quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E O VENCEDOR SERÁ… O MPLA!




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

O MPLA vai ganhar as próximas eleições com larga vantagem. Todos, a começar pelos angolanos, sabem isso. Quando perto de 70 por cento arrotam à fome, chega-lhes à boca a solução: votar no regime.

Seja como for, importa tentar que desta vez quer os donos da verdade em Angola, quer os seus congéneres mundiais, com Portugal à cabeça, não façam de nós estúpidos. Os angolanos merecem mais respeito.

Há muito que o MPLA, com o apoio de uma vasta máquina internacional, quer policial quer propagandística, prepara o terreno para ter o que queria. Usa, volta a usar, sobretudo duas técnicas: comprar e intimidar. Da CNE aos órgãos de comunicação do Estado, dos governadores provinciais aos sobas, tudo estará novamente bem controlado.

Tendo garantido a cegueira da comunidade internacional, para quem o essencial não é haver eleições livres mas, apenas isso, haver quem vá votar, o MPLA volta a facturar como quer, onde quer e sempre que quer. O mundo volta a estar preparado, quase sempre comprado, para reconhecer a vitória do MPLA.

Portugal, e tanto faz que o primeiro-ministro seja José Sócrates ou Passos Coelho, está pronto para reconhecer a vitória do MPLA e para enaltecer a democracia angolana. Deverá, aliás, utilizar o mesmo articulado e as mesmas palavras do reconhecimento anterior.

O nível de bajulação de Portugal ao regime de Eduardo dos Santos é de tal ordem que, se calhar a bem do reino das ocidentais praias lusitanas, até ficaria bem que o texto encomiástico fosse escrito pelo MPLA e viesse a Lisboa apenas para nele ser colocado a assinatura ou a… impressão digital.

Que as eleições não vão ser nem livres nem justas, todos sabem embora só alguns o digam. Todos vão olhar para Luanda, até mesmo a UNITA, esquecendo que será nas províncias que a fraude, mais tosca nuns lados e mais afinada noutros, terá mais impacto. Luanda voltará a ser uma cortina de fumo, também pensada pelos especialistas em conseguir os votos dos voluntários devidamente amarrados.

Creio, aliás, que o MPLA não quererá um resultado tão expressivo como nas anteriores “eleições” para, dessa forma (como desejava a comunidade internacional), evitar uma eleição mugabiana.

Sendo, como tem acontecido desde a independência, mais papistas do que o papa, os homens do MPLA vão querer mostrar serviço ao soba maior, acelerando o processo de manipulação e de compra de votos.

Os especialistas internacionais bem vão dizendo ao regime que modere a amplitude da vitória. Mas a oportunidade de mais uma vez humilharem os adversários, sobretudo os da UNITA (considerados em muitos círculos do poder como uma subespécie), vai ser mais forte do que qualquer conselho.

A comunidade internacional, com Portugal à cabeça, vai voltar a aproveitar mais uma oportunidade para fornecer mais uns quilómetros de corda ao regime do MPLA. Corda essa que, mais uma vez, o MPLA irá usar para enforcar os ocidentais. Só não vê quem não quer, que os donos do poder em Angola estão-se nas tintas para o chamado modelo ocidental de democracia.

Quanto à UNITA, o Galo Negro vai voltar a não voar e, mais uma vez, vai apanhar café às ordens dos senhores coloniais.

Tirando os conhecidos exemplos da elite partidária, todos aqueles que humildemente ainda são simpatizantes da UNITA, incluindo milhares dos que andaram a combater, vão continuar a apanhar café, ou algo que o valha.

Até às “eleições” anteriores julguei que os discípulos de Jonas Savimbi prefeririam a liberdade de barriga vazia do que a escravatura de barriga cheia. Enganei-me.

Quanto à cobertura das próximas “eleições” por parte da Comunicação Social portuguesa, recordam-se que nas anteriores a SIC, o Expresso, o Público e a Visão foram impedidos de entrar em Angola?

Nada disso voltará a acontecer. Os donos dos jornalistas destes quatro meios têm agora bons negócios com o regime e, por isso, fica garantida a isenção para irem cobrir as “eleições”, sabendo e Impresa e a Sonae que o seu sucesso em Angola passa pela liberdade dos jornalistas dizerem tudo… o que o regime quer que se diga.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: Ontem como hoje e certamente amanhã, as Kalashnikov "alimentam" os guineenses...

Timor-Leste: Comité 12 Novembro apoia governo na suspensão dos grupos de artes marciais


SAPO TL

O Comité 12 de Novembro, através de uma conferência de imprensa realizada ontem, apoia a decisão do governo em suspender todas as actividades relacionadas com artes marciais e também com a exploração do jogo bola guling e lotarias.

O presidente do Comité, Gregório Saldanha, sugere ainda uma lei forte que puna os membros da PNTL e F-FDTL envolvidos em actividades ilegais, onde se incluem o envolvimento com grupos de artes marciais e a utilização de armas fora do horário laboral.

Ainda durante a conferência de imprensa, Gregório Saldanha pede a abolição de toda e qualquer actividade na área da prostituição, já que esta atenta à moral, representando uma grande ameaça para o bem-estar e harmonia da população.

SAPO TL com Suara Timor Lorosae


Macau: Governo lamenta atraso na aplicação do salário mínimo e responsabiliza patronato


PNE - LUSA

Macau, China, 28 dez (Lusa) - O diretor dos Serviços para os Assuntos Laborais de Macau afirmou hoje que o Governo gostaria de "implementar já" um salário mínimo, mas que a decisão cabe também ao patronato, que ainda não está convencido.

"Gostávamos de implementar já, o mais rapidamente possível, o salário mínimo, mas não depende só de nós", disse Shuen Ka Hung, em declarações aos jornalistas, salientando que, em sede de concertação social, "até ao momento, a parte patronal só permitiu um estudo sobre a medida e ainda não a sua implementação".

Neste contexto, o responsável avançou que foi já selecionada uma universidade local para a realização de um estudo de viabilidade da implementação de um salário mínimo no território, questão discutida há 11 anos, mas que ainda não gerou consenso entre trabalhadores e patronato.

Em julho, Shuen Ka Hung tinha dado a conhecer que a Universidade de Macau (UM) e uma instituição privada, que não identificou, estavam disponíveis para desenvolver a investigação sobre o salário mínimo.

Para já, o Executivo procura mediar as discussões para depois apresentar uma proposta legislativa assente num consenso.

"O Governo gostaria que todos os trabalhadores tivessem esta garantia de salário mínimo, porque Macau tem registado nos últimos anos um grande desenvolvimento económico, que não está assim tão generalizado, por exemplo as pequenas e médias empresas ainda não estão a usufruir deste desenvolvimento", constatou o diretor dos Serviços para os Assuntos Laborais.

Por isso, concluiu, "o Governo tem esta intenção de implementar o salário mínimo, mas também dependerá da capacidade das pequenas e médias empresas" para tal.

Para já, o salário mínimo está apenas em vigor em benefício dos trabalhadores da limpeza e segurança de serviços públicos, que recebem do Governo o mínimo de 21 patacas (dois euros) por hora.

Mas os residentes permanentes de Macau (com fixação de residência há sete ou mais anos) que auferem menos de 4.000 patacas (382 euros) podem requerer um subsídio complementar aos rendimentos do trabalho para elevar o seu salário até um máximo de 4.400 patacas (420 euros).

Em Hong Kong está em vigor, pela primeira vez, desde maio, um salário mínimo de 28 dólares de Hong Kong (2,74 euros) por hora, que não abrange as domésticas, a maioria com estatuto de não residentes - dispõem apenas de uma autorização de permanência no território enquanto vigorar o contrato de trabalho.

A aprovação e entrada em vigor da medida na vizinha antiga colónia britânica têm levado o setor laboral de Macau a pressionar o Governo e o patronato para acelerarem os trabalhos.

Outra questão que divide trabalhadores e patrões em Macau é a revisão das leis laborais, em vigor há apenas dois anos, o que vai levar o Governo a realizar uma consulta pública sobre a matéria, garantiu Shuen Ka Hung.

Mas a prioridade para 2012 é "a regulamentação do trabalho parcial e só depois da sua elaboração é que serão recolhidas as opiniões da população sobre a revisão das leis laborais", ressalvou o responsável.

*Mais MACAU

Caso da família portuguesa deportada nas mãos do primeiro-ministro canadiano



SIC NOTÍCIAS - LUSA

O advogado da família de dez portugueses com ordem de deportação do Canadá para os Açores disse hoje à Lusa que o caso ainda vai ser apreciado pelo primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper.

A poucas horas do voo da Sata que vai transportar a família de Toronto para Ponta Delgada (às 21:45 locais, menos cinco do que em Lisboa), Tony Dutra disse à Lusa que contactou com o gabinete do chefe de Governo canadiano, numa derradeira tentativa de o sensibilizar para a situação da família de três gerações.

O advogado acrescentou que lhe foi comunicado que o assunto seria apresentado a Stephen Harper, e que qualquer decisão teria de ser tomada em concertação com o ministro da Cidadania e Imigração e com ministro da Segurança Pública (administração interna) do Canadá, responsáveis pelo caso. Contactado pela Lusa, o gabinete do primeiro-ministro canadiano não confirmou esta informação, remetendo explicações para mais tarde.

Os dez membros da família Sebastião têm as malas feitas e pouca vontade de partir, acreditando num "milagre" que garanta a sua permanência no Canadá.

A família é constituída por Paulo e Maria Irene de 46 e 44 anos respetivamente, os quatro filhos (Marília, 27, Vanessa, 23, Paulo Júnior, 19, e Beatriz, 13) e quatro netos, todos abaixo dos cinco anos e que já nasceram no Canadá.

Esgotadas as possibilidades de recurso legal, o Governo português dirigiu na segunda-feira cartas àqueles dois ministros canadianos pedindo um "ato de clemência", mas ainda não é conhecida nenhuma resposta.

No Canadá desde 2001, a família foi detetada pelas autoridades canadianas em 2007 por estar em situação ilegal no país. A família fez então um pedido de imigração para obter estatuto de refugiado e posteriormente fez um pedido de autorização de residência no Canadá por razões humanitárias, os quais foram indeferidos pelas autoridades canadianas.

Paulo Sebastião disse na segunda-feira à Lusa ter já os dez bilhetes de avião para Ponta Delgada, nos Açores, com vista a regressar à localidade de Rabo de Peixe, de onde é natural e onde a família "não tem nada".

Na terça---feira, o Governo Regional dos Açores anunciou um plano de intervenção, através da Direção Regional das Comunidades e do Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores (IDSA), que inclui a preparação de uma equipa técnica para a receção dos portugueses logo à sua chegada ao aeroporto de Ponta Delgada.

A equipa técnica está mobilizada para apoiar este caso de deportação e, após as tarefas de receção e alojamento, "desenvolverá todas as ações necessárias à integração na escola por parte dos quatro menores que integram a família, promovendo, ao mesmo tempo, o enquadramento dos seus restantes membros", adiantou o executivo. Contactada pela Lusa após este anúncio, a família manifestou-se comovida.

A MALÁRIA MATA MILHÕES PORQUE SOMOS IDIOTAS




LEONARDO SAKAMOTO* – BLOG DO SAKAMOTO

Morreu, nesta segunda (26), uma diplomata brasileira que contraiu malária em uma missão na Guiné Equatorial em novembro passado. Ao que tudo indica, houve demora no diagnóstico, na internação, no início do tratamento. E, pode ser que tenha havido também falta de informação. Tanto que o próprio Ministério das Relações Exteriores avisou que vai intensificar a divulgação “de medidas profiláticas e de identificação de sintomas”, através de uma nova cartilha a ser criada.

Acompanho com interesse casos de malária desde que peguei a dita duas vezes em reportagens fora do Brasil. E fico bem amuado quando recebo a notícia de que alguém se foi por conta dela, talvez por entender o que a doença significa, talvez pelo fato de que ninguém precisaria morrer por malária se agissemos mais firmemente na prevenção e cura.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 655 mil pessoas morreram, em 2010, pela doença em todo o mundo. Outras centenas de milhões de pessoas devem tê-la contraído, uma vez que ela é endêmica em mais de 100 países – na quase totalidade, regiões pobres do planeta.

É claro que a relação de Casos letais/Investimento em cura é maior nas doenças que acometem a parte rica da população do que a parte pobre. A pesquisa para a busca da cura do câncer recebe muito mais que pesquisas para doenças causadas por parasitas que afetam multidões. Prova disso foi dada pela OMS, neste mês de dezembro, quando divulgou seu relatório anual sobre a doença, ao informar que o número de casos caiu drasticamente devido a recursos financeiros que permitiram acesso a prevenção e tratamento. O financiamento contra malária foi de US$ 1,7 bilhão, em 2010, e US$ 2 bilhões, em 2011. A organização estima que se fossem aportados, por ano, algo entre US$ 5 bi e US$ 6 bi, poderíamos zerar as mortes pela doença. Uma mixaria, se comparado ao investimento em outras pesquisas. E, para piorar, agora, com a crise econômica, a OMS teme que os montante de recursos diminua.

Peguei minha primeira malária em 1998, quando cobri a guerra pela independência de Timor Leste. Tinha recebido autorização para passar uns dias em um acampamento da guerrilha na selva. Comecei a passar muito mal ainda em Timor e fiz a pior viagem de avião da minha vida entre Jacarta e São Paulo. Febre alta, enjôo, sensação de ter tomado cacetada nas juntas por parte da polícia militar na saída de estádio de futebol. Chegando no Brasil, uma longa internação, com os olhos tingidos de cor-de-ovo-de-galinha-caipira, perda de peso, fora os delírios e a freqüente visita de estudantes de enfermagem para poder conhecer, vejam só, um caso avançado da doença. Tudo coroado pelos efeitos do quinino na vida sexual – ainda que temporários – frisemos.

No ano seguinte, durante a cobertura da guerra civil angolana, peguei a dita de novo. E de novo o maldito plasmódio falciparum – bicho ruim, ave do tinhoso, coisa do tranca-rua – que dos tipos de malária é o que mata mais rápido e ligeiro. Pelos cálculos, devo ter pego a pereba em Calulo, província de Cuanza Sul, quando visitava uns campos de refugiados. Considerando que lá é terra da famigerada mosca tsé-tsé, aquela sirigaita que causa a doença do sono, até que fiquei no lucro só com a febre terçã maligna. Lembrando da experiência agradável do ano anterior, resolvi voltar para o Brasil mais cedo a ter que ficar mais uma semana nos belos hospitais de Angola.

Sorte que tive acesso aos melhores médicos, diagnósticos, remédios e tudo o mais. Sorte também que sou encanado com assuntos de saúde (para não dizer hipocondríaco, e estava de olhos nos sinais atentando para as piores possibilidades). E os casos graves, da maioria da população, que não têm esses recursos e são obrigados a esperar por tratamento nem sempre à mão, nem sempre rápido?

Estudos, como o publicado tempos atrás na revista científica Emerging Infectious Diseases, reforçam que o desmatamento na floresta amazônica aumenta a incidência de malária. Nessa pesquisa, uma mudança de 4,2% de aumento no desmatamento foi associada a um aumento de 48% na incidência de malária.

Ou seja, a ocorrência é mais intensa em regiões de fronteira agrícola, no contato do ser humano com áreas preservadas. E a periferia do mundo ainda tem muita floresta para ser vítima da motosserra, vítima de nosso modelo de desenvolvimento que, em última instância, é o grande responsável por tudo isso. O Ministério Público Federal no Pará aponta o aumento nos casos de malária como uma das consequências da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo.

Avançar sem prever os efeitos negativos. Se bem que, no ritmo que andam as coisas, em breve talvez não haja mais floresta para contar história. Se isso acontecer, também não teremos que nos preocupar com mosquitos. Aliás, com nada mais, porque o planeta terá se transformado numa caldeira quente e a vida como conhecemos terá ido para o beleléu.

Retomo o que já disse antes sobre o assunto: se houvesse mais investimento, teríamos uma solução mais rápida. O Brasil tem desenvolvido importantíssimas pesquisas nesse assunto e é referência no tema. Globalmente, contudo, seguimos na velocidade de investimento de doença de pobre. O mais triste é que não está se pedindo tanto recurso assim. Tanto do ponto de vista de prevenção (os baratos mosquiteiros, por exemplo), quanto para tratamento e informação à sociedade.

De uma maneira geral, parte da população vive no século 21 da medicina, enquanto outros ainda engatinham pela Idade Média das filas em hospitais, dos remédios inacessíveis, da falta de saneamento básico e da inexistência de ações preventivas. Na prática, quem consegue jogar xadrez com a Dona Morte e enganá-la por um tempo são os mais ricos, que possuem os meios para tanto. Os mais pobres, por mais que tenham força de vontade e queiram continuar vivendo, não necessariamente conseguem a façanha. Vão apenas sobrevivendo, apesar de tudo e de todos, ajudando com seu trabalho e, algumas vezes, como cobaias de indústrias farmacêuticas, os que ganharam na loteria da vida a terem uma existência mais feliz.

* Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

Brasil: MINAS GERAIS TEM 41 MUNICÍPIOS EM ESTADO DE EMERGÊNCIA



JORNAL DE NOTÍCIAS

O estado de Minas Gerais, na região sudeste do Brasil, elevou, esta quinta-feira, para 41 o número de municípios em estado de emergência devido às fortes chuvas que castigam a região desde o dia 26.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil, quase dez mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas e outras 32 registaram algum tipo de ferimento.

No total, as enxurradas afectaram 2,1 milhões de moradores, o que equivale a cerca de 10 por cento da população total do estado.

Entre os danos materiais, a órgão informa que 2.416 casas foram danificadas, enquanto outras 82 foram totalmente destruídas.

Em algumas regiões, as inundações chegou a destruir pontes e danificar passagens, deixando pessoas isoladas.

A previsão é de que continue a chover nos próximos dias, com forte intensidade.

Guiné-Bissau: PR condena violência militar "que mais uma vez se abateu sobre o país"



SIC NOTÍCIAS - LUSA

Bissau, 29 dez (Lusa) - A Presidência da República da Guiné-Bissau emitiu hoje um comunicado no qual condena a violência militar "que mais uma vez" se abateu sobre o país mas pede que sejam esclarecidas as verdadeiras motivações da crise na passada segunda-feira.

O comunicado, assinado por Alberto Batista Lopes, diretor do gabinete do Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá (ausente em Paris, em convalescença médica), diz que a Presidência está preocupada com os acontecimentos, considerando terem abalado o clima de estabilidade "que se vinha vivendo" há mais de um ano.

A Presidência guineense considera que atos de "violência de insurreição ou de insubordinação" não ajudam à paz, estabilidade e democracia no país.

TROCA DE AMEAÇAS ENTRE IRÃ E EUA AGRAVA TENSÃO NO ESTREITO DE ORMUZ




DEUTSCHE WELLE

Washington e Teerã endurecem o tom, ameaçando com intervenção militar no Estreito de Ormuz. Tensão começou após Irã cogitar o bloqueio daquela importante rota comercial, caso sejam decretadas mais sanções contra o país.

O Irã rebateu nesta quinta-feira (29/12) uma advertência dos EUA contra o fechamento do Estreito de Ormuz. "Nossa resposta às ameaças são ameaças", advertiu um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana. "Não temos dúvida alguma da nossa capacidade de realizar estratégias defensivas para proteger nossos interesses vitais”, prosseguiu o vice-comandante da Guarda, general de brigada Hossein Salami, citado pela agência de notícias iraniana Fars. “Agiremos da forma mais rigorosa possível."

Teerã responde, assim, às advertências de Washington, que afirmou não aceitar que a via marítima venha a ser obstruída. "Qualquer um que ameace ou bloqueie a liberdade de navegação num estreito internacional está agindo claramente de forma marginal à comunidade internacional. Tal obstrução não será tolerada", ressaltou a porta-voz da Quinta Frota Naval dos EUA no Bahrein, Rebecca Rebarich.

“A Quinta Frota está comprometida com a preservação das liberdades navais, que são a base da prosperidade global. Esta é uma das principais razões para as operações de nossas Forças Armadas na região”, acrescentou a oficial. “A Marinha dos EUA mantém uma forte presença na região, para prevenir e combater atividades de desestabilização."

A Marinha dos EUA tem em sua Quinta Frota estacionada no vizinho Bahrein para proteger as rotas marítimas para o transporte de petróleo. No fim de semana, as Forças Armadas iranianas haviam iniciado uma manobra naval de grande escala na região do Estreito de Ormuz.

Importante via marítima comercial

O Irã ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz, caso haja mais sanções internacionais contra o país. O vice-presidente iraniano, Mohammad Reza Rahimi disse na terça-feira que se o Ocidente não desistir de seus planos "nem uma gota de petróleo" irá atravessar o estreito. A UE afirmou na quarta-feira, no entanto, que mantém sua intenção de determinar mais sanções contra Teerã.

Através do estreito localizado entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, passam quase 40% dos transportes mundiais de petróleo por mar. Teerã já ameaçou repetidas vezes com um bloqueio, no caso de um ataque ou de uma proibição às suas exportações de petróleo.

Na quarta-feira, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA havia criticado a ameaça iraniana como uma "tentativa de desviar a atenção dos problemas reais". Os EUA e seus aliados suspeitam que Teerã esteja desenvolvendo armas atômicas sob o disfarce de um programa nuclear civil. Washington exige que o Irã cumpra suas obrigações internacionais e coopere com a comunidade internacional. O governo iraniano insiste, entretanto, em seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, conforme as normas do Tratado de Não Proliferação Nuclear, assinado pelo país.

O Ministério britânico do Exterior minimizou a importância das ameaças iranianas de bloquear a passagem de petróleo pelo Estreito de Ormuz como "pura retórica" e uma “manobra de desvio de atenção de seu programa nuclear”. "Os políticos iranianos usam este tipo de retórica frequentemente para desviar da verdadeira questão, que é seu programa nuclear", disse um porta-voz do ministério nesta quinta-feira em Londres, acrescentando que a preocupação pela "possível dimensão militar" do programa atômico permanece.

"Queremos encontrar uma solução baseada em negociações. Por isso seguimos uma estratégia de mão dupla, exercendo pressão e nos dispondo ao diálogo, até que o Irã consiga convencer a comunidade internacional de que não está trabalhando em um programa nuclear militar", afirmou.

UE deve lançar novas sanções em janeiro

A UE mantém sua intenção de decretar novas sanções contra o Irã. A chefe da diplomacia do bloco, Catherine Ashton, disse que conta com uma decisão sobre o assunto antes da próxima reunião de ministros do Exterior da UE, em 30 de janeiro. Estão sendo consideradas medidas punitivas contra os setores financeiro e petroleiro.

Caso haja um fechamento completo da rota comercial "não haveria problemas de abastecimento imediatos", disse Claudia Kemfert, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica à edição online do jornal Handelsblatt. A produção poderia ser desviada "a rotas alternativas de transporte". Outro aspecto, segundo a especialista, é que há atualmente um "excesso de oferta de petróleo no mercado internacional".

O comandante da Marinha iraniana, Habibollah Sajari, havia relativizado a ameaça iraniana na quarta-feira. Em entrevista à estação de iraniana Press TV, ele afirmou que, por enquanto, o bloqueio não é uma medida necessária. Sajari também destacou que o Irã está monitorando os movimentos de tropas da Marinha norte-americana na região: "Vamos responder da forma mais severa a qualquer ameaça".

MD/dpa/afp - Revisão: Augusto Valente

Portugal – Educação: ISSO, AGORA, NÃO INTERESSA NADA





O Paulo Guinote, em quatro textos (aqui, aqui, aqui e aqui), demonstrou que os argumentos demográficos que tornam desnecessários mais professores estão errados. Tudo começou com mais uma declaração infeliz do Primeiro-Ministro, logo secundado por Miguel Relvas e reforçado por Carlos Abreu Amorim, ainda com o apoio de insurgentes e outros marialvas defensores da reconversão, da emigração, da mobilidade como valores absolutos, contra as mariquices daqueles que se preocupam com a Educação e que, por isso, são simplesmente acusados de corporativismo. Um clássico, enfim.

Até ao momento, ninguém se insurgiu contra o estudo feito pelo Paulo Guinote (e gostaria de reforçar a palavra estudo), talvez porque decidiram, prudentemente, que o silêncio é a melhor defesa, depois de, imprudentemente, terem perdido tempo a escrever sobre temas que desconhecem, talvez aproveitando as preciosas informações de Michael Seufert, insurgente deputado do CDS que tanto tem perorado sobre Educação. Mais importante do que isso é, sem dúvida, exprimir saudades de Salazar.

Não tendo muito mais a acrescentar, remeto para outros textos que já escrevi (aqui, aqui e aqui), apenas para lembrar que, seja como for, o argumento demográfico é e será sempre insuficiente, porque as decisões sobre a necessidade de contratar mais ou menos professores vão e devem ir além disso, o que não é o mesmo que afirmar que é obrigatório garantir emprego a qualquer preço a todos aqueles que tenham formação para ser professor.

Em Portugal, decide-se, na maior parte das vezes, porque se decide que é preciso decidir alguma coisa. Com frequência, essas decisões assentam em critérios errados ou simplistas, o que vem a dar no mesmo. Há reflexões, contributos e estudos mais do que suficientes sobre Educação, continuamente ignorados e/ou ultrapassados por critérios alheios à vida das escolas. Enquanto isso acontecer, qualquer decisão sobre a necessidade de mais ou menos professores está inquinada e terá efeitos negativos sobre o futuro da Educação, mas isso, agora, não interessa nada, como diria Teresa Guilherme, numa frase que resume a filosofia política de quem tem andado pelo governo nos últimos anos.


Portugal: PAIS PUNIDOS PELAS FALTAS DOS FILHOS





O absentismo é um problema grave nas escolas

Quero fazer um alerta. Podem correr-se riscos, por se querer "matar abelhas com carabina". Falo da criminalização de pais de alunos absentistas e/ou indisciplinados, contida no projecto de novo Estatuto do Aluno. Como vem sendo hábito, parece que perante males sociais a solução passa por mais repressão. Esta lógica já deu e vai dando maus resultados no País. De facto, o absentismo e indisciplina elevados e graves de muitos alunos é algo que tem de ser combatido. Mas parece óbvio que estes problemas têm origem em complexas situações sociais e psicológicas, no quadro dos perturbantes tempos da actualidade. Castigar os pais nada resolve, antes agrava os problemas, criando novas fricções e estigmas. Aguardemos, pois, com activa atenção crítica, pela apresentação do projecto governamental de novo Estatuto do Aluno. Para que não seja o estatuto dos castigos aos "maus pais". Complexos e difíceis problemas exigem múltiplas medidas e políticas que ataquem as causas das coisas, na base da tolerância e persuasão.

Bissau: Chefe das FA apresenta alegadas provas de tentativa de golpe de Estado



RTP – LUSA, com foto

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, apresentou hoje armas e dois prisioneiros que considera serem provas de uma tentativa de golpe de Estado no início da semana.

"Até aqui eu não estava preocupado. Mas vendo estas armas que eles tinham escondidas, agora fiquei preocupado porque, se eles tivessem conseguido o que eles estavam a planear, este país hoje em dia estava a ferro e fogo", disse António Indjai em declarações aos jornalistas à margem desta "operação" de recolha de armamento.

Na mesma ocasião foram apresentados dois prisioneiros, o sargento José Batista Sambé, da marinha, e o soldado António Mário Cabral, que havia sido expulso do exército e em cujas casas, no bairro Plack I, em Bissau, se encontravam escondidas as armas apreendidas.

"Eles [revoltosos] queriam estragar este país, a pátria de Amílcar Cabral", acrescentou. "Quero aproveitar esta oportunidade para pedir ao Governo, mais uma vez, que nos construa paióis em condições porque os paióis que temos não garantem a mínima segurança", apelou.

Em declarações aos jornalistas, o detido Batista Sambé referiu que a intenção do grupo de militares "revoltosos" era "mudar a chefia das Forças Armadas, substituir o general António Indjai pelo general Watma Na Lai", ex-chefe do Estado-Maior do Exército e conselheiro do atual CEMGFA, também detido após a crise militar de segunda-feira.

O militar detido confirmou a versão de que se tratou de uma tentativa de golpe de Estado, uma vez que o objetivo era "tirar Carlos Gomes Júnior da chefia do Governo, colocando no seu lugar Roberto Ferreira Cacheu", deputado que lidera uma ala do Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau (PAIGC) que contesta a liderança de Gomes Júnior.

Cacheu encontra-se em parte incerta desde os acontecimentos de segunda-feira. Na madrugada seguinte, a sua casa foi cenário de um violento tiroteio entre forças policiais e alegados revoltos do qual resultou um agente gravemente ferido que morreu mais tarde em Dacar.

Quanto à chefia do Estado, disse Batista Sambé, o grupo pretendia manter como Presidente interino Raimundo Pereira "até à realização de novas eleições", dado que Malam Bacai Sanhá se encontra em tratamento médico em Paris.

O militar detido disse ainda que o motivo do golpe de Estado estaria relacionado com a situação dos quartéis, que "está má" e justificou que as armas, retiradas na segunda-feira do paiol do Exército, no bairro de Santa Luzia, arredores de Bissau, "eram a retaguarda".

José Batista Sambé e António Mário Cabral estão detidos na sede de Estado-Maior General das Forças Armadas, na fortaleza de Amura, em Bissau.

No início desta semana, conflitos militares levaram à morte de duas pessoas e à detenção de pelo menos outras oito, incluindo o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.

Hoje, António Indjai não se referiu aos detidos nem ao caso específico de Bubo Na Tchuto. Este dois homens protagonizaram uma operação militar, a 01 de abril de 2010, que levou à destituição do então chefe das Forças Armadas, Zamora Induta.

OPOSIÇÃO GUINEENSE ACUSA ANGOLA DE INGERÊNCIA




DIÁRIO DE NOTÍCIAS – ontem - Vigilância militar na capital - Fotografia © António Aly Silva

Partidos contestam tese de golpe militar e desconfiam de ajuda de Angola ao primeiro-ministro

Um grupo de 15 partidos de oposição na Guiné-Bissau acusou a missão angolana presente no país de ingerência nos assuntos internos. A oposição estranha a ocorrência de um golpe dias depois do regresso do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior de uma visita a Angola e sobretudo a forma como foi dada protecção ao chefe do governo, na madrugada de segunda para terça-feira.

No decurso de um alegado golpe, uma coluna de soldados angolanos levou o primeiro-ministro para a embaixada de Angola. A missão militar angolana tem duas centenas de soldados em Bissau, no âmbito de um acordo da CPLP que visa treinar as forças de segurança guineenses.

Falando numa conferência de imprensa em Bissau, em nome dos diferentes partidos, o dirigente da oposição democrática Vitor Pereira considerou "ilegal" a presença da força angolana: "Dois dias após o regresso do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de uma visita relâmpago ao Presidente José Eduardo dos Santos, dá-se de novo a encenação de um golpe de Estado", disse.

Segundo as autoridades guineenses, na segunda-feira ocorreu uma tentativa de "subversão" militar, com um tiroteio junto a um paiol. Seguiu-se uma vaga de prisões, incluindo de altas patentes militares e deputados do PAIGC, sendo incerto o número de detidos. Na resistência às prisões e ficou gravemente ferido um polícia.

Entre os detidos estão o chefe da marinha, Bubo Na Tchuto, e o número dois do exército, Cletche Na Ghana, além de um dos militares mais poderosos do país, o general Watna na Laie. São todos balantas. A purga foi liderada pelo chefe do estado-maior, general António Indjai, que se mantém no poder.

Ontem à noite, um ex-major da polícia, Iaia Dabó, foi morto a tiro e, segundo as autoridades, a vítima era suspeita de ter ferido o agente policial atingido na véspera e que entretanto faleceu em Dacar, para onde fora levado.

Segundo a Liga Guineense dos Direitos Humanos, a polícia de intervenção "abateu friamente" o major Dabó, após este se entregar. O Major era irmão de Baciro Dabó, ex-ministro do Interior assassinado em 2010 e, tal como o irmão, crítico de Carlos Gomes Júnior.

Esta perturbação decorre na ausência do chefe de Estado, Malam Bacai Sanhá, que se encontra em França para tratamento médico.

COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPEIA – PORTUGAL EM TIMOR-LESTE




Em Dezembro, a União Europeia celebrou com o IPAD três acordos de delegação (modalidade de gestão centralizada indirecta), com financiamento do 10º Fundo Europeu de Desenvolvimento, para a gestão e implementação do Programa de Justiça (4,5M€), do Programa de Comunicação Social (1M€) e do Programa de Desenvolvimento Rural IV (3,2M€) em Timor-Leste a partir de 2012.

O Programa de Justiça tem por objectivo apoiar a constituição da Câmara de Contas de Timor-Leste, a integrar no futuro Tribunal Superior Administrativo, Fiscal e de Contas, bem como a formação na área de investigação criminal destinada a actuais e futuros investigadores e técnicos da polícia científica timorense. Para a sua implementação, o IPAD estabelecerá parcerias com o Tribunal de Contas e o Ministério da Justiça de Portugal, de modo a garantir elevados padrões de qualidade na assistência técnica prestada, no acompanhamento e na formação profissional.

Por seu turno, o Programa de Comunicação Social será implementado pelo IPAD em parceria com o Gabinete para os Meios de Comunicação Social de Portugal, tendo por objectivo o apoio à implementação da política para o referido sector em Timor-Leste, concedendo especial atenção ao enquadramento legal, formação profissional e assistência técnica.

A componente de extensão rural do Programa de Desenvolvimento Rural será gerida pelo IPAD conjuntamente com a GIZ – Cooperação Alemã. Esta componente tem como finalidade a capacitação das comunidades rurais, de modo a contribuir para uma melhoria dos níveis de segurança alimentar e de nutrição.

A parceria entre a União Europeia e a Cooperação Portuguesa para a gestão e implementação de programas financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento traduz o reconhecimento da mais-valia que constitui a experiência da Cooperação Portuguesa em Timor-Leste.

Comércio com lusofonia supera meta de 100.000 milhões de dólares com dois anos de avanço



DM - LUSA

Macau, China, 29 dez (Lusa) -- As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 107.311 milhões de dólares (cerca de 83 mil milhões de euros) nos primeiros 11 meses do ano, ultrapassando a meta fixada para 2013, revelam dados oficiais hoje divulgados.

O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, propôs no âmbito da 3.ª conferência ministerial do Fórum de Macau, em novembro de 2010, elevar o volume de negócios entre a China e a lusofonia para 100 mil milhões de dólares (73,04 mil milhões de euros, ao câmbio da altura) até 2013.

De acordo com as estatísticas dos Serviços de Alfândega da China divulgadas pelo Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau, a fasquia dos 107.311 milhões de dólares alcançada até novembro traduz um aumento de 29 por cento face ao período homólogo de 2010 (23.950 milhões de dólares ou 18.524 milhões de euros).

A segunda maior economia mundial comprou aos oito países de língua portuguesa produtos no valor de 72.034 milhões de dólares (55,7 mil milhões de euros), mais 27 por cento face ao registado entre janeiro e novembro de 2010.

Já as vendas efetuadas pela China aos mesmos países até novembro sofreram um acréscimo de 32 por cento em termos anuais, somando 35.277 milhões de dólares (27,2 mil milhões de euros).

Só em novembro, o volume das trocas comerciais entre a China e os países lusófonos totalizou 10.969 milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), subindo 11 por cento face ao mês precedente.

As importações chinesas somaram 7.679 milhões de dólares (cerca de 6 mil milhões de euros) -- mais 14 por cento do que em outubro --, enquanto as exportações sofreram uma subida três por cento para 3.290 milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) relativamente ao mês anterior.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau que reúne ao nível ministerial de três em três anos.

EMBAIXADOR DA CHINA EM TIMOR-LESTE DESPEDE-SE DE MARI ALKATIRI



SAPO TL

O Embaixador República China, Fu Yuancong, despediu-se ontem do Secretário Geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, já que o seu mandato termina a 31 de Dezembro, informa o CJITL.

Na sua página da rede social Facebook, o porta-voz do partido, José Teixeir,a deseja que a cooperação entre os dois países continue, tanto a nível político como social e económico.

A China é um dos grandes parceiros de Timor-Leste na área das infra-estruturas e como exemplo, o edifício do Ministério da Defesa e Quartel General das FALINTIL é da sua responsabilidade.

SAPO TL com CJITL

Moçambique: Desmobilizados de guerra escrevem ao PR a denunciar ameaças da secreta



MMT – LUSA, com foto

Maputo, 29 dez (Lusa) - Os desmobilizados de guerra de Moçambique denunciaram ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, a suposta criação de brigadas pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) para amedrontar os "veteranos", que ameaçam manifestar-se à escala nacional.

Numa carta a que a Lusa teve acesso, enviada à Presidência da República, Nações Unidas, União Europeia e diversos serviços diplomáticos, incluindo a embaixada de Portugal em Maputo, o Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique diz que os "veteranos" são vítimas de ameaças dos serviços secretos do país.

Segundo o documento, o Governo, através do SISE, "criou brigadas a nível central, provinciais, distritais, conselhos municipais, postos administrativos, localidades, povoados, para amedrontar os desmobilizados e milicianos (antigos paramilitares) com alegações de que não podem ouvir nem participar em reuniões com aquele grupinho de manifestantes".

Em novembro, Jossias Matsena, porta-voz do Fórum dos Desmobilizados, grupo que reivindica o pagamento de uma pensão mensal de 12.000 meticais (cerca de 300 euros), foi preso, presente ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e absolvido dois dias após ser detido, num processo sumário que a Liga dos Direitos Humanos considerou "obscuro".

Jossias Matsena foi detido por polícias, "à saída da embaixada dos Estados Unidos da América, em Maputo", na posse um documento de "incitamento à violência", no qual apelava aos "cidadãos e às embaixadas para se retirarem da capital do país" porque o Fórum queria "ajustar contas com o Governo".

O líder daquele movimento, Hermínio dos Santos, denunciou o desaparecimento do seu colega, afirmando que terá sido atraído pela secreta moçambicana com uma falsa informação para se deslocar à embaixada norte-americana.

No mês anterior, Jossias Matsena foi um dos rostos da concentração das 1.500 pessoas, na maioria desmobilizados de guerra, que estiveram em frente ao gabinete do primeiro-ministro, Aires Ali, e exigiram que fossem recebidas pelo Conselho de Ministros.

Na altura, um forte contingente policial esteve nas imediações a vigiar o grupo de manifestantes, que incluía viúvas e órfãos de combatentes mortos durante o conflito que, de 1976 a 1992, opôs o Governo da FRELIMO (hoje partido no poder) à guerrilha da RENAMO (na oposição).

Em declarações hoje à Lusa, Jossias Matseana disse que ainda é perseguido pelos serviços secretos "mesmo no chapas" (transportes semi-coletivos de passageiros) e que a ação é extensiva a "todos os membros" do Fórum dos desmobilizados.

Na carta entregue ao chefe de Estado moçambicano, o Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique ameaçam, por isso, realizar manifestações pacíficas à escala nacional, "sem olhar para mais nada, até que apareça quem de direito para resolver por definitivo os casos contidos nos documentos que estão na Presidência".

MISSÃO DA LIGA ÁRABE NA SÍRIA É ALVO DE CRÍTICAS INTERNACIONAIS



DEUTSCHE WELLE

Enquanto o chefe dos observadores da Liga Árabe na Síria se diz otimista, entidades de defesa dos direitos humanos e governo francês fazem críticas severas à missão. EUA e ex-aliado Rússia exprimem preocupação.

Os analistas na Liga Árabe se mostraram otimistas em relação ao início da missão de seus observadores na Síria, enquanto organizações de defesa de direitos humanos e a França expressaram severas críticas, denunciando tentativas de Damasco de ludibriar os observadores, e ressaltaram que o regime não parou com a violência.

O Ministério francês do Exterior se disse decepcionado com o trabalho da missão de paz . A equipe enviada pela Liga Árabe não conseguiu impedir a repressão sangrenta à oposição, que continua em Homs, reduto das revoltas visitado pelos observadores.

Segundo Paris, na curta passagem dos observadores por Homs, não foi possível ter uma ideia da real situação na cidade, palco de combates há semanas. "Os observadores da Liga Árabe devem retornar à cidade dos mártires sem demora e, em seguida, tomar os contatos necessários com a população", disse o comunicado francês. O Ministério do Exterior em Paris afirmou que a comunidade internacional estará alerta ante as possíveis tentativas de manipulação por parte do regime sírio.

"Nada de assustador"

Integrantes da missão da Liga Árabe visitaram na quarta-feira o distrito de Baba Amr, em Homs. Os moradores do bairro inicialmente se recusaram a encontrar a delegação, devido à presença de um militar de alta patente fiel ao governo. Mas quando os observadores retornaram ao bairro sem o oficial, eles conversaram com a população local, segundo informações da oposição.

O chefe da comitiva de observadores da Liga Árabe na Síria, o general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa al Dabi, se disse "otimista" quanto à missão, que tem como objetivo acabar com a violência no país. "Até agora, as autoridades sírias foram cooperativas, mas não daremos detalhes sobre nosso relatório para a imprensa", disse em entrevista ao jornal Al Hayat, publicado em Londres. "Alguns lugares estão um pouco confusos, mas não há nada de assustador”, afirmou em entrevista à agência Reuters o general sudanês, referindo-se à visita a Homs.

Tentativas de ludibriar observadores

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou o regime sírio de enganar os observadores. "É possível que as autoridades sírias tenham transferido centenas de detidos para prisões militares, a fim de escondê-los dos observadores da Liga Árabe", afirmou a entidade em comunicado.

Um funcionário dos serviços de segurança sírios disseram à HRW que entre 400 e 600 soldados foram transferidos para prisões militares. Aparentemente, depois da entrada dos observadores árabes ao país, o funcionário foi obrigado a fazer uma transferência irregular de "prisioneiros importantes".

A HRW também denunciou que os soldados sírios estão sendo vestidos com uniformes de polícia. "Vestir militares com uniformes de policial é descumprir as demandas da Liga Árabe de que se retirem os militares das ruas", comentou a representante da entidade para o Oriente Médio, Sarah Leha Whitson. A HRW afirma estar em posse de documentos mostrando a transferência de pessoal do Ministério da Defesa para o do Interior.

Apelos de EUA e Rússia

Os EUA e a Rússia, antiga aliada da Síria, também pediram que o regime Assad não dificulte o trabalho dos observadores. O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, afirmou que a delegação deve se mover livremente. E os Estados Unidos ameaçaram na terça-feira empregar “novos meios”, caso a violência em Homs não cesse.

O governo sírio anunciou a libertação de 755 presos políticos que "não tinham sangue nas mãos", segundo a agência estatal de notícias Sana. O bloqueio à imprensa independente dificulta, entretanto, a comprovação de tais informações.

A iniciativa da Liga Árabe também prevê que jornalistas sejam autorizados a viajar no país sem obstáculos, o quanto antes. Até o final de dezembro, o número de observadores da missão árabe deve também passar dos atuais 50 para 150. Até o final de janeiro, eles devem monitorar a retirada do Exército das cidades e a libertação de prisioneiros políticos. Segundo estimativas da ONU, mais de 5 mil pessoas foram mortas desde março nas revoltas contra o regime Assad.

Em Berlim, o político verde Ferhad Ahma foi atacado em casa na madrugada de domingo para segunda-feira. Alguns homens invadiram seu apartamento e o espancaram a golpes de cassetete. Ahma é membro de um conselho de transição da oposição síria. Os verdes suspeitam que o serviço secreto sírio esteja por trás do ataque. Por causa do incidente, o embaixador do país foi convocado pelo Ministério alemão do Exterior a prestar esclarecimentos.

MD/dpa/rtr - Revisão: Augusto Valente

BRASILEIRO RETRATA EM FILME QUATRO GERAÇÕES DE FAMÍLIA CUBANA



DEUTSCHE WELLE

Filme "Uma carta para o futuro", de Renato Martins, retrata quatro gerações de família cubana. Coprodução entre Brasil, Alemanha e Portugal estreia em Berlim, sendo exibida a partir de janeiro em outras cidades alemãs.

Quando o cineasta carioca Renato Martins foi participar de um festival de cinema em Cuba em 2003, resolveu colocar na mala uma filmadora, para registrar sua primeira visita ao país. Foi assim que nasceu o documentário Uma carta para o futuro, que estreia nesta quinta-feira (29/11) em Berlim e será exibido a partir de janeiro em outras cinco cidades alemãs.

"Viajei com dois amigos e decidimos levar uma câmera para fazer um filme, mas não tínhamos a menor ideia do que iríamos encontrar", conta Renato em entrevista à Deutsche Welle. Ele acabou voltando à ilha mais cinco vezes num espaço de sete anos, registrando o cotidiano da família Torres, a mesma que lhe dera hospedagem em sua primeira visita e que o abrigou em suas outras passagens pela ilha.

"Cuba era um país que sempre despertou muito interesse, muita curiosidade. Tem uma história muito particular na América Latina, passou por uma revolução, e tínhamos uma curiosidade enorme", lembra o diretor.

Falta água, mas sobra solidariedade

Nesse que é o primeiro longa-metragem de Renato Martins, os protagonistas são os membros de quatro gerações dos Torres, testemunhas dos mais de 50 anos da revolução cubana. A matriarca, a professora aposentada Miriam Torres, de pouco mais de 60 anos, vive em Havana. E com ela moram também o pai, o nonagenário Pipo, sua filha, Yulme, e seus netos Diego e Cristina.

Em uma cena, Miriam fala da saudade do filho mais novo, Julio, que vive em Miami com mulher e filhos e não pensa em retornar dos EUA. Em outra passagem, ela estica uma mangueira para a cisterna do vizinho, porque a bomba d´água de casa pifou. Em vez de reclamar da frequente falta de água, ela ressalta o espírito de solidariedade do povo cubano. Em outra sequência, Miriam caminha pelas ruas em direção à padaria que há 40 anos vende apenas um tipo de pão.

O filme mostra o cotidiano dos Torres, intercalado com cenas antigas de filmes de família e entrevistas com membros de outras duas famílias de Havana. O velho revolucionário Pipo, que viveu a revolução, discursa contra o embargo norte-americano, sua neta, Yulme, conta que não sairia do país por nada. Enquanto os Torres ressaltam seu patriotismo, falam das esperanças, conquistas e dificuldades que a revolução cubana trouxe, as outras famílias contrabalançam esse otimismo reclamando da falta de perspectivas para os jovens na ilha, desabafando suas decepções com o regime de Fidel Castro.

História familiar sem tendências políticas

Renato Martins considera Uma carta para o futuro uma radiografia de quatro gerações de uma família que, por acaso, vive em Havana, mas que poderia estar em qualquer outro lugar do mundo. Ele afirma que procurou fugir da temática politicamente engajada.

"O que me sensibilizou para começar o projeto foi a história da família Torres", ressalta o cineasta. "Eu a fui acompanhando ao longo de sete anos, sem me preocupar com socialismo, capitalismo ou quaisquer outros 'ismos'", diz. "Eu os coloquei como ponto central, porque eles tiveram mais contato comigo, por eu ter estado na casa deles, ficado amigo deles", explica. "Mas não os considero modelos em relação ao país. Por isso, também procurei ouvir outras famílias, para poder ter outras opiniões."

"Minha intenção era ficar o mais neutro possível, focar num plano familiar", afirma o cineasta. "Tentei buscar um pouco da realidade das pessoas, independentemente dos times para que elas torçam. Deixar que os espectadores as ouçam e se emocionem, sem buscar uma posição política ou querer induzir. Somente trazer uma história familiar típica, como poderia ocorrer em qualquer lugar. E essa família poderia morar no Brasil, na Alemanha ou em Portugal", afirma o diretor.

Uma coprodução entre Brasil, Alemanha e Portugal, o filme está sendo mostrado em cinemas alemães antes mesmo de entrar no circuito comercial brasileiro. Uma carta para o futuro entra em cartaz num cinema berlinense a partir desta quinta-feira, tendo exibições agendadas a partir de janeiro em Dortmund, Hamburgo, Colônia, Münster e Nurembergue. Para o cineasta, essa circunstância tem tudo a ver com o tema da obra. "A Alemanha, na minha visão, é um país que passou por muitas transformações, por situações que mexeram com o imaginário do mundo, assim como a revolução cubana", compara.

Autor: Marcio Damasceno - Revisão: Augusto Valente

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