quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A UNIÃO EUROPEIA AINDA É DEMOCRÁTICA?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

A Ordem dos Advogados comunicou há duas semanas que, por decisão europeia, todos os advogados portugueses estão proibidos de prestar "serviços de aconselhamento jurídico", de forma direta ou indireta, ao governo e a quaisquer "pessoas coletivas, entidades ou organismos estabelecidos na Rússia".

Para além desta medida draconiana, incluída em mais um pacote de sanções decidido pelo Conselho Europeu, abranger implicitamente organizações russas que sejam opositoras de Putin - o que me parece mais um idiota tiro no pé da União Europeia -, resvala para perto de uma perigosa fronteira de violação de direitos até agora inquestionáveis.

Não é por acaso que a nossa Constituição afirma, no seu artigo 20.º, que "todos têm direito, nos termos da lei, a informação e consulta jurídicas".

Embora, na realidade, a justiça portuguesa funcione mal, como todos sabemos (e para os pobres e trabalhadores funciona ainda pior...) a intenção de princípio do Estado democrático que construímos é a de que o seu acesso deva ser para todos, sem discriminações: e apesar de isso ser só uma intenção que, na prática, muitas vezes não é cumprida, traça um objetivo que condiciona legislação, decisões e jurisprudência pela obrigação de tentar chegar a esse fito, e isso é bom pois aproxima-nos da boa justiça, em vez de nos afastar ainda mais.

Agora há, em forma de decisão europeia, uma discriminação concreta explícita, com força de lei, que abre uma hipotética via para que outras discriminações jurídicas possam vir um dia a ser admitidas.

Apesar de o comunicado da Ordem dos Advogados explicar que a proibição "não se aplica à prestação de serviços estritamente necessários ao exercício do direito de defesa em processos judiciais e ao direito a uma tutela jurisdicional efetiva" (ou seja, em tribunal os advogados da União Europeia podem defender instituições russas), a verdade é que a falta de "aconselhamento jurídico" agora proibido a entidades russas viola necessariamente o direito à "informação e consultas jurídicas" que o preto no branco do texto constitucional português inequivocamente garante.

Ninguém se vai preocupar muito com isto, pois o alvo principal desta medida não mete pena a ninguém mas, na verdade, colateralmente, há certamente quem nada tenha a ver com a guerra, com Putin ou com a Ucrânia que vai sofrer com a medida, dada a interdependência, formada antes da guerra, de muitos negócios europeus com várias entidades e organizações russas.

Ainda mais importante do que isso: os responsáveis europeus pregam as virtudes da guerra na Ucrânia em nome da defesa da democracia ocidental ou liberal (há aqui uma diferença ideológica, mas que não vem agora ao caso) contra a arbitrariedade, autoritarismo e a ausência de um verdadeiro Estado de Direito na Rússia que ameaçaria toda a Europa... E, no entanto, parte das medidas que aplicam para ajudar a combater a Rússia são antidemocráticas (por exemplo, na proibição e cancelamento de acesso aos órgãos de comunicação social russos), arbitrárias (por exemplo, nos países bálticos, na Polónia e na Finlândia foi proibida a entrada a qualquer turista russo, nos outros países isso não acontece), autoritária (por exemplo, esta medida impede os advogados de escolher livremente os seus clientes) e violadoras de um verdadeiro Estado de Direito (a prática da justiça, com esta decisão, passa a incluir critérios discriminatórios, por nacionalidade, o que é xenofobia pura).

Como é que a União Europeia pode sustentar, depois de aplicar medidas como estas, o procedimento que abriu, com boas razões, ao governo da Hungria?

Como pode acusar o governo húngaro de controlar politicamente o poder judicial se a União faz o mesmo com esta norma? Como pode acusar Viktor Orbán de limitar a liberdade dos meios de comunicação social se a senhora Ursula von der Leyen, logo no primeiro dia da guerra, proibiu o trabalho e a visualização de meios de comunicação social russos?

Este "jardim", como a semana passada o neocolonialista, talvez racista e, infelizmente, responsável pelas Relações Exteriores da União, Joseph Borrell, qualificou a Europa para a comparar com a "selva" com que crismou "a maioria do resto do mundo" está, ao longo desta guerra, a perder a suposta superioridade moral que as supostas democracias europeias ocidentais dizem possuir para justificarem a recusa em procurar um caminho para a paz. Essa degradação vai ter um futuro custo político grave, de que todos seremos vítimas.

*Jornalista

Refugiados | União Europeia recebeu em julho 66.545 novos pedidos de asilo

Em julho de 2021, o número de primeiros pedidos de asilo apresentados por cidadãos de fora da UE num dos 27 Estados-membros foi de 44.760 e em junho de 2022 de 66.280, indica o Eurostat.

Os novos pedidos de asilo somaram, em julho, 66.545 na União Europeia (UE), um aumento homólogo de 49 por cento, mas uma ligeira subida mensal de 0,4%, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

Em julho de 2021, o número de primeiros pedidos de asilo apresentados por cidadãos de fora da UE num dos 27 Estados-membros foi de 44.760 e em junho de 2022 de 66.280, indica o serviço estatístico europeu.

Em julho foram ainda apresentados 5.860 requerimentos subsequentes – pessoas que voltaram a pedir asilo após uma decisão negativa -, o que representa uma subida de 02% face a julho de 2021 e um recuo de 07% na variação homóloga.

O maior número de novos requerentes de asilo, em julho, foi apresentado por nacionais sírios (9.010), seguindo-se afegãos (8.150), venezuelanos (3.665), paquistaneses (3.555) e colombianos (3.505).

A Alemanha (14.095 – 21% do total da UE), França (10.890 – 16%), Áustria (10.625 – 16%), Espanha (8.745 – 13%) e Itália (5.105 – 8%) representam 74% de todos os novos pedidos apresentados.

Observador | Lusa | Imagem: Adriel Perdomo/EPA

Portugal | ONDE VAI CAIR A CHUVA DE MILHÕES?

Inês Cardoso | TSF | opinião

Tem-se falado muito dos valores únicos de fundos europeus que vão chegar em 2023, mas ainda assim impressiona quando traduzimos os números por miúdos: decompostas as contas inscritas no Orçamento do Estado, estamos a falar de qualquer coisa como 22 milhões de euros por dia. A famosa "bazuca" não é sequer a fatia mais significativa, que se prevê seja assegurada pelo último ano de execução do Portugal 2020, juntando-se a estas duas parcelas o arranque da execução do Portugal 2030.

É sobre estes valores absolutamente históricos que assenta parte do investimento público, que por sua vez é em larga escala responsável pela previsão de crescimento de 1,3% apresentada pelo Governo. Se falhar a capacidade de execução de toda esta chuva de milhões, correremos sem dúvida riscos significativos no cenário macroeconómico. E os alertas estão aí, sendo o próprio presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, Pedro Dominguinhos, a falar em "sérios riscos" de falharmos e a pedir a simplificação de processos.

O PRR é um exemplo de como o país continua a optar por modelos centralizados de gestão, mais ainda do que nos quadros regionais, também eles alvo de queixas sistemáticas das comissões de coordenação e desenvolvimento, que sentem limitações e reclamam "maior autonomia de gestão". Apesar dos discursos políticos sobre descentralização e desconcentração, boa parte dos fundos é decidida à cabeça pelo Governo central, que acaba por usar os programas comunitários como suplemento dos orçamentos dos ministérios.

Palavras como assimetrias e desequilíbrios territoriais estão mais do que debatidas, mas continua a parecer existir pouca vontade de mudar o modelo de governação. Não se trata, necessariamente, de retomar o tema da regionalização, que o líder do PSD adiou sine die, aparentemente sem grande inquietação do primeiro-ministro e do presidente da República. As soluções poderão ser outras, mas não deixa de ser inquietante que Portugal se mantenha como um dos países mais centralizados da Europa, depois de tantos estudos mostrarem inequívoca relação entre a existência de níveis próximos de decisão e desenvolvimento económico.

É provável que os territórios ditos de baixa densidade lavrem em equívocos quando tentam competir com polos de atração em parâmetros como a atividade empresarial. Haverá casos pontuais de sucesso, mas regra geral as dinâmicas económicas exigem uma confluência de fatores como a qualificação e investigação, a existência de infraestruturas e tecnologias que assegurem ligações rápidas, redes de interligação entre setores produtivos que estimulem um ambiente competitivo e concorrencial. A excelência atrai excelência, a atividade atrai atividade, emprego e pessoas atraem-se mutuamente.

Quer isso dizer que a batalha está perdida e uma parte do território está condenada ao esvaziamento? Obviamente não. Pelo contrário, o que se exige é a capacidade de pensar em receitas locais, desenhadas à medida dos territórios. O que só será possível quando quem toma as decisões sobre políticas, alocação de recursos, prioridades de investimento e gestão de verbas conhecer a malha fina e trabalhar soluções distintivas para cada local.

Os milhões, por si só, não são garantia de mudança no país que somos e na forma cada vez mais periférica como nos posicionamos no contexto europeu. E não há receitas únicas nem fórmulas mágicas de sucesso. Mas quanto mais forem desenhadas à medida, mais real será a perspetiva de os milhões serem transformadores.

Portugal | Orçamento 2023: Para o PS é o melhor possível, para a oposição nem por isso

Apresentação e debate da proposta do Orçamento de Estado para 2023 está a decorrer na Assembleia da República. A propósito faremos aqui algumas referências em diversas atualizações neste espaço.

LOAS E A LONGA DISCUSSÃO DO ORÇAMENTO DE COSTA-PS PARA TRAMAR A MAIORIA DOS PORTUGUESES E DAR BENESSES AOS MAIS RICOS, MESMO MUITO MAIS RICOS... E DOAR MILHARES DE MILHÕES A ZELENSKY E À SUA  CAMARILHA NEONAZI

- RECOMENDAMOS QUE LEIA O TEXTO "AO MINUTO" DE BAIXO PARA CIMA PARA PERCEBER NORMAL E NATURALMENTE A SEQUÊNCIA DO DEBATE

Governo quer obrigar bancos a renegociar créditos à habitação e taxar lucros extraordinários

João Vasconcelos e Sousa, Mariana Albuquerque | Jornal de Notícias

O primeiro dia de discussão do Orçamento do Estado para 2023 (ontem), cuja aprovação está assegurada, ficou marcado pelo anúncio de que o Governo vai apresentar uma proposta para taxar os lucros extraordinários. Além disso, o primeiro-ministro, António Costa, adiantou que, no próximo Conselho de Ministros será aprovado um diploma destinado a levar os bancos a renegociar o crédito à habitação, tendo em conta o aumento dos juros.

A discussão do Orçamento do Estado para 2023 terminou por hoje (26), prosseguindo esta quinta-feira, às 10 horas. Continue a acompanhar todas as notícias em jn.pt

Rui Rocha, da IL, lamenta que António Costa esteja "descontrolado", não respeitando as intervenções no Parlamento.

O parlamentar apresentou propostas fiscais, nomeadamente a redução da taxa de retenção de IRS para 20% em vez de 25%, nos profissionais liberais, bem como a redução da taxa de contribuição para a Segurança Social.

Filipe Melo, do Chega, afirmou que Costa "se esqueceu" de explicar por que motivo "mais de metade do OE" foi dedicado à dívida. "Prefere ver os portugueses na desgraça e ficar bem na fotografia que vai enviar para Bruxelas", acusou.

O parlamentar também falou da TAP, lembrando que o Estado injectou mais de 3 mil milhões de euros na companhia. Alertou que o hub de Lisboa será absorvido por Espanha e quis saber "quanto é que a empresa contribui com impostos directos e indirectos para o Estado".

Inês de Sousa Real, do PAN, lamenta que as despesas das famílias portuguesas estejam a aumentar, não havendo "contas certas" para ninguém. Além disso, contesta a diminuição da aposta na proteção animal, ao contrário do que acontece na tauromaquia.

Paula Cardoso, do PSD, lamenta que Joana Sá Fernandes tenha destacado apenas o lado bonito da Justiça, faltando o "lado lunar", em mais uma referência musical usada no debate.

"Os equipamentos estão degradadíssimos, falta papel na Justiça, as custas judiciais e as taxas judiciais são elevadas", sublinhou, pedindo explicações.

Joana Sá Pereira, do PS, enumerou alguns desafios que considera prioritários para os próximos tempos. Em particular, pediu um "combate sem tréguas à violência doméstica", lembrando ser este "​​​​​"o crime mais participado em Portugal".

Bruno Dias responde que Eurídice já se esqueceu da aprovação do orçamento de 2022, defendendo que este OE não disfarça o nível de empobrecimento cada vez maior dos portugueses.

"Para milhões de portugueses, o PS já está a falhar", notou.

Angola | O PAI DOS POBRES E AS NOTAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Presidente João Lourenço é figura central nas “notas” da TPA (Televisão Porca de Angola) e do seu canal de notícias. Um senhor do Instituto de Desenvolvimento Agrário distribuiu sementes na província do Uíje. Uma camponesa agradeceu o gesto generoso do Presidente João Lourenço.

A TPA está a comemorar 47 anos, graças ao génio do Presidente João Lourenço.

A UNITA elegeu 90 deputados. Alguns são oferta do senhor Abel Chivukuvuku mas a maioria foi eleita graças à generosidade do Presidente João Lourenço. Nunca ninguém deu tanto à UNITA.

A primeira estrada asfaltada no “distrito” do Uíje foi inaugurada em 1960. Liga as cidades do Uíje e Negage. Hoje, graças ao Presidente João Lourenço, está pior do que nos anos 50. Ninguém passa no Morro das Pedras. Ninguém se atreve a ir para os lamaçais daqueles 30 quilómetros infernais. Obrigado, camarada presidente. Isso da mobilidade é truque de assimilados.

Graças ao Presidente João Lourenço, os professores do ensino superior estão em greve. Um dirigente generoso é assim. O povo não tem dinheiro para pagar propinas e o governo empurra os docentes para a greve. Assim fica tudo em casa.

Temos de agradecer ao Presidente João Lourenço a instabilidade na TAAG, um símbolo nacional. E na Angola Telecom. Assim ficamos todos a saber que daqui a cinco anos não fica pedra sobre pedra. O próprio MPLA está a treinar para ficar com a relevância do partido NJANGO. Obrigado, camarada presidente.

Graças ao Presidente João Lourenço ardeu uma parte do mercado do Kifica. Uma coisa grandiosa que só está ao alcance dos grandes líderes. No local não existem bocas de incêndio, não há extintores, não há fiscalização, ninguém quer saber da segurança. Mas assim todos ganhámos imagens espectaculares do Kifica a arder. Obrigado, camarada presidente.

O Presidente João Lourenço participou no Fórum Internacional de Dakar. Fez um discurso importantíssimo que a TPA passou com ruído insuportável. Ainda ninguém explicou a quem manda na casa que no audiovisual, quando as imagens e o som não têm qualidade, pura e simplesmente não vão para o ar. Ruído, nunca! Pois eles afogaram as palavras do Presidente da República num ruído insuportável. Valeu o Jornal de Angola ter publicado o texto na íntegra.

A parte mais importante da intervenção do Presidente João Lourenço tem a ver com  o reconhecimento de que Angola deu um contributo inestimável para a libertação do continente africano e particularmente da África Austral. Só não disse que a libertação se deve aos seus antecessores, Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos. Mas isso pouco importa. O ano do centenário do nascimento do Fundador da Nação foi marcado pela mais confrangedora mediocridade no programa das comemorações oficiais. 

José Eduardo faleceu em Barcelona e meteram o corpo num caixote, devidamente arrecadado no porão de um avião. Chegou a Luanda à noite, para ninguém dar conta de que antes do Presidente João Lourenço, Angola teve dois presidentes.

No fórum de Dakar, o Presidente João Lourenço falou da reconstrução nacional, depois de 2002. Por acaso, quem lançou o programa foi o presidente encaixotado e transportado no porão de um avião. Mas esse pormenor só atrapalha. Obrigado, Presidente João Lourenço por ter assistido, de palanque, às acções da Reconstrução Nacional. E para nunca mais ousarem fazer obra sem sua autorização. Quem participou, quem trabalhou, quem lutou, quem garantiu os financiamentos, fica de castigo. Obrigado, camarada presidente.

José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola, revelou que foi ele e mais ninguém que mandou tirar a efígie de José Eduardo dos Santos das notas de Kwanza, em 2021. Obrigado, Presidente João Lourenço. O seu Massano é um portento.

Graças ao Presidente João Lourenço, os bêbados ao volante matam que se fartam, de Cabinda ao Cunene, do Lobito ao Luau. 

A pista do aeroporto do Uíje está às escuras porque sicários da UNITA roubaram centenas de metros de cabos eléctricos. Obrigado, camarada presidente. 

O filho do Cacau anda feliz da vida porque humilhou e espezinhou os trabalhadores da TAAG. Ele chama-lhes “colaboradores”. Assim é que os ministros devem proceder. Pôr na ordem quem protesta. Se não fosse o Presidente João Lourenço estávamos todos a respirar por guelras, como os mabecos.

Graças aos professores do Ensino Superior, Angola ainda se parece com um país. 

Graças aos trabalhadores da Angola Telecom e da TAAG, ainda podemos acreditar no futuro. E respirar de alívio, O povo que derrotou os invasores estrangeiros em 1974 e o regime racista de Pretória ainda não está totalmente submetido e escravizado. Ainda não estamos todos de rastos aos pés do estado terrorista mais perigoso do mundo, os EUA.

Graças à Reconstrução Nacional ainda somos um país. Quem dirigiu e executou o programa merece respeito e consideração. Nunca perseguições.

A nossa sorte é que temos o deus João Lourenço. Sem ele, os faxinas Lungo e Miala nunca seriam fardados de generais, para humilharem os verdadeiros generais.

Assim, está tudo certo e só temos que agradecer ao camarada presidente, extremoso pai de caranguejos, carrinhos ou omatopalos e inimigo figadal dos marimbondos ricos que têm estatuto de empresários, criadores de riqueza e postos de trabalho.

*Jornalista

Identificados mais de 800 timorenses a viver em Portugal em situação vulnerável

O número exato contabilizado pelo Alto-Comissariado para as Migrações é de 825

O Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) identificou 825 cidadãos timorenses a viver em Portugal em situação de vulnerabilidade e quase 500 foram realojados em várias localidades do país, disse esta terça-feira a a secretária de Estado da Igualdade e Migrações.

Em entrevista à agência Lusa, Isabel Almeida Rodrigues, que coordena o grupo de trabalho criado no início de setembro pelo Governo para acompanhar o fluxo de timorenses que têm chegado ao país nos últimos meses, precisou que as 825 pessoas identificadas em situação de vulnerabilidade não estavam todas em situação de sem abrigo.

“Os graus de vulnerabilidade não são todos idênticos e esta distinção é importante porque as respostas são acionadas em função da situação concreta de cada um”, disse.

Como exemplo, referiu que pode haver uma pessoa que tenha resolvida a situação de alojamento, mas que não está integrada no mercado de trabalho e isso constitui uma vulnerabilidade uma vez que fica privada de rendimento.

Segundo a governante, dos 825 timorenses identificados foram realojados 493 e está a ser assegurado apoio alimentar a 500.

“Realojamos 493 pessoas e temos 252 pessoas em alojamento coletivo. Estas respostas foram conseguidas, como é normal nestas situações, em articulação com respostas de emergência social e com as autarquias locais. Aliás, é desejável que tenhamos sobretudo as entidades ao nível do território envolvidas, porque também para o território é importante que estas situações sejam acauteladas”, afirmou.

Estes timorenses em situação de vulnerabilidade sinalizados pelo ACM foram identificados no âmbito do grupo de trabalho que tem representantes de várias áreas governativas, desde migrações, negócios estrangeiros, administração interna, trabalho, solidariedade e segurança social, habitação, agricultura, economia, finanças e coesão territorial.

De acordo com a governante, o grupo de trabalho foi constituído sobretudo para coordenar a ação dos diversos serviços e garantir a consistência das ações e a necessária partilha de informação entre os vários serviços.

O grupo criado pelo Governo tem trabalhado em diversas dimensões, nomeadamente a identificação e reconhecimento das situações de vulnerabilidade, ativação de apoios sociais, realojamento e procura de trabalho.

A secretária de Estado especificou que os timorenses que chegam a Portugal são sobretudo homens, jovens, com poucas qualificações e sem dominarem o português.

Nesse sentido, acrescentou que as respostas que também estão a ser dadas no âmbito do grupo de trabalho é a aprendizagem da língua portuguesa e programas de capacitação e formação para preparar melhorar os timorenses para a integração no mercado de trabalho e na comunidade.

Outra das dimensões deste trabalho junto dos timorenses em Portugal passa pelo apoio ao retorno voluntário, mas, segundo Isabel Almeida Rodrigues, são poucos aqueles que querem regressar a Timor-Leste.

“A grande maioria destas pessoas pretende ficar em Portugal e posso adiantar que 720 já procederam à sua manifestação de interesse, tendo em vista a regularização da sua situação jurídica”, disse.

A falta de trabalho em Timor-Leste está a provocar um êxodo de trabalhadores, com Portugal a tornar-se um dos principais destinos, uma vez que não necessitam de visto por um período de 90 dias.

Uma procura que está a levar ao aparecimento de agências e de anúncios a tentar enganar jovens timorenses, a quem são cobradas quantias avultadas com a promessa de trabalho ou vistos.

Sem trabalho e sem alojamento, muitos destes jovens tornaram-se sem abrigo, nomeadamente no Martim Moniz, em Lisboa, onde o ACM tem, de acordo com Isabel Almeida Rodrigues, equipas todas as noites.

“Eu não posso garantir que nós, neste momento, temos identificado todos os cidadãos em situação de sem abrigo, porque posso receber um alerta de que há um grupo numa determinada localidade”, realçou.

A secretária de Estado disse que os timorenses se mobilizam bastante dentro do país e não procuram as entidades.

“De todas as situações que temos identificado são os serviços que vão à procura das situações e não as pessoas que procuram os serviços para obter o apoio de que de que necessitam”, disse ainda.

Desde março e até 11 de outubro, entraram em Portugal 4.721 timorenses e saíram 4.406, segundo o SEF.

Fonte do SEF disse ainda à Lusa que participou 11 situações envolvendo timorenses por indícios de auxílio à imigração ilegal e de tráfico de pessoas ao Ministério Público.

Renascença | Lusa

Imagem: Muitos timorenses têm acabado a viver nas ruas em Lisboa. © Rodrigo Antunes / Lusa, em Diário de Notícias

Buraco negro de direitos humanos na Austrália é mais profundo sem supervisão da ONU

Global Times

"O órgão de prevenção da tortura da ONU suspende a visita à Austrália alegando falta de cooperação", disse a ONU em seu site no domingo. A delegação do Subcomitê de Prevenção da Tortura da ONU foi impelida a suspender sua visita de 12 dias, que deveria se estender até esta quinta-feira, uma vez que a equipe da ONU foi impedida de visitar várias prisões e centros de detenção em estados como Nova Gales do Sul e Queensland.

#Traduzido em português do Brasil

A Austrália assinou o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura (OPCAT) em 2009 e o ratificou em 2017, comprometendo-se com reformas para salvaguardar os detidos e sujeitar as instalações à inspeção. Quando o governo federal aprovou o protocolo, não houve objeções estaduais ou territoriais. Alguns meios de comunicação informaram que o bloqueio da equipe da ONU das prisões se resumia à disputa de financiamento entre os governos federal e estadual. Embora o governo federal tenha ratificado a convenção, são os estados e territórios que são responsáveis ​​por colocá-la em prática. No entanto, "falta de financiamento" pode se tornar uma desculpa para os governos estaduais não cumprirem os compromissos assumidos pelo governo federal.

Como disse a mídia australiana The Conversation, arrastar os pés na prevenção da tortura é a vergonha internacional da Austrália. A Austrália adiou o prazo de 2018 para estabelecer órgãos de monitoramento e perdeu o prazo de janeiro de 2022. Como a ONU concedeu à Austrália outra extensão de um ano, o prazo de janeiro de 2023 está se aproximando.

Um especialista em direito internacional que pediu anonimato disse ao Global Times que a divisão de poder na Austrália dificulta a implementação do trabalho exigido pelas convenções da ONU das quais a Austrália é signatária.

"De acordo com as convenções internacionais, um país tem a obrigação de implementar as convenções que ratifica e cumpre os tratados, ou é uma violação de suas obrigações. A atitude não cooperativa dos estados australianos em relação aos inspetores da ONU mostra que a Austrália resiste aos padrões internacionais que uma vez aceito e não é sincero na cooperação internacional", disse o referido especialista.

"Se os governos estaduais não cooperarem com o governo federal no cumprimento dos compromissos internacionais, isso significa apenas que o atual sistema político na Austrália é ineficaz", disse Chen Hong, presidente da Associação Chinesa de Estudos Australianos. "Então qual é o sentido da Austrália se juntar às convenções internacionais?"

A resistência da Austrália aos padrões internacionais de direitos humanos deixa um grande ponto de interrogação sobre a situação real nas prisões australianas. A Austrália tem uma péssima reputação quando se trata de proteger a saúde e os direitos humanos das pessoas detidas. Prisões para adultos, centros de detenção para jovens e centros de detenção para imigrantes foram acusados ​​de violações dos direitos humanos. O encarceramento de comunidades indígenas e a detenção de refugiados no país também levantaram preocupações internacionais. 

No início deste ano, a Productivity Commission, órgão de pesquisa do governo australiano, divulgou dois relatórios, a saber, Prison Dilemma e Report on Government Services 2022, para o setor de justiça. Os relatórios apontaram que a taxa de encarceramento de indígenas australianos é extremamente alta, o que se baseia em uma série de problemas institucionais, como discriminação racial e aplicação seletiva da polícia. Em 2016, um vídeo filmado anteriormente chocou a Austrália: mostrou que guardas em um centro de detenção juvenil no Território do Norte da Austrália usaram gás lacrimogêneo em detentos aborígenes e amarraram um menino seminu e encapuzado a uma cadeira.

Se o que o primeiro-ministro estadual de Nova Gales do Sul, Dominic Perrottet, afirmou for verdade - "Temos um alto padrão quando se trata de instalações correcionais", então o estado deve cooperar com o Subcomitê da ONU para Prevenção da Tortura. A negação de entrada, uma ação de encobrimento, aumenta as preocupações da comunidade internacional sobre o que está acontecendo nas prisões australianas. 

Zhao Xin, professor da Escola de Direito Internacional da Universidade de Ciência Política e Direito da China, disse ao Global Times que no caso do Canal de Corfu (Reino Unido x Albânia, ICJ 1949), a Corte Internacional de Justiça apontou que a Corte pode tirar uma inferência adversa se a prova estiver exclusivamente sob o controle de uma parte que se recusa a produzi-la. Portanto, se a Austrália continuar a não cooperar com o Subcomitê das Nações Unidas para a Prevenção da Tortura em sua investigação e se recusar a provar que não violou as regras do jus cogens internacional contra a tortura, poderá ser acusada de ser suspeita de tortura como uma questão central. criminalidade internacional.

A reputação de direitos humanos da Austrália faliu quando seus soldados supostamente mataram civis afegãos. A Austrália se afasta dos "valores" quando chega a sua vez. Sem a supervisão efetiva de órgãos internacionais como a ONU, o buraco negro dos direitos humanos na Austrália só se tornará maior e mais profundo.

Imagem: Liu Rui/GT

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EUA transformaram-se em paraíso de corruptos e bandidos - diz min. exterior chinês

Na terça-feira a China criticou a acusação do procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, de que a China "procurou interferir nos direitos e liberdades dos indivíduos nos EUA", dizendo que é uma das mentiras que algumas pessoas nos EUA inventaram para obstruir os esforços da China para perseguir fugitivos e recuperar bens roubados, e que os EUA se tornaram um paraíso para elementos corruptos e bandidos.

#Traduzido em português do Brasil

A China sempre exigiu que os cidadãos chineses obedecessem às leis e regulamentos do país anfitrião, mas algumas pessoas nas agências de aplicação da lei dos EUA, mantendo o pensamento da Guerra Fria e o preconceito ideológico, repetidamente inventaram várias desculpas e mentiras para difamar a China, para suprimir irracionalmente empresas chinesas e para obstruir e sabotar os esforços da China para perseguir fugitivos e recuperar bens roubados, tornando os EUA um "porto seguro" para elementos corruptos e foras da lei, observou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa de rotina na terça-feira.

As declarações de Wang vieram quando os promotores federais dos EUA alegaram em uma acusação revelada na segunda-feira que dois supostos oficiais de inteligência chineses foram acusados ​​​​de tentar subornar um oficial da lei dos EUA como parte de um esforço para obter informações privilegiadas sobre um caso criminal contra os chineses. empresa de telecomunicações Huawei, informou o The Guardian.

Garland no mesmo dia detalhou dois outros casos para a mídia, nos quais alguns outros chamados agentes de inteligência chineses assediaram dissidentes dentro dos EUA e pressionaram acadêmicos americanos a trabalhar para eles, segundo o The Guardian.

Esses casos mostraram que a China "procurou interferir nos direitos e liberdades dos indivíduos nos Estados Unidos e minar nosso sistema judicial que protege esses direitos", disse Garland à mídia.

O que os EUA fizeram está no lado oposto da justiça e do estado de direito, minando a base da cooperação de aplicação da lei China-EUA e prejudicando a imagem dos próprios EUA, apontou Wang.

Ele instou algumas pessoas nos EUA a mudar de rumo e interromper seus ataques infundados à China e enfatizou o fato de que a China continuará salvaguardando os direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses.

Quanto às acusações contra os chamados oficiais de inteligência chineses, Wang disse não ter conhecimento dos detalhes dos casos, mas ressaltou que a China sempre se opôs aos movimentos dos EUA de generalizar o conceito de segurança nacional e abusar do poder nacional em para suprimir as empresas chinesas.

Global Times

Imagem: Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China - Foto: cnsphoto

Espero que os EUA recebam de forma abrangente e precisa sinais do 20º Congresso PCC

Global Times | editorial

Após a conclusão do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), o mundo exterior está altamente preocupado com a direção das relações China-EUA. A Casa Branca e o Departamento de Estado disseram que continuarão a "gerenciar com responsabilidade a competição com a China", buscar cooperação em áreas onde os interesses estejam alinhados e manter as linhas de comunicação abertas. Se essas são as "mensagens padrão" de Washington, então algumas elites políticas dos EUA e a opinião pública estão revelando uma mentalidade mais realista em relação à China. Eles clamam que precisam se preparar para uma "China preparada para o conflito com os EUA", aumentando assim as tensões do confronto China-EUA. Mas isso reflete precisamente que eles desejam pressionar os EUA a "preparar-se para um conflito com a China".

#Traduzido em português do Brasil

Percebemos que essas vozes descrevem a postura da China em relação aos países estrangeiros como "agressiva" e apresentam Pequim descaradamente como um provocador do confronto. Basta dizer que essas pessoas usaram sua mentalidade e olhos tortos para ver a China, e é impossível antecipá-los para ver claramente ou esclarecer as coisas do jeito que são. As relações China-EUA certamente aumentaram nestes anos em uma "espiral de hostilidade sem fim à vista". Mas a fonte de tal "hostilidade" vem dos EUA, e a resposta e as contramedidas da China são, por natureza, uma defesa legítima. As várias ações de Washington contra Pequim são como cortar intencionalmente a frente do carro alheio na estrada. Se um arranhão for encontrado ou ocorrer um acidente grave, os EUA devem, com certeza, assumir total responsabilidade.

Seja antes ou depois do 20º Congresso Nacional do PCCh, a política externa da China sempre manteve sua continuidade e estabilidade, e seu propósito de manter a paz mundial e promover o desenvolvimento comum não mudou. Ao mesmo tempo em que insiste em colocar o desenvolvimento do país e da nação chinesa no centro da força da China, o relatório ao 20º Congresso Nacional do PCC também demonstra a clara atitude do país de aderir à política nacional fundamental de abertura ao mundo exterior, perseguindo uma estratégia mutuamente benéfica de abertura e esforço para criar novas oportunidades para o mundo com o desenvolvimento da China. Ao mesmo tempo, o relatório também enfatiza que a China se opõe clara e firmemente ao "hegemonismo e à política de poder em todas as suas formas", bem como ao "unilateralismo,

Obviamente, é sobre os problemas e não tem como alvo nenhuma pessoa ou país específico. O que a China se opõe é também o que se opõe clara e unanimemente pela maioria da comunidade internacional. Mas, curiosamente, algumas pessoas nos EUA acham que está mirando em Washington. Isso indica que, em sua mente subconsciente, ideias como hegemonismo, política de poder e unilateralismo se tornaram sinônimos dos EUA. Claro, isso é de fato consistente com a impressão geral da comunidade internacional. Os americanos assumem que é sobre os EUA, o que equivale a se expor.

O relatório entregue ao 20º Congresso Nacional do PCC reiterou que a China adere aos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica na busca de amizade e cooperação com outros países. Está empenhada em promover um novo tipo de relações internacionais, aprofundando e expandindo parcerias globais baseadas na igualdade, abertura e cooperação, e ampliando a convergência de interesses com outros países. Os "países" aqui incluem naturalmente os EUA. O relatório enfatiza que a China buscou a diplomacia de grandes países com características chinesas em todas as frentes; promoveu o desenvolvimento de uma comunidade humana com um futuro compartilhado e manteve-se firme na proteção da equidade e justiça internacionais, e defendeu e praticou o verdadeiro multilateralismo. Estes são todos sinais positivos para a paz, cooperação e desenvolvimento que enviamos para o mundo exterior. Espera-se que o lado dos EUA possa receber os sinais de forma mais abrangente e precisa.

A China embarcou em um novo caminho para a modernização, diferente daquele do Ocidente, e o novo caminho também se refletirá na interação da China com o resto do mundo. Conforme apontado no relatório entregue ao 20º Congresso Nacional do PCCh, a modernização chinesa é “a modernização do desenvolvimento pacífico”. Não acreditamos que "um país forte buscará inevitavelmente a hegemonia". Não há gene no sangue do povo chinês para buscar a hegemonia ou ser militarista. A modernização chinesa não é alcançada saqueando por meio de guerras e transferindo poluição para outros. A mais recente Estratégia de Segurança Nacional divulgada recentemente pela Casa Branca disse que a China é o único concorrente de Washington que abriga a intenção de reformular a ordem internacional e tem crescimento econômico, diplomático, poder militar e tecnológico para avançar em tal objetivo. Este é um exemplo típico de projeção do que os EUA estão fazendo na China. Somente aqueles que estão acostumados a ameaçar os outros veem todos os outros como uma ameaça.

A relação China-EUA tem influência global e estratégica. O lado chinês propõe que as relações China-EUA sigam a direção certa dos "três princípios" de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha. A China sempre tratou as relações China-EUA de acordo com os "três princípios". Mas diante da repressão imprudente e do bullying dos EUA, o povo chinês não pode e não deve engolir insultos e humilhações. Espera-se que os EUA possam receber plena e precisamente os sinais que o 20º Congresso Nacional do PCCh enviou, corrigir sua percepção estratégica da China, encontrar a China no meio do caminho e levar as relações China-EUA de volta ao caminho do desenvolvimento saudável e estável. Isso é do interesse da China e dos EUA, e também é a expectativa universal da comunidade internacional.

Ler mais em Global Times:

China não exportará seu modelo de desenvolvimento, nem importará de outros países: porta-voz do 20º Congresso Nacional do PCC

O exercício sem precedentes de Cyber ​​Flag de Seul com os EUA pode 'irritar Pyongyang' e 'aumentar o confronto'

CIA REALIZA CÚPULA SECESSIONISTA EM TAIWAN

Alastair Crooke*

A reeleição do presidente Xi Jinping para um terceiro mandato recorde como líder da China foi prontamente emboscada por difamações da mídia ocidental.

#Traduzido em português do Brasil

Xi se torna o primeiro líder chinês desde o presidente Mao a ocupar três mandatos após ter sido reeleito por delegados no 20º Congresso do Partido Comunista Chinês em Pequim no último fim de semana.

A mídia ocidental apressou-se a prever que a China se tornaria mais autocrática e repressiva, sem fornecer qualquer comprovação para suas afirmações lúgubres e ignorando os sucessos econômicos e de desenvolvimento fenomenais da República Popular sob Xi durante a última década.

O Conselho de Relações Exteriores, com sede nos EUA, citou o Carnegie Endowment for International Peace, que previu que a China se tornaria “mais assertiva e agressiva” em suas relações externas nos próximos cinco anos.

A BBC publicou uma  matéria de sucesso particularmente grosseira  de seu veterano apparatchik anti-China, Rupert Wingfield-Hayes, que alegou que as políticas do presidente Xi estão “criando o mundo hostil do qual ele afirma estar se defendendo”.

Citando Susan Shirk, uma “especialista em China” desenterrada do governo Bill Clinton na década de 1990, a BBC acusou a China de “auto-cerco”, “provocar brigas” com países vizinhos, “aumentar as tensões com Taiwan” e “assumir América e tentando expulsá-lo da Ásia”.

“É uma espécie de auto-cerco que a política externa chinesa produziu”, comentou à BBC o chamado especialista em China.

O foco negativo no governo da China parece absurdamente equivocado vindo da mídia americana e britânica, cujas próprias nações são assoladas por crises políticas sobre governança. Pesquisas mostram números sem precedentes de cidadãos americanos perdendo a fé em seus partidos políticos e sistema eleitoral. Na Grã-Bretanha, o país está se recuperando da demissão de um terceiro primeiro-ministro em tantos anos.

Mas o que é estúpido sobre as difamações contra Xi supostamente transformando a China em uma potência mais agressiva é que eles viram a realidade de cabeça para baixo.

Esta semana, o National Endowment for Democracy (NED), com sede nos EUA, realiza uma  cúpula  para a “democracia mundial” em Taiwan. O evento está sendo assistido por mais de 300 ativistas e formuladores de políticas de cerca de 70 nações para “promover a liberdade” e outras causas de sinalização de virtude.

O NED se descreve como uma “organização não governamental”, embora seja financiada pelo governo dos EUA e trabalhe em estreita colaboração com a Agência Central de Inteligência. Como o autor americano, o falecido William Blum  apontou , o NED assumiu os papéis secretos da CIA na década de 1980 porque era mais politicamente palatável, dada a notoriedade da agência por fomentar golpes mortais e assassinatos.

Taiwan é oficialmente reconhecida sob o direito internacional como parte integrante da China, embora tenha uma relação distante desde a fundação da República Popular em 1949. A Política de Uma China é reconhecida legalmente pelas Nações Unidas e pela maioria dos governos, incluindo os Estados Unidos, desde a final dos anos 1970.

Washington, no entanto, mantém uma política de “ambiguidade estratégica” pela qual proclama apoiar a defesa de Taiwan das ambições da China de incorporar o território insular sob a autoridade soberana de Pequim.

O presidente Joe Biden esticou essa duplicidade ao ponto de ruptura ao  declarar  em quatro ocasiões desde que assumiu o cargo em janeiro de 2021 que os EUA interviriam militarmente para defender Taiwan no caso de uma invasão do continente chinês. Apesar das negações subsequentes da Casa Branca, as declarações de Biden são uma violação flagrante da Política de Uma China e um ataque descarado à soberania chinesa.

Desde o pivô estratégico para a Ásia em 2011, feito pelo governo de Barack Obama, Washington aumentou as vendas de armas para Taiwan. O fluxo de armas e o estacionamento secreto de treinadores militares dos EUA para Taiwan continuaram sob Trump e agora Biden.

Os sinais calculados de Washington estão promovendo um clima político mais secessionista em Taiwan, que se sente encorajada por ter o apoio dos Estados Unidos para declarar independência da China. Pequim advertiu repetidamente contra a incitação dos EUA em seu quintal.

Quando a líder democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, visitou Taiwan em agosto, o incidente enfureceu Pequim para realizar exercícios militares maciços no Estreito de Taiwan. Por alguns dias, parecia que uma invasão poderia ocorrer.

Desde que o presidente Xi foi eleito pela primeira vez em 2013, ele afirmou fortemente o direito histórico da China de governar Taiwan, preferencialmente por meios pacíficos, mas também pela força das armas, se necessário. Ele repetiu esse objetivo durante um discurso no 20º Congresso.

Qualquer observador razoável pode ver que a determinação de Pequim está sendo cinicamente provocada pela interferência de Washington nos assuntos internos da China em relação ao status soberano de Taiwan. Armar a ilha até os dentes com mísseis americanos e criticar Pequim com  delegações políticas pró-separatistas  não seria nem um pouco tolerado se o sapato estivesse no outro pé. De fato, os EUA já teriam entrado em guerra contra a China em um cenário inverso.

Para a mídia ocidental dizer que Xi está levando a China em uma direção mais agressiva é uma distorção ridícula que esconde quem é o verdadeiro agressor – os Estados Unidos e seus parceiros da OTAN que acusam implacavelmente Pequim de expansionismo. O único “expansionismo” em que a China está se engajando é a construção de comércio mútuo e comércio com outras nações por meio de sua Iniciativa Global do Cinturão e Rota.

O National Endowment for Democracy [leia “Destabilization”], o próprio  cavalo de Tróia da CIA , está esta semana apelando aos “ativistas” em Taiwan para derrubar a autocracia. É um verdadeiro chamado às armas da CIA realizado em território soberano chinês.

Além disso, a cúpula do NED declara que Taiwan e a Ucrânia são “duas grandes linhas de frente da luta pela democracia”.

O NED foi um dos principais impulsionadores do golpe de estado na Ucrânia em 2014, que inaugurou um regime fascista anti-Rússia em Kiev e que levou à atual guerra com a Rússia. Os americanos estão usando descaradamente a mesma cartilha para Taiwan.

E, no entanto, a China e o presidente Xi estão sendo difamados como agressores!

Pequim pode ser melhor tomar Taiwan agora – de uma vez por todas – antes que apodreça mais sob a influência americana.

Como a Rússia está descobrindo, a seu custo, atrasar a doença pode levar a condições mais fatais.

*Alastair Crooke | Internationalist 360º

*Alastair Crooke CMG , às vezes erroneamente referido como Alistair Crooke (nascido em 1949), é um ex - diplomata britânico e é o fundador e diretor do Fórum de Conflitos de Beirute, uma organização que defende o engajamento entre o Islã político e o Ocidente . [1] Anteriormente, ele era uma figura importante tanto na inteligência britânica ( MI6 ) quanto na diplomacia da União Européia . Ele era um espião do governo britânico, mas se aposentou logo após conhecer sua esposa. [2] [3] . Crooke estudou na Universidade de St. Andrews (1968–1972) na Escócia, onde obteve um mestrado em Política e Economia. [2] Seu livro Resistance: The Essence of the Islamist Revolution , fornece informações sobre o que ele chama de "Revolução Islâmica" no Oriente Médio, ajudando a oferecer insights estratégicos sobre as origens e a lógica dos grupos islâmicos que adotaram a resistência militar como tática, incluindo Hamas e Hezbollah . Wikipedia - ver mais

Imagem: Presidente Tsai Ing-wen (à esquerda) cumprimenta o presidente do National Endowment for Democracy Kenneth Wollack no escritório presidencial em Taipei na segunda-feira. Foto CNA 24 de outubro de 2022

NAZIS UCRANIANOS DO REGIMENTO AZOV CONFESSARAM CRIMES CONTRA CIVIS

Militantes capturados do regimento nazista ucraniano Azov confessaram seus crimes contra civis em Mariupol - com vídeos

#Traduzido em português do Brasil

Um dos combatentes ucranianos disse que matou quatro civis durante a batalha por Mariupol. Ele supostamente não tinha certeza se era o inimigo ou não.

"Matei quatro civis com um rifle sniper. Acidentalmente, durante a batalha. Não reconheci se eram inimigos ou não. Um tanque estava se movendo ao longo da rua Azovstal e bombardeou as casas dos civis".

Os crimes contra a população civil não foram acidentes. Outro membro do regimento nazista testemunhou que o comandante Azov Redis (Denis Prokopenko) ordenou atirar em civis, pois eles não eram humanos.

“Disseram-nos: 'não há civis aqui, então você deve matar todo mundo', lembra o prisioneiro de guerra.

Os defensores ucranianos saquearam civis e levaram tudo o que podiam enquanto sonhavam “se tornar acessíveis quando voltassem para casa” após a guerra:

Outro prisioneiro de guerra confirmou que nazistas ucranianos filmaram as batalhas e posições de tiro dos russos e enviaram os vídeos para o exterior:

“O comandante do batalhão se comunicou principalmente com eles, ouvi dizer que eles disseram a ele que estavam gravando vídeos, algum tipo de evidência em vídeo. O que eu ouvi é que eles estão gravando um vídeo e mandando para o exterior”

Depoimentos de moradores locais de Mariupol confirmaram que os combatentes do batalhão nacionalista atiraram em pessoas e as jogaram em porões. Os nazistas ucranianos se sentiram à vontade para matar qualquer um que se recusasse a permitir que os militantes estabelecessem os pontos de tiro em seus apartamentos. As pessoas sofrem com os crimes dos nazistas ucranianos há anos.

VER VÍDEOS NO ORIGINAL – South Front

Ler mais em South Front:

Ucrânia ficando sem suprimentos médicos

Jogos sujos: o regime de Kiev brincando com energia nuclear

Kiev ainda não forneceu informações sobre vítimas do suposto massacre de Bucha

DEMOCRACIAS OCIDENTAIS APLAUDEM REGIME TERRORISTA DE KIEV - vídeo

South Front

Kiev revelou-se incapaz de chegar a uma solução política de desacordos com as regiões pró-russas do país. Também não pode desenvolver uma ofensiva nas linhas de frente e retomar o controle dos territórios perdidos por meios militares. Como resultado, o regime de Kiev continua a travar uma guerra terrorista contra a Rússia e a população ucraniana.

#Traduzido em português do Brasil

Kiev foi avisada de que o preço a pagar pelos ataques terroristas em curso será alto. As ameaças de Moscou não detiveram o regime terrorista, mas até agora reduziram significativamente a escala de seus ataques.

Mais recentemente, em 24 de outubro, uma explosão danificou uma ferrovia e vários vagões na região de Bryansk. Como resultado da sabotagem, a linha férrea que liga a Bielorrússia e a Rússia através da região de Gomel foi temporariamente interrompida.

A maioria dos ataques terroristas do regime de Kiev são realizados nas regiões que supostamente está tentando salvar dos “ocupantes” russos. Hoje, o Ocidente declarou Kiev como o principal lutador pela democracia; mas eles fecham os olhos para seu estilo terrorista de guerra. Os principais alvos dos sabotadores coordenados pelos serviços ucranianos são funcionários políticos, ativistas e jornalistas que trabalham nas regiões sob controle russo.

Na manhã de 25 de outubro, um ataque terrorista atingiu a Companhia de TV regional na cidade de Melitopol. Um carro cheio de explosivos foi explodido perto do prédio, danificando severamente a instalação.

Anteriormente, em 20 de outubro, as forças ucranianas dispararam 12 foguetes em uma travessia de balsa civil em Kherson. Como resultado, quatro civis foram mortos, incluindo dois jornalistas.

Kiev é fraca no campo de batalha, mas travou uma guerra informativa eficaz contra a Rússia. A morte de civis que cobrem a verdade no país devastado pela guerra tem sido uma das principais prioridades do regime “democrático” na Ucrânia por muitos anos, e continua assim até hoje.

Tal impunidade e encorajamento do Ocidente levaram a execuções em massa de civis inocentes por nazistas ucranianos.

Em 24 de outubro, nazistas ucranianos dispararam contra três civis em um carro na região de Kherson. Como resultado, uma pessoa foi morta, duas ficaram gravemente feridas.

Os massacres de civis, a quem supostamente protegem, tornaram-se a política oficial do regime de Kiev. Há informações de que a Ucrânia está na fase final de preparar a sabotagem com uma bomba nuclear suja. A informação tem o mais alto nível de confiabilidade, o que levou a uma atividade diplomática sem precedentes da alta liderança russa para evitar um ato de terrorismo nuclear. Ao mesmo tempo, a Europa e os EUA aplaudem o líder do regime nazista e sacrificam seu próprio bem-estar para doar ao seu exército e atiçar os fogos da guerra.

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