sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

“O RACISMO É UMA AMEAÇA À DEMOCRACIA NA ALEMANHA”

Elizabeth Schumacher | Deutsche Welle

Comissária federal alemã para o Antirracismo apresenta primeiro relatório oficial do país sobre essa forma de discriminação.

O racismo é onipresente na Alemanha: quase um em cada cinco habitantes do país já foi vítima desta forma de discriminação, revelou um estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (11/01). De acordo com o primeiro relatório do governo alemão sobre racismo, 90% dos entrevistados reconheceram ainda que esse tipo de preconceito é um problema no país.

Ao divulgar o primeiro estudo oficial abrangente sobre o tema realizado no país, a comissária federal da Alemanha para o Antirracismo, Reem Alabali-Radovan, destacou a necessidade de se reconhecer o racismo estrutural existente na sociedade alemã e de melhorar o apoio destinado às vítimas.

"O racismo não é um conceito abstrato, mas uma realidade dolorosa para muitos em nossa sociedade", afirmou Alabali-Radovan. "É uma grande ameaça à democracia, pois ataca a dignidade humana que é garantida pela Constituição", acrescentou.

O relatório mostrou que 22% dos entrevistados afirmaram já ter sido vítima de racismo. O documento destacou ainda que, em 2022, as estatísticas oficiais mostram que, entre os 1.042 crimes de motivação política registrados, dois terços eram de natureza racista. O estudo pontua, porém, que serviços de aconselhamentos independentes receberam ao menos 1.391 denúncias de ataques físicos.

A comissária destacou, porém, que o racismo não se apresenta apenas como "ódio e violência", mas também em microagressões cotidianas, na exclusão sistemática no mercado de trabalho e imobiliário, na falta de representatividade nas estruturas de poder, na brutalidade policial e na discriminação na escola e em outros espaços.

O ABUSADOR PAGADOR ANÓNIMO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os pasquins alastraram para as redes sociais e o fabuloso Jornalismo Angolano, nascido em 1845 (há 178 anos), está moribundo. Instituições dos jornalistas e a regulação remetem-se ao silêncio, seja de cumplicidade ou cobardia. Do mais Alto Magistrado da Nação (condecorou o abusador e falso jornalista Rafael Marques) aos dirigentes sindicais todos se dão bem com os atentados à honra e ao bom-nome dos cidadãos. Estão de acordo com a especulação desenfreada. Sabem que um crime de abuso de liberdade de Imprensa é antes do mais um crime contra o Jornalismo, mas aplaudem. Ou ignoram o que é igualmente grave.

Angola está refém de falsos jornalistas, falsos escritores, falsos angolanos e verdadeiros políticos mafiosos. O papel dos pasquins e dos instrumentos afins nas redes sociais é destruir a credibilidade do Jornalismo Angolano, que já foi uma actividade séria e a sério. A vitória deste jornalismo de sarjeta é enlamear pessoas e instituições. A direcção do Sindicato dos Jornalistas e as direcções de praticamente todos os partidos da Oposição vivem felizes nessa lixeira e põem ao peito essa medalha.

Teixeira Cândido e uns quantos bêbados da valeta, miseráveis morais que comem dos diamantes de sangue, têm-se numa conta tão elevada que consideram os pasquins, pagos com dinheiros sabe-se lá de quem, como “imprensa independente” e a sua missão nesse grandioso combate é a “democratização e moralização do regime”.

Estes pândegos acham que os jornalistas podem ser tudo neste país. Podem assassinar honras e roubar o bom-nome de pessoas e instituições. Podem mentir, caluniar, chantagear e extorquir dinheiro, casas, carros e outras miudezas. É por isso que depois, quando chega a hora de fazerem o que lhes compete – notícias, reportagens, entrevistas - não são nada. Por favor, protejam os Media públicos. Honrem os recursos humanos que lá trabalham. São mais importantes para o regime democrático do que o petróleo para a economia.

A UNITA apresentou hoje um “voto de protesto” na Assembleia Nacional por uma alegada “violência contra os jornalistas”. Claro que a golpada foi reprovada pela maioria parlamentar. Rui Falcão explicou porquê mas também lembrou que em Angola, o Galo Negro tem-se destacado pela violência contra os jornalistas que não recebem fundos dos diamantes de sangue. Estas manobras de diversão afastam a opinião pública de uma situação gravíssima desde 1992, sem que ninguém lhe ponha cobro.

No final do século XIX, o presidente do conselho de administração do jornal The Times dizia aos accionistas que “a publicidade está para a publicação impressa como o vapor está para as máquinas.” Hoje a sua tiragem ronda os 400 000 exemplares, metade do Sunday Times. O Ouest-France (jornal de maior tiragem em França) também tira 800.000 exemplares. 

Cinco razões pelas quais a libertação de Soledar é tão significativa -- Andrew Korybko

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

Este desenvolvimento representa a primeira grande vitória no terreno para a operação especial de Moscou desde a série de contratempos no ano passado nas regiões de Kharkov e Kherson. Por esse motivo, espera-se que domine a cobertura de notícias no fim de semana, embora não esteja claro quantos veículos destacarão os seguintes pontos.

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou oficialmente na sexta-feira que a cidade de Soledar, ocupada pelos ucranianos, na região recém-reunificada de Donbass, na Rússia, foi libertada na noite anterior. Este desenvolvimento representa a primeira grande vitória no terreno para a operação especial de Moscou desde a série de contratempos no ano passado nas regiões de Kharkov e Kherson . Por esse motivo, espera-se que domine a cobertura de notícias no fim de semana, embora não esteja claro quantos veículos destacarão os seguintes pontos:

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1. As mentiras de Kiev foram expostas em um único golpe

Até então, Kiev havia afirmado que a Rússia estava desperdiçando recursos preciosos travando uma batalha invencível por uma cidade insignificante apenas para preservar o ego do presidente Putin, mas essa panóplia de mentiras foi exposta em um único golpe. Quaisquer que sejam os problemas que afligem a operação especial de seu oponente, não são capazes de impedir o progresso. Além disso, Kiev é o lado que desperdiçou recursos preciosos travando uma batalha invencível, embora por uma cidade significativa e para preservar o ego de Zelensky.

2. Wagner agora é uma força a ser reconhecida

A libertação de Soledar não teria sido possível sem a importante contribuição de Wagner, que emergiu ao longo do conflito ucraniano como um dos meios militares mais importantes da Rússia. Agora não há dúvida de que esta empresa militar privada é uma força a ser reconhecida, muito mais do que qualquer uma de suas contrapartes ocidentais, especialmente depois que eles falharam em manter o controle de Soledar diante da ofensiva bem-sucedida de Wagner.

3. A ofensiva de libertação da Rússia certamente continuará

O mais recente desenvolvimento militar no terreno coincide com a designação do general de estado-maior russo Valery Gerasimov como líder da operação especial por razões oficialmente relacionadas com o “aumento da escala das missões de combate”. O porta-voz presidencial Dmitry Peskov também disse na mesma época que “Não é hora de parar e comemorar. O trabalho principal ainda está à nossa frente.” Juntos, esses três eventos sugerem fortemente que a ofensiva de libertação da Rússia certamente continuará.

Ministros da Defesa da Ucrânia e Rússia dizem que a guerra é entre a NATO e a Rússia

Ambos concordam que a guerra na Ucrânia é uma guerra por procuração da OTAN

Eric Zuesse* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

Em 10 de janeiro, o ministro da Defesa da Rússia, Nikolai Patrushev , disse : “Os eventos na Ucrânia não são um confronto entre Moscou e Kiev – este é um confronto militar entre a Rússia e a OTAN e, acima de tudo, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha”.

Anteriormente, em 8 de janeiro, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Resnikov, havia dito :

“A principal ameaça à aliança [OTAN]” é “a Federação Russa. Hoje a Ucrânia está eliminando essa ameaça. Estamos cumprindo a missão da OTAN hoje. Eles não estão derramando seu sangue. Estamos perdendo o nosso. É por isso que eles são obrigados a nos fornecer armas.”

Ambos concordam que a guerra na Ucrânia é uma guerra por procuração da OTAN (EUA, Reino Unido e UE) contra a Rússia, em que os campos de batalha estão na Ucrânia, e que esta não é uma guerra que a Ucrânia e a Rússia estão travando uma contra a outra. de outros. Eles concordam que a Ucrânia está ajudando a OTAN a derrotar a Rússia nos campos de batalha da Ucrânia e está gastando o “sangue” dos ucranianos para atingir esse objetivo da OTAN, em vez de esta guerra ser a OTAN ajudando a Ucrânia a derrotar a Rússia.

Nenhum dos meios de comunicação convencionais, e quase nenhum dos meios de comunicação não convencionais, nos EUA e países aliados, está apresentando esta guerra dessa maneira: em vez disso, ela está sendo apresentada como sendo a OTAN escolhendo ajudar a Ucrânia a derrotar a Rússia . O ministro da Defesa da Ucrânia está dizendo: Nós travamos a guerra da OTAN; A OTAN fornece armas. “Como um verdadeiro escudo, [a Ucrânia] está defendendo todo o mundo civilizado, todo o Ocidente” dos russos, ele alega, enquanto afirma que as saudações de Ano Novo que recebeu “dos ministros da Defesa ocidentais” foram "neste sentido." No entanto, praticamente nenhum meio de comunicação no Ocidente apresentou a guerra dessa maneira. Pelo contrário: está sendo apresentada como uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia, não como uma guerra entre a OTAN e a Rússia.

Eis algumas das declarações que a própria NATO fez oficialmente sobre esta matéria, durante o ano de 2022:

“A OTAN não é uma ameaça para a Rússia.” 

“A OTAN tem procurado construir uma parceria com a Rússia, desenvolvendo o diálogo e a cooperação prática em áreas de interesse comum. A cooperação prática foi suspensa desde 2014 em resposta à anexação ilegal e ilegítima da Crimeia e da Ucrânia pela Rússia, que a OTAN nunca reconhecerá.”

“A OTAN não está em guerra com a Rússia.”

Este artigo foi originalmente publicado no The Duran

* O novo livro do historiador investigativo Eric ZuesseAMERICA'S EMPIRE OF EVIL: Hitler's Posthumous Victory, and Why the Social Sciences Need to Change , é sobre como os Estados Unidos dominaram o mundo após a Segunda Guerra Mundial para escravizá-lo aos bilionários americanos e aliados. Seus cartéis extraem a riqueza do mundo pelo controle não apenas de sua mídia de 'notícias', mas também das 'ciências' sociais - enganando o público. Ele é um colaborador regular da Global Research.

A imagem em destaque é da South Front

A fonte original deste artigo é a Global Research

Copyright © Eric Zuesse , Global Research, 2023

CASA ROUBADA

Jorge Cadima*

A cooperação entre tubarões só se verifica para devorar peixe mais miúdo. Entre eles a competição é de morte. «A UE, após aplicar infindáveis pacotes de sanções que, mais do que sancionar a Rússia, sancionam a própria UE; após assistir muda e queda à sabotagem dos gasodutos NordStream, encomendados e pagos pela Alemanha; após ver as suas empresas a falir ou fugir, à procura de energia mais barata; após gastar milhares de milhões a financiar e armar a guerra da NATO no seu continente – após tudo isto, a UE está agora a braços com o pacote de quase 400 mil milhões de dólares de subsídios à indústria norte-americana decretado pelo Presidente Biden.»

O que se passa entre os «aliados» dos dois lados do Atlântico merece reflexão. A UE, após aplicar infindáveis pacotes de sanções que, mais do que sancionar a Rússia, sancionam a própria UE; após assistir muda e queda à sabotagem dos gasodutos NordStream, encomendados e pagos pela Alemanha; após ver as suas empresas a falir ou fugir, à procura de energia mais barata, e ver os EUA vender à Europa gás a 4 e 5 vezes o preço que é vendido nos Estados Unidos; após gastar milhares de milhões a financiar e armar a guerra da NATO no seu continente – após tudo isto, a UE está agora a braços com o pacote de quase 400 mil milhões de dólares de subsídios à indústria norte-americana decretado pelo Presidente Biden, em nome do ambiente e do combate à inflação. O Financial Times (6.12.22) diz que este pacote de subsídios estatais, que dá pelo nome de Lei da Redução da Inflação (IRA, nas iniciais em inglês), «tem o potencial de seduzir dezenas de empresas alemães, levando-as a abandonar a sua base nacional». E exemplifica: «Ao abrigo do IRA, os subsídios para a compra de veículos eléctricos seriam apenas para os que tenham componentes produzidos nos EUA e aí sejam montados». Os efeitos do IRA juntar-se-ão ao que já se passou nos últimos meses. Segundo o FT, «estatísticas governamentais divulgadas no mês passado indicam que a produção nas indústrias de energia intensiva, que correspondem na Alemanha a 23% de todos os empregos industriais, caiu 10% desde o início do ano».

O jornal politico.eu dá conta das reacções ao IRA, públicas e privadas, de dirigentes da UE. Num artigo com título «A Europa acusa os EUA de lucrar com a guerra» (24.11.22) fala em «pânico total» em Bruxelas e nos «receios duma guerra comercial transatlântica». Anuncia que a UE está a preparar as suas respostas «para impedir que a indústria europeia seja arrasada pelos rivais americanos». Faz lembrar o ditado «casa roubada, trancas à porta».

PORTUGAL EXTENUADO... E TODOS NÓS A VÊ-LOS VIGARIZAR À FARTAZANA

Quase no fim de semana  e os portugueses já estão esgotados por cansaço. Os extenuados quebram e isso também se reflete no Curto do Expresso, que hoje é tão curtinho. O que andará o tio Balsemão Impresa Bildeberg a exigir aos seus trabalhadores? Nem fazemos ideia.  

Lá por isso, seja pelo que for, naquele nosso hábito de 'copipastar' a newsletter do referido Curto ficamos com a sensação de "fome".  Mesmo assim decidimos trazer aqui as "novas" assinadas por um dos mais considerados trabalhadores lá do burgo, Miguel Cadete - talvez já anémico e sem pica. Que o fim de semana lhe redobre as forças é o que desejamos profundamente cá pela chafarica do PG.

Sem mais delongas e considerações nossas (também andamos cansados e nas lonas) aqui vai a seguir a amostra de Curto do Expresso. Votos de bom descanso e recuperações para todos os escravizados desta Lusitânia governada e empresariada por corruptos, vigaristas, ladrões, trapaceiros e demais desses obnóxios que constituem as elites pujantes que nos exploram e miserabilizam a toda a força. Tudo isso é à fartazana. Pois.

Bom fim-de-semana. Inté. (PG)

Só um terço das declarações dos governantes são fiscalizadas. Grande entrevista a Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, na hora do adeus

Miguel Cadete, diretor-adjunto | Expresso (curto)

Viva!

Já está nas bancas mais uma edição do Expresso e na manchete pode ler-se que a notícia de que o Tribunal Constitucional só fiscalizou um terço das declarações dos políticos. À qual se acrescenta que mais de metade do total de declarações entregues desde março ainda não foi fiscalizada. As declarações são fiscalizadas pelo Ministério Público junto do TC e têm de ser entregues pelos titulares de cargos políticos quanto iniciam e quando cessam funções. Do total de 645 declarações entregues em papel por ministros, secretários de Estado e deputados da Assembleia da República — que inclui os que cessaram e os que iniciaram funções — foram entregues, até ao momento, “218 declarações para efeitos de fiscalização pelo Ministério Público (MP)”, avançou ao Expresso fonte oficial do Palácio Ratton.

Na capa da Revista do Expresso está Graça Freitas. A diretora-geral da Saúde vai terminar um mandato que atravessou toda a pandemia e, na hora da despedida, concedeu uma grande entrevista em que revela ter combatido um cancro quando se encontrava em funções, que as pregadeiras que usava lhe eram oferecidas pelos portugueses e que se sentiu desamparada quando, nos momentos mais difíceis, foi atacada: garante nunca ter recebido ordens sobre o que dizer e tudo oque disse foi a ciência que ditou. “Atacada”, ninguém a amparou.

Preocupante também é a evolução dos salários em Portugal. O salário médio só cresceu 3% desde 2010, sinal claro da estagnação da economia do país. Enquanto as remunerações reais aumentaram 66% em 50 anos, a evolução dos salários contrasta gritantemente com o enorme salto nas qualificações dos portugueses.

Há um grande mal-estar entre os militares. O almoço de Natal em que a ministra da Defesa, Helena Carreiras, devia ter participado, como é tradição, com os quatro chefes do Estado- Maior foram cancelados devido Às notícias sobre o colapso de Hospital das Forças Armadas. Mas há mais: somam-se atrasos legais pois duas leis fundamentais que deviam vigorar desde dia 1 ainda nem chegaram à AR

A Segurança Social está a ser burlada em milhões de euros. São três os principais esquemas usados para a burlar. De empresas-fantasma criadas só para legalizar migrantes a salários inflacionados de um dia para o outro, vale tudo para enganar o Estado.

Silenciosamente, milionários franceses estão a comprar quase tudo o que conta na capital portuguesa. Só lhes falta aprender a “tirar uma bica” para poderem ser qualificados como verdadeiros lisboetas. Quem são os gauleses ricos que estão a tornar Lisboa cada vez mais francesa.

Isabel dos Santos, a filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos contra quem a Interpol emitiu um mandado de captura e que está a ser investigada pelo Ministério Público em Portugal, quer construir um hotel de cinco estrelas em Lisboa . E na equipa que lidera a Câmara, o nome passou despercebido.

Na Operação Vortex, a Polícia Judiciãria e o Ministério Público admitem que haja mais políticos arguidos, além dos já conhecidos. As autoridades apanharam troca de dinheiro entre empresários e ex-presidente da Câmara de Espinho.

As greves dos professores começam a preocupar o país. Há escolas onde está a ser recolhido dinheiro para compensar funcionários que façam greve. Angariação pode ser ilegal mas o sindicato STOP nega qualquer ingerência.

Conheça ainda alguns dos podcasts produzidos esta semana pelo Expresso:

Jovens, livres e “doidos”. O nascimento do Expresso e o princípio de uma nova era. Em 1973 os pés de barro do Estado Novo amoleciam e Francisco Pinto Balsemão lançava o Expresso, um jornal destinado a espicaçar o regime. Marcelo Rebelo de Sousa, hoje Presidente da República, e Fernando Ulrich, atual chairman do BPI, estiveram na fundação do jornal e contam como foi viver no epicentro da mudança. Histórias e memórias de um ano decisivo. É a estreia do podcast Liberdade para Pensar

https://expresso.pt/podcasts/liberdade-para-pensar/2023-01-13-1973-Jovens-livres-e-doidos.-O-nascimento-do-Expresso-e-o-principio-de-uma-nova-era-c9c4b6fd

Da inspiração de José Afonso à música como catarse. Em 2022, Cátia Oliveira, mais conhecida como A Garota Não, levou as suas canções aos ouvidos de fãs de todas as idades e às listas de melhores álbuns do ano. No primeiro Posto Emissor de 2023, a artista de Setúbal fala das inspirações, a juventude desafiante e as colaborações com Sérgio Godinho e Luca Argel.

https://expresso.pt/podcasts/blitz-posto-emissor/2023-01-12-Posto-Emissor-131-BLITZ-convida-A-Garota-Nao.-Da-inspiracao-de-Jose-Afonso-a-musica-como-catarse-ef3b3fec

Ainda 2022, o ano em que o rock morreu? Spoon e Horsegirl dizem que não. Corre muita tinta sempre que se proclama a “morte do rock”, género que chegou a 2022 sem ser cabeça de cartaz nos festivais e nas listas. Pedro Mexia escolhe as Horsegirl, trio de Chicago que ainda bebe nas águas do punk e dos Sonic Youth tal como os Spoon, escolhidos por Inês Meneses, banda que considera subvalorizada em Portugal apesar das suas incríveis performances ao vivo. Ainda em 2022, o PBX continua a escolher o melhor do ano que passou em livros, discos, filmes e séries.

https://expresso.pt/podcasts/pbx/2023-01-12-Ainda-2022-o-ano-em-que-o-rock-morreu--Spoon-e-Horsegirl-dizem-que-nao-81b41edf

Tenha um bom fim de semana!

LER O EXPRESSO

Portugal | Apelo ao diálogo entre sindicatos ultrapassa 1500 assinaturas em 48 horas

Professores de norte a sul do país e de diferentes sindicatos estão a juntar-se num apelo à unidade das lutas sob o lema “Unidos somos imparáveis”. Acreditam que é “hora de todas as organizações sindicais convergirem e se unirem nas lutas, pois juntos seremos sempre muito mais fortes”.

Foi lançado na terça-feira nas redes sociais e em cerca de 48 horas reuniu mais de 1.500 assinaturas de professores de todo o país e de diferentes organizações sindicais. O apelo “Unidos somos imparáveis” nasceu de um grupo de professores que querem que os vários sindicatos de professores se entendam e que as manifestações marcadas para 14 de janeiro e 11 de fevereiro os possam juntar todos.

O documento está a juntar subscrições a ritmo elevado, continua disponível para ser assinado online(link is external), e os organizadores contam chegar às 2.000 assinaturas ainda esta quinta-feira.

Para os subscritores do texto, “tudo nos une e pouco nos separa”. Ou seja, “as reivindicações apresentadas pelas estruturas sindicais convergem e estão na linha do sentir da classe docente. Agora, é o momento de convergir na Luta”.

Pelo que dizem acreditar que é “hora de todas as organizações sindicais convergirem e se unirem nas lutas, pois juntos seremos sempre muito mais fortes”. O apelo feito é “ao diálogo entre todas organizações sindicais sem exceção”, pretendendo-se criar “uma plataforma comum e um diálogo centrado na agenda que nos traz para a rua e para as lutas”.

Para além disso, defendem "que todos os sindicatos se associem nas formas de luta, incluindo as manifestações de 14 de janeiro e 11 de fevereiro, e a partir daí, na organização de ações ainda mais fortes, que deixem bem claro que a classe docente, unida, é imparável nos combates pela qualidade da Educação”.

Esquerda.net

Venezuela | JUAN GUAIDÓ: ASSIM TERMINA UM MANDATO FICTÍCIO

Na virada do ano, o parlamento paralelo da Venezuela destituiu seu “presidente”, mantido pelos EUA com dinheiro sequestrado – e incensado pela mídia ocidental. Mas “governo imaginário” continuará, apesar da autofagia na oposição

Rôney Rodrigues* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela, foi tombado pela mesma oposição que o empossou como o mandachuva do país, cargo ocupado – de fato e pelo voto popular – por Nicolás Maduro desde 2013. O gabinete fictício do jovem engenheiro, portanto, chega ao fim após uma aventura de quatro anos: em votação online no crepúsculo de 2022, em 30/12, o Parlamento paralelo do país, formado por deputados opositores, decidiu destituí-lo do governo interino, alegando que “o que era temporário tornou-se perpétuo”, nas palavras de Juan Miguel Matheus, ex-deputado opositor. Na realidade, diante da retomada do diálogo entre o país caribenho e os Estados Unidos – e das eleições marcadas para o ano que vem –, Guaidó deixou de ser útil aos planos de ilhar o governo Maduro e provocar sua queda. Porém, o governo interino, um dos “experimentos mais extravagantes da história da diplomacia internacional”, como definiu o El País, segue de pé. Mais que isso: controla ativos bilionários do Estado venezuelano que estão congelados no exterior.

O corpo dessa Assembleia Nacional ilegítima formou-se dentro da institucionalidade, em 2015, quando a oposição venceu o chavismo, formando ampla maioria no Legislativo venezuelano. Há três anos, no entanto, os deputados opositores prorrogam seus poderes, cujos mandatos se encerrariam em 2020, quando um novo Parlamento foi eleito, sob boicote da oposição nas urnas. Hoje, ela é controlada por quatro grandes partidos de oposição: Primeira Justiça, Ação Democrática, Um Novo Tempo e Vontade Popular – este último integrado por Guaidó, único a votar contra sua destituição.

A oposição bem poderia alçar outro nome à “presidência”, mas decidiu liquidar de vez o cargo, apesar do clamor de Guaidó por “institucionalidade” acima de “nomes e interesses pessoais”, o que soa irônico vindo de um presidente autoproclamado. Hoje com 39 anos, ele se projetou no cenário político venezuelano em 2007 como uma das vozes da nova geração de líderes estudantis no país – que contaram com recursos e inteligência de think tanks estadunidenses – liderando protestos contra o governo Hugo Chávez. Logo foi apadrinhado por Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao que encabeça a ala mais extremista da oposição, envolvido em conspirações golpistas e nos protestos violentos de 2014. Guaidó passou nove anos no Parlamento, cinco deles como deputado suplente (2011-2015) e quatro como titular. Foi presidente da Comissão de Controladoria em 2017. Era um político sem grande envergadura, mas ocupava a presidência da Assembleia Nacional em um momento chave: a reeleição de Maduro em 2018, logo contestada pela oposição e pelos Estados Unidos da América, apesar da presença de diversos observadores e missão técnica de especialistas internacionais, em um sistema eleitoral já descrito pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter como o “melhor do mundo”.

PORQUE A CIA TENTOU O “GOLPE MAIDAN” NO BRASIL – Pepe Escobar

O golpe falhado no Brasil é o último feito da CIA, no momento em que o país forja laços mais fortes com o oriente

Pepe Escobar [*] | # Publicado em português do Brasil

Um antigo responsável de inteligência norte-americano confirmou que a caótica reencenação do Maidan em Brasília a 8 de Janeiro foi uma operação da CIA e ligou-a às recentes tentativas de revolução colorida no Irão.

No domingo, alegados apoiantes do ex-presidente de direita Jair Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial do Brasil, contornando barricadas de segurança frágeis, subindo em telhados, partindo vidraças, destruindo propriedade pública, incluindo pinturas preciosas, ao mesmo tempo que apelavam a um golpe militar como parte de um esquema de mudança de regime visando o Presidente eleito Luís Inácio "Lula" da Silva.

De acordo com a fonte estado-unidense, a razão para encenar agora a operação – a qual apresentou sinais visíveis de planeamento às pressas – é que o Brasil está pronto para se reafirmar na geopolítica global ao lado dos demais estados BRICS, Rússia, Índia e China.

Isto sugere que os planeadores da CIA são ávidos leitores do estratega do Credit Suisse, Zoltan Pozsar, anteriormente do Fed de Nova York. No seu relatório pioneiro de 27 de Dezembro, intitulado War and Commodity Encumbrance, Pozsar afirma que "a ordem mundial multipolar está a ser construída não pelos chefes de Estado do G7, mas pelos 'G7 do Leste' (os chefes de Estado dos BRICS), o qual é realmente um G5 mas, devido à “BRICSpansão”, tomei a liberdade de arredondar para cima".

Ele se refere aqui a relatos de que a Argélia, a Argentina, o Irão já solicitaram a adesão aos BRICS – ou melhor, à sua versão expandida "BRICS+" – além do interesse manifestado pela Arábia Saudita, Turquia, Egito, Afeganistão e Indonésia.

A fonte estado-unidense traçou um paralelo entre a Maidan da CIA no Brasil e uma série de recentes manifestações de rua no Irão instrumentalizadas pela agência como parte de um novo impulso de revolução colorida: "Estas operações da CIA no Brasil e no Irão são paralelas à operação na Venezuela em 2002, que foi muito bem sucedida no início, uma vez que os desordeiros conseguiram apoderar-se de Hugo Chavez".

VITÓRIA EM SOLEDAR MOSTRA COMO RÚSSIA CONTROLA MILITARMENTE CONFLITO

Lucas Leiroz* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Apesar do discurso infundado da mídia ocidental sobre uma possível “vitória ucraniana”, as forças russas continuam avançando no campo de batalha, obtendo importantes ganhos territoriais e controlando pontos estratégicos que serão fundamentais para derrotar o regime neonazista de Kiev em um futuro próximo. Na segunda semana de janeiro, a cidade de Soledar foi o principal foco do conflito, com as tropas russas conseguindo o controle total da região, impondo uma grande perda ao inimigo.

Em 10 de janeiro, a empresa militar privada russa Wagner Group notificou que havia tomado completamente a cidade de Soledar, neutralizando as forças inimigas que ali estavam concentradas. Centenas de soldados ucranianos morreram ou foram capturados durante os intensos combates. O chefe do Grupo Wagner, o empresário russo Yevgeny Prigozhin, comentou o caso em uma declaração pública sobre a aquisição da Soledar. Prigozhin enfatizou que apenas o Grupo Wagner atuava na região, sem apoio de nenhuma outra unidade de combate das forças russas:

“As unidades Wagner tomaram o controle de todo o território de Soledar. Quero enfatizar que nenhuma outra unidade além dos caças Wagner participou do ataque a Soledar”, disse ele em 10 de janeiro. ao controle. Ele estima que cerca de 500 ucranianos foram mortos. Ele também afirmou que, como as tropas inimigas foram neutralizadas e todos os civis evacuados anteriormente, não há necessidade de criar um corredor humanitário em Soledar.

“Quero repetir que Soledar foi totalmente libertado e livre de unidades do exército ucraniano (…) As tropas ucranianas que se recusaram a se render foram destruídas (…) A cidade inteira está repleta de corpos de militares ucranianos (…) Pode haver nenhuma palavra de qualquer corredor humanitário”, acrescentou.

A vitória em Soledar é sem dúvida importante do ponto de vista militar, pois garante às forças de Moscou uma posição geográfica privilegiada, que será muito útil para as próximas etapas do conflito. Ao controlar Soledar, os russos podem cortar algumas das mais importantes rotas de abastecimento para as forças ucranianas que ainda ocupam algumas regiões da República Popular de Donetsk, como Bakhmut, que também deverá ser totalmente libertada em breve. Desta forma, ao expulsar os militares ucranianos da cidade, os russos avançam significativamente no objetivo de consolidar a reintegração de Donetsk na Federação Russa.

Reunião entre Turquia e Síria em Moscovo pode resultar em plano de paz

Steven Sahiounie* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Os encontros e realinhamentos entre Síria e Turquia, mediados pela Rússia, podem produzir mudanças duradouras no Oriente Médio.

Os ministros das Relações Exteriores da Turquia e da Síria devem se reunir em Moscou. Esta é a reunião de mais alto nível entre os dois países que estão em lados opostos da guerra EUA-OTAN na Síria para a mudança de regime desde 2011.

O resultado dessa reunião, e a esperada reunião de acompanhamento entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente sírio, Bashar al-Assad, pode formar a base para a recuperação da Síria, contornando a resolução 2254 da ONU, que não conseguiu produzir resultados.

Os EUA perderam a guerra, mas usaram milícias armadas para continuar ocupando partes da Síria e impor um impasse que impede uma solução pacífica e a recuperação da Síria. A América não é mais a única superpotência e as decisões tomadas no novo Oriente Médio não dependem mais de ordens do Departamento de Estado dos EUA.

Erdogan concorre à reeleição em junho e enfrenta forte oposição. A economia está deprimida e as pessoas culpam os refugiados sírios pela perda de empregos e problemas sociais. Erdogan e a oposição prometem despachar os refugiados.

O mercado de exportação turco para a Síria em 2011 representou metade de todo o mercado global de exportação para a Turquia. Isso foi perdido quando Damasco proibiu todas as importações turcas por causa de sua participação na guerra na Síria. Erdogan poderia restaurar o mercado sírio reparando o relacionamento.

Para ser reeleito, Erdogan propõe uma reaproximação com Assad. Os EUA expressaram seu descontentamento com qualquer tentativa de qualquer país de reparar as relações com a Síria. No entanto, Erdogan não se deixará influenciar pelas opiniões ou ameaças dos EUA, tendo em conta que os EUA apoiam, treinam e fornecem armas às milícias curdas (SDF e YPG) ligadas a uma organização terrorista proibida internacionalmente (PKK), que mataram milhares na Turquia durante três décadas de terrorismo. Os curdos sabem que a Turquia é um aliado muito mais importante para os EUA, e os EUA nunca lutarão contra a Turquia para salvar os curdos. O ex-enviado dos EUA à Síria, James Jeffrey, disse aos curdos que eles deveriam consertar seu relacionamento com Damasco para proteção. Os EUA nunca apoiaram uma “pátria” para os curdos.

A Síria e a Turquia estão unidas em seu objetivo de desmilitarizar os curdos no nordeste da Síria. Síria e Turquia compartilham um inimigo comum (os curdos) e um aliado comum (Rússia). Esta pode ser a base para a formação de uma nova política externa entre os dois vizinhos.

Não é grande coisa a Turquia atrasar indefinidamente a candidatura da Suécia à OTAN

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

A Turquia não tem nada a perder ao atrasar indefinidamente a adesão oficial desse país à OTAN em troca da Suécia fazer progressos tangíveis em ajudar Ancara a garantir seus interesses de segurança nacional, como o presidente Erdogan solicitou. Apesar do golpe político que isso infligiria à reputação do bloco, seus interesses militares objetivos não seriam prejudicados, pois é irreal esperar que a Rússia ataque a Suécia de qualquer maneira, e os EUA e seus aliados provavelmente a defenderiam nesse cenário extremamente marginal.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, deixou claro que seu país não cumprirá o restante dos pedidos relacionados ao terrorismo na Turquia, que Ancara tornou condicional para obter sua aprovação da proposta de adesão de Estocolmo à OTAN. De acordo com comentários que ele fez em uma conferência de think tanks de defesa no fim de semana passado, “a Turquia confirma que fizemos o que dissemos que faríamos, mas eles também dizem que querem coisas que não podemos ou não queremos dar a eles”.

No entanto, a Reuters também informou que Kristersson ainda expressou confiança de que a Turquia acabará por aprovar a proposta de adesão da Suécia à OTAN. Ele não deveria ter muitas esperanças sobre um possível acordo, no entanto, uma vez que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan sinalizou repetidamente que considera a extradição de supostos terroristas e outras questões de Estocolmo como prioridades intransigentes de segurança nacional. Aí reside o dilema, já que a Suécia e a Turquia percebem isso de maneira muito diferente.

A Suprema Corte sueca bloqueou a extradição no mês passado de Bulent Kenes, que se considera um jornalista, mas é acusado por seu país de participar da tentativa fracassada de golpe no verão de 2016 que Ancara alega ter sido arquitetada pelo clérigo turco Fethullah Gulen, residente nos Estados Unidos. Turquia designou oficialmente esse indivíduo como terrorista e descreve seus seguidores como a Organização Terrorista Fethullah Gülen, também conhecida como FETO. O grupo supostamente ainda representa uma ameaça para aquele país.

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