sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Portugal: CAVACO E GOVERNO "GANANCIOSOS E INÚTEIS" DEMITAM-SE - manifestante

 


A vigilia junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, continua. Estão presentes muitos milhares de manifestantes após quase sete horas de permanência no local. Eram cerca das 16:30 quando chegaram os primeiros portugueses manifestantes, neste momento aproximamo-nos das 23:30 horas e os manifestantes dizem que não arredam pé. Entretanto o Conselho de Estado continua reunido no interior do Palácio. Mário Soares abandonou a reunião perto das 20:00 horas sem fazer declarações.
 
Principalmente as televisões estão quase em permanentes diretos e já mostraram cinco detenções de manifestantes por condutas perigosas, colhem declarações de manifestantes e numa delas uma mulher afirmou que presentemente já é vitima de fome assim como a sua família "lá em casa". Classificou Cavaco Silva e o governo de "gananciosos e inuteis, principalmente Cavaco", agora em PR e "principalmente durante os quase doze anos em que foi primeiro-ministro". Acrescentou ainda relativamente ao PR e ao governo que "se tivessem um minimo de consciência e decência demitiam-se. Porque estão tão recalcitrantes agarrados ao poder?", perguntou.
 
Sabe-se que quando terminar a reunião do Conselho de Estado Cavaco não prestará declarações. O hábito é o secretário do Conselho de Estado ler um comunicado - curiosamente e por hábito quase sempre elaborado ainda antes das reuniões terminarem.
 
Considerando esta "tradição" de Belém podemos esperar que os milhares de portugueses presentes na manifestação vão ficar frustrados e tudo se poderá esperar das suas reações. Para mais por exigirem a demissão de Cavaco, do governo (principalmente deste), e eleições. (PG)

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Portugal: QUATRO DETIDOS DURANTE OS PROTESTOS EM BELÉM

 
 
TSF - Publicado hoje às 21:46
 
Quatro pessoas foram detidas, por arremesso de petardos, na manifestação que decorre frente ao Palácio de Belém, confirmou à TSF fonte da PSP.
 
Vários milhares de pessoas voltaram hoje às ruas em várias cidades de Portugal para protestar contra as medidas de austeridade enquanto os conselheiros de Estado estão reunidos no Palácio de Belém.
 
É junto ao palácio presidencial que um maior número de pessoas está concentrada e, sob o olhar atento dos polícias, milhares gritam desde as 17:00 palavras de ordem e mostram o descontentamento com vários cartazes contra as políticas de austeridade.
 
O protesto foi convocado nas redes sociais.
 

Portugal: Milhares de pessoas voltaram às ruas em várias cidades do país

 

TSF - Publicado hoje às 21:18
 
Vários milhares de pessoas voltaram às ruas em várias cidades do país para protestar contra as medidas de austeridade enquanto os conselheiros de Estado estão reunidos no Palácio de Belém.
 
É junto ao palácio presidencial que um maior número de pessoas está concentrada e, sob o olhar atento dos polícias, milhares gritam palavras de ordem e mostram o descontentamento com vários cartazes contra as políticas de austeridade.
 
A vigília foi convocada nas redes sociais e decorre durante a reunião do Conselho de Estado, onde cerca de uma hora esteve presente o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que já abandonou o palácio presidencial, apesar do encontro ainda não ter terminado.
 
As palavras de ordem dos manifestantes são ouvidas dentro do Palácio de Belém, mas desconhece-se se o barulho chega à sala onde os 19 conselheiros estão reunidos.
 
A vigília tem decorrido de uma forma pacífica, excetuando quando foram derrubadas algumas grades e lançados alguns petardos, altura que em a presença polícia foi reforçada.
 
Várias dezenas de elementos da PSP, incluindo o Corpo de Intervenção (CI), estão no local e vários manifestantes já gritaram para os polícias se juntarem ao protesto.
 
Outro dos momentos de agitação foi quando os conselheiros de Estado chegaram a Belém, que foram recebidos por apupos dos manifestantes.
 
Cavaco, escuta, o povo está em luta" , "o povo unido jamais será vencido", "FMI fora daqui" ou gatunos, gatunos" são algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, que também exibem cartazes. Entre as frases pode ler-se "Contra o roubo do trabalho e do salários", "Derrotar o Governo antes que destrua o país" e "tenham vergonha escutem o povo".
 
Tal como previsto pelos promotores da concentração de hoje, perto das 18 horas foi cantada, junto ao palácio presidencial de Belém, a canção "Acordai", de José Gomes Ferreira e Fernando Lopes-Graça, uma das músicas cantadas pelos presos políticos antes do 25 de abril.
 
Na manifestação destaca-se a presença de um grupo de fuzileiros, alguns deles fardados, que decidiu juntar-se ao protesto.
 
Em comunicado, a Marinha já informou que está a proceder a «averiguações internas» para identificar eventuais casos de «uso indevido» de uniformes e símbolos militares, apesar de desconhecer se os militares estão no ativo.
 
A vereadora da Câmara Municipal de Lisboa Helena Roseta e os deputados do PCP Miguel Tiago e do Bloco de Esquerda Catarina Martins também estiveram presentes na vigília.
 
O deputado comunista Miguel Tiago defendeu que Cavaco Silva devia demitir o Governo e acusa-o de «estar comprometido com outros interesses que não os do povo».
 
Também a deputada bloquista Catarina Martins considerou que a manifestação em Belém «mostra a democracia a funcionar» e sublinhou que Cavaco Silva deve ouvir o povo, que pretende a demissão de um Governo «sem capacidade, legitimidade e autoridade».
 
 

Portugal: EM BELÉM CHAMAM GATUNOS AOS POLÍTICOS E EXIGEM ELEIÇÕES

 


Recorremos à TSF em texto e na foto para abordar a reunião do Conselho de Estado convocado por Cavaco Silva em operação de “tapa-olhos” para conservar as mesmas políticas, os mesmos governantes, os mesmos roubos, as mesmas ou até maiores mordomias aos sevandijas que têm depauperado o país:
 
CONSELHO DE ESTADO COMEÇOU CERCA DAS 17:15
 
TSF - hoje às 17:29
 
A reunião do Conselho de Estado, em que participa como convidado o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, começou hoje com os 19 conselheiros presentes cerca das 17:15 horas no Palácio de Belém, em Lisboa.
 
De referir, no entanto, que ninguém viu entrar o ministro das Finanças, porque Vítor Gaspar entrou por outra porta e bastante mais cedo que os conselheiros de Estado.
 
Vítor Gaspar foi preparar um dispositivo tecnológico para fazer uma apresentação perante o Conselho de Estado, de acordo com o que foi transmitido aos jornalistas por fonte oficial do Palácio de Belém. (TSF)
 
CERCA DE 11 MIL JÁ ESTÃO EM BELÉM E VÃO CHEGANDO MAIS
 
Menos de uma hora após a hora de convocação (neste momento cerca de 19 horas em Lisboa) já se encontram nos jardins de Belém cerca de 11 mil manifestantes que ruidosamente chamam gatunos aos atuais políticos em geral e que em declarações às rádios e televisões afirmam que o seu proposito é "correr com eles" - pretendem outros políticos, que sejam "honestos e competentes para que os possam eleger". Exigem eleições e rejeitam a operação cinica e ilusória posta em prática por Cavaco Silva ao pretender continuar na senda do saque com o governo neoliberal de Passos-Portas e da preferência do próprio Cavaco. Também Cavaco está a ser posto em causa com a sua presidência. Várias declarações vão no sentido de que também "ele está no rol dos gatunos" e que se há alguém que deve emigrar será ele e todos "esta cambada que nunca se farta de roubar", declaram os manifestantes.
 
"Não dá mais, eles têm de ter isto em consideração. Eles têm de recuar, se não o povo vai avançar", declara uma manifestante à reportagem da RTP Informação. É esse o espírito da dezena de milhares de manifestantes. As pessoas continuam a chegar em grande número. É evidente que esta vigilia se vai transformar em outra enorme manifestação de algumas centenas de milhares. Isso mesmo é percetivel cerca das 19 horas. Em Belém a noite vai ser longa para o Conselho de Estado e quanto mais longa mais portugueses afluirão ao local. E depois logo se verá o que Cavaco decide, qual o rumo que vai querer impôr e qual será a reação dos manifestantes e dos portugueses em geral.

Evidentemente que é expetável que Cavaco e todos os outros digam nada à saída daquela reunião. Mas a cumprir a vontade já manifestada por Cavaco ele imporá Passos e Portas aos portugueses. Falta saber se a decisão será tolerada por quem está farto de ser roubado para que Cavaco e outros, muitos outros, enriqueçam à custa das diificuldades do povo.
 
Mantém-se o som de fundo harmonico e de vez em quando canta-se o Acordai. (PG)
 

Portugal: MAIS DE ONZE MIL DIZEM QUE VÃO A BELÉM PARA PROTESTAR

 


São mais de onze mil utilizadores da rede social Facebook já prometeram estar presentes na concentração marcada para esta sexta-feira frente ao Palácio de Belém. Neste momento, quase hora e meia antes das 18 horas em Lisboa, já se pode ver a concentração de largas centenas frente ao local onde se vai reunir o Conselho de Estado.
 
Muitos milhares de utilizadores do Facebook já confirmaram a sua presença na concentração marcada pelo movimento "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas". O movimento criado em finais de agosto que exige a "demissão deste governo troikista" e o "rasgar do memorando da troika" espera agora que Cavaco Silva e conselho de Estado escutem estas reivindicações.
 
"Não queremos apenas mudanças de nomes, queremos mudanças de facto. A 21 de setembro iremos concentrarmo-nos junto ao Palácio de Belém para demonstrar que 15 de setembro não foi uma mera catarse coletiva, mas um desejo extraordinário de mudança de rumo!", pode ler-se na convocatória publicada na rede social Facebook.
 
Entre as dezenas de comentários publicados, os internautas apelam à participação ("bora lá pessoal toca a revoltarem-se" ou "esta manifestação de sexta dia 21 tem que ser a do vai o racha!"), mas lembram que deverão participar de forma pacífica ("A manifestação tem que ser de caráter pacífico mas não se pode desmobilizar nem se amedrontar" ou "precisamos de resistir à tentação da violência! Mostrar-lhes que estamos lá e que estamos atentos! e, pior ainda, que estamos prontos !!!!!!!!!!")
 
Num dos últimos posts surge um mapa onde são indicados dois portões de acesso à residência oficial do Presidente da República, onde à hora da manifestação estará reunido o conselho de Estado. A ideia é tentar perceber por onde entrarão o primeiro-ministro e o ministro das Finanças.
 
Para além de Lisboa, estão marcadas concentrações por todo o país, de Bragança a Faro, incluindo Funchal e Ponta Delgada.

 
FACEBOOK – CONCENTRAÇÃO: REUNIÃO DO CONSELHO DE ESTADO (Belém – Lisboa)
 
*Texto atualizado e alterado parcialmente por PG, compilado do jornal Expresso de ontem. Em texto assinado por Carlos Abreu.
 

NÃO ESPEREM NADA DE BOM DE UM PRESIDENTE COBARDE QUE FOGE DO POVO



Helena Ricoli

Quem viu e ouviu esta manhã em Évora as medidas ditas de segurança que afastaram três centenas de manifestantes pacíficos para cerca de 200 metros de Cavaco Silva, numa visita que fez à empresa brasileira de aeronáutica Embraer, numa inauguração de tipo corta-fitas (que é o que Cavaco melhor faz), poderá avaliar quanto este nefasto PR é suficientemente cobarde para se distanciar das populações de quem, mentindo, disse ser presidente.
 
Não é a primeira nem a décima vez que Cavaco teme os portugueses que se manifestam pacificamente em discordia com o rumo que o país está a tomar por via das políticas implementadas pelo governo dos seus pares neoliberais do PSD e do CDS, e das quais ele é cúmplice. Assim não fosse e nunca promulgaria diplomas que só depois de tempos e do mal feito o Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais em determinados aspetos. Assumidamente Cavaco é um PR fora-da-lei. Violador da Constituição da República Portuguesa - que jurou respeitar e fazer respeitar, não cumprindo. Provavelmente pela consciência pesada - será que tem consciência? - ele teme os portugueses que o vaiam, que o reprovam. A ele e ao seu governo.
 
Portugal já sabe que em Cavaco Silva reside o individuo que pior desempenho tem demonstrado na qualidade de presidente da República. Também já é público e notório que é um individuo cobarde, que teme manifestações contestatárias do povo que já neste momento anda com fome, sem emprego, sem casa, a sobreviver na miséria. Ele prefere que vejam nele aquilo que não é e que o ovacionem apesar de nunca ter feito por isso a favor das populações. Antes pelo contrário. Enriqueceu, outros das suas ilhargas e da sua súcia enriqueceram e o povo... É o que se sabe desde que anteriormente esteve por mais de 10 anos como primeiro-ministro.
 
Passos Coelho falou sobre a arrasadora alteração do novo imposto TSU faz exatamente hoje duas semanas. Há uma semana (sábado, 15) aconteceram as mega manifestações em Portugal a contestar as políticas aprovadas por Cavaco - independentemente de por vezes querer aparentar que discorda delas. Só hoje (22) Cavaco se atreveu a sair à rua e mesmo assim, em Évora, no Alentejo, tiveram de pôr o povo sofrido a cerca de 200 metros de distância. Será dentro de cerca de uma hora que Cavaco se vai reunir com o Conselho de Estado que convocou para uma sessão de faz-de-conta. Tudo ficará de modo a permitir o saque aos portugueses enquanto as súcias de malfeitores - políticos e correlativos - continuarão a beneficiar daquilo que roubam aos portugueses que ainda trabalham, aos reformados e pensionistas, a todos que possam contribuir para a imparável espoliação e sucção dos vampiros. É desses que Cavaco Silva vem demonstrando ser presidente, da súcia de insaciáveis.
 
Não é difícil, ante este curto historial e as evidências mais recentes, futurar que não devemos esperar nada de bom, de justo, de democrático, daquilo que será aparentemente depreendido por Cavaco neste "espetáculo" do Conselho de Estado. Cavaco já sabe há muitos dias aquilo que vai fazer. Será mais do mesmo, procurando "adormecer" (ludibriar) os portugueses baralhará e dará cartas de novo. As cartas que há muito estão viciadas. Não esperem nada de útil, justo, democrático, bom para os mais esfomeados e roubados, vindo da postura ou decisão de Cavaco Silva. O roubo vai continuar... Se os portugueses continuarem a consentir.
 

Portugal: PERDÃO DO CONSELHO DE ESTADO?

 


Fernando Santos – Jornal de Notícias, opinião
 
Finou-se o embalo por cantos de sereia. Durante anos e anos o povo viveu entre o comodismo próprio de quem alija responsabilidades de cidadania e a conversa da treta de um vasto naipe de governantes ou candidatos a. Enquanto a balbúrdia do novo-riquismo permitiu distribuir o bodo aos pobres, foi um ver-se-te-avias. Mentira daqui, mentira dali, inimputabilidade mais à direita ou mais à esquerda, a degradação da classe política e a sua vassalagem e submissão a interesses económicos e fácticos foram sobrevivendo. Mas tudo tem um fim, incluindo o regabofe e a paciência dos credores.
 
O resultado aí está: a esmagadora maioria dos portugueses descolou pura e simplesmente dos governantes e de hipotéticas alternativas. Nunca como agora foi a crispação do povo tão notória com os atuais ou anteriores dirigentes político-partidários. Quer vê-los pelas costas.
 
O que fazer, instalada a revolta e a descrença? - não por acaso 87% dos portugueses estão desiludidos com a Democracia, como ficou plasmado na sondagem da Universidade Católica ontem publicada pelo JN.
 
A resposta está longe de valer um milhão de dólares, mas os sintomas dos últimos dias não auguram nada de bom. Não obstante centenas de milhares de portugueses terem mostrado um cartão entre o amarelo e o vermelho aos partidos na manifestação do último sábado, raríssimos foram os casos já registados de políticos a manifestarem entendimento do desagrado. Entretida no casa e descasa de uma coligação ou à espreita de uma oportunidade para vincar alternativas sem escrúpulos, a classe política continua autista, interesseira, esgrimindo argumentos bacocos.
 
Já falta pouco para se concluir pelo falecimento desta República.
 
O único remédio não passa só pela colagem dos cacos deixados pelos últimos anos de má direção - nos governos, na Presidência da República, na Assembleia da República. Urge recredibilizar o sistema político, etapa por etapa, mas depressa.
 
Hoje, por exemplo, entre as guerras de alecrim e manjerona, todos estão muito esperançados na reunião do Conselho de Estado, convocada pelo presidente da República e na qual, logo à partida, se comete um erro de palmatória: "convidar" o ministro das Finanças, Vítor Louçã Gaspar (como anteontem a ele se referiu Alberto João Jardim) para dar explicações a um naipe de conselheiros igualmente coniventes, agora ou em fases recentes, com o estado de degradação do país.
 
O Conselho de Estado será um ponto de partida para a regeneração da classe política?
 
Além das frases cifradas de um comunicado final, a reunião só resultará se os "senadores" presentes tiverem a coragem de assinar um pedido de desculpas pelo colaboracionismo - ativo ou passivo - na degradação da situação do país. E se forem capazes, em simultâneo, de iniciar uma nova vida pública. Não subjugada ao poder económico ou de outra natureza obscura. Ou secreta.
 
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FACEBOOK – CONCENTRAÇÃO: REUNIÃO DO CONSELHO DE ESTADO (Belém – Lisboa)
 

Cavaco recebido em Évora por ruidosa manifestação de cerca de 300 pessoas

 

i online – Lusa
 
O Presidente da República, Cavaco Silva, foi hoje recebido, em Évora, por uma ruidosa manifestação de cerca de 300 pessoas, concentradas perto das novas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer.
 
O Chefe de Estado inaugura e visita hoje de manhã as fábricas, numa deslocação à cidade alentejana poucas horas antes de, às 17:00, já em Lisboa, presidir à reunião do Conselho de Estado.
 
Concentrados a poucas centenas de metros das unidades fabris, onde é visível um forte aparato policial, os manifestantes ostentam faixas, cartazes e bandeiras negras, gritando palavras de ordem, como "Cavaco escuta, o povo está em luta".
 
"FMI não manda aqui", "É preciso, é urgente, uma política diferente" e "Cavaco, Passos e Portas é tudo a mesma tropa" foram outras das frases entoadas pelos manifestantes.
 
A concentração foi convocada pela União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE), afecta à central sindical CGTP.
 
Ana Cruz, uma das manifestantes, disse à agência Lusa ter participado na concentração para protestar contra as medidas do governo.
 
"Estou aqui também porque o Presidente da República é cúmplice deste governo", disse, lamentando que Cavaco Silva "não vete as medidas deste governo e promulgue todas as leis contra os trabalhadores".
 
"Se e Presidente é de todos os portugueses como diz, porque é que não veio falar com o povo. Gostava de lhe dizer para olhar para o povo e para acabar com as políticas vergonhosas do governo", afirmou Ana Cruz.
 
O coordenador da USDE, Valter Lóios, explicou à Lusa que o protesto é contra a “atual política que destrói o país”.
 
Os participantes, sublinhou, quiseram aproveitar a presença de Cavaco Silva para exigir “um política alternativa, que ponha fim ao roubo que estão a fazer aos trabalhadores, nomeadamente nos salários e nos direitos”.
 
Cavaco Silva está a efetuar uma visita restrita às instalações das duas fábricas, sem o acompanhamento de jornalistas.
 
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Portugal: CAVACO SILVA TENTA FICAR AO LEME

 


Daniel Oliveira – Expresso, opinião, em Blogues
 
Vítor Gaspar estará hoje no Conselho de Estado. O seu chefe, o primeiro-ministro, também. Este estranho episódio tem merecido pouca atenção. Na versão bondosa, parte-se do princípio que lá estará para explicar aos conselheiros o inexplicável. Na versão maldosa, acha-se que lá estará para servir de saco de boxe dos conselheiros. Na verdade, para as duas nobres funções bastaria Passos Coelho. A ida do subordinado, ao lado do seu superior hierárquico, ao Conselho de Estado merece-me outra leitura: o Presidente da República quer, para além de desautorizar publicamente o primeiro-ministro, passar a ideia de que é ele, com os sábios da Nação e dirigindo o ministro das Finanças, que encontrará a saída para o imbróglio do governo. O primeiro-ministro assiste da bancada e aprende como se faz política.
 
Prevejo que não é desta que o governo cai. Prevejo que a solução encontrada para a TSU será uma aldrabice pegada, que transforma o assalto à mão armada em assalto por esticão. Mas fazer previsões, nesta altura, é demasiado arriscado. Uma coisa é certa: se o governo sobreviver a esta crise será um governo duplamente enfraquecido. Enfraquecido pelas manifestações, pelas sondagens e pelos confrontos internos no governo e no PSD. Mas também enfraquecido pela tutela do Presidente, que assim recupera o papel que a sua inédita impopularidade lhe tinha tirado.
 
Se Cavaco Silva conseguir o que quer, abre um precedente. Passos Coelho passará a governar condicionado pela sua proteção ou castigo, com os seus ministros a responder perante ele e o Presidente. A jogada parece de mestre. Mas é arriscada. Ao envolver-se de forma tão descarada nos assuntos do governo Cavaco passa a ser de alguma forma solidário com as suas decisões. É o que quer?
 

Portugal: DEPOIS DA INDIGNAÇÃO MANIFESTADA CAVACO-GOVERNO MANOBRAM O ENGANO

 


Santana Lopes lamenta que comunicado do PSD/CDS não tenha uma única palavra sobre TSU
 
Publicado hoje às 08:01
 
Santana Lopes considera que o comunicado conjunto do PSD e CDS sabe a pouco, porque sobre a Taxa Social Única (TSU), o rastilho da discórdia, nem uma palavra.
 
«Os portugueses devem pensar assim: Então porquê que saiu este comunicado? Qual é a solução do problema?», salientou Santana Lopes, no programa «Prova dos 9», da TVI.
 
O antigo primeiro-ministro disse que estava à espera que os dois partidos revelassem qual tinha sido o acordo acerca da Taxa Social Única, tendo ficado surpreendido com o silêncio.
 
«Sinceramente acho que não fez sentido nenhum», afirmou.
 
Belém: Preparativos para garantir segurança na vigília já começaram
 
Publicado hoje às 08:46
 
Em Belém, junto à residência oficial do Presidente da República, já se podem ver sinais dos preparativos para garantir a segurança da vigília marcada para as 18:00.
 
No local já estão a ser instaladas as grades para fazer um perímetro que há-de afastar as pessoas do Palácio de Belém e garantir a segurança.
 
Coro vai cantar "Acordai" a Cavaco
 
Publicado hoje às 09:08
 
Haverá música a acompanhar a reunião, esta tarde, no Palácio de Belém. Um coro de várias centenas de pessoas vai cantar "Acordai" a Cavaco Silva e aos Conselheiros de Estado.
 
A par da habitual ida quinzenal de Pedro Passos Coelho à Assembleia da República será outro o momento político do dia. Cavaco Silva recebe às 17:00 em Belém o Conselho de Estado.
 
Do lado de fora dos muros do palácio haverá uma vigília, mas o que agora se anuncia é que o protesto tem música garantida. Um coro de várias centenas de pessoas vai desafiar a um acordar da consciência.
 
A iniciativa de cantar à porta do presidente o poema de José Gomes Ferreira, musicado por Fernando Lopes Graça, foi lançada pela cantora lírica Ana Maria Pinto.
 
Austeridade: Portugal passou de «aluno modelo» a «exemplo de perigo»
 
Publicado hoje às 10:12
 
Portugal passou, «em duas curtas semanas», de «aluno modelo» a «exemplo dos perigos que enfrentam os governos que levam a austeridade além» do que os eleitores conseguem tolerar.
 
Num artigo intitulado "O ponto de viragem: Quanta austeridade é demasiada austeridade?", a revista The Economist afirma que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho «parece ter levado as reformas além do limite do que é considerado aceitável por larga parte do eleitorado».
 
«Nos 15 minutos que Passos Coelho demorou para anunciar o seu esquema na televisão, no início do mês, conseguiu a notável proeza de unir não só os partidos da oposição contra o seu plano 'intolerável', mas também os sindicatos, os patrões e os economistas», escreve a publicação na edição que será disponibilizada hoje nas bancas portuguesas.
 
O executivo anunciou que vai reduzir a TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas, financiando a medida com um aumento de sete pontos na contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social.
 
De acordo com a revista, «as políticas de Passos Coelho podem ter sido bem-sucedidas em enfatizar as diferenças entre Portugal e a Grécia».
 
No entanto, o primeiro-ministro «também está a descobrir que a austeridade não pode ser levada além do limite determinado pelos eleitores, quer estejam em motins violentos em Atenas ou em marchas pacíficas em Lisboa».
 
Face às reações da oposição, dos sindicatos, dos patrões e da população, que encheram as ruas de várias cidades do país no sábado, a revista acredita que é «muito provável» que Passos Coelho altere seu plano, «se não recuar completamente».
 
Referindo que o maior partido da oposição, o PS, ameaçou apresentar uma moção de censura ao Governo, a "The Economist" entende que a crise no seio da coligação governamental é «potencialmente mais perigosa» para o primeiro-ministro.
 
«O plano também abriu uma brecha potencialmente irreparável entre os dois partidos na coligação governamental», o PSD e o CDS, lê-se no artigo.
 
Conselho de Estado: Cavaco chama pela 1ª vez um ministro das Finanças
 
Publicado hoje às 08:12
 
Cavaco já convidou vários ministros a participarem na reunião do Conselho de Estado, mas por razões ligadas à representação de Portugal no estrangeiro. Esta é a 1ª vez que chama um ministro das Finanças.
 
Mais do que explicar a TSU, Vítor Gaspar vai ao Conselho de Estado apresentar as contas do país, sabendo-se que o défice não vai ser de 4,5% como estava previsto, mas está nos 6,6%.
 
A TSF sabe que os conselheiros podem fazer perguntas ao convidado, e só depois Gaspar abandona a reunião para o Presidente da República ouvir de seguida os 19 membros do Conselho de Estado, entre os quais está o primeiro-ministro.
 
Passos tem lugar por inerência. O mesmo não acontece com Paulo Portas. O parceiro de coligação vai ter o elemento mais próximo do CDS em António Bagão Felix, que já veio a público criticar abertamente a medida da TSU.
 
Além da TSU e do OE, há uma crise política na coligação a ensombrar o Conselho, mas é pouco previsível que o assunto esteja em destaque na reunião.
 
No entanto, segundo apurou a TSF, o Presidente está apostado em obrigar as diversas forças políticas a encontrar uma solução.
 
Cavaco joga forte neste Conselho de Estado, depois de ter recebido o líder da oposição e os parceiros sociais, que saíram de Belém a assumir o compromisso de dialogar com o Governo.
 
Passos Coelho: Governo não é «cego» nem «surdo»
 
Publicado hoje às 10:25
 
No debate quinzenal, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho diz que o Governo não é «cego» nem «surdo» perante as dificuldades do país.
 
O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira, relativamente às manifestações de sábado, que o Governo não foi «cego» nem «surdo», nem ficará mudo «perante as dificuldades do país». Pedro Passos Coelho reconheceu que o esforço exigido aos portugueses tem sido «colossal».
 
«Nós não podemos e não somos surdos nem cegos relativamente ao país e seguramente não ficaremos mudos perante as dificuldades do país», afirmou.
 
Passos Coelho respondia no debate quinzenal no Parlamento ao líder da bancada do CDS-PP, Nuno Magalhães, que o questionou sobre as manifestações de sábado.
 
Em resposta a Nuno Magalhães, o primeiro-ministro sublinhou também que Portugal foi o único país sob assistência financeira a ver revistas as metas para atingir o défice inferior a 3 por cento.
 
AR: Seguro pergunta a Passos Coelho «onde tem a cabeça?»
 
Publicado por TSF
 
O secretário-geral do PS criticou hoje duramente a forma como o primeiro-ministro se apresentou no debate quinzenal no Parlamento, perguntando-lhe «onde tem a cabeça».
 
António José Seguro falava após Pedro Passos Coelho ter respondido a questões formuladas pelos líderes parlamentares do CDS, Nuno Magalhães, e do PSD, Luís Montenegro.
 
«O que se pode dizer é que o senhor primeiro-ministro está em autêntico estado de negação. Onde está a sua cabeça? De que país fala?», questionou o líder socialista, antes de se referir ao diálogo que Pedro Passos Coelho travou com as bancadas da maioria governamental PSD/CDS.
 
«Em 40 minutos de conversa com a sua maioria, não teve uma palavra sobre o desemprego - e o país já tem 842 mil desempregados. As empresas não têm crédito e enfrentam problemas de tesouraria, mas não disse uma palavra sobre isso», observou Seguro.
 
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FACEBOOK – CONCENTRAÇÃO: REUNIÃO DO CONSELHO DE ESTADO (Belém – Lisboa)
 

Portugal: PASSOS COELHO E SÚCIA DE MINISTROS EXPOSTOS EM DEBATE PARLAMENTAR

 

PARTE DO BANDO DE MENTIROSOS ESTÁ NA AR EM DEBATE ESTÉRIL
 
O debate parlamentar na Assembleia da República está a decorrer. Passos Coelho intem e diz, entre outras declarações e desenvolvimentos: "O governo não é cego nem é surdo". Se não é será só agora, porque ao longo de pouco mais de um ano de governação, de má governação, tem sido cego, surdo e mudo em demasia. Quando tem abrido a boca entra mosca ou saem dejetos. Ainda mais, para os que já só conseguem sobreviver na fossa.
 
O partido socialista nas suas interpelações, pela voz do seu líder, António José Seguro, tem "descascado" com justa causa nas políticas que Passos Coelho e seus desastrados ministros têm implementado. Será que é desta que o PS se "afasta" da supremacia doentia e radicalmente noeliberal tão ao jeito de Passos, de Portas e de Cavaco Silva? Esperamos, sentados, para vermos, ouvirmos e lermos. Será, por certo, mais um debate estéril. De onde não advirá consequência positivas para os portugueses injustiçados e de menores recursos.
 
Convidamos os interessados a seguir o debate em direto na TSF Rádio Notícias. (PG)
 

Timor-Leste: Xanana participa na 67ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque

 

MSE - Lusa
 
Díli, 21 set (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, viaja sábado para Nova Iorque, Estados Unidos da América, onde vai participar na 67ª reunião da Assembleia-Geral das Nações Unidas, refere em comunicado hoje divulgado pelo Governo timorense.
 
Segundo a nota, paralelamente à Assembleia-Geral da ONU, que termina a 01 de outubro, o primeiro-ministro timorense participa terça-feira no "Evento Paralelo de Alto Nível do G7+", organizado em conjunto pela Libéria e pelo Afeganistão.
 
O G7+ tem 17 Estados-membros, entre os quais Timor-Leste e a Guiné-Bissau, e foi formado com o objetivo de reformar e reinventar a forma como é feita a cooperação internacional.
 
"É uma preocupação de Timor-Leste e dos países pós-conflito otimizar os apoios da comunidade internacional para que o investimento dos países doadores não sejam despendidos em ações não benéficas para a população", explicou à agência Lusa o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres, que integra a delegação que se desloca a Nova Iorque.
 
Durante a estada em Nova Iorque, Xanana Gusmão terá algumas reuniões bilaterais, entre elas, adiantou o chefe da diplomacia timorense, um encontro trilateral com a Austrália e a Indonésia.
 
"É uma reunião muito útil para trocar informações sobre o que cada um de nós tem estado a fazer, partilhar preocupações e o que podemos fazer em conjunto nas áreas da segurança", disse José Luís Guterres.
 
Antes de regressar a Timor-Leste, o primeiro-ministro timorense realiza também uma visita de trabalho à Indonésia.
 
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Moçambique: CONGRESSO FRELIMO XXL, GUEBUZA MOSTRA FORÇAS E FRAQUEZAS?

 


Congresso será "à medida de Armando Guebuza" - analista
 
21 de Setembro de 2012, 09:29
 
Maputo, 21 set (Lusa) - O jornalista e analista Lázaro Mabunda considera que o X Congresso da Frelimo, partido no poder em Moçambique, será "à medida" do seu Presidente, Armando Guebuza, e servirá de plataforma para ele se manter no poder.
 
A Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), no poder há mais de 37 anos, realiza o X Congresso de 23 a 28 de setembro em Pemba, norte do país, e nele serão eleitos o presidente do partido, o Comité Central e a Comissão Política.
 
Para Lázaro Mabunda, editor do diário O País e analista político, com base nas declarações dos dirigentes do partido, principalmente do secretário-geral, Filipe Paúnde, a reeleição de Armando Guebuza na presidência da Frelimo "será um problema menor ou mesmo um não problema para o Congresso", por já estar garantida.
 
"A continuação de Armando Guebuza na presidência do partido está na lógica da solução de estabilidade governativa até ao fim do seu segundo mandato em 2014. Como ele é Presidente da República até 2014, não vai querer um presidente do partido que não seja ele", observa Lázaro Mabunda.
 
Ao dar indicações de que Armando Guebuza deve manter-se na presidência do partido até 2014, a direção da Frelimo quer influenciar o Congresso de Pemba a manter a tradição de o chefe de Estado oriundo desta formação política ser igualmente presidente do partido, para se evitar "um chefe de Estado cosmético, que recebe ordens do presidente" do partido.
 
"Joaquim Chissano teve de renunciar à presidência do partido em 2005, quando Armando Guebuza ascendeu à Presidência da República, para se evitar uma situação de dois centros de poder", recorda o jornalista.
 
Contudo, assinala Lázaro Mabunda, o principal receio é que Armando Guebuza se mantenha na presidência do partido para além de 2014, "ofuscando" um Presidente da República da Frelimo, caso o partido vença as eleições presidenciais desse ano, como é provável.
 
"Guebuza pode querer continuar na Presidência por via da presidência do partido, porque os estatutos da Frelimo dão poder ao presidente do partido sobre o Presidente da República, que seja do partido, e sobre o Governo", enfatiza o jornalista.
 
Mabunda considera que a alegada pretensão do atual chefe de Estado de querer alterar a Constituição para conseguir um terceiro mandato, projeto entretanto gorado, aumenta o receio de que Armando Guebuza pode não abdicar da direção do partido, para manter a influência sobre a governação.
 
"Há muitos interesses em jogo para que ele queira continuar no poder. O controlo dos recursos naturais que estão a ser descobertos faz-se através do controlo político e ele tem interesses empresariais", considera Lázaro Mabunda.
 
Para o editor do diário O País e analista, a influência que Armando Guebuza tem sobre as bases do partido e sobre a preparação do Congresso criou condições para que este seja realizado à sua medida.
 
"Acho que vai ser um Congresso favorável a Guebuza. A máquina partidária ao nível das bases é leal ao Presidente. Será contestado ao nível dos quadros do topo, mas terá o apoio das bases, que são a maioria", antevê.
 
E os apoios no Congresso de Pemba vão determinar qual das principais tendências internas consegue colocar os seus apoiantes no Comité Central e na Comissão Política e construir uma composição que lhe será favorável na indicação do seu candidato à Presidência da República, explica.
 
"Ao nível do aparelho partidário, Armando Guebuza parte em vantagem. Dependerá mais do seu bom senso, se respeita ou não a tradição de a Frelimo ter um Presidente da República que é também presidente do partido e assim evitar conflitos entre esses dois centros de poder", frisa Lázaro Mabunda.
 
PMA
 
"Força do partido" impede a personalização -- politóloga portuguesa
 
21 de Setembro de 2012, 09:29
 
Pemba, 21 set (Lusa) - A "força das estruturas" da Frelimo impede a personalização do partido e uma situação idêntica à da Rússia, com "alternância combinada de poder", defendeu, em entrevista à Lusa, Elisabete Azevedo, professora nas universidades católicas portuguesa e moçambicana.
 
O cenário de um duplo poder, com o futuro Presidente da República submetido ao comité central da Frelimo, controlado pelo atual chefe de Estado, Armando Guebuza, domina a discussão política no país, na véspera do X Congresso do partido no poder em Moçambique.
 
"Até agora, o Presidente da República, independentemente de quem ocupou o cargo, pelo desenho constitucional "não deve obediência" a nenhuma instituição politica a não ser ao eleitorado no final do mandato, em caso de uma recandidatura", começou por dizer a politóloga portuguesa.
 
"A Frelimo já teve várias lideranças, o que tem reforçado as estruturas do partido e evitado a "personalização" do partido, acrescentou Elisabete Azevedo, que rejeitou qualquer comparação com o atual modelo russo de "alternância combinada" de poder.
 
"A situação talvez mais parecida terá sido a de Thabo Mbeki, em 2007, que, também na impossibilidade de se recandidatar à Presidência sul-africana, candidatou-se, em 2007, à liderança do ANC. No entanto, esta comparação parece não ser válida no seu resultado, uma vez que Mbeki foi derrotado no congresso enquanto tudo indica que tal não acontecerá no congresso da Frelimo", defendeu a académica.
 
Armando Guebuza, impedido constitucionalmente de se recandidatar à Presidência da República, em 2014, é o candidato à sua sucessão na liderança da Frelimo, no X Congresso do partido que arranca no domingo em Pemba, no norte do país.
 
Pelos estatutos partidários, é o comité central que orienta o governo do país, dirigido pelo Presidente da República, no caso de este ser oriundo do partido, o cenário mais provável para o desfecho das eleições de 2014.
 
Essa possibilidade tem levantado questões por parte de setores da sociedade moçambicana que consideram que Guebuza, mesmo abandonando a Ponta Vermelha (residência dos presidentes moçambicanos) controlará o seu sucessor, reforçando o seu poder, cenário que a politóloga portuguesa rejeitou.
 
"Recordo que já em 1986, durante o sistema monopartidário, quando o partido poderia ter tido a tal "personalização", com a forte liderança de Samora Machel, a assembleia monopartidária na altura, Assembleia Popular, decidiu que Samora não podia continuar a ser Presidente da República e presidente da Assembleia Popular", justificou Elisabete Azevedo.
 
LAS
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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São Tomé e Príncipe: MINISTRA DA SAÚDE DEMITE-SE DO GOVERNO

 

MYB - Lusa
 
São Tomé, 20 set (Lusa) - A ministra são-tomense da Saúde e Assuntos Sociais, Ângela Pinheiro, demitiu-se hoje do cargo, alegando "razões pessoais", confirmou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
 
"A ministra da saúde, de facto, esta tarde mandou-me uma carta a pedir a sua demissão do governo. (...) evocou razões pessoais, analisei e entendi que devia concordar com o pedido", disse Patrice Trovoada a jornalistas no decorrer da inauguração do sistema de iluminação eletrica em dois bairros periféricos da capital são-tomense.
 
O chefe do governo adiantou que "agora as coisas estão a seguir os seus trâmites".
 
Uma fonte da presidência disse a Lusa que "amanhã (sexta-feira), o mais tardar, deverá sair o decreto" que formaliza a demissão da titular da Saúde.
 
O pedido de demissão de Ângela Pinheiro surge 48 horas depois de um incidente com o Presidente da República são-tomense, Manuel Pinto da Costa, que está a realizar desde sábado e até segunda-feira uma "presidência direta" no sector da saúde.
 
Na terça-feira, Ângela Pinheiro, confrontada com comentários feitos elo chefe de Estado durante uma visita ao Fundo Nacional de Medicamentos, decidiu abandonar a visita, mesmo depois do Presidente se ter oposto.
 
Trata-se de uma primeira baixa no governo de Patrice Trovoada que nas últimas semanas tem sido confrontado com críticas de má governação.
 
Pinto da Costa, que visita durante uma semana o sector da saúde, justifica a iniciativa com a necessidade de "contactar diretamente com a sua realidade e com as principais dificuldades que afetam um sector que é vital nas condições de vida das populações".
 
A presidência direta, segundo uma nota da presidência da república, "insere-se no âmbito do exercício de uma magistratura ativa e de proximidade com as populações".
 
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Cabo Verde: HEMODIÁLISE, CAN2013, TEATRO VAI AO BRASIL, PGR CRITICA POLÍTICOS

 


Arquipélago terá um centro de hemodiálise no próximo ano
 
20 de Setembro de 2012, 12:53
 
São Tomé 20 set, (Lusa) - Um centro de hemodiálise vai ser construído no principal centro hospitalar da cidade de São Tomé, com financiamento da cooperação portuguesa, informou hoje fonte oficial.
 
A ministra são-tomense da Saúde que participou hoje na cerimónia de apresentação do protótipo de construção, juntamente com a embaixadora de Portugal na capital são-tomense, disse que o futuro centro de hemodiálise terá uma capacidade de tratamento de 20 doentes em cada sessão, que será feita três vezes por dia.
 
Ângela Pinheiro adiantou que as obras deverão arrancar já no próximo ano, mas antes está prevista um encontro na capital são-tomense entre técnicos nacionais e do Hospital de S. João do Porto, encarregado também da formação dos quadros são-tomenses para trabalhar no centro.
 
CAN2013 - Camarões recebem Cabo Verde a 14 de outubro
 
20 de Setembro de 2012, 14:03
 
Cidade da Praia, 20 set (Lusa) - O jogo Camarões-Cabo Verde, da segunda mão da última eliminatória de qualificação para a Taça das Nações Africanas (CAN2013), será disputado a 14 de outubro, disse hoje à agência Lusa o presidente da Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF).
 
Mário Semedo adiantou que a data foi marcada pela federação camaronesa e que a inicialmente prevista, para um dia antes, era meramente indicativa, pois a Confederação Africana de Futebol (CAF) "abre uma janela" de três dias (entre sexta-feira e domingo) para a realização dos jogos de qualificação.
 
Assim, Cabo Verde, que a 08 deste mês, na primeira mão, derrotou na Cidade da Praia os "Leões Indomáveis" por 2-0, vai defender a vantagem em Yaoundé no dia 14 de outubro (um domingo), jogo marcado para as 15:00 locais (14:00 em Cabo Verde e 16:00 em Portugal).
 
A data do jogo tem sido polémica, pois o encontro decisivo foi anunciado para 03 de outubro e, depois, para 13 do mesmo mês. Hoje, Mário Semedo desfez as dúvidas, ao indicar ter recebido a informação oficial da data do jogo.
 
A 14 deste mês, e face à derrota diante de Cabo Verde, o ministro do Desporto camaronês demitiu o selecionador Denis Lavagne, substituindo-o por Jean Paul Akono, antigo campeão olímpico (2000).
 
Cabo Verde, que eliminou Madagáscar na ronda anterior (vitórias por 4-0 em Antananarivo e por 3-1 na Cidade da Praia), tenta chegar pela primeira vez à fase final de uma CAN.
 
Por seu lado, os Camarões participaram em seis fases finais da CAN e venceram quatro, foram medalha de ouro no torneio olímpico de futebol (2000) e finalistas na Taça das Confederações (2003).
 
JSD.
 
Grupo de teatro apresenta no Brasil peça sobre pedofilia
 
20 de Setembro de 2012, 20:14
 
Cidade da Praia, 20 set (Lusa) - O grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo segue hoje para o Brasil onde vai apresentar a peça "Teorema do Silêncio", um drama que trata da temática da pedofilia.
 
A peça teatral, que tem como protagonistas o cabo-verdiano Fonseca Soares e a brasileira Janaina Alves, vai ser exibida num festival internacional na região da Rondónia.
 
"Teorema do Silêncio", escrita pelo autor cabo-verdiano Caplan Neves, é a 47.ª produção teatral do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, liderado pelo encenador português João Branco, residente há quase duas décadas na ilha de São Vicente.
 
Segundo João Branco, trata-se de uma abordagem que se pretende "forte" para despertar a sociedade para o fenómeno da pedofilia.
 
"A peça é dedicada às crianças, em especial aquelas que já foram molestadas, com duas perguntas: Até quando calaremos? Até quando este silêncio?", explicou.
 
João Branco adiantou que "Teorema do Silêncio" recorre a vários "flashbacks" (recordações) para se contar a história de uma violação sexual infantil.
 
"É certo que, em cada caso que se descobre, muito poucos conseguem a condenação judicial do criminoso e muitos mais são encobertos, muitas vezes por pessoas bem próximas da vítima/criança. É preciso pôr termo a este sufocante enredo do silêncio que gira em torno deste assunto", explicou o diretor artístico da peça e do Festival Internacional de Teatro do Mindelo (Mindelact).
 
A participação do grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo no festival na Rondónia antecede uma digressão do grupo pelo Brasil, a realizar em 2013, para representar a peça em quatro grandes cidades - Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Fortaleza.
 
"Queremos mostrar o nosso teatro não só no Brasil mas também em outros países", avançou, lembrando tratar-se da sexta vez que a companhia de teatro se apresenta no Brasil.
 
CLI.
 
PGR critica inação dos políticos na atualização do sistema judicial
 
20 de Setembro de 2012, 21:39
 
Cidade da Praia, 20 set (Lusa) - A Justiça em Cabo Verde necessita de reflexão e os políticos devem atualizar as leis tendo em conta a evolução da sociedade e os desafios que enfrenta, disse hoje o Procurador-Geral da República (PGR) cabo-verdiano.
 
Júlio Martins falava aos jornalistas ao final da tarde, após entregar ao presidente da Assembleia Nacional (AN), Basílio Ramos, o tradicional relatório anual sobre o Estado da Justiça em Cabo Verde, a ser discutido na sessão parlamentar de outubro.
 
O PGR cabo-verdiano criticou, por outro lado, o facto de os sucessivos relatórios que têm sido entregues para discussão no governo e no parlamento não terem sequência.
 
"Temos de pensar que políticas públicas devem ser pensadas e implementadas para reduzir a criminalidade. Não houve, infelizmente, medidas de política legislativa para minimizar os constrangimentos apontados no relatório do ano passado", lamentou.
 
Júlio Martins criticou também a falta de resultados da discussão do relatório no parlamento.
 
"Faz-se a discussão do relatório e depois para-se. O próprio arlamento faz a discussão e, depois, não tira nenhumas consequências da discussão que faz. Discutir para não se tirar nenhumas conclusões não creio que deva ser a melhor solução", disse.
 
"Espero que este ano, a seguir à discussão parlamentar do Estado da Justiça, que haja indicações concretas, que se definam as balizas e as metas para quem executa a política criminal, o Ministério Público (MP)", defendeu o PGR.
 
Salientando que a Justiça em Cabo Verde "não está doente", Júlio Martins destacou que, em 2011, o aumento do número de processos entrados no MP foi de 54 por cento, ou seja, cerca de 28.500 - só na comarca da Cidade da Praia deram entrada 14.500 -, havendo apenas, a nível nacional, 35 procuradores.
 
"O nível é preocupante. Há um aumento de produtividade, mas o número de processos novos anula-o totalmente. Cabo Verde deve refletir muito no sistema que tem e também nos investimentos que se têm feito", frisou Júlio Martins.
 
Segundo o PGR cabo-verdiano, a morosidade da Justiça em Cabo Verde, a par da falta de recursos humanos, continuam a liderar os "constrangimentos" no setor, agravados com o "aumento significativo" de casos de pequena e média criminalidade e de crimes de violência baseada no género.
 
Júlio Martins exemplificou com o caso da pequena criminalidade, cuja moldura penal não ultrapassa os três anos, em que os infratores saem beneficiados com a lei, pois o tribunal tem ordem para, nestes casos, não os privar da liberdade, obrigando-os ou a pagar multa ou a prestar trabalho comunitário.
 
"Uma das maiores críticas à Justiça é que as pessoas praticam pequenos crimes e depois saem em liberdade, como se o sistema não reagisse. E o MP não pode legislar. A Justiça merece uma profunda reflexão", concluiu.
 
JSD.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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