sábado, 9 de fevereiro de 2013

Portugal: PIOR DO QUE O GOVERNO SÓ A JUSTIÇA




Henrique Monteiro – Expresso, opinião

Há um dado pouco salientado nas regulares sondagens que a SIC e o Expresso têm feito ao longo dos anos (os dados completos da deste mês estão na edição de hoje do jornal). É este: a instituição que menos congrega a simpatia dos portugueses (melhor dissera que mais congrega a antipatia) é a Justiça.

Não me vou deter sobre as razões, até porque muitas desconheço. Entre leis mal feitas, crimes mal investigados, julgamentos mal feitos e sentenças mal fundamentadas, de tudo um pouco há de haver. Basta dar os números da sondagem: o saldo negativo da popularidade do primeiro-ministro é de 2,8%; a da Assembleia da República é de 10,6% (negativos, claro); a do Ministério Público é de menos 14,1%; a do Governo de menos 23,4% e a dosJuízes de menos 26%. Ou seja, as duas magistraturas, do MP e Judicial são mais mal tratadas do que o conjunto do Parlamento e Governo.

Ontem mesmo, houve uma sentença que parecia final sobre o processo Casa Pia. Sabe-se, hoje, que deixa uma porta aberta à repetição do julgamento. O caso BPN anda há mais de dois anos em tribunal (o caso é de 2008); a 'Face Oculta' nem me lembro em que ponto está; a 'Operação Furacão' deu no que se sabe e, como ontem escrevi, Isaltino ainda não foi preso.

Sem Justiça não há democracia, não há economia, não há sociedade harmoniosa. Mas também não há punição para criminosos e sem isso jamais os justos se sentem recompensados. A injustiça é o lugar da corrupção, do nepotismo e da imobilidade. Talvez seja por isto tudo que, no meio de tantas análises, poucos se preocupem com este lamentável panorama.

Portugal - Governo: “ESTAMOS A FALAR EM POUPANÇAS E NÃO CORTES”




Expresso

O Governo quer apresentar um programa de poupanças de quatro mil milhões de euros, confirmou Carlos Moedas no final da reunião do Conselho de Ministros, sem adiantar detalhes sobre as medidas a tomar.

O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, reafirmou hoje que o Governo espera apresentar na sétima avaliação da troika, ainda em fevereiro, um programa de "poupanças" de quatro mil milhões de euros.

"Temos de conseguir preparar, para a sétima avaliação, um número de medidas e de opções que nos permitam poupar (...) e é nesse sentido que estamos a trabalhar, com todos os ministérios, com todos os senhores ministros, com todas as equipas e vamos continuar a trabalhar para conseguir chegar com empenho ao que todos sabemos que está no memorando de entendimento, que é uma poupança de quatro mil milhões de euros", disse.

Carlos Moedas respondia a perguntas dos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros, que terminou ao fim de seis horas e meia e na qual foi discutida, "como em outros conselhos de ministros", a "reforma do Estado" e as medidas de "poupança estrutural na despesa" que serão apresentadas na sétima avaliação do programa de assistência financeira, no final do mês.

Elogio ao trabalho dos ministros 

O secretário de Estado recusou adiantar "detalhes" sobre as medidas a tomar ou fazer "comentários específicos" sobre qualquer "especulação" e destacou o "trabalho extraordinário" de todos os ministros e de todas as equipas.

Interrogado sobre se os cortes na despesa do Estado terão algum impacto já em 2013, Carlos Moedas afirmou que algumas medidas poderão ter efeito ainda este ano.

"Estamos a falar em poupanças e não cortes. O valor de que estamos a falar é uma poupança estrutural e é natural que, se essa poupança estrutural for para 2014, determinadas medidas possam vir a ter efeito já este ano e esse efeito será positivo para o exercício", disse.

"Governo tem compromissos externos"  

Carlos Moedas frisou que "o que está no memorando de entendimento é claro", conseguir "modificar estrutura da despesa poupando em determinados pontos  para conseguir poupança estrutural".

Instado a comentar o corte de quatro mil milhões de euros, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse apenas que o "Governo português tem compromissos externos".

"O Governo português tem compromissos externos e eu não tenho nada a acrescentar ao que disse o secretário de Estado numa mera avaliação do trabalho que está a ser feito", afirmou.

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ORÇAMENTO DA UE: UM COMPROMISSO COMPLICADO




Trouw, Le Monde, El País, Die Welt – Presseurop

Graças a uma fórmula rebuscada, o acordo sobre o orçamento para 2014-2020, concluído em 8 de fevereiro, permite que os Vinte e Sete salvem a face. Mas os cortes aprovados poderão vir a ser difíceis de aplicar, salienta a imprensa europeia.

Depois de uma cimeira adiada, de uma noite de debates e de múltiplas discussões em que os interesses nacionais tiveram primazia sobre quaisquer outras considerações, os 27 chefes de Estado e de governo tiveram ainda de chegar a acordo sobre o orçamento da União Europeia para o período 2014-2020.

Este Conselho Europeu resumiu-se a "regateios e a uma caça aos bons negócios", escreve o Trouw. Este diário holandês recorda que as pressões no sentido de se chegar a um consenso eram significativas, mas que os dirigentes receavam as explicações que teriam de dar às respetivas opiniões públicas:

Queriam encontrar uma solução comum, uma vez que está em jogo a credibilidade da União. Além disso, este orçamento a longo prazo é uma condição para se poder investir em projetos de infraestruturas e de investigação. E toda a gente tem medo de que não haja uma nova oportunidade antes de 2014. Entretanto, vai haver eleições em Itália, no Reino Unido [escrutínio local] e na Alemanha. Os dirigentes não querem ser forçados a reconhecer, nos seus próprios países, que cederam demasiado nas negociatas.

Assim, para "pôr termo à querela orçamental, os europeus decidiram proceder a uma distinção subtil entre despesas previstas e despesas efetivamente pagas", explica Le Monde:

Os europeus distinguem, como nunca fizeram, entre as dotações para autorizações, reduzidas para €960 mil milhões, e as dotações para pagamentos que ascendem a 908,4 mil milhões. Desta vez, essa diferença […] assume proporções inéditas. E, pela primeira vez na história da construção europeia, umas e outras registam um recuo relativamente ao período 2007-2013.

O resultado da cimeira poderia bem ser a "vitória do Reino Unido e dos contribuintes líquidos para o orçamento comunitário", escreve El País. Este diário de Madrid qualifica o compromisso apresentado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, de "jogo de contabilidade criativa" e lamenta que os dois meses passados desde então não tenham servido para moderar as posições. Pelo contrário. Todos se mostram obstinados. E todas as veleidades pró-europeias desapareceram, porque todos os países teimaram em defender os seus próprios interesses.

Em Berlim, Die Welt considera que o acordo "não foi muito mau, na medida do possível". Tradicionalmente hostil ao aumento do orçamento da UE à custa do dinheiro dos contribuintes, este diário aprova, em especial, os cortes no "dinossauro das subvenções da UE": as ajudas à agricultura.

A tentativa, em curso há algumas décadas, de equilibrar a qualidade de vida no interior da UE centra-se agora mais na vontade de dar oportunidades aos empresários e já não em preservar os benefícios dos políticos regionais.

Mas, para poder ser posto em prática, adverte Le Monde, esse compromisso terá de ser aprovado pelo Parlamento Europeu – e é preciso convencê-lo:

O seu presidente, Martin Schulz, sente-se ofendido com a austeridade imposta por David Cameron [primeiro-ministro britânico]. É provável que Schulz critique a diferença excessiva entre as dotações para autorizações e as autorizações para pagamentos. Para ele, isso equivale a gerar défices, uma vez que os pagamentos reais não serão obrigatoriamente financiados ao longo dos anos.

CONSUMIDORES EUROPEUS TÊM COMIDO CAVALO POR VACA, SEM SABER




Deutsche Welle

Primeiro na Inglaterra e Irlanda, agora na França e Suécia: refeições congeladas da firma Findus vendidas nos supermercados continham até 100% de carne equina, embora a embalagem prometesse vaca.

Após provocar escândalo no Reino Unido, carne de cavalo não declarada foi também detectada em produtos congelados na França e na Suécia. A firma fornecedora, Findus, foi forçada a retirar do mercado francês três de suas refeições prontas: a lasanha à bolonhesa, o assado de carne moída e purê de batatas e a mussaca. Suas lasanhas também foram retiradas dos mercados da Suécia.

O problema não é o consumo de cavalos, em si. Além de não representar qualquer risco á saúde, essa carne magra é até mesmo considerada uma iguaria em alguns países. No entanto, o consumidor precisa poder confiar que a embalagem realmente contém o que anuncia a etiqueta.

Tabu para os ingleses

Já em meados de janeiro, a constatação de carne equina em hambúrgueres supercongelados vendidos nos supermercados da Grã-Bretanha e Irlanda provocou insegurança entre os consumidores. As autoridades nacionais investigam o caso desde então.

A Food Standards Agency (FSA), órgão de controle alimentar britânico, também verificou que a carne das lasanhas examinadas da Findus continham até 100% de carne equina, embora na etiqueta constasse "carne de vaca". De um total de 18 produtos testados, 11 continham cavalo. Em reação, a FSA ordenou o exame laboratorial de todas as refeições congeladas que oficialmente conteriam carne bovina.

A FSA exigiu de comerciantes e fabricantes a comprovação de que seus produtos contêm o descrito na embalagem. O órgão aconselhou, ainda, a população a evitar o consumo dos produtos implicados, os quais também estão sendo examinados quanto à eventual presença de medicamentos.

Ao contrário de outros países, na Inglaterra o consumo de carne de cavalo é socialmente mal visto. Consequentemente, as reações no país ao recente escândalo são bastante exacerbadas. O primeiro-ministro David Cameron referiu-se ao episódio como "chocante" e "completamente inaceitável". Embora assegurando que não há risco de saúde, o governo anunciou que irá rever suas normas relativas a alimentos.

Investigação difícil

Os caminhos de distribuição de gêneros alimentícios são muito difíceis de retraçar, já que os parceiros encarregados do fornecimento variam, de país para país. Segundo a Findus, os produtos em questão foram fornecidos pelo fabricante francês Comigel. A carne de cavalo seria originária da Romênia, sendo entregue pela unidade de processamento de carne Spanghero, com sede no sudoeste da França.

Em contrapartida, os órgãos de saúde luxemburgueses declararam que a carne proveniente da França seria processada para a Comigel pela firma Tavola, estabelecida em Luxemburgo. Durante décadas, a Findus pertenceu à multinacional alimentar Nestlé. No entanto, em 2000 esta vendeu uma grande parcela dos negócios ao Findus Group, uma gestora de private equity que atualmente opera a partir de Londres.

Em reação aos achados nos supermercados britânicos, franceses e suecos, as autoridades da Alemanha anunciaram que pretendem ampliar seus controles alimentares. No passado, a fornecedora Comigel também distribuía para os supermercados do país.

AV/afp/dpa/rtr - Revisão: Clarissa Neher

TEMPESTADE DE NEVE PROVOCA CAOS NOS EUA





Tormenta atinge a costa leste do país apenas cerca de três meses após a destruidora passagem do furacão Sandy. Milhares de casas estão sem energia elétrica. Aeroportos da região estão fechados.

Uma tempestade classificada como extremamente perigosa pelos meteorologistas castiga a costa leste dos Estados Unidos, entre Nova York e Boston, desde o final da tarde desta sexta-feira (08/02). Está prevista a precipitação de até um metro de neve em algumas regiões.

Os ventos fortes e a nevasca causaram a interrupção do fornecimento de eletricidade em algumas regiões. Cerca de 600 mil casas estão sem energia. Uma central nuclear de Plymouth, no estado de Massachusetts, perdeu força e foi automaticamente desligada. Autoridades tranquilizaram a população, afirmando que não há risco de acidentes.

Foi decretado estado de emergência em cinco estados da Costa Leste – Massachusetts, Nova York, Connecticut, Maine e Rhode Island. Algumas cidades chegaram a ser evacuadas. O Serviço Meteorológico Nacional prevê ventos de até 120 quilômetros por hora. "Será uma tempestade de inverno perigosa", afirmou Alan Dunham, do Serviço Meteorológico.

Cidades vazias

Na região da tormenta, foram canceladas todas as conexões ferroviárias e pelo menos 5.300 voos, em mais de 60 aeroportos. Em Nova York, os aeroportos de La Guardia, Newark Liberty e o John F. Kennedy, permanecem fechados desde sexta-feira.

O prefeito da cidade, Michael Bloomberg; afirmou que o município está preparado para a intempérie, e que não há motivo para pânico. "Fiquem em casa e leiam um livro", aconselhou. Em Boston, o prefeito Thomas Menino proibiu a circulação de carros pelas ruas da cidade.

A tempestade já acarretou pelo menos uma vítima fatal no estado de Nova York. A neve acumulada na rua fez uma jovem de 18 anos perder o controle da direção, atropelando um pedestre. O homem de 74 anos não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

A situação deve continuar neste sábado. Moradores da região atingida estão preparados: muitos estocaram alimentos, medicamentos, lanternas e carregaram seus geradores de eletricidade.

CN/dpa/afp/rtr - Revisão: Augusto Valente

CAMELO OFERECIDO POR KADHAFI GERA “REVOLUÇÃO” EM BISSORÃ, NA GUINÉ-BISSAU




FP - MB – JMR - Lusa

Bissau, 09 fev (Lusa) - Na vila de Bissorã, norte da Guiné-Bissau, há um camelo oferecido pela Líbia, que destrói culturas e ataca pessoas quando "está com o calor" e está a dar origem a uma pequena "revolução".

Dois anos depois do início da revolução líbia, que levou à queda e morte de Muammar Kadhafi, a pequena vila de Bissorã vive também um clima de rebelião, contra o camelo que já enviou duas pessoas para o hospital e já matou um burro.

"Estamos cansados, se o camelo voltar vamos matá-lo". O grito de revolta é deixado por Fatumaté Camará, a presidente da Associação Nho Dema (Ajuda Mútua, em dialeto mandinga), que junta 150 residentes em Bissorã, 144 deles mulheres.

Mãos molhadas da rega, catana em punho e lenço na cabeça, é com voz revoltada que conta que o animal, uma fêmea, volta e meia aparece na horta comunitária e lhes come as couves. As hortaliças, vendidas nos arredores e até em Bissau, são o sustento de pelo menos 150 famílias.

O animal (na verdade um dromedário) fazia parte de um grupo de cinco oferecido à Guiné-Bissau em maio de 2008 por Muammar Kadhafi (que na altura ofereceu camelos a 25 países da África subsaariana). Quatro morreram e ficou apenas aquele que hoje tira o sono a Bissorã, onde a população está farta de pedir às autoridades para que resolvam o problema: "ou o matam ou o devolvem à procedência".

Como não há forma de manter o animal fechado a fêmea passeia-se por onde quer e quando está "com o calor" (com o cio) torna-se mais agressiva. No mês passado, contou à Lusa uma autoridade de Bissorã que pediu para não ser citada, a camelo atacou uma mulher que levava um filho às costas. "A mulher foi levada para o hospital porque perdeu os sentidos", disse.

A fonte disse não ter conhecimento de que a criança tenha morrido, embora Fatumaté Camará garanta que o animal mordeu a cabeça da criança.

"Na feira atacou um homem (de etnia) fula e ele teve de ser levado para Bissau. Basta ver uma pessoa com uma bacia (na cabeça) e vem logo por trás porque pensa que está lá alguma coisa para comer. Se for sal é pior, temos de fugir e deixar o sal", conta Fatumaté Camará.

E diz também que o camelo parte as vedações, come os repolhos e estraga outros, e que as mulheres estão cansadas e com raiva.

"Levantamo-nos muito cedo, deixamos os nossos filhos sem comer e vemos o camelo estragar o nosso trabalho. É mau, é através disto que sustentamos a nossa família. Se ele comer tudo como é que vamos alimentar os nossos filhos?". Duas dezenas de mulheres ouvem Fatumaté e apoiam.

O problema do dromedário já foi objeto de várias reuniões em Bissorã. Polícia, administrador e deputados sabem da história e o caso já chegou ao governo.

"Já se propôs muitas soluções mas não me compete decidir, tem de ser o governo. Por mim ela seria transportada para o Senegal para poder acasalar", disse a fonte que pediu para não ser citada, concluindo: "na realidade não temos nenhuma condição para ter aqui o animal".

É o que dizem as mulheres da Nho Dema. Fatumaté Camará, que adverte que ainda envenenam o animal, ou Binta Camará, lágrimas nos olhos, os filhos em casa sem nada para comer: quero pedir ajuda, para poço, para arame, para vedação, para sementes. Estamos cansadas, os animais entram aqui, não é só o camelo, há dias foi um burro".

Na semana passada foi o marido de Suncar Sede, outra agricultora, que ficou sem um burro, morto pela fêmea no auge "do calor". Aparentemente um "crime passional".

BRAIMA CAMARÁ CANDIDATO A LÍDER DO PAIGC, MAIOR PARTIDO DA GUINÉ-BISSAU




FP – APN - Lusa

Bissau, 08 fev (Lusa) - Braima Camará, presidente da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau e deputado do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) informou hoje que é candidato a presidente daquele partido no congresso de maio.

De acordo com um comunicado hoje divulgado, Braima Camará entregou na quinta-feira uma carta à direção do partido a informar da sua pretensão.

Braima Camará, membro do 'bureau' político do maior partido da Guiné-Bissau, é já o quinto candidato a presidente no VII congresso, que se deverá realizar em maio, na cidade de Cacheu, no norte do país.

Aristides Ocante da Silva, antigo ministro, e Vladimir Deuna, sem passado político conhecido, já apresentaram em Bissau as candidaturas.

Carlos Gome Júnior, ainda presidente do PAIGC e atualmente em Lisboa, também já disse que era candidato, o mesmo acontecendo com o ex-secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Domingos Simões Pereira.

Sumo e bolacha de caju promovidos no Carnaval de Bissau com o apoio da UE




FP – JLG - Lusa

Bissau, 09 fev (Lusa) - Produtos como sumo de caju e de manga e bolacha de caju vão estar à venda em Bissau durante o período do Carnaval, uma forma de promover os principais frutos da Guiné-Bissau apoiada pela União Europeia.

Além da União Europeia, o projeto, denominado "Promoção da transformação local de caju", tem o apoio da SNV, uma organização holandesa de desenvolvimento, e começou em 2011, destinado a promover o processamento e diversificação dos produtos derivados do caju.

A iniciativa, de 30 meses, tem um financiamento de 580 mil euros, 75 por cento por parte da União Europeia, e abrange as regiões de Bafatá (leste) e Cacheu (norte), segundo um comunicado da delegação da União Europeia hoje divulgado em Bissau.

"A transformação local de caju pode beneficiar os produtores guineenses, que ainda ficam bastante dependentes das exportações da castanha em bruto. Através da diversificação de produtos derivados do caju as cooperativas dos produtores poderão aumentar os seus rendimentos, afastando a dependência das flutuações do mercado da castanha de caju em bruto", diz a União Europeia.

O projeto contempla a formação e acompanhamento em técnicas de transformação e em gestão empresarial, a criação de um fundo de maneio para o arranque das atividades de transformação, e ações de divulgação e publicidade para apoiar a introdução dos produtos processados no mercado local, bem como para promover as exportações.

ARQUIPÉLAGO DE CABO VERDE DÁ INICIO À “FOLIA” DO CARNAVAL




CLI – PJA - Lusa

Cidade da Praia, 08 fev (Lusa) - Os desfiles de crianças dos jardins infantis, escolas e grupos de animação dão início hoje ao Carnaval no arquipélago que será festejado intensamente até terça-feira em todas as nove ilhas habitadas do arquipélago.

O Carnaval mais concorrido é o que se realiza no Mindelo, na ilha de São Vicente, onde a ocupação hoteleira já está quase em 100 por cento e dezenas de grupos irão desfilar pela Avenida de Lisboa, palco tradicional das comemorações carnavalescas.

O aeroporto internacional de São Vicente já recebeu, por estes dias, diversos voos "charter" provenientes de várias partes da diáspora, como de Boston (Estados Unidos), França e Portugal, com turistas que chegam para ver a festa, mas também, no caso dos emigrantes, para desfilar nos grupos locais.

Na cidade do Mindelo, a festa começou há alguns dias, com os grupos de animação ou "espontâneos", trios elétricos, além dos tradicionais "mandingas", grupos de dançarinos caracterizados de guerreiros africanos que animam os fins de semana que antecedem o carnaval.

A partir da tarde de hoje, as ruas do centro histórico do Mindelo ficam disponíveis, dia e noite, para diversos desfiles de Carnaval, que se vão estender até terça-feira.
Na segunda-feira, as ruas são animadas pela Escola de Samba Topical, que este ano comemora os seus 25 anos de existência.

Na terça-feira, é a vez dos grupos "oficiais" disputarem os prémios: Monte Sossego que vai homenagear figuras históricas de São Vicente; Sonhos sem Limite, que traz o Walt Disney com o tema "eternamente criança"; Flores do Mindelo que apresenta a Mitologia e o grupo Cruzeiros do Norte, o vencedor do Carnaval do ano passado, que este ano vai mostrar "o valor da escrita e do alfabeto".

A Câmara Municipal de São Vicente disponibilizou um milhão de escudos (nove mil euros) a cada grupo que participa este ano no desfile do Carnaval, no dia 12 de Fevereiro.

Na Cidade da Praia, a capital, a folia começou hoje com os desfiles dos jardins e escolas, com o principal marcado para terça-feira, com cinco grupos "oficiais" e de animação a disputarem os prémios oferecidos pela Câmara Municipal.

A vila da Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau, prepara-se para receber, como todos os anos, os grupos Copacabana, Estrela Azul e Brilho da Zona, naquele que é considerado o Carnaval mais tradicional de Cabo Verde por conservar ainda aspetos do " Carnaval d´outrora".
Fundados nos anos 50 do século XX, os grupos Copacabana e estrela Azul de São Nicolau são conhecidos como os mais antigos ainda em atividade em todo o país e não competem entre si (até porque não há prémios), mas mantêm a rivalidade que faz com que todos os anos sejam de superação para conseguir movimentar a ilha durante o Entrudo.

Hoje, a Câmara Municipal de Ribeira Brava lança a primeira pedra para a construção da Casa do Carnaval, para a preservação da "memória da festa do entrudo".

Um dos grandes projetos é que a Casa do Carnaval seja mais um meio para atingir uma das metas da Câmara Municipal e dos grupos carnavalescos - tornar a festa do Rei Momo autossustentável.

Nas restantes ilhas, grupos e figuras individuais asseguram o brilho e folia que contribuem para que o Carnaval seja uma das festas mais populares do arquipélago.

Minas Gerais e Cabo Verde vão reforçar a cooperação no domínio da investigação e ensino




CLI – PJA - Lusa

Cidade da Praia, 08 fev (Lusa) - O estado brasileiro de Minas Gerais vai cooperar com Cabo Verde nas áreas de pesquisa em biomedicina, pescas, agricultura e da água, através de laboratórios virtuais.

O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia de Minas Gerais (Brasil), Nárcio Rodrigues, que está de visita ao arquipélago, assinou hoje um acordo com o ministro do Ensino Superior e Ciência que irá permitir a disponibilização da sua plataforma de ensino superior à distância.

"A assinatura deste convénio representa o desejo de intensificar as nossas relações, por isso queremos disponibilizar a Cabo Verde e aos países da língua portuguesa, de forma específica, a plataforma do ensino superior de Minas Gerais de educação à distância que vamos lançar no dia 18 de Fevereiro, com ofertas de conteúdos dessa área", disse.

Segundo o governante, para isso a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia de Minas Gerais está a desenvolver laboratórios virtuais que permitirão às universidades ter acesso até finais deste ano, de 190 práticas de laboratórios virtuais, sendo que até março serão disponibilizados mais 30 práticas de laboratórios virtuais, num projeto que envolve 14 universidades públicas daquele Estado brasileiro.

"Essa experiência poderá ser partilhada com Cabo Verde que já tem a infraestrutura para educação à distância e isso facilitará muito a aplicação de conteúdos que podemos compartilhar, ou seja, queremos que os países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa possam se integrar na sociedade de conhecimento", frisou.

No domínio da água, o Estado de Minas Gerais já acolhe a Fundação Unesco-Hidro-Ex Brasil, que faz parte dos programas PHI (Programa Hidrológico Internacional" e WWAP (World Water Assessment Program), conforme explicou o presidente da Fundação Otávio Ilídio.

"O Hidro-Ex é uma fundação pública e que tem como objetivo fazer a educação, capacitação e pesquisa aplicada em água, mas também compartilhamos ideias e propostas nessa matéria e é isso que estamos a consolidar hoje", disse.

Segundo Otávio Ilídio, o objetivo é desenvolver na CPLP programas e projetos no domínio de capacitação em água que só pode avançar com esse acordo de cooperação.

Brasil: A PRINCESINHA DO CARNAVAL




Urariano Mota, Recife – Direto da Redação

Recife (PE) - A imagem da menina do último carnaval, eu pensei tê-la esquecido. Dizem que uma imagem vale mil palavras. Bobagem, diz não. Entre tantas que cometi no carnaval que passou, do porta-estandarte de Banhistas do Pina, orgulhoso da sua tradição, ao desfile do Bloco da Saudade, com  suas mulheres bonitas, mais um imenso galo ao fundo sobre a ponte, a mais bela é a que se mostra em cima desta coluna. Ela ficou na memória, acredito, porque ela não era uma imagem. É uma pessoa. É uma linda menina, passado e futuro do carnaval. A princesinha da imagem era a filha da cozinheira de um boxe do Mercado da Boa Vista. Ela, a menina, tão feliz estava, que nem comeu todo o seu almoço no prato. Talvez a mãe, generosa como todas, tenha posto mais comida do que a menina queria. Mas não, penso mais é que a princesinha estava tão feliz, que perdeu a vontade de comer, assim como ocorre a todos nós em raras ocasiões. Quando o peito está contente, para que melhor alimento?    

A princesinha, informa a foto,  portava uma coroinha de lata, um vestidinho verde, umas trancinhas que caíam em graça pelos lados da coroinha. O que a foto não diz é que as trancinhas elegantes davam na gente uma vontade de cheirar os cabelos da princesinha. Vontades assim dão na gente, de vez em quando, mas o adulto, escolado, sabe que a beleza, se tocada, pode reagir mal. Assim como um cão amarrado em corrente, que na infância enfiou os dentes na mão do colunista, bem lembro. Não que a princesinha fosse morder. Pelo contrário, ela ainda mais sorriria encabulada, penso. Mas morderiam este escrevinhador outros homens na multidão do mercado, porque deviam achar descabido um beijo em trança rebelde de uma criança negra. Coisa de pedófilo se aproveitando do carnaval, assim podia pensar a maldade do vulgo em forma de julgamento. Por isso eu a toquei com os olhos, que estavam encantados e úmidos de álcool e emoção, nessa mistura que vem no rosto e nem a disciplina mais férrea consegue esconder. Então   pedi a minha mulher, “tire por favor a foto da princesinha”. E o celular registrou.   

Eu não lembro agora o seu nome. É claro, eu lhe perguntei tudo,  o nome,  idade, bairro, quem eram os pais, essas perguntas idiotas de repórteres que primam pela objetividade. Ou seja, aqueles clássicos 5 burros Ws: Who, What, Why, Where, When, que traduzidos se mostram mais límpidos ainda na sua burrice: Quem, O quê, Por quê, Onde e Quando. Meu Deus dos ateus, só não perguntei à princesinha, para minha salvação, se ela gostava de carnaval. Se gostava!... ela era um sorriso amplo, guardado, de menininha cuja beleza não é um esplendor, mas que faz a alegria e ternura da sua mãe. Isso, sim. Mas isso, sim, também, transmite felicidade e amor a quase toda a gente.

Eu queria falar tudo o que manda o coração para essa menina. Eu bem queria ser um homem feliz por dizer tudo o que ela inspira em um espaço tão breve, que será visto de passagem, entre um flash e outro da última notícia, entre a passagem de um bloco, de um maracatu, de um clube ou outro nas ruas. Por isso digo apenas, antes que esqueça, que o  sorriso da princesinha era triste e feliz em um só movimento. O triste vinha do seu modo de ser, ou da pequena experiência que ela já possuía da crueldade do mundo. E feliz, ainda assim, porque tão poucas vezes ela foi ou será princesa, uma princesinha, ainda que de mentirinha,  sorrindo para alguém que a descobriu no meio da multidão. E feliz também ela era porque crianças não gostam de ser tristes, crianças retiram do maior golpe um instante para sorrir. Como agora, nesta imagem do carnaval que passou e permanece.
         
Então eu a vou chamar de Mariinha, quem sabe, princesinha Maricota, quando mais próprio seria chamá-la de Eutanasinha. Sim, uma pequenina eutanásia, porque no seu sorriso há um quê de matar sem dor a gente, ou de matar suave, que é uma forma de matar no coração que fala baixinho agora, enquanto o som dos clarins não toca mais alto: olha, a humanidade está na infância e ninguém vê.  É toda uma gente muito bárbara, princesinha, tão bárbara, que pensou tê-la esquecido no carnaval do ano que passou.

Dizem sempre e repetem até o cansaço que uma imagem vale mil palavras. Bobagem, princesinha. Difícil é encontrar a foto que expresse as mil palavras que o afeto dos mais bárbaros quer dizer. Assim, façamos um acordo de paz provisória entre o que pretendia tudo falar e a tua imagem  no mercado: feliz carnaval, Eutanasinha. O cheiro que não te dei vai nesta coluna.  

*É pernambucano, jornalista e autor de "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do cabo Anselmo, executada pela equipe do Delegado Fleury com o auxílio de Anselmo.

*Leia sobre o Carnaval (do Brasil) em TIMOR LOROSAE NAÇÃO, e mais sobre Timor-Leste  (país sem Carnaval):

A CRISE MUNDIAL E O PAPEL DE BRASIL




No coração do Ocidente, emergiu uma entidade supranacional: a “Troika”. Capaz de gerar injustiça, perda e grande dano social para países inteiros, é o único organismo ativo da chamada “governança mundial”. Nesse cenário, o Brasil precisa de uma diplomacia ativa, sistemática e com objetivos claros.

Francisco Carlos Teixeira - Carta Maior

Em meio a uma ampla crise mundial, com os países buscando fechar seus mercados para garantir empregos, os organismos mundiais, em especial a OMC, falharam em democratizar as relações entre as nações, em especial com a falência da chamada Rodada de Doha. Da mesma forma, a busca de maior representatividade e maior participação das nações na ONU continua bloqueada pelo arcaico direito de veto de cinco países e pela recusa, explícita dos Estados Unidos, em aceitar uma reforma democratizante da instituição. 

No entanto, no coração do Ocidente, emergiu uma entidade supranacional: a “Troika”. Capaz de gerar injustiça, perda e grande dano social para países inteiros, com receitas reconhecidamente incapazes de superar a crise, é o único organismo ativo da chamada “governança mundial”. No interior da “Troika”, o velho FMI se recusa a qualquer esforço de (auto)reforma, democratizando e tornando mais “social” a principal agência supranacional do planeta. Nesse cenário, mais do que nunca, o Brasil precisa de uma diplomacia ativa, sistemática e com objetivos claros.

2012: a crise da Europa

2012 foi um grave ano de crise mundial – econômica social e política. O desemprego e a regressão social foram brutais em países como Espanha, Grécia, Portugal ( onde até mesmo, de forma ridícula e contraproducente – em virtude do turismo – o Carnaval foi suprimido). O velho receituário do FMI – agora ampliado na entidade supranacional denominada “Troika”, com o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia – mostra-se, depois de quase três anos de “austeridade” (o que na prática se traduz por refinanciamento dos bancos e cortes sociais), um grande fiasco: desemprego massivo e inédito na história destes países; exportação de capitais via pagamento de juros e fuga de fortunas; crescimento negativo. 

Este ciclo infernal resulta em desvalorização dos títulos dos governos e mais e mais controle e pagamentos para as entidades da “Troika”, exaurindo os investimentos produtivos. A Comissão Europeia – e os governos conservadores de Portugal e Espanha – declaram-se, entretanto, surpresos pela ausência de resultados. Na Espanha os procedimentos de regressão de direitos sociais combinam-se com denúncias de corrupção do governo conservador do Partido Popular. No entanto, bem ao contrário das notícias catastrofistas e oportunistas espalhadas pelas empresas de “rating” e “experts” econômicos, o euro não acabou. Seria um desastre para os grandes bancos europeus.

Nos Estados Unidos, após um bom susto, Barack Obama conseguiu sua reeleição, afastando parte da velha oligarquia do Partido Democrata, como clintonismo, e trazendo, pela primeira vez, um governo com sua própria cara – a qual, depois de quatro anos, ainda não vimos. A nomeação de novos secretários de Estado, Defesa e Tesouro podem – podem, mas não é seguro que assim o seja! – tirar os Estados Unidos de sua paralisia e de suas velhas fixações políticas e ideológicas, como uma prometida Guerra contra o Irã e o apoio à política de colonização da Palestina dos Partidos Likud-Beiteinu em Tel Aviv. 

Obama: a virada que não aconteceu

A proposta original de Obama – voltar-se para a Ásia do Pacífico, organizar um modus vivendi com a China Popular, avançar na contenção da Coréia do Norte e liderar um bloco de prosperidade na Ásia – parece mais longe do que nunca. Na verdade, Hillary Clinton manteve e procurou aprofundar as políticas anteriores, mal escondendo o desejo de criar um “cinturão de segurança” em torno da China, repetindo políticas aplicadas contra a URSS desde a Guerra Fria (1945-1991) (Nota 1). Assim, aprofundou alianças com a Índia, Tailândia, Mianmar, Indonésia e Filipinas, além da manutenção de grande esquema militar na Coréia do Sul e Japão (incluindo Okinawa) num esforço mal dissimulado de “contenção” da China. 

No entanto, o conflito emergente entre China Popular e Japão ( com a participação da Coréia do Sul) em torno das Ilhas Diayou/Senkaku surpreendeu Washington, que malgrado seus interesses na região, viu-se sem ferramentas e meios de ação num conflito que poderia mostrar aos países asiáticos que o “guarda-chuva” defensivo americano não mais funciona. Além disso, a Coréia do Norte, depois de sinais controversos, colocou um satélite em órbita em 12/12/12 – ou seja, comprovou capacidade balística de longa-distância e anunciou – em janeiro de 2013 - um novo teste com armas nucleares. O agravamento da crise na área do Pacífico é um resultado, em larga medida, da paralisação das Conversações de Beijing, entre China, Rússia, Japão, EUA e as duas Coreias, decorrente da postura cada vez mais rígida do Japão.

É possível que a chegada de Chuck Hagel, na Defesa, e de John Kerry, na secretaria de Estado, desarmem a dependência estratégica entre Washington e Tel Aviv. A postura de Netanyahu - primeiro ministro israelense - contra a reeleição de Obama não será esquecida e os novos condutores da política externa americana sabem, claramente, que na visão do mundo – e não somente dos países árabes e muçulmanos – a insistência do Governo de Likud-Beiteinu em avançar na colonização do território da Palestina conta com a complacência de Washington.

A Questão Palestina

A admissão da Palestina na ONU em 2012, mesmo como “Estado-observador”, foi uma vitória dos países emergentes na ONU – incluindo China, Índia e Brasil entre os 138 votos favoráveis, 41 abstenções e 9 votos contra (Nota 2) – e velhos aliados americanas. Tais países perceberam o beco sem saída da diplomacia de Washington. Ao mesmo tempo, a chamada “Guerra dos Oito Dias”, entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza em 2012, mostrou que a pretensa segurança ou superioridade bélica de Israel – elemento fundamental na paralisia das negociações, incluindo aí o “Iron Dome” – não era uma realidade. Mesmo armas de baixa tecnologia, como foguetes Katiuscha e os Qassam (que a mídia insiste em chamar de “mísseis”, mesmo não tendo as necessárias tecnologias de orientação e de navegação) “tocaram” Tel Aviv e um assentamento israelense próximo a Jerusalém. 

A insistência de Tel Aviv em não negociar – sob vários argumentos, desde não “haver com quem negociar” até exigir o fim do recurso à violência e o pleno reconhecimento de Israel previamente, o que, aliás, a OLP/Fatah já o fez sem resultados – não tem antecedentes nos anais da história das negociações. A paz é negociada entre inimigos, ou então não haveria a necessidade de negociações de... paz! Os Estados Unidos e a Coréia do Norte negociaram a paz durante dois anos, enquanto suas tropas se enfrentaram, até o Acordo de Pammumjon, 1953. 

E ainda Washington negociou a paz, e obrigou o estado-fantoche de Saigon a fazê-lo, nas Conversações de Paris, entre 1969 e 1973, em pleno auge da guerra do Vietnã. Negociação de paz não é uma rendição prévia. Contudo, tais exigências, facilitadas pelo apoio incondicional de Washington, ficaram, a partir 2012, mais difíceis. O Relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU, sob a coordenação da juíza francesa Christine Chanet e publicado em janeiro de 2013, poderá levar o governo do Likud-Beiteinu ao Tribunal Internacional de Haia por crimes de guerra. Sem negociações não haverá possibilidade de paz – não importa o poder dos arsenais acumulados - para nenhum dos povos da região. Ou conforme as palavras de um israelense: “...não se consegue fazer a paz por meios militares”, diria Avi Dichner (Nota 3).

Obama deverá, em 2013, decidir se continua enredado nos grupos de pressão pró-Israel e anti-Irã (com os fundamentalistas cristãos do “Tea Party”, o complexo industrial-militar centrado no CentCom – o Comando Militar do Oriente Médio e Ásia Central - e as entidades de apoio a Israel) ou se buscará resolver tais conflitos e centrar sua atenção na região mais rica do mundo – a Ásia do Pacífico – de onde emerge o seu mais poderoso concorrente.

O Fator China

Desde antes da ascensão da nova liderança chinesa, no 18º. Congresso do Partido Comunista, em 2012, a posição tradicional da China no equilíbrio mundial mudou significativamente. Deng Xiaoping, desde sua ascensão em 1976, formulou uma doutrina de política externa expressa na expressão: “China, a ascensão pacífica de uma grande potência”. Isso significava que a China teria paciência e sua chegada ao clube das grandes potências não resultaria em grandes conflitos, como no caso da Alemanha e Japão em 1914 ou 1939. 

Desde o governo de Hu Jintao, de inicio de forma velada, iniciou-se um forte debate na China – envolvendo historiadores, cientistas políticos e diplomatas – que concluiriam que os Estados Unidos estão determinados a deter a ascensão chinesa. Para isso estariam dispostos a se utilizar da oposição interna, dos separatismos, de Taiwan rearmada e, principalmente, na construção de um cinturão de nações aliadas no entorno chinês. 

Assim, o novo governo chinês, iniciado no final de 2012, com Li Xinping e LI Keqiang, já não está mais convencidos de que a manutenção de um “perfil baixo” seja uma boa resposta a Washington. Por isso, o endurecimento com o Japão - maior aliado dos americanos na Ásia – e uma política econômica menos emparelhada com os interesses americanos serão a tônica da nova administração. A resposta chinesa deverá, neste campo, pautar-se pela exclusão, no limite do possível, dos americanos da Ásia do Pacífico, na contramão dos objetivos de Obama. 

O Brasil no mundo

A política externa do Brasil manteve-se, nas suas grandes linhas, na direção traçada desde muito tempo: votou pela Palestina na ONU ( decisão tomada desde o discurso de FHC na ONU em 2001 ) e que Dilma Rousseff reafirmou, no seu discurso, em 2011. Da mesma forma, o Brasil recusou a intervenção estrangeira na guerra civil da Síria e assumiu uma postura mais critica e militante, contra a violação dos direitos humanos, nas reuniões multilaterais, em especial na Comissão de Direitos Humanos da ONU – onde votou pela condenação do Irã.

Tal posicionamento nos afastou – ao contrário dos dois Governos Lula da Silva – do Irã, chegando mesmo a discreta recusa de Dilma em receber o presidente iraniano em visita pela América do Sul, em junho de 2012. Podemos entender isso. Uma mulher que foi torturada não deve se sentir confortável ao lado do chefe de um regime que sentencia mulheres à lapidação em praça pública. 

No entanto, perdemos também, neste período de dois anos de Governo Dilma e de gestão do embaixador Antonio Patriota, um importante relacionamento com a Turquia. Trata-se, neste caso, de um regime representativo e laico, país com 80 milhões de habitantes e mais de um trilhão de dólares de PIB. Com a crise contínua do novo governo egípcio, o afastamento do Irã, o natural seria uma maior atenção do Brasil ao mais estável, prospero e democrata país muçulmano do Oriente Médio. Mas, isto não foi feito, com perda do papel do país na região.

Uma presença antiga: desde a criação, pelo Congresso Nacional, do Batalhão de Suez, em 1956, com 20 contingentes do Exército Brasileiro temos uma presença moderadora na região. Logo, trata-se de uma política de Estado, de longa continuidade, marcada, hoje, pela presença da Fragata União, e depois a Fragata Liberal, no âmbito da “Maritme Task Force” da ON U nas águas do Mediterrâneo. A Turquia é, nesta missão, um parceiro fundamental para o Brasil e um ponto importante de projeção da presença brasileira na região.

A ‘diminuição’ do Brasil

No âmbito do nosso continente, a América do Sul, tivemos também um amplo retrocesso na projeção e papel do Brasil. O primeiro, e bastante grave, foi à exclusão do Brasil das negociações de Paz entre as Farc e o governo da Colômbia. Desde a assunção de Juan Manuel Santos como presidente em Bogotá, em 07/08/2010, estava claro que a política de força do seu antecessor, apoiada no chamado Plano Colômbia de inspiração e financiamento norte-americano, fracassara. As negociações eram, claramente, o caminho mais fácil e menos custoso em vidas e traumas, do que o uso maciço e indiscriminado da força militar (Nota 4). 

Ora, decidida a via negociadora, oferecidos os bons ofícios do Brasil, Bogotá aceitou a intermediação inicial de Caracas – que sempre acusara de apoio direto e aberto às Farc – e a intermediação de Cuba (onde se realizam os trabalhos) e da Noruega. O Brasil, um país que enviou militares, aviões e helicópteros para resgate de vítimas de sequestro e usou as forças do 14º. Batalhão de Infantaria da Selva para impedir as Farc de constituírem santuário no território brasileiro, foi excluído da mais importante negociação de paz do continente. 

O Mercosul e o Brasil

Caminhamos, entretanto, na direção dos interesses brasileiros ao ampliar o Mercosul e fortalecer a Unasul. Assim, na Cimeira de Brasília (em 07/12/2012) a Bolívia foi admitida, abrindo-se caminho para a adesão do Equador e da Guiana. Claro, o governo paraguaio protestou – ecoando profundamente nas argumentações daqueles que detestam a ideia de uma integração regional autônoma. Para os atuais governantes em Assunção a ampliação do Mercosul – que abala o poder de chantagem de Assunção – deveria se dar pelo voto de todos os membros e na ausência do Paraguai as adesões efetivadas – Venezuela, Bolívia, Guiana e possivelmente Equador – serão nulas. Evidentemente Assunção não concorda com seu afastamento temporário dos organismos de direção do Mercosul em virtude do golpe dissimulado contra o presidente Lugo em 2012.

Contudo, o próprio Mercosul caminha em meio a diversos problemas e crises. Particularmente a atuação da Argentina não é das mais construtivas. Em meio a uma grave crise econômica mundial – que, claro, atinge também argentinos e brasileiros – Buenos Aires assumiu atitudes protecionistas contra o livre fluxo do comércio intrabloco, com grave prejuízo dos interesses brasileiros, e, muitas vezes, por um pronunciado favorecimento do comércio da China (um grande comprador de commodities argentinas).

O núcleo do Mercosul são as boas relações Brasil-Argentina, daí a imensa relevância do equilíbrio e o risco de regressões. O comércio bilateral encolheu, em 2012, algo em torno de 15%, em detrimento do Brasil, embora tenhamos mantido uma alta taxa de investimentos no país – cerca de 20 bilhões de dólares e aberto linhas de crédito no valor 7,5 bilhões junto ao BNDES para o país vizinho. 

Um entendimento direto entre Buenos Aires (que, apesar das restrições, amarga déficit na balança comercial com o Brasil) e Brasília é fundamental para a integração regional. Se ambas as presidentes entendem bem ou não, se são mutuamente simpáticas, isso não é, de forma alguma, uma razão de Estado para deixar a mais importante criação da diplomacia brasileira em ritmo meramente vegetativo.

A crise mundial, bem diagnosticada por Dilma Rousseff, em Los Cardinales, na Argentina, em fins de novembro de 2012, nos obrigada a fortalecer o Mercosul e buscar novas parcerias comerciais, intensificando viagens diplomáticas, envio de ministros e retomar a chamada “diplomacia presidencial” – o principal nível de negociação capaz de desbloquear gargalos e entraves. 

Tanto na Cimeira do Mercosul de Brasília quanto na Cimeira dos Países Ibero-Americanos e a União Europeia em Santiago do Chile (agora em janeiro de 2013), vimos Christian Kirchner, com sua habitual desenvoltura, falar em nome do bloco sul-americano, inclusive recusando prazos e metas para um acordo bilateral Mercosul-União Europeia (Nota 5) – algo de grande importância para as exportações brasileiras.

Brasil e Estados Unidos

Não podemos ficar satisfeitos com o que temos: a perda de vitalidade do comércio com a União Europeia, em virtude da crise, déficit calamitoso com os Estados Unidos e protecionismo praticado por grandes economias como o Japão. Com os Estados Unidos o comércio bilateral cresceu acima de 2.5% em 2012 (malgrado a crise americana), mas com sinais negativos para o Brasil: em 2011 tivemos um déficit de 6.2 bilhões de dólares e deverá ficar, em 2012, acima de 3.5 bilhões. Comparamos 98% de manufaturados e vendemos apenas 4%, demonstrando assim o grau de desigualdade de valores nas relações bilaterais entre Washington e Brasília.

A qualidade das relações entre Washington e Brasília, malgrado o fato de sermos criadores líquidos de empregos nos Estados Unidos através de uma balança comercial e de pagamentos desequilibradas, não merecemos nenhuma atenção especial dos norte-americanos. Na ocasião da avaliação da cassação do presidente Lugo, os Estados Unidos (e o fiel escudeiro, o Canadá) desacreditaram a avaliação brasileira e influenciaram o embaixador José Miguel Insulza, presidente da OEA, a não acatar avaliação coletiva do MERCOSUL, repetindo – agora no cenário sul-americano – a atuação norte-americana no caso de Honduras.

Por isso mesmo, uma diplomacia ativa na África e na Ásia, com a ampliação e fortalecimento do MERCOSUL, é indispensável para a manutenção do crescimento no Brasil, excluir intervenções estrangeiras no continente e construir um continente socialmente mais justo. Da mesma forma, não se trata de “ideologia”, como querem os críticos obcecados pelas relações norte-atlânticas, mas da geração de emprego e renda no Brasil, no continente e para todos. Mas, para que isso ocorra é necessário uma diplomacia ativa e presente nos diversos fóruns internacionais.

Notas

1) Ao entregar o cargo, em janeiro de 2013, o balanço da gestão de Hillary Clinton é bastante pobre: nenhuma clareza sobre as chamads “Primavera Árabe”, uma virtual alinaça com a Al Qaeda na Síria, crise na Líbia e ausência de qualquer nova percepção do novo equilibrio mundial em ascensão. 

2) A lista completa dos nove países que votaram contra a admissão da Palestina dá conta do isolamento da diplomacia americana no mundo: além de Israel, votaram contra: EUA, Nauru, Panamá, Republica Tcheca, Canadá, Palau, Micronésia e Ilhas Marshall. 

3) Avi Dichner é um ex-comandantedo Shin Bet, o serviço secreto de Israel, e a declaração é feita no desconcertante filme de Dror Moreh, “The Gatekeepers”, 2012.

4) Ver sobre os chamados “falsos positivos” – a morte de civis pelas FFAA colombianas – o caso dos assassinatos, como foi admitido em 2011 pelo comandante da Força Tarefa Conjunta, de Sucre, visando obter benefícios e promoções: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-inocentes-assassinados-na-colombia

5) Cristina K. utilizou o argumento de “questões internas” – numa referência velada ao Paraguai – para adiar qualquer acordo com a U.E. No entanto, as razões verdadeiras residem no fato de Buenos Aires manter uma séria disputa com a Itália, Espanha e outros países da UE em virtude da conversão da dívida argentina e da nacionalização da empresa petrolífera espanhola.


(*) Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A “LIBERDADE” NUM VAZIO




Martinho Júnior, Luanda

O discurso de Barack Hussein Obama na inauguração do seu IIº Mandato poderá trazer muita auto-satisfação a nível do "norte americano médio", poderá trazer muita expectativa àqueles que perfilham a lógica capitalista tal qual ela tem sido assumida pelos Estados Unidos da América ao longo de toda a sua existência desde que se tornou independente...

É um discurso nacionalista “quanto baste” que foi elaborado com “conta, peso e medida” para “consumo” interno, correspondendo às indicações de voto do eleitorado norte americano, que perante Obama, “auto-satisfazendo-se”, poderá dizer que foi para ouvir este tipo de discursos que votaram nele!

Está longe de ser na verdadeira acepção da palavra um discurso que discorra sobre como a “liberdade” foi construída e está a ser assumida e sentida “por inteiro” nos Estados Unidos da América, em função da história, das assimetrias e dos desequilíbrios consentidos uns, não consentidos outros (estes na maior parte dos casos)!

Que custo em contradições que por vezes se tornaram antagónicas, em sangue, em suor e em lágrimas não teve de suportar o povo norte americano, em particular as comunidades índias autóctones, os descendentes dos escravos, os descendentes latino-americanos, por que as contradições internas não foram resolvidas com responsabilidade social, com solidariedade, com efectiva justiça social?

Que facturas ainda os norte americanos e os que sofrem os efeitos da hegemonia norte americana não terão de pagar por causa dessa “liberdade” tão convidativamente liberal e sobretudo tão lucrativa para os 1% e tão devastadora para os outros 99%?

O que não estão a sofrer países como o Haiti, a quem a liberdade tanto deve, por causa da “liberdade” da hegemonia norte americana?

Toda a solidariedade para com o Haiti não seria suficiente para contrabalançar a herança de liberdade que a Revolução haitiana historicamente proporcionou e no entanto a recuperação do país e do sua sociedade está longe de ter sido conseguida!

Quanto o subdesenvolvimento existente em África é provocado por causa dos conceitos tão intrinsecamente egoístas e falhos de solidariedade, conceitos que se prendem aos “modelos” da “liberdade” professada e processada historicamente também nos Estados Unidos e sobretudo a partir deles após a IIª Guerra Mundial?!

Estamos a avaliar quanto, com o exemplo do Mali, a “liberdade” de Obama se expande e se manifesta em África!

Para aqueles que no mundo estão sedentos de solidariedade e têm historicamente sido vítimas constantes de opressão, de manipulação e de ingerência que fluem desde os primórdios do capitalismo, este discurso não comporta credibilidade: é um discurso venenoso, que não emite sinais para uma esperança global que comporte a esperança daqueles que tendo sido relegados para patamares de subdesenvolvimento que não se coadunam com a dignidade humana e o respeito que o planeta exige, são carentes de amor, de dignidade, de humanismo e de justiça!

A responsabilidade dos Estados Unidos enquanto nação mais poderosa da Terra, não pode ser apenas avaliada com expressivos discursos a valorizar “intra muros”, pois a responsabilidade face aos processos de globalização que tiveram a sua contribuição distende-se e, mesmo que a hegemonia se manifeste no espaço, sente-se quantas vezes de maneira inimaginável.

Essa responsabilidade incorre com a responsabilidade de outros que não foram mobilizados para que houvesse maior equilíbrio e justiça, ou foram deliberadamente hostilizados!

Quantas elites nacionais não têm sido apanhadas nessa teia, em nome da “liberdade” e da “democracia”?

A aventura da “liberdade” e da “democracia” quanto tem custado ao Iraque, ao Afeganistão, à Líbia, à Síria, à Palestina…

Isso tem ocorrido em especial com as nações mais frágeis, aquelas que não conseguiram ainda superar o elevado grau de subdesenvolvimento de seus povos, que estão precariamente dependentes e estão à mercê dos monstros que têm vindo a ser desencadeados e das transformações climáticas causadas particularmente pelos poderosos com os Estados Unidos à cabeça (ainda não assinou o Protocolo de Kioto!...).

As instituições económicas, financeiras e políticas internacionais, a título de exemplo, reflectem as enormes distorções decorrentes da emergência duma hegemonia unipolar que pode ser muito patriótica, que está plena de “liberdade” (os que lhe fazem frente passam sacrifícios incalculáveis) que falha por que é arrogante, quantas vezes criminosa e eticamente não se assume ao nível das manifestas necessidades em prol desta casa comum que é a Terra!

A lógica com sentido de vida exige que o mundo enquanto nossa casa comum tenha um outro nível de atenções, de solidariedade e de integração, cada vez menos a “liberdade” dos Estados Unidos tratarem o mundo como mais uma “última fronteira”, à imagem e semelhança do que fizeram no seu próprio território no século XIX!

Carece-se duma lógica que se manifeste em relação efectiva aos direitos humanos mais fundamentais: acesso à água, casa condigna, escola, saúde, alimentação, trabalho... e os Estados Unidos parece que tardam em compreendê-lo, preso que está o seu poder vinculado a conceitos e modelos duma “liberdade” que não tem em conta o desencadear das contradições humanas e ambientais, a dialéctica de que se nutre a própria vida!

Os Estados Unidos têm assumido a hegemonia instituindo perversidade, provocando todo o tipo de tensões, de conflitos, de guerras, de assimetrias, de desequilíbrios e de disfunções, ao invés de orientar o seu enorme potencial para que se multipliquem os benefícios para todos os habitantes da Terra e se respeite, efectivamente se respeite, o planeta!

Quando dão um pequeno passo no sentido dum maior equilíbrio, os interesses dos 1% sobrepõem-se e açambarcam as conquistas a seu favor, transformando-os em “lucro”…

O planeta, tal como a humanidade, dá sinal de exaustão sem que hajam melhores alternativas ao exercício do poder daqueles que, em função do lucro, da ambição desmedida, do egoísmo e da inconsciência, causam perturbações em cadeia, por vezes repercutindo numa ordem geométrica!

No discurso de Obama não foi expressa uma única vez a palavra solidariedade, nem a palavra integração, mas quantas vezes foi pronunciada a palavra “liberdade”, sem ter em conta o seu preço inclusive a nível da própria história interna dos Estados Unidos e das suas acções, continente por continente, década após década!

Por causa da sobrevalorização dos seus próprios conceitos de “liberdade” um dia os Estados Unidos lançaram bombas atómicas sobre cidades japonesas e constituiu-se como a única potência que utilizou a arma nuclear sobre enormes concentrações urbanas, ferindo e matando milhares e milhares de inocentes!

Obama continua a senda dessa desmedida “liberdade” falha de solidariedade, de integração e ávida de globalização neo liberal, pelo que seus programas de educação, de saúde e de crescimento, ao não se desprenderem da lógica capitalista que é fundamento desse enredo, indiciam claramente as dificuldades de alguma vez se ter na devida conta a lógica com sentido de vida de que estão tão carentes largos sectores da sociedade norte americana, a humanidade e o planeta!

A cosmética de princípios nada tem a ver com os princípios, por que o lucro, o poder económico, o poder financeiro, o poder político impedem a assumpção ética desses mesmos princípios!

É assim que se constrói o império!

Foto: Pompa e circunstância com discursos que constituem uma autêntica alienação da realidade (foto retirada de “O prémio Nobel da morte” – http://resistir.info/eua/nobel_da_morte.html).

A consultar:
- Democracy Now – http://www.democracynow.org/
- El sistema de sufrimiento que Estados Unidos impone a los pueblos del mundo (1965-2014) – Há muerto tanta gente… - http://www.rebelion.org/noticia.php?id=162221
- A ascensão do estado policial e a ausência de posição em massa – http://resistir.info/petras/petras_25jul12.html
- O prémio Nobel da morte – http://resistir.info/eua/nobel_da_morte.html
- The Destabilization of Africa – http://rense.com/general10/destabilization.htm
- Dirty Wars: el infierno de las guerras de Obama – http://www.rebelion.org/noticia.php?id=162821&titular="dirty-wars":-el-infierno-de-las-guerras-de-obama-
- Armas de fuego en EEUU – un cancer cultural – http://www.rebelion.org/noticia.php?id=163457
- Un documento “escalofriante” sobre los asesinatos extrajudiciales – http://www.rebelion.org/noticia.php?id=163455
- Casa Branca ganhou processo para manter em segredo o assassinato de cidadãos norte-americanos por drones – http://www.odiario.info/?p=2764

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