quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobre Timor-Leste: JORNALISMO DA TRETA NÃO FOI DA LUSA MAS SIM DA ABC AUSTRÁLIA!



António Veríssimo

AS NOSSAS REDOBRADAS DESCULPAS

Há dias atrás usei o Página Global no título A AGÊNCIA LUSA E O JORNALISMO DA TRETA PARA TIMOR-LESTE por causa de uma notícia relacionada com o título do Timor Hau Nian Doben que referia uma grave gaffe da Lusa com o título NOVA ZELÂNDIA NÃO VAI MANDAR MAIS TROPAS PARA TIMOR, isto porque anteriormente a Agência Lusa anunciou que a Nova Zelândia ia enviar mais tropas e dois helicópteros para Timor-Leste – o que não era verdade, nem é. Hoje, como pode ver já na postagem a seguir a Nova Zelândia esclarece que não vai aumentar número de militares em Timor-Leste.

Cá por mim desanquei na Lusa e nos profissionais que elaboraram a notícia sem o devido profissionalismo. Não fazia então ideia de que a Lusa estava a errar por via da famigerada ABC da Austrália e que muitas outras publicações foram no engano provocado pela ABC, como pode ver AQUI e AQUI para que sirva de amostra. Outras haverá.

Devemos compreender que os profissionais da Lusa tivessem deixado passar tal notícia errada induzidos em erro pela ABC – também nós confiámos na Lusa e publicámos no Página Global a referida notícia. Pena que afinal tenham sido os profissionais da Lusa os maus da fita para os que consumiram a notícia em português e ainda mais lamentável que por aqui o Página Global e eu próprio tenha desancado na Lusa nesse aspeto com grande injustiça. Pelo Página Global e por mim próprio apresento redobradas desculpas. Isso não significa que não consideremos dever estar críticos relativamente à ausência de notícias de Timor-Leste em português como temos vindo a referir. O seu a seu dono.

Quanto à ABC, que criou esta nova moda de jornalismo a inventar notícias sobre Timor-Leste, tudo o que foi de desancar a Lusa e profissionais da Lusa remetemos para os causadores da gaffe, a ABC. Mas a dobrar. Como fomos todos ludibriados e por aqui proferimos considerações injustas para quem não merecia, queremos agora por bem destiná-las à ABC e aos seus profissionais “inventores” da notícia… Triplicando a descompustura porque a dobrar é pouco. O seu a seu dono. A não ser que agora surja a ABC esclarecendo que afinal foi outro alguém que os induziu em erro… Querem ver que isto não pára, por uma coisa de nada, de caracacá. Sorte que vim aqui na hora H. O seu a seu dono. Para a mesa da ABC não pode ir mais álcool. Mi liga, vaiii.

Nova Zelândia esclarece que não vai aumentar número de militares em Timor-Leste



SBR - Lusa

Lisboa, 12 jan (Lusa) -- A Nova Zelândia enviou hoje à agência Lusa uma informação que desmente qualquer aumento de tropas para Timor-Leste, como a cadeia australiana ABC tinha noticiado a 05 de janeiro.

Em comunicado enviado à Lusa, que reproduziu, naquele mesmo dia, a informação da ABC, Pete Coleman, chefe do gabinete de Relações Públicas e Comunicação das Forças Armadas da Nova Zelândia, afirma que "o compromisso com Timor-Leste não se alterou".

A cadeia australiana ABC noticiou a 05 de janeiro que a Nova Zelândia iria enviar mais tropas para Timor-Leste antes das eleições presidenciais e legislativas previstas para este ano.

"As Forças Armadas da Nova Zelândia não tencionam aumentar a sua presença militar em Timor-Leste, nem enviar dois helicópteros militares Iroquois para lá, como era relatado na notícia da ABC", sublinha o comunicado hoje enviado.

A contribuição da Nova Zelândia -- atualmente de 76 efetivos -- "para a ISF [força de estabilização internacional, liderada pela Austrália e que integra pessoal do Exército, da Força Aérea e da Marinha da Austrália e da Nova Zelândia], para a missão das Nações Unida e para as forças de segurança timorenses mantém-se no nível atual, para o período eleitoral de 2012", acrescenta o comunicado.

Segundo a página oficial do Ministério da Defesa australiano, a ISF integra atualmente 460 elementos, 380 dos quais das forças armadas australianas.

A ISF está em Timor-Leste desde 2006, a pedido do Governo timorense, para manter a estabilidade e garantir a segurança, e apoiar a missão das Nações Unidas no território, mas nem sempre as relações entre as forças internacionais e as autoridades locais têm sido pacíficas.

Em abril, o Presidente timorense, José Ramos-Horta, disse que a recomendação do instituto australiano para a política estratégica (ASPI), num relatório, no sentido de uma permanência militar internacional em Timor-Leste até 2020, "não corresponde aos desejos de Timor-Leste". O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou também que o objetivo é que a ISF termine a sua presença ainda este ano.

No seguimento destas declarações, o ministro da Defesa australiano, Stephen Smith, remeteu a avaliação de uma retirada das tropas de Timor-Leste para depois das eleições e em acordo com o Governo de Díli.

Recentemente, o Ministério da Defesa australiano anunciou uma reestruturação das Forças Armadas, o Plano Beersheba, que mantém o foco nas operações militares de estabilização em Timor-Leste e nas ilhas Salomão.

O mandato da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que integra 140 militares da portuguesa Guarda Nacional Republicana, vigora até final de 2012.

Em declarações à agência Lusa no início de janeiro, o porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Lima, disse que "não é expetável que haja alteração quantitativa ao contingente presente em Timor-Leste até ao final da missão da ONU".

Timor-Leste: ACNUR ENCERRA ESCRITÓRIO EM DÍLI APÓS 12 ANOS NO PAÍS



VM - Lusa

Díli, 12 jan (Lusa) -- O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) encerrou hoje o seu escritório em Díli, Timor-Leste, numa cerimónia em que o Presidente timorense agradeceu a ajuda desta agência durante as crises humanitárias nos primeiros anos de independência.

De acordo com um comunicado do ACNUR, durante a cerimónia, que decorreu no Palácio Presidencial, José Ramos-Horta garantiu que o seu país nunca vai voltar as costas aos refugiados porque muitos dos seus compatriotas também estiveram exilados.

"Vamos estar sempre preparados para assumir as nossas responsabilidades. É a melhor forma de agradecer ao ACNUR e a todos os países que durante todos estes anos apoiaram os nossos refugiados", disse o chefe de Estado timorense, citado no comunicado.

Ramos-Horta, ele próprio com o estatuto de refugiado nos Estados Unidos e na Austrália entre 1975 e 1999, afirmou que o encerramento do escritório do ACNUR em Díli após 12 anos é um sinal de que Timor-Leste "conseguiu ultrapassar as suas crises humanitárias". "É uma boa notícia", acrescentou.

O ACNUR abriu o seu escritório em Díli em maio de 1999, pouco antes da violência que se seguiu ao referendo pela independência, em agosto do mesmo ano, que levou à fuga do país de cerca 250 mil pessoas, tendo a agência da ONU apoiado o regresso de cerca de 220 mil.

James Lynch, o coordenador do ACNUR para o sudeste asiático, destacou que Timor-Leste foi um dos primeiros países da região a assinar a Convenção dos Refugiados da ONU.

"Apesar de atualmente não ter praticamente refugiados ou requerentes de asilo, Timor-Leste tem leis nacionais em vigor para julgar as suas queixas", afirmou o responsável.

O ACNUR também deu apoio a cerca de 150.000 deslocados que fugiram da violência interna registada em 2006.

Com o encerramento do escritório, o ACNUR vai continuar a apoiar Timor-Leste a partir da sua representação em Banguecoque, Tailândia.

Estão a ser adotadas medidas de combate à crise internacional que atingiu país - PR



EL - Lusa

Luanda, 12 jan (Lusa) - O Presidente José Eduardo dos Santos destacou hoje em Luanda que estão a ser adotadas medidas que evitem soluções que afetem os angolanos, face à crise internacional que também atingiu o país.

"Em Angola, atingida também por essa crise internacional, temos estado a tomar as medidas que julgamos mais pertinentes para evitar soluções que afetem o povo trabalhador" e para não excluir ninguém do que classificou como "processo de mudança e de transformação económica e social do país".

O chefe de Estado, que intervinha na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelo Corpo Diplomático, destacou, nesse sentido, que Angola "não receou assumir a economia de mercado".

"Não tivemos receio de assumir a economia de mercado, ou mais claramente o capitalismo articulado com uma adequada política de justiça social, quando tal via se mostrou necessária para resolver os nossos problemas nesta etapa histórica do desenvolvimento social de Angola", afirmou.

De entre as medidas adotadas, José Eduardo dos Santos destacou a "negociação", o "diálogo social" e a "busca de consenso mais alargado possível", que considerou serem a "trave mestra" do desenvolvimento social.

Como exemplo do efeito dessas medidas, José Eduardo dos Santos citou o Programa de Investimento Público (PIP), que disse ter triplicado em quatro anos, com a diminuição dos índices de pobreza e o aumento do emprego.

"Os índices de desenvolvimento estão a melhorar, o Produto Interno Bruto 'per capita' subiu do equivalente em dólares a 3.800 em 2005 para 8.300 em 2009", destacou.

Noutra parte da sua intervenção, José Eduardo dos Santos considerou que o mundo enfrenta atualmente "ameaças e riscos" em todos os continentes, em que da religião à política ou dos interesses económicos aos interesses militares e estratégicos "está a ser difícil construir valores comuns e normas de tolerância que façam coabitar pacificamente as diversas civilizações humanas em harmonia global".

"O fundamentalismo religioso e o radicalismo de esquerda ou de direita são a origem da maior parte dos conflitos e tensões que ocorrem no domínio político entre nações ou no interior dos Estados", apontou.

Contra os extremismos, José Eduardo dos Santos propõe as "linhas de força" geradas pelo "pensamento político de centro-direita e de centro-esquerda e as correntes moderadas das confissões religiosas".

"Há ainda, no entanto, um grande caminho a percorrer para se construir a confiança global em todas as nações pelo diálogo, sem que nenhuma tenha receio de ser humilhada ou subalternizada por outra", considerou.

Antes de José Eduardo dos Santos, interveio o Decano do Corpo Diplomático em Luanda, o embaixador de Portugal, Francisco Ribeiro Telles.

Na sua exposição, o diplomata português considerou que o povo angolano "tem dado provas de uma extraordinária capacidade de adaptação e resistência às adversidades".

Referindo-se às eleições gerais a realizar em setembro próximo em Angola, Ribeiro Telles disse que o escrutínio constitui "uma etapa determinante para a afirmação e maturidade das instituições democráticas angolanas".

Ação em São Paulo contra Kassab blinda PSDB; denúncia potiguar, expõe



André Barrocal - Carta Maior

Denúncia do MP paulista contra Kassab por fraude em inspeção veicular culpa Maluf, Pitta e prefeito, 'da mesma matiz política'. Padrinho de Kassab e 'de matiz política diversa', Serra teria tido 'prática salutar'. Mas ação contra fraude em inspeção veicular no Rio Grande do Norte vê esquema nacional e diz que tucano preso valia-se de 'notória influência política' em estados 'cujos governos são exercidos por gestores filiados ao PSDB'. STJ libera bens de Kassab.

BRASÍLIA – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou nesta quarta-feira (11) liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que bloqueara os bens do prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD), e suspendera contrato municipal com empresa que tem exclusividade para fazer – e cobrar por isso - inspeção obrigatória no carro dos paulistanos.

A liminar fora concedida em resposta a uma ação ajuizada em novembro pelo Ministério Público do estado de São Paulo contra Kassab, a empresa Controlar e mais 22 acusados, entre pessoas físicas e jurídicas. A ação aponta fraudes na contratação da Controlar em 1995 e na sua efetivação a partir de 2008 que teriam causado prejuízo bilionário ao erário.

Apesar de Kassab ter sido vice do ex-prefeito José Serra (PSDB) e eleito com apoio dele, a ação blinda politicamente o tucano. Segundo a promotoria, as irregularidades “se iniciaram” na gestão Paulo Maluf (1993-1996), “se agravaram” na de Celso Pitta (1997-2000) e “se repetiram de forma insustentável” com Kassab, secretário de Pitta. “Os três da mesma matiz política”, frisa a ação

Já Serra, diz a ação, “este sim de matiz política diversa”, tão logo assumiu a prefeitura, em janeiro de 2005, ordenou, “como lhe determina o princípio republicano” e “em prática salutar”, a revisão de todas as decisões municipais que, desde 1995, tinham levado à assinatura e manutenção do contrato com a Controlar.

No mesmo 24 de novembro em que os promotores Roberto Antonio de Almeida Costa e Marcelo Duarte Daneluzzi, cujo chefe é indicado pelo governador do estado de São Paulo, denunciavam Kassab, no Rio Grande do Norte a hipótese de também ter havido fraude na escolha de empresa que inspecionaria veículos, terminava em prisões. E, ao contrário de São Paulo, a denúncia do MP sobre os fatos que levaram às detenções espalha estilhaços no PSDB.

Segundo a ação, o esquema denunciado tinha alcance nacional e tentou atuar em estados como São Paulo, Alagoas e Minas Gerais, todos administrados por tucanos. O esquema extrapolava a divisa potiguar sobretudo pela ação do tucano João Faustino Ferreira Neto, que, como já foi noticiado, foi preso no dia 24 de novembro, quando promotores e policiais agiram contra o esquema.

De acordo com a denúncia apresentada à Justiça por seis promotores potiguares, Faustino “atuou como 'lobista' em favor do grupo, valendo-se de sua notória influência política no Rio Grande do Norte e junto a estados da federação cujos governos são exercidos por gestores filiados ao PSDB”.

Como já se sabia, Faustino foi membro da Comissão Executiva Nacional do PSDB, subchefe de Assuntos Federativos do ex-presidente Fernando Henrique e um dos subchefes da Casa Civil de Serra durante a gestão dele como governador de São Paulo (2007-2010). Atualmente, é suplente do senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM.

Cartórios e lobistas

Segundo a denúncia, a “organização criminosa” da qual Faustino fazia parte tinha dois objetivos básicos. Um paroquial. Fraudar licitação realizada pelo governo potiguar em 2010 que escolheria a empresa que faria inspeção veicular e, assim, garantir a vitória de uma específica. A gestão estadual acusada de participar da fraude era do PSB.

O outro objetivo da organização era vender para governos pelo país um esquema pelo qual seria obrigatório o registro em cartório de certos tipos de contratos de financiamento de veículos. O motivo de o setor cartorial ser a área de atuação da organização está naquele que é apontado pelos promotores como chefe da organização.

George Olímpio da Silveira é de família qua ganha vida com cartório. Uma tia dele preside o Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Rio Grande do Norte. Marluce Olímpio Freire também foi denunciada pelo MP. George é sócio da empresa que ganhou a licitação fraudada sobre inspeção veicular, chamada Inspar.

Um e-mail de fevereiro de 2008 interceptado pelo MP durante as investigações mostra George Olímpio conversando com parceiros sobre suas negociações no estado de São Paulo de que fosse obrigatório registro em cartório contratos de financiamento de carros. Segundo os promotores, este e-mail mostrou “que a fraude perpetrada” no Rio Grande do Norte “também já estava em curso no Estado de São Paulo”. Na época, o governador paulista era José Serra.

Outro parceiro do grupo é o lobista Alcides Fernandes Barbosa. Segundo a denúncia, Barbosa “recebeu o convite de George Olímpio para participar da fraude da inspeção veicular, momento em que passou a compor a organização criminosa, através de indicação de João Faustino Ferreira Neto, a quem já conhecia da época em que este era Sub-Secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo”.

Segundo o Ministério Público, Alcides Barbosa foi peça fundamental na fraude no Rio Grande do Norte porque teria negociado em São Paulo para que a empresa da inspeção veicular da gestão Kassab (Controlar) não entrasse na licitação potiguar, mesmo sendo do ramo. Assim, ficaria mais fácil de a Inspar vencer, prejudicando o interesse público por falta de concorrência.

A Controlar teria topado e, por isso, seu presidente, Harald Peter Zwetkoff, foi denunciado criminalmente pelo MP do Rio Grande do Norte, assim como em São Paulo.

Apesar de ter apontado conexões nacionais de George Olímpio e sua organização, a denúncia não diz que essas tentativas tenham dado certo.

A Justiça do Rio Grande do Norte não decidiu ainda se aceita a denúncia dos promotores.

Governo reage à medida argentina que dificulta entrada de produtos estrangeiros



FYRO - Lusa

Rio de Janeiro, 12 jan (Lusa) - Uma nova medida adotada pela Argentina, que dificulta a entrada de produtos estrangeiros no país, levou o Governo brasileiro a pedir explicações à nação vizinha.

Na terça-feira, o fisco argentino anunciou que passará a exigir, a partir de fevereiro, a apresentação de Declaração Jurada Antecipada de Importação (Djai) a todos os importadores de bens de consumo.

Em nota, o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil informou que tomou conhecimento da medida "com preocupação" e estabeleceu contacto com o Governo argentino para "melhor avaliar" os possíveis impactos para os exportadores brasileiros.

Na prática, a medida dificulta a entrada de produtos estrangeiros no país, o que afeta diretamente o Brasil, principal parceiro comercial da Argentina no Mercosul.

Os principais produtos brasileiros comercializados na Argentina são automóveis, minério de ferro, tratores e aviões.

Em 2011, as exportações brasileiras para a Argentina somaram 22,7 mil milhões de dólares (cerca de 17,7 mil milhões de euros), perante um total de 27,8 mil milhões de dólares (21,6 mil milhões de euros) exportados para o Mercosul, integrado também pelo Paraguai e Uruguai.

UM PARA MIM, OUTRO PARA TI. TACHOS, É CLARO!




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Razão tinha, tem e continuará a ter o líder do PSD/Porto, Virgílio Macedo, quando acusou o executivo de Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas de ter "tiques de centralização de competências", usando o "argumento da racionalização".

Traduzindo a justa preocupação do PSD/Porto, dir-se-á que é vital saber onde estão os tachos para a malta do PSD. Aos poucos eles vão aparecendo, a bem da nação dos poucos que têm milhões e que, legitimamente, se estão nas tintas para os milhões que gostariam de ter pouco mas que, nesta altura, nada têm.

Segundo a terminologia do PS…D, é chato – eu diria muito chato – o governo não ter feito "praticamente nenhuma" nomeação para a administração central, mantendo "toda a máquina socialista que foi vergonhosamente colocada nesses cargos".

Apesar de já vertiginosa inversão de marcha, Virgílio Macedo continua a ter toda a razão. Se fosse para não haver novos tachos, porque carga de chuva o pessoal iria votar no PSD?

Embora o líder do PSD/Porto soubesse que era tudo uma questão de tempo, começou a desesperar porque a clientela do partido começa a cobrar as promessas.

"Embora possam existir argumentos que levem a que este não seja o tempo certo para se iniciar um processo de regionalização, certamente também não é este o tempo de com o argumento da racionalização de custos se iniciar um processo de centralização", afirmou o social-democrata durante a Assembleia Distrital do PSD/Porto que decorreu em 26 de Setembro do ano passado.

Virgílio Macedo lembrou mesmo que "nas últimas semanas foram anunciadas algumas medidas de reorganização administrativa em estruturas centralizadas que podem ser um sinal da existência de tiques governativos de centralização de competências, os quais terão a minha maior oposição".

Referia-se à "extinção da Direcção Regional da Economia, ou da Direcção Regional da Educação do Norte, ou ainda da Administração da Região Hidrográfica (ARH) e a sua incorporação numa agência do ambiente e da água a criar com sede em Lisboa e não na CCDR-N como seria normal".

Estes, considera Virgílio Macedo, "poderão ser sinais de centralização que deverão ter a mais firme oposição por parte do PSD do distrito do Porto".

E logo numa altura em que a rapaziada do partido já se via, devidamente acompanhada por assessores e similares, e sem grandes mudanças geográficas, à frente de uma série de organismo, apareceu o governo a simular que iria acabar com essas mordomias.

Tecendo críticas a alguns aspectos da governação do executivo PSD/CDS, o líder social-democrata do Porto referiu-se também ao facto de, na altura, ainda não ter sido feita "praticamente nenhuma" nomeação para cargos da administração central. "Toda a máquina socialista que foi vergonhosamente colocada nesses cargos, mantém-se na administração central", lamentou.

Recordando ter sido compromisso do PSD "despartidarizar a administração pública" e reconhecendo que "nem todos os militantes socialistas nomeados para funções são incompetentes", salientou porém que "o governo de Portugal não pode recear substituir os incompetentes que estão em funções de direcção na administração pública central e em estruturas centralizadas".

É que, vamos lá ver se a gente se entende, se nem todos os socialistas nomeados são incompetentes, todos os sociais democratas que fazem fila à espera do tacho são competentes.

"Esse é um acto a que deve estar obrigado, a bem do país, substituindo-os não por militantes do PSD mas por homens e mulheres com provas dadas e que permitam outro rigor na gestão dos organismos públicos", frisou Virgílio Macedo, defendendo uma "verdadeira meritocracia" por parte do executivo.

É claro que a questão do mérito é facilmente mensurável. Basta ter cartão de militante do PSD e do CDS. É claro que não ter coluna vertebral nem tomates é um factor de desempate. Não será decisivo porque, afinal, quase todos estão nessa situação.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: ESTARÁ O FOLHA 8 A DESESTABILIZAR A SÍRIA?

DEIXEM-ME FALAR-LHES SOBRE CLIENTELISMO



Nuno Resende – Aventar

Clientelismo é, segundo os dicionários: maneira de agir que consiste numa troca de favores, benefícios ou serviços políticos ou relacionados com a vida política. Ora todas as discussões, em Portugal, sobre a vida política, deviam começar por esta definição. É claro que generalizaríamos se enfiássemos o Carmo na Betesga, ou seja, Portugal no clube exclusivo de países onde o clientelismo impera. Não é assim, mas é certo que o nosso país integra o pelotão dos países onde a corrupção é maior, sendo o clientelismo uma expressão da corrupção.

Quando há meses se formaram movimentos de cidadãos indignados, precários e acampados, todos eles se esqueceram deste pequeno pormenor: não é o voto que manda, é o clientelismo que tem última palavra. Percebê-lo é o primeiro passo para mudar as coisas que alguns queriam mudar, embora muitos quisessem apenas… mudar. O quê, era irrelevante.

Durante os últimos séculos os portugueses viram com bons olhos o clientelismo, cultivaram-no com gosto. Desde o jeitinho à cunha, passando pela manutenção de vínculos familiares como força de manter certos feudos (mesmo apesar do republicanismo primário), o português, qual feitor analfabeto, sempre se sujeitou a ir de chapéu na mão à caso do doutor, pedir emprego para a filha ou filho. O facto de os colocar na universidade não mudou nada esta mentalidade. Se não era, agora, o pai a pedir emprego, era o filho que conhece bem o valor do factor C [vulgo para cunha].

A Igreja, por outro lado, sempre cultivou abertamente, o nepotismo. Sobrinhos (quando não filhos) de eclesiásticos sucediam em prebendas, abadias e demais cargos que durante séculos foram mantidos à custa do poderio social e económico desta instituição. Ainda hoje integram certas organizações da igreja, como a Opus Dei, os membros das elites católicas.

Ora quando falamos em maçonaria e não obstante o discurso laudatório de alguns comentadores e politólogos (profissão muito em voga), não podemos esquecer o seu lado clientelista. Já não me refiro ao lugar anacrónico numa sociedade que se ufana, pela boca de vários interlocutores, de ser livre e democrática. Que a maçonaria tenha desempenhado um papel na libertação de Portugal da mordaça absolutista, tudo bem. Que até reis a tenham integrado fazendo jus ao papel principal desta instituição há um século atrás, nada contra. Mas que, em 2012 alguém se junte à maçonaria para defender a Carta Constitucional ou os valores de Abril, vestido a rigor, numa sala sem janelas e à luz trémula de uma vela que lança sombras sinistras sobre o chão axadrezado…bem, isso apenas me parece ridículo.

O que tudo isto suscita é, contudo, uma pergunta: se não é necessário salvar a liberdade de avental, para que serve, hoje, no século XIX esta organização que o sr. professor José Adelino Maltez diz ser constituída por 5 milhões em todo o mundo? Dez milhões de mãos com luvas brancas!

Eça de Queirós nas suas Campanhas alegres dizia, com graça e ironia, que “a Igreja condena[va] a maçonaria; mas a maçonaria é hoje simplesmente uma sociedade constituída para fazer eleições; – a Igreja portanto condena[va] completamente o tráfego eleitoral.” Apenas consigo imaginar que hoje, como quando Eça escreveu este texto, a maçonaria sirva para fazer eleições ou para lubrificar clientelismos. Em 2008 Arnaut dizia que a maçonaria já esteve “inundada de oportunistas”. Quem nos garante que não está nem voltará a estar? Por muito que uma árvore não faça a floresta, se esta estiver doente, em breve contaminará todas as outras.

Mesmo apesar dos seus 5 milhões a maçonaria não provou ser uma instituição intemporal. É uma organização humanitária? tem centros de ajuda? distribuiu víveres? ajuda os refugiados? pratica voluntariado? A maçonaria teve o seu valor e o seu tempo. Hoje é anacrónica, como qualquer organização, secular ou religiosa, que lance sobre os seus membros o labéu de ungidos. Mas o pior disto tudo é o cheiro a clientelismo que dali emana. Sobretudo num país como Portugal, onde é fácil submeter os mais fracos, à mercê de uma cultura superior (mesmo que os mentores desta cultura sejam quase iliteratos). Mas a força venial dos doutores, dos políticos, desses escolhidos e ungidos da democracia e da liberdade é suficiente para vergar os feitores e estimular o servilismo, a cunha, o jeito.

Depois todos sabemos como funciona: para o lugar vai o medíocre (os feitores têm filhos medíocres e bons e em geral a cunha é para o medíocre) que faz uma carreira fulgurante trocando e oferecendo favores ao longo da sua vida. Com sorte chega a primeiro-ministro ou presidente da república (quantos pertenceram ou pertencem à maçonaria?). Pactuar com isto é crime.

E ainda há quem se admire como chega um país à bancarrota.

Passos defende que tem cumprido promessa de libertar o Estado do "amiguismo"...



...e das "clientelas"

Destak - Lusa

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que tem sido coerente com a sua promessa de libertar o Estado do "amiguismo" e das "clientelas", defendendo-se de críticas às nomeações feitas pelo Governo.

Passos Coelho aproveitou uma conferência promovida pelo Diário de Notícias, em Lisboa, para se defender dessas críticas, assinalando que o Governo alterou a forma de seleção para os lugares superiores do Estado, impondo a realização de concursos públicos conduzidos por uma entidade independente.

"Tive ontem [quarta-feira] ocasião de fazer dirigir um convite a uma personalidade para justamente presidir a essa entidade independente. Espero que até ao final deste mês essa entidade possa estar constituída e que possam, portanto, começar a realizar-se os concursos", adiantou.

O MONSTRO NA PRIMEIRA PÁGINA




Manuel António Pina – Jornal de Notícias, opinião

A desavergonhada afirmação pública de Manuela Ferreira Leite ("abominável" lhe chamou justamente a jornalista que orientava o debate da SIC em que a afirmação foi proferida) de que doentes com mais de 70 anos que necessitem de hemodiálise a devem pagar é, sabendo-se que a alternativa à hemodiálise é a morte em poucos dias, um eloquente sinal dos tempos que vivemos e da qualidade moral de certas elites hoje influentes no país.

A conveniente "correcção" que, apercebendo-se da brutalidade do que dissera, a ex-dirigente do PSD fez a instâncias de outro interveniente no debate (afinal só quisera dizer que "uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não", consoante a capacidade financeira), é patética: se foi isso que quis dizer, porquê os 70 anos?; porque não se aplicará o critério financeiro a doentes com menos de 70 anos?

A ideia de que pessoas com mais de 70 anos só tem direito à vida, que é o que representa um tratamento extremo como a hemodiálise, pagando - independentemente de terem, durante anos e anos, entregue ao Estado parte substancial dos seus rendimentos para garantir o seu direito a assistência na doença - talvez seja aceitável vindo da mesma mente tortuosamente contabilística que em tempos também defendeu a suspensão da democracia. Que mentes dessas tenham púlpito num canal de televisão só se compreende pela política do "monstro na primeira página" que domina hoje o jornalismo português.


*Relacionado em postagem mais em baixo, no PG

OCDE PREVÊ QUE RECESSÃO EM PORTUGAL VAI APROFUNDAR-SE



Jornal de Notícias

A recessão da economia portuguesa vai continuar a deteriorar-se nos próximos meses, segundo um indicador avançado da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico divulgado esta quinta-feira.

O indicador compósito da OCDE para Portugal caiu em Novembro para 96,85% da média da série -- no mês anterior, estava em 97,44%. Este foi o décimo mês consecutivo em que o indicador para Portugal caiu.

Os indicadores avançados da OCDE visam prever pontos de viragem na tendência da actividade económica nos seis a nove meses seguintes. Ou seja: um ponto de viragem nos indicadores da OCDE (por exemplo, uma retoma) é seguido seis meses depois pela economia real.

A queda do indicador da OCDE em Novembro significa que a economia portuguesa deverá continuar numa trajectória descendente nos próximos meses.

Este dado é coerente com as previsões económicas do Governo e do Banco de Portugal, que esperam que este ano se registe em Portugal uma contracção do PIB na ordem dos 3%.

Em termos globais, os indicadores avançados da OCDE reflectem uma tendência de desaceleração da actividade na maior parte das economias industrializadas, mas com "fortes sinais de retoma" no Japão, nos Estados Unidos e na Rússia

Em Novembro, os indicadores recuaram tanto na zona euro (menos 0,4%) como na média da OCDE (menos 0,1%).

A tendência de quebra da actividade é portanto mais pronunciada na zona euro, mas também se regista um abrandamento no Reino Unido e na China. Também para o Brasil os indicadores apontam para um abrandamento.

Ferreira Leite defende que doentes com mais de 70 anos paguem hemodiálise



Romana Borja-Santos - Público

A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite entende que os doentes com mais de 70 anos que necessitem de tratamentos de hemodiálise os devem pagar. “Tem sempre direito se pagar”, disse.

As declarações de Manuela Ferreira Leite foram proferidas ontem à noite durante o programa Contracorrente, na SIC Notícias. Durante o debate, a jornalista Ana Lourenço questionou outro dos participantes, o sociólogo António Barreto, sobre se “não acha abominável que se discuta se alguém que tem 70 anos tem direito à hemodiálise ou não?”

Mas a resposta veio por parte da social-democrata Ferreira Leite. “Tem sempre direito se pagar. O que não é possível é manter-se um Sistema Nacional de Saúde como o nosso, que é bom, gratuito para toda a gente. Para se manter isso, o Sistema Nacional de Saúde vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa”, afirmou a antiga ministra das Finanças.

Actualmente a hemodiálise é paga pelo Estado através daquilo a que se chama um “preço compreensivo”, isto é, as instituições que prestam este tipo de cuidados recebem um valor global por semana e por doente, que abrange tanto o tratamento como os eventuais exames complementares de diagnóstico necessários. Os preços variam entre os 450 e os 470 euros por semana, o que significa que, por mês, o valor se aproxima dos 1900 euros. Em Portugal, cerca de 90% das unidades de tratamento são privadas. No país existem cerca de 14 mil pessoas que sofrem de doenças renais, das quais quase dez mil fazem diálise.

Ferreira Leite insistiu que, se a hemodiálise continuar a ser disponibilizada para todos, então o sistema não funcionará “nem para ricos, nem para pobres”. “O país não produz riqueza para isso e, se não produz riqueza para isso degrada-se a qualidade”, reiterou, acrescentando que “o modelo social europeu pressupunha uma taxa de crescimento na ordem os 5 ou 6%, que não vai voltar a existir. Esses serviços que foram montados com base nesse pressuposto não têm hipótese de funcionar”. A antiga líder política defendeu também que este é um modelo já seguido em países como Reino Unido, Alemanha e Holanda.

A intervenção da social-democrata gerou bastante polémica durante o debate. “Abominável é sempre”, sublinhou o sociólogo António Barreto. Já o socialista e antigo comissário europeu António Vitorino, que também estava no programa, reagiu dizendo: “A mim choca-me pessoalmente a frase da doutora Manuela Ferreira Leite, que é quem tem mais de 70 anos e quer fazer hemodiálise paga. Não era, de certeza absoluta, esta a frase que ela queria exactamente dizer, na medida em que não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos. Não é possível definir a questão nesses termos porque estamos a tratar de um problema de direitos humanos”.

A declaração de António Vitorino obrigou Manuela Ferreira Leite a reformular a sua intervenção, afirmando que “racionar significar sempre alguma coisa que não é para todos”, mas que “racionamento não é exclusão” e que, por isso, apenas queria dizer que “uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não” – consoante a capacidade financeira.

Outros dos participantes no debate, o cientista e responsável pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Manuel Sobrinho Simões, também defendeu que deve haver sensibilidade social na área da saúde, e que as verbas públicas devem ser geridas de forma a poderem ser estabelecidas algumas prioridades.

Posteriormente, em declarações à Antena 1, Carlos Silva, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, reagiu mostrando-se incrédulo com as declarações de Ferreira Leite. “Essa senhora não sabe o que está a dizer. Só se for a família dela que pode fazer isso”, afirmou, lembrando que um doente sem este tratamento morre em poucos dias. E criticou a postura de Ferreira Leite, recordando que a social-democrata foi a mesma pessoa que sugeriu “que se podia suspender a democracia durante seis meses”.


Brasil: VÍDEO PROVA TRUCULÊNCIA DA POLÍCIA DO PIAUÍ CONTRA MANIFESTANTES




Correio do Brasil, com RBA - de Teresina

Manifestantes contrários ao aumento das passagens de ônibus e ao sistema de integração estabelecido pela prefeitura de Teresina foram reprimidos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Piauí, nestas terça e na quarta-feiras. O protesto percorria a avenida Frei Serafim, uma das principais vias da capital do Estado. Um vídeo mostra os excessos praticados.

A maioria dos manifestantes é de estudantes, que criticam o reajuste na passagem de ônibus, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10. Eles também pedem a implantação de um sistema que permite tomar uma segunda condução sem pagar novamente.

Há seis meses foram organizados protestos semelhantes que chegaram a levar 15 mil pessoas às ruas. Na ocasião, o prefeito Elmano Ferrer (PTB) cedeu e revogou o decreto que reajustava a tarifa para R$ 2,10. Mas ao propor o regime de integração, agora, o bilhete voltou com o valor reajustado e ainda será cobrado um valor correspondente a meia passagem numa eventual baldeação para outra linha.

O cartão empregado para a integração é vinculado a operadora de cartão de crédito. O críticos do sistema denunciam que a empresa que está por trás da emissão desses cartões teria ligações com integrantes do partido do prefeito. Elmano Ferrer assumiu no primeiro semestre de 2010, quando o então prefeito, Silvio Mendes (PSDB), renunciou para disputar o governo do Estado – perdeu a eleição para Wilson Martins (PSB), que era vice do petista Wellington Dias.

Desde segunda-feira (9), as manifestçãoes voltaram às ruas. A cidade praticamente parou, devido à ocupação da principal avenida da cidade. Na ação da Tropa de Choque desta terça-feira (10), estudantes foram arrastados pelos cabelos, espancados e 17 foram presos. Alguns foram encaminhados para presídios. A OAB-PI se manifestou timidamente a respeito da ação da polícia. O Ministério Público está questionando a tarifa.

No início da integração, o prefeito alegou que a gratuidade do segundo passe dependeria de uma desoneração do ICMS por parte do governo estadual. O governador Wilson Martins, recém-chegado de viagem aos Estados Unidos, disse ao ser abordado por jornalistas: “Não é problema nosso”. E descartou conceder a desoneração.

E a cidade está pé de guerra. A população teme novos confrontos entre manifestantes e policiais neste inicío de noite.

SITUAÇÃO DE 4 MIL HAITIANOS NO BRASIL SERÁ REGULARIZADA




Correio do Brasil, com ABr-de Brasília

O governo brasileiro vai regularizar a situação de cerca de 4 mil haitianos que entraram no Brasil fugindo da situação econômica do país, arrasado por um terremoto em 2010. Cerca de 1,6 mil já receberam vistos de trabalho e os demais terão a situação regularizada nos próximos dias.

O anúncio foi feito terça-feira pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, depois de reunião com a presidenta Dilma Rousseff, e os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e da Casa Civil, Gleisi Hoffman, no Palácio do Planalto.

A regularização vai valer para os haitianos que já estão no Brasil. Na quinta-feira (12), o governo vai propor ao Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, uma resolução para aumentar o controle sobre a entrada de haitianos no país. A regra vai restringir a emissão de vistos condicionados a haitianos ao máximo de 100 por mês, e que só poderão ser requeridos diretamente na Embaixada do Brasil no Haiti, na capital, Porto Príncipe.

Os vistos permitirão a permanência no Brasil por cinco anos para quem vier ao país para atividade de trabalho regular, informou Cardozo. “Aqueles que entrarem depois estarão em situação irregular e, como qualquer outro estrangeiro nessa situação, serão notificados e extraditados”, disse o ministro. Se aprovada, a resolução começa a valer ainda nesta semana.

O governo também decidiu que os haitianos não poderão entrar no país na condição de refugiados políticos, por decisão do Conselho Nacional para os Refugiados (Conare), que havia negado os pedidos de entrada no país nessa condição. “O Conare entendeu que não é caso de refúgio político e sim de vulnerabilidade econômica”.

O controle das fronteiras também será reforçado, em parceria com os governos do Peru, Equador e da Bolívia. Segundo Cardozo, a ideia é atacar rotas de imigração ilegal de haitianos e coibir a ação dos chamados coiotes, aliciadores de pessoas.

No Brasil, os haitianos estão concentrados nas cidades de Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. Os governos estaduais têm reclamado do caos social provocado pela imigração nas cidades. Cardozo disse que o governo federal vai dar apoio aos governos estaduais na assistência aos estrangeiros.

–O governo federal não ficará indiferente e dará atendimento social aos haitianos. Temos que reconhecer a situação econômica dessas pessoas. Vamos dar apoio aos governos dos estados do Acre e Amazonas, para que possamos, por meio dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e do Trabalho garantir atendimento a essas pessoas–, disse.

Hoje, o governo do Peru começou a exigir visto de haitianos que queiram entrar no país, para conter a imigração.

CAVACO SILVA ANUNCIA VISITA A TIMOR-LESTE ESTE ANO




Público - Lusa

Para as comemorações dos 10 anos da independência

O Presidente da República anunciou hoje que visitará este ano Timor-Leste, onde participará nas comemorações dos 10 anos da independência, visita que integrará num "périplo" por diversos países asiáticos.

Cavaco Silva anunciou esta visita a Timor-Leste durante uma intervenção perante o corpo diplomático acreditado em Portugal, que hoje lhe apresentou cumprimentos de Ano Novo no palácio de Queluz.

Em 2012, sublinhou, Portugal continuará a assinalar os "500 anos da chegada dos portugueses a diversos pontos do continente asiático, um acontecimento histórico que deixou marcas indeléveis em Portugal e em muitos desses países, seja na língua, no património ou nas tradições".

"Nesse contexto, tenciono efectuar um périplo que incluirá a participação nas comemorações do décimo aniversário da independência de Timor-Leste [a 20 de Maio de 2002] e um programa de visitas a alguns países da região", afirmou.

O Presidente da República (PR) garantiu que em 2012 Portugal continuará a "conferir grande destaque ao aprofundamento do relacionamento" com os parceiros da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).

A este propósito, referiu a importância que deverá ter a cimeira da CPLP de Maputo deste ano e sublinhou que 2012 será também o "ano de Portugal no Brasil, e do Brasil em Portugal", que considerou "uma oportunidade privilegiada para estreitar ainda mais os especiais laços de amizade e de cooperação" que unem os dois países.

Timor-Leste: Jovens da Resistência e Veteranos do Distrito de Liquiçá dão ultimato ao Estado



Sapo TL

O grupo OPJLATIL - Loriko Asswain, o Comité Executivo da Zona (CEZO), e os ex- guerrilheiros da Região Quatro, Pelotão Tigre, fizeram uma reclamação colectiva ao governo com o objectivo de a Comissão Homenagem cancelar a lista dos nomes divulgada no dia 15 de Dezembro do ano passsado.

Dirigida por Virgilio Smith, a Comissão Homenagem está encarregue de entregar subsídios aos membros da Resistência que lutaram pela independência de Timor-Leste. No entanto a lista de nomes está “cheia de nepotismo e ligações familiares”, onde se incluem pessoas que em nada contribuíram para a Resistência.

“Se não encontrarem uma solução, nós mesmos iremos mobilizar para devolver a medalha de condecoração, que já não tem nenhum significado,” diz um trecho da petição de 13 páginas.

“Apresentamos esta reclamação junto do Presidente da República, Parlamento Nacional, assim como ao Tribunal Recurso e ao Primeiro Ministro. Estamos numa última fase da reclamação e se não responderem às nossas exigências, não iremos participar nas próximas eleições presidenciais e legislativas,” continua.

A carta foi entregue no passado dia 30 de Dezembro e deram um prazo de 15 dias para que se encontrasse uma solução.

SAPO TL com CJITL

Comissão C do PN apresenta Compilação Legislativa em matéria de Anti-Corrupção



Sapo TL

O presidente da Comissão C do Parlamento Nacional, Manuel Tilman informa, em comunicado, a apresentação da Compilação Legislativa com todos as leis pertinentes ao combate a corrupção.

"A corrupção cria desemprego e disparidade salarial. O nosso comité está a criar, em nome do povo timorense, mais ferramentas para lidar com questões relacionadas com a corrupção. Uma dessas ferramentas é a nova Compilação Legislativa em matéria de Anti-Corrupção, que distribuirei aos membros do Comité C, " diz Manuel Tilman em comunicado divulgado à imprensa.

Na sequência de uma entrevista dada no passado dia 9 do corrente mês, Tilman acrescenta ainda que “foi desenvolvido um manual de referência para ser usado durante as audiências e debates da comissão, de modo a fortalecer a discussão entre os parlamentares e diminuir a nossa dependência dos consultores estrangeiros. Cada membro do Comité C terá acesso a uma cópia e também a uma segunda cópia para usufruto pessoal.”

Manuel Tilman afirma que Compilação Legislativa em matéria de Anti-Corrupção inclui toda a legislação actual assim como outros recursos que poderão ajudar os parlamentares na avaliação de assuntos relacionados com a corrupção.

A Compilação Legislativa em matéria de Anti-Corrupção foi desenvolvida pelo programa Foti Timor-Leste, da Casals & Associates/ USAID.

Timor-Leste: Centro Audivisual Max Stahl recebe ordem de despejo por parte do governo




O governo timorense enviou uma carta a Max Stahl, jornalista britânico e testemunha do Massacre Santa Cruz , para que abandonasse o edificio do estado que albergava o Centro Audiovisual Max Stahl (CAMSTL), informa o CJITL.

De acordo com um dos funcionários do CAMSTL, no passado dia 2 de Janeiro é lhes chegada uma carta proveniente do Secretariado da ASEAN-TL em que “o governo pede para saírem do edifício Memorial Hall, em Díli. Contudo não podemos fazer nada porque o nosso chefe, Max Stahl, encontra-se neste momento na Austrália e não temos para onde levar o nosso material de arquivo,” explica o funcionário.

O mesmo acontece com a Organização Timor-Leste Photographer Association(TiLPA). “Nós temos todo o direito em estar neste edifício porque contribuímos para o bem da Nação. Porque é que o governo não reconhece a nossa actividade?” questiona.

De acordo com o CJITL, o referido espaço no Memorial Hall irá ser ocupado pelo Committee on the Elimination of Discrimination agaisnt Women (CEDAW), encabeçada por Milena Pires.

Até ao momento não foi encontrada nenhuma solução para o TILPA e CAMSTL, estando estas duas organizações sem espaço físico para poder dar continuidade ao seu trabalho.

- SAPO TL com CJITL, tradução do tétum para português em Sapo TL

Exército dos EUA abre inquérito a marines que terão urinado sobre cadáveres afegãos




Público, com foto Youtube/Reuters

O exército dos Estados Unidos anunciou um inquérito sobre um vídeo, colocado no Youtube na quarta-feira, e no qual parece ver-se quatro marines norte-americanos a urinarem em cima dos cadáveres de três afegãos.

Os mortos serão três combatentes taliban, de acordo com a descrição feita no Youtube, onde o vídeo foi colocado por um anónimo que se identifica sob pseudónimo. Poucas hopras depois, já se encontravam diversas réplicas do vídeo, que tem apenas 39 segundos.

As imagens não são totalmente esclarecedoras: não se percebe se os militares americanos urinam efectivamente sobre os corpos ou se são filmados apenas a simularem os gestos de quem urina em cima dos mortos. Seja como for, o que se vê é suficiente para o corpo de marines ter anunciado uma investigação ao caso.

“Estamos profundamente preocupados com o vídeo”, disse um porta-voz do Pentágono, John Kirby, citado pela BBC. “Seja quem for, seja quais forem as circunstâncias, é um comportamento ofensivo e inaceitável para militares.”

As imagens mostram quatro homem fardados, de pé, junto a três corpos que jazem no chão, aparentemente homens afegãos. Os gestos dos miltares de pé sugerem que começam a urinar. Ouve-se uma voz dizer: “Tem um bom dia, amigo”.

“As acções retratadas nesse vídeo não são consistentes com os nossos valores nem traduzem o carácter dos nossos marines. Esta matéria será investigada a fundo”.

Um representante dos talbian no Afeganistão disse, por seu lado, à mesma BBC que o grupo a que pertence “condena com veemência” estas atitudes. “É um acto selvagem, demasiado vergonhoso para falarmos sobre ele.”


ESTARÁ O FOLHA 8 A DESESTABILIZAR A SÍRIA?




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

O presidente sírio, Bashar al-Assad, fazendo uso – como se sabe - da sua legitimidade democrática, afirmou hoje que vai resistir com "mão de ferro" às tentativas para o afastar e que não vai abandonar o poder, insistindo que continua a ter apoio popular.

No quarto discurso que pronunciou desde o início da revolta popular no país, há 10 meses, Al-Assad voltou a acusar interesses estrangeiros e terroristas de tentarem desestabilizar o país e a assegurar que não deu ordens para que as forças de segurança disparassem sobre civis.

"A nossa prioridade agora é recuperar a segurança de que gozámos ao longo de décadas e isto só pode ser alcançado se enfrentarmos os terroristas com mão de ferro", disse Assad no discurso, pronunciado na Universidade de Damasco e transmitido pela televisão estatal.

Terroristas que, para além de outros meios, usam a comunicação social como instrumento de desestabilização. Embora não tenha referido, tanto quanto sei, o nome desses meios, quer-me parecer que o Folha 8 deve ser um deles.

Em Angola, tal como na Síria, para além dos milhões que legitimamente só se preocupam em encontrar alguma coisa para matar a fome, uma minoria privilegiada só se preocupa em ter mais e mais, custe o que custar.

Quando alguém diz isto, e são cada vez menos a dizê-lo mais cada vez mais a pensá-lo, corre o sério risco de que os donos do poder o mandem calar, se possível definitivamente. É o que se passa com o Folha 8.

Mas. como dizia Frei João Domingos, "não nos podemos calar mesmo que nos custe a vida".

E são muitos os que já morreram por isso. Se mesmo os que não vivem no reino de José Eduardo dos Santos estão na linha de fogo, o que dizer dos que lá sobrevivem? Todo o cuidado é pouco.

O presidente que há 32 anos domina, sem nunca ter sido eleito, Angola, continua, mesmo fora do seu país, a dar ordens para calar os que teimam em dizer a verdade ou, pelo menos, o que pensam ser a verdade.

Citando de novo, e tantas vezes quantas forem preciso, Frei João Domingos, em Angola "muitos governantes têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro".

Mas esses, apesar de podres por dentro, continuam a viver à grande e à MPLA, enquanto o Povo morre de fome.

Convém não esquecer que, por exemplo, o dirigente e ministro do MPLA, Kundi Paihama, afirmou em tempos recentes: “Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”.

Esta é, aliás, a filosofia basilar do MPLA, partido que continua a pensar que Angola é o MPLA e que o MPLA é Angola. O que sobra não vai para os pobres, vai para os coitados dos cães.

E por que não vai para os pobres?, perguntam vocês, eu também, tal como os milhões que todos os dias passam fome. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não há pobres, mas há cães…

Continuemos com a tese de Kundi Paihama: “Eu semanalmente mando um avião para as minhas fazendas buscar duas cabeças de gado; uma para mim e filhos e outra para os cães”.

Quanto aos angolanos, aos outros angolanos, citando de novo Kundi Paihama, que comam farelo porque “os porcos também comem e não morrem”.

Embora seja um exercício suicida, importa aos vivos (e o Folha 8 está vivo) não se calarem, continuando a denunciar as injustiças, para que Angola possa um dia ser diferente, ser de todos os angolanos.

“O Povo sofre e passa fome. Os países valem pelas pessoas e não pelos diamantes, petróleo e outras riquezas”, disse também Frei João Domingos.

Mas, como diria o camarada Eduardo dos Santos, a luta continua. Tem de continuar. E o Folha 8 vai certamente continuar. Até porque não há nenhum Bashar al-Assad ou Eduardo dos Santos que possa calar a voz do Povo.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: À VISTA NOVO RECORDE DO GUINNESS

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