quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Brasil: BOLSONARO NÃO MORREU

A morte política de Jair Bolsonaro ainda não foi concluída. Porém, mesmo que perca toda força e interlocução, deixará o fascismo aceso e a extrema-direita organizada e pronta para novos golpes à democracia

Anderson Pires* | Pragmatismo Político | ª Publicado em português do Brasil    

política é um ambiente pródigo para sagas. A história tem exemplos diversos, alguns épicos outros desastrosos. Os personagens conseguem perpetuar suas passagens, pois, em algum momento, tiveram relevância e ocuparam espaços de destaque, independentemente do legado que tenham deixado para a humanidade.

O Brasil tem políticos que viveram suas sagas e que, provavelmente, serão lembrados pelas histórias de ascensão e queda. Entre os presidentes podemos lembrar de Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Juscelino e Collor de Mello. Suas trajetórias tiveram momentos épicos, com passagens dignas de serem retratadas em filmes e livros, mas com quedas também marcantes.

Alguns são mais lembrados por motivos pouco louváveis, ou até por forças ocultas como foi o caso de Jânio Quadros. O homem que chegou à presidência com uma vassoura na mão para varrer a corrupção, renunciou sem que os motivos ficassem claros.

Mas o Brasil recente continua a produzir grandes histórias políticas. O próprio presidente Lula, que está em terceiro mandato, vive ainda capítulos de um enredo que parece ter final feliz. Da condição de um dos políticos mais respeitados no mundo, viu sua vida mudar completamente e ser preso. Em seguida, retornou à presidência em mais um momento épico.

ARGENTINA: O QUE EXPLICA O VOTO POPULAR EM MILEI?

Vencedor das prévias, candidato repete a ladainha de que o Estado, a justiça social e a “classe política” são pesos nas costas do país. Mas por que milhões de argentinos pobres, que serão duramente atingidos por suas políticas, podem vir a elegê-lo?

Antonio Jose Alves Junior e Claudia Henschel de Lima* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

Os resultados das primárias, simultâneas e obrigatórias na Argentina, no dia 13 de agosto de 2023, revelam um claro predomínio do voto de direita e indicam a derrota do peronismo, possivelmente, já no primeiro turno, em outubro. O vencedor, Javier Milei, o “Bolsonaro argentino”, do partido La Liberdad Avanza, obteve mais de 30% dos votos, deixando para trás Patrícia Bullrich, da ala direita do partido de direita Juntos por el Cambio, com 17,0% das preferências, e o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, do Union por la Patria, com pouco mais de 21% dos votos. Reviravoltas podem acontecer, mas o resultado, que emerge da triagem das Primárias, sugere que a extrema-direita de Milei tem grandes chances ganhar ainda no primeiro turno se puder atrair os votos de Patricia Bullrich e demais candidatos derrotados da direita.

Esse resultado é parcialmente tributário do insucesso do governo de Alberto Fernandez em lidar com a crescente inflação, com a gravidade dos déficits de balança de pagamentos e com as privações materiais cada vez mais agudas que impactam diretamente a vida da população. Seu governo não demonstrou força política ou vontade para promover mudanças radicais, como, por exemplo, a instituição do controle do movimento de capitais para estabilizar o câmbio e conter a inflação. É nessa esteira da crise e impotência do governo que Milei, autointitulado liberal libertário, defensor radical do livre mercado e do amor livre (segundo declaração de 5/10/2017, ao programa do La Nación, Terapia de Noticias), avança a passos largos.

Longe de propor uma correção de rumos, sua campanha é recheada de “propostas radicais”, como o fim do Banco Central e a dolarização da economia argentina, o fechamento de vários ministérios, a instituição do sistema de vouchers para educação e saúde, a liberação da venda de órgãos, a revisão dos direitos humanos para bandidos, a revalorização das polícias e das forças armadas, bem como a retirada da Argentina do Mercosul. Será, como diz, uma virada de 180 graus, uma destruição do status quo do Estado argentino a partir de dentro, ou seja, como presidente eleito. Sua formulação condensa a visão política antissistema e essencialmente contra o Estado.

Milei vê no Estado argentino populista de esquerda (sic), decadente há mais de 100 anos, a origem do problema político e econômico central do país, i.e., o problema fiscal jamais resolvido, grande mal econômico, responsável pela estagnação. Em sua opinião, o erro de todos os programas de estabilização foi transferir o custo do Estado ineficiente e gastador para o setor privado. Por isso, sua proposta de destruição do status quo se materializa por meio de um programa de estabilização em que os custos são pagos pelo Estado, por meio de sua redução radical. A linha de ação será o cortes de gastos, com a extinção de ministérios (Obras Públicas; Trabalho, Emprego e Segurança Social; Educação; Ciência, Tecnologia e Inovação; Saúde; Cultura; Mulheres, Gênero e Diversidade; Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e as Privatizações.

Argentina, Irão, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Etiópia admitidos no BRICS

A cimeira dos BRICS, sediada em Joanesburgo, decorrerá de 22 a 24 de Agosto, com a presença dos líderes da China, Índia, Brasil e África do Sul. A Rússia é representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, participa do evento por videoconferência.

Sputnik Globe | # Traduzido em português do Brasil

Os líderes do BRICS decidiram convidar Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita para se juntarem ao grupo, disse o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa na quinta-feira.

"Decidimos convidar a República Argentina, a República Árabe do Egipto, a República Federal Democrática da Etiópia, a República Islâmica do Irão, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a tornarem-se membros de pleno direito do BRICS. A adesão será entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024", disse Ramaphosa na cúpula do BRICS na África do Sul.

Os líderes dos países BRICS acreditam que chegou a hora de usar moedas locais e sistemas de pagamento alternativos, disse Cyril Ramaphosa.

"Há um impulso global para o uso de moedas locais, acordos financeiros alternativos e sistemas de pagamentos alternativos. Como BRICS, estamos prontos para explorar oportunidades para melhorar a estabilidade, confiabilidade e justiça da arquitetura financeira global", disse Ramaphosa na coletiva de imprensa da Cúpula do BRICS. 

Segundo Ramaphosa, a admissão de novos membros ao BRICS é a primeira fase do processo de expansão do grupo.

Os líderes do BRICS adoptaram uma declaração final após a cimeira de Joanesburgo, acrescentou Ramaphosa.

"Os líderes do BRICS na 15ª cimeira do BRICS tiveram, nos últimos dois dias, a oportunidade de ter discussões tanto na forma de retiro, como numa cimeira oficial adequada, e no decurso dessas discussões, chegaram a uma conclusão para adoptar a Declaração de Joanesburgo II como uma declaração que engloba e cobre as diversas questões sobre as quais os líderes tiveram que decidir", disse Ramaphosa na cimeira dos BRICS na África do Sul.

O BRICS está preocupado com os conflitos no mundo e confirma que defende uma solução pacífica, através do diálogo, acrescentou o presidente.

BRICS

Amorim, Brasil | Cartoon Movement

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