quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ILIBADOS JOVENS DE CABINDA




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Nove cidadãos estiveram até hoje a ser julgados em Cabinda. Crime? O mais grave para o regime angolano: tentaram  contactar uma missão da União Europeia que estava naquela colónia angolana.

Segundo o Ministério Público, os arguidos estavam indiciados pela prática de crimes de incitação à desordem social.

No entanto, os argumentos da acusação não foram suficientes para convencer o juiz (mal ele sabe no que se está a meter) que decidiu ilibar os 9 activistas dos direitos humanos. O Ministério Público vai, como é óbvio, recorrer da decisão.

A acusação, ao contrário do que diz o Artigo 47 da Constituição da potência colonial (direito à livre expressão). Não conseguiu provar quem eram os “criminosos” que seguravam os cartazes onde se liam mensagens com denúncias  sobre a actual situação que se vive naquela colónia.

Os 9 activistas vão esperar agora em liberdade a decisão do Supremo Tribunal sobre o recurso do Ministério Público.

A delegação europeia que visitou Cabinda durante dois dias, na semana passada, era chefiada pelo embaixador da UE em Angola, Javier Puyol, e composta pelos embaixadores da Holanda, Cor van Honk, Itália, Giuseppe Mistretta, França, Philippe Garnier, Reino Unido, Richard Walsh, um representante da embaixada de Portugal (país com o qual Cabinda tem acordos de protectorado) e por um representante da Polónia.

Em relação a este caso, como a todos os outros que envolvem o regime angolano, Portugal  continua em silêncio, de cócoras e a aguardar as superiores ordens que sobre o assunto serão ditadas pelo MPLA.

Acresce que Angola tem a garantia de Lisboa (ao que tudo indica corroborada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, na sua recente visita a Luanda) de que Portugal não vai imiscuir-se na questão de Cabinda, “até porque o próprio presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirma que Angola vai de Cabinda ao Cunene”.

Queiram ou não os donos de Portugal, do ponto de vista de um Estado de Direito (que Portugal é cada vez menos) é importante dizer-se que este reino lusitano não só não honrou a palavra dada ao Povo de Cabinda (também, eu sei, não honra a dada aos próprios portugueses) como aviltou a assinatura dos seus antepassados que, esses sim, com sangue, suor e lágrimas deram luz ao mundo.

Portugal não só violou o Tratado de Simulambuco de 1 de Fevereiro 1885 como, pelos Acordos de Alvor, ultrajou o povo de Cabinda, sendo por isso responsável, pelo menos moral (se é que isso tem algum significado), por tudo quanto se passa no território, seu protectorado, ocupado por Angola.

É verdade que entre o petróleo, grande parte dele produzido em Cabinda, e os direitos humanos dos angolanos e dos cabindas, Portugal (quase) sempre escolheu o lado do ouro negro.

Também é verdade que entre dois tipos de terrorismo, Portugal tem como bitola que um deles deve ser considerado de boa qualidade. E qual é ele? É sempre o que estiver no poder. De má qualidade é, claro está,  praticado por todos aqueles que apenas querem que se respeite os seus mais sublimes direitos.

O problema de Cabinda existe e não é por pouco se falar dele que ele deixa de existir. Cabinda é um território ocupado por Angola e nem o potência ocupante como a que o administrou pensaram, ou pensam, em fazer um referendo para saber o que os cabindas querem. Seja como for, o direito de escolha do povo não prescreve, não pode prescrever, mesmo quando o importante é apenas o petróleo.

Para que Cabinda deixasse se ser um problema, os sucessivos governos portugueses varreram o assunto para debaixo do tapete. E debaixo do tapete é tanta a porcaria que quando alguém coloca o país ao nível do lixo… até parece mesmo uma bênção.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

ALUNOS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO SENEGAL GANHAM PRÉMIOS




ÁFRICA 21

Entre os premiados estão estudantes de um liceu de Dakar e de outra instituição de Dourbiel, no interior do Senegal.

Lisboa - A língua portuguesa saiu vencedora no “Concours General” de 2011 destinado a estudantes dos liceus do Senegal na classe de Première, tendo ganho quatro distinções: um primeiro prémio, entregue pelo Chefe do Estado, um segundo prémio, entregue pelo primeiro-ministro, e dois "Accessit", entregues por membros do Governo, informou o Instituto Camões.

A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se, em Dakar, no Grande Teatro Nacional. Os alunos premiados são estudantes do Liceu Seydina Limamoulaiye e do Liceu Diourbel.

O primeiro é um dos estabelecimentos de ensino mais importantes de Dakar, com uma frequência de cerca de 5.000 alunos, onde a língua portuguesa está bem implantada.

O segundo está instalado numa cidade do interior do país, Dourbiel, e tem como curiosidade o facto de a língua portuguesa ter sido a única disciplina em que os alunos deste liceu foram contemplados.

"Este prémio ilustra também a expansão crescente do ensino da língua portuguesa no Senegal, que não se limita às grandes cidades", sublinha o Instituto Camões

OBSERVADORES INTERNACIONAIS ACOMPANHAM ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM CABO VERDE




ÁFRICA 21, com Panapress

Em 36 anos de independência, Cabo Verde teve três chefes de Estado – Aristides Pereira (1975-1991), António Mascarenhas Monteiro (1991-2001) e Pedro Pires (desde 2001).

Praia – Observadores da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e dos Estados Unidos deverão supervisionar as eleições presidenciais de 7 de agosto em Cabo Verde.

A UA enviou a Cabo Verde o congolês Pascal Gayama, antigo secretário-geral adjunto da Organização de Unidade Africana (OUA), para chefiar a sua delegação composta por 13 observadores de vários países africanos.

Os restantes observadores da UA deverão chegar a Praia, o mais tardar, até à próxima sexta-feira.

Para além da missão da UA, o pleito eleitoral de domingo em Cabo Verde deverá ser supervisionado por 11 observadores dos Estados Unidos e da CEDEAO.

Os observadores têm como missão testemunhar o processo eleitoral, o escrutínio e o apuramento dos resultados, bem como emitir parecer sobre a sua credibilidade em função de critérios relativos à transparência, ao carácter democrático da eleição, à aplicação da lei eleitoral e aos procedimentos exigíveis.

Manuel Inocêncio (apoiado pelo PAICV, partido no poder), Aristides Lima (deputado do PAICV, que concorre como independente), Jorge Carlos Fonseca (apoiado pelo MpD, maior partido da oposição) e Joaquim Jaime Monteiro (independente) , são os quatro candidatos que se apresentam ao escrutínio de 7 de agosto.

Um total 305.349 eleitores estão inscritos para as presidenciais, dos quais 36.934 na diáspora, com vista a escolher o sucessor de Pedro Pires, eleito em 2001 e reeleito em 2006, mas que está impossibilitado constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.

Em 36 anos de independência, Cabo Verde teve três chefes de Estado – Aristides Pereira (1975-1991), António Mascarenhas Monteiro (1991-2001) e Pedro Pires (desde 2001).

Brasil: Apesar das provocações, Dilma tende a manter Jobim no Ministério da Defesa




CORREIO DO BRASIL, com Vermelho.org - de Brasília

Auxiliares da presidente Dilma Rousseff disseram ser improvável a demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na semana passada, em entrevista a um portal de notícias, ele declarou ter votado no seu “amigo íntimo” e adversário da presidente, José Serra, na disputa presidencial de 2010.

Dilma, segundo essas autoridades, reprovou a fala, classificada no Palácio do Planalto como “infeliz”, bem como não tem gostado de outras manifestações do ministro. Mas a presidente não pensa em demissão, o que lhe poderia trazer fama de antidemocrática.

A eventual demissão do ministro envolve interesses que Dilma ainda avalia e sob os quais está formando opinião. São interesses que vão da tentativa revanchista de transformar a Comissão da Verdade num tribunal de julgamento a negócios bilionários na área de defesa que transcendem a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB), prevista para 2012.

Entre interlocutores da presidente e do ministro, essa é a única explicação visível para o noticiário recorrente sobre a queda de Jobim. É fato que os dois, ambos de temperamento forte, não tiveram bom início na transição. Hoje, no entanto, têm projetos sensíveis encaminhados.

Jobim, por exemplo, tem uma reunião marcada com o PSDB: quer apoio dos tucanos para aprovar no Congresso a criação da Comissão da Verdade nos termos em que ela foi negociada com as Forças Armadas. Pelo acordo, as famílias dos desaparecidos políticos terão acesso à memória do que ocorreu com seus parentes. Já os militares que testemunharem poderão ser processados criminalmente, como quer parte da esquerda.

No que se refere aos contratos e acordos militares, o contencioso Brasil-EUA voltou a crescer. No próximo ano, o governo escolherá os caças para reequipar a Aeronáutica. As chances do Super Hornet americano continuam pequenas, mas outros conflitos entraram em cena.

Brasil e Colômbia pretendem assinar um acordo militar, no próximo dia 4, para o patrulhamento de 50 quilômetros de cada lado da fronteira. O objetivo é o combate ao tráfico de drogas, de armas e aos crimes ambientes. Algo como já ocorre hoje com a Bolívia, por exemplo, e que posteriormente se pensa em estender à Venezuela.

Mas somente as forças dos dois países participariam das ações: além dos militares, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e afins. Ou seja: não participariam forças externas aos países fronteiriços, o que poderia significar a retirada dos Estados Unidos da região, que mantêm bases e estreitas relações com a Colômbia. Além disso, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) seriam avisadas.

O Brasil também decidiu reativar a base de Alcântara, no Maranhão, mas os americanos não estão incluídos no projeto. Recentemente, em Itaguaí, Dilma cortou a primeira chapa de aço do submarino nuclear — parceria brasileira com a França. Os três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica, além do chefe do Estado Maior Conjunto) apoiam a permanência de Jobim. Mas todos, inclusive Jobim, consideram que sua declaração foi “desnecessária”, como disse o secretário-geral das Presidência, Gilberto Carvalho, e que esse é um assunto da presidente.

No PT, há quem considere a eventual demissão de Jobim a verdadeira “caça às bruxas” a que se referiu nos últimos dias o ministro Gilberto Carvalho, ao afirmar que Dilma não faria demissão em massa de aliados suspeitos de corrupção. No caso, seria uma discriminação ideológica.

Mais entrevista

Nesta segunda-feira, ao participar do programa Roda Vida, da TV Cultura, em São Paulo, Jobim negou estar em crise com Dilma e disse que não pretende deixar o cargo. Jobim classificou sua relação com Dilma como “ótima” e afirmou que está no governo “por prazer”.

O ministro fez vários elogios à presidente, ao ser questionado sobre sua eventual saída do governo federal.

– Ela (Dilma) é extraordinária. Minha relação com ela é ótima, não há nenhum problema. ela tem grande visão de Estado, visão de futuro. Tenho muito o que fazer (no governo) – desconversou Jobim.

O peemedebista minimizou o impacto da declaração sobre seu voto em 2010.

– Todo mundo sabia das minhas relações com Serra. Era amigo íntimo de Serra. Ele foi meu padrinho de casamento, morei com ele, aprendi economia com ele em 1983 – disse, citando que é amigo do ex-governador tucano há muitos anos.

Há quatro anos no Ministério da Defesa, Jobim disse ter sido convidado a permanecer no cargo mesmo tendo votado em Serra.

– A minha relação dentro do governo é institucional, para tocar para frente um projeto de reorganização das Forças Armadas. Sou ministro por prazer e tenho desejo de continuar a fazer o que estou fazendo – declarou.

Jobim disse ainda que sua manutenção no cargo só depende de Dilma. Segundo o ministro, sua nomeação não foi para contemplar o PMDB no governo e não pode ser contada como da cota partidária.

“Idiotas”

Foi o segundo episódio em menos de um mês em que o ministro gerou constrangimento a Dilma. No início de julho, ao participar da comemoração dos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jobim fez um discurso que foi interpretado como uma crítica ao atual governo. O pemedebista teria feito uma crítica indireta ao estilo de Dilma, segundo aliados da petista.

– Nunca o presidente levantou a voz para ninguém. Nunca criou tensionamento entre aqueles que te assessoravam – disse Jobim sobre FHC.

A onda de boatos sobre a saída de Jobim do governo também aumentou por conta de uma frase do escritor Nelson Rodrigues que o ministro usou na mesma festa.

– E nós precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram. Ele (Nelson Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento – disse.

Nos últimos dias, Jobim chegou a demonstrar sua insatisfação com o governo a integrantes da Executiva Nacional do PMDB. Os peemedebistas sabem que Jobim se ressente do fato de não estar mais presente nas principais discussões do governo, assim como ocorria na gestão de Lula. Mas não estão dispostos a se indispor com Dilma por Jobim.

FMI vê sinais de superaquecimento na economia brasileira e recomenda cautela




CORREIO DO BRASIL, com ACS/FMI - de Bruxelas

As perspectivas para a economia brasileira são positivas, mas há sinais de superaquecimento, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI), pedindo mais medidas, sobretudo fiscais e no crédito, para lidar com os riscos. Em relatório anual sobre o país divulgado nesta quarta-feira, o FMI manteve sua previsão de crescimento econômico brasileiro neste ano em 4,1%. O organismo estimou uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,3%, a apenas dois pontos abaixo do teto da meta de 6,5%.

“A diretoria executiva congratulou as autoridades pela gestão macroeconômica saudável e o sólido arcabouço de política econômica… Os diretores concordam que, embora a perspectiva continue em geral favorável, existem sinais de superaquecimento”, disse o organismo. “Por conseguinte, destacou-se a importância de continuar a calibrar a combinação de políticas para enfrentar uma série de pressões macroeconômicas de curto prazo”.

O FMI acrescentou que recebeu bem a retirada gradual das medidas de estímulo fiscal adotadas pelo governo brasileiro durante a crise global de 2008, mas considera “que um aperto fiscal adicional ajudaria a baixar a inflação e administrar o influxo de capitais”. Isso reduziria a necessidade de elevar mais os juros. O organismo também salientou o aquecimento do mercado de crédito. A diretoria destacou “a necessidade de maior atenção aos riscos financeiros devido ao ritmo de expansão do crédito e à continuada dependência de captações externas”.

Para o FMI, as medidas já adotadas pelo governo para desacelerar esse setor já tiveram efeito, mas ressaltou que a aplicação delas precisa ser “mais extensa para que ganhem tração”. O Banco Central vem elevando a taxa de juros desde o início deste ano, além de, em dezembro passado, o governo ter tomado medidas para encarecer o crédito à pessoa física, e de elevar o depósito compulsório dos bancos. O esforço visa conter a inflação, que neste ano deve fica colada ao teto da meta, e cujas expectativas para 2012 estão acima do centro da meta, que é de 4,5%.

O mercado está em dúvida sobre se o aperto monetário já acabou em julho ou se o BC verá necessidade de mais uma alta da taxa básica de juro Selic em agosto. O FMI acrescentou que considerou apropriada a política de medidas para administrar o fluxo de capitais, mas advertiu que elas podem ser contornadas. Na semana passada, o governo anunciou mais uma medida para tentar conter a alta do real, taxando operações de derivativos cambiais feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país.

“Os custos envolvidos também precisam ser levados em conta… A esse respeito, a maioria dos diretores recomendou que se continue a aplicar medidas de ajuste da política macroeconômica como parte da resposta ao grande fluxo de entrada de capitais”. O FMI destacou ainda a necessidade de implementação de reformas fiscais como a flexibilização do Orçamento, a reforma do regime do ICMS e a reforma da Previdência.

PORTUGUESES ESTÃO PLENAMENTE CONSCIENTES DAS DIFICULDADES – Cavaco Silva




Pedro Primo Figueiredo - LUSA

Lisboa, 03 ago (Lusa) - O Presidente da República acredita que os portugueses "estão plenamente conscientes" das dificuldades que o País enfrenta, mas encorajou-os hoje a "recuperar forças e ânimo" no verão para um novo período "de coragem e de esperança".

Numa mensagem colocada ao final da tarde na sua página na rede social Facebook, Aníbal Cavaco Silva recordou que "nesta época em que muitos podem abrandar o ritmo de atividade ou gozar uns dias de descanso merecido", outros "não poderão fazê-lo, ou vivem uma grande intranquilidade" quanto ao futuro.

"Os portugueses estão hoje plenamente conscientes das dificuldades que enfrentamos e que exigirão um grande esforço para serem ultrapassadas. Por isso mesmo, este é o momento para recuperar forças e ânimo para um novo ano, que será de grande exigência, mas que deverá também ser, como tanto desejamos, de coragem e de esperança", disse o chefe de Estado na rede social.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

*Foto em Lusa

Portugal: QUE MAIS NOS VAI ACONTECER?




BAPTISTA BASTOS – PORTUGAL DIGITAL

A aura de simpatia que Pedro Passos Coelho conquistara, foi extorquida por ele próprio. A aura de simpatia que Pedro Passos Coelho conquistara, foi extorquida por ele próprio. Em poucas semanas depredou a simpatia que rodeava o Governo.

Ouve-se as pessoas, nas ruas e nos fóruns das rádios e das televisões, e as manifestações de verdete ou de repulsa ou de arrependimento (no caso de votantes) constituem ondas de contestação. Nunca, na história da nossa pequena democracia, um Executivo passou tão depressa do estado de graça ao estado de desgraça.

Passos declarou que não procedia a aumentos escandalosos. Procedeu. Que não atacava as bolsas dos mais desfavorecidos. Atacou. Vai cortar metade do subsídio de Natal a uma fatia substancial dos trabalhadores. Jurou, a pés juntos, que não aludiria às políticas do Governo do PS. Está farto de falar. Até nos "jobs" para os "boys". Aumentou de quatro o número de gestores da Caixa Geral de Depósitos, todos eles simpatizantes, militantes ou apoiantes do PSD.

As pessoas, para além de desapontadas, estão indignadas, muitas delas votantes no partido agora no poder. Alguém disse, num debate na SIC-Notícias, que a "tradição vai manter-se." A tradição consiste em despedir por ordem do cartão do partido, e não defender e preservar o mérito. Tem sido assim com todos ao partido alçapremados ao mando. Não está bem. Mas parece que ninguém protesta ou se indigna "porque é da tradição."

Espera-se, agora, a vez dos directores-gerais. Os do PS, claro, irão à vida, a fim de darem a vez aos do PSD. Evidentemente que estas movimentações partidárias custam rios de dinheiro ao País. A indiferença moral adquiria carta de alforria.

Lembro uma história verdadeira ocorrida com Bertold Brecht. O grande dramaturgo, por muitos considerado "o Shakespeare do século XX", era, com a mulher, a actriz Elene Weigel, director do Berliner Ensemble. Comunista, não escondia as suas convicções, nem o seu grande carácter, acrescente-se. Havia quem confundisse essa virtude com mau feitio. Nada disso. O homem era muito senhor do seu nariz.

Um dia, recomendado por um alto dirigente do partido, apareceu, no Berliner Ensemble, um actor de segunda ordem, mas muito sobranceiro devido à carta de recomendação que levava. Brecht leu a carta, com visível desagrado. Depois, ergueu-se do cadeirão de cena, onde estava sentado, apontou a porta da rua e disse: "Mostra-me o teu talento, não me mostres o cartão do teu partido." É uma cena memorável, contada, sem omissões ou rasuras, por pessoas que a presenciaram.

Quando do consulado de António Guterres, que seduziu e enganou muito boa gente, ele tornou famosa uma frase: "No jobs for the boys." Pois não! O PS encheu de "camaradas" a Administração Pública e as empresas onde exercia influência. Não quero dizer com isto que militantes dos partidos não devam ocupar lugares e exercer funções. Porém, desde que, para isso, possuam mérito e competência.

Pedro Passos Coelho prometeu à puridade que isso não iria repetir-se. É o que está a ver-se. Pior, talvez, ainda, há a palavra que se dá e se não respeita. Vamos de mal em mal, de desprezo em desprezo, e o País caminha para aonde? O ministro Vítor Gaspar, que surgiu precedido de grande fama, parece não demonstrar coisa que o valha. Possui um humor extravagante, o que não seria mau, caso a sua eficácia fosse provada. Acrescenta aumentos a tudo o que é indispensável ao viver mais decente, já anunciou dois orçamentos rectificativos, e prometeu que as dificuldades não terminavam assim. Atingimos o grau zero da credibilidade, e ainda estamos com poucas semanas deste Governo. Vamos continuar na purga desta aflição?

Um belo livro de Teresa Horta

Maria Teresa Horta é um dos nomes centrais da cultura portuguesa. Prosadora, poeta, jornalista, grande entrevistadora, ela nunca cedeu a vez nem calou a voz, mesmo nos períodos mais difíceis da sociedade portuguesa.

Jamais abdicou das suas convicções e, por vezes, batalhou sozinha, contra ventos e marés. E dispõe de uma coragem incomum, e muitas vezes provada. Acaba de publicar um documento-ficção, cuja notabilidade advém dos vários indicadores de leitura que nos propõe. "As Luzes de Leonor" é um trabalho literário que apaixonava Teresa Horta e que ocupou mais do que uma década dos seus labores. "A marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis", é uma daquelas personagens fulcrais, cuja vida, cuja liberdade e cuja independência teriam de atrair a curiosidade e o talento de Teresa Horta. O volume comporta uma investigação pormenorizada, uma criatividade excepcional e uma paixão não dissimulada. Além do belíssimo texto literário, incluem-se documentos e poemas da biografada.

*Baptista Bastos, jornalista e escritor português, assina coluna no Jornal de Negócios

b.bastos@netcabo.pt

DESERTO NEOLIBERAL: BOLSAS DESPENCAM; MILHÕES DE DESEMPREGADOS E NENHUM LÍDER




CARTA MAIOR

A zona do euro tem cerca de 16,5 milhões de desempregados e nenhum líder político capaz de contrastar o naufrágio num oceano de ortodoxia, mediocridade e rapinagem especulativa. Esta manha, ondas especulativas voltara a acuar a Espanha e a Itália exigindo juros maiores para financiar as respectivas dívidas públicas.

Os EUA tem na Casa Branca um símbolo da indiferenciação ideológica que propiciou a supremacia do Tea Party. A contrapartida disso são 20 milhões de norte-americanos desempregados – isso sem computar o desemprego disfarçado de prisão: 1% da população adulta dos EUA está encarcerada, negros pobres, em sua maioria; o país tem 25% dos presos do mundo, uns 2,3 milhões de norte-americanos. Em julho, as empresas norte-americanas criaram 110 mil vagas de trabalho; um pingo d´água inferior ao de junho ( 157 mil). Para dar algum alento à esperança seriam necessários 200 a 250 mil empregos/média por vários meses.

Nos últimos dias, algumas das maiores corporações do planeta, como a Merkel, banco Santander etc fecharam 80 mil vagas de trabalho. É a tendência do vento. A taxa de crescimento anual da economia norte-americana no segundo trimestre ficou em 1,3%. A menor desde o início da recessão em 2009. Os gastos dos consumidores – que movimentam 60% do país — caíram 0,2% em junho. Parece pouco, mas significa estagnação quando se precisa de saltos olímpicos para começar a sair do buraco. É sobre esse metabolismo anêmico que o Tea Party prescreveu e Obama engoliu um choque de “Estado mínimo”, com arrocho nos gastos e investimentos estatais por 10 anos. Dez anos.

Keynes e Roosevelt trocaram síncopes cardíacas no além e 95 democratas (da ala social-democrata), metade da bancada do partido na Câmara, votaram contra. Não por acaso quem tem dinheiro em ações de empresas – portanto depende de crescimento dos negócios para lucrar - disparou ordens de vendas que derrubaram as bolsas do mundo ontem e hoje.

O Brasil deve amarrar o burro em outra praça. A economia americana por longos anos não exercerá mais o papel que já teve de alavanca mundial. Mais que nunca estava certa a estratégia reordenadora do governo Lula. Pós-palocci, trocou-se o alinhamento carnal com os EUA pela integração regional, mais um choque de investimento público e social que redefiniu a fronteira da demanda doméstica. Ao governo Dilma cabe avançar um degrau nessa direção. O nome do degrau é redução dos juros -- negociada politicamente com sindicatos e empresas para evitar choque de preços. Não há política industrial que faça o milagre de driblar a retração em curso com juros reais de 6,8% ao ano.

(Carta Maior; 4ª feira, 03/08/ 2011)

Brasil: PACOTE NACIONALISTA E PROTECIONISTA SOLIDIFICA ALIANÇA DILMA-INDÚSTRIA




ANDRÉ BARROCAL – CARTA MAIOR

Para evitar que nova fase da crise mundial afete a indústria e seus trabalhadores, governo lança pacote de medidas de apoio e proteção ao setor. Plano corta impostos, incentiva investimentos e inovação tecnológica, dificulta importações e garante preferência para fornecedor nacional em compras públicas. Objetivo é assegurar que mercado interno continue sustentando crescimento econômico. "A indústria tem em mim uma aliada", diz Dilma Rousseff, que fez questão de lançar pacote no máximo até o dia D da dívida norte-americana.

BRASÍLIA – Com o mundo à beira de uma nova fase da crise financeira mundial iniciada em 2008, momento que tem como símbolo máximo a crise da dívida dos Estados Unidos, a presidenta Dilma Rousseff lançou nesta terça-feira (02/08) um pacote de medidas em defesa da indústria nacional no qual explicita uma aliança com o setor para que o mercado interno continue sendo o motor do crescimento.

O pacote reduz impostos, oferece crédito público mais barato para financiar investimentos e inovação das empresas, dificulta certos tipos de importação e assegura que fornecedores brasileiros tenham preferência em compras do governo, entre outras coisas.

O objetivo principal do pacote, batizado de Brasil Maior, é evitar que o dólar barato – efeito quase inevitável, na avaliação do governo, da nova etapa da crise mundial – quebre empresas brasileiras exportadoras e aquelas que concorrem com importados no país. A dificuldade dos dois segmentos poderia gerar demissão de trabalhadores e desaceleração da economia, o que o governo tenta evitar.

“Estamos iniciando uma cruzada em defesa da indústria brasileira diante de um mercado internacional com uma competição, na grande maioria das vezes, desleal e predatória”, disse Dilma, no discurso de lançamento do pacote. “A insensatez pode ter sido evitada, mas a instabilidade produzida lá fora vai continuar”, completou.

“Insensatez” foi a palavra mais usada nos últimos por Dilma e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para se referir à crise da dívida dos Estados Unidos. A negociação entre o presidente Barack Obama e seus inimigos republicanos arrastaou-se até a véspera do prazo a partir do qual poderia haver um calote, justamente nesta terça-feira (02/08).

Segundo Carta Maior apurou, Dilma exigiu de seus ministros que fechassem o pacote a tempo de ser lançado no máximo até o dia D da dívida norte-americana. A presidenta entende que assim será mais fácil defender um pacote protecionista de adversários de visão mais liberal. Não por acaso, ela começou o discurso dizendo justamente que o dia 2 de agosto pode ter um “significado especial” no Brasil e no mundo.

O discurso de Dilma encerrou uma sequência de falas de ministros e de um empresário em que o tom nacionalista e protecionista foi marcante.

Primeiro orador do evento, Guido Mantega foi o mais enfático. Usou palavras fortes e frases de efeito, ao apresentar o pacote a uma platéia formada por industriais e políticos – sindicalistas optaram por boicotar o lançamento, por discordarem do processo de elaboração do plano e de uma das medidas, a desoneração da folha de salário para alguns setores.

Segundo Mantega, o mundo “está em crise” e vive um “ambiente extremamente adverso”, caracterizado por “concorrência predatória” nas exportações e por “mercados de manufatura [que] subiram”. “Temos que ter a perspectiva de que [a situaçào] não vai melhorar”, afirmou o ministro. “O mercado brasileiro precisa ser usufruído pela indústria brasileira e não pelos aventureiros que vêm de fora.”

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, não ficou atrás. Parafraseando o slogan do governo Dilma (“País rico é país sem pobreza”) disse que “país desenvolvido é país que tem indústria” e que o governo vai estimular o setor. “É obrigação do Estado brasileiro defender o mercado local e a indústria local”, declarou.

Único orador do setor privado a falar, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi só elogios. Disse que, “num momento simbólico”, o pacote “reafirma o papel da indústria no desenvolvimento da economia e prioriza competitvidade e inovação na estratégia da política industrial.”

“A indústria nacional tem em mim uma aliada”, afirmou Dilma Rousseff. “Nós não acreditamos que o desenvolvimento possa abrir mão da indústria e se dedicar prioritariamente a construir uma economia de serviços”, completou.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o tamanho da economia, o setor industrial respondeu, no ano, por 24% do chamado produto interno bruto. Já o setor de serviços, onde estão os bancos, por exemplo, ficou com 58%.

Ao encerrar o discurso, Dilma recorreu a um dos símbolos do pensamento nacionalista e desenvolvimentista do Brasil, o economista Celso Furtado, morto há sete anos. Citou-o para dizer que “nossa economia já não é comandada de fora, de fora para dentro” e que “nós somos senhores do nosso próprio destino”.

Fotos: Wilson Dias/ABr

DIRETO DA REDAÇÃO - 10 ANOS




ELIAKIM ARAÚJO* – DIRETO DA REDAÇÃO

Há exatos dez anos, no dia 3 de agosto de 2001, um mês e pouco antes dos atentados terroristas que mudaram a face da humanidade, o Direto da Redação iniciava sua vitoriosa carreira no jornalismo online.  Naquele dia, disparamos nossa primeira newsletter, anunciando nossas primeiras colunas para um público de umas duzentas pessoas, parentes e amigos da equipe de colunistas de estréia.

Daquela época romântica para cá muita coisa mudou, mas o DR se manteve fiel ao seu compromisso original de priorizar a liberdade de opinião. Apesar de não aceitar patrocínios, o que de certa forma lhe dá um ar amadorístico, o site está muito mais profissional nos dias que correm. 

Sobre a questão de recusa de patrocínio, é bom esclarecer que não se trata de um sentimento de soberba. Nada disso.  É que o custo de manter a página é praticamente nenhum, já que todos os colunistas concordam em não receber nada em troca da liberdade que aqui encontram e que não teriam em nenhum veículo da mídia tradicional, onde se amarra o burro de acordo com a vontade do dono.

Daí porque dispensamos algumas ofertas de patrocínio, que, além do mais, eram tão ridículas que nos sentimos muito melhor salvaguardando nossa total  liberdade de opinião, coisa que não teríamos por exemplo se aceitássemos o apoio de um banco, de uma empresa aérea ou de uma multinacional, o que nos obrigaria a pensar duas vezes antes de tecer uma crítica aos juros escorchantes que os bancos cobram, ao aperto por que passam os passageiros da classe econômica de certas companhias de aviação ou à exploração do consumidor e o péssimo serviço oferecido pelas companhias estrangeiras de telefonia .

Como é bom ser livre!  Como é bom não ter que prestar contas ao patrão por ter criticado um politico amigo dele ou uma empresa com a qual ele pretende fazer um negócio por baixo dos panos! Como é bom não ter comprometimento com partidos ou com a classe dos politicos!  

O DR começou assim, e permanence fiel a esse princípio. No último ano, implantamos o espaço para comentários dos leitores. Publicamos a maioria, poucos são ignorados, só aqueles extremamente grosseiros e/ou ofensivos ao colunista ou a outro leitor.  Mas a opotunidade da interação colunista/leitor foi formidável.

Os comentários são um excelente medidor do perfil dos nossos leitores. Observa-se que a paixão política é uma constante. Critica-se um colunista quando o ponto de vista dele entra em choque com o do leitor. Há os que usam o espaço para fazerem proselitismo politico ou como bandeira de luta contra o partido que está no governo. É a porrada pela porrada, sem nenhuma avaliação ou pesquisa mais séria. Um leitor chegou a insinuar que nossa página recebia verbas secretas do governo(!).  Só faltou dizer que somos financiados pelo “ouro de Moscou”.

Outro dia, escrevemos que “dinheiro não traz competência”, em relação aos desmandos cometidos pelos bispos que comandam a TV Record. Um leitor comentarista acusou-me de pau mandado da Globo. Ele foi incapaz de pesquisar, nos 457 artigos que publiquei nestes dez anos,  quantos contiveram críticas ao jornalismo parcial da emissora dos Marinho. E não foram poucos.

Felizmente, a maioria dos leitores entendeu a importância do espaço disponibilizado e se acostumou a usá-lo de maneira correta, postando comentários oportunos,  próprios de uma página que se propõe ao debate inteligente e em alto nível.

Neste dia de comemoração, ergo minha taça de champagne virtual para agradecer aos colunistas de hoje e aos de ontem,  que,  por um ou outro motivo, tiveram que descer do barco.  Mas todos tiveram extrema importância no crescimento e fortalecimento de nossa página. Considero que esse espaço não tem dono, é de todos. Meu trabalho apenas é o de coordenar uma equipe de alguns monstros sagrados e postar os artigos que me enviam.

E, por último, porém não menos importante, um super agradecimento aos nossos milhares de leitores, desde aqueles mais fiéis da primeira hora aos que foram entrando pelo caminho e estão hoje conosco, como uma grande família que nos proporciona a média de 800 visitas diárias.   A todos, em nome da equipe do DR, o nosso melhor agradecimento e a promessa de seguir oferecendo um produto que traga ao leitor a oportunidade de desenvolver um senso critico sobre a sociedade de nosso tempo.

Nesses dez anos, recebemos milhares de mensagens, muitas simpáticas,   poucas nem tanto. Mas no último mês de junho, recebi com júbilo a mensagem de um leitor que, em apenas duas linhas,  definiu com precisão e simplicidade absolutas o espírito que norteou a criação do DR há dez anos e que permanence vivo e firme como uma rocha. Eis a mensagem enviada por Afonso Pires Faria:

Ainda não tinha visto um site tão imparcial. Meus parabéns. Li três artigos elogiando e criticando o governo de forma não apaixonada. Difícil de encontrar algo semelhante em sites e muito menos na mídia.

*Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais.

Brasil: EX-MINISTRO DOS TRANSPORTES MANDA RECADO À PRESIDENTE DILMA




PORTUGAL DIGITAL, com Agência

Ex-ministro dos Transportes nega acusações de corrupção e diz que PR "não é lixo".

Brasília - O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, do Partido da República (PR), disse, terça-feira (2), que deixou a pasta porque não encontrou apoio no governo da presidente Dilma Rousseff após a publicação de denúncias de corrupção que envolveram a cúpula do ministério e do partido dele, o PR.

“Quero fazer uma sugestão à presidente: tome para si a responsabilidade de corrigir esse PAC", disse o senador.

Apesar de ressalvar que a presidente não o demitiu e que ela “sabe" que o ex-auxiliar é "um homem limpo”, Nascimento se queixou, em discurso na tribuna do Senado, de reuniões feitas com membros do ministério e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sem a presença dele. Segundo o senador, o conteúdo dessas reuniões foram posteriormente vazados para a revista Veja, que desencadeou a crise no ministério.

“Na medida em que tal conteúdo jamais foi desmentido, eu me pergunto até hoje: por que a Presidência não me convocou para a reunião? Aquele recado era para quem? Será que a presidente [Dilma Rousseff] preferiu conduzir aquela conversa sem a minha presença?", indagou o ex-ministro.

Nascimento se mostrou indignado com a maneira como as demissões no Ministério dos Transportes, chamadas pela imprensa de “faxina”, têm sido tratadas. “Eu não sou lixo, meu partido não é lixo, nossos sete senadores não são lixo”, disse Nascimento.

No discurso, o ex-ministro fez um relato sobre a atuação dele no ministério desde o início do ano. Disse que encontrou a pasta “muito diferente” da que deixou quando se afastou do cargo em março do ano passado para disputar o governo do Amazonas. Segundo Nascimento, houve um “incremento” nos gastos do ministério durante o afastamento dele.

“Quando saí, junto com a presidenta Dilma, então ministra, o PAC [Plano de Aceleração do Crescimento] do Ministério dos Transportes significava um pacote de investimentos da ordem de R$ 58 bilhões. Quando retornei, já estava em R$ 72 bilhões. Dediquei os primeiros noventa dias de gestão a uma imersão em todos os projetos e ações em andamento. Em fevereiro, fui o primeiro a perceber a disparada dos gastos previstos e determinei um pente fino para conhecer a origem de tal movimentação”, afirmou ele.

De acordo com Nascimento, o descontrole nos gastos colocavam em risco a execução de novos projetos. “Na prática, o cenário que encontrei, quando reassumi a pasta, em janeiro, significava que a nova administração não teria recursos necessários para iniciar nenhuma nova ação, limitando-se a pagar e a entregar as obras das gestões anteriores. Mantida aquela destinação do orçamento, não teríamos o PAC 2”, garantiu.

Para corrigir a situação, o ministro disse que acordou com a presidenta Dilma que apresentaria uma solução até o dia 15 de julho. Antes, contudo, uma série de acusações foi lançada na imprensa contra o ministro e o filho dele. O senador creditou a origem das denúncias ao ex-deputado estadual do Amazonas e radialista Ronaldo Tiradentes. Segundo Nascimento, Tiradentes teria induzido jornais de grande circulação nacional ao erro ao fornecer dados distorcidos sobre as movimentações financeiras da empresa de Gustavo Nascimento, filho do ex-ministro.

“Construídas com o objetivo de atingir-me, tais mentiras já haviam sido desmontadas em 2009, quando mobilizaram setores da imprensa. Os ataques ao meu filho agora reprisados fazem parte da estratégia mesquinha de um desafeto que, protegido pelo anonimato, manipula o noticiário a partir do Amazonas para alimentar suas chantagens e perseguições”, afirmou o ex-ministro, que informou que irá buscar na Justiça a reparação ao que considera "injustiças" contra a família dele.

Nascimento declarou ainda que é mentiroso o dado de que a empresa do filho aumentou em 86.500% o capital social. Segundo ele, a informação foi distorcida porque considerou apenas os ativos da empresa, ignorando os passivos. O ex-ministro garantiu que filho nunca teve negócios com empresas fornecedoras do governo e que não gosta de política.

Sobre a permanência dele e do PR na base aliada, Nascimento lembrou que reassumiu a presidência nacional do partido e que não cogitou a retirada do apoio ao governo. Mas se permitiu dar um conselho para a presidente Dilma Rousseff: “Quero fazer uma sugestão à presidente: tome para si a responsabilidade de corrigir esse PAC", para que o programa volte a ter a credibilidade que tinha quando Dilma era a ministra responsável. As informações são da ABr.

Brasil: Amália Rodrigues é recordada em eventos na Embaixada de Portugal em Brasília




PORTUGAL DIGITAL

O canto e a vida da fadista são de novo lembrados em eventos na Embaixada lusa na capital federal.

Brasília - O Centro Cultural da Embaixada de Portugal em Brasília abre as portas, esta semana, para um conjunto de eventos em homenagem à memória da fadista Amália Rodrigues.

De acordo com nota da Embaixada de Portugal, os eventos têm a coordenação do radialista português Jorge Rodrigues, que tem assiduamente colaborado com o Instituto Camões/Brasília.

Confira o programa divulgado pela Embaixada:

Dia 2 de Agosto, terça-feira

Projeção do filme de Bruno Almeida “The Art of Amalia", um documentário exaustivo sobre a carreira de Amália Rodrigues

Dia 3 de Agosto, quarta-feira

Projeção de um concerto de Amália Rodrigues na Roménia

Lançamento do Dicionário Ilustrado do Vinho do Porto, do brasileiro Carlos Cabral e do português Manuel Pintão

Dia 4 de Agosto, quinta-feira

Inauguração de exposição sobre Amália Rodrigues

Projeção de DVD gravado pela RTP - televisão pública portuguesa - sobre Amália

Jantar da Academia do Bacalhau em homenagem a Ana Paula Zacarias, embaixadora da União Europeia no Brasil.

Quem foi Amália?

Amália da Piedade Rodrigues (Lisboa, 23 de Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.

Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo.

Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, brasileira).

Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill.


CPLP: SINDICALISTAS DOS PROFESSORES ORGANIZAM-SE NA FORMAÇÃO EDUCATIVA E LABORAL




REDAÇÃO, com FENPROF

No âmbito dos países da CPLP a FENPROF aproveitou “a presença de delegados dos países de língua oficial portuguesa e reuniu, na manhã de dia 23, a CPLP - Sindical de Educação. Os dirigentes presentes, para além de partilharem entre si as principais preocupações das respectivas organizações face às políticas educativas e laborais em curso, aproveitaram a oportunidade para trabalharem na construção de uma acção de formação sindical a desenvolver nos respectivos países e dirigida aos quadros sindicais.”

Segundo o site da FENPROF “Estiveram presentes organizações sindicais de docentes de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau. Por dificuldades de ligações aéreas, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe ainda não estão a participar no Congresso”

Timor-Leste: INAUGURADA PONTE MOLA, EM ZUMALAI, COVA LIMA




SAPO TL

No passado dia 29 de Julho, o Chefe do Estado, José Ramos-Horta, acompanhado pelo Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, pelo Ministro das Infra-estruturas, Pedro Lay, pelo Presidente do Parlamento Nacional, Fernando Lasama, e pelo Embaixador do Japão para Timor-Leste, Iwao Kitahara, inagurou a ponte Mola, no sub-distrito de Zumalai, Covalima, informa a página do governo timorense.

Com o inicio das obras em Janeiro de 2010,“a ponte é um instrumento estratégico para o desenvolvimento e para a indústria, que irá beneficiar as comunidades de Timor-Leste e da nação vizinha, Indonésia" afirmou o Presidente José Ramos-Horta.

"Se a nossa economia for dinâmica e estável, os nossos amigos que residem em Atambua, na Indonésia, também serão beneficiados porque o comércio entre as comunidades vizinhas pode agora desenvolver-se. A relação, entre Timor-Leste e a Indonésia, irá melhorar, bem como a política das fronteiras. Por isso, a inauguração da ponte Mola, é um passo positivo para a normalização das atividades económicas neste distrito” ,continua.

De acordo com a página do governo timorense, o Ministro das Infra-estruturas, Pedro Lay, agradeceu “em nome do Governo de Timor-Leste, especialmente do Ministério das Infra-estruturas, ao Governo de Japão pela construção desta ponte, que vem melhorar as infra-estruturas de Timor-Leste”.

Para o Embaixador do Japão em Timor-Leste, Iwao Kitahara, “a construção da Ponte Mola é mais um símbolo de amizade entre os povos de Timor-Leste e do Japão. O Governo e o povo do Japão disponibilizaram nove milhões de dólares para a construção da Ponte Mola.”

Iwao Kitahara agradeceu ainda "os esforços conjugados e pela paciência mantida durante o processo de construção. Hoje reunimo-nos aqui para a cerimónia de inauguração da Ponte Mola, que, espero, possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações e aumente a circulação entre as cidades, facilitando o transporte nas áreas fronteiriças, para dar melhor acesso aos mercados locais, à saúde e à educação.”

A ponte tem 216 metros de comprimento, custou cerca de nove milhões de dólares e a empresa japonesa Dai Nippon Construction (DNC)foi a responsável pela obra.

SAPO TL com Governo Timor-Leste

Indonésia: MILHARES DE HABITANTES DE PAPUA REIVINDICAM INDEPENDÊNCIA DA PROVÍNCIA




LUSA

Jayapura, Indonésia, 02 ago (Lusa) -- Perto de 10 mil habitantes da província indonésia de Papua manifestaram-se hoje para exigir a independência do território, um dia depois dos violentos confrontos naquela região que fizeram 21 mortos, disseram testemunhas locais.

Os manifestantes, que desfilaram nas principais ruas da capital da província, Jayapura, sob forte vigilância policial, exigiram a saída das forças militares indonésias da província.

Outras ações de protesto, que também reuniram várias centenas de pessoas, ocorreram em Timika, na costa sul do território indonésio, e na capital indonésia, Jacarta, onde os manifestantes reclamaram a realização de um referendo.

Perto de 700 soldados, fortemente equipados, foram destacados para a cidade de Jayapura, na sequência dos violentos confrontos de segunda-feira entre centenas de apoiantes dos candidatos às eleições locais marcadas para 09 de novembro.

Os incidentes fizeram 21 mortos e dezenas de feridos, indicou a polícia.

Na região de Abepura, no norte da província, homens armados abriram fogo sobre um autocarro, matando quatro pessoas e ferindo sete, adiantaram as forças de segurança.

Sydney: POLÍCIA AUSTRALIANA TENTA DESMANTELAR "BOMBA-COLEIRA" NUMA JOVEM





Rapariga de 18 anos com engenho armadilhado no pescoço

A polícia australiana está desde esta manhã a tentar desmantelar uma "bomba-coleira" colocada numa rapariga de 18 anos, moradora num bairro milionário de Sydney. As primeiras informações apontam para uma tentativa de extorsão.

Segundo o diário australiano Telegraph, foi a própria jovem a telefonar para a polícia a alertar para o explosivo. Ainda ninguém sabe como é que o colar lhe foi parar ao pescoço, mas este não terá sido colocado por ela.

Junto com o explosivo estará o que se acredita ser uma nota de resgate, mas a polícia não a leu ainda, receando detonar acidentalmente os explosivos. Um responsável afirmou que nunca tinha sido visto um engenho armadilhado deste tipo na Austrália, descrevendo-o como uma espécie de “bomba-coleira”.

A casa da jovem, de uma das mais ricas famílias de Sydney, estava isolada e a rua cortada enquanto a polícia tentava desmantelar o engenho.

Documentos do navegador Pedro Fernandes de Queirós vão a leilão na Austrália




LUSA – SAPO TL

Sydney, 03 ago (Lusa) -- Um conjunto de documentos do navegador português Pedro Fernandes de Queirós (1565--1614) endereçados ao Rei Filipe III da Espanha (II de Portugal), vão a leilão na Austrália, informa hoje a imprensa local.

As cartas, datadas de 1608, integram um lote com 127 documentos, posto à venda por um antiquário, e que inclui um registo da primeira representação da constelação estelar Cruzeiro do Sul.

O lote integra uma coleção de livros e mapas antigos das míticas Terras do Sul que vai a leilão e está avaliado em mais de 3,5 milhões de dólares norte-americanos (2,6 milhões de euros), segundo a agência AAP.

O gerente do antiquário, Dereck McDonnell, explicou que se trata "da mais extraordinária coleção de livros que datam do século XV ao XVIII sobre as Terras do Sul".

Segundo a agência noticiosa Efe, nas cartas o navegador, nascido em Évora, solicita ao monarca o financiamento de uma expedição às "Terras do Sul".

Pedro Fernandes de Queirós, variadas vezes grafado em espanhol como Pedro Fernández de Quirós, liderou várias expedições marítimas às terras austrais e é apontado por vários autores como o descobridor do continente australiano, que terá batizado como "Austrália do Espírito Santo".

Qantas cancela vídeo de segurança com John Travolta com discórdia dos sindicatos




LUSA – SAPO TL

Sidney, 03 ago (Lusa) - A Qantas decidiu cancelar o vídeo de segurança com o ator John Travolta, que elogiava os pilotos da companhia australiana, uma decisão contestada hoje pelos sindicatos australianos, que acusam a companhia de querer sub-contratar pilotos.

No vídeo em questão, o ator americano, também ele piloto e proprietário de um Boeing 707-138, comprado à Qantas, dá conselhos de segurança aos passageiros e declara: "Não há melhor do que ter um piloto da Qantas aos comandos de um avião".

A companhia aérea negou as acusações de substituição dos pilotos da Qantas por outros sub-contratados e justificou que o vídeo com John Travolta foi transmitido nos seus aviões apenas temporariamente.

"A mudança de vídeos não tem nada a ver com o sindicato dos pilotos", assegurou um porta-voz da Qantas, citado pela AFP.

A mesma fonte indicou que "ao contrário do que dizem, todos os voos Qantas são operados por pilotos da Qantas".

"Mas eles também querem que os pilotos de subsidiárias da Qantas, como a Jetstar (low-cost), sejam pagos ao mesmo nível dos da Qantas e nós não concordamos", acrescentou o porta-voz da companhia australiana.

Estado falhado: POLÍTICO SOMALI EM MAPUTO PARA PEDIR APOIO A MOÇAMBIQUE





O Presidente do Partido Democrático da Somália (DPS), Maslah Mohamed Siad Bare, pediu apoio a Moçambique para a solução pacífica dos problemas político-militar e humanitários que enfermam aquele país do corno de África. 

Falando hoje, em Maputo, na audiência que lhe foi concedido pela Presidente do parlamento moçambicano, a Assembleia da Republica (AR), Verónica Macamo, Bare vincou que há cerca de duas décadas que aquele país enfrenta uma crise política, agora associada a seca e fome.

Aquele líder partidário, de visita ao país com o objectivo de estabelecer contactos com algumas entidades, apelou ainda a Presidente da AR para interceder junto da união Inter-parlamentar e outros organismos internacionais de que a AR faz parte para se buscar soluções duradoiras para a crise somali.

Em resposta, Verónica Macamo disse que Moçambique é um país que quer ver a Somália em paz, para que o seu povo tenha espaço para lutar contra a pobreza.

“Tudo faremos para ajudar a Somália a sair dos problemas que enfrenta”, declarou a Presidente do parlamento moçambicano.

A Somália vive, actualmente, uma crise política – militar e humanitária preocupante, caracteriza pelas dificuldades do Governo Federal de Transição (GFT) em impor –se como autoridade de facto e conseguir um dialogo com os rebeldes para por fim a instabilidade política que o país atravessa nos últimos 20 anos.

Agravam a crise somali, o terrorismo, recrutamento e uso de crianças-soldado, a pirataria caracterizada por assaltos ao largo da Costa do Indico e não só e tomada de reféns.

Na Somália existe um parlamento transitório que em Janeiro de 2009 elegeu ao Sheikh Sharif Sheikh Ahmad Presidente do GFT, líder que goza de simpatia e considerado o homem com capacidade para trazer paz e estabilidade naquele pais, através do envolvimento directo dos líderes das facções que estão fora do processo da paz.

Graça Machel anuncia atribuição de bolsas de estudos para mestrados e doutoramento




MMT - LUSA

Maputo, 03 ago (Lusa) -- A ativista moçambicana Graça Machel anunciou hoje a atribuição de bolsas de estudos para raparigas pobres de Moçambique frequentarem cursos de mestrado e doutoramento em ciências básicas e tecnológicas nas "universidades do topo" a nível mundial.

Denominado Bolsa de Estudo Graça Machel, o projeto visa conceder anualmente três bolsas de estudos, com a duração de cinco anos, a raparigas moçambicanas, de modo a "ampliar a capacidade técnica e científica (das beneficiárias) em áreas que Moçambique tem falta", disse.

"Quando fiz 60 anos decidi oferecer-me um presente: criar oportunidades para 60 raparigas (pobres) para terem a mesma oportunidade que eu tive na década de 60 quando beneficiei de uma bolsa de estudo", justificou Graça Machel.

O programa já começou há cinco anos e foi aberto para 60 raparigas da África Austral, nomeadamente de Angola, Botsuana, Malaui, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabué.

Atualmente, as estudantes beneficiárias do programa frequentam cursos de pós-graduação em ciência e engenharias em universidades do Reino Unido e da África do Sul, mas, a partir do próximo ano, passarão a frequentar cursos também nos Estados Unidos, Singapura e Malásia.

Hoje, a Fundação Graça Machel e a empresa de capitais sul-africanos de petróleos, Sasol, lançaram bolsas de estudos para raparigas moçambicanas "com origem na classe baixa" e que apresentem "bons resultados académicos".

De acordo com Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, a extensão do programa para Moçambique resulta do facto de se ter verificado que "a grande maioria das beneficiárias eram de outros países".

"A ideia é equilibrar as outras nacionalidades", disse Graça Machel, assinalando que decidiu abraçar o projeto para "retribuir a ajuda" que recebeu, nos anos 60, para fazer o bacharelato em Filologia da Língua Alemã pela Universidade de Lisboa.

Guiné-Bissau: Oposição considera mudança de Procurador-Geral "estratagema político" do PR




MB - LUSA

Bissau, 03 ago (Lusa) -- Os partidos da oposição da Guiné-Bissau que exigem a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, consideram um "estratagema político" do Presidente Malam Bacai Sanhá a mudança na chefia da Procuradoria-Geral da República.

Em comunicado, a que a Agência Lusa teve acesso hoje, os partidos que reclamam a demissão do primeiro-ministro afirmam que a troca do Procurador-Geral operada por Malam Bacai Sanhá "não fará com que baixem os braços" na sua luta pela "afirmação da justiça" no país, nomeadamente pelo esclarecimento dos assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009.

"Não julgue o senhor Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, que com este estratagema de mudança na chefia do órgão que tutela a ação penal, o Colectivo da Oposição Democrática baixará os braços. Antes pelo contrário", assinala o comunicado.

O Presidente da Guiné-Bissau exonerou, terça-feira, o Procurador-Geral da República, Amine Saad, e para o seu lugar nomeou Edmundo Mendes, que exercia funções de diretor-adjunto da Polícia Judiciária.

"O decreto de destituição do Procurador-geral da República, não só vem dar razão a este Colectivo da Oposição Democrática, como também vem alertar, de que poderá estar em curso, uma nova estratégia de enviar para as calendas gregas a resolução deste espinhoso problema", adianta ainda o comunicado, referindo-se aos casos de assassínios políticos.

O auto-denominado coletivo da oposição democrática, que reagrupa 17 partidos, na sua maioria sem representação parlamentar, diz ainda que não se desistirá enquanto o Presidente Malam Bacai Sanhá não exonerar o primeiro-ministro.

"A nossa luta contra a impunidade do primeiro-ministro, a nossa reivindicação política, moral e ética, para que Carlos Gomes Júnior assuma as suas responsabilidades na desastrosa condução das operações que levaram o esquadrão da morte, sob o comando de Zamora Induta, a assassinar barbaramente os deputados Hélder Proença e Baciro Dabó, não cessarão até que as mesmas sejam esclarecidas", lê-se no documento.

O documento assinala ainda que a marcha marcada para a próxima sexta-feira, para exigir a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, vai mesmo ter lugar, a partir das 09 da manhã, menos uma hora em Lisboa.

Mais lidas da semana