sábado, 28 de maio de 2011

Brasil: MINISTRO ANUNCIA QUE MEC LANÇARÁ NOVO “KIT GAY” NESTE ANO




AQUIDAUANA – 26 maio 2011

O ministro da Educação perdeu a batalha mas não desistiu da guerra. Depois de a presidente Dilma Rousseff considerar proibir o kit anti-homofobia, ante a pressão dos deputados da bancada evangélica na Câmara que consideram o material como um "estímulo ao homossexualismo", Fernando Haddad disse hoje que o MEC pretende refazer o kit do projeto “Escola sem Homofobia” e distribuir para professores de ensino médio ainda neste ano em mais seis mil escolas públicas.

O "x" da questão parece estar na grana empenhada para bancar o material encomendado à OnGs.

Haddad destacou que as alterações a serem feitas no kt estão previstas no convênio do ministério com as entidades responsáveis pela criação do material e sugeriu que não haverá pagamento adicional (heim...?!!!) além do previsto em contrato.

O total do projeto, incluindo o kit, seminários, formação de professores e outras despesas teve orçamento aprovado em R$ 1,8 milhão. Na quarta-feira, depois da decisão de Dilma, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), divulgou nota conclamando "os LGBTs e pessoas de bom senso" a não votarem mais na petista, caso ela não voltasse atrás.

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Portugal: O PAÍS ONDE JÁ NADA SE ESTRANHA




A SEMANA

FILOMENA MARTINS – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Roubo a frase com que Fernando Pessoa caracterizou o sabor da Coca-Cola, para a aplicar a Portugal, onde já nada nos inquieta. Vou só a factos desta semana.

Primeiro o PSD acusou o Governo de estar a fazer "nomeações ocultas", contratando quadros e dando ordens para que essas contratações não fossem publicadas em Diário da República. O "caso" foi lançado à hora dos telejornais, durou essa noite e o dia seguinte de campanha, motivou ditos e contraditos, umas série de atoardas e depois... morreu. Ninguém explicou, em definitivo e sem margem para mais suspeitas, se houve ou não as ditas nomeações escondidas, se as houve o que vai acontecer aos nomeados e se tudo o que aconteceu foi legal. Daqui a meses ou anos, lá se contabilizarão as nomeações feitas em gestão, a colocação de nomes de amigos neste ou naquele cargo, mas ninguém faz absolutamente nada que isto não se repita governo após governo. Estranhou-se primeiro, entranhou-se depois, e não se fala mais disso.

Depois a Unidade Técnica de Apoio Orçamental concluiu que o Governo adiou pagamentos de 205,9 milhões de euros para poder apresentar o relatório da execução orçamental do primeiro trimestre deste ano muito mais cor-de-rosa do que ele é na realidade. Mais uma vez o tema marcou um dos dias da campanha, gerou troca de acusações e depois... morreu. Ninguém fez com que o primeiro-ministro se desculpasse pelo feito que anunciara uma semana antes, ninguém se apressou a mostrar os números verdadeiros, ninguém recordou sequer que a União Europeia obrigou a corrigir o défice por causa do oportuno esquecimento de contabilizar uns certos dados obrigatórios desde meio do ano. Daqui a uns meses, seja qual for o Executivo, lá se irá de novo usar a contabilidade criativa que mais jeito der, torturar os números até que eles se ajeitam aos desejos de quem governar. Estranha-se num dia, entranha--se no seguinte e depois tudo se esquece.

E soube-se ainda que:

Almerindo Marques, que saiu recentemente da empresa pública Estradas de Portugal, acaba de saltar para a privada Opway, que opera na mesma área das obras públicas e com quem antes mantinha negócios. Ele acha que daí não vem mal ao mundo pois "quem não deve não teme", mas espero que aceite também que são estes saltos de gestores públicos para os melhores cargos privados que mais suspeitas e desconfianças geram aos cidadãos.

Nuno Félix, um assessor de imprensa do ministro Jorge Lacão, ex-candidato autárquico socialista, ganha por mês quase tanto como o ministro. O próprio revela que tem um salário igual ao dos adjuntos ministeriais e sustenta que o seu salário se justifica, mas espero que aceite também que são casos como o seu que levaram à criação da denominação "boys" e de tudo o que ela representa.

São todos estes casos, e outros que tais, sem que ninguém tenha feito nada para que não se repetissem, que nos trouxeram até aqui. Somos o tal país de brandos costumes que pouco se indigna e tudo aceita. Mesmo que estranhe, entranha e segue cantando e rindo. A factura teria de chegar. Mas, mesmo quando já percebemos o que temos a pagar, continuamos a beber da mesma mistela. A cirrose é certa. E mata.

Posicionamentos

- Primeiro foi António Costa a deixar claro que o PS tem vida para além de José Sócrates e que o partido não esgota no actual líder. Depois Francisco Assis a elogiar Passos Coelho. Ontem foi António José Seguro a discursar sobre os socialistas sem nunca nomear o primeiro-ministro demissionário. E no PSD não pode deixar de ter leitura política que Rui Rio tenha recebido Paulo Portas muito antes de se encontrar com Passos Coelho. Com a vitória de dia 5 completamente indefinida, agitam-se já os bastidores dos dois principais partidos. Há muita gente a posicionar-se e a ficar de prevenção para o que der e vier.

Contradições

- Independentemente do que se possa pensar da estratégia política de Passos Coelho em trazer para a ordem do dia o tema do aborto, há duas coisas que devem ser ditas. A primeira é que os temas sociais e de valores podem e devem ser debatidos nesta campanha, já que sobre os económico-financeiros todos sabemos que o que vale são as ordens da troika. A segunda é que esquerda que agora argumenta que há coisas muito mais graves a preocupar o País foi a mesma que achou que devia aprovar e discutir temas fracturantes em vez de fazer face à crise que se instalava.

Portugal: PARA QUE SERVEM ESTES SENHORES?




BAPTISTA-BASTOS – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

As sondagens são a perpétua transacção que regista os conflitos sociais e os debates que se operam entre os políticos e nós próprios. Há racionalidade nos resultados apresentados? Aparentemente, o óbvio deixa de o ser. E o imprevisível representa o equilíbrio frágil próprio dos funcionamentos paradoxais. Quem diria que o PS de Sócrates estaria à frente do PSD de Passos, no curto espaço de meia dúzia de dias? Mas esta oscilação, mistura instável dos sentimentos que movem os cidadãos, tem muito que ver com a "mensagem", no sentido que lhe atribui Armand Mattelart (La globalisation de la surveilance, La Découverte, 2007).

Não é só "dizer"; é fazer com que o que se "diz" seja fixado uma vez por todas. A verdade constitui mais uma procura incansável do que um dado filosófico adquirido. Sabemos que esse conceito está cada vez mais arredado não só da política como dos outros sectores da sociedade portuguesa. Sócrates tem mentido, mas Passos Coelho não está isento do feio pecado. Desnecessário enumerar. Devemos admitir, com a complacência do inevitável, ser assim governados?

O presidente do PSD teve todas as possibilidades de um triunfo rápido, por admissível. Boa aparência, frase bem boleada, voz convincente. O seu adversário mais próximo estava desgastado por escândalos, aldrabices infantis, omissões lacunares, decisões políticas absolu- tamente deploráveis, ideologia de direita, e arrogância displicente pelo facto de se presumir sozinho em campo. Acresce que o partido parecia de rojo a seus pés. Nem sequer relembro o último congresso para me apoiar no irrefutável.

Enquanto, no PS, as hordas estavam disciplinadas e dispostas a bater-se com o montante contra tudo o que se lhes opusesse, o PSD expunha as fragilidades resultantes das lutas de facções, os ressentimentos e as batalhas de interesses. Nada disto, num e noutro partido, tem que ver connosco, e com Portugal. Nós e Portugal somos outra coisa. Neste momento, quando as sondagens fazem estremecer o PSD, a intriga, a conspiração, a maquinação e o conluio lavram, entre os "companheiros" de Passos, e o que entendem ser a sua política errática e inconsequente. Sócrates, para o PS, é a nódoa difícil de apagar. Passos, no PSD, é o homem a abater.

A monotonia da vida partidária revela um estado de menoridade que nos afasta dos nossos elementares deveres cívicos. O atoleiro em que fomos envolvidos não permite nenhuma hipótese de ideias novas: à esquerda e à direita é tudo velho, rançoso, e intrínseco ao sistema dominante. Criou-se essa monstruosa mistificação dos "partidos do arco do poder", como inevitabilidade sem argumentação contrária. Perguntamos: que são, em rigor, o PS, o PSD e o CDS; e para que servem Sócrates, Passos e Portas? Ou, melhor: a quem servem?

Alemanha: CERCA DE 160 MIL MANIFESTANTES EXIGEM FIM DA ENERGIA NUCLEAR




FA - LUSA

Berlim, 28 mai (Lusa) -- Cerca de 160 mil pessoas voltaram hoje a manifestar-se em várias cidades da Alemanha contra a energia nuclear, em vésperas de o governo de Angela Merkel anunciar o novo calendário de encerramento gradual das 17 centrais atómicas.

Em Berlim, quase 20 mil pessoas desfilaram pelo centro da cidade e fizeram um comício diante da sede do partido de Merkl, a CDU, para dar força ás suas reivindicações.

Em Munique, cerca de 10 mil manifestantes caminharam também pelas ruas da capital da Baviera, exigindo a renúncia ao programa nuclear, em Hannover os protestos reuniram cerca de 12 mil pessoas, e em várias cidades da Renânia, como Colónia, Bona ou Muenster, os organizadores contaram também dezenas de milhares de participantes nas marchas, sob o lema "Schluss mit Atomkraft" (Fim à Energia Atómica).

As manifestações foram organizadas em conjunto por sindicatos e grupos ambientalistas, com o apoio de várias forças políticas, sobretudo o partido Os Verdes.

O objetivo declarado, reunir ainda mais participantes dos que os 250 mil contabilizados na última jornada de luta a nível nacional, a 26 de março, não foi atingido, no entanto, segundo cálculos dos próprios organizadores, que apontaram para 160 mil manifestantes em 21 cidades.

Com mais esta vaga de protestos, os ambientalistas alemães fizeram uma derradeira tentativa para influenciar a decisão do governo de Angela Merkel sobre o prazo limite para o encerramento de todos os reatores atómicos alemães.

O executivo recebe, no domingo, o relatório final da comissão de ética de reexame à segurança das centrais atómicas, liderada pelo ex-ministro do ambiente, Klaus Toepfer, que deverá recomendar um prazo limite para o encerramento das mesmas até 2021, segundo o semanário der Spiegel.

No domingo à noite, os líderes dos partidos da coligação governamental reúnem-se em Berlim para tomar uma decisão política sofre o fecho das centrais nucleares.

Segundo fontes governamentais, Angela Merkel quer anunciar na ocasião já uma data, enquanto os liberais defendem que pelo menos as centrais mais modernas fiquem abertas mais uma década.

Alguns políticos democratas cristãos também advertiram contra um fecho precipitado das centrais, que segundo cálculos de especialistas poderia custar aos cofres do estado cerca de 40 mil milhões de euros, em impostos que deixarão de ser cobrados e investimentos em outras fontes energéticas.

Há dois meses e meio, sob a influência da catástrofe nos reatores de Fukushima, no Japão, que entraram em fusão, o executivo democrata cristão e liberal reviu a lei que tinha promulgado em setembro para prorrogar em média por mais doze anos, para além de 2020, o encerramento gradual das centrais atómicas.

Merkl anunciou então uma moratória de três meses para que uma comissão nomeada pelo governo pudesse reanalisar as condições de segurança dos reatores germânicos, admitindo que, ao contrário do que pensava até aí, mesmo num país altamente industrializado, como no Japão, os gestores das centrais nucleares tiveram de se confessar impotentes para reduzir os riscos para a população, face a uma catástrofe natural de grandes dimensões.

*Foto em Lusa

Brasil: PADRE PEDÓFILO DIZ QUE “A CARNE É FRACA”




Domingos Grilo Serrinha, Correspondente no Brasil de Correio da Manhã

Afastado das funções religiosas e a polícia pediu a sua prisão preventiva

“A carne é fraca". Com esta frase, um padre do nordeste do Brasil justificou à mãe da vítima o facto de ter molestado e tentado abusar sexualmente do filho dela. O padre já foi afastado das funções religiosas e a polícia pediu a sua prisão preventiva.

O caso, segundo a queixa apresentada na esquadra da cidade de Ipanguaçu, no interior do estado do Rio Grande do Norte, ocorreu na paróquia de Arapuá, pequeno povoado na zona rural daquele município. A vítima, um menino de 10 anos, ia ajudar na sua primeira missa, celebrada pelo padre José Irineu da Silva, que ao longo da semana visita as povoações mais afastadas.

De acordo com o delegado (inspector) Caetano Bauman, da esquadra de Ipanguaçu, o relato do menino é cheio de detalhes que tornam a sua acusação ainda mais verosímil. O menor contou que, a certa altura, pouco antes da missa, o padre Irineu começou a acariciá-lo, e que as carícias foram ficando mais ousadas, até atingirem as partes íntimas do assustado menino.

Quando o sacerdote, sempre de acordo com a queixa registada pela mãe do miúdo, tentou concretizar a relação sexual completa, o menor, apavorado com o intento do religioso, conseguiu desenvencilhar-se e correu a bom correr até casa, contando o sucedido. No dia seguinte, antes de ir à polícia, a mãe dele foi pedir explicações ao religioso, altura em que ouviu dele a inusitada confirmação e justificação. Assim que o caso se tornou público, a arquidiocese de Natal afastou o padre Irineu das suas funções religiosas.

Em nota, o vigário-geral da arquidiocese, padre Aerton Sales da Cunha, considerou a acusação grave e que o acto impetrado ao padre, é deplorável e, se confirmado, deve ser punido severamente. Ele já enviou um relatório à Congregação para a Doutrina da Fé, que tomará uma decisão definitiva sobre o assunto. O delegado Bauman, por seu turno, informou que já encaminhou à justiça do estado do Rio Grande do Norte um pedido de prisão preventiva contra o padre Irineu.

Manifestantes espanhóis garantem que não são problema de segurança ou saúde





Os manifestantes acampados há quase duas semanas na Puerta del Sol, em Madrid, garantiram, este sábado, que o seu protesto não interrompe o trânsito, não afecta o comércio da zona e não cria qualquer problema de segurança ou insalubridade.

Num manifesto distribuído pela Imprensa, os manifestantes dizem que não há qualquer fundamento para justificar os pedidos de sexta-feira do Governo regional de Madrid e da autarquia da capital para que o acampamento fosse desalojado.

Na nota, a Comissão Legal do acampamento responde directamente às declarações efectuadas pelo conselheiro de Presidência, Justiça e Interior, em funções, do Governo regional, Francisco Granados.

Granados exigiu ao Ministério do Interior a retirada imediata dos manifestantes da Puerta del Sol, coração dos protestos em curso em Espanha, porque além de causar graves problemas à circulação, "está a pôr em grave risco a viabilidade de muitos negócios, de pequenos e médios comerciantes".

Também o delegado de Segurança e Mobilidade em funções na autarquia de Madrid, Pedro Calvo, vai hoje entregar à Delegação do Governo um relatório sobre as condições de salubridade na Puerta del Sol.

"A sensação de que estão a limpar a praça não é certa. As condições de salubridade vão conhecer-se amanhã (sábado) para que esta situação não se prolongue mais", disse Calvo.

Reagindo às declarações, os acampados afirmam que "não se está a interromper o trânsito, não consta que de modo algum a acampada esteja a afectar o pequeno comércio da zona" e "não se criou nenhum problema de insalubridade".

E recordam ainda que na manhã de sexta-feira "os serviços municipais de limpeza confirmaram que não existe problema algum de salubridade na praça".

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Médio Oriente: Centenas de palestinanos já atravessaram a fronteira para o Egipto





Cairo aliviou as restrições fronteiriças

Centenas de palestinianos atravessaram este sábado o terminal de Rafah para sair de Gaza e entrar no Egipto. Pela primeira vez em quatro anos, a fronteira estará permanentemente aberta.

Fazer compras ou visitar a família no estrangeiro passará agora a ser mais fácil para os palestinianos de Gaza. Um autocarro de 50 pessoas e duas ambulâncias com doentes foram os primeiros veículos a passar logo ao início da manhã pelo único posto fronteiriço que não é controlado por Israel.

“Há anos que estava à espera disto, e estou contente com as facilidades oferecidas pelas autoridades egípcias que finalmente me permitirão ir à Turquia”, conta à AFP Samah al Rawagh, de 25 anos. “No passado, tentei duas vezes passar, mas das duas vezes recusaram-me”.

Jamal Nijem, de 53 anos, está casado com uma egípcia que vive com a filha no Egipto. “Vim aqui há três anos para me juntar aos meus, mas o meu visto de residente egípcio tinha caducado devido aos vários encerramentos do terminal, e os serviços de segurança impediram-me de passar por razões que desconheço”, afirmou.

Cerca de 400 pessoas estavam reunidas na fronteira quando abriu: mais cem dos que antes atravessaram o terminal ao longo de um dia inteiro, refere a BBC.

A passagem por Rafah estará agora aberta seis dias por semana (sextas-feiras e feriados ficará encerrada), e durante mais duas horas do que era habitual, ou seja, entre as nove da manhã e as nove da noite, de acordo com as regras anunciadas pelas autoridades do Cairo na quarta-feira. Será livre para mulheres, crianças e homens com mais de 40 anos; os que tiverem entre 18 e 40 terão de obter uma autorização da segurança egípcia.

A abertura do terminal é “o fruto das mudanças ocorridas no Egipto [a queda do Presidente Hosni Mubarak, a 11 de Março, na sequência da pressão popular] e do acordo de reconciliação” entre o movimento islamista Hamas e o partido da Fatah (do primeiro-ministro palestiniano, Mahmoud Abbas) que controla a Cisjordânia, comentou aos jornalistas o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Hamas, Ghazi Hamad.

Tanto o Egipto como Israel decidiram encerrar as fronteiras depois da vitória do Hamas em Gaza, em 2007. Telavive não vê com bons olhos o passo dado agora pelas autoridades do Cairo.

Apesar de a passagem estar ainda fechada ao comércio, a abertura de Rafah deverá trazer um impulso à economia de Gaza, adianta a estação britânica. O Governo de Israel mantém um bloqueio apertado ao território devido à recusa do Hamas em reconhecer o direito à existência de um Estado judaico e apelar à sua extinção.

Israel reage com preocupação à abertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito




VYM – LUSA

Telavive, 28 mai (Lusa) -- As autoridades israelitas reagiram hoje com "preocupação" à reabertura permanente da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

"A preocupação primordial de Israel é de naturalmente, procurar garantias de que a segurança na fronteira com Israel não será comprometida", disse à Agência Lusa Ygal Palmor, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros numa entrevista telefónica durante as primeiras horas da reabertura do posto fronteiriço.

A passagem foi encerrada pelo ex-Presidente egípcio Hosni Mubarak na sequência do bloqueio imposto por Israel a Gaza em 2007, quando o movimento islamista Hamas assumiu o poder no território.

A reabertura tem o objetivo de consolidar a reconciliação entre palestinianos, segundo as autoridades egípcias.

"Esperemos que nada será feito para capacitar o Hamas e permitir-lhe reforçar a sua infraestrutura de terror", acrescentou.

Questionado sobre contactos diplomáticos relacionados com a reabertura, o porta-voz informou que o governo israelita "tornou a sua posição conhecida às autoridades relevantes, incluindo as autoridades egípcias", sem no entanto especificar outras diligências nesse sentido.

Uma alta fonte oficial israelita contactada pela Agência Lusa expressou, em condição de anonimato, "preocupações" sobre "questões muito difíceis que agora emergem devido ao que neste momento está a acontecer".

Questionada sobre se a reabertura da passagem constitui para o governo israelita "violação" de algum dos tratados anteriormente assinados entre o Egito e Israel, a fonte refere que "é muito estranho que os egípcios ignorem a missão observadora europeia constituída em 2005 para fazer a supervisão da passagem fronteiriça".

O Acordo de Fronteiras, assinado em 2005 entre os Estados Unidos, Israel, Egito, União Europeia e Autoridade Palestiniana, dá acesso aos observadores da UE para a monitorização da travessia.

A missão tinha o objetivo de assegurar a restrição da entrada de armas e militantes em Gaza depois da retirada israelita do território no outono desse ano até à tomada da Faixa de Gaza pelas forças do Hamas em 2007 e o subsequente bloqueio israelita ao enclave, que levou a dissolução da missão de observadores.

"Os europeus devem colocar algumas questões ao egípcios, porque se este acordo internacional é tão flagrantemente ignorado, então isto lança uma sombra sobre a credibilidade de futuros acordos internacionais", declarou a fonte oficial israelita.

Para esta fonte, em "qualquer tipo de futuros acordos deve haver garantias internacionais", sendo que, "se os europeus querem continuar a desempenhar um papel em assegurar acordos nesta região no futuro, devem neste momento dirigir aos egípcios questões sérias".

A passagem de Rafah abriu cerca das 09:00 horas locais (07:00 TMG) e permanecerá aberta até às 18:00 horas (16:00 TMG) todos os dias da semana exceto às sextas-feiras e feriados.

Angola acusa NATO de desrespeitar posições africanas e de querer assassinar Kadhafi



ARP - LUSA

Luanda, 28 mai (Lusa) - O governo angolano acusa a NATO de desrespeitar as posições africanas no caso da Líbia e de querer assassinar Kadhafi em vez de encontrar uma solução pacífica para a sua saída do poder.

"O que está a preocupar os africanos é o unilateralismo da NATO neste caso em que desconsideram as posições dos africanos, declarou na sexta-feira em conferência de imprensa o ministro das Relações Exteriores de Angola, George Chicoty, lembrando "iniciativas africanas importantes, que propuseram um roteiro para que haja uma paz sustentável".

Chicoty acrescentou que os chefes de Estado da União Africana, reunidos nos últimos dias, manifestaram preocupação pelo "desprezo que o mundo ocidental, particularmente a NATO, tem sobre as suas opiniões e até mesmo pela forma como as pessoas são tratadas".

Para o chefe da diplomacia angolana, a solução na Líbia tem de passar por uma via pacífica, "não assassinando" o líder líbio: "As pessoas não estão a dizer para o Presidente Kadhafi sair, eles querem é encontrar o Presidente para o assassinar e não podemos caucionar o assassinato de ninguém".

Falando em nome da União Africana (UA), Chicoty defendeu que haja um cessar-fogo imediato na Líbia e o "retomar do roteiro proposto" pelo Conselho de Segurança da ONU e pela própria União Africana UA.

Para o bloco africano, a "paz sustentável na Líbia" tem de passar pela negociação entre as partes implicadas nos conflitos, definindo depois a eventual saída do poder do atual líder.

Os africanos estão ainda preocupados com o que dizem ser a "arrogância" dos estados que estão a bombardear a Líbia, não aceitando a posição da UA.

"É preciso imaginar que os chefes de estado da UA não podem ir à Líbia sem pedir autorização à NATO. Isso é a primeira vez que está a acontecer", disse, acrescentando que há cinco líderes africanos que têm sido "constantemente impedidos de levar a cabo a sua negociação".

Chicoty alertou ainda para a degradação da situação humanitária na Líbia, com a destruição de cidades e mortos entre a população, avisando que a "intervenção na Líbia é ilegal".

Acordo com o FMI: PASSOS E PORTAS NÃO SABIAM? ENTÃO, ASSINARAM DE CRUZ?




ANTÓNIO VERÍSSIMO

“Os atestados de estupidez, muitas vezes merecidos, que estes políticos mafiosos passam descaradamente aos portugueses já chegaram a um limite insuportável.”

COMO NOS VENDERAM? QUEM NÃO SABE SOMOS NÓS!

Por aí andam eles a ladroar e a ladrar na apanha eleitoral, já cansa. Cansa tanta hipocrisia, tanta mentira, tanta conversa de engano, cansa ver sempre os mesmos a lutarem entre eles para conseguirem o poleiro que lhes permite melhor governarem-se e respetivas clientelas, suas corporações, suas ambições e egoísmos, suas ganâncias. Tudo na impunidade. Sem que os responsabilizemos e insistamos para que sofram as consequências merecidas política e judicialmente. São estes os crápulas de sempre, de há décadas, que andam por aí agora mesmo e por mais uma semana na apanha eleitoral, a parlar com argumentos recheados de hipocrisia, de mentiras, de afirmações para “serrar presuntos” e cativar sempre os mesmos, os lorpas que hão-de voltar a votar neles para que façam ainda mais e pior, para que nos ponham à mesa ainda mais fome e miséria.

Desde ontem que assistimos a uma “novela” entre os do costume, Passos, Portas e Sócrates – PSD, CDS e PS - sobre o acordo assinado com o FMI-EU. Claro que é um item para tramar quem trabalha, e que agora disse Sócrates que foi antecipado. Assim como viremos a descobrir que muitas outras cláusulas constantes no acordo serão para nos tramarem muito mais cedo que têm vindo a afirmar. A isto disse Passos que de nada sabia. Tal como megera que quer passar por virgem faz-se indignado. Portas também disse desconhecer a antecipação referida - que vai bulir com os direitos fundamentais das leis laborais, remetendo os portugueses para a condição de ainda mais escravos. Mas então eles assinaram o acordo, juntamente com o governo, o PS, sem conhecer aquilo que ali constava e consta? Assinaram de cruz, confiantes em Sócrates? O tal Sócrates que eles já dizem há imenso tempo não ser digno de confiança, que é isto e aquilo do piorio, e mesmo assim assinaram? Ás cegas? Acredite quem quiser. Sejam lorpas à vontade… De preferência longe de Portugal.

Os atestados de estupidez, muitas vezes merecidos, que estes políticos mafiosos passam descaradamente aos portugueses, já chegaram a um limite insuportável. Falta saber se desta vez os portugueses vão voltar a demonstrar que são aquilo que os mafiosos julgam e aquilo que realmente parecem ser: cobardes e estúpidos num grau inqualificável. A acreditar nas sondagens os portugueses são isso mesmo. Para isso há duas soluções, a saber: agarrarmo-nos à esperança de que um dia os portugueses irão “acordar” ou mudarmos de país, abandonando-o definitivamente, repudiando-o, esquecendo-o. Vivendo com o desgosto e consequências de se ter tomado uma opção dolorosa mas corajosa e recomendável, óbvia. Venha o que vier… decerto será muito melhor.

*Também publicado em PÁGINA LUSÓFONA – blogue do autor

POIS CLARO. A CULPA É (SEMPRE) DOS OUTROS!




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O Fundo Monetário Internacional prevê que, até 2012, Portugal continue em recessão e o desemprego baterá um máximo histórico.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

De acordo com as previsões de Primavera do FMI, que acabam de ser divulgadas, Portugal irá sofrer uma contracção do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5 por cento este ano, a que se seguirá nova queda – de 0,5 por cento – em 2012. A economia nacional será mesmo a única da Europa a estar em recessão no próximo ano.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

Quanto à taxa de desemprego, irá atingir um novo recorde em 2012, atingindo 12,4 por cento da população activa. Este ano, a taxa de pessoas desempregadas deverá fixar-se nos 11,9 por cento, estima o FMI. Dentro da zona euro, só a Espanha, a Grécia e a Irlanda terão uma taxa de desemprego pior.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

Portugal é mesmo o único país da Europa que continuará em recessão no próximo ano, mesmo quando comparado com os outros Estados mais fragilizados, como a Grécia e a Irlanda.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

Nesta altura, Portugal deve ter bem mais do que 700 mil desempregados, 20 por cento de cidadãos na miséria e os outros 20 por cento que já a têm a bater à porta.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

"Não estou nada satisfeito com a qualidade da democracia, temos que a requalificar, revitalizar. A começar pela renovação das dinâmicas e das estruturas partidárias. E há uma remobilização dos cidadãos que é necessária", sustentava Jorge Sampaio, em entrevista à Antena 1 em 21 de Abril do ano passado.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente e desde sempre dos partidos da Oposição.

"Para continuar a merecer a confiança dos portugueses é preciso que o PS assuma que nem tudo foram rosas na governação e que nem sempre a rosa cheirou muito bem. O PS também cometeu erros e assumi-los será meio caminho andado para os corrigirmos", afirmou (recordam-se?)no Congresso do PS a eurodeputada Ana Gomes.

E de quem é a culpa? Apesar de o PS e José Sócrates terem sido Governo nos últimos seis anos, a culpa é obviamente dos partidos da Oposição.

E a culpa é sempre da Oposição porque sendo José Sócrates de uma casta superior, os portugueses só têm de repetir o que ele diz, juntando-se à carneirada que, a troco de uma prato de lentilhas, lá faz fila para o beija-mão ao PECaminoso sumo pontífice do PS.

Como diria o grande educador das massas operárias, também ministro, Augusto Santos Silva, perante o “salivar” de todos os partidos da Oposição... é óbvio que José Sócrates não tem culpa seja do que for.

Espero, entretanto, que a Oposição não boicote a próxima grande iniciativa do PS e de José Sócrates a nível do Serviço Nacional de Saúde.

Ou seja, de forma totalmente gratuita e sem listas de espera, operar todos os portugueses, tornando-os portadores de coluna vertebral amovível.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Portugal - Acordo com 'troika': VERSÃO FINAL OBRIGA A ANTECIPAR NOVAS LEIS LABORAIS





A versão final do memorando assinado pelo governo com a 'troika' inclui algumas alterações em relação ao documento inicial, nomeadamente a redução em dois meses do prazo para levar à AR nova legislação para alterar o regime de indemnizações por despedimento e a possibilidade de TMN, Vodafone e Optimus não poderem participar em leilões móveis.

O Governo tem agora até Julho para apresentar uma proposta de legislação para a alteração do regime de indemnização por despedimento (era Setembro). Também para Julho são atecipados os prazos de decisão dos tectos de endividamento e a revisão da estrutura tarifária das empresas da Administração Central.

A introdução de novas regras de contratação pública foi adiada três meses. Além disso, o corte de 15% nos custos operacionais aplica-se apenas às dez empresas com maior risco orçamental.

O Ministério das Finanças chama a estas alterações "ajustamentos pontuais".


Jerónimo fala em "pressa para tramar trabalhadores

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou na noite de sexta-feira que PS, PSD e CDS-PP têm "pressa para tramar os trabalhadores", acusando-os de "esconder" que há uma versão "pior" do acordo de ajuda financeira externa.

Num discurso perante várias centenas de apoiantes num jantar/comício ao ar livre em Faro, Jerónimo afirmou que os partidos da "troika nacional" escondem "tanto que assinaram um acordo cá e entregaram outro com diferenças para pior em Bruxelas".

A SIC noticiou hoje que há duas versões do acordo e que na primeira versão, por exemplo, as alterações ao regime de indemnizações por despedimentos teriam de estar prontas até setembro de 2011. Na segunda versão, o prazo é encurtado dois meses, para o fim de julho.

"Tanta pressa para tramar os trabalhadores, os seus direitos, para despedir mais facilmente, para despedir mais barato. Esta é a marca de classe desta 'troika' estrangeira e desta 'troika' nacional", declarou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral comunista questionou "como é que eles querem aprovar nos prazos que lá estão escritos, praticamente antes de o governo tomar posse e discutir na Assembleia da República o seu programa".

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou hoje que PS, PSD e CDS-PP têm "pressa para tramar os trabalhadores", acusando-os de "esconder" que há uma versão "pior" do acordo de ajuda financeira externa.

Num discurso perante várias centenas de apoiantes num jantar/comício ao ar livre em Faro, Jerónimo afirmou que os partidos da "troika nacional" escondem "tanto que assinaram um acordo cá e entregaram outro com diferenças para pior em Bruxelas".

A SIC noticiou hoje que há duas versões do acordo e que na primeira versão, por exemplo, as alterações ao regime de indemnizações por despedimentos teriam de estar prontas até setembro de 2011. Na segunda versão, o prazo é encurtado dois meses, para o fim de julho.

"Tanta pressa para tramar os trabalhadores, os seus direitos, para despedir mais facilmente, para despedir mais barato. Esta é a marca de classe desta 'troika' estrangeira e desta 'troika' nacional", declarou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral comunista questionou "como é que eles querem aprovar nos prazos que lá estão escritos, praticamente antes de o governo tomar posse e discutir na Assembleia da República o seu programa".

Portugal: A MONTANHA RUSSA DE PASSOS COELHO




MIGUEL GASPAR - PÚBLICO

Há quem diga que Pedro Passos Coelho anda a dar demasiados tiros nos pés na campanha do PSD. É uma teoria que tem pernas para andar. Mas há outra que descreve melhor o que está a acontecer. Os tiros nos pés têm sido tantos que é de duvidar que a campanha do PSD ainda tenha pés. E, não se sabe se qualquer dia, pelo andar da carruagem, não deixa pura e simplesmente de ter pernas para andar…

Os tiros nos pés ajudam a explicar as sondagens em forma de montanha russa. Na sondagem PÚBLICO/TVI/Intercampus de segunda-feira, o PSD de Passos aparecia com uma vantagem de seis pontos sobre o PS. Perdeu quatro pontos em quatro dias. A coisa parece matemática. Um disparate por dia, um ponto a menos por dia. Os temas puxados por Passos Coelho para a campanha ao longo desta semana foram todos ao lado: não se percebeu se houve ou não nomeações irregulares ou o se houve um não um défice oculto.

Mas a referência ao referendo ao aborto, ontem, na entrevista à Renascença, foi um passo longe de mais. Passos tentou desfazer o tiro ao longo de todo o dia mas o mal estava feito. E qual era o mal? Sabendo-se que Passos Coelho votou sim no referendo ao aborto e que tem, em geral, posições abertas em questões de costumes, a perplexidade era justificada.

Nesta campanha, como em quase todas, o voto dos indecisos é fundamental. Ora um eleitor “indeciso” não vota como um eleitor “convencido”. O primeiro vota no menos mau, o segundo vota por convicção. Quando escolhemos o menos mau, estamos eventualmente mais sensíveis às coisas que o candidato não pode fazer e menos dispostos a perdoar disparates do que quando votamos por convicção.

O racional desta eleição é conhecido. Passos tinha a vantagem do seu lado à partida e precisava de ter feito um percurso sem erros. Em vez disso, insiste em tentar marcar a agenda todos os dias com temas diferentes e que defende mal. Ao retomar o tema do referendo ao aborto, feriu a boa imagem pessoal que, ideologias à parte, consegue passar. Ficou a suspeita de que queria agradar a um determinado sector da sociedade.

Em política, o excesso não é bom companheiro. Nesta campanha em forma de montanha russa, Passos Coelho já andou vezes de mais para cima e para baixo. E desta vez nem se pode queixar que o excesso de falatório seja culpa do partido. É ele quem fala de mais.

Portugal: PSD cai 3,8%, mas segura liderança em novo cenário de empate técnico




LUCIANO ALVAREZ – PÚBLICO

Sondagem da Intercampus para PÚBLICO e TVI

O PSD voltou a cair na sondagem da Intercampus para o PÚBLICO e TVI. Depois de na passada segunda-feira terem alargado significativamente a vantagem para o PS (6,4%), os sociais-democratas continuam à frente mas agora por apenas 1,7% em relação aos socialistas. E regressa o cenário de empate técnico.

Com o trabalho de campo a realizar-se entre os dias 21 e 26 deste mês, apanhando ainda em pequena percentagem a polémica do aborto, o PSD soma agora 35,8% da preferência dos votos, quando segunda-feira estava nos 39,6%. Uma queda de 3,8%. Ainda assim, ficam uma décima acima da recolha de opinião de há uma semana (dia 20).

Já o PS, que há uma semana estava nos 33,2%, sobe agora para os 34,1%, mais 0,9%. O empate técnico que tinha sido desfeito na segunda-feira pela primeira vez, volta agora a ser uma realidade nesta sétima sondagem regular da Intercampus para o PÚBLICO e TVI. Ou seja, a diferença entre os dois partidos encontra-se na margem de erro da recolha de opinião que é de 3,08%.

Quem volta a cair é o CDS-PP, passando dos 12,1% para os 11,3%, o segundo resultado mais baixo dos centristas nestas sondagens. Os votos juntos de PSD e CDS continuam, porém, claramente no campo da possibilidade de uma maioria parlamentar. Os dois partidos somam esta segunda-feira 47,1%, abaixo dos 51,7% da passada segunda-feira.

CDU (PCP e Os Verdes) e BE, que na última recolha de opinião tinham caído, voltam a subir. A coligação passa dos 6,6% para os 7,7% (mais 1,1%) e os bloquistas sobem dos 5,6% para os 6,5% (mais 0,9%).

Os votos juntos dos três partidos de esquerda (PS, CDU e BE) somam agora 48,3%, voltando a bater uma eventual direita unida.

Quem tem uma subida significativa são os outros partidos, os que não têm representação parlamentar: passam de 3% para 4,5%.

Esta repartição dos votos leva em conta apenas os entrevistados que manifestaram a intenção de votar num dos partidos indicados.O número dos que dizem não saber ou não responder aumenta ligeiramente, passando dos 25,4% para os 25,7%. Sentido contrário leva os que entram no item nenhum (partido)/não votaria: eram 18,2% na segunda-feira, são agora16,8%.

Mais pela aliança PSD-CDS

Cenário que continua a ganhar apoio é de haver uma coligação governamental, passando dos 51,5% para os 51,9% esta segunda-feira. Perde apoiantes um Executivo formado apenas pelo partido vencedor (eram 33,1%, são agora 31,3%.).

Entre os que defendem uma coligação para o Governo, cresce significativamente os que gostavam de ver um “casamento” político entre PSD e CDS: eram 31,2% na passada segunda-feira, são agora 37,8%. Já todas as outras alianças possíveis descem. Os cenários são agora os seguintes: PSD/PS/CDS passa de 15% para 12,7%; PSD-PS desce de 15,4% para 14,8%; PS/PCP/BE era 11,2% é agora é 8,7% e PS/CDS passa de 7,6% para 5,7%.

Por último, cresce o número dos que acham que o futuro Executivo vai Governar melhor: são agora 41,1%, quando na segunda-feira eram 38,8%. Os que acham que a governação vai ser igual cai dos 39,2% para os 34,8% e os que acham que vai ser pior desce dos 8,8% na segunda-feira para 7,8%.

Oito sondagens

Esta é a sétima de uma série de oito sondagens regulares da Intercampus para o PÚBLICO e a TVI, feitas à população portuguesa sobre as eleições legislativas de 5 de Junho e que terão lugar até à véspera do fim da campanha eleitoral.

Os resultados poderão ser vistos no site do PÚBLICO às sextas-feiras e segundas-feiras, a partir das 20h00, ao mesmo tempo que são apresentados no Jornal das 8 da TVI. Uma cobertura mais completa, que inclui comentários de três painéis fixos de analistas, será publicada no dia seguinte (sábado e terça-feira) na edição impressa e estará também acessível a assinantes online.

Ficha técnica

Sondagem realizada pela INTERCAMPUS para a TVI/PÚBLICO, com o objectivo de conhecer a opinião da População Portuguesa sobre temas da actualidade. O universo é constituído pela população portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseados, residentes em Portugal Continental, em lares com telefone fixo. A distribuição geográfica dos inquiridos é: Grande Lisboa, 213 (21%); Grande Porto, 136, (13,4%); Norte Litoral, 178 (17,5%); Centro Litoral, 185 (18,2%); Interior, 201 (19,8%); Sul, 102 (10%). A informação foi recolhida através de entrevista telefónica (CATI), com base em questionário estruturado, elaborado pela TVI e adaptado pela INTERCAMPUS. A amostra de 1015 indivíduos foi seleccionada através do método de quotas, a partir de uma matriz de estratificação que considerou as variáveis Sexo, Idade e Concelho. 25,7% respondeu não sabe/não responde e 16,8% respondeu nenhum(partido)/não votaria. A selecção dos lares com posse de telefone fixo foi efectuada de forma aleatória. A selecção dos entrevistados foi efectuada de forma polietápica: inicialmente de forma aleatória, condicionada por quotas de sexo e idade. O erro de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de ± 3,08%. A taxa de resposta obtida neste estudo é: 43,8%. Período da recolha da Informação: De 21 a 26 de Maio. Equipa: Estiveram envolvidos 50 entrevistadores, devidamente treinados para o efeito, sob a supervisão directa dos técnicos responsáveis pelo estudo.

“Não precisamos de classe política que despreze a prevenção e a punição” da corrupção




LUSA

Lisboa, 27 mai (Lusa) - A magistrada Maria José Morgado alertou hoje que a Justiça sozinha não consegue vencer a batalha da corrupção, dizendo serem precisas medidas preventivas a todos os níveis da Administração Pública e "aliados políticos" para esse combate.

"Não precisamos de uma classe política que despreze a prevenção e a punição da corrupção e que tem um tabu em relação à corrupção e que tenha um verdadeiro culto pela opacidade. Isso não precisamos", enfatizou a procuradora-geral adjunta e diretora do Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Lisboa.

Maria José Morgado falava no ciclo de conferências "Pensar Portugal", promovido pela Fundação Manuel dos Santos e que teve como ponto de partida do debate o livro "Corrupção", do professor Luís de Sousa, que é presidente da Transparência e Integridade - Associação Cívica (TIAC), ponto de contacto nacional da Transparency International, uma organização que combate a corrupção.

Questionada pelo investigador António Barreto sobre o que faria se lhe dessem um minuto de poder absoluto, a magistrada foi peremptória: possuir meios de deteção e confisco imediato de todos os proventos da corrupção e que eles revertessem a favor de instituições que combatem a corrupção, para comprar computadores e software para a polícia e para financiar os recursos da Justiça.

*Foto em Lusa

PORTUGAL: TRIBUNAL OBRIGA TELEVISÕES A CUMPRIREM A LEI





Juiz reconhece “parcialidade” nos debates

O maior partido extra-parlamentar português – o PCTP/MRPP – viu ser-lhe dada razão por um tribunal: RTP, SIC e TVI condenadas ao pagamento de multas

Lisboa, 27 de Maio – Um juiz do Tribunal de Oeiras, nos arredores de Lisboa, deu razão a uma providência cautelar interposta pelo Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), obrigando as televisões a realizarem debates entre Garcia Pereira, líder do partido, e os restantes líderes, ao contrário do que havia sido decido pela RTP, SIC e TVI na grelha de debates para as eleições legislativas de 5 de Junho.

Recordamos que, ao arrepio da lei – como o tribunal agora vem reconhecer -, as televisões portuguesas só organizaram debates a dois entre os principais partidos com acento parlamentar (PS, PSD, CDS-PP, BE e PCP).

Na providência cautelar, o PCTP/MRPP alega que não foi convidado para os debates, que decorreram entre 6 e 20 de Maio, pese embora a circunstância de se encontrar nas mesmas condições dos chamados “grandes”, acusando as televisões de “conluio para impedirem o princípio de liberdade de tratamento”.

Ao mesmo tempo que deu razão ao partido de Garcia Pereira, o tribunal decidiu também condenar os três canais ao pagamento de mil euros, desde hoje até à próxima sexta-feira, 3 de Junho – dia de encerramento da campanha eleitoral -, por cada dia “em que não cumprirem” a decisão agora tornada pública.

Recordamos que o PCTP/MRPP é o segundo mais antigo partido português (depois do Partido Comunista). Fundado em 18 de Setembro de 1970, em plena ditadura, esta força política teve um papel importante na luta estudantil, nos protestos operários e na contestação à guerra colonial e solidariedade com as lutas de libertação dos povos das então colónias portuguesas. Actualmente, é o maior partido extra-parlamentar, jogando nestas eleições tudo por tudo para levar Garcia Pereira à Assembleia da República.

António Pestana Garcia Pereira, desde a juventude, quando ainda era estudante de Direito, é membro do partido e a sua mais reconhecida figura. Advogado brilhante, um dos maiores especialistas portugueses em Direito de Trabalho, é também professor universitário e comentador político num dos canais de televisão portugueses.

Brasil: O INFELIZ “KIT GAY” E A EDUCAÇÃO DA SOCIEDADE




Silvio Teles – O Globo,opinião

Há muito tempo, tenho defendido que o direito de igualdade consagrado pelo ordenamento jurídico, pela Constituição Federal, deve sobrepor-se à qualquer preconceito cultural ou religioso. Tais elementos, apesar de integrantes da vida em sociedade, devem ser relativizados quando o assunto é assegurar isonomia entre as pessoas. Nessa seara, acertada a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que estendeu a homossexuais os mesmos direitos que têm os casais heterossexuais que vivem em união estável.  

Quando a questão disser respeito a assegurar tratamento isonômico, igualitário, em face de direitos assegurados, não há o que se titubear: o sistema jurídico deve consagrar a paridade de tratamento para os cidadãos, consideradas as diferenças e as particularidades de cada um, ainda que para isso precise causar inicial choque cultural ou religioso. Para assegurar direitos cuja necessidade é para já, a resposta também deve ser, igualmente, imediata. Não há que se esperar a evolução do pensamento social. Nesses casos excepcionais, o direito é que deve moldar a sociedade.

Porém, no âmbito meramente social, a coisa caminha a passo diferente. A distribuição pelo Ministério da Educação do material didático (vídeos, CDs, cartilhas) apelidado de "kit gay", com a intenção de iniciar a educação das crianças sobre as questões envolvendo a homoafetividade, a meu sentir, constitui-se medida precoce e, em vez de surtir o efeito desejado, militaria contra a idéia de tolerância, esteio principal da harmonia social.

Assisti aos vídeos que integrariam o material didático e fiquei imensamente preocupado. Os vídeos são incisivos até mesmo para quem, há muito, discute essa temática. Num deles, intitulado "Probabilidade", um garoto, do nada, descobre-se bissexual e chega à conclusão que, sendo assim, terá maior "probabilidade" de conhecer alguém legal, que o ame. Longe de educar para o que realmente importa, o vídeo tratou a bissexualidade como um jogo em que se pode ganhar mais. Esse, infelizmente, é o fundamento do vídeo.

Num outro, de título "Encontrando Bianca", um garoto, que desde pequeno se vê pertencente ao gênero feminino, inserindo-se no mundo e identificando-se como mulher, cobra que todos o aceitem dessa forma, requerendo ser chamado por pseudônimo e desejando frequentar banheiro de menina, simplesmente, porque se acha no direito. Não há qualquer tentativa de demonstrar as razões do comportamento do jovem.

Por fim, no vídeo chamado "Torpedo", duas meninas, flagradas por fotos em gestos de carinho, decidem assumir na escola, perante todos, seu namoro, sem maiores explicações.

Em nenhum dos vídeos a questão importante, a meu sentir, foi abordada. A grande repulsa da maioria das pessoas que não aceitam a homoafetividade é pensar que ela é uma escolha, uma opção. Entendo que um programa de conscientização da sociedade quanto a esse tema precisa, primeiramente, demonstrar que as pessoas nascem, ou não, homo ou bissexuais. Não se trata de escolha, nem de opção. É mais uma característica do ser, como o é ser negro, ser alto ou ter temperamento tal. Gostar de pessoa do mesmo sexo é uma reação instintiva, somática, de atração física, de desejo sexual, que, de modo algum, pode ser ensinado ou aprendido.

A partir daí, vem o questionamento que, no meu entender, deveria ser a temática central abordada no projeto que vise incitar a sociedade a um debate sério sobre a questão: diante da natureza homoafetiva da pessoa, qual deve ser a nossa atitude? Aprender a conviver com a diferença ou continuar cultivando a cultura da repulsa, da indiferença ou, o que é pior, da violência? A evolução do pensamento social, sobre esse tema, no meu entender, passa por esse ponto.

Voltando ao "kit gay": estou certo, também, que a questão da homoafetividade não deve ser confundida com precocidade de relacionamento. A meu ver, crianças de sete a dez anos não estão prontas para serem instruídas tão incisivamente quanto à sexualidade, seja ela homo ou heterossexual. Se tais questões são complexas para adultos, que dirá para pequenos? É verdade que, desde muito pequenas, as crianças já sentem as primeiras inclinações sexuais... Mas o assunto não pode ser posto a eles de supetão, como pretendia o MEC. Como numa aula de matemática, há primeiro que se ensinar os números, para depois se ensinar as operações matemáticas.

Muitas das ações que se tem visto na mídia, como a elaboração desse péssimo "kit gay" e sua quase prematura distribuição - que foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff por motivos políticos, frise-se - são frutos, no meu entender, de uma facção ativista extremista que, talvez perdida em suas próprias frustrações ou traumas, tem uma espécie de sede de vingança e, em vez de estar contribuindo para o processo de educação social, está tornando-o cada vez mais distante.

Este texto foi escrito por um leitor do Globo. Quer participar e enviar seu artigo? Clique aqui

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POLÊMICA: Veja os vídeos que poderiam ser incluídos no kit

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