domingo, 4 de setembro de 2011

"DEMOCRATA" EDUARDO DOS SANTOS, A CARA DA DITADURA ANGOLANA EM DESESPERO




ANA LORO METAN

OS ARRUACEIROS ERAM POLÍCIAS À CÍVIL QUE CAUSARAM O PANDEMÓNIO

Depois dos acontecimentos de ontem e hoje em Luanda os angolanos ficaram com a certeza de que a ditadura de Eduardo dos Santos está para cair proximamente. O que vimos ontem, na manifestação em que um dos maiores corruptos de África se permitiu exercer a repressão animalesca contra angolanos que pacifica e simplesmente o contestavam, veio demonstrar que o ditador e os que no MPLA o apoiam estão em estado de desespero.

Não mais, nem menos, que por essa razão agiram sem o recato de aparentar a sua tolerância como antes souberam fazer. Desta vez usaram de estratagemas sobejamente conhecidos em todas as ditaduras, fazendo circular pelo local, onde os manifestantes se encontravam, polícias à civil que provocaram e geraram o pandemónio que agora alegam ser da responsabilidade dos manifestantes.

Todos vimos que foram os polícias à civil que – fazendo-se passar por angolanos passantes – agrediram e quebraram material dos repórteres que cobriam o acontecimento. Os luandinos sabem, todos sabemos, os que viram e sofreram as ações de repressão ainda o sabem muito melhor. O método é antigo e digno do ditador Pinochet, de outro qualquer ditador, de um José Eduardo dos Santos em desespero ao fim de 32 anos de exercer ditatorialmente o poder, sem vergonha de ao fim de todos estes anos continuar insaciável, querer ainda o exercício de mais poder e decerto de aumento da fortuna que não tinha há 32 anos – possivelmente nem imaginava vir a ter tanto. Como enriqueceu, todos em Angola e pelo mundo sabemos. Ele, os seus familiares e todo o seu exército de corruptos – que os angolanos têm esperança de ver julgados por uma justiça digna de um Estado de Direito.

O regime de Eduardo dos Santos-MPLA está, ele próprio, a cavar a sua sepultura quando mostra a sua intolerância. Agora já não chega mentir sobre raptos e desaparecimentos, sobre detenções ilegais, sobre prisões arbitrárias. Uma vez mais a ditadura de Eduardo dos Santos demonstrou que tudo fará para se manter no poder, até a guerra. Isso é o contrário daquilo que o povo angolano ambiciona. Basta de guerra, de violência, de assassinar angolanos que com toda a legitimidade exigem o fim do regime do ditador. Basta de mentiras porque é tempo de libertar todos os angolanos que a ditadura teima em manter fechados nas suas masmorras.

Talvez seja correto afirmar que finalmente foi quebrado o verniz do regime do ditador dos Santos com esta operação que visava apavorar aqueles que o contestam de mãos nuas, pacificamente, com toda a legitimidade democrática. Eduardo dos Santos, a cara da ditadura angolana, mostrou mais uma vez o seu desespero e irredutibilidade ao mundo. Agora, por esta hora ainda conserva detidos  meia centena de pacificos contestarios ao seu regime, daqueles que foram ontem raptados, espancados e aprisionados ilegalmente. Que os liberte, que os angolanos não se calem.

É tempo de fazer valer paz, justiça, liberdade e verdadeira democracia em Angola!

Bloco Democrático diz que há 50 detidos e acusa polícia de rapto e agressão de manifestantes




NM - HB – JS - LUSA

Lisboa, 04 set (Lusa) -- O partido angolano Bloco Democrático disse hoje que mais de 50 pessoas terão sido detidas na sequência da manifestação de jovens em Luanda este sábado, acusando ainda a Polícia de rapto, agressão e de utilizar gases tóxicos contra manifestantes.

Em comunicado enviado à Agência Lusa, assinado pelo líder do partido Justino Pinto de Andrade, o Bloco Democrático -- a primeira organização política a reagir aos acontecimentos -- acusa a Polícia Nacional de ter encetado uma "repressão violenta" para acabar com a manifestação "legítima" do grupo de jovens, tendo para o facto feito "desaparecer um dos organizadores, antes mesmo do início da manifestação".

O partido diz que os restantes organizadores ter-se-ão dirigido à polícia para dar conhecimento do alegado rapto, mas que as autoridades terão detido um dos participantes, dando conta que uma militante do partido também terá sido detida.

"Foi presa uma manifestante, militante do Bloco Democrático, Ermelinda Freitas, sendo levada para parte incerta, somente tendo sido localizada muitas horas depois na Esquadra da Ilha de Luanda. Outros dois manifestantes, Adolfo e Luamba, foram barbaramente agredidos pela Polícia Nacional, tendo dado entrada inanimados, no Hospital Maria Pia, de onde foram transferidos para o Hospital Militar, onde receberam tratamento e posteriormente conduzidos para a cadeia", acusa o partido de Justino Pinto de Andrade.

O Bloco diz ter conhecimento de que cerca de 50 manifestantes terão sido detidos, entre eles, três organizadores da manifestação, e que quinze jovens terão sido perseguidos e detidos nas imediações da Rádio Ecclésia. A direção do partido diz também que já falou com os responsáveis políticos para denunciar a situação e a exigir medidas imediatas para a libertação dos detidos.

O Bloco Democrático foi criado em 2010 e pretende constituir-se como uma alternativa ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) - no poder há três décadas -- e tem como presidente Justino Pinto de Andrade, economista, tal como o secretário-geral Filomeno Vieira Lopes, assumindo-se como um defensor dos "grandes ideias de liberdades, das grandes ideias de democracia e dos grandes ideais de cidadania".

Também hoje, a Televisão Pública de Angola condenou a "tentativa de agressão" de que terão sido alvo este sábado os seus profissionais e da RTP, mas diz que os agressores foram os jovens manifestantes que protestavam em Luanda. Numa "nota de repúdio" da estação, veiculada pela Angop, a TPA "repudia a acção e lembra que ela fere o direito dos telespetadores de serem informados" e diz ainda que se "solidariza também com os profissionais da RTP que de igual modo foram vítimas desta acção".

Fonte oficial da direção de informação da RTP disse hoje à Lusa que a estação já deu "conta da situação às autoridades angolanas" dos acontecimentos e que "com os jornalistas não houve problemas", mas que "o material [equipamento] ficou danificado".

Os relatos da manifestação, que começou ao início da tarde de sábado, no Largo da Independência, em Luanda, davam conta de vários feridos, pessoas detidas e também da agressão a jornalistas, durante o protesto que tinha como objetivo exigir "a destituição de José Eduardo dos Santos" e a "democratização dos órgãos públicos".

A agência noticiosa angolana Angop veiculou também um comunicado da Polícia Nacional de Angola, que indicava que três oficiais e um agente da Polícia, juntamente com três cidadãos tinham sido feridos por elementos não identificados perto do Largo Sagrada Família.

A Polícia justifica que as pessoas ficaram feridas quando efetivos da corporação tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço protegido para o referido acto, a fim de evitar a desordem pública.

"Contrariando as orientações da polícia, alguns indivíduos, de forma anárquica, forçaram o cordão de segurança policial, proferindo ofensas verbais contra pacatos cidadãos que circulavam nas redondezas e aos efetivos da Polícia Nacional, alegando que pretendiam dirigir-se ao palácio", esclareceu a Polícia no comunicado.

As autoridades disseram ainda que foi "o incumprimento da ordem da polícia [que] gerou um clima de violência entre os transeuntes e os manifestantes, que culminou no arremesso de objetos contundentes, que estiveram na causa dos ferimentos", e que terão "obrigado" a polícia a deter 24 pessoas, "para que os órgãos competentes fizessem justiça", tendo lamentado a situação.

A Lusa falou no sábado com pessoas envolvidas na concentração, que mencionaram alegados raptos, ameaças e agressões da parte de oficiais à civil.

Televisão Pública de Angola repudia agressões que diz terem partido de manifestantes


TPA - Televisão oficial do governo angolano (PG)


A Televisão Pública de Angola condenou hoje a "tentativa de agressão" de que terão sido alvo este sábado os seus profissionais e da RTP, mas diz que os agressores foram os jovens manifestantes que protestavam em Luanda.

De acordo com uma "nota de repúdio" da estação, veiculada pela agência noticiosa angola Angop, a TPA "repudia a acção e lembra que ela fere o direito dos telespetadores de serem informados" e diz ainda que se "solidariza também com os profissionais da RTP que de igual modo foram vítimas desta acção".

Fonte oficial da direção de informação da RTP disse hoje à Agência Lusa que a estação já deu "conta da situação às autoridades angolanas" dos acontecimentos e que "com os jornalistas não houve problemas", mas que "o material [equipamento] ficou danificado".

Os relatos da manifestação, que começou ao início da tarde de sábado, no Largo da Independência, em Luanda, davam conta de vários feridos, pessoas detidas e também da agressão a jornalistas, durante o protesto que tinha como objetivo exigir "a destituição de José Eduardo dos Santos" e a "democratização dos órgãos públicos".

No largo, onde tinham a autorização para se manifestarem, juntaram-se cerca de uma centena de jovens, sob vigilância de um forte aparato policial, e às 14:00 o grupo de jovens tomou a iniciativa de partir em direção ao Palácio Presidencial, para exigir a libertação de um dos seus membros, que alegadamente tinha sido raptado algumas horas antes da manifestação.

Na ocasião, a Polícia tentou impedir a intenção, tendo-se gerado uma confusão, que resultou no ferimento, detenção e agressão de jornalistas, que se encontravam a fazer a cobertura da manifestação.

A agressão, perpetrada por elementos civis que se encontravam igualmente no local, sem identificação, atingiu dois operadores de câmara da RTP África, bem como a destruição do seu equipamento, e o jornalista da Voz da América, que viu também serem danificados os seus meios de trabalho.

No seguimento da situação, a agência noticiosa angolana Angop citou um comunicado da Polícia Nacional de Angola, que indicava que três oficiais e um agente da Polícia, juntamente com três cidadãos tinham sido feridos por elementos não identificados perto do Largo Sagrada Família.

A Polícia justifica que as pessoas ficaram feridas quando efetivos da corporação tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço protegido para o referido ato, a fim de evitar a desordem pública.

"Contrariando as orientações da polícia, alguns indivíduos, de forma anárquica, forçaram o cordão de segurança policial, proferindo ofensas verbais contra pacatos cidadãos que circulavam nas redondezas e aos efetivos da Polícia Nacional, alegando que pretendiam dirigir-se ao palácio", esclareceu a Polícia no comunicado.

As autoridades disseram ainda que foi "o incumprimento da ordem da polícia [que] gerou um clima de violência entre os transeuntes e os manifestantes, que culminou no arremesso de objetos contundentes, que estiveram na causa dos ferimentos", e que terão "obrigado" a polícia a deter 24 pessoas, "para que os órgãos competentes fizessem justiça", tendo lamentado a situação.

A Agência Lusa falou durante este sábado com pessoas envolvidas na concentração, que mencionaram alegados raptos, ameaças e agressões da parte de oficiais à civil.

Uma das pessoas com quem a Agência Lusa falou estaria mesmo detida dentro de uma carrinha policial com espaço reduzido juntamente com outras onze pessoas, durante mais de meia hora ao sol, com pessoas a sentirem-se indispostas devido ao forte calor que se fazia sentir na região.

"SOMOS UM POVO DE RANCORES" - Fradique Menezes em São Tomé e Príncipe





Constatação de Fradique de Menezes, quando analisava a futura coabitação política, entre o Presidente da República Eleito Manuel Pinto da Costa e o Primeiro-ministro Patrice Trovoada. Segundo o Presidente da República Cessante, rancor pode fragilizar o relacionamento institucional.

A luz da agressividade verbal que marcou as eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, principalmente do Primeiro Ministro Patrice Trovoada contra o então candidato Manuel Pinto da Costa, o Presidente da República Cessante, considera que as zangas da campanha eleitoral, não devem comprometer o relacionamento entre titulares de dos órgãos do Estado eleitos pelo povo. Porque doravante o que está em causa é o interesse nacional.

No entanto, em São Tomé e Príncipe há especificidades. O rancor faz parte do modo de viver e ser de muita gente. Um problema que tem que ser ultrapassado, para o bem do país. «Há pessoas que ficam com rancores. Esse é o nosso problema em São Tomé e Príncipe. Somos um povo de rancores, pelo menos alguns de nós. Ficamos com rancores, que não se manifestam a primeira. Vai-se manifestando com o tempo e com as nossas atitudes», referiu Fradique de Menezes.

Para impedir que rancor, possa complicar a vivência política no futuro, Fradique de Menezes, manifesta-se disposto a colaborar. «O nosso papel é de por água na fervura. Eu sou o primeiro a dar a minha colaboração, se a quiserem receber. Teremos que salvaguardar a paz. Porque a repercussão da situação económica e financeira no mundo, sobretudo os nossos parceiros tradicionais, faz com que nós acalmemos os ânimos para merecermos da parte dos doadores algumas acções a nosso favor», acrescentou.

Fradique de Menezes aproveitou para criticar algumas situações que alimentaram a agressividade verbal durante o período de campanha eleitoral, com destaque para a diabolização pela candidatura da ADI, do actual Presidente Eleito. «Cada um de nós temos parte de responsabilidade. Quando fui embaixador, eu era senhor da embaixada e fazia aquilo que eu bem desejava da embaixada. Quando fui Ministro dos Negócios Estrangeiros, era mesma coisa. Tomava decisões sobre quem deveria trabalhar comigo ou não. Ninguém podia amanhã dizer que foi Pinto da Costa quem mandou-me fazer isto ou aquilo», declarou Fradique de Menezes, tendo acrescentado que sempre assumiu parte da sua responsabilidade na gestão do país nos primeiros quinze anos.

Pena é que a mesma atitude não foi assumida por outros responsáveis da altura. «E os outros que dirigiram o país, nos 15 anos, deveriam ter a coragem desde 1990 de dizerem publicamente qual é parte de responsabilidade de cada um na desgraça que este país conheceu. Hoje você não vê um indivíduo que diz que ele foi Presidente do Tribunal dos Actos Contra Revolucionários. Alguém já disse isso publicamente? Que ele condenou fulano e tal a prisão. Mas vão dizer que foi Pinto da Costa quem mandou. Isso não é verdade histórica», concluiu.

Abel Veiga

Miguel Trovoada espera que Pinto da Costa "faça o melhor" para São Tomé e Príncipe




MYB - LUSA

São Tomé, 03 set (Lusa) - O ex-Presidente Miguel Trovoada disse hoje esperar que o novo Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, "faça o melhor para o país".

"Eu espero que (Manuel Pinto da Costa) faça o melhor para o país, porque é disso que nós precisamos, na paz, na estabilidade, na concórdia e sempre pensando fundamentalmente no povo e com os olhos postos no futuro", disse o antigo Presidente são-tomense, que fez dois mandatos consecutivos entre 1991 e 2001.

Miguel Trovoada, atual secretário executivo do Golfo da Guiné, deslocou-se a São Tomé para a cerimónia de posse de Manuel Pinto da Costa, que venceu a segunda volta das eleições presidenciais de 07 de agosto com 52,88 por cento dos votos.

Considerou hoje como sendo "um dia especial" e "um momento histórico" para São Tomé e Príncipe.

"Hoje é um dia especial, que é a recondução do Presidente no seu cargo, nas suas funções, é sempre um momento histórico", disse Miguel Trovoada.

Manifestou-se disponível para ajudar na estabilização política das ilhas, acreditando que, pelas palavras que ouviu do novo Presidente, a estabilidade vai manter-se.

"Eu sempre estive disponível ao serviço do povo são-tomense desde a minha mais tenra juventude e enquanto eu tiver o fôlego continuarei a fazê-lo", sublinhou.

Miguel Trovoada foi um dos mais de 900 convidados para a cerimónia de posse de Manuel Pinto da Costa.

Para a cerimónia foram convidados todos os Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central e personalidades como o general António Ramalho Eanes, que representou Portugal na cerimónia, por indicação do Presidente Aníbal Cavaco Silva.

Três Chefes de Estado da Guiné Equatorial, Nigéria e Cabo Verde e dois vice-presidentes da África do Sul e de Angola participaram no evento junto com dezenas de representantes de, pelo menos, 15 países.

A cerimónia de posse decorreu na Assembleia Nacional e foi conferida por Evaristo de Carvalho, presidente deste órgão, que foi candidato às últimas eleições presidenciais pelo partido ADI (Ação Democrática Independente, no Governo) e que saiu derrotado por Pinto da Costa no dia 07 de agosto.

Manuel Pinto da Costa venceu a segunda volta das presidenciais com 52,88 por cento dos votos, contra 47,12 por cento do seu adversário Evaristo de Carvalho.

São Tomé e Príncipe: Novo presidente valoriza estabilidade política e social no país




ANGOLA PRESS

São Tomé (Do enviado especial) – O novo presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, reiterou a vontade de assegurar uma cooperação institucional leal, franca, aberta e baseada no respeito mútuo, visando promover a estabilidade política e social do país.

“Estou plenamente convicto de que uma verdadeira cooperação entre os órgãos de soberania é uma condição indispensável para conquistar o futuro rumo ao desenvolvimento sustentável”, declarou.

Pinto da Costa discursava na cerimónia da sua investidura como Chefe de Estado, numa cerimónia em que o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, se fez representar pelo vice-presidente, Fernando da Piedade Dias dos Santos.

Estiveram também os estadistas de Cabo Verde, da Nigéria e da Guiné Equatorial.

O presidente, saído da 2ª volta das eleições de 7 de Agosto último, falou também da necessidade de criação de condições favoráveis para que se alcance a almejada estabilidade política, em especial na governação do país.

“É preciso acreditar no futuro melhor para os nossos filhos, netos, vizinhos e amigos”, sublinhou o governante.

Pediu unidade para a implementação com urgência de um projecto nacional assente na ideia de um país solidário, desenvolvido e com espaço para todos e que devolva a dignidade ao povo e à nação.

Lembrou a máxima do 1º presidente angolano, Agostinho Neto, segundo a qual “o mais importante é resolver os problemas do povo”.

Afirmou que a estabilidade não deve ser uma mera figura retórica, utilizada de acordo com interesses particulares e ao sabor de conveniências, mas que deve estar sempre presente no comportamento, atitudes e decisões dos agentes políticos do país.

Promete promover, neste mandato de cinco anos, o diálogo permanente com os vários órgãos de soberania e partidos políticos, no respeito do papel de cada um, com isenção e equidistância.

Disse que terá uma magistratura aberta à sociedade civil e ao seu contributo essenciais aos desafios que se colocam ao país para encontrar o caminho do desenvolvimento sustentável e acabar com os actuais níveis de pobreza.

Aconselha ao estabelecimento de prioridades e consensos para que cada um, em cada sector de actividade, se sinta motivado para o combate à pobreza, e a não cruzar os braços a espera de miragens como a do petróleo, ou ainda de ajudas internacionais.

“É preciso contar com o que temos e criar as condições indispensáveis para alcançar o que não temos e restaurar a actividade do Estado, assegurar a ordem pública e apostar em valores como a disciplina e o trabalho”.

Apela para a mobilização geral para o combate à corrupção por degradar a coesão nacional e desvia recursos que deviam ser colocados ao dispor de todos e ao estabelecimento de uma cultura de tolerância zero a este mal.

Falou da necessidade de reformas no sector da justiça de forma a dotá-la de meios técnicos e humanos que lhe permitam cumprir a sua missão ao serviço do interesse nacional.

Afirmou ser preciso premiar o mérito, a inovação e a empreendedorismo, e planear e criar as condições para levar a cabo as reformas estruturais rumo ao desenvolvimento, e preparar o país para enfrentar as consequências da actual conjuntura internacional de complexidades e incertezas.

Valoriza ainda a criação da confiança para atrair investimentos estrangeiros sérios, responsáveis e não especulativos visando captar recursos necessários para dar saltos qualitativos no domínio económico.

Considera também importante a intensificação da cooperação bilateral ou regional, entre os estados do Golfo da Guiné, bem como com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Assegurou a sua “total” disponibilidade para cooperar estritamente para a causa da democracia e do pluralismo.

Afirmou que, com as eleições passadas, o povo são-tomense deu um exemplo de civismo e de democracia, comprovando que em África a evolução se pode fazer num quadro pacífico, desde que os dirigentes aceitem a expressão das regras democráticas.

CASOS DE MALÁRIA REDUZEM EM ANGOLA




 ANGOLA PRESS

Yamoussoukro (Do enviado especial) – Angola registou três milhões, 687 mil e 574 casos suspeitos de malária em 2010, contra três milhões 726 mil 606 observados em 2009, continuando a ser a principal causa de doença e morte.

Em entrevista à Angop, em Yamoussoukro, Côte d’Ivoire, Filomeno Fortes, director do Programa Nacional de Controlo da Malária em Angola, disse que as províncias de Luanda, Huambo, Huíla, Bié, Benguela, Kwanza Sul e Cabinda concentram 72 porcento de todos os casos suspeitos.

Acrescentou que nos últimos cinco anos, com a intensificação das acções de controlo, o número de óbitos tem reduzido de forma apreciável, tendo sido registados oito mil 114 óbitos em 2010 contra dez mil e 505 observados em 2009, correspondendo a uma redução de 23 porcento.

Com a implementação do tratamento preventivo nas grávidas, com sulfadoxina+pirimetamina, a partir do quarto mês de gravidez, nas consultas pré-natal, verificou-se uma redução de mortalidade materna de 15 porcento para dois porcento nos últimos cinco anos.

Segundo a fonte, as principais intervenções de controlo da malária em Angola assentam no diagnóstico e tratamento correcto dos casos, nas medidas preventivas, sobretudo na distribuição de redes mosquiteiras tratadas com insecticida, na luta contra o vector e na educação para a saúde.

De acordo com Filomeno Fortes, o uso dos testes rápidos têm contribuído para a melhoria do diagnóstico em todos os municípios, bem como a prescrição do Coartem tem reduzido o aparecimento de casos graves.

Os principais parceiros no combate à malária em Angola têm sido a Iniciativa Presidencial Americana e o Fundo Mundial.

Apesar de todo este esforço, o Programa Nacional carece de mais meios em redes mosquiteiras, testes rápidos e de luta antivectorial (pulverização interna de residências com insecticida de efeito residual), para poder atingir as metas de cobertura universal preconizada nos objectivos de desenvolvimento do milénio.

Cerca de 50 detidos após manifestação em Luanda, desconhecida a sua situação - advogado


Ditador dos Santos, há cerca de duas semanas, discursa na Cimeira SADC… e até fala em democracia (PG)


Cerca de 50 pessoas terão sido detidas desde sábado em Luanda, no seguimento dos protestos anti-Governo, segundo um advogado que hoje realizou várias diligências, sem sucesso, para saber onde e como se encontram estes detidos.

Em declarações à Agência Lusa, o advogado Luís Fernandes Nascimento, que é também membro do conselho nacional do Bloco Democrático, disse ter sido contactado por "muitos familiares", no sentido de tentar saber onde e como estão os detidos.

As detenções terão ocorrido no sábado, em Luanda, no seguimento de uma manifestação a favor da demissão do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Segundo Luís Fernandes Nascimento, as detenções ascendem a 50, desde sábado, e os detidos não estão contactáveis.

O advogado terá tentado contactar os detidos, mas a informação que obteve dos elementos das esquadras é que estes não tinham quaisquer informações para fornecer.

A Polícia angolana indicou no sábado que 24 pessoas foram detidas na sequência da manifestação que pedia a destituição do Presidente angolano em Luanda, tendo ficado feridos três oficiais e um agente policial, segundo a Angop.

De acordo com um comunicado da Polícia Nacional de Angola, citado pela agência de notícias angolana Angop, três oficiais, um agente e três cidadãos foram feridos por elementos ainda não identificados perto do Largo Sagrada Família, em Luanda, na sequência da manifestação.

A Polícia justifica que as pessoas ficaram feridas quando efetivos da corporação tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço protegido para o referido ato, a fim de evitar a desordem pública.

"Contrariando as orientações da Polícia, alguns indivíduos, de forma anárquica, forçaram o cordão de segurança policial, proferindo ofensas verbais contra pacatos cidadãos que circulavam nas redondezas e aos efetivos da Polícia Nacional, alegando que pretendiam dirigir-se ao palácio", diz a Polícia no comunicado citado pela Angop.

As autoridades dizem ainda que foi "o incumprimento da ordem da Polícia [que] gerou um clima de violência entre os transeuntes e os manifestantes, que culminou no arremesso de objetos contundentes, que estiveram na causa dos ferimentos", e que terão "obrigado" a Polícia a deter 24 pessoas, "para que os órgãos competentes façam justiça", lamentando ainda a situação.

O QUE DIZ E O QUE DIZIA PASSOS COELHO




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse hoje que a "única maneira" de sair da crise de "cara levantada" passa por "gastar menos", dando como exemplo os cortes efectuados na Saúde e Educação.

No início deste ano dizia: "Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."

"Quando se gasta mais do que se tem, tem que se passar a gastar menos e gastar menos é um aborrecimento, gastar menos é a única maneira de sair desta crise de cara levantada", afirmou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou. Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."

"Muitos durante muito tempo pediram ao Governo que apresentasse os cortes na despesa, agora que apresentamos os cortes 'aqui d"el Rei' que eles fazem falta, que não se pode tirar daqui, que não pode tirar dali, que não se pode tirar de acolá", criticou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos. Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."

"As pessoas sabem que a Saúde ficaria muito pior se Portugal se mantivesse num ritmo de endividamento. Porque chegaria uma altura em que os hospitais não teriam mesmo dinheiro para fazer aquilo que é preciso para salvar a vida das pessoas, para cuidar do bem-estar da população", declarou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado. Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."

"O que nós não queremos é que um dia as escolas não tenham condições para poder desenvolver a sua função e era isso que aconteceria se continuássemos a gastar de qualquer maneira, aliás não o podíamos fazer porque tínhamos que o pedir emprestado e já ninguém nos emprestava dinheiro para esse efeito", disse hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português.

E interrogava-se: "Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Portugal: Igreja Católica "deve denunciar se for caso disso" - cardeal José Policarpo




OBSERVATÓRIO DO ALGARVE - LUSA

O cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, afirmou hoje, em Famões, que a Igreja Católica deve estar atenta à evolução da sociedade, em particular na área da solidariedade, observando "valores e desvios" e devendo "denunciar, se for caso disso".

O prelado falava durante uma homilia na igreja da freguesia de Famões, concelho de Odivelas, que precedeu a cerimónia de inauguração do novo edifício do Centro Comunitário Paroquial.

Na homilia, José Policarpo sublinhou o "papel vigilante" que a Igreja deve desempenhar na sociedade.

"Não estamos num tempo em que seja muito fácil estar atento aos valores e aos desvios", avaliou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, defendendo, no entanto, que esse papel de vigilante, "nalguns casos, pode ser de denúncia".

"Não significa que [a Igreja] se esteja a imiscuir na política", ressalvou.

Contudo, o cardeal patriarca de Lisboa advogou: "Que a Igreja não hesite em avisar e indicar caminhos".

Também fez um apelo à assembleia presente na missa no sentido de reavivar a prática da caridade: "É uma palavra que, na nossa cultura, tem sido substituída, como se tivesse perdido a sua atualidade", salientou, convidando à prática da "solidariedade para com os mais pobres".

Na cerimónia religiosa esteve também presente o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, a presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador, e o presidente do Centro Comunitário Paroquial de Famões, padre Aníbal Pinto, entre outras individualidades locais.

Na sessão da inauguração das novas instalações, junto à igreja, o cardeal sublinhou a importância da "cooperação entre o Estado, autarquias e Igreja" na concretização de projetos como o do Centro Comunitário Paroquial, que irá dispor de uma creche, um centro de dia, atividades de tempos livres e pré-escolar para crianças.

O centro, construído ao abrigo do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (Pares), com a colaboração da autarquia odivelense, deverá acolher 90 crianças e 60 idosos nas suas instalações.

BOM DIA POBREZA




FERNANDA CÂNCIO – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

A pobreza está a alastrar." É a declaração de princípio do Plano de Emergência Social apresentado há uma semana pelo Governo. E acrescenta: "O risco de cair em situação de pobreza também." Para fundamentar tão assertivas afirmações, nada. Poderia o ministro da Solidariedade apresentar factos, números, estimativas; mas não, prefere fazer de oráculo.

Ora - conselho grátis nestes tempos de anunciada escassez - é de desconfiar quando, existindo dados sobre um assunto, quem tutela organismos que compilam esses dados e tem a obrigação de sobre eles fundamentar políticas escolhe não os citar. O mais certo é contradizerem o que quer dizer. E o que o ministro quer dizer é que as políticas praticadas nos últimos anos, as do chamado Estado social, não serviram para nada, pelo contrário, "usaram os recursos em burocracia em vez de ajudar as pessoas", sendo pois preciso "pedir com humildade ajuda às instituições que em permanência garantem uma resposta social", ou seja, "menos Estado e mais IPSS". O que equivale, claro, a "melhor política social".

Descontemos, porque o espaço é curto, o facto de as IPSS serem generosamente financiadas pelo Estado e de se estar deste modo a anunciar um reforço desse financiamento; centremo-nos na ideia de que o Estado "não tem funcionado" nessa área. Temos sido, é certo, bombardeados, em notícias, reportagens e discursos partidários, com a certificação de que a desigualdade "tem vindo sempre a aumentar e a pobreza também". À direita e à esquerda as oposições foram coincidentes - e quão - nisso: tudo estava cada vez pior, nada funcionava.

Pouco importa pois que Eurostat e INE demonstrem que entre 2003 e 2009 a percentagem de população em risco de pobreza em Portugal passou de 20,4% para 17,9 (a média da UE é 16,3%), tendo nos idosos diminuído ainda mais, de 28,9% para 21% (o que corresponde a uma descida de 26%), no mesmo período. Pouco importa que o índice de Gini, o indicador da desigualdade na distribuição dos rendimentos, tenha registado uma diminuição recorde, de 0,378 para 0,337 (a média da UE é de 0,303). A propaganda, quer à direita quer à esquerda dos governos PS, decretou que nada disso interessa - ou é "mentira" -, que a pobreza alastrou e as desigualdades se adensaram.

Ora, se aquelas políticas não serviam eram precisas novas, não eram? Ei-las. E se a direita agora no poder nunca escondeu realmente ao que vinha, a esquerda do PCP e do BE pode felicitar-se por ter contribuído com denodo para abrir caminho à política dos restos e do assistencialismo. Quanto ao ministro Mota Soares, pode bem revelar-se um profeta. Num governo que aumenta 20% os transportes e prevê um passe social só "para muito pobres", confisca metade do subsídio de Natal sem explicar porquê, prevê aumentar ainda mais o IVA e quer tornar os despedimentos mais baratos ou mesmo grátis, a previsão de um aumento do risco de pobreza é pura honestidade. Mesmo que não seja.

PASSOS COELHO ANUNCIA PRINCÍPIO DO FIM DA CRISE EM 2012


O MATADOURO DE S. BENTO - wehavekaosinthegarden

Luciano Alvarez - Público

Primeiro-ministro na Universidade de Verão do PSD

O primeiro-ministro fez hoje uma espécie de anúncio do fim da crise, apontando 2012 como o ano “do princípio do fim da emergência nacional”.

Pedro Passos Coelho afirmou hoje em Castelo de Vide, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, que espera fazer do ano de 2012 o “ano do princípio do fim da emergência nacional”.

“Como todos os períodos de transição, será um ano duro, repleto de desafios e de obstáculos. Juntos iremos vencê-los. No fim deste processo, teremos adaptado a nossa economia ao regime mais exigente que vivemos hoje”, afirmou.

O primeiro-ministro afirmou também que não pretende aumentar a carga fiscal no futuro. Mas não deixou certezas sobre essa matéria, dizendo que ela está dependente de condicionantes externas.

Passos Coelho fez um balanço dos cerca de dois meses do Governo e citou alguns números, afirmando que os objectivos do Governo em relação ao défice, à dívida e à despesa pública “são claros”.

“Em 2012 planeamos obter já um superavit orçamental de 0,4 por cento do PIB [Produto Interno Bruto]. Em 2013 conseguiremos finalmente travar o crescimento da dívida pública e, daí em diante, reduzir-se-á o endividamento do Estado”, afirmou.

O primeiro-ministro crescentou ainda que a despesa pública, em percentagem do produto, “descerá significativamente já este ano, mas em 2012 e 2013 será alvo de grandes reduções na ordem dos, respectivamente, três e dois pontos percentuais.”.

“Se em 2010, o total da despesa pública equivalia a 50,6 por cento do PIB, no final da nossa programação orçamental esse nível terá descido para 43,5 por cento.”, revelou.

O primeiro-ministro assegurou ainda, que a redução da despesa pública em percentagem do PIB “começa já em 2011 e prosseguirá até 2015, a um ritmo e a uma escala que o país não conheceu nas últimas décadas e que inaugurará uma nova relação do Estado com a sociedade e com os cidadãos em geral”.

“Reduzir o endividamento do Estado e da economia não é uma questão que diga respeito apenas às finanças. É uma condição necessária para libertar a economia produtiva. Mas, mais fundamentalmente, reduzir o endividamento é um modo directo de recuperarmos a nossa capacidade de escolha e a nossa autonomia como comunidade política”, disse.

Passos Coelho aproveitou também a reentre político-social do PSD para responder a algumas críticas que têm sido feitas à política fiscal do Governo, nomeadamente de Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes. “No dia em que tiver de aumentar impostos por erros políticos meus ou do Governo aceito a crítica de que fiz o que não tinha prometido.”

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E ELE CONTINUA A CANTAR E A RIR




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

A pobreza, essa coisa que escapa ao entendimento dos super-especialistas do governo português, continua a aumentar. Mas a solução é simples, segundo Passos Coelho: vivam sem comer, morram sem ficar doentes.

O número de novos pedidos de ajuda que chegam às Instituições Particulares de Solidariedade Social, Misericórdias ou Cáritas continua a aumentar e a pobreza deixou de ser só entre os mais idosos: afecta também mais novos e empregados.

É claro que, como diz Luís Filipe Menezes, a culpa é sempre dos outros. Provavelmente no início da linha estará D. Afonso Henriques.

O presidente da Câmara de Gaia, conselheiro de Estado, ex-presidente do PSD e putativo candidato à Câmara do Porto diz mesmo que o seu partido deve deixar-se de "pruridos" e lembrar aos portugueses que o esforço pedido é a "factura a pagar" pela "incompetência dos governos socialistas".

Houve tempo em que Menezes dizia que a culpa era dos “sulistas e elitistas”. Agora parece que o odioso é todo dos socialistas, mesmo que sejam nortistas e popularuchos.

Certo é que a culpa nunca é, nunca foi nem nunca será do pessoal do PSD. Só falta dizer que  Portugal se revê em Deus no céu e em Passos Coelho na terra.  É, aliás, muito mais fácil não assumir as responsabilidades, catapultando toda a culpa para uma qualquer pesada herança, socialista, salazarista ou comunista.

Mas voltemos ao mundo daqueles, que não é o mesmo de Menezes ou Passos Coelho, que olham para os pratos vazios.

Os responsáveis da Cáritas, Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) e União das Misericórdias concordam que não é possível quantificar os novos pedidos de ajuda que continuam a chegar, mas têm a certeza que são cada vez mais.

"O que sabemos é que continuam a aumentar os novos pedidos e há Cáritas que já estão com impossibilidade de atender em tempo útil a todos os casos que vão sendo registados", garante o presidente da instituição pertencente à Conferência Episcopal para a dinamização da acção social da igreja, Eugénio Fonseca.

Já o presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos,  garante que os números quadruplicaram nos últimos dois anos. "À União das Misericórdias chegam por dia quatro a cinco pedidos de pessoas empregadas: ou estão com salários em atraso ou há um membro da família desempregado e não conseguem fazer face às despesas do agregado familiar", revela.

Eugénio Fonseca revelou que a prova de que cada vez mais pessoas precisam de ajuda está no grande fluxo de pedidos durante o mês de Agosto, o que não era normal de acontecer, já que neste mês de Verão havia alguma facilidade em encontrar trabalho.

"A razão de fundo é o desemprego, mas estão a aparecer pessoas que já estiveram nos atendimentos da Cáritas, passaram a beneficiar de algum subsídio do Estado, nomeadamente Rendimento Social de Inserção [RSI], e agora face aos cortes resultantes das medidas de austeridade, e nomeadamente à reformulação das regras do RSI, deixaram de ter direito a essa medida ou viram reduzidos os montantes", explicou o presidente da Cáritas.

Manuel Lemos acrescentou que a novidade está no facto de haver cada vez mais pedidos que vêm de pessoas empregadas: “Estamos a falar de pobreza com emprego, o que em termos absolutos não é uma novidade, mas é uma novidade em termos de expressão".

"O retrato da pobreza alterou-se porque agora temos bastante gente em idade activa, que se viu no desemprego ou com familiares no desemprego, com dívidas acumuladas e sem capacidade para as pagar. Vemos muita gente assim a ser atirada para a pobreza, que estava um bocado localizada nos mais idosos", apontou Lino Maia.

Se o desemprego é uma causa directa, Manuel Lemos também responsabiliza "algumas políticas públicas cegas", enquanto Eugénio Fonseca lembra que "está provado que se não fossem as transferências sociais, os abonos de família, o RSI, o complemento solidário para idosos, haveria cerca de 43% da população em risco de pobreza".

“Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos. Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado. Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa”, dizia em Março de 2010 alguém que, nessa altura, se chamava Pedro Passos Coelho.

E esse mesmo alguém, acrescentava que, "se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português”, não se inibindo de afirmar: "Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Nota Página Global: Lamenta-se que no final do vídeo surja a "insígnia" do PS - presume-se que para assinalar a origem do vídeo, pretendendo que esqueçamos que não passam de outros vigaristas, aldrabões e vampiros do panorama político-partidário luso. Vampiros daquilo que os portugueses produziram ao longo de séculos.

FUTURO GOVERNO LÍBIO AMEAÇA ARGÉLIA




VOZ DA RÚSSIA

“Quem não está conosco, está contra nós”. Presentemente, este princípio de relações com os vizinhos foi adotado nos contatos com a Argélia pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), o qual se prepara para tomar as rédeas de poder. Logo no começo do enfrentamento militar entre o regime de Muamar Kad hafi e a Oposição armada apoiado por todo o poderio da OTAN, o Governo argelino não tem escondido suas apreensões no sentido de poder a guerra civil na Líbia trazer as mais lamentáveis consequências.

O selvático atentado terrorista acompanhado de numerosas vítimas mortais, realizado em 26 de agosto contra os alunos da Academia Militar Churchill, na Argélia, o qual foi reivindicado pela “Al-Qaeda no Magrebe Islâmico”, foi mais uma confirmação desses receios. Com sua recusa em reconhecer o CNT, a Argélia continua apoiando a decisão política proposta pela União Africana para o conflito na Líbia, sempre acentuando sua “neutralidade rigorosa” em relação à guerra civil nesse país.

Na manhã de 29 de agosto, as autoridades argelinas admitiram no território nacional ums familiares de Muamar Kadhafi, nomeadamente Safyia, sua esposa, sua filha Aicha e os filhos Hannibal e Mohamed, que vieram acompanhados dos seus filhos e alguns íntimos dessa família. A Chancelaria argelina sublinhou que a família Kadhafi não ficará na Argélia, devendo buscar refúgio em terceiros países, conforme foi notificado o Conselho de Segurança das Nações Unidas, seus secretário-geral e o próprio Conselho Nacional de Transição. A notícia provocou raiva em Trípoli. Os dirigentes do CNT qualificaram as ações da Argélia como um ato de agressão por parte do vizinho país e reivindicou extradição da família.

“Queremos que essas pessoas voltem. Garantimo-lhes um julgamento justo, pois eles são acusados de terem perpetrado os mais diversos crimes, e vamos conceder-lhes uma possibilidade para se justificarem” – declarou o porta-voz do Conselho, Mahmoud Chammam. Por sua vez, o coronel Ahmed Omar Bani, adido de Imprensa do CNT, exigiu novamente da Argélia reconhecimento do Conselho, dizendo:

“Reconhecemos os Argelinos como sendo combatantes pela Liberdade e como libertadores do seu País, todavia, o Conselho faz a diferença entre o povo argelino e o Governo argelino. O dia virá em que os dirigentes argelinos vão ter que responder pela sua atitude em relação aos revolucionários líbios – acrescentou Ahmed Omar Bani”.

Tais reivindicações abertamente extremistas por parte dos novos dirigentes líbios foram recebidas na Argélia como uma ameaça à estabilidade política, como uma ameaça de repetição do cenário líbio no seu país. Ao comentar a situação em entrevista ao canal de televisão RTF, Aissi Kassa, membro do Buró Político da Frente de Libertação Nacional, o partido no poder na Argélia, disse:

“Estamos indignados contra semelhantes declarações de alguns membros do CNT, os quais por alguma razão estão empurrando a Líbia para uma intromissão nos assuntos internos da Argélia. Somos um Estado soberano, respeitamos a liberdade dos outros povos, mas somos contra uma intromissão desse tipo. Somos solidários com o povo líbio e lhe expressamos nossa compaixão nas dificuldades que está hoje atravessando. Estamos ligados por relações amistosas historicamente criadas entre os dois povos, os quais sempre souberam achar uma solução em relação aos problemas entre eles surgidos”.

P. S. Pois, é dessa forma que os novos dirigentes líbios, os quais serão com certeza apoiados pela “Conferência dos Amigos da Líbia”, convocada no 1 de setembro em Paris por iniciativa da França, vão dando uns primeiros passos diplomáticos na região da África Setentrional. Aí não se vislumbra o mais leve indício da boa vizinhança. Quanto ao próprio Muamar Kadafi, seu paradeiro continua desconhecido. Em todo caso, ele não se encontra no território argelino, com certeza absoluta.

EUA LANÇAM CAMPANHA PARA EVITAR VOTAÇÃO DE ESTADO PALESTINIANO NA ONU




VOZ DA RÚSSIA

O governo dos Estados Unidos iniciou uma campanha diplomática de última hora para persuadir os palestinos a abandonarem sua busca pelo reconhecimento como Estado na ONU (Organização das Nações Unidas), segundo informações publicadas pelo jornal "The New York Times".

O governo Obama fez circular no meio diplomático uma proposta para novas negociações de paz entre israelenses e palestinos, com o intuito de persuadir o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a abandonar o plano de pedir o reconhecimento do Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU, que será realizada no próximo dia 20 em Nova York. Citando altos funcionários da gestão Obama e da diplomacia americana em caráter de anonimato, o jornal aponta, no entanto, que o esforço de Washington pode ter chegado tarde demais.

Israel se opõe firmemente ao projeto palestino, no momento em que as negociações de paz estão travadas há quase um ano devido à negativa israelense de deter os assentamentos judaicos em territórios palestinos ocupados. Os Estados Unidos argumentam que os palestinos somente conseguirão um Estado significativo por meio de negociações diretas de paz e advertiu que vetará no Conselho de Segurança qualquer pedido em favor da entrada na ONU de um Estado palestino com plenos direitos.

Washington, no entanto, não possui o apoio suficiente para bloquear a iniciativa na Assembleia Geral, que poderia elevar o estatuto da missão palestina de "entidade" observadora sem direito a voto a Estado observador sem direito a voto. A mudança abriria aos palestinos acesso a dezenas de agências e convenções da ONU, que reforçariam, por exemplo, sua capacidade de denunciar Israel diante do Tribunal Penal Internacional de Haia.

Os funcionários norte-americanos citados pelo jornal apontam que Washington tenta a todo custo evitar um veto no Conselho ou o voto contrário na Assembleia Geral, já que ambos os casos podem gerar uma onda de descontentamento no Oriente Médio.

UNIÃO EUROPEIA NÃO TEM POSIÇÃO COMUM SOBRE PALESTINA





A UE não tem desenvolvido uma posição comum sobre a Palestina, afirmou a alta representante da UE para os negócios estrangeiros, Catherine Ashton, depois de uma cimeira informal dos ministros das Relações Exteriores, na cidade polonesa de Sopot. Segundo ela, a UE prosseguirá os seus esforços na resolução do conflito palestino-israelense.

A liderança palestina pretende apresentar uma resolução sobre o reconhecimento do estado à Assembléia Geral da ONU em Setembro. Os membros “velhos” da UE (França, Alemanha, Itália, Holanda e outros) deixaram claro que não iriam apoiá-la. A proposta do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de atribuir à Palestina o estatuto de país observador nas Nações Unidas foi rejeitada pelo seu líder, Mahmoud Abbas.

TASS – Foto EPA

Mari Alkatiri diz que chefe das Forças Armadas está "no direito dele de pedir a demissão"




MSE - LUSA

Díli, 04 set (Lusa) -- O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN) disse hoje que o major-general Taur Matan Ruak tem o "direito de pedir a demissão", afirmando que já a tinha pedido em 2005, mas que não foi aceite.

"Ele está no direito dele de pedir a demissão. No meu tempo quando eu era primeiro-ministro também já tinha apresentado a resignação por outras razões, em 2005, e eu recusei", disse à agência Lusa Mari Alkatiri.

O chefe das forças armadas de Timor-Leste, major-general Taur Matan Ruak, anunciou na sexta-feira que apresentou a demissão ao primeiro-ministro e ao chefe de Estado timorenses.

"Pura e simplesmente informei o Presidente da República que não iria sequer levar ao Presidente da República o assunto e assumia eu a responsabilidade de recusar, porque ele fazia falta às forças armadas", explicou Mari Alkatiri.

Mari Alkatari disse também não querer questionar a atitude do major-general por quem tem "uma grande admiração" e de quem é "amigo".

"Não quero questionar a atitude dele. Continuo a pensar que ele também é uma pessoa com grande sentido de Estado e dos poucos que existem neste país", disse.

* Foto em Lusa

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