terça-feira, 14 de julho de 2020

Brasil | As crianças que nos governam e como vencê-las


#Escrito e publicado em português do Brasil

Pilhadas em crimes, reagem aos pulinhos, xingando e vociferando: “te pego na saída!” Oferecem patrimônio público como num Banco Imobiliário. Deixam sangue nas quebradas. Contra sua pulsão furiosa, é preciso reconquistar as maiorias

Carlos Ziller Camenietzki | Outras Palavras |  Imagem: Orodè Deoro

Quem viveu os anos finais da ditadura de 1964 não pode deixar de constatar que os mais duros golpes infringidos aos governantes de então foram efetuados por bandeiras propositivas. Queríamos Anistia, queríamos uma Assembleia Constituinte, queríamos eleições diretas para Presidente, governadores e prefeitos das capitais, queríamos ainda liberdade de organização política, fim da censura… Enganaram-se na estratégia os que corajosamente gritavam “abaixo a ditadura” pelas ruas. A ditadura efetivamente veio abaixo depois que se conseguiu encontrar proposições substantivas impossíveis de serem contornadas e que demandavam respostas claras. Aquilo que iniciou o período agudo de decadência dos governos militares foi a ampla campanha pela Anistia e o que o encerrou foram as grandes manifestações em todo o país pelas eleições diretas. É claro que o ressurgimento da luta política estudantil, primeiro, e sobretudo da luta sindical no final dos anos setenta teve um papel decisivo, como também foi importante o progressivo isolamento internacional do Brasil. Mas a recessão econômica do governo Figueiredo foi determinante com seus mórbidos espetáculos, gente abatida pela fome, multidões dormindo nas ruas…

“Abaixo a ditadura” era um grito que bem mostrava uma fúria dos que já não mais suportavam os desmandos do governo àqueles que ainda não percebiam claramente a origem política de muitos de seus males. Mas esse brado podia convencer apenas limitadamente quem ainda não identificava o regime como um obstáculo.

TRUMP, BOLSONARO E O DEEP STATE


Nos EUA, o Estado Profundo – leia-se CIA, NSA, Clintons, Bolton, Wall Street, etc – está numa luta feroz contra Trump e quer impedir a sua reeleição a todo custo.  Este facto tem reflexos externos, nomeadamente no Brasil.

Ali o Deep State quer descartar o sr. Bolsonaro, que identifica (correctamente) como homem de Trump.  Daí as lutas intestinas que agora se desenrolam no Brasil e que levaram à demissão do homem da CIA no governo Bolsonaro, sr. Sérgio Moro.  

Os episódios rocambolescos no Brasil, inclusive no aparelho judicial, são também reflexo desta luta entre os trumpianos/bolsonaristas e a direita pró-imperialista anti-trumpiana.  

O episódio grotesco de 4 de Julho, quando o sr. Bolsonaro prestou um acto de vassalagem ao embaixador trumpiano, insere-se neste quadro de análise.

Portugal | O centrão em construção


Manuel Carvalho Da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Os exercícios de convergência que o PS/Governo e o PSD vêm concretizando indicam-nos que, provavelmente, estamos a caminho de sermos governados pelo centrão político.

A forma e o tempo da sua expressão estão ainda indefinidos, o que facilita as manobras dos envolvidos na empreitada, no quadro da aproximação às eleições presidenciais e autárquicas. O argumento da necessidade de se "unirem esforços para garantir a difícil travessia da crise" é atraente como ideia de senso comum e o centrão de interesses, que viveu uns anos incomodado com uma governação um pouco mais à esquerda, jamais abdicou do objetivo de dispor de um poder que lhe corresponda plenamente.

Os impactos da pandemia puseram a nu problemas estruturais e vulnerabilidades que Portugal acumulou; evidenciaram a necessidade de se reconfigurar o perfil de especialização produtiva e de se reterritorializar a provisão de bens necessários às comunidades; expuseram as misérias da precariedade, a injustiça e crueldade com que são tratados grande parte dos trabalhadores; tornaram evidente que o Estado deve dispor de meios e poder efetivo para ser ator determinante em muitas destas reorientações. As respostas efetivas a estes problemas implicam alterações significativas na utilização da riqueza, na estrutura e controlo de poderes e para isso o centrão não está disponível.

Portugal | Justiça? Deixem-nos rir!

Hoje há Curto, amanhã não sabemos. O de hoje, apresentado seguidamente, surge a mostrar a justiça ou "justiça" lusa com rabo-alçado para entrar de férias. Também tem direito. Lá por que se revela uma grande mixórdia não duvidemos que faz obra, trabalha... Férias merecidas.

Rui Gustavo é o "animador" deste Curto que vai poder ler a seguir. O pagante é o Expresso do tio Balsemão Impresa Bilderberg. Senhor de avançada idade mas sempre ativo e portador de um humor requintado. Simpático qb... "Vai um tirinho?", perguntam-lhe nas feiras a que não vai. A não ser as feiras e ajuntamentos do Bilderberg.

Marchemos para a conclusão e boicotemos estas divagações. Temos a informar que Salgado vai surgir. O tal que foi (e é) Dono Disto Tudo... O autor do Curto menciona que o DDT passou a ADT. Quer dizer: Acusado Disto Tudo. Verdade que pode ser acusado, certo é que se prevê que muito pouco seja provado em tribunal da tal justiça auto-mutilada, dúbia, que aos ricos acusa mas lhes consegue o milagre da montanha que por entre as pernas lhe saem um rato (pequenino). Salgado será outro exemplo, a provar que afinal ainda é DDT, como tantos outros da estirpe social que nos vigariza, nos rouba, nos explora e faz dos por nós eleitos e a governar seus vassalos, protetores dos seus interesses, em detrimento da populaça, dos trabalhadores, dos cercados no redil de uma falsa democracia... e falsa justiça. 

A coisa é assim. O que fazer? Deixarem de balir? Evidentemente que isso é difícil para qualquer povo. Para os portugueses também. Justiça? Deixem-nos rir.

Bom dia. Divirta-se com a justiça a seguir exposta no Curto do Expresso.

FS | PG

Portugal | Saberemos o que fizermos neste verão


Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias | opinião

Cansados, com um verão que chegou carregado de calor, os portugueses não querem ter que se preocupar com o que vai chegar no fim das férias, com o regresso das aulas. Não queremos pensar nisso, nessa segunda vaga que as autoridades de saúde garantem que vai chegar, mas devíamos. Melhorar os nossos comportamentos de defesa (uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social) pode fazer toda a diferença para chegarmos com menos pressão ao outono. Nessa altura, com o regresso das aulas, que todos queremos presenciais, haverá um crescimento de contágios, com um agravamento no inverno, altura em que o SNS vai ter de tratar simultaneamente a gripe e a covid.

O primeiro milhão de infetados só chegou no início de abril, quer dizer que demorou mais de três meses a atingir esse número. Agora, cinco dias bastam para serem diagnosticados um milhão de doentes. A Organização Mundial de Saúde diz que o vírus "continua a ser o inimigo público número um" e avisa que "a pandemia vai ficar pior, pior, pior". Está a falar a nível global, sabendo nós que a forma como cada país tem lidado com o vírus faz toda a diferença. Não estamos, portanto, condenados, mas estaremos sempre reféns daquilo que fizermos este verão. Como a cigarra, podemos passar o verão gozando das férias que merecemos, fazendo o que sempre fizemos, vivendo depois como tiver de ser. Ou, como a formiga, podemos aproveitar o verão para ter um inverno mais seguro, dando a nós próprios o direito de construir o nosso destino.

Trocas comerciais entre Portugal e China crescem 10,6% em maio


Macau, China, 14 jul 2020 (Lusa) -- As trocas comerciais entre Lisboa e Pequim aumentaram 10,6% em maio, em relação ao mês anterior, com Portugal a registar um crescimento nas importações e um decréscimo nas exportações para a China, foi hoje divulgado.

O valor total das trocas comerciais atingiu os 578 milhões de dólares (510 milhões de euros). Destes, 426 milhões de dólares (376 milhões de euros) dizem respeito a importações (+26,3%) e 151 milhões de dólares (133 milhões de euros) a exportações (-18,1%), de acordo com dados oficiais publicados no portal do Fórum Macau, com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses.

As trocas comerciais entre janeiro e maio entre Lisboa e Pequim ascenderam a 2,4 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros), menos 7,9% se comparado com o período homólogo do ano anterior.

Ativistas de Hong Kong acusados de organizarem manifestação não autorizada


Pequim, 13 jul 2020 (Lusa) - Treze personalidades do movimento pró-democracia de Hong Kong compareceram hoje em tribunal, acusados de terem organizado uma manifestação não autorizada em comemoração do 31.º aniversário desde o massacre de Tiananmen.

Entre os acusados está Jimmy Lai, dono do jornal Apple Daily News e figura do movimento pró-democracia local, e os ativistas de longa data Lee Cheuk-yan e Albert Ho, além do jovem Figo Chan.

Questionado se entendeu as acusações que lhe são feitas, Lee referiu as centenas de pessoas mortas na Praça Tiananmen, em Pequim, na noite de 03 para 04 de junho de 1989, quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos.

"Isto é perseguição política", acusou.

No início de junho, vários cidadãos de Hong Kong desafiaram a proibição de ajuntamentos para marcar o 31.º aniversário desde a sangrenta intervenção do exército chinês.

Nova lei anticorrupção timorense engloba todos os crimes e promove estratégia de prevenção


Díli, 13 jul 2020 (Lusa) -- A nova lei anticorrupção timorense reúne todos os crimes do tipo e prevê a adoção de uma "estratégia nacional" para prevenir e combater o que considera ser um "fenómeno pernicioso" no país.

O projeto de lei de "medidas de prevenção e combate à corrupção" -- que está há vários anos na gaveta -, foi aprovado na especialidade na semana passada, num debate mantido fora de Díli por membros da comissão A, de Assuntos Constitucionais e Justiça.

O texto deverá ser aprovado na sessão plenária de terça-feira, entrando em vigor 180 dias depois da publicação.

O diploma prevê a adoção de uma "estratégia nacional" de prevenção e luta contra a corrupção, a ser liderada pela Comissão Anticorrupção (CAC), e determina especial cuidado em procedimentos de seleção e de formação de cargos públicos "considerados especialmente expostos à corrupção".

Exige códigos de conduta para agentes públicos, que promovam "padrões de comportamento pessoal de integridade, honestidade e responsabilidade, bem como padrões de responsabilidade profissional de correção, imparcialidade, honradez e desempenho apropriado de funções públicas".

Moçambique | “Principal objectivo do terrorismo em Cabo Delgado é atingir o projecto de gás”


Entrevista a Jacinto Veloso

O Major-General na Reserva, Jacinto Veloso diz que o principal objectivo do terrorismo em Cabo Delgado é atingir o projecto de gás. Falando no programa Grande Entrevista, da Stv, considera que estamos todos impreparados para lidar com o terrorismo naquela província e não concorda com as hipóteses segundos as quais as acções resultam do descontentamento de uma certa ala dentro do partido no poder, a Frelimo  

Jacinto Veloso, com uma larga experiência em matéria de segurança do Estado e negociações para a paz, vamos falar dos 45 anos da independência, neste capítulo da paz, que parece continuar a ser uma miragem para os moçambicanos. Por que razão nós nunca experimentamos a plena paz em Moçambique?

Bom, é uma pergunta difícil de responder, porque na realidade desde o desencadeamento da Luta de Libertação Nacional, em 25 de Setembro de 1964, até hoje, praticamente ainda não houve uma paz completa e total. É verdade que a primeira guerra foi a guerra pela independência nacional. Portanto, uma guerra justa, que culminou com a independência em 1975, mas mesmo depois disso, outras guerras de desestabilização continuaram. Portanto, até hoje ainda não houve paz total e definitiva, mas houve uma paz quase total depois dos acordos com a Renamo, sobretudo a última série de negociações do actual Presidente, o Presidente Filipe Nyusi com o falecido Afonso Dhlakama, que criaram caminho para a paz definitiva. Infelizmente não está totalmente conseguida devido às manifestações da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, no centro do país, que continua a fazer acções armadas, violentas, para conseguir objectivos que o líder desta Junta pensa que é por via militar que os deve conseguir. E, infelizmente também, desde há dois, três anos para cá a desestabilização em Cabo Delgado pelo fundamentalismo islâmico. Portanto, nós temos paz na totalidade do território, mas não temos uma paz total, e isto praticamente desde a independência.

Caracterizou perfeitamente o cenário vivido, de instabilidade política e militar no nosso país, nos últimos 45 anos após a independência, que são de guerra e pouca paz. Ou seja, intervalos de paz. Olhando para este ponto que se referia, da cisão na Renamo e emergência de Mariano Nhongo e a auto-proclamada Junta Militar, que também veio pôr em causa esta paz que o Presidente da República estava a negociar. Pela sua experiência em negociações para a paz, por onde é que se deve começar a negociar este processo com Mariano Nhongo?

Eu acho que daquilo que eu conheço, pela imprensa, pelas fontes públicas de informação, o que é preciso fazer é o que está sendo feito. Pelo menos daquilo que eu tenho conhecimento, que é exactamente pelo contacto pessoal, pelo diálogo bilateral, usando todos os meios de persuasão, tentar convencer este comandante Nhongo que será do interesse dele viver num clima de paz, do que manter uma guerra. É preciso que este senhor e o grupo dele entendam que o que é preciso preservar é o interesse nacional de Moçambique, dos moçambicanos, não os interesses de um grupo que aparentemente ele defende.

Estudantes moçambicanos em risco de serem despejados na China


Nove estudantes moçambicanos na China estão em risco de serem despejados devido ao fim das suas bolsas de estudo, numa altura em que não há voos comerciais para o seu regresso ao país. Contudo, a Embaixada moçambicana na China garante que já está a resolver o problema e que ninguém será despejado.

No quadro dos cursos de mandarim oferecidos na Universidade Eduardo Mondlane, através do Instituto Confúcio, anualmente, estudantes moçambicanos viajam para China afim de melhor conhecerem a cultura e língua chinesas.

O último grupo de 19 estudantes chegou à China em Setembro do ano passado, através de uma bolsa de estudos que terminou no passado dia 3 de Julho. Terminado o período, os estudantes foram informados que devem deixar as instalações onde se encontram. São os casos de Osvaldo Rocha e Maria Alice.

Perante a situação, informam que solicitaram apoio da Embaixada moçambicana antes do fim da bolsa, mas esta teria respondido que deviam aguardar, não tendo mais nada respondido. Contactada por este jornal, a Embaixada, através do seu adido para área de educação, António Gaspar, tranquilizou.

O Instituto Confúcio em Maputo assegurou que está a articular com a sua contraparte chinesa para que os estudantes tenham hospedagem, alimentação e subsídios até que seja arranjado um voo para o seu regresso ao país.

O País (mz)

Mais lidas da semana