quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

'Chefe da ONU representa um perigo para a paz mundial': Israel furioso com Guterres

Israel está furioso com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Imagem: Palestine Chronicle

Pela equipa do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Autoridades israelenses atacaram o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, na quarta-feira, depois que este último invocou uma cláusula rara da Carta da ONU para pressionar por um cessar-fogo imediato em Gaza. 

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, acusou Guterres de apoiar o movimento de Resistência Palestina Hamas em uma breve declaração sobre X. 

“O mandato de Guterres é um perigo para a paz mundial”, disse Cohen, acrescentando que “o seu pedido para activar o Artigo 99 e o apelo a um cessar-fogo em Gaza constituem apoio à organização terrorista Hamas”.

Por sua vez, o enviado de Israel às Nações Unidas, Gilad Erdan, apelou à demissão de Guterres e descreveu a carta como “mais uma prova” da “distorção moral e do seu preconceito contra Israel” de Guterres.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, invocou, na quarta-feira, o artigo 99.º da Carta fundadora da ONU. 

O Artigo 99 permite ao Secretário-Geral “levar à atenção do Conselho de Segurança qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”.

O artigo não é usado há décadas, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

Guterres reiterou na carta o seu apelo a um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza.

“Escrevo ao abrigo do artigo 99.º da Carta das Nações Unidas para chamar a atenção do Conselho de Segurança para um assunto que, na minha opinião, pode agravar as ameaças existentes à manutenção da paz e segurança internacionais”, dizia a carta.

"Isto é urgente. A população civil deve ser poupada de danos maiores. Com um cessar-fogo humanitário, os meios de sobrevivência podem ser restaurados e a assistência humanitária pode ser prestada de forma segura e oportuna em toda a Faixa de Gaza”, afirmou.

Desde 7 de outubro, 16.250 palestinos foram mortos e mais de 43.616 feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino em Gaza.

Palestine Chronicle

BLOG DE GAZA: Crianças mortas em Nuseirat, Al-Maghazi | TPI: Bloquear ajuda é crime

 

Mais foguetes disparados do Líbano | Soldado Israelense Morto – DIA 62

Pela equipa do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil 

Israel continuou o bombardeamento de residências palestinianas em Gaza, matando muitas pessoas, incluindo várias crianças, no campo de refugiados de Al-Maghazi.

Entretanto, a forte resistência palestiniana parece estar a tornar-se mais forte em todas as áreas de Gaza, incluindo as regiões do norte, resultando na morte e no ferimento de mais soldados israelitas.

De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano em Gaza, até 7 de Dezembro, 16.250 palestinianos foram mortos e 43.616 ficaram feridos, a maioria dos quais são mulheres e crianças.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES:

Quinta-feira, 7 de dezembro, 19h10 (GMT+3)

ONU: A situação humanitária em Gaza é catastrófica e uma das piores que já testemunhámos.

TV SATÉLITE AL-AQSA: Renovam-se os confrontos entre a resistência palestina e as forças de ocupação israelenses nas áreas de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

TEMPOS: Uma equipa militar britânica na Cisjordânia está a trabalhar para preparar a Autoridade Palestiniana para assumir a administração da Faixa de Gaza.

Quinta-feira, 7 de dezembro, 18h10 (GMT+3)

MONITOR EURO-MED: Forças israelenses matam civis levantando bandeiras brancas.

WASHINGTON POST: Mais de 500 funcionários que trabalham em 142 organizações judaicas americanas apelaram ao presidente Joe Biden para trabalhar num cessar-fogo em Gaza.

PM ISRAELITA NETANYAHU: O Hezbollah transformaria Beirute e o sul do Líbano em Gaza e Khan Yunis se lançasse uma guerra total.

BRIGADAS DE AL-QASSAM: Nossos combatentes atacaram uma força israelense em uma casa em Beit Lahia e causaram baixas entre suas fileiras.

HEZBOLÁ:

– Alvejamos os locais de Al-Jardah, Bayad Blida, Maayan Baruch e quartéis de Zarit com armas apropriadas e conseguimos ataques diretos

– Alvejamos duas reuniões de soldados de ocupação nas proximidades dos locais de Jal al-Alam e Harj Shtoula e causamos ataques diretos.

– Alvejamos uma reunião de soldados israelenses nas proximidades do quartel Matat e causamos ataques diretos contra eles. Confirmou também que os seus combatentes tinham como alvo o local de Al-Marj, na aldeia libanesa ocupada de Honin, e atingiram-no diretamente.

Quinta-feira, 7 de dezembro, 16h55 (GMT+3)

BRIGADAS DE AL-QASSAM: Nossos combatentes conseguiram construir uma abertura de túnel na área de Sheikh Radwan e, assim que uma força do exército de ocupação avançou em direção ao túnel, foi detonada junto com os soldados, causando mortes e ferimentos entre eles.

BLOOMBERG (citando autoridade israelense): A missão para destruir cerca de 500 quilômetros de túneis do Hamas na Faixa de Gaza levará meses.

BRIGADAS AL-QASSAM: Destruímos 79 veículos militares israelenses nas últimas 72 horas.

AL-JAZEERA (citando fonte local): Um palestino preso na Escola Khalifa em Beit Lahia, norte da Faixa de Gaza, disse que as forças de ocupação estão sitiando a escola, que abriga cerca de 7.000 pessoas deslocadas, e que seus atiradores estão no topo de vários edifícios em frente à escola.

AL-JAZEERA: Confrontos com armas pesadas no norte da Faixa de Gaza.

CRUZ VERMELHA: Os números não reflectem a extensão e magnitude da tragédia que o povo de Gaza está a viver.

Estupidez Natural e Inteligência Artificial – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Israel já matou mais dois jornalistas na Faixa de Gaza. Agora são 63 profissionais assassinados pelos nazis de Telavive desde o dia 7 de Outubro passado, há menos de dois meses do genocídio desencadeado contra os palestinos. Para os aviões destruírem a cidade de Gaza forçaram a deportação das populações. Mais de um milhão de pessoas fugiu para o sul onde, segundo os ocupantes, era mais seguro. Na segunda fase do genocídio, os nazis de Telavive mandam essas pessoas deportadas mais as que lá viviam, para a fronteira do Egipto. E as bombas de um a tonelada caindo, matando e destruindo.

Na segunda fase do genocídio, os nazis de Telavive ultrapassaram os torcionários, assassinos e exterminadores do III Reich. Estão a disputar o lugar de Hitler na História Contemporânea. No regresso do genocídio a Gaza foi dado o alerta: “Abriu na Palestina uma fábrica de assassínios em massa". O que é? “Israel está a usar inteligência artificial para atacar as populações civis. A plataforma chama-se Evangelho e combina uma multiplicidade de bases de dados, analisa comunicações, imagens de drones e padrões de comportamento para seleccionar os alvos”. Extermínio de palestinos rápido e em força!

Com o “Evangelho”, os nazis de Telavive estão a arrasar todas as colmeias humanas na Faixa de Gaza. Eles dizem que a plataforma permite “grande precisão nos bombardeamentos”. Por isso, em três dias já destruíram mais de metade da cidade de Kahn Yunis. Mataram milhares de civis sendo mais de 80 por cento mulheres e crianças. E dois jornalistas entraram na longa lista de profissionais assassinados! Eles não querem testemunhas. Só criadagem que carrega microfones, câmaras e depois estende a mão aos 30 dinheiros.

No norte de Gaza, com a fúria assassina e a estupidez natural, os nazis de Telavive destruíram tudo: Escolas da ONU, postos de saúde e hospitais, universidades, prédios de habitação, bairros inteiros. Mataram milhares de civis inocentes. Mais de 40.000 feridos graves. Famílias desapareceram sob os escombros das casas e prédios bombardeados.

Com a inteligência artificial e o nazismo apurado, estão a fazer mil vezes pior no sul da Faixa de Gaza. A ONU diz que a região vive um ambiente infernal como nunca se viu. O porta-voz das tropas invasoras e ocupantes diz que está tudo bem: “Enviámos milhares de panfletos, mensagens de telemóvel telefonemas, para as pessoas saírem do sul de Gaza”. Suprema hipocrisia. As pessoas estão refugiadas em tudo quanto é sítio e eles mandam panfletos que ninguém lê porque se alguém põe a cabeça de fora morre!

E ninguém pode esquecer que os nazis de Telavive cortaram a água potável. Os técnicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertaram para a tragédia que aí vem: “Em breve vamos ter doenças por falta de água potável que vão matar mais do que os bombardeamentos”. Os líderes de todo o mundo fingem que não sabem e assobiam para o lado.

Angola Vai à Lua e a Marte -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Sem duas margens não há passagem. Sem a montanha não há rio. Lá nas Boas Águas (Tchicala Tcholohanga) está a mãe dos rios Cubango (Okavango) e Cunene. O rio Cuanza é filho do Chitembo, Bié. Tantas margens. Tantas passagens. Quando éramos miúdos procurávamos a Génese nas águas mansas do grande Cunene, ainda fio de água pura no início do seu longo caminho de mil quilómetros até Ruacaná. 

Afinal o primeiro Homem estava resguardado, pensativo, num rochedo da montanha. Um raio fendeu a pedra e das suas entranhas saiu o nosso Papá. Das profundezas do rio emergiu Choya para deslumbrar o nosso Pai Fety. 

Nesse tempo de férias grandes sem horário nem calendário aprendemos esta mensagem do barqueiro: Amol’osonge, lilongisa okuywila asiña avali: Esiña limosi hoyokilo. Ó cria do songue aprende a nadar: Uma só margem não é passagem. 

 A “bíblia” que nos apresenta a Génese está escrita em Umbundu:

Suku wa lulika omanu vatete. Alume vakuãlã va tunda vesenje. Va sanga ovombanda akuãlã. Wa tete wa tambula umbanda wokuloa. Wavali wowu wokutãhã. Watatu wa tambula unune Wokusakula wakuãlã wa linga ukongo. Eteke limue ukongo wa enda okuyeva konele yolui, yu wa linga ukongo.

Eteke limue ukongo wa enda okuyeva konele yolui, yu wa mõlã cimue ci lisenga vovava, wa ci kuata, wa ci kuta lolondovi kuenda wa ci limgisa upika waye.

Oco ukai watete. Eci ukongo wa tiuka kocilombo caye wo kuela yu wa linga ukai waye. Kovaso yoloneke we mina yu wa cita. Omala vaye akai vatatu va linga akai valume vatatu vakuavo.

ESTÁ ESCRITO EM ACTA - Pretória Reconheceu Vitória de Angola – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Presidente da África do Sul, PW Botha, convocou para o dia 28 de Agosto de 1988 uma reunião classificada como ultra secreta para tomar decisões de Estado sobre a derrota das forças armadas de defesa e segurança no Triângulo do Tumpo.

Estavam presentes os mais altos dirigentes sul-africanos e tomaram uma decisão dolorosa: Acabar com o regime de apartheid e acatar a Resolução 435 da ONU sobre a Independência da Namíbia.

O documento secreto ao qual tive acesso tem poucas palavras, mas são significativas. Volto a revelar a “Acta da Derrota” em homenagem aos heroicos combatentes que libertaram África do odioso regime de apartheid. E particularmente aos comandantes das forças, Generais José Domingos Baptista (Ngueto) e, Fernando Amândio Mateus (Nando Cuito), na época majores. E os capitães que comandavam as brigadas: Maximiliano, Zenzeca, Incendiário, Kiluange, Keba, Sacudido, Ngueleca, Kambiçula e o recentemente falecido Valeriano.

Na reunião de alto nível estiveram presentes além do Presidente da República PW Botha, o ministro da Defesa, general Magnus Malan, o ministro das Relações Exteriores, Pik Rudolf Botha, o general Jannie Geldenhuys, o major-general Neil Van Tonder e o major-general Kat Liebenberg. Todos os derrotados no Triângulo do Tumpo.

A agenda da reunião tinha quatro pontos: Fracasso na tomada do Cuito Cuanavale (número um), fracasso na tomada da aldeia do Tumpo (número dois), material de guerra capturado pelo inimigo (número três) e as baixas em combate (número quatro). 

Uma correcção. Na “Acta da Derrota” é feita referência à “aldeia do Tumpo”. Na verdade é a aldeia de Samaria que fica no alto de uma colina sobranceira à grande chana do Tumpo, que baptizei de triângulo porque naquela imensa planície correm os rios Tumpo, Dala e Cuanavale.

O secretário da reunião escreveu na acta que o Presidente da República, usando os seus poderes constitucionais decidiu “desmobilizar a 82ª Brigada e o 61º Batalhão Mecanizado, que foram formados para a Batalha do Tumpo”. 

O momento mais importante da reunião estava para vir. A acta refere taxativamente: “O ministro da Defesa, genral Magnus Malan, e o general Geldenhuys, assumem aqui a total responsabilidade da derrota”. Está escrito!

A acta da reunião ultra secreta revela outro aspecto dramático para o regime de apartheid mas bom para a África Austral e o mundo civilizado: “Dadas as consequências da derrota no Cuito Cuanavale, o Governo da África do Sul foi obrigado a aceitar a Resolução 435 da ONU sobre a Independência da Namíbia”. PW Botha e os seus pares reconheceram naquele momento que a Batalha do Cuito Cuanavale os deixou de tal forma vulneráveis, que foram obrigados a abrir mão da sua colónia.

RECUANDO NA FRENTE, KIEV FOI GOLPEADA PELA RETAGUARDA EM WASHINGTON

South Front | # Traduzido em português do Brasil | Ver vídeo

As coisas estão a piorar para Kiev, não só no campo de batalha, mas também na arena política.

As forças russas realizaram outro ataque massivo às instalações militares ucranianas em todo o país pela quinta noite consecutiva.

Vários alvos foram atingidos na região de Zhytomyr. Um deles era um grande depósito de munições da OTAN perto de Berdichev.

Os ataques russos continuam a atingir diariamente o campo de aviação militar em Starokonstantinov, na região de Khmelnitsky. Devido à falta de opções alternativas, os ucranianos não perdem a esperança de implantar ali o querido avião F-16, apesar do bombardeamento russo em curso, que destrói a infra-estrutura das instalações.

Desde ontem à noite, várias explosões ocorreram em Odessa. Um dos alvos teria sido o campo de aviação de Shkolny.

Mais ataques de drones russos atingiram instalações perto de Kropyvnytskyi. Unidades ucranianas também foram atingidas perto de Kharkiv durante a sua rotação para a região de Kupyansk.

Entretanto, as forças russas não param o seu avanço na frente. No flanco norte de Bakhmut, eles abriram uma estrada importante e começaram a cercar Bogdanovka.

Cuidado com os idos de março? O medo da 'ditadura' de Trump, alguns leem assassinato

A mídia liberal entrou em pânico total, ao mesmo tempo em que faz alguns apelos não tão sutis pela “eliminação” do Homem Laranja.

Ponte Roberto* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Enquanto as sondagens mostram que Donald Trump assumiu uma ampla vantagem sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, em cinco estados decisivos, a comunicação social liberal entrou em pânico total, ao mesmo tempo que faz alguns apelos não tão subtis à “eliminação” do Homem Laranja.

Seja real ou imaginário, Washington, DC parece estar a dirigir-se para o seu próprio “momento cesariano”, enquanto os grandes meios de comunicação social falam das perspectivas de uma ditadura descendo sobre a terra justa, caso a restauração de Trump se concretize.

“Você tem medo de uma ditadura de Donald Trump?”, perguntou Greg Sargent em um artigo de opinião no The Washington Post. “Bem, saiba disso: a única coisa que você deve temer é o medo do próprio Tyrannus Trumpus.”

Prepare-se, caro leitor, pois o restante do artigo está repleto de formas não menos absurdas de governo para descrever Donald Trump, sem nunca fornecer um pingo de prova para apoiar as afirmações: “ governo autoritário”, “autocracia plena ”, tirania Trumpiana”, “intenções ditatoriais”, “despotismo”, “ameaça à democracia”, “ameaça antidemocrática”, golpe violento”. e “ameaça autocrática”.

É um pouco irónico que, apesar de toda a preocupação liberal sobre a possibilidade de Donald tomar “poderes autocráticos” em Novembro, não tenha havido tal consternação quando Joe Biden se comportou pior do que qualquer Calígula poucas horas depois de ser eleito em 2020.

O líder septuagenário, sozinho em sua mesa e usando uma máscara preta, assinou dezenas de ordens executivas que serviram como sentença de morte para: um muro viável na fronteira entre os EUA e o México; o oleoduto Keystone XL, de US$ 9 bilhões e 1.900 milhas, vindo do Canadá, que teria tornado a América independente em termos de energia; homens biológicos de usarem os banheiros e vestiários femininos, e uma série de outras questões que foram resolvidas sem um pingo de debate no Congresso.

Incrivelmente, no final do seu nono dia na Casa Branca, Biden tinha assinado 40 ordens executivas, ações e memorandos presidenciais – um recorde histórico.

Apesar de tudo isto, Biden está agora a agir como se fosse a Linha Maginot contra a possibilidade de tirania/autoritarismo/ditadura/autocracia total, faça a sua escolha.

“Se Trump não estivesse concorrendo, não tenho certeza se estaria concorrendo. Mas não podemos deixá-lo vencer”, disse o democrata de 81 anos em um evento de arrecadação de fundos em Massachusetts.

Numa nuvem de hipocrisia e grande ilusão, os Liberais acreditam sinceramente que Trump está prestes a desfrutar, nas palavras de Robert Kagan, o principal neoconservador que co-escreveu o infame tratado Projecto para um Novo Século Americano, “um caminho claro à ditadura nos Estados Unidos, e está ficando mais curto a cada dia.”

Infelizmente, Kagan não pensou em pisar no freio ali, mas passou a fornecer um pára-choque de som apocalíptico que muitas pessoas consideraram o último chamado para 'eliminar' Trump, o próximo “presidente vitalício”.

“Vamos fazer alguma coisa a respeito? Mudando as metáforas, se pensássemos que havia 50% de probabilidade de um asteroide colidir com a América do Norte daqui a um ano, estaríamos contentes em esperar que isso não acontecesse? Ou estaríamos tomando todas as medidas concebíveis para tentar impedi-la, incluindo muitas coisas que podem não funcionar, mas que, dada a magnitude da crise, devem ser tentadas de qualquer maneira?”

Talvez se os Estados Unidos não estivessem a rebentar pelas costuras com mais armas de fogo do que pessoas, e uma população que não estivesse a lutar contra um grave vício em opiáceos, tais comentários sobre tomar “todas as medidas concebíveis” pudessem ser ignorados com segurança. Mas tal como as coisas estão actualmente, devem ser encaradas pelo seu valor nominal.

Na verdade, como escreveu o congressista republicano Matt Gaetz no X: “Eles estão obviamente dando luz verde ao assassinato”.

AMBIÇÕES GLOBAIS DE INFORMAÇÃO DO PENTÁGONO

Leonid Savin | Katehon | # Traduzido em português do Brasil

A Estratégia para Operações no Ambiente de Informação (SOIE), adoptada pelo Departamento de Defesa dos EUA em Julho, foi divulgada em 17 de Novembro. É de natureza geral, descrevendo o que o Pentágono e os seus parceiros querem realizar e como chegar lá.

A mensagem original é que não se trata apenas de uma tarefa militar. Conforme observado, a Estratégia para Operações no Ambiente de Informação deve ser integrada com a gama de outras capacidades, operações e atividades de informação do governo que cobrem a diplomacia pública, assuntos civis e inteligência.

Os princípios-chave para o planejamento da SOIE 2023 do Departamento de Defesa são os seguintes:

– O Departamento de Estado lidera a diplomacia pública. O Departamento de Defesa trabalha com parceiros interagências e fornece apoio ao planeamento e sincronização e outros recursos para garantir a integração eficaz das capacidades de informação em todo o governo.

– É necessária uma priorização deliberada ou reafectação de recursos para satisfazer os requisitos dos Comandantes das Forças Conjuntas em matéria de capacidades orgânicas e de capacidade para implementar a SOIE no âmbito de campanhas e de dissuasão integrada.

Narrando Gaza: Dor em árabe, informações em inglês

Falar em inglês é como um prisioneiro olhando as chaves do diretor.

Nabil Echchaibi* | Al Jazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Como árabe, não preciso escrever para os palestinos. Os palestinos escrevem para todos nós há anos com suas palavras, letras, prosa, versos, silêncio, sangue e membros. Mas a sua narração, por mais eloquente, suave, raivosa ou angustiante que seja, permanece impossível.

Enquanto as bombas chovem hoje sobre Gaza, matando e mutilando milhares de civis e deslocando mais de um milhão, como se escreve sobre a dor palestiniana, as lágrimas palestinianas? Que fardo de credibilidade devem os palestinos suportar para que a sua dor corresponda à decência do reconhecimento? Em que linguagem será compreendido o seu sofrimento? Que médium algum dia levará sua agonia para um local seguro?

Em árabe, a dor palestina não precisa de tradução. É visceral e penetrante. Consideremos esta cena da cobertura em directo do canal de televisão da Palestina, quando o repórter Salman al-Bashir desabou ao vivo ao dar a notícia do falecimento do seu colega Mohammed Abu Hatab e de toda a sua família num bombardeamento em Gaza.

Al-Bashir, falando do lado de fora de um hospital e em prantos, retirou seu equipamento de proteção em um sinal de desespero total enquanto fazia um relato angustiante do assassinato de seu amigo em meio aos sons estridentes das ambulâncias. “A única diferença entre nós e aqueles que já morreram é apenas uma questão de tempo”, disse ele.

“Somos caçados um após o outro. Ninguém cuida de nós nem se dá conta da gravidade desta tragédia em Gaza. Nenhuma proteção internacional. Estas jaquetas e estes capacetes não nos protegem de nada. São meros slogans que usamos por nada. Somos puras vítimas ao vivo no ar. Estamos apenas esperando pela nossa hora.”

Desejo que todos entendam árabe para sentir a vibração sonora da dor nas palavras desta repórter e se conectar com a tristeza na voz da âncora do estúdio enquanto ela soluça ao fundo. Nesta língua não há desconfiança, nem teste de sinceridade, nem expectativa cruel de prova de humanidade.

Guerra Israel-Hamas ao minuto: Guerra em Gaza ultrapassa a marca de dois meses

Virginia Pietromarchi ,  Nils Adler ,  Linah Alsaafin  e  Edna Mohamed | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

-- Ospalestinos em Gaza enfrentam bombardeios israelenses implacáveis ​​no momento em que a guerra em Gaza entra no seu terceiro mês.

-- O chefe da ONU, Guterres, invocao raramente utilizado Artigo 99 para forçar o Conselho de Segurança a abordar a guerra em Gaza, alertando para o aprofundamento da “catástrofe”.

-- O Hospital Ahli Arab da Cidade de Gaza está com capacidade total, alerta o porta-voz do Ministério da Saúde, enquanto o sistema de saúde luta para lidar com o novo fluxo de feridos.

-- Pelo menos 16.248 palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. Em Israel, o número oficial de mortos é de cerca de 1.200.

Líder da oposição israelense critica marcha de extrema direita em Jerusalém

O líder da oposição israelense, Yair Lapid, critica uma marcha de extrema direita em Jerusalém marcada para hoje, chamando-a de “provocação violenta”.

“A marcha em Jerusalém esta noite é uma tentativa flagrante de Kahan de incendiar mais arenas e causar mais destruição e morte”, disse Lapid no X. “Como primeiro-ministro, aprovei marchas em Jerusalém, mas não provocações violentas”, acrescentou.

Lapid referiu-se ao grupo israelita Kahane Chai, que esteve na lista dos EUA de “organizações terroristas estrangeiras” até 2022.

A mídia israelense informou que a marcha foi organizada por dois grupos ultranacionalistas que clamavam pelo “controle total judaico” do complexo da Mesquita de al-Aqsa, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, e pela revogação da autoridade do Waqf, o grupo nomeado pela Jordânia. órgão que administra o site.

Israel intensifica ataques diários na Cisjordânia ocupada

Pelo menos quatro palestinos, incluindo três adolescentes, foram mortos em 24 horas, enquanto 60 pessoas foram presas.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

O exército israelita está a intensificar os seus ataques à Cisjordânia ocupada, com incursões quase diárias a ocorrer em todo o território.

Pelo menos quatro palestinos, incluindo três adolescentes, foram mortos em tais ataques nas últimas 24 horas, disse Charles Stratford, da Al Jazeera, reportando de Ramallah na noite de quarta-feira.

Sessenta palestinos foram presos durante esse período, disse ele.

Os quatro mortos incluíam um jovem de 16 anos em Jenin, no norte da Cisjordânia, dois irmãos em Tubas e um em Balata, em Nablus, disse o nosso correspondente.

Enquanto isso, durante a noite em Tulkarem, uma cidade no norte, um dispositivo explosivo improvisado explodiu enquanto um comboio de veículos blindados passava.

“Estamos recebendo relatos sobre um ataque ao campo de refugiados em Tulkarem… É frequentemente descrito como um centro para a resistência armada palestina”, disse Stratford.

Vários trabalhadores palestinos de Gaza foram detidos durante a noite após um ataque israelense na cidade de Faroun, perto de Tulkarem, informou a agência de notícias palestina Wafa.

Fontes de Tulkarem disseram a Wafa que as forças israelenses invadiram o edifício Kamal Salama da cidade e retiraram os trabalhadores de seus apartamentos residenciais.

As forças israelenses também invadiram outras áreas, incluindo o campo de refugiados de Aida, ao sul de Belém; as aldeias e cidades de Silat al-Dhahr, al-Atara, Arana, al-Jalama, Faqoua, al-Arqa e Zububa na província de Jenin, e a aldeia de Beit Dajan, a leste de Nablus.

Secretário-geral da ONU invoca o Artigo 99 sobre Gaza

António Guterres alertou para uma “catástrofe” cada vez mais profunda em Gaza ao apelar ao Conselho de Segurança para agir. 

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil - ver vídeo

O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, invocou o Artigo 99 da Carta da ONU, instando o Conselho de Segurança da ONU a agir sobre a guerra em Gaza.

A rara medida do secretário-geral ocorre num momento em que o Conselho de Segurança ainda não adoptou uma resolução apelando a um cessar-fogo entre Israel, o Hamas e os seus aliados.

Considerado o órgão mais poderoso da ONU, o Conselho de Segurança, composto por 15 membros, tem a tarefa de manter a paz e a segurança internacionais.

Na sua carta ao presidente do conselho, Guterres invocou esta responsabilidade, dizendo acreditar que a situação em Israel e nos territórios palestinianos ocupados “pode agravar as ameaças existentes à manutenção da paz e segurança internacionais”.

Guterres – que tem apelado a um “cessar-fogo humanitário imediato” desde 18 de Outubro – também descreveu “terrível sofrimento humano, destruição física e trauma colectivo em Israel e nos territórios palestinianos ocupados”.

Em resposta à carta de Guterres, os Emirados Árabes Unidos, membro do Conselho de Segurança, publicaram no X para dizer que tinham apresentado um novo projecto de resolução ao conselho e “pediram que uma resolução de cessar-fogo humanitário fosse adoptada urgentemente”.

Ler/Ver em Al Jazeera

Guerra Israel-Gaza: O Ocidente tem o poder de deter Israel?

Conselho de Segurança da ONU adota resolução para “pausas humanitárias” em Gaza

Chefe da ONU, Guterres, pede cessar-fogo enquanto Gaza se torna “cemitério de crianças”

Islamofobia | Tolerantes, só pelo ódio

Daniel Oliveira* | TSF | opinião | Ouvir em TSF

No habitual espaço de opinião semanal na antena da TSF, Daniel Oliveira olha para a evolução da extrema-direita na Europa. O cronista defende que os "muçulmanos são o alvo preferencial do ódio" e que "o antissemitismo histórico que está no DNA da extrema-direita vai sendo abandonado em nome de novas vítimas", desde que exista "alguém para odiar e perseguir".

"Como antes perseguiu os judeus, a extrema-direita europeia diz combater os muçulmanos em nome do que chamam os valores europeus. Para não ficarem a pregar aos seus fanáticos religiosos que acham que a Europa é cristã, o que faz dos que não o são (como eu) europeus segunda, usam a defesa dos direitos das mulheres e dos homossexuais como argumento", afirma.

No entanto, Daniel Oliveira sublinha que, "quando o debate não é sobre muçulmanos, encontramos esta mesma extrema-direita na defesa de uma proteção legal exclusiva à família tradicional, onde a mulher ocupa o lugar que teve durante séculos".

"Ou na oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ou nas campanhas pela invisibilidade da homossexualidade junto de crianças, como se o amor entre pessoas do mesmo sexo fosse menos natural e menos bonito do que o amor entre um homem e uma mulher, de que todas as crianças ouvem falar desde que nasceram", acrescenta.

O jornalista considera "interessante" ver como os extremistas de direita só se tornam feministas "se for para ser islamofóbica ou atacar a comunidade trans"; como só se tornam defensores dos direitos LGBT, "se isso estiver ao serviço da xenofobia", ou como só defendem a tolerância, "se isso estiver ao serviço do ódio".

"Uma ativista israelita pela paz contava-me há uns anos que, nas últimas décadas, houve um único momento em que religiosos muçulmanos, judeus e cristãos se juntaram na cidade de Jerusalém para tentar impedir a marcha do orgulho gay na cidade. Só em nome da intolerância, se conseguiram tolerar", nota Daniel Oliveira.

Para Daniel Oliveira, a extrema-direita compara-se aos islamistas políticos, que desprezam a laicidade do Estado, o respeito entre culturas e os direitos das mulheres e dos homossexuais. Todos estes valores "são apenas um pretexto para o ódio", conclui, "porque o ódio à diferença é o motor da extrema-direita".

*Texto: Maria Ramos Santos em TSF

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