Artur Queiroz*, Luanda
A União Europeia está moribunda. O motor da Alemanha gripou, ronca, faz muito fumo mas não anda. A Zona Euro, no semestre que termina em 21 de Dezembro, vai crescer 0,4 por cento. Chamar a isto crescimento é o mesmo que chamar gigante ao anão mais pequenino da Branca de Neve. No próximo ano vai piorar para níveis de catástrofe. Foi com o cartel falido que o Executivo Angolano fez um acordo apresentado como inovador, porque Bruxelas e Luanda vão conduzir conjuntamente o processo rumo ao “desenvolvimento sustentável”. É preciso acabar com este trágico engano de alma. Lutar pra nós é um destino. Lutemos!
A rainha Isabel II morreu há um ano. Os britânicos puseram canhões num parque de Londres e dispararam umas quantas salvas. Estão a gastar as munições que deviam enviar para a Ucrânia. Só mandam misseis avariados e pólvora seca. No terreno a carnificina continua sob a supervisão de Antony Blinken, Jens Stoltenberg, Úrsula von der Leyen e Rishi Sunak. A criadagem que hoje ocupa o poder no ocidente alargado ainda não percebeu que vai pagar os crimes de hoje. O melhor que lhes pode acontecer é um Tribunal de Nuremberga qualquer. Na hora da verdade vão implorar uma guilhotina, uma corda ao pescoço.
Em 1975, no Morro da Luz, em Luanda, eu vi um matador de negros desde 1961 implorar que o matassem. Não lhe fizeram esse favor. Pelo contrário, à sua frente passavam familiares dos que matou. E ele chorava. Gritava. Implorava. Já após a Independência Nacional foi expulso para Portugal. Obrigado a viver até ao fim! Os ocupantes do poder no ocidente alargado vão passar pelo mesmo. O Macron já grita. Para o povo do Níger lutar é um destino.
Um quilo de urânio vale 20 euros
no mercado internacional. A França pagava ao Níger 0,8 cêntimos! Os franceses
roubavam 45 biliões de euros por ano aos nigerinos. Impossível renunciar à
luta. Impossível contrariar o destino. Um dia todos os ladrões dos povos são
arrastados pelas ruas até se desfazerem
Angola, Namíbia, Zimbabwe e África do Sul, milhões de mortos, refugiados e deslocados. Iraque, milhões de mortos e refugiados. Primaveras Árabes mais o Inverno da Síria, milhões de mortos e refugiados. Líbia, milhões de mortos e refugiados. Jugoslávia riscada do mapa. Os matadores vão implorar uma corda ao pescoço, uma guilhotina ou um Tribunal de Nuremberga. Nem pensar! Vão ser exibidos até se desintegrarem. Lutar é o destino dos injustiçados.
Lutar pra nós é um destino. Lutar pelo regresso do fabuloso Jornalismo Angolano porque é a única forma de garantir as condições concretas que dão força à liberdade. Hoje, dia Internacional do Jornalista, lutar é mais do que nunca o nosso destino. Os aprendizes de feiticeiro descobriram a que existem Conselhos de Redacção. Teixeira Cândido fez do Sindicato dos Jornalistas uma correia de transmissão da UNITA. Agora tirou da cartola mais um instrumento para reforçar essa traição à classe.