quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Timor-Leste: FUNDAÇÃO MAHEIN TEM NOVO PORTAL




SAPO TL

A Fundação Mahein lançou hoje, quinta-feira, um novo portal sobre a segurança em Timor-Leste.

De
acordo com o CJITL, o objectivo deste portal visa facilitar o público em geral no acesso a relatórios da Fundação Mahein “envolvendo-os em debates públicos sobre a segurança no país,” lê-se em comunicado.

Em http://www.fundasaunmahein.org  poderá ter acesso a diversas áreas tais como Crime Organizado, Promoção na PNTL, Disputa de terrenos, Analise do Orçamento no Sector da Defesa e Segurança, entre outros.

SAPO TL com CJITL

TIMOR-LESTE PREPARA-SE PARA ABOLIR LÍNGUA PORTUGUESA SÓ NO ENSINO BÁSICO?




OPINIÃO - COMENTÁRIOS

Em REFORMA NO ENSINO BÁSICO PRETENDE ABOLIR LÍNGUA PORTUGUESA verificou-se uma vintena de comentários de leitores que a seu modo participaram com interesse no tema e no eventual (se preferirem) ataque ao ensino da língua portuguesa em Timor-Leste. Pela sua proficuidade não iremos publicar todos os comentários. Daqueles optámos por selecionar quatro e dar-lhes uma letra por identificação, a escolha foi praticamente aleatória, excepto o primeiro (A) e o último (D) por estarem entrosados. Não contaram para a seleção os comentários de conteúdo mesquinho e que se afastam do objetivo temático. O que pretendemos é esclarecer através da sabedoria-opiniões daqueles que possam para isso contribuir. Outros há que, com pena, não os incluímos, para já, aqui.

COMENTÁRIO - A

ANÓNIMO 10 de Agosto de 2011 11:35

A proposta é simplesmente o uso de línguas maternas nos primeiros anos de escola. Ninguém está a sugerir que estas línguas sejam usadas nas escolas secundárias, sem falar de tribunais ou escritórios do governo.

Ninguém está a sugerir que sejam línguas oficiais. O tétum, sim, porque é a língua franca, mas o fataluco, vaiqueno, etc? Pois não, embora deve haver intérpretes, como há noutros países. Por exemplo, no Reino Unido, onde vivem muitos timorenses que não falam inglês nem português.

Para sobreviver, uma língua precisa de ter uma presença em cada esfera de vida pública. A ideia que se pode ressuscitar uma língua simplesmente por dar aulas é tão simples.

Refere à presença da cultura portuguesa em Timor por causa do catolicismo (como na Ilha de Flores) mas não sabe o que é cultura popular? É cultura que é popular! Música, televisão, filmes, etc.

Para timorenses, o português é como o latim para os portugueses - uma língua histórica, não moderna.

Talvez agora os timorenses vejam as telenovelas brasileiras no português original em vez de serem dobradas em indonésio. Por que a CPLP não usam programas de televisão legendados noutras línguas para propagar a língua portuguesa? Falta de visão.

A distância geográfica não precisa de ser uma tirania, graças à internet e televisão satélite. Não se precisa de muito dinheiro, simplesmente mais iniciativa.

O canal francófono TV5Monde agora emite programas em Vietname com legendas em vietnamita, porque, apesar de ter sido uma colónia francesa, os vietnamitas não falam francês.

Talvez não haja tanta hostilidade à língua portuguesa agora, mas para muitos, é ainda uma irrelevância.

No tempo português, havia muitos portugueses que falariam tétum, mas agora, não. Pelo menos 'bondia?' é de origem portuguesa, não é como se fosse 'hello' ou 'selamat pagi'.

O tétum não é uma língua lusa, mas é uma língua lusificada - por que têm estes portugueses tão medo dele. É como um elefante que tem medo de um ratinho!

Quando visito Portugal, sempre tento de falar em português, é apenas quando os portugueses me oferecem falar em inglês, que falo em inglês. Se dissesse, 'hello, do you speak English?' seria maleducado.

COMENTÁRIO - B

Tanta ignorância!

Existem estudos que provam que as competências básicas de literacia e numeracia nos primeiros anos de educação de uma crianca sao melhor garantidas através do uso da língua materna da criança.

Uma vez desenvolvidas as competências básicas de literacia e numeracia a aprendizagem torna-se mais fácil mesmo através do uso de uma nova língua como o Português e tétum que sao oficiais em Timor.

Os únicos sentimentos para aqui chamados devem ser os que melhor defendem o melhor começo para o longo processo de educação de uma criança que começa num jardim-de-infância e acaba com a morte do adulto.

COMENTÁRIO - C

Sim, é inegável que instrução nas línguas maternas é muito mais fácil e pedagógica. Até o método global de instrução em sistema monolingue, em que a língua de instrução é a língua materna do instruendo, é muito melhor. (método em que se aprende a «colar» o desenho das palavras ao seu significado com muita interactividade entre a criança e o espaço que a rodeia, escola, recreio, casa, cidade, etc...). Neste método, as crianças aprendem muito mais rápido e sem temores a ler e a escrever.

Mas também é verdade que se os métodos pedagógicos forem os adequados, as crianças aprendem a ler e escrever em qualquer língua, materna ou não, são autênticas esponjas com potencial de poliglotas (e esse é o caso naturalmente existente em Timor-leste). Pode demorar mais tempo, mas não é menos eficiente. Mas quanto mais se adia essa possibilidade de se ser amplamente poliglota, menos são as probabilidades de adquirir novas competências em novas línguas. Adiando a aprendizagem do tétum e do português, sendo que a língua mãe continuará a ser falada em casa ou como disciplina na escola, reduzem-se proporcionalmente as possibilidades de absorver de forma rápida e natural esses idiomas novos.

Nas zonas rurais, as crianças timorenses não vão deixar de falar makalero ou bunak só por aprenderem o tétum e o português, em simultâneo. (E que tipo de bunak vão aprender se não há prontuário ortográfico do mesmo? O que der na «veneta» do professor?) Se as abordagens pedagógicas forem as correctas, não há esse risco: com disciplina de língua mãe mas instrução inicial em tétum e português, não se perdem nem as línguas indígenas nem as oficiais.

Agora, se se empurrar o tétum e, sobretudo, o português para fases mais tardias, por muito bom que seja o domínio da escrita e da leitura e da apreensão de conceitos mais ou menos abstractos na língua mãe, diminuem-se as hipóteses de apreender estes novos idiomas no 3º ou 4º ano. Digo sobretudo o português - e aqui é que a «porca torce o rabo» - porque não tendo o suporte que as línguas mães têm em casa e na knua nem a qualidade de língua franca como o tétum, a continuar a inexistir esforços de massificação do português, este está a condenado a extinguir-se em Timor. Não é nenhuma teoria da conspiração, são factos. E quem, eventualmente, pretenda erradicar o português e remetê-lo para os alfarrábios timorenses, pode estar, de forma aparentemente benévola, a sentenciar de morte o português em Timor-Leste com uma estratégia baseada em igualmente inegáveis factos. E é apenas uma questão de tempo, falaremos daqui a 10 anos. É isto que se passa, não é nenhum ataque às línguas maternas timorenses, lusotropicalismos bacocos ou rivalidades luso-australianas quando aparecem defensores da língua portuguesa com aparentes tendências de paranóia.

E independente dos muitos erros cometidos na estratégica de disseminação do português em Timor-Leste, nunca vi (pode ser engano meu) os subscritores desta iniciativa da alfabetização baseada na língua mãe defenderem com igual vigor a língua portuguesa ou proporem, efectivamente, estratégias para a disseminar. Vejo apenas declarações de boas intenções sem qualquer concretização prática. Eu também posso dizer que defendo o afrikander ou o basco e não mover uma palha para efectivamente o fazer.

Sim, há as resoluções parlamentares. Mas não vi defensores da instrução em língua materna a verter uma palavra positiva (nem negativa) sobre o assunto. A Língua de Jorge Amado, Pessoa e Xanana Gusmão é atacada por pseudo-intelectuais que até chegaram a afirmar a estupidez de que o português é menos evoluído que o indonésio, e os senhores e senhoras da bandeira das línguas maternas nem suspiraram. Opiniões de jovens resvalaram para o «a língua portuguesa discrimina» (quando o que discrimina são as pessoas)e nem um som se ouviu dos defensores da instrução em língua materna. Todas estas atitudes em uníssono revelam uma coisa: vácuo relativamente à defesa da língua portuguesa.

No dia em que se defender efectivamente, com igualdade, todas as línguas de Timor, do fataluku ao mambae, do tétum térik ao português, deixará de haver sinais de alarmismo ou aparentes revelações de ignorância. Por isso, atrevo-me a desafiar os defensores da instrução em língua materna a apresentarem estratégias minuciosas ao executivo timorense para disseminação do português (e do seu irmão, o tétum) e, já agora com a mesma intensidade com que defendem outros projectos.

COMENTÁRIO - D

Ao Anónimo das 11h35 de 10 de Agosto (refere-se ao comentário A)

Há coisas no seu raciocínio que não são claras: se a proposta é simplesmente o uso de línguas maternas nos primeiros anos de escola, sem que sejam usadas no secundário ou na administração pública e não é para, a prazo, mandar o português «à viola», porque diz mais à frente que o português é apenas uma língua histórica em Timor? Se o português já está morto em Timor, mais vale tirá-lo já dos currículos. (Já agora, o Latim é mesmo uma língua morta, só o estuda quem quer ou precisa. O português está bem vivo, mesmo que não seja em Timor. Não compare o incomparável, ninguém quer que os timorenses aprendam massivamente uma língua efectivamente morta).

«Para sobreviver, uma língua precisa de ter uma presença em cada esfera de vida pública. A ideia que se pode ressuscitar uma língua simplesmente por dar aulas é tão simples.» Quis dizer simplista, acho. E tem razão, estou plenamente de acordo consigo. E por não ter dimensão externa às aulas é que retirar o português da primeira classe é passar-lhe uma certidão de óbito em Timor.

Quanto à cultura popular, o/a caríssimo/a anónimo/a não entendeu aquela parte do Quim Barreiros ou, adiciono agora, do Leandro e Leonardo, músicos populares português e brasileiros, respectivamente, que passam em qualquer táxi de Díli e festa de casamento da capital ou do interior mais profundo de Timor. Está lá, pode ser pouquito, não é Slang, Dewa ou sinetron betawi, mas está.

Quanto ao resto, concordo consigo, há falta de visão. Porque ainda há gente que acha horrível a cultura «popularucha» da telenovela brasileira (que, para além da qualidade do produto em si, é usado no Brasil com funções pedagógicas de alerta para flagelos sociais) e da música pimba (Portugal) ou sertaneja (Brasil) quando são a forma mais fácil e divertida de aprender português.

Para alguns timorenses o português ainda é uma afronta, para outros irrelevante. E, cada vez mais, muitos por iniciativa própria, decidem aprender português. Reconhecem-lhe utilidade nem que seja curricular.

Sim, é verdade, reconheço que no tempo português mais portugueses aprendiam tétum do que agora. Conheci um ex-militar português que ainda hoje consegue manter uma conversa cordial e explicar coisas básicas (frio, quente, pequeno, grande) em tétum, depois de 45 anos. Muitos Tugas desconhecem que o tétum é fácil de aprender, o vocabulário é muito idêntico e até divertido. Matabixu (mata-bicho que era o vinho bebido por camponeses portugueses de madrugada, antes de ir trabalhar, depois comiam o pequeno almoço), sícara e sintina, já em desuso em Portugal, mas perceptíveis, são as minhas favoritas. O tétum não é nem nunca será uma ameaça ao português, pelo contrário. Nem o baiqueno ou o kairui. O que se pode fazer politicamente com elas é que é outra conversa.

Caro/a anónimo/a: tem de visitar mais Portugal para conhecer melhor os portugueses. Se não souber falar português e se dirigir com um Hello, do you speak english, ninguém, mas mesmo ninguém ficará ofendido. Quando muito, poderão não conseguir responder por não entender. E mesmo o menos preparado, arranhará umas palavras de inglês para tentar responder-lhe. Se falar em português, mesmo com muitas dificuldades, não se rirão, ficarão até orgulhosos pelo seu esforço, e ajudá-lo-ão se puderem.

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SULTÃO DO BRUNEI PÕE À VENDA 21 CARROS DE LUXO DE SUA COLEÇÃO





O sultão do Brunei, Muda Hassanal Bolkiak, pôs à venda na internet 21 veículos de luxo que pertencem a sua coleção pessoal, com destaque para um dos três protótipos fabricados do BMW Nazca V12, informa a imprensa especializada.

Hassanal Bolkiak, um dos homens mais ricos do mundo com uma fortuna próxima a US$ 20 bilhões, segundo dados da revista "Forbes", possui uma frota de milhares de automóveis, entre eles exemplares de marcas como Mercedes, Ferrari, McLaren, Porche, Bentley e Rolls-Royce.

Alguns dos carros postos à venda pelo sultão, que podem ser vistos no site de compra e venda de veículos de luxo JamesList.com, nunca foram usados.

A página não revela o preço de cada automóvel e adverte que o valor só deve ser perguntado se houver real interesse.

Entre os veículos colocados à venda, destaque para um dos três BMW Nazca V12 já fabricados, modelo avaliado em US$ 1 milhão.

A monarquia absolutista do Brunei é uma das mais ricas do mundo pelas vastas reservas de petróleo e gás natural do diminuto território, com menos de 400 mil habitantes e situado ao norte da ilha de Bornéu.

IGREJA CONDENADA A PAGAR 240 MIL DÓLARES POR ABUSOS SEXUAIS




LUSA

Um tribunal colombiano condenou a Igreja a pagar 240 mil dólares aos pais de dois menores abusados sexualmente por um padre, naquela que é a primeira condenação do género naquele país maioritariamente católico.

A informação foi confirmada à AFP pelo bispo e secretário-geral da Conferência Episcopal, Juan Vicente Cordoba, segundo o qual a Igreja já recorreu da sentença no Tribunal Supremo da Colômbia.

O julgamento decorreu no tribunal de Ibagué (em Tolima, no centro do país) e visou as dioceses de Libano e Honda, a que pertence o padre Luis Enrique Duque Valencia, de 65 anos, condenado a 18 anos de prisão por ter abusado de dois meninos de sete e nove anos, em 2007, indicou a mesma fonte.

SAPO TL com Lusa


Memorando de entendimento entre MED timorense e Ministério da Agricultura português




SAPO TL

O Ministro da Economia e Desenvolvimento, Dr. João Mendes Gonçalves assinou hoje com o Embaixador de Portugal Dr. Luís Manuel Barreira de Sousa, um memorando de entendimento no âmbito da formação e capacitação de quadros técnicos na área do meio ambiente, informa fonte governamental.

Desde 2007, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) tem procurado, juntamente com o Governo português, desenvolver programas, projectos e actividades de capacitação na área do meio ambiente em Timor-Leste.

O
embaixador português, em representação do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território de Portugal veio formalizar a abertura de um Curso de Especialização em Políticas do Ambiente, ministrado pelo Instituto Nacional de Administração de Portugal (INA IP), para os funcionários da Direcção Nacional dos Assuntos Ambientais Internacionais do Ministério da Economia e Desenvolvimento.

Num total de 90 horas, o curso será leccionado em três módulos e abrange matérias como Convenções Internacionais, Avaliação ambiental estratégica, Ambiente e Sustentabilidade, Mercados ambientais, entre outros. O projecto contou com o apoio do Banco Mundial, nomeadamente em instalações e equipamento audiovisual.

SAPO TL com Governo Timor-Leste


Timor-Leste: Métodos tradicionais para resolução de conflitos entre comunidades





Uma antiga e violenta disputa de terras entre duas comunidades tradicionais de Metinaro, localidade próxima da capital Díli, acabou de uma forma peculiar: danças e cantares típicos, um belo discurso e uma ceia colectiva. A celebração ocorreu após três meses de diálogo comunitário, através de técnicas formais de negociação a métodos locais tradicionais de resolução de conflitos, segundo relata o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Falamos em democracia, mas o respeito é muitas vezes esquecido", diz Adão Araújo, administrador de Metinaro, uma das regiões mais populosas do distrito de Díli. "Nós encontramos uma forma de amar a nossa comunidade e acabar com a violência", continua.

De forma a abandonar a violência como forma de resolver os conflitos, elementos pertencentes a grupos rivais de artes marciais juntaram-se a respeitados anciões locais de duas vilas vizinhas, para assinar um documento. Nele continham, entre outras coisas, o abandono da violência, a não ocupação de terras alheias e o respeito pelo meio ambiente, proibindo a caça em locais de preservação.

A cerimónia, conhecida como Tara Bandu, reuniu mais de 500 moradores, celebrando com entusiasmo o acordo comunitário. O PNUD tem capacitado o governo timorense em evitar que disputas locais como o acima referido, possam desembocar em conflitos violentos.

O projecto do PNUD criou, por meio de assistência técnica e financeira, o Departamento de Construção da Paz e Coesão Social, inserido no Ministério de Solidariedade Social. Este novo departamento treinou comunidades, líderes regionais e representantes locais dos distritos de Ermera, Díli e Baucau.

Técnicas de mediação, facilitação de diálogo e construção de consenso foram os temas apresentados para posteriormente colocarem-nos em prática. Metinaro foi uma das áreas mais afectadas pelos violentos confrontos em 2006, quando mais de 150 mil pessoas deixaram as suas habitações para procurar abrigo na região. Ao retornarem no final de 2009, registaram-se várias disputas territoriais entre grupos de artes marciais rivais e desempregados. Desde a criação do Departamento de Construção da Paz, já foram resolvidos três conflitos locais.

"Temos que criar a paz, unidade e estabilidade", diz Félix Rodrigues, representante de um dos grupos de artes marciais que assinou o acordo em Metinaro. "Os nossos problemas não podem mais ser resolvidos com violência. Temos que levá-los às autoridades locais para podermos encontrar soluções", garante.

SAPO TL com PNUD

UA LANÇA MESTRADO CONJUNTO COM UNIVERSIDADE DE TIMOR LOROSAE





Foi lançado em Timor Lorosae um mestrado para formação de professores em várias áreas, iniciativa conjunta entre a Universidade de Aveiro (UA) e a Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL).

Os destinatários serão timorenses licenciados em áreas afins às áreas científicas que vão estar disponíveis. As aulas começarão em Janeiro de 2012.

O mestrado conjunto, que formará professores em Matemática, em Física e Química, e em Biologia e Geologia, foi apresentado no âmbito do lançamento do programa de pós-graduação e pesquisa da UNTL, numa cerimónia que decorreu a 28 e 29 de Julho, no Centro de

Convenções de Díli, e que contou com a presença do Presidente da República de Timor Lorosae, José Ramos-Horta, e da Pró-Reitora da UA, Prof. Liliana Sousa.

As aulas do mestrado conjunto começarão em Janeiro de 2012, com um número máximo de 25 alunos e mínimo de 10. Funcionará em cinco semestres, sendo um de atualização de conhecimentos das áreas científicas, dois que incluem uma componente curricular (tronco comum e especialidade) e dois outros semestres de dissertação. Haverá uma Comissão Coordenadora constituída por um Professor da UA e por outro da UNTL e ainda uma Comissão Científica de Acompanhamento composta igualmente por um Professor da UA e outro da UNTL.

O acordo estabelecido entre as duas instituições permite que, no âmbito do mestrado, os estudantes e Professores timorenses possam ter acesso à plataforma de ensino à distância e aos recursos biliográficos online da UA. Sendo um mestrado conjunto, haverá sempre professores da UA e da UNTL envolvidos na leccionação do curso. Para além deste curso, a cooperação entre a UA e Timor Lorosae passa ainda por outros projetos, nomeadamente a coordenação da elaboração dos programas para o ensino secundário. Este grande projeto que tem vindo a decorrer com coordenação da Prof. Isabel Martins, da UA, entra agora na fase de elaboração dos manuais do 11º ano, concluída que está a fase dos manuais do 10º ano de escolaridade.

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KIRSTY GUSMÃO ESCLARECE - AUSÊNCIA DE ATAQUE À LÍNGUA PORTUGUESA?





Embaixadora Edukasaun esclarece em comentário:

É de lamentar o facto do autor deste artigo ("Timor-Leste: REFORMA NO ENSINO BÁSICO PRETENDE ABOLIR LÍNGUA PORTUGUESA") não ter estudado bem a matéria. A “Política da Educação Multilingue Baseada na Língua Materna” pretende ajudar o estado timorense a alcançar os seguintes objectivos, em conformidade com as normas e a boa prática internacionais:


- Objectivos da aprendizagem através da facilitação de maior acesso às matérias curriculares, incluindo cognitivamente a busca de informação e capacidades abstractas. Todos os alunos poderão ser multilingues (falando fluentemente todas as línguas visadas) e multiliterados (aptos a ler e escrever todas as línguas visadas) a fim de maximizar os benefícios cognitivos e comunicativos.

- Objectivos Linguísticos através do ensino da literacia inicial na primeira língua dos aprendizes, provendo bases de competências que prontamente possam ser transferidas para as línguas adicionais (Tetun, Português, etc.)

- Objectivos sociais económicos através da optimização da conexão casa-escola, criando maior coesão da família, maior taxa de participação nas escolas, melhorias nas taxas de sucesso em todas as escolas, e realização mais equitativa em toda a linha divisória de género, regional, rural e da classe social.

Pode-se ler o texto completo da Política e o seu Plano de Implementação aqui:

http://www.scribd.com/collections/3046404/Education-Policy-Law-and-Research

*Nota PL: Ver "Timor-Leste: REFORMA NO ENSINO BÁSICO PRETENDE ABOLIR LÍNGUA PORTUGUESA", em Página Global. Recomendado especial atenção aos respetivos comentários naquela página.

MORREU O JORNALISTA DIAS GOMES




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Fomos colegas, camaradas, companheiros e amigos durante muitos anos. Partiu agora.  Fica um dos últimos textos que, há mais de um ano, o Dias Gomes publicou no Matosinhos Hoje.

«Sou jornalista há 38 anos e sou possuidor do título profissional n.º 529. Principiei no Jornal de Notícias e fui dois anos “exilado” para o Primeiro de Janeiro. Posteriormente, voltei ao JN.

No JN atingi uma posição de hierarquia que exerci com dedicação e empenho. Sempre fui avaliado com notas de bom, muito bom. Até que surgiu a actual direcção, que quando entrou, não se sabe bem como nem como e com que fins. O que se sabe é que todos os jornalistas mais antigos foram para a prateleira sem qualquer tipo de explicações. O background profissional não interessou para nada e um subdirector entrou mesmo sem carteira profissional, à revelia do código deontológico dos jornalistas e do SJ que aceitou a ilegalidade surpreendentemente e passivamente.

Mais tarde por meios pouco éticos, “arranjou”, por baixo da mesa, a carteira profissional. Isto vem a propósito das audiências que se estão a efectuar na AR sobre se há ou não censura e que se estão a tornar fastidiosas por culpa dos deputados e dos directores de jornais e jornalistas. Os primeiros porque não sabem formular perguntas, antes optando por catadupas delas que se perdem e não interessam a ninguém e os segundos porque mentem descaradamente.


Da maneira como estão a ser conduzidos os trabalhos pelo senhor deputado do PSD Marques Guedes aposto que ninguém vai ser esclarecido, ainda que o deputado social-democrata seja a pessoa mais esclarecida.

Por exemplo, no que diz respeito à audição do director do JN, o seu papel foi deprimente. Como é que se presta aquela posição, sabendo que está a mentir descarada e atrapalhadamente? É que eu desminto-o categoricamente e digo àquele senhor que houve, enquanto lá trabalhei, até 2004, censura e penalizações.

E porque digo eu isso? Porque fui uma das vítimas. Sim, eu e muitas mais. Quando ele diz que desde que entrou no JN não se lembra de um acto censório eu rio-me! A quem é que pensa que está a enganar? Mas eu avivo-lhe a memória. Censura e auto-censura por medo de represálias! Desminto-o, até porque fui roubado de um prémio de desempenho. Fui classificado com uma nota de bom pelo meu editor e esse senhor, posteriormente, tirou-me o prémio a que um ano insano de trabalho me deu direito. E porquê? Eu conto. Fui designado pelo editor respectivo para cobrir um fórum na câmara de Valongo. No final, em amena cavaqueira com o presidente Fernando Melo, dirigi-me, informal e educadamente, a Marco António Costa e disse-lhe qualquer coisa sobre política que ele discordou visivelmente incomodado. De imediato lhe pedi desculpa pois não era minna intenção melindrá-lo.

Mal cheguei ao jornal o meu editor disse-me logo que eu iria ter problemas só por discordar do “senhor” Marco António Costa que entretanto já tinha telefonado para o director a queixar-se da minha interpelação aquele social democrata. Resultado: o meu texto nunca mais saiu e eu não recebi nesse ano o prémio que rondava os 1900 euros.
Aí está senhores leitores como os directores falam verdade nas audições da AR!!! Por aqui os portugueses podem aquilatar da validade destas comissões de inquérito que se formatam por nada e para nada.»

ATÉ LOGO, CAMARADA!

ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA – 10 agosto 2011

Morreste ontem, mas o jornal que ajudaste a ser o primeiro dos primeiros só hoje, às  21h28, deu a notícia. Calculei,  e não sei se foi o caso, que estariam à espera de ser a Lusa a escrever a notícia. Eu sei que nesse jornal serão poucos os que, com responsabilidades na hierarquia editorial, assumem que te conheceram. Talvez isso justifique a demora. Mas nada disto seria novidade para ti. Por alguma razão o jornal que foi o primeiro dos primeiros é hoje, talvez, o primeiro dos últimos. Um abração.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

O TROPEÇÃO




JOSÉ LUÍS SEIXAS – DESTAK, opinião - 27 julho

Um mês de apaziguamento interno, de medidas corajosas e de esperança renascida e eis que, inopinadamente (ou talvez não), o Governo repristina vícios antigos. A Administração da CGD é apetecível. Mesmo em crise. Ou em tempo de privatizações sectoriais.

Não se discutem as competências, os méritos e os curricula de todos e cada um dos membros da excessivamente vasta equipa de governo da instituição. Discute-se, sim, a lógica de areópago que continua a impor-se a quem decide. São estes e não outros. São identificações externas de interesses poderosos, de partidos poderosos, de centrais de influência poderosas.

Passos Coelho rompeu com esta lógica espúria na composição da sua equipa. Ganhou crédito e criou expectativas superiores às que até então gerara. Por isso não se compreende este tropeção. Não que esteja em risco a gestão da Caixa. Mas por ser mais do mesmo e do mesmo de que estamos todos fartos.

Portugal: Parlamento prepara mais cortes e não recebe lições de poupança – secretária-geral




DESTAK - LUSA

A secretária-geral do Parlamento defendeu que a Assembleia da República “não tem lições a receber de ninguém” sobre poupança, começou em 2009 a fazer os deputados voar em turística e prepara cortes entre três a cinco por cento.

O próximo orçamento da Assembleia, cujo projeto será entregue no fim de agosto ao conselho de administração, deverá sofrer um corte “entre 3 a 5 por cento”, relativamente aos 80 milhões atuais.

“A Assembleia da República, na minha opinião, não tem lições a receber de ninguém ao nível do que deve poupar”, disse à Lusa a secretária-geral do Parlamento, Adelina Sá Carvalho.

A juíza conselheira que foi reconduzida na secretaria-geral do Parlamento sublinhou que a Assembleia já não era uma ilha na austeridade do país, mas, pelo contrário, tomou medidas “em fins de 2009 para reduzir despesa”.

“A Assembleia já vinha a tomar medidas de contenção, uma delas foi muito significativa, que já a vi anunciada, mas não sei se está concretizada para o resto do Estado português, é que os deputados e toda a gente na Assembleia voa em turística, até três horas e meia de voo, não só na Europa, mas também para o Norte de África”, afirmou.

Frisando que “o próprio presidente da Assembleia anterior [Jaime Gama] chegou a viajar em turística para reuniões internacionais”, Adelina Sá Carvalho diz que “quando se trata de poupar, tudo é importante”.

“Ouvi o doutor Marques Mendes dizer que o Orçamento do Estado terá que vir aos valores de 2007. O nosso orçamento de 2007 é superior já àquele que vamos apresentar e o de 2011 já era praticamente idêntico ao de 2007”, afirmou.

Um dos investimentos que deverá ser inscrito no orçamento para o próximo ano deverá ser a climatização do salão nobre, sendo que, como único monumento nacional onde diariamente circulam cerca de mil pessoas, a Assembleia reclama “todos os anos investimentos de conservação”.

JOVENS HOJE NAS RUAS DE BISSAU PARA PEDIR ESTABILIDADE E PAZ




MB - LUSA

Bissau, 11 ago (Lusa) - Jovens da Guiné-Bissau, reunidos no Movimento Juvenil para Paz e Estabilidade (MJPE), organizam hoje em Bissau uma marcha pacífica para pedir estabilidade e paz, na sequência de lutas entre os partidos da oposição e o do poder.

Dito Max, presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), disse à Lusa que a marcha deverá juntar jovens de "quatro plataformas juvenis" da Guiné-Bissau, o próprio CNJ, a Renaj (Rede das Associações Juvenis), o Fórum da Juventude e População e Fidec (Fórum de Intervenção e Desenvolvimento Comunitário).

"A nossa manifestação não tem nada de partidário, pois não pertencemos a nenhuma força partidária. Somos jovens, logo os continuadores do processo de desenvolvimento do nosso país e por estarmos preocupados decidimos sair à rua para mostrar a nossa inquietação", defendeu Osvaldo Nanque, secretário-executivo da Renaj.

"Sabemos que corremos o risco de sermos conotados com um ou outro partido, mas que fique bem claro a nossa marcha é pacífica e é da nossa inteira responsabilidade, isto é, não é tem nada a ver com os partidos", esclareceu ainda Dito Max do CNJ.

Os líderes das quatro organizações juvenis sublinham que a marcha terá como finalidade apelar "aos políticos e todos os cidadãos guineenses" sobre a necessidade de ser preservado o clima de paz e estabilidade no país.

Os dirigentes dos partidos da oposição que contestam o primeiro-ministro prometem no entanto juntar os seus jovens na manifestação que dizem ser do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder).

A oposição diz que vai juntar a preocupação sobre a justiça com o pedido da estabilidade e paz que os jovens estão a exigir.

A manifestação dos jovens do MJPE está marcada para as 16:00 (mais uma hora em Lisboa) a partir da Chapa de Bissau, no meio da estrada que liga o aeroporto ao centro da cidade, devendo terminar na praça dos Heróis Nacionais.

*Foto em Lusa

Inglaterra: ÂNIMOS ACALMARAM A NOITE PASSADA EM LONDRES




TSF - Hoje às 07:43

Depois de quatro dias de violência, na última noite não houve registo de incidentes em cidades britânicas. Segundo a imprensa local, o reforço policial e a chuva contribuiram para esta acalmia.

O grande reforço policial e a chuva, que caiu durante a madrugada em várias cidades, são apontados pela imprensa britânica como as razões principais para a calmia da noite passada.

O vice primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, confessou já esta manhã, em declarações à Sky News, a sua satisfação pela noite tranquila mas admitiu também que não será possível mobilizar indefinidamente tantos polícias.

Em diversas zonas da Grã-Bretanha, as ruas foram patrulhadas por mílicias populares que tentavam garantir a segurança dos seus bens.

Apenas em Eltham, nos arredores de Londres, registaram-se confrontos entre a polícia e duas centenas de manifestantes.

Testemunhos recolhidos no local pelo jornal The Guardian indicam que alguns manifestantes cantavam slogans de apoio à Liga de Defesa Inglesa, um movimento xenófobo de extrema esquerda.

O parlamento britânico reúne-se esta quinta-feira em sessão extraordinária para ouvir uma comunicação do primeiro-ministro e debater as circunstâncias dos motins dos últimos quatro dias em Inglaterra.

Os motins, que incluíram incêndios de carros e edifícios, vandalismo e pilhagem de lojas e confrontos com a polícia, começaram no passado sábado à noite em Tottenham, no norte de Londres, em protesto contra as circunstâncias da morte de um residente numa operação policial, e alastrou a outras partes da capital e cidades inglesas nos dias seguintes.

Até agora já foram detidas, segundo as autoridades, 805 pessoas, das quais 251 acusadas de terem participado na violência ou roubo.

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Egípto: Ex-presidente Hosni Mubarak deixou poder há seis meses, desilusão aumenta




SK - LUSA

Lisboa, 11 ago (Lusa) - O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi forçado a deixar o poder há seis meses, mas a situação no Egito continua tensa e cada vez mais egípcios declaram-se desiludidos com o rumo que o país está a tomar.

Em fevereiro de 2011, pressionado por 18 dias de forte contestação popular contra o seu regime, Hosni Mubarak viu-se obrigado a entregar o poder ao Conselho Militar, que prometeu liderar a transição no Egito e satisfazer as aspirações da revolta egípcia de janeiro e fevereiro.

Seis meses após a queda de Mubarak, que hoje se assinala, o antigo homem forte do Egito aguarda, reduzido ao estatuto de réu comum, a segunda sessão do seu julgamento, marcada para 15 de agosto.

O homem que governou o Egito durante três décadas, os seus filhos Alaa e Gamal, o empresário em fuga Hussein Salem, o antigo ministro do Interior Habib el-Adli e seis adjuntos são acusados de corrupção e de envolvimento na morte de varias centenas de contestatários que depuseram o regime.

O dia 03 de agosto, em que Mubarak enfrentou pela primeira vez o tribunal penal do Cairo foi considerado um dia sem precedentes pela maioria dos egípcios, um ato que também ajudou a renovar a confiança do povo nos militares que desde fevereiro tinham assumido a governação do país.

Nessa primeira sessão do julgamento, Mubarak rejeitou todas as acusações de que é alvo. "Nego todas as acusações categoricamente" declarou o ex-presidente egípcio, que falava deitado numa maca colocada numa zona separada da sala de audiências por grades.

Mas cada vez mais egípcios manifestam-se desiludidos com o rumo do país e acusam o Conselho Militar de estar a adiar as reformas políticas prometidas, bem como o cumprimento das aspirações que originaram a revolta de janeiro e fevereiro, e que levaram à queda de Mubarak.

A situação agravou-se depois de a violência estatal e censura terem voltado a assolar as ruas do Egito. No início deste mês, cerca de duas centenas de pessoas ficaram feridas no Cairo após as forças de segurança terem atacado manifestantes que marchavam em direção ao Ministério da Defesa.

A desilusão que muitos sentem em relação as promessas feitas pelo Conselho Militar, tem levado centenas de egípcios de volta às ruas, um pouco por todo o país.

*Foto em Lusa

POLÍTICOS NORTE-AMERICANOS COM IMPOPULARIDADE RECORDE




Clara Barata - Público

Obama tem menos de 50 por cento de aprovação

Os norte-americanos não estão nada satisfeitos com os seus políticos: apenas 24 por cento consideram que os membros do Congresso merecem ser reeleitos — a percentagem mais baixa desde 1991, quando a empresa de sondagens Gallup começou a fazer essa pergunta. E o Presidente Barack Obama não escapa à má avaliação: 51 por cento dos seus compatriotas não acreditam que mereça ganhar nas eleições de 2012, a recompensa de mais quatro anos na Casa Branca.

Obama, ainda assim, é o candidato em que mais americanos votariam, face a qualquer adversário (49-45 por cento).

Uma outra sondagem (Reuters/Ipsos) divulgada ontem revela que 73 por cento dos americanos consideram que o seu país está no caminho errado e metade acha que na economia as coisas ainda vão pior.

Neste estudo de opinião, feito entre a última quinta-feira e segunda-feira — apanhando o período em que a Standard & Poor’s baixou o rating dos EUA de AAA para AA+ —, a aprovação de Obama fica-se por 45 por cento.

Estes resultados assustam, mas não são uma sentença para o Presidente: “Estes números não dizem que Obama vai perder as eleições”, comentou ao jornal "USA Today", que publicou a sondagem da Gallup, Stuart Rothenberg, director da publicação online Rothenberg Political Report.

Na semana passada, uma sondagem feita para a televisão CBS e o diário "New York Times" dizia também que 82 por cento dos inquiridos reprovavam a actuação dos congressistas — um recorde desde que este estudo começou a ser feito, em 1977. Os republicanos eram os mais penalizados: 72 por cento não concordam com a acção do partido mais à direita, que esteve em foco por causa da sua facção mais radical, o Tea Party (40 por cento de opiniões desfavoráveis).

“Os políticos deram aos cidadãos duas guerras falhadas, uma crise económica e financeira e ordenados estagnados”, disse ao blogue The Fix do "Washington Post" o ex-secretário do comité republicano Tom Davis. “A não ser que a economia melhore, o sistema político vai ter de passar por uma terapia de choque.”

“Pela primeira vez na minha vida política, um número significativo de congressistas de ambos os partidos pode não ser reeleito”, reconheceu o ex-congressista democrata Martin Frost.

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 29




MARTINHO JÚNIOR

“EFEITOS DOMINÓ” PARA ÁFRICA A SUL DO SAHARA

I

O que está a ocorrer no Nordeste e Norte de África inter relacionando com as questões correntes inerentes à evolução da situação no Médio Oriente e Ásia Central) é de se ter em consideração para o resto do continente, em especial para a região do Sahel, para a África Ocidental, para o Golfo da Guiné e para a África Central (incluindo a Região dos Grandes Lagos).

Em “A Conferência do Pentágono para África” faltou-nos abordar o papel dum aliado-fantoche da hegemonia que possui também um papel muito activo em África: Israel.

Israel está sob os pontos de vista geo estratégico, físico-geográfico e humano no centro do triângulo em que a crise atingiu, de há dois anos a esta parte, a maior intensidade, um triângulo cujos vértices são a Líbia, o Sudão (dois países africanos) e a Síria (no Médio Oriente), estando o Irão na “lista de espera”…

Em qualquer um desses vértices, o poder em Israel está apostado em criar o máximo de tensões e divisões a fim de debilitar o potencial árabe e islâmico, uma manobra que está sincronizada com os esforços em relação a Gaza, à Palestina e ao Líbano, esforços que chegaram ao delírio e evidência do “apartheid” em pleno século XXI.

O papel de Israel ajusta-se ao jogo da hegemonia e interliga-se com o papel dos Estados Unidos e de seus aliados-fantcohe no Médio Oriente, na Ásia Central e a partir do Nordeste – Norte de África em direcção ao resto do continente.

Israel é uma parte activa dos “Jogos Africanos”, parafraseando Jaime Nogueira Pinto e como tal desempenha um papel importante na formação das novas elites africanas, para além das questões geo estratégicas, físico-geográficas e sócio-político-religiosas correntes que se apresentam ao Nordeste e ao Norte de África.

Em “Como perderam os árabes o Sul do Sudão” Lamis Andoni (tradução para castelhano via Rebelión), considera: VER AQUI.

A inteligência israelita, completamente integrante do poder dos falcões, tem procurado perceber todas as fragilidades do pan-arabismo, como dos islamitas e explora as brechas em relação às minorias, conforme a fenómenos que ocorrem em cada um dos vértices do triângulo que acima referenciei (e na sequência da história contemporânea do Iraque), a fim de, ao provocar tensões, conflitos, e manipulações no sentido de enfraquecer seus inimigos, potenciais ou reais, obrigar ao redesenhar dos mapas e aproveitar a “fermentação” das novas elites em ascensão para procurar melhor colocar seus agentes de influência.

Em “A balcanização do Sudão: um novo desenho para o Oriente Médio e o Magrebe”, Mahdi Darius Nazemroaya (tradução para castelhano pelo Rebélion), detalha: VER AQUI.

As situações que se põem ao Norte de África, ao Mahgreb, à vasta região do Sahel e na profundidade em direcção ao Golfo da Guiné e África Central, não podem deixar de ser vistas, sob os pontos de vista prospectivo e geoestratégico, como abertas à sequência dos acontecimentos no Nordeste de África, particularmente ali onde “lobbies” como o do petróleo e o dos minerais são mais interventivos.

Os êxitos que a hegemonia obtiver no Nordeste – Norte de África serão levados em consideração no resto do continente africano, naturalmente com tónicas mais acentuadas em alguns lugares que noutros.

Ao redor e no Golfo da Guiné, motivações para redesenhar o mapa sócio-político-cultural não faltam.

II

A costa ocidental africana a sul de Marrocos, incluindo a que inclui o Golfo da Guiné, possui um conjunto de fenómenos humanos que favorecem a oportunidade para o redesenhar do mapa do continente, muito em especial se houverem interesses externos poderosos vocacionados para isso.

Para as multinacionais que historicamente têm explorado as riquezas africanas, na medida do possível, para que haja uma diminuição de custos de exploração e uma maior garantia de lucros, os estados nacionais tutelares dos territórios onde são feitas as explorações, são sempre mais fáceis de manipular se suas economias se mantiverem subdesenvolvidas, se suas culturas (sob o ponto de vista antropológico) estiverem enfraquecidas, se proliferarem divisões e contradições, ou se conseguirem manter condições e conjunturas de opressão, submissão, vassalagem, ou dependência.

É evidente que, se para além das sequelas redundantes da Conferência de Berlim, forem aplicados estímulos pela hegemonia no sentido de se acentuarem as manipulações, as tensões e os conflitos de acordo com projectos que implicam um redesenhar de mapas conforme ao que denuncio como “Conferência do Pentágono para África”, é todo o continente africano que sofre as consequências directas e indirectas de impactos dessa natureza.

Ao situarmo-nos nos exemplos que perfiguram os interesses dos falcões israelitas num quadro como esse, é toda a África que está em risco de vir a sofrer com a prospecção de cenários como os que estão a ocorrer particularmente no Nordeste, não só por causa do “efeito dominó”.

Em África, dadas as características fisico-geográficas, históricas, económicas e demográficas, as possibilidades de sobrevivência das populações que beneficiam do contacto com o mar é muito maior, pelo que os países interiores, em especial aqueles que não possuam recursos hídricos importantes, são os que mais problemas têm, pelo que são países que são fonte de migração (possuem tensões internas que são “exportadas” para outros africanos e para alguns europeus.

Os relatórios anuais dos Índices de Desenvolvimento Humano espelham sob o ponto de vista estatístico o conjunto de fenómenos que concorrem para o aumento de precariedade no interior do continente, em especial em países do Sahel, ou situados noutras áreas desérticas, ou semi desérticas.

Tomando como base o relatório de 2010, no que diz respeito aos IDH baixos há 41 países dos quais 35 são africanos e destes, 13 sem acesso directo ao mar oceânico.

Em relação aos IDH médios só há 10 países africanos, 7 deles interiores, entre 42 países.

Com o IDH considerado elevado entre 43 países só há 3 africanos, nenhum deles interior.

No que diz respeito ao IDH muito elevado, não há país africano algum.

Esses dados estatísticos dão-nos uma ideia relativa da situação de África, mas não transmite ideia suficiente em relação a outros fenómenos.

Por exemplo, há países que tendo costa oceânica são desérticos, ou semi desérticos, como a Mauritânia, ou a Somália.

Há ainda casos cujas costas oceânicas são diminutas se considerarmos sua extensão, como o caso da República Democrática do Congo.

Os problemas de subdesenvolvimento crónico são graves em países africanos situados no interior, como por exemplo o Zimbabwe, o Níger, o Burundi, o Chade, o Burkina Faso, o Mali, a República Centro Africana, a Etiópia, o Malawi, o Ruanda, a Zâmbia, o Uganda e o Lesoto.

Praticamente de todos eles há correntes migratórias que se dirigem para países com litoral oceânico e, naqueles situados mais ao norte, há correntes que procuram também dirigir-se para a Europa (Níger, Chade e Mali, a título de exemplo), explorando quase sempre possibilidades que se oferecem por outros países.

Devido à situAÇÃO NA Líbia, muitos migrantes africanos que trabalhavam naquele país, face ao conflito, procura a todo o transe alcançar as ilhas italianas do sul.

Em África, as migrações do interior para o litoral influem na situação humana em países como o Senegal, a Guiné Conacry, a Costa do Marfim, ou a Nigéria.

Os migrantes, quase todos professando o islamismo, pressionam as comunidades cristãs do litoral.

A Costa do Marfim, onde durante muitos anos floresceram as culturas do café e do cacau, é um país que atraiu migrações de toda a África Ocidental e em especial de países interiores próximos, sobretudo do Burkina Faso, o que tem influído no espectro sócio-político de tal forma que isso joga com factores étnicos e religiosos (cristãos predominantemente no litoral e muçulmanos no interior).

O deteriorado ambiente sócio-político tem conduzido a conflitos nas disputas pelo poder, havendo conexões externas, inclusive de fora do continente, em relação às tendências partidárias que espelham as divisões étnico-religiosas.

As conexões de inteligência de Israel no continente possuem nexos com esses movimentos migratórios.

Esses conflitos podem ser explorados para fragmentar o espaço nacional da Costa do Marfim.

O caso da Nigéria é também exponencial: há questões históricas (tentativa de secessão do Biafra), religiosas (conflitos sangrentos entre cristãos e muçulmanos) e económicas (caso do delta do Níger onde existem grande parte das instalações de exploração do petróleo e do gás), que contribuem para o estado de precariedade que se torna permanente apesar da Nigéria ser um Estado Federal.

As tensões e os conflitos fluem também do facto da Nigéria ter uma enorme população (é o mais populoso país de África) que vive em subdesenvolvimento crónico inclusive nas grandes cidades como Lagos, à mercê do aumento de preços dos produtos alimentares a nível internacional e sem possibilidades de os produzir internamente para toda a sua população.

Quer a Costa do Marfim como a Nigéria, possuem populações cristãs predominantemente no litoral e muçulmanas no interior.

As correntes migratórias são hoje de tal maneira fortes do interior para o litoral que atingem Angola, um país onde antes da independência não haviam praticamente comunidades muçulmanas.

Os fluxos de migrantes provenientes do Mali e do Níger, assim como da região dos Grandes Lagos (neste caso predominantemente cristãos), têm tido bastante expressão em Angola desde a década de 90 do século passado.

As potencialidades humanas disponíveis para prospecções de cenários tendentes ao redesenhar do mapa de África existem e, em países como a Costa do Marfim, a Nigéria e a República Democrática do Congo podem vir a constituir mais riscos, em particular se houverem estímulos de entidades de fora do continente, estados ou multi nacionais agressivas em função de geo estratégias que considerem interesses concorrentes a eliminar.

A viagem do líder da extrema direita de Israel a África em 2009, englobou a Nigéria e o Gana, no Golfo da Guiné, depois de passar por países do Nordeste de África (Etiópia, Quénia e Uganda).

Israel, no que diz respeito a relações diplomáticas com países africanos fora da região Nordeste, tem embaixadas no Senegal, na Costa do Marfim, na Nigéria, nos Camarões, em Angola e na África do Sul.

Nota:

Chamo a atenção para a necessidade de se comprar o mapa de Holly Lindem referenciado em “A Conferência do Pentágono para África” com o mapa representativo da presença israelita em África de 2009, a fim de se tirarem melhores conclusões prospectivas. O caso da África Austral (África do Sul e Angola), merecem um tratamento distinto.

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