quinta-feira, 2 de junho de 2011

Angola: NÃO HÁ CONDIÇÕES PARA ELEIÇÕES “CREDÍVEIS” - Isaías Samakuva




ANGOLA 24 HORAS

Passaram 20 anos sobre assinatura dos Acordos de Bicesse com apelo da UNITA a dos Santos para "honrar os compromissos que assumiu"

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva disse Terça-feira em Luanda não existirem condições para a realização de eleições "democráticas e credíveis" em 2012.

Falando opr ocasião dos Acordos de Bicesse, que puseram fim temporário à guerra civil em Angola e abriram caminho às eleições multipartidárias, Samakuva apelou ao presidente José Eduardo dos Santos "para honrar os compromissos que assumiu perante a nação e o mundo" quando assinou os acordos de paz de Bicesse em 1991.

As duas partes signatárias, o governo e a UNITA, reputaram de muito importantes os acordos que conduziram ao cessar-fogo.

Foi o materializar do desejo de um povo, sublinhou Dino Matross entrevistado pela imprensa pública.

A UNITA procurou dar mais visibilidade à data, ao juntar partidários seus na LAASP- Liga Africana dos povos, escolhendo para lema o sublinhar da importancia dos acordos para a democracia.

“31 DE MAIO DE 1991, OS ACORDOS DE BICESSE: NASCEU EM ANGOLA A DEMOCRACIA E O MULTIPARTIDARISMO”, foi o lema escolhido

Isaías Samakuva foi o orador na sessão que assinalou a assinatura dos acordos fazendo anotar precisamente esses aspectos do acordo que, segundo disse, foram objectivos negados aos angolanos em 1975 quando o país se tornou independente.

Ao assinalar a data dos acordos, disse o responsável, a UNITA pretende dar início à contagem da história aos jovens.

Apesar do caminho iniciado com o protocolo de Bicesse, o processo não está concluído.É ainda um longo caminho, disse.

A construção de uma República, a construção de um regime Democrático e a Reconciliação Nacional corporizavam os três objectivos centrais do Acordo, disse Isaías Samakuva, que acrescentou que esses objectivos estão por concretizar.

O presidente da UNITA falava para uma plateia de centenas de militantes e convidados doutras organizações, além dos membros do Corpo Diplomático.

Angola: RNA E ANGOP ATIRAM-SE CONTRA O RAPPER MATA FRAKUXZ





A Rádio Nacional de Angola e Angop, fazem passar desde amanha desta quinta-feira, um protesto de jovens que alegadamente teriam participado na manifestação do dia 5 de Maio por garantia financeira por parte do Mata Frakuxz, um dois protagonistas da manifestação do dia 2 de Abril.

Alegações contrárias a realidade pelo facto desse não ter qualquer intervenção na manifestação do dia 25 de Maio, uma vez que teria sido organizada pelo Movimento de Intervenção Social, (MIS), dirigido por Luís Bernardo que foi detido um dia antes da manifestação acusado de porte de arma de fogo, que foi solto pelas 14horas do dia 25 do mesmo mês tudo pelo serviços da secreta em Luanda.

Texto Publicado esta quinta-feira pela angop:

Um grupo de jovens insurgiu-se hoje, quinta-feira, em Luanda, contra o rapper angolano "Brigadeiro Mata Frakuxz", reclamando o pagamento de dívidas contraídas por este, aquando da manifestação convocada para o dia 25 de Março, constatou à Angop.

Segundo os jovens, pouco mais de 100, teriam sido contratados para participar na referida manifestação, recebendo em contrapartida a quantia de cinco mil kwanzas cada.

“Queremos o nosso dinheiro”, gritavam exaltados os jovens que inclusive lhe atribuiram alguns adjectivos pouco comuns. “Queremos a nossa massa, seu aldrabão”. “Organizas e não cumpres, já não somos teus kambas”, diziam os reivindicadores que se deslocaram à residência dos pais do "Brigadeiro Mata Frakuxz", à Vila-Alice, por volta das 16h00.

“Prometeu-nos dar cinco mil kwanzas por pessoa agora só dá dois, isto é brincadeira”, diziam os manifestantes.

O acto, que não originou qualquer incidente – visto que a Polícia apareceu para dispersar os manifestantes - criou indignação aos vizinhos do músico, por ter enganado jovens inocentes.

"Fala muito. Afinal na hora de criticar os outros é rápido, mas vigariza outros", lamentou uma vizinha que apreciava a reclamação dos manifestantes.

No meio de tumultos, e devido à agitação que se gerou no local, a Angop não conseguiu chegar junto dos familiares para apurar as reais causas da confusão, que agitou a tarde de hoje a zona da Vila-Alice.

Brigadeiro Mata Frakuxz é um rapper angolano de intervenção social.

Angop/Angola24horas

AFINAL TAMBÉM CAI NEVE EM LUANDA




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O Ministério Público português está a investigar uma alegada burla gigantesca ao Estado angolano, supostamente cometida por empresários portugueses com ligações a elementos angolanos do Banco Nacional de Angola.

Segundo o DN, em causa estarão mais de 300 milhões de euros em pagamentos do BNA para produtos que nunca chegaram a Angola, alguns completamente fictícios, como limpa-neves.

A maioria dos pagamentos saiu de uma conta do Estado angolano no Banco Espírito Santo de Londres. O alarme soou quando o banco comunicou que a conta estava quase a zero.

Dizer que o regime angolano, liderado, recorde-se, por um presidente que está no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito, é contra todas as formas de luta que ponham em causa o seu reinado, é chover no molhado. Ninguém se preocupa com isso.

Afirmar que os níveis de corrupção existentes em Angola superam tudo o que se passa em África, conforme relatórios de organizações internacionais e nacionais credíveis, é uma verdade que a comunidade internacional reconhece mas sem a qual não sabe viver.

Aliás, basta ver como as grandes empresas, portuguesas e muitas outras, investem forte no clã Eduardo dos Santos como forma de fazerem chorudos negócios... até com limpa-neves.

Com este cenário, alguém se atreverá a dizer ao dono do poder angolano, José Eduardo dos Santos, que é preciso acabar com a corrupção?

Aliás, como demonstraram os empresários portugueses e angolanos, é muito mais fácil negociar com regimes corruptos de países ricos do que com regimes democráticos e sérios.

Sendo Angola o sexto maior fornecedor petrolífero dos Estados Unidos da América, alguém está a ver Hillary Clinton olhar para os caixotes do lixo de Luanda dos quais se alimentam muitos e muitos angolanos? Não.

EUA e China recebem actualmente 90 por cento das exportações petrolíferas angolanas, que por sua vez contribuem com mais de 80 por cento do PIB e 83 por cento das receitas do Estado (2008).

Por estas e por outras é que Hillary Clinton elogia os progressos feitos pelo regime angolano, assina mais uns acordos, garante mais alguns negócios (muitos dos quais não serão divulgados) e dá público conhecimento de que Angola está no caminho certo.

Sendo que o caminho certo se define não em função da corrupção e da violação dos direitos humanos mas, é claro, dos interesses económicos. Hillary Clinton está muito mais preocupada com o petróleo de Angola do que os angolanos.

E isso é crime? Não. Não é. Aliás, se até o próprio presidente Eduardo dos Santos está mais procupado com o petróleo do que com os angolanos...

Com ou sem limpa-neves, Angola e a sua opaca companhia petrolífera é exemplo chave de receitas petrolíferas desbaratadas e postas ao serviço de um Estado-sombra onde o único resultado real para a maioria da população é a pobreza, sendo os bancos cúmplices no esquema, parte da estrutura que permite que isso aconteça.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado

ADVOGADOS DA LUSOFONIA REUNIDOS EM BISSAU




XVII ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA DA UNIÃO DOS ADVOGADOS DA LÍNGUA PORTUGUESA REUNIDA EM BISSAU


A União dos Advogados da Língua Portuguesa iniciaram, segunda-feira, em Bissau a sua 17ª Assembleia-Geral, tendo presentes apenas os bastonários da Guiné-Bissau, Brasil, Angola, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Cabo-Verde, Macau e Timor Leste (que costuma ser convidado como observador nas sessões, porque ainda não tem ordem de advogado) não estiveram presentes, por diversas razões.

“A União dos Advogados da Língua Portuguesa tem como objectivo primordial, a união da advocacia da língua portuguesa. Hoje nós representamos 25% da advocacia mundial. Temos que cada vez mais ocupar esse espaço, trabalhar nesse sentido, de que a advocacia de língua portuguesa seja ouvida e que os países de língua portuguesa tenham sistemas judiciários que possam atender aos princípios constitucionais das liberdades públicas”, disse o brasileiro Ophir Cavalcante Júnior, presidente da UALP, quando se dirigia à imprensa.

Para o bastonário brasileiro, “é fundamental que todos os países de língua portuguesa tenham sistemas judiciários, de justiça, que sejam autónomos e independentes; sistemas de justiça que não sejam o executivo, que possam cada vez mais fazer com que haja a prevalência da autonomia harmónica entre os poderes”.

Ophir Cavalcante falou da criação da comissão dos assuntos jurídicos da CPLP, no entanto explicou que “nós estamos conversado ainda sobre como vão ser operacionalizados esses trabalhos” porque, diz ele, “a CPLP é fundamental para os países da língua portuguesa, é o fórum de debates para que nós possamos cada vez mais desenvolver os nossos países e unir os nossos países, e a advocacia quer contribuir com isso”.

Armando Mango bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau em declarações à imprensa manifestou alegria pois disse “orgulha-nos ter toda a elite da advocacia da língua portuguesa no nosso país”, mas mais a frente em jeito de lamento disse que “era nossa pretensão que esta reunião coincidisse com a inauguração da nossa sede, da ordem de advogados, mas infelizmente as obras não terminaram atempadamente, pelo que vamos poder, simplesmente, visitar a sede mas a inauguração não será possível”.

Segundo Armando Mango “ a nossa justiça tem muitos problemas. Aliás, o mundo tem muitos problemas na justiça, mas a nossa tem mais. Os nossos processos são injustificadamente demorados; há intervenção de forças alheias na justiça; há prisões por entidades que não têm competência para o fazer; há sentenças que são indesejáveis ao funcionamento dos tribunais que estão muitíssimo à quem do desejado; as estruturas o salário dos magistrados também; mas nós estamos confiantes que com o trabalho tudo se resolve. Com a experiencia dos nossos colegas dos outros países vamos aprendendo e este é um do factos demonstrativos que trocando experiencias na lusofonia vamos sabendo o que se faz em Portugal, de bem…”

As reuniões da união dos advogados da lingua portuguesa, normalmente, são realizadas à porta fechada. A próxima assembleia terá luar em Brasil que a partir desta reunião assume a presidência da UALP.

Fadel Gomes

PRS contra decisão do MP de arquivar processo sobre alegada tentativa de golpe de Estado




MB - LUSA
 
Bissau, 02 jun (Lusa) -- O Partido da Renovação Social (PRS), liderado pelo ex-presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá, disse estar indignado com a Procuradoria-Geral da República, pela decisão de arquivar o processo de alegada tentativa de golpe de Estado em 2009.
 
A indignação do PRS, principal partido da oposição na Guiné-Bissau, foi manifestada no Parlamento pelo deputado e membro da comissão política, Imbunhe Incada, que prometeu uma tomada de posição do partido sobre assunto nos próximos dias.
 
"É uma vergonha que pessoas sejam assassinadas e agora vem dizer-se que o processo é arquivado", defendeu Imbunhe Incada, ao referir a decisão do Ministério Público que decidiu pelo arquivamento parcial dos autos às investigações da alegada tentativa de golpe de Estado de junho de 2009, que culminou com os assassínios dos deputados Hélder Proença e Baciro Dabó.
 
"Determina-se o arquivamento parcial dos autos por reiterar-se não se ter colhido indícios suficientes da verificação de crime de alteração do Estado de Direito", refere o despacho a que a agência Lusa teve acesso.
 
O deputado do partido de Kumba Ialá disse que "o PRS não pode ficar calado e indiferente" e sublinhou que, na próxima semana o mais tardar, haverá uma reação que poderá ser em conferência de imprensa ou através de uma marcha pacífica.
 
Imbunhe Incada lembrou que o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, prometeu ao país que, mesmo que custasse a sua própria vida, os processos de assassínios de figuras políticas guineenses seriam totalmente esclarecidos.
 
"O Presidente tem que dizer algo ao país sobre este arquivamento do processo", defendeu Incada para quem a justiça ainda não foi feita no que se refere aquilo que ficou conhecido como o caso 5 de junho de 2009, quando os Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau informaram que tinha sido impedido um golpe de Estado.

*Foto em Lusa

MEANDROS DA COLÔNIA UNIVERSAL




JÚLIO SEVERO – DEBATES CULTURAIS
 
“El hombre inka, el indio del Tawantinsuyu no comió carne humana. Antes de la llegada de los españoles no practicó el homicidio, menos el asesinato, y mucho menos el genocidio y las masacres. Estas “maravillas” llegaron a América con los conquistadores.” Fausto Reinaga. La revolución india.
 
É preocupante a omissão e o silêncio do povo nesta Colônia Universal, o Brasil, cujo regime democrático deveria render-nos contas dos serviços públicos onde se anicham seus “representantes”, mas contraditoriamente nos sangra como um boi recém-abatido e direciona os recursos a grupos poderosos.
 
Diante de nosso descuido, visto que atuamos como meio-cidadãos, e da divisão do repasto entre as entidades que efetivamente dirigem o país pela pressão de suas influências e que comandam a títere Dilma Rousseff, alguns interlocutores supõem que o velho debate entre estatismo e mercado está superado e sugerem que se elaborem políticas corretivas da economia.
 
Os mesmos defensores do mercado livre e o neoliberalismo fazem-nos crer que a democracia avança e que devemos seguir o exemplo do Norte, dentre os quais os desesperados e impostores Estados Unidos, a falida e arrogante Espanha, e a Inglaterra de rainhas, príncipes e contos de fadas.
 
O referendo sobre desarmamento em outubro de 2005 convocou a população a aprovar ou não uma norma que, segundo os proponentes, reduziria a violência no Brasil através da proibição do comércio de armas de fogo e munição. Revigora-se a tentativa de mostrar que o governo faz alguma coisa como sugere a campanha nacional de desarmamento mediante a entrega voluntária destes objetos, ultimato do governo e da TV Globo para dar a impressão de que se trabalha para combater o uso indiscriminado de armamentos num país onde o problema não se resume dentro das fronteiras mal vigiadas.
 
A suposta aprovação desta lei teria sido frustrada para desarmar os criminosos, como os que explodiram caixas eletrônicos no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2011. É consensual que a campanha desarmará aqueles que nada têm a ver com os dados da violência no Brasil, uma vez que os bandidos não cometeriam a estupidez de entregar suas armas à arruinada, corrupta e incapaz Polícia.
 
Para nomear outro dos meandros de nossa Colônia Universal, o falido sistema carcerário brasileiro ainda conta com iniciativas paliativas para recuperar os presos, como o Programa Começar de Novo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a oferta de cursos de capacitação profissional. Se apenas atribuíssem aos encarcerados tarefas laborais, como na lavoura e construção civil, quem sentiria atração pela “escola do crime” e os benefícios que até hoje se obtêm nos presídios?
 
A temporada na cadeia determinará um trabalho aos presos a fim de que restituam à sociedade o que lhe privaram. Seríamos beneficiados com alimentos mais baratos, as municipalidades reduziriam custos na construção de prédios públicos, e os que cumprem a pena recobrariam seu valor no regresso à sociedade. Aproveito para afirmar que sou contra a privatização do sistema carcerário, uma vez que a proposta transformaria em negócio o que deveria ser objeto de políticas públicas sociais.
 
Continuará, leitor, omisso e calado diante do que os grupos pujantes fazem do país sem o seu consentimento ou sua participação no diálogo? Não podemos aceitar mais a cultura dos “fiscais” e a “fiscalização” no Brasil, tão enganadora quanto a ficção dos filmes hollywoodianos.
 
Governos concedem serviços públicos à iniciativa privada, como em comunicação e transporte, e contratam escalas de burócratas para “fiscalizar” o bom funcionamento, o cumprimento da legislação e o atendimento dos clientes que antes se cogitavam cidadãos. A especialização chegou ao ponto de ter agentes que só fiscalizam se as indústrias possuem poços e se pagam o imposto devido por eles.
 
O império brasileiro destruiu o Paraguai emergente no século XIX porque este queria acesso ao mar, mas hoje é generoso com a aprovação do aumento do valor pago pelo excedente de energia paraguaia da usina hidrelétrica de Itaipu. A concessão brasileira coincide com a resposta que o Mercado Comum do Sul espera somente dos parlamentares do Paraguai para o ingresso definitivo de Venezuela ao bloco.
 
Vivemos imersos na economia de mercado em aliança com o paternalista Estado brasileiro, onde vale reconhecer que se exclui quem não tiver dinheiro ou não puder pagar novamente por aquilo que as políticas públicas têm o dever de fornecer segundo o nosso modelo tributário.
 
Funcionamos, deste modo, com dois modelos: um para os pobres e outro para os ricos. Os pobres dependem do Estado para tudo, enquanto os ricos acham que o Estado não deveria existir porque enxergam-no como um monstro anti-natural cobrador de impostos. Duas visões disparatadas.
 
Cada segmento tratará de convencer-nos, portanto, de que suas práticas são benéficas para a sociedade. Os canais hegemônicos de televisão querem a nossa adesão ao sistema digital, que deixará sem dúvida muitas emissoras de fora, no tempo em que as concessionárias de rodovias divulgam que o número de acidentes é bem menor em suas vias que quando o governo as administrava, apesar de nossos “representantes” não baixarem os impostos após esta desoneração de responsabilidades.
 
A Colônia Universal aceita quase tudo sem debate porque se acredita que os “representantes” do povo são seres divinos e lhe serão fieis independentemente do sistema eleitoral cruel e vicioso que vigora neste país e da crença de que alguém nos atenderá sem que movamos uma palha.
 
Anote: a participação ativa e debatedora da população é o pré-requisito que nos transformará em cidadãos por inteiro e reduzirá os conflitos desmesurados que percorrem a sociedade.
 
 
*Bruno Peron Loureiro é mestre em Estudos Latino-americanos pela FFyL/UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México).

Organizações ambientalistas apelam à aprovação de legislação que defenda Amazónia




CFF - LUSA

Lisboa, 02 jun (Lusa) - As organizações ambientalistas Quercus e Instituto Caracol apelaram hoje às autoridades brasileiras que aprovem legislação que promova, defenda e valorize a Amazónia, lamentando os assassínios de quatro ambientalistas que vinham denunciando a atividade dos madeireiros.

A Quercus (Portugal) e o Instituto Caracol (Brasil) "apelam às autoridades e entidades governamentais do Brasil que mantenham, no âmbito das importantes opções legislativas em curso, uma postura de promoção, defesa e valorização da biodiversidade e da floresta", referem em comunicado.

As duas organizações "lamentam profundamente" os assassínios nas últimas semanas de maio de quatro ambientalistas e "exigem que estes crimes sejam investigados e não fiquem impunes", acrescenta o texto.

Um casal de ambientalistas que desenvolvia um projeto de exploração sustentável da floresta baseado na venda de óleos vegetais e de frutas foi morto a 24 de maio, tendo dias depois uma das testemunhas do homicídio sido igualmente assassinada.

Os ambientalistas faziam parte do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, organização fundada por Chico Mendes, assassinado em 1988 por denunciar conflitos de terra e exploração ilegal de madeira.

No dia 27 de maio foi também assassinado outro ativista que tinha vindo a denunciar a ação de madeireiros na região da fronteira entre os estados de Acre, Amazónia e Rondônia.

No início do mês, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu madeira cortada e gado bovino que se encontrava em áreas legalmente protegidas.

A Quercus e o Instituto Caracol defendem também "a necessidade de uma total rastreabilidade da proveniência das madeiras comerciais, de modo a que o consumidor possa dizer não às madeiras não sustentáveis, provenientes da Amazónia ou de quaisquer outras florestas do mundo".

No comunicado, as duas organizações apelam ainda "a uma maior consciência e responsabilidade de cada cidadão enquanto consumidor, de forma a não contribuir direta ou indiretamente para a situação insustentável que se vive na zona da Floresta Amazónica e em outras áreas florestais de grande biodiversidade, onde a pressão é constante devido aos hábitos de consumo de carne, papel e madeira".

HASSAN RACONTE LA RÉPRESSION SANGLANTE À LATTAQUIÉ




LE MONDE

Antalya (Turquie), envoyé spécial - En arrivant au poste frontière qui sépare la Syrie de la Turquie, Hassan était prêt à mourir. "J’ai montré mon passeport. J’étais fiché. Je m’attendais à être arrêté. Le flic syrien m’a regardé d’une manière terrible. Je lui ai dit : 'Soit tu me laisses passer, soit tu me tues ici. Mais si tu veux me tuer, laisse-moi faire une dernière prière.' Le flic m’a jeté mon passeport et m’a dit : 'Dégage et ne reviens pas !'"

C’est ainsi qu’Hassan dit être sorti de Syrie, traqué, harcelé, tenu pour l’un des leaders des soulèvements dans la ville de Lattaquié, dans le nord-ouest du pays. D’une voix douce, ce jeune Syrien de 29 ans, présent à la réunion de l’opposition syrienne d’Antalya, raconte sa fuite. "Je suis arrivé en Turquie il y a douze jours, je dors dans une mosquée à Istanbul." Il a déposé une demande d’asile politique auprès du Haut-Commissariat aux réfugiés des Nations unies.

Lattaquié fut, après Deraa, l’une des premières villes secouées par des manifestations contre le régime de Bachar Al-Assad. "On sortait dans les rues, on écrivait des slogans sur les murs, cela a commencé comme ça. Mais si le régime a pu tuer autant de monde, c’est parce qu’il y avait une désorganisation totale parmi les manifestants."

Au moins 170 personnes ont été tuées par les forces de sécurité dans la ville portuaire, selon les estimations locales, et une centaine d’autres ont disparu. "L’armée est présente dans la ville et tout autour. Des snipers sont sur les toits. Dès qu’il y a un rassemblement de plus de cinq personnes, ils tirent. Nous sommes obligés de faire des manifestations très mobiles, à plusieurs endroits, en même temps, pour disperser les forces de sécurité, raconte Hassan. Nous ne restons pas plus de dix secondes à un endroit, le temps de provoquer la police. Après cela devient trop dangereux."

UN DÉLUGE DE FEU

Par deux fois, il a été arrêté. "La première fois, le 14 avril, nous avions organisé un sit-in sur une place de la ville. Après douze heures de siège, la police a chargé. Les balles fusaient autour de ma tête. J’ai été frappé durement. Il y a eu au moins 25 morts."

Le dimanche 17 avril, jour de la fête de l’indépendance syrienne, de nouvelles manifestations sont prévues dans son quartier. En deux-trois clics sur Internet, Hassan navigue de Facebook à YouTube et montre une vidéo tournée avec un téléphone portable. "Je connaissais le quartier et j’ai tenté d’avertir mes amis que l’armée allait tirer, explique-t-il. Ils pensaient pouvoir s’assurer le soutien des soldats. Je suis monté chez mes parents pour filmer depuis le balcon. Ma mère pleurait."

Les images saccadées montrent une procession de plusieurs dizaines de personnes, armées de bougies et de branches d’olivier, réclamant liberté et démocratie. Soudain, un coup de feu claque, puis dix, puis mille. Un déluge de feu. Les manifestants tombent en rafales. "Trente-huit morts ce jour-là et plus de 50 blessés", selon Hassan. Cette vidéo, filmée d’une main tremblante, montre la violence de la répression. Hassan n’a plus dormi chez lui après. "Depuis ce jour, je n’ai plus peur de mourir."

Guillaume Perrier


Edito du Monde - LA POLITIQUE ET LE CRIMINEL POISON DE LA RUMEUR





Calomniez, il en restera toujours quelque chose. L'ancien ministre de l'éducation de Jacques Chirac, le philosophe Luc Ferry, a accusé lundi 30 mai sur Canal Plus un ancien ministre de s'être "fait poisser [attraper] à Marrakech dans une partouze avec des petits garçons".

La dénonciation de M. Ferry intervient dans un climat délétère, après l'affaire Dominique Strauss-Kahn, inculpé à NewYork pour tentative de viol, tandis que Georges Tron, secrétaire d'Etat à la fonction publique, a dû démissionner après avoir été visé par une enquête pour harcèlements sexuels. Dans les deux cas, la presse s'est vu reprocher son indulgence sur le comportement de certains responsables politiques.

La déclaration de M.Ferry est condamnable à deux égards. Si l'ancien ministre avait des certitudes depuis longtemps, il s'est rendu coupable de non-dénonciation de faits délictueux. Comme l'a relevé, à juste titre, le ministre des affaires étrangères, Alain Juppé, "si on a eu la conviction qu'il y a eu un délit, voire un crime, on saisit la justice et on ne va pas bavasser dans la presse".

Si M. Ferry n'a fait que colporter des rumeurs, ses propos sont alors diffamatoires. Certes, il peut prétendre qu'il n'a pas livré de nom. Internet et Twitter s'en sont chargés pour lui. Depuis deux jours, plusieurs personnalités ont été soupçonnées, nommées, acculées à s'exprimer sans que le moindre début de preuve ait été apporté.

Le piège médiatique se referme. Ne rien écrire, c'est, aux yeux de certains, passer pour complice, forcément complice. Ecrire, c'est donner du crédit à des accusations qu'il sera impossible de réfuter ou qui laisseront des traces.

Il existe un précédent grave, celui de l'ancien maire de Toulouse, Dominique Baudis, dont le nom a été injustement livré en pâture en 2003 dans l'affaire du tueur en série Patrice Alègre.

L'"affaire Ferry" a été lancée par un article du Figaro Magazine, samedi 28 mai, qui reprenait de vieilles rumeurs, jamais étayées. Très vite, des noms de coupables imaginés circulaient sur Twitter. L'emballement conduit, par un tragique renversement, à devoir prouver son innocence, à devoir réfuter les unes après les autres les rumeurs les plus folles.

M. Ferry assure qu'il n'a pas les preuves de ce qu'il avance, mais il s'est dit ravi d'avoir jeté un pavé dans la mare. Une telle attitude est indigne de la part d'un homme qui est l'une des cautions intellectuelles de la droite. Elle alimente un climat de soupçon généralisé qui ne peut que faire le jeu de l'extrême droite. Elle donne libre cours à la thèse du "complot", puisqu'il affirme avoir des témoignages de la part "des autorités de l'Etat au plus haut niveau"…

Le parquet de Paris a fait ce qu'il avait à faire: ouvrir une enquête préliminaire sur les allégations du philosophe, devenu, selon l'accusation du porte-parole du gouvernement, François Baroin, "acteur" de la rumeur. La justice aura le mérite de canaliser l'affaire. C'est une consolation peu satisfaisante après ce grand tintamarre qui n'a jusqu'à présent rien révélé.

**Article paru dans l'édition du 03.06.11


Espanha, MADRID: “TEMEMOS QUE NOS DESALOJEN EN CUALQUIER MOMENTO”





La patronal madrileña, que asegura "la solución puede ser inminente" y que pone un plazo que se agota "el lunes o el martes", dispara las alarmas entre los acampados

El fin de la acampada de Sol parece inminente, aunque nadie se atreve ni siquiera a utilizar el término desalojo mientras los acampados se enrocan en cómo ir levantando poco a poco el campamento en un bucle sin fin de asambleas, debates, bloqueos y falta de consenso. El presidente de la patronal madrileña (CEIM-CEOE), Arturo Fernández, soltó la bomba anoche, a su salida de la reunión con la delegada del Gobierno de Madrid, Dolores Carrión.

En declaraciones a este periódico esta mañana, Fernández ha reiterado que existe una "hoja de ruta", un "plan secreto" que marca cuándo y cómo se va a hacer la intervención y que la orden proviene directamente de Vicepresidencia del Gobierno de acuerdo con el Ejecutivo regional y el Ayuntamiento de Madrid. Preguntado este plan si es sinónimo de desalojo, ha contestado que entiende que sí. El presidente de la patronal ha precisado que la "fecha tope" para llegar a una "solución inmediata", que "podría ser el lunes o el martes" de la que habló ayer es la que baraja la patronal, no la hoja de ruta.

De no solucionarse el conflicto antes del martes, la patronal interpondrá ante la fiscalía una demanda por daños y perjuicios. "Lo que esperamos es que ese día solo tengamos que aplaudir a la Delegación por su actuación en Sol y no tener que poner la demanda", ha subrayado Fernández. Sobre las razones de no haber actuado hasta ahora, Fernández ha detallado que Carrión les informó de que se están levantado varias acampadas por su propio pie en otros puntos del país, como la de Córdoba, y que en la de Madrid hay cada vez menos gente. "En Sol queda un núcleo de unas 180/200 personas", ha agregado. Según su versión, las autoridades confían en que el número se vaya reduciendo, lo que facilitaría la actuación.

Hilario Alfaro, presidente de la Confederación de Comercio de Madrid (Cocem), ha añadido a lo dicho por Fernández que la demanda que plantean sería contra el Gobierno. "Queremos recuperar el principio de autoridad que se ha perdido en Madrid", ha dicho Alfaro a este diario, para añadir que, a su juicio, "la Delegación está haciendo dejación de funciones". Preguntado esta mañana al respecto, un portavoz de la Delegación no ha querido responder a la pregunta de si existe dicha hoja de ruta, si es sinónimo de desalojo y por qué tanto secretismo. El portavoz se ha remitio a lo dicho ayer por Carrión tras su cita con los empresarios.

La delegada matizó las palabras de Fernández: "Evidentemente ellos no nos pueden poner una fecha. Lo que sí hay es una fecha para yo darles cumplida información de todo el trabajo que estamos desarrollando". "Hemos quedado que el lunes y el martes estoy abierta a recibirles de nuevo y ojalá ya esté solucionado para entonces", añadió. La delegada apeló "a la responsabilidad" de los acampados, por cuestiones que van desde la salud pública -"están teniendo que utilizar total para desinfectar"- al respeto a la convivencia y a los derechos de los demás ciudadanos.

Las declaraciones de los empresarios ha disparado las alarmas de los indignados, que temen que les “levanten el campamento en cualquier momento”, ha confesado a primera hora de la mañana Paco, miembro de la comisión de barrios.

Los portavoces del movimiento 15-M se resisten a hacer declaraciones sobre la posible disolución de la primera plaza fuerte de la spanish revolution, pero han reconocido que llevan un mes preparados para “lo peor”. “La reunión de ayer no cambia nuestro protocolo. Preparamos unas octavillas que circulan desde las primeras mafestaciones en las que se informaba a la gente de cómo proceder en caso de carga policial y luego hemos ido perfeccionando el sistema. Todo esta estudiado, no hay nada que temer”, asegura Tomás Muñoz.

Las cuartillas de las que habla Muñoz aconsejan a los acampados que mantengan una estrategia de resistencia pacífica si actúan los antidisturbios. "Nos sentaremos en el suelo en silencio y nos agarraremos a los brazos de las personas que estén cercanas a nosotras. Es muy recomendable que aquellas personas a las que agarras sean personas afines a ti, personas con las que tengas confianza", recoge el segundo punto. Recomiendan también que quienes tengan miedo de participar en la sentada se dirijan a uno de los puntos de encuentro, que se situarán en la plaza Jacinto Benavente , Callao y red de San Luis.

Además, la mayoría de los acampados tienen preparado en el móvil un mensaje sms listo para dar la voz de alarma en caso de que se produzca el desalojo. “Cuando nos echaron la primera vez tiramos de las redes sociales. Yo estaba en casa recogiendo mantas cuando leí en Twitter 'han llegado las lecheras[en referencia a los furgones policiales] ' y me fui con la cámara de fotos para que la noticia corriera. Si vuelve a pasar, tenemos que hacer que todo el mundo lo sepa. El testimonio gráfico son nuestras pruebas”, cuenta Ainhoa.

La última instrucción que se ha dado a los acampados es que no señalen a los portavoces en el momento de la disolución del campamento, puesto que piensan que no habrá consecuencias para los manifestantes, solo para los organizadores. La comisiones de permanencia y legal están trabajando codo con codo para tener lista esta tarde un informe sobre las pérdidas y ganancias de los establecimientos de la zona en respuesta a las demandas de los comerciantes y hosteleros. Según A.M., uno de los voluntarios de la acampada que han filtrado datos de las ventas de alguna de las grandes cadenas que aparecerá en el documento, lo que pretenden es demostrar que las quejas de los empresarios son “desproporcionadas”.

“Los restaurantes de comida rápida han estado a tope desde que estamos aquí. Muchos de nosotros nos vamos a comer a los locales que tenemos en la propia plaza para ahorrar existencias a cocina y como nosotros, muchos de los manifestantes que se nos unen en las concentraciones”, relata este indignado.

PUERTA DEL SOL – AS ROTINAS DE UMA CIDADE CADA VEZ MAIS DIFÍCIL DE GERIR




ASP - LUSA

Madrid, 02 jun (Lusa) - É nas rotinas matinais, a recolha dos sacos de dormir, a limpeza do lixo, o reforço de um ou outro toldo, que se comprova a 'permanência' da 'acampada' da Puerta del Sol, em Madrid.

Em 18 dias, o que começou como uma "assentada" de algumas dezenas de jovens, corridos com cargas policiais, transformou-se numa complexa cidade. Tem mapa, com legendas que ajuda a ver onde está cada comissão, cada um dos 'serviços' existentes, e que já recebeu cartas: "acampada sol, Puerta del Sol, Madrid".

Quem olha para a sede do Governo regional - a única com policiamento evidente -, encontra uma divisão evidente neste espaço heterogéneo, tanto em gente como em conteúdo.

À direita, uma zona de 'dormidas', marcada pelas tendas de campismo de várias cores. À esquerda, um complexo coberto com toldos de plástico com ruas e ruelas, três cozinhas, enfermaria, biblioteca, zonas para todo o tipo de comissões (de ambiente a legal, de infraestruturas a extensões e comunicação).

Há 'escritórios' com computadores portáteis e impressoras, mesas para debates, sofás e poltronas, portas que servem de divisórias, prateleiras carregadas de mantimentos, onde uma fita-cola manuscrita ajuda a separar o "azeite" do "cola-cao".

Em todo o lado, há cartazes, folhas, cartões, panos, que reivindicam mensagens em defesa de mudanças políticas, ataques aos partidos, ao 'establishment', aos banqueiros. Há zonas para recolha de propostas, mesas com petições de variado conteúdo, e locais onde se coordena o próprio espaço da praça.

Em redor da fonte, onde até há duas semanas convergiam jovens prostitutos no engate, há hoje uma horta ecológica, com dicas sobre "regar as plantas ao lado do caule e não por cima".

O cavalo de Carlos III que antes marcava a Puerta de Sol, coração do turismo do centro madrileno, mal se vê, ainda que a sua base de pedra continue a ancorar o coração de um espaço hoje difícil de definir: fica algures entre cidade 'okupa', palco de desobediência civil, zona de intenso debate político e acampamento de resistência.

Começou como um movimento espontâneo nas redes - o já quase esquecido "democracia real já" - materializou-se com a "tomada da rua" a 15 de maio - com vários detidos e cargas policiais - e depois cristalizou-se como a "acampada Sol".

Tornou-se o símbolo da "spanishrevolution", palavra que se multiplicou pelas redes, inspirando protestos em dezenas de cidades espanholas, primeiro, e depois em muitas cidades europeias, incluindo portuguesas.

Dezoito dias depois, a 'cidade' cresceu e complicou-se. Juan e Alan lançam a água sobre a pedra do chão e, um com uma vassoura de plástico, outro com uma vassoura de pelos de arame, esfregam e vão empurrando a água e o lixo para a berma da praça. Emma, 19 anos, lava os dentes com um copo de água que recolheu da cozinha 3.

Pela zona vagueiam turistas, grupos que fotografam o acampamento, curiosos e casais de reformados que passeiam há anos pela praça mas que "nunca" a viram assim. Muitos param, ouvem as conversas de quem ali vive há duas semanas, assinam petições, pedem informação.

Mas a cidade tem pés de barro e muitos estão na acampada apenas pelos serviços - comida e apoio sanitário rudimentar - e outros tentam colar as suas reivindicações fora da agenda do movimento.

Conciliar as vontades é uma das rotinas mais complicadas e, enquanto nada se decide sobre o que fazer com o acampamento e o movimento, vai-se tentando melhorar o espaço.

"Bom dia. Precisamos de ajuda na limpeza", ouve-se no sistema de megafonia. "Por favor, tragam um toldo para a zona de infraestruturas. O sol aperta".

ONU: EMBAIXADORES LUSÓFONOS VÃO REUNIR-SE TODOS OS MESES PARA TER “MAIS VOZ”





Os representantes dos países lusófonos nas Nações Unidas vão passar a reunir-se mensalmente em Nova Iorque para trabalharem a agenda comum no Conselho de Segurança, caso da Guiné-Bissau, e no sistema ONU, e assim ter “mais voz” na organização.

“Vamos fazer com que, ao tornarmos mais regulares os nossos encontros, possamos também seguir mais de perto e falar mais como uma voz mais ouvida a nível da ONU”, disse à agência Lusa o embaixador de Angola junto das Nações Unidas, Ismael Martins.

O diplomata, cujo país preside atualmente à CPLP, falava em Nova Iorque, na missão de Angola, após a primeira reunião de concertação regular em mais de um ano, em que participaram também os embaixadores de Portugal e Timor Leste, a representante permanente adjunta do Brasil e diplomatas das restantes missões dos “oito”.

Depois de uma paragem motivada pela ausência em Nova Iorque de alguns diplomatas, incluindo do próprio embaixador angolano, as reuniões terão agora lugar no dia 15 de cada mês.

O objetivo é fazer um “acompanhamento mais próximo” das reuniões do Conselho de Segurança, onde Portugal e Brasil estão atualmente representados.

No final deste mês, o dossier da Guiné-Bissau vai subir ao órgão de Segurança e Defesa da ONU, e o diplomata angolano espera desenvolvimentos.

“Vai-se tornando possível falar, ou pelo menos sonhar, com a conferência de doadores [para a Guiné-Bissau] num futuro próximo, e estamos prontos a trabalhar com as autoridades da guineenses, a encorajá-las para tomar a decisão certa e o país continuar no caminho certo”, disse Martins.

O recente perdão da dívida internacional guineense, que envolveu o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Clube de Paris, “foi uma espécie de voto de encorajamento às autoridades guineenses para continuarem nesta direção”, afirmou.

Também na agenda dos países lusófonos vai estar a reforma do Conselho de Segurança, onde o Brasil está a lutar por conseguir um lugar permanente e os países africanos dois.

O objetivo é, para já, “desbloquear o processo passando-se para um processo de negociação real”, afirma o diplomata.

“Aqui também temos ideias mais ou menos comuns. (…) Esta posição brasileira tem uma razão de ser e pode ser perfeitamente apoiada. Em África pensamos que precisamos de ter uma presença que se sinta, que de facto possa ser vista pelo resto do continente africano como porta-voz das aspirações africanas”, disse Martins.

Na reunião de quarta feira, os diplomatas passaram em revista também as diferentes candidaturas submetidas por membros da CPLP, em particular a do brasileiro José Graziano da Silva ao cargo de diretor da Organização para a Agricultura e Alimentação.

No caso de Angola, o objetivo é voltar ao Conselho Económico e Social (ECOSOC) da ONU, já em 2012.

Luanda prepara-se também para albergar o centro regional de informação da ONU para os países africanos lusófonos, o que deverá acontecer “dentro de seis a doze meses”, de acordo com o diplomata angolano.

AUSTRÁLIA QUER REGIME SÍRIO NO BANCO DOS RÉUS DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL




JSC - LUSA

Camberra, 02 jun (Lusa) -- A Austrália está a desenvolver esforços diplomáticos internacionais para que o presidente sírio Basher Assad seja julgado no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade devido à repressão violenta das manifestações no país.

Responsáveis políticos australianos informaram hoje um comité do Senado de que foram enviadas cartas ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, e ao Conselho de Segurança requerendo que a situação na Síria seja analisada no tribunal de Haia para que os membros do regime de Assad possam ser acusados e julgados.

O Executivo australiano, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, considera que os abusos na Síria " constituem crimes contra a humanidade".

Os manifestantes na Síria referem que, entre o milhar de mortos contabilizados devido à repressão do regime da Síria, estão, pelo menos, 25 crianças.

Timor Leste: FALTAM PROFESSORES NA ESCOLA PRIMÁRIA 2 DE BIDAU, DÍLI




SAPO TL

De acordo com o jornal Independente, o Director da Escola Primária nº2 Bidau-Akadiruhun, Amândio Soares alertou para o número reduzido de professores, limitando o próprio ensino.

A situação preocupa não só professores mas também os pais dos alunos, existindo somente 22 professores para 923 alunos, informa o Jornal Independente. Amândio Soares frisou ainda que cada professor é obrigado a leccionar numa sala com 50 a 60 alunos.

De momento, a escola tem 18 professores permanentes, 7 contratados e outros 3 estão a realizar um estágio não remunerado. À falta de professores, também se junta a falta de livros para as disciplinas de matemática, Língua portuguesa e Estudo do Meio para os 5º e 6º ano.

Entretanto o problema já foi reportado para a Direcção regional do Ministério da Educação.

SAPO TL com Jornal Independente

Timor Leste: JOVEM FICA GRAVEMENTE FERIDO NO BAIRRO PITÉ





Na passada Terça-Feira, Felixiano Adriano ficou gravemente ferido o Bairro Pité em Díli, após ter sido agredido por um grupo de desconhecidos, informa o jornal Independente.

A vítima foi imediatamente transportada para o Hospital Nacional Guido Valadares, com várias feridas na cabeça, pernas e coluna. Após ter recebido alta, encontrou-se com a Comissão B do parlamento Nacional, que tutela a pasta da Defesa e Segurança, para pô-los ao corrente do sucedido.

De acordo com o jornal Independente, Felixiano Adriano deslocou-se de manhã desde Tasi-Tolu até ao Bairro-Pite com o objectivo de emprestar dinheiro a um familiar, só que de repente um grupo de jovens desconhecidos atacou-o enquanto conversava com a dona da casa.

O deputado da Comissão B Domingos Mesquita acusou a policia local de ausência total de estratégia, pondo em causa a segurança dos cidadãos. “Estes casos têm sido uma constante desde que a UNPOL passou a responsabilidade para as mãos da PNTL e falta uma estratégia para melhor gerir estes casos de violência,” explicou ontem ao jornal Independente.

Contudo, o deputado continua a confiar na PNTL e no seu bom entendimento com os grupos de artes marciais, a fim de evitar conflitos.

SAPO TL com Jornal Independente

BISPO RICARDO DIZ QUE CRIANÇAS CONTINUAM A SER VIOLADAS





A violação de menores por parte das famílias timorenses é derivada à pobreza, obrigando as crianças a trabalhar. Quem o diz é o Bispo da Diocese de Díli, Dom Alberto Ricardo da Silva, ao jornal Independente.

“Cada pessoa deve organizar-se e lutar contra a pobreza, evitando depender apenas do governo,” disse o Bispo durante a comemoração do Dia Mundial da Criança, ontem em Lecidere, Dili.

De acordo com o jornal Independente, Dom Alberto Ricardo da Silva apelou ainda à reflexão, não só dos governantes mas da população em geral, para com os homens de amanhã. O Bispo pediu ainda às famílias mais carenciadas que enviem os filhos para escola, tal como as outras crianças.

SAPO TL com Jornal Independente

Timor Leste: “CAPACETES AZUIS” DA ONU SAEM EM 2012




PAULO FARIA, Washington – VOA NEWS

As Nações Unidas disseram que estão em curso planos para terminar em 2012 a sua missão de manutenção de paz em Timor Leste. As Nações Unidas tomaram as funções da polícia timorense em 2006 depois dos motins e lutas faccionais que levaram o país à beira da guerra civil.

As Nações Unidas têm estado estreitamente envolvidas no desenvolvimento de Timor Leste desde que a antiga colónia portuguesa, posteriormente anexada pela Indonésia, se tornou independente em 2002. As Nações Unidas enviaram forças para restaurar a ordem em 2006 quando motins e lutas faccionais forçaram 155 mil pessoas – ou seja 15 por cento da sua população – fugiram de suas casas.

Gary Gray, director político da Missão das Nações Unidas em Timor Leste, disse que as operações estão previstas para terminar depois das eleições presidenciais de 2012, referindo que a situação estabilizou-se basicamente desde os problemas de 2006 e que por isso estava confiante de que as coisas iam continuar bem.

Em Março, as Nações Unidas entregaram o controlo operacional da força policial às autoridades de Timor Leste, mas mais de 1200 polícias das Nações Unidas ainda patrulham as ruas.

O governo de Timor Leste tem beneficiado de um crescimento económico de dois dígitos baseado maioritariamente no desenvolvimento de vastas reservas “offshore” de petróleo e gás natural. O projecto acrescentou mais de mil milhões de dólares ao orçamento timorense. Funcionários do governo disseram também que se registou uma diminuição de nove por cento na pobreza enquanto melhoraram as condições económicas e novos programas governamentais oferecem educação para todas as crianças e a expansão dos cuidados de saúde.

O restabelecimento de boas relações com a Indonésia retirou uma potencial fonte externa de fricção. A Indonésia é o principal parceiro comercial de Timor Leste. Ambos os países continuam a trabalhar para resolver os agravos e investigar reclamações de atrocidades e crimes que ocorreram durante os anos de luta pela independência através de uma comissão conjunta de verdade e amizade.

Apenas um índice elevado de desemprego e tensões ainda latentes poderão abalar a frágil paz em Timor Leste.

UN TRACK FOR EAST TIMOR WITHDRAWAL




Karlis Salna, AAP South-East Asia Correspondent - The Age

The United Nations remains on track to withdraw from East Timor at the end of 2012 but says international partners will need to maintain a significant presence in the country beyond next year's elections.

The political director of the UN's mission in East Timor, Gary Gray, has also conceded that while the country has largely stabilised since violence in 2006 brought it to the brink of civil war, the peace that now exists remains fragile.

East Timorese will vote in two elections in 2012, to decide the government and presidency, in what will also mark 10 years of independence for the nation.

Many people in East Timor, however, remain worried about the possibility of a return to the violence of 2006, particularly in view of the planned withdrawal of international forces.

The UN mission, which includes 1397 police and military advisers, is scheduled to begin withdrawing after the elections.

Mr Gray said there had been a marked improvement in both the security and political environment since the UN took over the functions of the police in 2006.

"It's stabilised since the 2006 problems and we're pretty confident that's going to continue and we're going to get through the key event being the elections next year," he said.

But he said it was also understandable that people in East Timor remain anxious about the security situation, and particularly what might happen after 2012.

"I think you do have to acknowledge that there's some continuing fragility there, and in certain institutions that haven't matured and developed yet," he said.

"That's one of the things we're addressing, especially in regard to the police, and one of the reasons why we will continue to have a significant UN police presence there until up to and through this electoral period."

He added that it was because of that "fragility" that it "will be important for the bilateral partners to continue being involved even after 2012in a significant way in these areas".

While Australia has not yet set a definite withdrawal date, East Timor President Jose Ramos-Horta has said he wants the 400 defence force personnel still in the country to also begin pulling out at the end of 2012.

Australian Defence Minister Stephen Smith said in April that a decision would be made following the elections.

"We think, as does Timor-Leste, that the appropriate point to start making judgments about these matters is in the aftermath of the 2012 elections," he said at the time.

Mr Gray also said that it appeared clear from the current political environment in East Timor that next year's poll was unlikely to usher in any new blood in terms of leaders for the country.

Since the first elections, the positions of power in East Timor have swapped between Dr Ramos-Horta, current prime minister Xanana Gusmao and Mari Alkatiri, who was the inaugural prime minister in 2002.

"It looks like in terms of the election cycle in 2012 that's what we're going to continue to see," Mr Gray said.

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