segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Portugal: E O POVO, PÁ?



João Luís

Alvíssaras, alvíssaras, nasceu o novo rei.

Assim poderia começar esta crónica caso vivêssemos num regime monárquico, tal a euforia dos média em torno do depressivo espectáculo das primárias do Partido Socialista. O povo e o país ganham com isto? Não, não ganham.

Costa venceu Seguro, sem nenhuma proposta, sem nenhum projecto, sem por em causa nenhum dos tratados da União Europeia que têm arrastado, e vão continuar a arrastar, este país para o abismo. Um cheque em branco oferecido pelos militantes e simpatizantes “socialistas” que se prestaram alegremente em dar mais uma facadinha na nossa ainda jovem democracia.

E o mesmo se diga de Seguro, obviamente. Três anos de “oposição” ao desgoverno da direita mas que no fundo, não passaram de ligeiras cócegas.

A verdade é que após a maior derrota eleitoral no pós-25 de Abril que a direita toda junta sofreu, eis que o PS, mais uma vez, vem em auxílio daqueles que diz combater. Ou seja, estando reunidas condições para intensificar a luta pela demissão do governo e a exigência de eleições antecipadas, o PS “inventa” uma crise política, fazendo esquecer a hecatombe eleitoral dos partidos da direita. O PSD passaria a ser o partido do mini-bus e o CDS o partido da bicicleta.

Para não buscar outros exemplos, basta recordar o recente escândalo de Passos Coelho-Tecnoforma- Centro Português para a Cooperação-exclusividade e outras cont(h)abilidades(1), e como este caso não teve da parte do PS a devida atenção porque os meninos andavam a brincar à apanhada.

E assim lá vão, PSD e CDS gerindo a seu bel-prazer os destinos da nação. Verdade seja dita, apesar dos órgãos de comunicação omitirem descaradamente o facto, vale ao povo o olhar atento, a crítica severa e a luta contra os desmandos do governo por parte do PCP e do BE, mais o primeiro, diga-se em abono da verdade, que o segundo, mas ainda assim, a real, e não virtuais, oposição.

Depois das primárias que até meteram chutos e pontapés, seguem-se as secundárias. Seguro deixou o cargo de secretário-geral; Alberto Martins demitiu-se de líder da bancada parlamentar do PS; segue-se a marcação de congresso e lá para o Natal teremos (?) a casa “socialista” arrumada. E o povo, pá? O povo aguenta, ai aguenta, aguenta.

Que dizer da vergonha do aumento do salário mínimo nacional e a posição do PS?

No Largo do Rato acendem-se velinhas pedindo a todos os santos que o governo não caia. Agora não dava jeito nenhum aos democratas moderados.

O povo de Lisboa votou António Costa para presidir aos destinos da cidade. E agora, como é? Costa deixa a Câmara? Deixa para alguém que ninguém conhece? Haverá eleições intercalares?

Conclusão. O povo e o país “vão de carrinho”(2) em direcção ao barranco; a miséria e o desespero das famílias aumentam e o que fazem os responsáveis por 30 e tal anos de desgovernação, dos submarinos, dos contratos a prazo, do Freeport, do agravamento das condições de vida, do descalabro na justiça e educação, do 25 de Novembro, do FMI, do desemprego, da perda de direitos, dos PEC’S e outra vez do FMI? Brincam à “democracia”.

E o povo, pá?

Notas:
(1)autoria de Sérgio Ribeiro;
(2)autoria de Zeca Afonso.

Passos - Tecnoforma: Denúncia de 'Vasco' falava em conta em sucursal do Santander




'Vasco', o homem que denunciou o caso Tecnoforma à Procuradoria-Geral da República, fala, na carta que escreve a Joana Marques Vidal, numa conta detida por Pedro Passos Coelho no banco Santander, em Almada, onde alegadamente receberia os pagamentos da Tecnoforma, noticia o Expresso Diário.

De acordo com uma noticia avançada pelo Expresso na sua edição diária, o delator do caso Tecnoforma fala, na carta que escreve à procuradora-geral da República Joana Marques Vidal e que ocupa apenas uma página, escrita a computador, numa conta bancária em nome de Pedro Passos Coelho, onde, alegadamente, o antigo deputado, recebia os pagamentos da Tecnoforma.

A denúncia, feita no início de junho, consta no auto do processo-crime a que o DCIAP permitiu agora a consulta.

“Todos os meses, durante cerca de três anos, o senhor Passos Coelho, que era deputado do PSD em exclusividade de funções, recebeu mensalmente mil contos (cerca de 5 mil euros) através de pagamentos em cheque e sobretudo de transferências bancárias”, dizia o denunciante na carta endereçada à PGR. 

O Ministério Público, todavia, nunca chegou a pedir os registos contabilísticos da ONG – Centro Português para a Cooperação - que alegadamente terá pagado a Passos, nem requereu, até ao encerramento do processo, informação bancária ao Santander. 

Notícias ao Minuto

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China: HONG KONG QUER MAIS DEMOCRACIA. PEQUIM RECUSA. REFLEXOS EM MACAU…




Polícia diz ter usado gás lacrimogéneo 87 vezes contra manifestantes

29 de Setembro de 2014, 21:37

Macau, China, 29 set (Lusa) -- A polícia de Hong Kong disse hoje ter recorrido por "87 vezes" a gás lacrimogéneo durante os confrontos com manifestantes pró-democracia no domingo, defendendo o controverso uso da força contra a multidão.

Em comunicado publicado no portal do Governo da Região Administrativa Especial chinesa, o comissário adjunto da Polícia, Cheung Tak-keung, disse que os agentes usaram gás lacrimogéneo em nove localizações diferentes.

"O uso da força é utilizado quando não temos outra alternativa", disse o mesmo responsável, em conferência de imprensa.

Cheung Tak-keung afirmou que os agentes se sentiram compelidos a disparar as granadas de gás depois de os cordões policiais terem sido repetidamente desafiados por alguns manifestantes, sublinhando que a polícia precisava de manter a distância para evitar ferimentos pelo que teve de recorrer ao gás pimenta, gás lacrimogéneo e aos bastões.

O mesmo responsável indicou que foram feitas advertências aos manifestantes antes do uso de gás, de modo a permitir que as pessoas cumprissem as ordens.

Até ao momento, segundo a polícia, foram registados 41 feridos, todos ligeiros, número em que se incluem 11 agentes policiais.

DM // JMR

Expetativa de que Pequim reverta decisão é irrealista -- Governo

29 de Setembro de 2014, 21:18

Macau, China, 29 set (Lusa) -- A Secretária chefe de Hong Kong, 'número dois' na hierarquia do Executivo da antiga colónia britânica, considerou hoje ser irrealista esperar que Pequim reverta a sua decisão sobre a reforma política no território.

Em declarações citadas pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), Carrie Lam reiterou a sua preocupação relativamente aos protestos em curso em várias zonas da Região Administrativa Especial chinesa, onde milhares de pessoas reivindicam nas ruas um sufrágio universal "genuíno".

Carrie Lam desmentiu ainda rumores de que estaria prestes a renunciar ao cargo devido à recente onda de manifestações, especialmente intensa no passado fim-de-semana, contra a recusa de Pequim em garantir democracia plena a Hong Kong.

Pequim anunciou, a 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do Governo vão precisar de reunir o apoio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação para concorrer à próxima eleição, em 2017, e que só dois ou três candidatos serão selecionados.

A população de Hong Kong exercerá o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017.

DM // APN

Nos protestos pela democracia cada participante é um líder

30 de Setembro de 2014, 00:48

Hong Kong, China, 29 set (Lusa) - Milhares de pessoas continuavam ao início da noite de hoje concentradas junto à sede do Governo de Hong Kong, "fazendo ouvir a sua voz individual" num protesto que deixou de ser só dos estudantes ou do movimento 'Occupy Central'.

"Há duas semanas nenhum de nós esperava uma manifestação desta dimensão. Cada uma das pessoas que está hoje aqui a manifestar-se é líder dela própria. Todas elas são líderes", afirmou o secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong, Eason Chung.

Para o dirigente estudantil, de 22 anos, a carga policial registada na noite de domingo uniu ainda mais as pessoas na luta pacífica em prol da democracia na Região Administrativa Especial chinesa.

"As pessoas recuaram no início quando os polícias começaram a lançar gás lacrimogéneo mas depois permaneceram firmes porque os nossos cidadãos estão prontos, toda a sociedade está pronta", realçou o estudante da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Eason Chung assumiu um papel ativo na liderança da Federação depois de o seu dirigente, Alex Chow, ter sido detido pelas autoridades locais, que entretanto, esta manhã, o colocaram em liberdade.

Os protestos estudantis, iniciados há uma semana com um boicote às aulas, saíram reforçados com o apoio do movimento 'Occupy Central', que no domingo antecipou a sua campanha de desobediência civil prevista para a próxima quarta-feira, dia 01 de Outubro, Dia Nacional da China.

A adesão à causa superou as expectativas de Chan Kin-man, cofundador do 'Occupy Central', que sublinhou que "vai para além daquilo que se podia imaginar" durante o período de preparação da campanha de desobediência civil por parte do grupo, criado em janeiro de 2013. O atual resultado é "espetacular", realçou.

Chan Kin-man enalteceu a coragem da população ao não reagir violentamente à carga policial: "Temos de manter o princípio de não violência. Ninguém ateou fogo, nenhuma janela foi quebrada, no final das contas, manteve-se um protesto pacífico e foi o Governo quem recorreu à violência".

As movimentações em várias zonas de Hong Kong, mas sobretudo nos distritos financeiro e comercial, estão a ser acompanhadas e relatadas em tempo real por várias plataformas 'online' como a 'HK Democracy Now'.

Pelas 08:00 (01:00 em Lisboa) os relatos feitos no Facebook já estavam disponíveis em nove línguas, incluindo português. Um comentário publicado em língua portuguesa pela plataforma dizia que a imprensa internacional tinha designado este movimento como "revolução do guarda-chuva".

"Na verdade, isto mal pode ser chamado de revolução, mas 'movimento do guarda-chuva' daria um belo nome", lê-se na mesma página do Facebook da organização. "As únicas 'armas' que temos, na sua maioria são guarda-chuvas, usados para bloquear o sol e a chuva. As pessoas de Hong Kong querem apenas estabilidade", refere-se ainda num comentário em que se destaca "uma campanha suave mas determinada".

Pelas 22:00 locais (15:00 em Lisboa) assistia-se a uma dispersão dos manifestantes, mas milhares de pessoas continuavam concentradas junto ao complexo de Tamar, que alberga o gabinete do chefe do Executivo, o Conselho Legislativo (parlamento) e as principais secretarias do governo de Hong Kong.

Contactada pela agência Lusa, a polícia de Hong Kong não deu estimativas do número de pessoas que estariam a participar nos protestos nas ruas da antiga colónia britânica. Segundo as autoridades, desde sexta-feira, foram detidas 89 pessoas e 41 outras, incluindo agentes policiais, ficaram feridas.

No dia em que o Governo de Hong Kong anunciou a retirada das ruas da polícia de choque, uma porta-voz da polícia disse não ter informação sobre eventuais detenções realizadas hoje.

FV (DM) // JMR

Experiência de protestos "vai ter reflexos" em Macau - académico

29 de Setembro de 2014, 20:15

Hong Kong, China, 29 set (Lusa) -- O académico Larry So considera que a participação de jovens de Macau nos protestos pelo sufrágio universal em Hong Kong "vai ter reflexos" no território, estando o seu Governo atento aos movimentos pró-democracia que agitam a região vizinha.

"Alguns jovens de Macau, sobretudo os mais envolvidos com associações pró-democracia, estão a participar ativamente nos protestos em Hong Kong e a apoiar estes movimentos. E muitos deles vão trazer essa experiência para Macau", disse o professor do Instituto Politécnico de Macau à agência Lusa.

Os protestos pela democracia em Hong Kong foram gerados pelos estudantes, e engrossados pelos apoiantes do movimento 'Occupy Central', que, este domingo, antecipou a sua campanha de desobediência civil, cujo início estava previsto para a próxima quarta-feira, dia 01, Dia Nacional da China.

"Eles [jovens de Macau] estão a aprender com a experiência. No próximo mandato de Fernando Chui Sai On [reeleito em agosto chefe do Executivo] algo vai passar-se, mas claro que não com a mesma dimensão registada em Hong Kong", observou o académico natural da antiga colónia britânica que reside em Macau há mais de uma década.

Larry So realçou que, na noite de domingo, cerca de 20 a 30 jovens juntaram-se em apoio aos protestos de Hong Kong na praça mais central de Macau -- Leal Senado -- também utilizada nos últimos anos para vigílias de homenagem às vítimas de Tiananmen.

"Eles estavam lá por volta da meia-noite [17:00 de domingo em Lisboa] e publicaram 'posts' no Facebook. E, na segunda-feira da semana passada, no primeiro dia do boicote às aulas levado a cabo pelos estudantes universitários de Hong Kong, alguns jovens também se juntaram noutra praça [Flor de Lótus]", disse, destacando o papel das redes sociais nomeadamente em Hong Kong para a mobilização dos manifestantes.

Para o académico, o Governo de Macau também está atento às movimentações na região vizinha: "Por isso é que eles não gostam de deixar entrar os ativistas de Hong Kong quando há manifestações em Macau, como no 1.º de Maio ou no 1.º de outubro (Dia Nacional da China). É por isso que os colocam na 'lista negra' e os impedem de passar a fronteira", defendeu.

Para o ativista de Macau Jason Chao, que tem estado a acompanhar 'in loco' os protestos mas apenas como 'observador', como frisou, "a luta pela democracia em Hong Kong é muito importante para Macau porque, de certa forma, está a guiar o caminho para a democratização e reforma política no território". "Macau partilha o mesmo sistema político e vai seguir, mais ou menos, as mesmas pisadas de Hong Kong", argumentou.

Ainda assim, o também presidente da associação Consciência de Macau considerou que "a população de Macau está dividida" no apoio aos protestos. "Os cidadãos de Macau estão bem informados sobre a situação, mas uns apoiam massivamente o 'Ocuppy Central' e outros movimentos democratas, enquanto outros não", afirmou, acrescentando: "É difícil encontrar uma voz unida em Macau".

O ativista vincou também que o território, onde recentemente promoveu um referendo civil sobre o sufrágio universal, "não está pronto para a desobediência civil" como a vizinha Hong Kong.

E, neste âmbito, deu o exemplo de iniciativas que têm vindo a ser promovidas pelas várias organizações com cariz político às quais está ligado.

"Nós respeitamos a lei. Quando a lei não é aplicada de forma justificada poderemos considerar a desobediência civil, mas estamos longe de chegar a esse ponto", concluiu Jason Chao.

FV // APN

*Título PG

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Timor-Leste reconhece que não vai cumprir Objetivos do Milénio até 2015




Díli, 29 set (Lusa) - O Governo de Timor-Leste reconhece, num relatório divulgado pelo Ministério das Finanças, que não vai cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015, apesar dos progressos registados no país desde a independência, em 2002.

"Embora seja possível que nenhum dos ODM seja alcançado, muitos indicadores mostram uma melhoria significativa e sustentada dos níveis de vida em Timor-Leste", refere o relatório sobre a situação dos ODM em Timor-Leste em 2014 a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Segundo o documento, o progresso registado é "notável", tendo em conta a situação em que se encontrava o país em 2002, quando foi restaurada a independência, sem quaisquer infraestruturas, serviços e instituições de Estado.

Em relação ao objetivo número um, eliminar a pobreza extrema e a fome, dados relativos a 2009 indicam que 41 por cento dos cerca de um milhão de habitantes continuavam pobres, apesar de a percentagem ter diminuído comparando com os 49,9 por cento registados em 2007.

"É improvável que Timor-Leste consiga atingir a meta de ter apenas 14 por cento da população a viver abaixo da linha da pobreza em 2015", refere o documento, salientando que a análise pode não estar correta devido à falta de dados desde 2009 e ao forte crescimento do Produto Interno Bruto não petrolífero e consumo das famílias.

"É possível que a pobreza tenha caído drasticamente durante o período entre 2009 e 2012", pode ler-se no relatório.

Timor-Leste também admite ser improvável diminuir o número de crianças com menos de cinco anos abaixo do peso normal, salientando que em 2013 a taxa era de 37,7 por cento. A meta da ONU estabelece que seja de 31 por cento ou menos em 2015.

No objetivo sobre acesso universal à educação primária, Timor-Leste também não deverá cumprir, porque, segundo o relatório, 91,9 por cento das crianças timorenses frequentavam o ensino primário em 2013, contra os cerca de 97 por cento registados em 2011. Ao nível da literacia, era em 2007 de 85,1 por cento entre as pessoas com idades entre 15 e os 24 anos.

Na questão referente à igualdade de género, Timor-Leste já cumpriu os indicadores para o número de mulheres no parlamento e para a frequência de alunas no ensino pré-secundário e secundário, faltando aumentar a frequência no ensino primário.

Os progressos para o combate à mortalidade infantil é o único alcançado por Timor-Leste.

Segundo os dados do relatório, a mortalidade em crianças com menos de cinco anos era em 2009 de 64 em cada mil e recém-nascidos de 44 em cada 1000 nascimentos em 2009.
"Esta diminuição do número de mortos entre crianças com menos de cinco anos e de recém-nascidos foi uma das mais rápidas do mundo e faz de Timor-Leste um dos países com melhor execução daquele ODM", sublinha o relatório.

Já no que diz respeito à mortalidade materna, o país continua com uma taxa muito elevada de 557 mortes entre 100 mil mulheres em 2010.

No combate ao vírus da SIDA e à malária, as autoridades timorenses reconhecem o aumento do número de pessoas contaminas com o VIH, sublinhando que o primeiro caso foi detetado em 2003 e que desde então o número aumentou para 426. A doença já provocou 41 mortos no país.

Atualmente, a incidência de malária no país é de 5,3 casos por cada 1.000 habitantes.

O ODM relativo à sustentabilidade ambiental não será também alcançado, segundo o Governo timorense, apesar do aumento da população com acesso à água potável e saneamento.

No que respeita à parceria global para o desenvolvimento, o documento refere que a ajuda externa para o programa de desenvolvimento diminuiu para 230 milhões de dólares por ano e que o acesso às novas tecnologias aumentou, com o último censo a indicar que quase metade da população tem acesso a um telemóvel.

MSE // VM - Lusa

GOA E TIMOR-LESTE COM COMISSÃO MISTA




Redação, 29 set (Lusa) -- A Sociedade Lusófona de Goa divulgou hoje na sua 'newsletter' o plano de criação de uma Comissão Mista Goa-Timor-Leste, uma ideia concebida após uma visita de uma delegação do parlamento timorense àquele estado indiano.

"No final da visita a Comissão de Economia e Desenvolvimento do Parlamento Nacional de Timor Leste a Sociedade Lusófona de Goa (LSG, na sigla em inglês) concordaram em criar uma Comissão mista Goa-Timor-Leste com representantes de ambas as partes", refere a LSG, indicando que o núcleo "deve coordenar a troca de informações, contatos e projetos subsequentes entre Goa e Timor-Leste".

A visita, que se realizou em julho, foi, "sem dúvida, um marco histórico (...), restabelecendo as relações históricas preferenciais existentes", realça a LSG.

DM // APN - Lusa

Angola: CERCO À CRIMINALIDADE



Jornal de Angola, editorial

Uma boa notícia foi a que nos foi dada na semana passada pelo segundo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Salvador Rodrigues, anunciando uma considerável diminuição do índice de criminalidade violenta no país, sobretudo em Luanda.

À diminuição do índice de criminalidade no país não estão alheios novos mecanismos de actuação na luta contra a delinquência, traduzidos na coordenação por um posto de comando superior das acções centradas na neutralização dos marginais, em particular os altamente perigosos. O comissário-chefe Salvador Rodrigues disse ao Jornal de Angola que “grande parte dos grupos de criminosos que cometiam crimes violentos na cidade de Luanda está detida”.

As medidas operativas contra a criminalidade têm produzido resultados positivos graças ao alto desempenho da nossa Polícia Nacional, que  tem contado com a colaboração valiosa de efectivos das Forças Armadas na captura de criminosos. O nível de delinquência no país, em particular em Luanda, justificava uma intervenção continuada da parte da nossa Polícia, cuja eficiência operacional não tem deixado espaço aos criminosos para cometerem ilícitos.

Foi-nos dada a informação de que o posto de comando superior se reúne três vezes por semana e extraordinariamente todos os dias, quando a situação o exige, tudo indicando que  a Polícia Nacional  está permanentemente atenta ao fenómeno da criminalidade, que muitos problemas causam aos cidadãos.

A diminuição do índice de criminalidade faz com que os cidadãos depositem maior confiança  nos órgãos responsáveis pela segurança e tranquilidade públicas e que têm de velar pela protecção de pessoas e bens em quaisquer circunstâncias. Assegurar a  segurança dos cidadãos é uma das principais funções do Estado, que, por via de órgãos competentes, tem de  prevenir ou reprimir práticas que ponham em perigo vidas humanas ou causem danos à  propriedade.

A reacção à criminalidade violenta, a fazer-se constantemente sentir com altos níveis de eficiência, vai fazer com  que os grupos de marginais não tenham capacidade para agir, permitindo que os cidadãos vivam e trabalhem tranquilamente. Uma intervenção célere e oportuna da Polícia Nacional no combate aos criminosos é garantia de existência de paz social e de menos delinquentes na sociedade.

A par do necessário combate à criminalidade, há que se prestar atenção às causas da delinquência, para que não se fique apenas na repressão dos efeitos da criminalidade, um fenómeno que exige uma abordagem multidisciplinar. É recorrente dizer-se que o combate à criminalidade não se deve limitar à sua repressão. É preciso atacar as suas causas, para o que devem ser mobilizados outros actores, sobretudo os que, pelo seu saber, podem encontrar soluções para os problemas ligados, por exemplo, à delinquência juvenil.

Tem de haver um trabalho aturado no que respeita à delinquência juvenil, em termos de prevenção e de programas de assistência a jovens em conflito com a lei. É necessário que se concentre atenção na assistência diversificada a jovens em conflito com a lei, pelo que se impõe que haja condições materiais para concretizá-la, no interesse da comunidade. Não basta existir legislação a prever mecanismos de assistência a jovens delinquentes. Tem de se avançar  para acções concretas que ajudem a retirar do mundo do crime jovens que podem ser socialmente úteis. Que se criem organismos habilitados para trabalhar com uma camada da população que, por razões diversas, têm condutas anti-sociais, perturbadoras da vida dos cidadãos.

Será necessário referir entretanto que a criminalidade se combate também  por via da resolução de problemas de índole social e económica, devendo as políticas públicas colocar o fenómeno da delinquência juvenil entre as suas prioridades, na perspectiva de se eliminar o que potencialmente pode contribuir para o cometimento de actos criminosos.

Mas a criminalidade não deve ser apenas uma preocupação das autoridades, mas de toda a sociedade. Organizações da sociedade civil devem encarar também o combate à criminalidade  como seu, praticando acções que vão no sentido da educação moral e cívica de pessoas que  têm dificuldade de conviver com outras em harmonia.


A criminalidade é uma realidade complexa. Pela sua complexidade, o Estado e a sociedade têm de se unir para enfrentar esse problema que é dos mais preocupantes que o país tem. Trabalhar em prol da assistência a jovens em conflito com a lei ou da prevenção de situações que possam ser causa de envolvimento de cidadãos na prática de ilícitos criminais é um serviço que devemos todos prestar à Nação.

Angola: LAÇOS COM CUBA CONTINUAM FORTES



Filipe da Silva, Huambo – Jornal de Angola

A embaixadora de Cuba em Angola, Gisela Rivera, defendeu, sábado, na cidade do Huambo, o compromisso do seu país em continuar a cooperar com Angola nas diversas áreas e fortalecer os laços de amizade entre os dois países.

A diplomata fez este pronunciamento no encontro nacional de cubanos residentes em Angola que se realizou nesta cidade, que serviu também, entre outros propósitos, para homenagear os combatentes daquele país tombados na luta pela libertação de Angola contra a invasão estrangeira.  “Neste momento existe um problema mundial, que é o caso do ébola, e na reunião com a comunidade vamos também abordar este assunto para fazermos chegar ao Governo angolano o nosso ponto de vista sobre o combate a esta doença”, disse a diplomata cubana.

Gisela Rivera disse que a comunidade cubana em Angola é “muito trabalhadora” e está composta por profissionais das mais diversas áreas. “Antigamente era difícil ver todos os cubanos de diversos pontos reunidos no mesmo local”, sublinhou.

“Hoje, na cooperação com Angola estamos no ramo da energia, agricultura, saúde e educação e estamos a identificar outras áreas para diversificarmos a nossa cooperação”, refereiu Gisela Riveira.

A embaixadora disse que o seu país vai lutar, em parceria com o governo angolano, para que haja uma certa simbiose de trabalho na defesa e resolução dos problemas das populações. Cerca de 70 cubanos inscritos na Embaixada residem no Huambo e cooperam nas diversas áreas técnico-profissionais. Antes do encontro, a embaixadora cubana, acompanhada pelo governador da província, Kundi Paihama, depositou uma coroa de flores no monumento erguido em memória dos cubanos que tombaram em Angola e procedeu à inauguração da ponte sobre o rio Kongwe, que liga o mercado da Quissala à cidade do Huambo.  A infra-estrutura, com 20 metros de comprimento, foi erguida em onze meses pela empresa de construção cubana Imbondex. 

O governador do Huambo, Kundi Paihama reafirmou a aposta na melhoria contínua das condições sociais da população. “Vamos lutar organizadamente, e no bom sentido, para de unificar os povos e construirmos uma nação próspera, onde podemos ver os filhos de todos angolanos formados e sem receio do antigamente”, defendeu.

Kundi Paihama agradeceu a presença da embaixadora cubana na província do Huambo, que visitou alguns locais de interesse antes do encontro nacional da comunidade cubana residente em Angola. “É uma grande alegria ver a família cubana reunida outra vez, sem receio, e cada um com liberdade de escolha. Tudo muda e Cuba de hoje, não é o mesmo país do antigamente, é um sentimento de muita alegria que me faz lembrar os grandes tempos que passei naquela terra”, acrescentou. 

O governador do Huambo reconheceu que em toda a história houve sempre mudanças positivas e as negativas, e que a amizade entre os dois países foi forjada a ferro e fogo.

A pedagoga e directora do Centro Infantil Borboleta Monarca, Iveth Moralis Lopes, disse que sente uma grande satisfação por fazer parte na formação dos angolanos, principalmente de crianças.Quem convive com crianças aproveita fazer história porque contribui no fortalecimento das suas memórias”, acrescentou Iveth Lopes.

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MOÇAMBIQUE LEVA PALESTINA, SAHARA OCIDENTAL E CUBA À AG DA ONU




Moçambique reiterou, no fim-de-semana, a necessidade de uma resolução da questão palestina e do Sahara Ocidental, e pediu o fim do bloqueio a Cuba por parte dos Estados Unidos.

Discursando perante a Assembleia Geral (AG) das Nações Unidas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Oldemiro Baloi, salientou, segundo a LUSA, que o país reitera o apelo para “uma solução justa e duradoura para a Palestina, por meios pacíficos”, de acordo com o direito internacional e com as resoluções das Nações Unidas.

E quanto ao Sahara Ocidental, saudou a iniciativa de a União Africana (UA) ter nomeado Joaquim Chissano, antigo chefe de Estado moçambicano, como enviado especial na busca “de uma solução que assegure a realização do direito do povo saharaui à autodeterminação, à qual Moçambique reafirma o seu apoio incondicional”.

“A liberdade de escolha do sistema político e de comércio é um direito inalienável de todos os Estados, independentemente da sua dimensão. Nesse sentido, a necessidade de pôr fim ao embargo económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba continua a ser motivo de preocupação, por ter motivos políticos e impedir o desenvolvimento socioeconómico de Cuba. Por isso, Moçambique associa-se a todos os países que exigem o fim imediato desta medida injusta e unilateral”, disse também Oldemiro Baloi.

No discurso, o representante de Moçambique lembrou as metas de desenvolvimento do milénio, disse que era importante acelerar as que estão atrasadas e garantir a sustentabilidade das que foram atingidas, e acrescentou que o país já está a preparar a agenda para depois de 2015, que tem como objectivo geral a erradicação da pobreza.

E considerou urgente a conclusão das negociações de Doha (da Organização Mundial do Comércio sobre a diminuição de barreiras comerciais), cujos avanços Moçambique vê com esperança, como vê, acrescentou, o crescimento económico do continente africano, que deve atingir os 5,3 porcento este ano.

E 2015, disse Baloi, quando a ONU faz 70 anos, a data representa “uma oportunidade histórica” para reformular compromissos mundiais e tomar medidas para acelerar as reformas que estão previstas na organização, em especial no Conselho de Segurança.

“A incapacidade das Nações Unidas em resolver situações de conflitos e de instabilidade no Médio Oriente ou no leste europeu coloca em causa a sua autoridade como entidade mundial e fórum político multilateral para promover o diálogo no quadro do multilateralismo”, disse.

Notícias (mz)

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Moçambique – Eleições: Nyusi presidente, Dhlakama de “folga”, Simango com Função Pública



Nyusi quer ser Presidente de todos

Filipe Jacinto Nyusi, candidato da Frelimo à Presidência da República, comprometeu-se a trabalhar pelo desenvolvimento da província de Sofala e a ser Presidente de todos os moçambicanos, caso vença as eleições de 15 de Outubro.

Falando fim-de-semana último, Nyusi prometeu, por outro lado, requalificar a cidade da Beira, porque, segundo as suas palavras, apresenta estradas cansadas, prédios velhos, dificuldades no abastecimento de água à população e com o sistema de transporte público deficitário.

No mesmo comício, Filipe Nyusi agradeceu à população da cidade da Beira e da província de Sofala pelo espírito de tolerância, reconciliação e respeito pela diferença. “Esta é a tradição da Beira. Notei isso também em Marínguè, Chibabava, Cheringoma e em toda a província.


Dhlakama não sai à rua

O candidato da Renamo às presidenciais de 15 de Outubro, Afonso Dhlakama, não vai sair à rua hoje e amanhã, retomando as suas iniciativas de campanha eleitoral na quarta-feira, num comício popular a ter lugar em local ainda por indicar.

Dados recolhidos pela nossa Reportagem de uma fonte autorizada indicam que o líder da Renamo vai repousar durante o dia de hoje e amanhã reunir-se-á com os responsáveis das organizações sociais do seu partido. Entretanto, Dhlakama afirmou sábado último em Quelimane que se vencer as eleições de 15 de Outubro vai implantar um sistema de governação democrática que sirva de inspiração para o Continente Africano. Falando num comício, o líder da Renamo disse que na sua governação vai privilegiar, entre outros, a mecanização agrícola, criação de postos de emprego, saúde e educação.


Simango promete Função Pública mais profissional

O candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ao cargo de Presidente da República, Daviz Simango, prometeu este sábado aos eleitores dos distritos de Chibabava e Gorongosa, na província de Sofala, a despartidarização da Função Pública, de modo a torná-la cada vez mais profissional e assim servir melhor o cidadão.

Falando em comícios populares naqueles dois pontos de Sofala, Simango disse ainda que caso vença as eleições de 15 de Outubro próximo vai, por outro lado, priorizar uma agricultura mecanizada. Segundo ele, não se justifica que as comunidades residentes na província de Sofala enfrentem, ciclicamente, bolsas de fome, pois a província possui todas as condições necessárias para uma produção de consumo e comercial.

*Notícias (mz) - *Título PG

GRANDES FORTUNAS CONTINUAM A AUMENTAR COM A CRISE



Pedro d´Anunciação – Sol, opinião

Segundo um estudo do ‘Wealth Xand UBS Billionaire Census’, realizado entre Julho de 2013 e Junho deste ano, citado pela imprensa de todo o mundo, apareceram 155 novos bilionários no Planeta – o que representa um aumento de 7%.

A Europa é o continente que regista maior aumento, totalizando 775. Os Estados Unidos são o país mais rico, com 571 bilionários, e Nova Iorque a cidade onde se encontra a maioria destes bilionários (103), seguida de Moscovo (85) e Hong Kong (82).

Duas conclusões imediatas: primeira, a crise não atinge realmente todos por igual, como já se imaginava; segunda, as políticas que a moda agora impôs ao nosso Governo e à troika, não são inocentes, e talvez estejam a conseguir efectivamente os resultados pretendidos.

Portugal: PS UNE-SE EM TORNO DE COSTA PARA CONQUISTAR O PODER



Rita Tavares – jornal i

Costa fintou os incómodos. Apontou às legislativas, mas a primeira decisão é interna: novo líder para a bancada parlamentar (o principal foco de oposição interna a Seguro nestes três anos)

A convicção da vitória que rodeou o núcleo de António Costa na campanha das primárias encenou a timidez na noite eleitoral. Demorou a compor a sala, demorou a disparar os números esmagadores, os gritos de "vitória" e só à última mostrou que tinha na manga uma sala maior preparada para o grand finale. Bem diferente da velocidade a que, logo de seguida, António Costa rematou a vitória, em oito minutos a olhar para as legislativas e onde o ex-líder do PS, António José Seguro não mereceu uma vírgula.

Houve tempo para agradecer ao mandatário nacional, Carlos César, à director da campanha, Ana Catarina Mendes, aos mandatários distritais, aos militantes e simpatizantes, a família e ainda ao presidente da Comissão Eleitoral das primárias, Jorge Coelho. Não houve um segundo para Seguro. Aqui, o mais longe que Costa conseguiu ir foi quando disse que "estas eleições não foram a derrota de ninguém, mas a vitória de todos os militantes e simpatizantes do PS". A sala aplaudiu e Costa passou à deixa que se segue: "Iniciámos uma nova etapa." Ou "cumprirmos hoje a primeira etapa", a outra forma que o candidato do PS a primeiro-ministro usou para se lançar ao desafio seguinte, as legislativas do próximo ano. Mas neste ponto trazia, mais, tinha um soundbyte alinhado: "Este é o primeiro dia de uma nova maioria de governo. Este é o primeiro dos últimos do actual governo."

Um ex-líder ausente no discurso, outro ausente da sala. José Sócrates, confesso apoiante de António Costa, não apareceu numa única iniciativa de campanha das primárias ao lado do autarca socialista e, ontem à noite, também não esteve na sala (e por aquela hora já não estava no comentário em directo na RTP). Ainda assim, na sala de apoiantes de Costa as figuras dessa era multiplicavam-se. Um exemplo? Mário Lino, ex-ministro de Sócrates, publicamente desaparecido desde que saiu de funções.

PRIMEIRA DECISÃO No curto discurso, Costa preferiu concentrar-se nos pontos positivos e na "mobilização" que acredita mostrar a "vontade nacional", a "força na vontade de mudança", de ver o "PS reacender a esperança, ser a energia mobilizadora". Um conjunto de frases com que assume a nova condição, a de candidato a primeiro-ministro do PS, mas a que somou já ontem a que se perspectiva: a do próximo líder socialista. A primeira tarefa será unir a bancada parlamentar, que António José Seguro herdou da era Sócrates e que nunca conseguiu controlar. E, já para começar, escolher um novo líder, depois da demissão de Alberto Martins, anunciada ontem e logo comunicada ao vencedor das primárias socialistas. Quem se segue? Jorge Lacão, Ana Catarina Mendes, outro nome? No Fórum Lisboa (sede da Assembleia Municipal do município), onde os costistas se juntaram para a noite eleitoral, o círculo mais próximo não arriscava palpites.

Um dos focos de animação mais visível era precisamente um grupo de deputados que marcou, pela oposição mais marcada dentro da bancada, alguns dos momentos mais tensos para a direcção de Seguro. Num canto da sala, João Galamba, Pedro Nuno Santos e Pedro Delgado Alves (que chegaram a ser apelidados de "jovens turcos"), saltavam abraçados, também com Duarte Cordeiro, que saiu da Assembleia da República nas últimas autárquicas para assumir um lugar de vereador no executivo camarário de António Costa.

Manuel Alegre, Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso, Fernando Medina (o número dois na Câmara), Ana Paula Vitorino, Eduardo Cabrita, Idália Serrão. Alguns os "ex-tudo", como descrevia um apoiante de António Costa, voltaram para a tal "nova etapa" que Costa inaugurou ontem.

Foto: José Fernandes

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Portugal: O INFERNO DE PEDRO PASSOS COELHO



Nuno Ramos de Almeida – jornal i

O primeiro-ministro tentou arrumar o assunto no parlamento, mas ele renasce

Pedro Passos Coelho garantiu ao parlamento que nunca recebeu, enquanto deputado, dinheiro da Tecnoforma e da ONG dela, CPPC. Confessou ter apenas cobrado despesas que fez no exercício das funções de presidente da instituição. "Posso ter apresentado despesas de representação, almoços que possa ter realizado, deslocações que realizei seguramente a Bruxelas, Cabo Verde e até dentro do território nacional", revelou. Instado a responder sobre o montante dessas verbas, "se eram tostões ou milhões?", Passos apressou-se a dizer que certamente que não eram milhões, até porque o orçamento da ONG era diminuto. António José Seguro pediu-lhe, para que não restassem dúvidas, que levantasse o sigilo bancário das suas contas. O governante defendeu-se, dizendo que a questão fundamental não é "vasculhar" as suas contas bancárias, mas se auferiu ou não qualquer rendimento enquanto deputado em exclusividade. "Não, não recebi, não, não há dúvidas", reiterou Passos Coelho, rejeitando fazer um "striptease" das contas bancárias.

A Procuradoria Geral da República veio esclarecer que qualquer ilícito criminal, nesta matéria, do actual primeiro-ministro, estava prescrito. Tudo resolvido para o chefe do governo? Aparentemente não. Há juristas que defendem que nem todos os alegados crimes prescreveram, nomeadamente o de branqueamento de capitais e ainda fica o julgamento político dos actos. E a verdade é que a denúncia anónima falava de contas e montantes, isso só podia ser esclarecido com o cotejar dessas contas. Para agravar a situação, o semanário "Expresso" publica declarações de um ex-quadro superior da Tecnoforma, ex-director-geral, que afirma que a CPPC, que Passos presidia, recebia um milhão de euros por ano de uma offshore, Form Overseas Limited. Essa offshore "funcionou como um saco azul", para despesas não documentadas em Portugal, cujos valores "não constavam da contabilidade da empresa", afirma Luís Brito, ex-director-geral da Tecnoforma ao semanário da Impresa.

Resumindo, para provar a sua inocência, o primeiro-ministro tem de demonstrar o que diz e jogar este jogo dos remediados.

Foto: Mário Cruz / Lusa

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UM MORTO E 32 DESAPARECIDOS EM ERUPÇÃO VULCÂNICA NO JAPÃO



29 de Setembro de 2014, 10:12

As autoridades nipónicas retomaram ontem as buscas por 32 desaparecidos na sequência da erupção do Monte Ontake, que já causou um morto e meia centena de feridos desde sábado.

Localizado a cerca de 100 quilómetros de Nagoya, no centro do país, o Monte Ontake, segundo maior vulcão do Japão, também conhecido por Kiso Ontake-San, entrou em erupção no sábado, por volta do meio-dia (11:00 em Díli).

Centenas de pessoas encontravam-se nas imediações do vulcão, zona bastante famosa para a prática de ‘trekking’ e cerca de 230 foram retiradas, em operações realizadas com a ajuda de um helicóptero do exército japonês.

Lusa, em Sapo TL

Relações entre Indonésia e Portugal têm "espaço para crescer" -- embaixador



Lisboa, 29 set (Lusa) -- As relações entre Indonésia e Portugal têm progredido "continuamente, mas o espaço para crescer ainda é grande", tanto em termos económicos, como noutras áreas, considera o embaixador indonésio Mulya Wirana.

Em Lisboa desde o início do ano, o diplomata acredita que ambos os países têm a ganhar com uma maior cooperação.

Para Portugal, a Indonésia representa "um país com 240 milhões de habitantes" e a 16.ª economia do mundo, "a crescer cerca de quatro por cento ao ano". Ou seja, "um grande mercado e uma plataforma de entrada para outros países da Ásia", refere.

Para a Indonésia, Portugal tem "potencial" para ser "uma plataforma nas relações com a Europa, a América Latina e a África", acrescenta.

Isso explica o interesse da Indonésia pelo estatuto de observador na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cujo pedido oficial deverá ser feito "oportunamente", adiantou o embaixador, admitindo que o ideal seria obtê-lo durante os dois anos da presidência de Timor-Leste à frente da organização lusófona, iniciada em julho.

A Indonésia tenciona também "abrir estudos de português", adianta, recordando a "herança comum", por exemplo as "centenas" de palavras originárias do português que são utilizadas no dia a dia pelos indonésios e a inspiração que a própria música tradicional indonésia vai buscar ao fado.

Porém, reconhece o diplomata, o conhecimento mútuo entre os dois países ainda não é o ideal. "O que sabe o público português sobre a Indonésia? Talvez conheça Bali, como destino turístico, mas nada mais. E o que sabem os indonésios de Portugal? Apenas Ronaldo", exemplifica. "Temos de investir em sabermos mais uns sobre os outros", propõe.
Daí a importância da recente visita a Lisboa do Presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, destaca.

Recordando que, há dois anos, Cavaco Silva foi o primeiro Presidente português a deslocar-se à Indonésia, o embaixador assinala o "enorme sucesso" da visita do chefe de Estado indonésio, porque "fechou o capítulo do muito lamentável passado recente e abriu um novo horizonte para uma cooperação mais próxima".

As relações entre Indonésia e Timor-Leste "são o melhor que se podia esperar", observa Mulya Wirana, destacando que Jacarta é "um forte apoiante" da entrada de Díli na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).

A Indonésia, diz, "quer muito ajudar Timor-Leste" para que seja "um país estável, desenvolvido, democrático, com os mesmos padrões dos outros países da região".

Já na Indonésia, reflete, "o desafio mais importante é a dimensão população", a quarta maior do mundo, com 65 por cento dos habitantes em idade laboral.

Desvalorizando os protestos políticos, que considera "um sinal de democracia", o embaixador destaca que um quinto do orçamento nacional tem sido aplicado na educação, nomeadamente na formação de quadros no estrangeiro. "O sistema de ensino português tem potencial para os indonésios que queiram tirar mestrado ou doutoramento, porque sai muito mais barato do que noutros países e tem a mesma qualidade", compara.

Em Lisboa desde final de janeiro, o embaixador nunca tinha estado antes em Portugal, "um país bonito, com pessoas acolhedoras", onde não sentiu "o mínimo de hostilidade", nem sequer da parte dos muitos timorenses que aqui vivem.

"Já ganhei quatro quilos. A comida é deliciosa", brinca, destacando que o arroz, tal como na Indonésia, está sempre no menu.

SBR // PJA - Lusa

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