. “Eles iam a festas com a realeza, com embaixadores”, diz ela. “Eu não estava no círculo”.

Naquele momento, as leis de Bahamas estavam sendo um pouco reforçadas, seguindo uma débil regulação global, e ela foi deslocada no banco, para trabalhar como supervisora. Nessa época, banqueiros que atuavam em paraísos fiscais fizeram uma grande apresentação de suas regras sobre como avaliar clientes, a fim de manter distância do dinheiro “ruim”. Os depositantes teriam que fornecer uma cópia certificada do passaporte, por exemplo, e declarar a origem do dinheiro. As jurisdições como as de Bahamas e das ilhas Cayman colocaram tais requerimentos em seus estatutos, e os bancos empregaram oficiais de confiança como Krall para reforçar isso. Pelo menos, era a teoria. Mas existem muitas maneiras de contornar essas restrições.

Krall deveria verificar movimentos suspeitos nas contas – e existiam muitos. Ela ergueu muitas bandeiras vermelhas. “Eles [os gerentes] diziam que eram comissões”. Seriam subornos? Comissões sobre o quê? “Eu voltava, e nunca tinha respostas”. Uma empresa da Suíça que tinha uma relação com o banco de Krall não dispunha quase nada em seu website, exceto algumas fotos de uma bonita fonte em Genebra. “As bobagens que eles nos traziam eram inacreditáveis. De forma alguma um administrador deveria aceitar isso. Você não tinha ideia de quem eram os fundadores, que recursos estavam sendo depositados ou de onde vinham. Eu fiz forte objeção, mas o banco os aceitou”.

Há algo nas ilhas que constrange os dissidentes. Em uma ilha-“aquário”, você não pode se esconder. A capacidade de manter um consenso estabelecido e de sufocar encrenqueiros faz com que uma ilha seja especialmente acolhedora para finanças offshore. Isso garantia aos aos financiadores internacionais que os estabelecimentos locais eram de confiança e não deixariam que políticas democráticas intervissem nos negócios.

John Christensen, antigo conselheiro da ilha de Jersey, que se tornou um dissidente, conta ter deparado com atitudes de extrema direita, quando ele voltou à sua ilha nativa em 1986, após trabalhar no exterior como economista do desenvolvimento. Foi o ano em que se deu o “Big Bang” da desregulação fiscal de Londres, e ele encontrou o paraíso fiscal em crescimento espetacular. Velhas casas, lojas de turistas e mercados na bela capital de Jersey, St. Helier, estavam sendo derrubados e substituídos por bancos, edifícios comerciais, estacionamentos e wine bars. Foi a uma agência de empregos e lhe disseram que poderia encontrar o emprego que quisesse. No dia seguinte, recebeu três ofertas. No trabalho, logo ficou ciente de práticas como reinvoicing, na qual parceiros de uma transação fechavam um preço e registravam oficialmente outro, a fim de transferir secretamente o dinheiro para fora das fronteiras.

Quando a entrada rios de dinheiro em Jersey tornou-se uma tendência clara, Jonh expressou seu mal-estar sobre as origens dos recursos, em parte provenientes da África, mas suas observações foram desprezadas.

A concentração de atitudes extremistas em Jersey era auto-reforçada, como Christensen explica. “A maioria das pessoas de esquerda, como eu, se foi”, disse ele. “Quase todos os meus amigos de escola deixaram Jersey para ir à universidade, e quase nenhum voltou. Eu não posso dizer quão sombrio pareceu”. Ele quase saiu de Jersey, mas o pesquisador acadêmico Mark Hampton, que estava montando um quadro para entender os paraísos fiscais, o convenceu de quanto era importante entender o sistema de dentro. “Eu fui encoberto”, disse Christensen, “não para limpar a barra de indivíduos ou empresas, mas porque não era capaz de entender – assim como nenhum dos acadêmicos com quem conversei podia. Não havia literatura útil para isso”.

Jersey é povoada de redes secretas de elite, tipicamente ligadas ao setor financeiro. Após ser nomeado conselheiro financeiro em 1987, Christensen descobriu que muitas pessoas que o procuravam queriam que ele se juntasse à sua loja maçônica, e o cumprimentavam com o sinal secreto. “A atitude deles é muito parecido com a de uma turma de garotos: ou você é um de nós, ou está contra nós”, continuou ele. “Isso significa que eles podem confiar que você fará a coisa certa sem que digam – um significado traiçoeiro da palavra ‘confiança’”.

Elites não-submetidas a controle são sempre irresponsáveis, eu senti o gosto da governança bolorenta de Jersey no primeiro dia de uma visita em março de 2009. O Jersey Evening Post, jornal local, publicou na primeira página uma manchete que dizia “Estados em carnificina”, em referência à Assembleia do Estado, o parlamento de Jersey. “A Assembleia pareceu-se a um pátio de escola ontem, com linguagem suja e insultos pessoais trocados”, dizia o artigo. O Senador Stuart Syvret, um político popular, apesar de controverso, queixou-se na assembléia que o ministro da Saúde estava sussurando em seu ouvido”.

Syvret, segundo o jornal, levantou-se e disse: “Sinto muito por interromper o ministro. Mas à minha direita, o Senador Perchard, está dizendo em minha orelha ‘Você está cheio de merda, por que se merdas, seu bastardo?” O Senador Perchard respondeu: “eu nego totalmente. Estou cheio das alegações desse homem”. A BBC, que estava transmitindo a reunião ao vivo, teve que se desculpar pela linguagem.

Syvret tem sido uma vítima regular dos esforços para suprimir os dissidentes. “Qualquer figura contra o establishment aqui está marcada” diz Syvret. “Há um clima de medo. Qualquer um que se atreva a discordar é contrário a Jersey, um inimigo da ilha. Você é um traidor, desleal. Há toda uma conduta stalinista”. Algumas semanas após a minha visita, oito policiais prenderam Syvret e o mantiveram detido por sete horas, enquanto saqueavam sua casa e arquivos pessoais, incluindo seu computador.

Em outubro de 2009, acusado de vazar um relatório policial sobre a conduta de uma enfermeira, Syvret foi para Londres e pediu asilo na Câmara dos Comuns, dizendo que não teria um julgamento justo em Jersey. Um membro do parlamento britânico, John Hemming, um liberal democrata, abrigou-o em seu apartamento, declarando que “nós não permitiremos que ele seja extraditado, para ser processado em uma corte que não obedece as normas judiciais”. Quando Syvret voltou, em março de 2010, para concorrer às eleições, foi detido no aeroporto. “Essa é uma sociedade sem Estado de direito, governada por uma oligarquia”, disse Syvret: “É um Estado de partido único, e tem sido assim há séculos”.

Na linda costa de Jersey, eu me encontrei com John Heys, um guia turístico do mundialmente famoso zoológico Durrell, e seu amigo Maurice Merhet, um pintor aposentado e criador de porcos. Os dois se tinham manifestado – em cartas ao Jersey Evening Post e em outros foruns — e classificados, publica e regularmente, como traidores. Os dois descreveram o mesmo clima que Syvret havia pintado: o medo de serem demitidos de um emprego, de nunca chegarem a lugar nenhum, de serem colocados na lista negra.

Heys mostrou-me o e-mail que um ministro enviara como resposta a um dissidente, seu amigo, que apontara, em uma mensagem de Natal atrevida, as enormes quantias depositadas em Jersey, em meio à pobreza mundial. O ministro respondeu: “Olá, traidor, Por favor evite me mandar seu lixo não solicitado… Estou surpreso por você ainda ter decidido viver nessa ilha ‘paraíso fiscal’… Se é tão ruim assim, porque você não parte para viver em outro lugar … Boa viagem, eu diria… mas talvez não por que você tem uma vida muito boa aqui, sem dúvida talvez financiado por bancos e sua hipoteca… É verdade que minha família vive em Jersey há muitas gerações e eu tenho muito orgulho disse, mas ouvir traidores idiotas como você me deixa furioso. Eu não teria a ousadia de te desejar feliz Natal, na realidade eu espero que você continue vivendo sua existência miserável em seu mundo de traição”.

Em uma noite em 1996, perto do fim de seu período em Jersey, Christensen abriu os livros para um repórter do Wall Street Journal, que estava investigando uma alegada fraude envolvendo investidores norte-americanos e um banco suíço. A história, intitulada “Risco offshore: ilha de Jersey já não é um paraíso para os investidores”, foi matéria de capa vários meses depois. A indústria financeira e os políticos de Jersey entraram em espasmo. Essa foi uma das únicas vezes que o setor financeiro da ilha, supostamente limpo e bem regulamentado, foi contestado em um jornal sério. O final do artigo citava um antigo funcionário público. Todos em Jersey tinham certeza de que era Christensen. Ele sabia que, ao falar com o jornalista, tinha efetivamente se demitido.

As instituições financeiras podem tirar vantagens da insularidade, timidez e miopia moral, mas o ethos do establishment de Jersey deriva, enfim, dos paraísos fiscais e seus controladores – não de alguma idiossincrasia dailha. A repressão offshore pode acontecer também em grandes jurisdições. Rudolf Elmer, um banqueiro suíço que trabalhou em bancos em diversos paraísos fiscais antes de denunciar fatos da corrupção que presenciou, sentiu a mesma pressão na Suíça, um país com oito milhões de habitantes.

*Nicholas Shaxson, escritor e jornalista, é autor de Treasure Islands: Tax Havens and the Men who Stole the World [“Ilhas do Tesouro: Paraísos Fiscais e os Homens que Roubaram o Mundo”], ainda sem edição em português. Este texto é um extrato de seu livro

OBAMA PERDEU A CAPACIDADE DE CONTAR UMA HISTÓRIA CONVINCENTE




OPERA MUNDI

A primeira imagem que muitos norte-americanos tiveram de Barack Obama foi a de um grande contador de histórias. Seu discurso de 2004 no Comitê Nacional Democrata foi de uma oratória memorável, que associou sua narrativa pessoal complexa, multirracial, de costa a costa, internacional, a uma identidade nacional mais ampla - que ele descreveu afirmando: "Em nenhum outro país da Terra minha história é possível."

Quatro anos depois, a campanha de 2008 "Obama for America" fez história retórica repetidamente com o discurso "Yes We Can" (Sim, nós podemos) em New Hampshire, o discurso racial "More Perfect Union" (União mais perfeita) na Filadélfia, a memorável aceitação da nomeação no Comitê Nacional Democrata e, é claro, o extraordinário discurso de novembro no Grant Park, em Chicago.

O
candidato Obama teve a habilidade de contar uma história dos Estados Unidos que capturou os esforços, a grandeza, as realizações e o triunfo nacionais sem ignorar as lutas, decepções, desavenças e perdas. Considerem, por exemplo, a noite em que ele foi eleito presidente dos Estados Unidos. Barack Obama contou uma história sobre uma mulher afro-americana, Ann Nixon Cooper. Cooper estava com 106 anos, morava na Geórgia e apoiava sua candidatura com veemência. Ela nasceu em 1902, uma época que o presidente eleito Obama descreveu como "apenas uma geração após a escravidão; uma época em que não havia carros na rua ou aviões no céu, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - porque era mulher e por causa da cor de sua pele". Ao longo da vida, Cooper foi ativista pró-direitos civis, líder comunitária, mãe e esposa.

Ao marcar o momento de sua vitória histórica, Barack Obama escolheu Cooper como a lente pela qual mostrar a história dos Estados Unidos. Ele ligou a história pessoal da mulher ao arco da história da nação e ao futuro incorporado em suas próprias filhas afro-americanas. Nunca antes um presidente havia nos convidado a enxergar nossa história nacional pela lente de uma mulher negra sem direitos, mas, ao fazê-lo, Obama nos ofereceu um modo de compreender nossa história nacional como uma história enraizada na inclusão crescente e na ação governamental em nome da igualdade.

Qualquer que seja o juízo sobre os resultados da política externa e doméstica dos últimos dois anos, está claro que o governo Obama perdeu a capacidade de contar uma história convincente.

Muitos progressistas ficaram esperando o grande contador de histórias surgir durante o verão do debate sobre a reforma do sistema de saúde. O Tea Party efetivamente reescreveu a história norte-americana ao equiparar os esforços de um governo eleito com entusiasmo para aprovar uma reforma com mandato popular à luta fundadora contra uma monarquia opressora. Mas houve poucas histórias eficazes, penetrantes, sobre norte-americanos que precisavam, queriam e apoiavam a reforma. Os democratas se mostraram incapazes de ligar a reforma da saúde às grandes tradições norte-americanas de responsabilidade cívica ou atenção aos vulneráveis.

Fracassos similares de narrativa têm sido notórios durante a atual batalha do orçamento. Mais uma vez, os elementos extremistas do Partido Republicano conseguiram contar as histórias mais compreensíveis e convincentes. Os republicanos martelaram a ideia de que o orçamento nacional deve espelhar os orçamentos familiares. "Quando as coisas ficam difíceis", diz o partido, "as pessoas têm de apertar seus orçamentos. O governo norte-americano deveria fazer o mesmo." Esta é uma história persuasiva. As pessoas a ouvem e pensam: "Sim, sim, eu cortei a conta de minha TV a cabo, cancelei minhas férias e comecei a reduzir o consumo; o governo deveria fazer o mesmo." Isto é uma falsa equivalência.

Orçamentos familiares não são a mesma coisa que orçamentos nacionais. Na verdade, esta narrativa ofusca a razão pela qual os norte-americanos estão apertando os cintos - porque as políticas fiscais fracassadas e míopes dos governos republicanos deixaram nossa economia à beira do desastre. Ao contar a história dessa maneira, os republicanos fogem do ponto principal, de que os numerosos cortes de impostos redistribuíram a riqueza para o 1% do topo da pirâmide, mas não conseguiram fomentar o crescimento do emprego. Eles ignoram que o desinvestimento em subsídios educacionais tornou a faculdade mais cara para os norte-americanos. Eles ignoram que sua desregulamentação das práticas de empréstimo privaram milhões do sonho americano. O governo (sob direção republicana) criou uma confusão para as famílias norte-americanas e tem uma obrigação ética de enfrentá-la. Pedir que os cidadãos pobres, inválidos e idosos sacrifiquem necessidades básicas para garantir as escolhas extravagantes de seus vizinhos mais ricos é profundamente antiamericano. Em minha casa, quando alguém faz bagunça, nós arrumamos. Quando alguém fica doente, cuidamos. Quando alguém precisa de dinheiro, emprestamos. Todas essas realidades básicas são ofuscadas pela boa história sobre os orçamentos familiares e a responsabilidade fiscal.

E não posso deixar de mencionar a mais nociva narrativa dos trovadores da direita: o "nascimentismo".

O Partido Democrata não tem conseguido combater essas ficções bem elaboradas. A narrativa fraca dos democratas terá consequências de longo prazo. É um erro pensar que falsos enredos são facilmente esquecidos ou podem rapidamente ser derrubados pela simples recitação de fatos compensatórios. A atual leitura da Guerra Civil é um exemplo perfeito. A reconstrução foi um esforço efêmero e os confederados ganharam permissão para (re)escrever a história da Guerra Civil de seu próprio ponto de vista. Assim, os estados sulistas ainda hasteiam a bandeira dos traidores e as crianças ainda aprendem na escola que se tratou da "Guerra da Agressão do Norte".

E então, o que devemos fazer? É hora de retomar a narrativa. Hora de contar nossas histórias.

Uma organização que mantém um compromisso justamente com esse tipo de narração efetiva, progressista, é A Agenda da Oportunidade. Recentemente, o grupo comemorou seu quinto aniversário. Seu trabalho se concentra em contextualizar nossas questões nacionais urgentes na linguagem e na narrativa dos valores e indentidade norte-americanos compartilhados. O Instituto de Comunicação da Agenda da Oportunidade trabalha com líderes sem fins lucrativos para lhes oferecer treinamento abrangente em uma variedade de habilidades de comunicação, incluindo contextualização e desenvolvimento de narrativa, uso de pesquisa de opinião pública e mídia e escrita persuasiva. Os líderes comunitários têm uma clara compreensão de nossos desafios e importantes ideias sobre como resolver esses problemas, mas às vezes carecem da habilidade de transmitir essas informações em histórias memoráveis e convincentes. A Agenda da Oportunidade trabalha para construir nossa capacidade de questionar as falsas narrativas da direita e oferecer nossas próprias histórias significativas, substanciais e envolventes.

Este é um dos esforços cruciais para retomar o espaço público e contar nossas histórias. Precisamos de muitos outros.

*Artigo originalmente publicado no The Nation.

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DIA DA EUROPA, QUE EUROPA?




Vive-se na "lógica nacionalista de alguns países" - Boaventura Sousa Santos

DESTAK - LUSA

A Europa “perdeu o sentido de solidariedade”, sustenta o sociólogo Boaventura Sousa Santos, considerando que a União Europeia (UE) vive na “lógica nacionalista de alguns países” e “hoje já não é o projeto europeu”.

O modo como, por exemplo, “foi tratada a crise grega” traduz “isso mesmo”: reflete de forma evidente que a UE “não está à altura da solidariedade que o atual momento exige”, afirma à agência Lusa o catedrático e diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, a propósito do Dia da Europa que se assinala segunda-feira.

“A dívida da Grécia – como a de Portugal – é uma dívida da UE e, internacionalmente, é assim que deveria ter sido entendida quando a crise estalou naquele país”, defende o coordenador científico do Observatório Permanente da Justiça.

Mas, em vez de fazer “uma travagem aos ataques especulativos ao euro”, a Europa permitiu que “os mercados especulativos aproveitassem a brecha”, revelando, simultaneamente, que “perdeu o sentido de solidariedade”.

“Isto não é o projeto europeu”, afirma Boaventura Sousa Santos, sublinhando que hoje, na UE, “impera “a lógica nacionalista de alguns países que beneficiaram do euro forte e da crise e dificuldades que países como Portugal e Espanha foram vivendo”.

O Conselho Europeu “admitiu renegociar a dívida em 2013, quando isso devia ser feito agora”, diz o sociólogo, explicando o motivo deste adiamento: “Porque está em causa a defesa das posições da banca, sobretudo a alemã, e é a lógica alemã que domina”.

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ASEAN: Inflação pode ameaçar o crescimento da região e provocar pobreza - Susilo




CSR – JCS

Jacarta, 07 mai (Lusa) – O Presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, disse hoje que a inflação nos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) ameaça o crescimento da região e "pode provocar mais pobreza entre as pessoas".

Yudhoyono pediu aos países membros da ASEAN para "tomarem medidas concretas para travar o aumento dos preços de alimentos e energia" para evitar o comprometimento da economia, durante o primeiro dia da cimeira de presidentes do bloco regional, que termina no domingo, em Jacarta.

A Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico (ESCAP) das Nações Unidas sublinhou esta semana no seu relatório anual que a inflação é o principal risco para os países da região, mas que continuará a liderar o crescimento económico mundial.

A cimeira de chefes de Estado e de Governo da ASEAN arrancou hoje em Jacarta, com o apelo à unidade regional quebrada pelo conflito territorial entre a Tailândia e o Cambodja.

Na sua intervenção na cerimónia inaugural, o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, salientou que a ASEAN tem uma “identidade e um povo comum”.

Os dirigentes dos dez Estados da organização regional incluíram na agenda de trabalhos a analise da disputa entre os governos do Cambodja e da Tailândia relativas a discrepâncias sobre os limites territoriais e a candidatura da Birmânia em presidir à organização em 2014.

Na agenda de trabalhos da reunião está também a análise da entrada de Timor-Leste na organização, apesar de países como Singapura terem manifestado oposição à adesão.

A ASEAN foi fundada em 1967 e integra a Birmânia, Brunei, Cambodja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.

Indonésia: Avião que caiu no mar levava 27 pessoas, todas morreram




CSR – LUSA

Jacarta, 07 mai (Lusa) – O avião que hoje caiu no mar perto da costa da província indonésia de Papua sem deixar sobreviventes levava a bordo 27 pessoas e não 25 como inicialmente noticiado, indicaram fontes oficiais.

Segundo o porta-voz do departamento de aviação civil, Bambang Ervan, na aeronave modelo MA-60 fabricada na China e com capacidade para 50 pessoas viajavam seis tripulantes e 21 passageiros, entre os quais três crianças.

A aeronave, da companhia estatal Merpati, "mergulhou no mar a cerca de 500 metros da pista, quando estava na fase de aterragem” no aeroporto de Kaimana, uma pequena cidade da Papua Ocidental, disse Bambang Ervan.

O avião estava a efetuar a ligação com Sorong, uma cidade situada no norte da província.

"As condições climáticas eram más, com baixa visibilidade, quando o acidente aconteceu", referiu Ervan.

As equipas de resgate do aeroporto e pescadores locais conseguiram resgatar, até ao momento, 15 corpos, incluindo os das crianças.

A Indonésia é fortemente dependente de rotas aéreas para ligar as cercas de 6.000 ilhas habitadas, algumas das quais cobertas por montanhas e florestas.

Devido a um elevado número de acidentes, a União Europeia colocou em julho de 2007 em sua "lista negra" 51 companhias aéreas indonésias, proibindo-as de voar nos 27 países da UE.

Várias delas já foram removidas da lista, depois da melhoria das suas condições de segurança.

SAPO MOÇAMBIQUE LEILOA OBRA DO MESTRE MALANGATANA




SAPO MZ

Última obra criada pelo Mestre Malangatana é um automóvel, um Fiat 500 único no mundo – A Italiana; Leilão disponível entre 06 de Maio e 6 de Julho de 2011, em https://malangatana.sapo.mz/. Valor obtido no leilão reverte para o desenvolvimento da cultura e arte moçambicanas através da formação aos mais jovens e carenciados.

O SAPO Moçambique vai leiloar a última obra do Mestre Malangatana, um Fiat 500 transformado em quadro pelo artista moçambicano, e que dá pelo nome de “A Italiana”.

Esta obra, resultado da visão estética e artística do pintor falecido em Janeiro de 2011, vai estar em leilão no SAPO MZ, em https://malangatana.sapo.mz/ a partir das 21h00 (hora Portugal) de hoje e até às 21h00 (hora Portugal) do dia 06 de Julho de 2011. O valor base de licitação é de 125.000 USD e o valor mínimo para licitar é de 2.500 USD acima do último valor licitado.

O site do leilão, desenvolvido pelo SAPO MZ, está disponível em duas línguas, Português e Inglês, para que qualquer pessoa ou entidade colectiva em qualquer parte do mundo possa licitar e tentar obter esta obra de valor incomensurável.

Em https://malangatana.sapo.mz/ também pode encontrar inúmeras fotografias com a obra em leilão, filme que ilustra todo o processo de criação da última obra criada pelo pintor moçambicano, biografia e link para um canal do SAPO MZ realizado em homenagem ao Mestre – Especial Malangatana – que contém variadíssimos conteúdos adicionais sobre a vida e obra de Malangatana.

“A Italiana” de Malangatana é resultado de um sonho pessoal do pintor moçambicano, que desejava concretizar um projecto de carácter social e artístico que permitisse criar condições de desenvolvimento pessoal junto dos mais carenciados, através da formação, da cultura e da arte. É neste sentido que a receita integral do leilão será doada à Fundação Malangatana para a concretização do sonho do Mestre moçambicano: melhorar as condições de vida das crianças dando-lhes cultura e arte.

A DEMOCRACIA EM ANGOLA, UMA ILUSÃO?




ANGOLA 24 HORAS

De passagem em Luanda, há duas semanas, tive a possibilidade de encontrar o meu amigo Kibuba, antigo membro da ODP, um homem clarividente com uma grande capacidade de análise. Enquanto falávamos da situação política do nosso país, o meu amigo fez-me uma confidência.

Segundo ele, “explicar não é justificar” e que qualquer comportamento, tão incôngruo que seja, tem sempre uma explicação. Mas, acrescentou, explicar um comportamento não o justifica para tanto.

Queria fazer referência às explicações fornecidas pelo camarada Presidente da república a respeito da pobreza e das suas contas nos bancos estrangeiros. Esta afirmação do meu kamba Kibuba, que qualquer pessoa de bom senso é suposta compreender, interpelou a minha inteligência ao ponto de interrogar-me sobre a maneira como a democracia é construída no nosso país.

Esforços, embora tímidos, são fornecidos pela classe política para conceder ao povo a possibilidade de exercer plenamente a sua soberania, mas ao visto dos resultados, não são suficientes para responder às esperas da população. Então, pergunto-me porque os movimentos de liberação que se converteram em partidos políticos têm problemas com a democracia quando estâo no poder?

A minha interrogação não se limita apenas à Angola. Na maioria dos países africanos cujos povos foram libertados do colonialismo ou de qualquer ditadura pela força das armas, a situação é similar. Observamos que o movimento de libertação libera o povo e, imediatamente, sem consultar este mesmo povo, toma o lugar do antigo mestre e todos privilégios esquecendo as razôes que motivaram a sua luta.

No início, na euforia da libertação, o povo não faz muito atenção ao comportamento dos novos mestres. É subjugado pelo acto patriótico realizado pelos libertadores. É após muitos anos que começa a notar as semelhanças com o antigo mestre. Então pergunta-se se não valeu a pena permanecer com os antigos mestres.

O meu amigo Kibuba, aquele kota clarividente, explica esta atitude pelo fato que os movimentos de liberação, qualquer que seja a sua natureza, não têm, na maioria dos casos, uma cultura da democracia. Pelo seu funcionamento, são estruturas submetidas a um certo rigor. O chefe não tolera nenhuma contestação e o debate não tem espaço dentro do movimento de liberação. Quando chegam ao poder após vários anos de uma vida de clandestinidade, são incapazes mudar, evoluir.

Permanecem, por razões que lhes estão próprias, fechados muito tempo, numa lógica de predominância. São eles os libertadores. Sacrificaram a sua juventude, consentiram sacrifícios de modo que o país acedesse à independência. É normal, de acordo com a sua lógica, que o poder seja a sua recompensa. Então, arrogam-se o direito de vida e de morte sobre o resto da população.

Mas dado que a opinião internacional vigia, procuram dar a impressão que são democratas, organizando, ocasionalmente, congressos que não trazem nada de novo, eleições que são sempre fraudulentas ou fazem reformas que beneficiam apenas à eles mesmos.

O Zanu no Zimbabwe, o Mpla em Angola, o Afdl em Rdc, o Fpr no Ruanda ou o Mpo no Uganda são exemplos entre outros que ilustram as explicações do meu kamba Kibuba. Nestes países dirigidos por movimentos de liberação que converteram-se em partidos políticos, o chefe acredita ser investido de um poder de Deus. Ele é imutável. Se for necessário, confecciona-se uma constituição à sua medida. É ele, o libertador.

Em Angola, 20 anos após as primeiras eleições legislativas, o Mpla continua a comportar-se, perante o seu povo, como um movimento de liberação. Uma atitude que ainda se reforçou com a sua vitória sobre as forças da Unita em 2002. Para os camaradas, o povo angolano é endividado ao Mpla. Uma eventual mudança de comportamento só será possível quando a geração daqueles que estiveram no mato durante a luta de libertação desaparecer.

Do vosso ponto de vista, achais que as explicações do meu kamba Kibuba justificam o comportamento do partido governante em Angola?

E.S.Newmann

O KUDURISMO POLÍTICO NO IV CONGRESSO DO MPLA





O político de sucesso nos dias que vivemos, mente e tem de ser obrigatoriamente bom mentiroso e falso. Construindo o seu caminho (na busca do poder) entre o clientelismo e a intriga, mas com ares de profundo saber, maturidade e integridade.

JES demonstrou mais uma vez ser um animal político raro, um kudurista nato, que nem Tony Amado. Em palco seu signo é camaleão. Mesmo quando alguma verdade pudesse transcorrer os seus dentes, passar a barreira dos seus lábios, ainda assim seria sempre duvidosa. A mensagem que deixou no ar sobre as redes sociais nesta sexta-feira é apenas mais um exemplo. JES alterou substancialmente tudo que disse no dia 15 de Abril sobre a redes sociais na internet. Agora elas já são nossas amigas.

O conclave do kuduro também chamado de IV congresso, sob o lema “MPLA – mais democracia, mais desenvolvimento” (numa versão do programa continuar a Mentir mas Diferente e Para Sempre) terminou como começou, sem novidades nem curiosidades. Alias, a única curiosidade foi o discurso, (que mais pareceu um o guião de campanha) que sofreu emendas industriais para que não recebesse mais um lote de reprovação como o anterior e tornar-se mais uma vez num saco de pancadas. De resto foi kudurismo político, cantando e tocado para esconder o vazios da má governação, neste terreno armadilhado da pseudo-democracia Angolana.

O kudurista-chefe do nosso partido-fraude, demonstrou-se demasiado apto para mais uma safra de enganar os pobres e torpedear a verdade, sem prestar contas. Desta vez apareceu mais pausado; talvez queimado pelo desastroso discurso do dia 15 de Abril. Nada de poemas desta vez, para não trocar peixe podre por peixe seco. JES mostrou mais uma vez, que continua preocupado com o mundo; as palavras soberania, ocidente, neocolonialismo sairam-lhe da boca como dispáros bem direccionados. Os ventos do norte continuam a lhe tirar o sono, e, um dos seus objectivo demonstrado nos ultimos discurso foi o de atenuar os ventos de mudança e o sentimento de revolta contra os ditadores africanos. O clube dos kuduristas esta em risco; alguém lá no ocidente que acabar com o kuduro, temos de estar atentos, eles querem implementar o pop, o rock e o Hip-Hop, como forma de acessarem facilmente as nossas camanga e o nosso petróleo, A resposta mais adequada e mais eficaz a dar a esta situação é fazer valer os nossos truques e toques, que só o MPLA sabe aplicar, isto é, reforçar a União a volta do kuduro, fazer com que todos dancem apenas kuduro. Viva o kuduro! viva!!!

JES, mas uma vez recorreu a velha táctica da manipulação, acusou o ocidente de querer reacender a guerra fria, e o ressurgimento do neocolonialismo, mas JES esqueceu que o oriente já cá esta em força com o seu colonialismo de olho rasgado, trazendo até zungueiros e vendedores de gelos, ou o chefe não sabe que existem chineses a zungarem pelas ruas de Luanda, e que em breve os mesmos estarão a medir braços com a nossas peixeiras? Meu senhor! O neocolonialismo já existe, é foi o MPLA que o trouxe. Quanto a ingerência, ela só acontece porque os lideres africanos continuam a enganar a democracia para permanecerem no poder, não realizam eleições justas e transparentes, e sustentam os seus governos com corrupção e desvios dos fundos públicos, tal como aconteceu com o senhor ao mandar fazer uma constituição só para si.

Depois de bifar o ocidente JES, virou as baterias para as conquistas da paz, todos os resultados são em milhões; quatro milhões de pessoas reassentadas, cinco milhões de alunos em novas salas de aulas etc., etc. Claros que as inconquistas não fizeram parte do cardápio; cadé as o milhão de casas? Cadé a promessa da realização das presidenciais?

O kudurismo político continuou, com JES a dar uma de Dog Murras, embelenzando mentiras como essa; as soluções demagógicas e populistas não fazem parte da cultura política e da doutrina do nosso Partido. Para o MPLA, as promessas feitas devem ser cumpridas. Mais uma vez eu pergunto cadé as o milhão de casas? Cadé a promessa da realização das presidenciais? Não são essas promessas feitas que deviam ser cumpridas?

Democratizar uma mentira significa tornar ela verdavél, eis um exemplo; Neste processo de desenvolvimento nacional, ninguém deve ser excluído, pois as diferenças de opinião e de convicções políticas só nos valorizam e conduzem a um aperfeiçoamento do trabalho comum e da democracia. Meu senhor, o MPLA é alergico a diferenças de opinião, e todo aquele que não pensam como os bajuladores são fantoches, demagogos, intriguistas e agitadores, não é isso? Se não for isso, então vá ler os editoriais do Jornal de Angola, programado para insultar, estrangular, distorcer e esmagar qualquer ideia alheia, qualquer personagem que não seja emepelista.

E mais; A tolerância e a liberdade de pensar, criar e exprimir-se, que o nosso Partido consagra no seu Programa, são valores que os militantes, amigos e simpatizantes do MPLA devem praticar no dia-a-dia, por forma a contribuírem para a construção de uma sociedade moderna e próspera. E, isso o tem feito a TPA, Jornal de Angola e Rádio Nacional? A manipulação que hoje é feita dos factos pela impresa conta, infelizmente, com o contributo e apoio dos militantes, amigos e simpatizantes do MPLA. Sinceramente senhor Presidente! de kuduro e seus bifes, estamos cansados, Já basta ouvir o nagrelha a bifar outros kuduristas e gritar bem alto ele é o melhor.

O que eu (e muitos) esperavam, era que os kuduristas politicos reunidos esta sexta feira, deliberassem algo palpavelmente relevante para a sociedade que derigem; por exemplo, a sucessão do rei, ou seja, quem será o substituto do nosso Tony Amado?

Autor: Jordão Kupindissa - Fonte: www.kissonde.net

DEPUTADOS E JORNALISTAS DISCUTEM PROPOSTA DE LEI




JORNAL DE ANGOLA

A sexta comissão da Assembleia Nacional analisa, na terça-feira, com o Sindicato dos Jornalistas (SJA) a proposta de Lei de Combate à Criminalidade no domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação e dos Serviços da Sociedade da Informação.

Uma nota do Gabinete de Comunicação e Imagem da Assembleia Nacional refere que o encontro é extensivo aos técnicos do Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação e Comunicação.

A proposta de Lei sobre o Combate à Criminalidade no domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação foi aprovada, recentemente, na generalidade, pela Assembleia Nacional, estando a ser aprofundada ao nível das comissões parlamentares de especialidade antes da votação em sessão plenária. O documento tem por objectivo a adopção de medidas e mecanismos de prevenção e combate aos diversos actos ilícitos, mormente a utilização abusiva das tecnologias de informação.

A par disso, pretende promover uma cultura de segurança no “ciber espaço”, protegendo os dados e a privacidade das pessoas, a fim de fortalecer a confiança relativamente à sociedade de informação. O diploma faz parte de um pacote legislativo destinado à reforma do sector nacional das telecomunicações.
 
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