Embora o ISIS-K tenha assumido a responsabilidade pelo tiroteio em Moscovo, o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que os Estados Unidos podem estar por trás do ataque.
MintPress News | Alan MacLeod* | # Traduzido em português do Brasil
Embora não tenha fornecido provas para a sua afirmação, é verdade que o ISIS e o governo dos Estados Unidos têm uma relação longa e complicada, com Washington a utilizar o grupo para os seus próprios fins geopolíticos e que antigos combatentes do ISIS estão activos na Ucrânia, como explora o MintPress News.
UM ATAQUE BRUTAL
Em 22 de março, homens armados abriram fogo contra a Prefeitura de Crocus, em Moscou, matando pelo menos 143 pessoas. As autoridades detiveram quatro suspeitos que alegam estarem fugindo para a Ucrânia. O ataque foi apenas um de vários planejados. Depois de receber denúncias internacionais, a polícia russa frustrou várias outras operações.
O ISIS-K, a divisão do Estado Islâmico no Afeganistão e no Paquistão, assumiu imediatamente a responsabilidade pelo tiroteio, com as potências ocidentais – especialmente os Estados Unidos – a tratarem o assunto como um caso aberto e encerrado. Vladimir Putin, no entanto, sentiu-se de forma diferente, sugerindo que a Ucrânia ou mesmo os Estados Unidos poderiam ter estado de alguma forma envolvidos. “Sabemos quem executou o ataque. Mas estamos interessados em saber quem ordenou o ataque”, disse, acrescentando : “Surge imediatamente a questão: quem beneficia com isto?”
Há muito que Moscovo acusa os serviços de inteligência ucranianos de recrutarem combatentes do ISIS para unirem forças contra o seu inimigo comum. Acredita -se que o grupo paramilitar de extrema direita Right Sektor tenha treinado e absorvido vários ex-soldados do ISIS da região do Cáucaso, e milícias ucranianas foram vistas ostentando emblemas do ISIS. No entanto, não existem ligações claras e oficiais entre o governo ucraniano e o ISIS, e os suspeitos – todos tadjiques – não têm ligações publicamente conhecidas com a Ucrânia.
Esta não é a primeira vez que o ISIS tem como alvo a Rússia. Em 2015, o grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque ao voo Metrojet 9268, que matou 224 pessoas. Também esteve por detrás dos ataques de Janeiro de 2024 ao Irão, que mataram mais de 100 pessoas, comemorando o assassinato de Qassem Soleimani, o general iraniano responsável por esmagar o ISIS como força no Iraque e na Síria.