segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Portugal: QUANTO MAIS NO FUNDO MELHOR




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Pedro Passos Coelho disse, no Porto, no dia 20 de Fevereiro de 2010, que "Portugal estava a bater no fundo". Hoje, com a sua ajuda, está a cavar mais uns metros no fundo…

O Portugal real bateu há muito no fundo até então conhecido. 800 mil desempregados, 20 por cento de pobres e outros tantos com saudades de uma refeição são o verdadeiro espelho dessa realidade.

Foi por isso que os portugueses quiseram mudar. Esperavam que Passos Coelho e o PSD os tirassem desse pântano movediço. Mas, mais uma vez, o resultado está à vista. Em poucos meses o Governo já conseguiu cavar mais uns metros, tornando ainda mais fundo e putrefacto o pântano.

Ao contrário do que prometera, Passos Coelho entende que condenar os portugueses ao insucesso é a melhor forma de recuperar o que resta. Disse aos portugueses que havia uma ponte que os levaria para a outra margem. Eles acreditaram. Hoje, chegados ao meio da travessia, concluem que afinal nem ponte existe.

Como em (quase) tudo na vida, existem pessoas que querem ser os primeiros entre os primeiros, e outras para quem ser o primeiro dos últimos é suficiente, que querem ser umas espécie de Sport Lisboa e Benfica (viver dos louros do passado e aceitar passivamente ser segundo, terceiro ou quarto). É assim o PSD, mesmo quando está no poder.

Não deixa, contudo, de ser verdade que o PSD continua a ter muita gente consigo. Para além daqueles para quem chafurdar na merda é uma questão de sobrevivência, estão com Passos Coelho uma série de oportunistas que têm coluna vertebral e tomates amovíveis.

Estes estão, aliás, sempre do lado do vencedor.

Vencedor que, neste caso já não se recorda que o seu então líder parlamentar e hoje ministro, Miguel Macedo, dizia há um ano: "O que temos hoje no país é impostos a mais, endividamento a mais, despesa pública a mais, riqueza a menos, poder de compra a menos, dificuldades a mais para as famílias e para as empresas".

Miguel Macedo apontava então os "mais de cem mil portugueses que abandonam por ano o país porque não encontram em Portugal um presente e, sobretudo, não vislumbram em Portugal um futuro".

E então? Nada. O PSD tinha e continua a ter uma garganta suficientemente funda, mas apresenta-se como um partido castrado ou, pelo menos, detentor de tomates amovíveis. Sendo que a maior parte das vezes os deixa na gaveta.

Segundo o então líder parlamentar do PSD, "os portugueses hoje não vivem melhor depois de cinco anos de Governo socialista" e Portugal é "um país com mais pobres, mais excluídos e mais desigualdades".

Ao PSD só falta dizer (mais certamente já pensou nisso)  que os portugueses que estão a aprender a viver sem comer são cidadãos de terceira, ou seja são todos aqueles que pensam pela sua própria cabeça e que não têm nem coluna vertebral nem tomates amovíveis.

Valha contudo a certeza de que o PSD quer resolver alguns dos mais sérios problemas do reino. Pelo que está a fazer pode ter-se a certeza de que Portugal vai mesmo ser um país diferente. A esperança média de vida vai diminuir porque  os velhotes vão morrer bem mais cedo, porque os de meia idade não vão chegar a velhos e porque os mais novos não poderão ter filhos.

Além disso, a esmagadora maioria dos portugueses vai deixar de consumir definitivamente antibióticos e outros medicamentos, contribuindo assim para pôr em ordem as contas do Serviço Nacional de Saúde. Isto porque, para além do preço (que não podem pagar), esses fármacos devem ser tomados depois de uma coisa que hoje é uma miragem: refeições.

**Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Milionário pede aos políticos americanos para pararem de "mimar" os ricos com isenções fiscais




IM - LUSA

Nova Iorque, 15 ago (Lusa) - Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes, pediu hoje aos políticos para deixarem de "mimar" os ricos com isenções fiscais, aumentando os impostos sobre milionários como ele próprio.

"Enquanto os pobres e a classe média lutam por nós no Afeganistão e a maioria dos norte-mericanos lutam para fazer face às suas despesas, continuamos com as nossas extraordinárias isenções fiscais", afirmou Buffett num artigo publicado hoje no New York Times, intitulado "Parem de mimar os super ricos".

O presidente da Berkshire Hathaway disse que, no longo debate no Congresso norte-americano sobre o aumento do limite da dívida pública, os líderes políticos pediram um "sacrifício partilhado" que, no entanto, as classes superiores não terão de assumir.

Para desbloquear as negociações e evitar que os Estados Unidos entrassem em falência a 02 de agosto, o Partido Democrata e o presidente Barack Obama cederam à pressão dos Republicanos e renunciaram a aumentar os impostos sobre os rendimentos mais altos e as empresas mais lucrativas.

"Alguns de nós somos gestores de fundos de investimento e ganhamos milhões de dólares por dia, mas é-nos permitido classificar os ganhos como rendimentos de juros", que são taxados com apenas 15 por cento, afirmou Buffett.

Com "bênçãos" como estas, o bilionário admite que no ano passado declarou de em rendimentos mais de 6,9 milhões de dólares (cerca de 4,8 milhões de euros ao câmbio atual), o que implica uma tributação de 17,4 por cento, enquanto os trabalhadores foram tributados numa média de 36 por cento.

Buffett, também chamado "Oráculo de Omaha" pelas suas previsões certeiras, considera que esta situação é uma injustiça nos Estados Unidos, onde 80 por cento das receitas vêm de impostos sobre os salários dos trabalhadores.

Buffett refere que os seus amigos bilionário são "em geral pessoas muito decentes" pelo que "muitos não se importariam de pagar mais impostos, particularmente quando muitos de seus compatriotas estão a sofrer".

Para corrigir esta situação, propõe aumentar o imposto sobre os rendimentos superiores a um milhão de dólares, "incluindo dividendos e ganhos de capital", e impostos ainda mais altos para aqueles que ganhem mais de dez milhões de dólares.

"Os meus amigos e eu temos sido mimados por um Congresso bastante amigável para os ricos. Chegou a hora de o nosso governo ser sério sobre a partilha dos sacrifícios", acrescenta Buffett.

HOUSES RAZED IN EAST TIMOR MOB RAMPAGE




AAP

ANGRY mobs of martial arts gang members set fire to dozens of homes as they rampaged through an East Timorese town after one of their number was killed in a stabbing, police said.

More than 100 houses as well as vehicles caught fire in the unrest in Zumalai, on East Timor's southern coast on Monday, a police officer told AFP on condition of anonymity.

He said the violence was "triggered" by the stabbing of a gang member, who was also a police intelligence agent, in the town yesterday.

"Three people are now in police custody. The security condition there is now under control," the police source said.

A military source who also refused to be identified confirmed the circumstances of the unrest.

Martial arts gangs are common in East Timor, a tiny half-island state which achieved independence from Indonesia in 2002 following a bloody referendum.

United Nations police returned full control of East Timor to the national force in March, more than four years after clashes between rival factions of the security forces threatened to push the country into civil war.

The UN will maintain a presence of up to 1,280 police to support local police until after a presidential election in 2012, when the UN peacekeeping mission plans to withdraw from the southeast Asian state.

Moçambique: Oferta de grandes extensões de terras a brasileiros é "preocupante" - ONG




 ANGOLA PRESS

Maputo - A organização moçambicana Justiça Ambiental considerou hoje (segunda-feira) preocupante e perigoso que o governo atribua "de uma só vez" 60 mil quilómetros quadrados de terra a agricultores brasileiros, alertando para o risco de violação dos direitos da população.  
  
O executivo de Maputo anunciou a oferta de uma área de 60 mil quilómetros quadrados no norte do país para agricultores brasileiros plantarem cereais e algodão por terem "experiência acumulada". 
  
Citado pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro moçambicano da Agricultura, José Pacheco referiu que as autoridades oçambicanas condicionaram a atribuição do lote de terras à criação de emprego a "90 porcento de mão de obra moçambicana".
  
Reagindo hoje à Lusa, o oficial de programas da Justiça Ambiental, Daniel Ribeiro, disse que ao proceder desta forma o governo demonstra que "quer que os camponeses trabalhem para os investidores". 
  
A organização "está preocupada" com a decisão do executivo moçambicano de querer distribuir terra em grande escala e "de uma só vez", afirmou.
  
"É perigoso dar um espaço (terra) tão grande", porque, "a experiência que temos até ao momento no país não é boa, não encontramos um modelo que funcione", disse à Lusa Daniel Ribeiro. 
 
Um estudo recente sobre o fenómeno de ocupação de terras em Moçambique, a que a Lusa teve acesso, refere que na implantação de projetos no país, "em muitos casos, apenas as elites locais são envolvidas no processo de consulta".  
 
Alguns projectos analisados por organizações da sociedade civil denunciam "alguns líderes comunitários que tinham pessoalmente aprovado projectos nas suas comunidades, apesar da oposição generalizada dentro da comunidade".
 
"É evidente que estes líderes locais gozam de enorme autoridade", mas "quando criticados ou questionados pela comunidade em relação às suas decisões a respeito do uso da terra comunitária, os membros são ameaçados e até fisicamente agredidos", refere o documento.
  
As terras oferecidas a agricultores brasileiros, cuja dimensão o jornal Folha de São Paulo compara a "três Estados do Sergipe" e afirma ser "a nova fronteira agrícola do Brasil", situam-se nas províncias do Niassa, Cabo Delgado, Nampula (no norte) e da Zambézia (no centro) e destinam-se à produção de soja, milho e algodão. 
 
Como contrapartida para uma concessão de 50 anos, renovável por igual período de tempo, os agricultores pagarão um imposto anual de cerca de 9,00 euros por hectare e deverão beneficiar de isenções de taxas na importação de maquinaria agrícola. 
 
O primeiro grupo de 40 agricultores brasileiros parte para Moçambique em Setembro de 2011.  

Jornalistas proibidos de entrar em Luanda dizem ter sido tratados como "cães e criminosos"




MMT - LUSA

Maputo, 15 ago (Lusa) -- Os serviços de migração angolanas na África do Sul proibiram dois jornalistas moçambicanos de entrar em Angola, apesar destes possuírem vistos concedidos pela embaixada angolana em Maputo para participar numa formação jornalística em Luanda, capital do país.

O chefe de redação do semanário moçambicano Magazine Independente, Nelo Cossa, e a jornalista do matutino Notícias, Joana Macie, foram impedidos de entrar em Angola, sob alegação de que têm "problemas de Estado".

Em declarações hoje à Lusa, Nelo Cossa contou que as autoridades angolanas de migração "escorraçaram" os dois jornalistas que se deslocavam pela primeira vez à Angola para participar de um seminário organizado pelo Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) de Angola.

"Estamos chocados e traumatizados. Formos tratados como cães, criminosos. Fomos humilhados", disse Nelo Cossa, que viu as malas confiscadas.

Ambos jornalistas faziam parte de um grupo de cinco profissionais de comunicação social moçambicanos que estão na capital angolana para participar numa formação a convite do CEFOJOR.

Embora todos tivessem obtido vistos na embaixada angolana em Maputo, sob as mesmas condições, só dois jornalistas tiveram problemas com a migração em Luanda.

De acordo com Nelo Cossa, as autoridades angolanas não deram quaisquer explicações para a interdição, apesar da insistência junto a uma oficial de migração.

"Procurámos saber junto das autoridades angolanas, mas eles não disseram nada até que uma suposta funcionária da migração chegou e afirmou que estavam a tratar da concessão do visto", facto que não teve qualquer efeito, afirmou Nelo Cossa.

Várias tentativas junto da embaixada moçambicana em Luanda e no Ministério do Interior angolano no sentido de se desbloquear a situação acabaram em fracasso.

"Foi uma situação muito feia", resumiu Nelo Cossa que hoje apresentou uma contestação à embaixada de Angola na capital moçambicana.

Um jornalista moçambicano do MediaFax, que se encontra em Luanda, noticiou hoje o episódio, afirmando que "o Governo angolano começou a desdobrar-se em explicações, quando o caso foi divulgado pela Rádio Ecclésia, uma emissora ligada a Igreja Católica".

Até ao momento, o jornal Notícias, de Maputo, não fez referência ao assunto.

Coimbra: Angola ganha duas medalhas de ouro nas Olimpíadas da Matemática




RICARDO NABAIS - SOL

Pela primeira vez, as Olimpíadas da Matemática abriram-se aos países lusófonos, em Coimbra. E Angola trouxe duas medalhas de ouro.

Em português nos entendemos, com números é muito melhor. Pela primeira vez, as Olimpíadas da Matemática levaram o rótulo – e o proveito – de lusófonas e abriram-se a países da CPLP. Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe ainda ficaram de fora, como observadores. Mas por Coimbra passaram alunos de várias idades e feitios, de quatro continentes diferentes, dispersos por duas categorias. Aos angolanos coube parte de leão: duas medalhas de ouro e uma de prata na categoria B.

Quase ninguém fica de fora nesta competição: «Metade dos alunos recebe medalhas nas Olimpíadas Internacionais. Aqui o processo é o mesmo», explica Joana Teles, vice-presidente da comissão organizadora das Olimpíadas de Matemática da Lusofonia (OML) e professora na Universidade de Coimbra.

«A desmotivação poderia acontecer a alguns destes alunos», vindos de países tão diferentes, com bases e preparação completamente distintas. Mas, continua a professora – que também faz parte da Sociedade Portuguesa de Matemática –, «neste caso não há nenhum aluno com zero».

Mas quem é e de onde vem este exército de aspirantes a matemáticos? De latitudes tão díspares quanto Díli ou o Rio de Janeiro, passando pela África lusófona. De Timor-Leste veio a caçula Maria José que, aos 11 anos, viajou do outro lado do mundo para uma maratona matemática. Veio, tal como alguns dos quatro colegas timorenses, com preparação da Escola Portuguesa de Díli e aprendeu algo que não estava nos programas.

De outra escola lusa veio também toda a delegação angolana. Estreantes neste tipo de competição, os estudantes angolanos fizeram brilharete na categoria B: »
uas medalhas de ouro – Erica Pinto e Pedro Costa – e uma de prata, de Nadine Antunes, selaram um palmarés bastante motivador. Nada mau para quem assumia, à partida, ter vindo «sem treino nenhum» e a pensar «essencialmente no futuro, para ver como era», admite Flávia Morais, a professora e tutora deste grupo de quatro estudantes da Escola Portuguesa de Luanda.

Os jovens aspirantes a matemáticos ficaram na categoria B pela idade – eram mais novos – e pelo nível ligeiramente mais simples do grau de dificuldade dos problemas apresentados na prova. E submeteram-se, tal como os participantes de outros países, a 10 dias de curso a tempo inteiro, ainda antes das provas. Mas não era um curso qualquer. Foi a doer, com conjuntos de problemas aparentados com os das provas sugeridos pelos professores da Delfos, uma escola criada por professores do departamento de Matemática da Universidade de Coimbra destinada exclusivamente à preparação de alunos para este tipo de competições. Até este ano, esses ‘atletas’ eram apenas portugueses.

Para todos foi uma novidade, uma espécie de imersão ainda maior nos números. A professora tinha avisado, recorda a ‘medalhada’ Erica Pinto, de 16 anos, aluna em trânsito para o 11.º ano na Escola Portuguesa de Luanda: «A matéria era muito diferente da que tínhamos dado nas aulas». E pode ser, no caso dela, que os números não estejam no horizonte. «Acho que vou para medicina», confessa a aluna.

Matéria nova

Destino igual parece aguardar o outro premiado com o ouro olímpico. Pedro Costa tem apenas 15 anos, é português, mas viveu quase metade da vida em Luanda. Quando se pergunta se a matemática lhe está próxima quando pensa no ofício, é claro: «Na verdade, estou a tentar fugir dela». A fuga pode não ser perfeita, no entanto. «Se não entrar em medicina, vou tentar engenharia», confessa.

As colegas Nadine Antunes e Deborah Araújo confirmam a exigência dos testes. As provas por que passaram – seis problemas divididos por dois dias, com a cotação de sete pontos cada – eram «mais à base de lógica», diz Deborah, e exigiram mais do que o cálculo aritmético mecânico, muitas vezes entrava o desempenho e até o interesse pela matemática.

Por isso, quando os portugueses começaram, há cerca de 20 anos, a participar nas Olimpíadas Internacionais, tinham surpresas desagradáveis. Chegava a haver zeros nas provas de alunos que tinham média de 19 (em 20) valores nas escolas portuguesas, lembra Joana Teles. A diferença está nos métodos de prática da Delfos, um autêntico treino olímpico.

Tanto nas OML como nas suas congéneres internacionais, há um patamar mínimo para entrar no quadro de medalhas, estabelecido por um cálculo médio entre os resultados dos participantes dessa edição. Daí que haja vários alunos a receber medalhas. Ninguém sai desmotivado.

O entusiasmo também chegou aos alunos de Moçambique que marcaram presença nas OML de Coimbra. Rafique dos Santos é de Quelimane, tem 14 anos, está no 10.º ano e trazia na bagagem um 4.º lugar numa Olimpíada de Matemática realizada no seu país. A delegação moçambicana escolheu quatro alunos de outras tantas províncias. E conseguiu eleger Angel Lázaro, de 15 anos, de uma escola de Maputo, para o último lugar do pódio na categoria B. Modesta, reconheceu que «as perguntas eram difíceis, mas não muito». A jovem, que aspira a seguir carreira científica, ficou impressionada com Coimbra. A seu lado, Kadzuwa Kuyeri, aluna do 12.º, confirma a escolha, enquanto o colega Donaldo Manhique anseia por tirar «uma foto com os jornalistas».

A azáfama entretanto já começara. Os alunos estavam ansiosos por saber dos resultados, que seriam divulgados daí a pouco, num palácio nos arredores de Coimbra. Na cerimónia, o actual ministro da Educação português, Nuno Crato, distribuiu as medalhas e sentiu que os prémios eram quase uma compensação. Há anos que Crato tem sido um grande divulgador da matemática e um crítico do ensino que se faz da disciplina em Portugal.

Momentos antes, as comitivas juntavam-se à porta da residência de estudantes António José de Almeida. A de Cabo Verde festejaria também uma medalha de bronze na categoria B, ficando os prémios da categoria A distribuídos entre brasileiros e portugueses e a timorense Felisbela Caldas. Todos acabariam por diluir-se e misturar-se, trocando contactos. Quem sabe se vão reencontrar-se para o ano na 2.ª edição das OML no Brasil, ou, em 2013, em Moçambique.


O PROBLEMA FUNDAMENTAL DE ANGOLA (reflexão) - Marcolino Moco




MARCOLINO MOCO – ANGOLA 24 HORAS

Este texto é uma tentativa de resposta simultânea a várias solicitações, sobretudo da juventude e de órgãos de comunicação social, para me pronunciar sobre uma série de fenómenos: sobre a corrupção (para explicitar algumas ideias avançadas nos meus dois últimos textos), sobre a pobreza, sobre o pacote eleitoral e ultimamente, entre muitos outros aspectos, sobre os desmaios em várias das nossas escolas espalhadas pelo país. Mas, muito mais ultimamente (passe o inusitado literário), sobre o afastamento (demissão?!) do último Governador de Luanda.

Confesso que tenho sentido pena de não poder satisfazer o desejo de muita gente, que com isso manifesta uma apreciação positiva relativamente a uma opção minha, nos últimos tempos, que já levam alguns anos: contribuir para estimular a reflexão sobre os problemas de Angola, no contexto africano dos tempos actuais (“ventos passados não movem moinhos”, o que não significa desprezar as lições da História).

O problema é que a abordagem desses temas todos, requer tempo de recolha de dados e sua análise, quando não mesmo alguma especialização que naturalmente não possuo sobre todos os assuntos. Doutro modo, o carácter demasiado perfunctório das abordagens, só pode criar mais confusão.

Mas, acredito que os meus leitores têm-se apercebido do esforço que despendo, enveredando por matérias da minha especialidade, particularmente no domínio técnico-jurídico e político-institucional. Porém, vício profissional e de vivência ou não, estou convencido que é aí onde reside o nosso problema fundamental, especialmente no domínio político-institucional, sendo que todo o rol de problemas específicos relevantes que temos vivido com intensidade, se me apresentam adventícios ou a jusante desse problema fundamental.

Numa caracterização muito sumária, o nosso problema fundamental não consiste, por si só, na longevidade do consulado do Engº dos Santos, que em termos políticos, pode ainda ser justificada pelo prolongado da nossa guerra fratricida, especialmente depois das eleições de 1992. O nosso problema fundamental, atingindo uma dimensão de anormalidade, é a anacrónica sacralização do poder, especialmente o poder do Presidente da República.

Trata-se de um poder extraordinário, que vem de antes da nova Constituição, aí mais no plano material. Com a nova Constituição, esta sacralização foi exacerbada com aspectos formais de vulto, consubstanciados nas atribuições anormais a si conferidas, algo que é assinalado praticamente por todos os estudiosos do direito comparado ou da ciência política, apenas amainados pelas deturpações da censura (ou autocensura?) nos nossos órgãos públicos de comunicação social. Porque chamo a isso de sacralização anacrónica? É que olhando, por exemplo, para os nossos universos próximos (SADC ou CPLP, enquanto a Guiné Equatorial não for admitida), tirando de fora provavelmente o caso do Zimbabwe, já não há mais sistemas do tipo em que o poder presidencial tanto se aproxime de uma teocracia humana, passe o paradoxo.

Talvez muitos dos graves problemas que vivemos actualmente, como o desemprego, a pobreza e a falta de habitação para as camadas jovens urbanas especialmente, ainda não sejam inteira e exclusivamente causados por esta situação singular. Mas uma coisa é certa, para mim: este é o nosso problema fundamental e, como costumo dizer, este é o maior desafio que a actual geração de políticos ou a própria comunidade cívica deve vencer, nos próximos tempos.

Mas vejamos como algumas das questões que referi inicialmente de que muitos me querem ouvir pronunciar-me de forma isolada, se relacionam com o nosso regime material político-institucionalmente anómalo.

Nos últimos dois textos, a pedido da Associação Omunga, falei da corrupção, cujos aspectos científicos, como confessei, não são minha especialidade; e um amigo jovem numa rede social electrónica disse que só ficaria satisfeito se eu, para além da medida de longo prazo (eu diria, da medida de grande alcance estratégico) que propus, falasse de medidas imediatas. Na verdade, não só em relação ao problema da corrupção, como a volta de muitos assuntos que nos apoquentam há um rol de medidas, entre as quais as judiciais a que se deve recorrer, que até começam a ser accionadas pelo próprio regime, mas, se formos a ver bem, tudo isso vai esbater-se no facto de que há faixas importantes de pessoas que são materialmente intocáveis, dentro deste sistema de santificação de alguns e de instrumentalização do poder judicial que está a vista de todos. Já estou a ouvir alguém a dizer que estou a exagerar. OK, mas então vejamos justamente este caso fresco de que me pedem para falar: o caso José Maria dos Santos que aliás se enquadra no âmbito mais vasto de “como se (des)governa a nossa malfadada capital.

Eu conheço o meu “mais novo” camarada José Maria; um quadro fantástico, cheio de vigor, com tantas oportunidades ao seu dispor fora e dentro do MPLA, mas acho que foi inoportuna a sua colocação como governador de Luanda, substituindo a mais experiente (tinha defeitos? Tinha. Quem os não tem?) senhora Francisca do Espírito Santo. Diga-se, que antes dela, outros excelentes quadros de grande gabarito político (é sobretudo o perfil político que se exige de um quadro nesse nível) foram sendo (in)explicavelmente afastados tal como antes inopinadamente nomeados. É aqui que está o problema: não há critérios minimamente objectivos para nomeações e “desnomeações”, prazos ou mandatos a cumprir, em tão elevadas funções; tudo depende, e hoje cada vez mais, dos “sábios e clarividentes” critérios de “Sª Exª o Presidente da República”.

Numa situação de desenfreada corrida ao enriquecimento, como imaginar que isso não seja, em si, um estímulo para o surripio (dão-me esta oportunidade fantástica de ser conduzido para este tacho formidável; só sei o dia da tomada de posse, nunca por nunca o do fim da minha missão, para me indagarem sobre os programas realizados, as verbas consignadas para um prazo determinado)? Porém, não estou aqui a insinuar que tivesse havido qualquer surripio do meu camarada “mais novo”. Na verdade -pasme-se – o que as fontes tão palpáveis do Palácio Presidencial espalharam como a futura próxima causa do afastamento do nosso Governador de apenas 6 meses, não foi afinal a alegada cobrança indecorosa de 25 milhões de dólares, por um terreno, a coitados de israelitas salvos a tempo pela oportuna e moralizadora intervenção de “Sa Exª o Presidente da República”, algo que terá sido investigado pela Procuradoria da República, sob “a sábia orientação do Chefe do Executivo”, mas tão somente por razões ponderosas da aplicação da nova Constituição sob “a sábia e firme direcção de Sª Exa”. E, pelo que sabemos, a não ser que pelo despertar deste artigo se faça diferente, as coisas vão mesmo ficar assim. Não se fala mais nisso. “Sª Exª” tomou medidas sábias e ponto final e não há mais explicações; só querem perturbar o Camarada Presidente, etc. etc.

Em quantos países mais se funciona desta maneira, mesmo em África? Como dizia o meu velho amigo português, o Dr. Almeida Santos, Preocupem-se”. Até porque, como já o tenho referido, esta doença da sacralização do poder, algo que não casa com a consagração de um Estado moderno e democrático, já há muito muito se transmitiu, também aos partidos da oposição. É de se acreditar que se fale numa eventual expulsão de um quadro como o Abel Chivukuvuku da UNITA, só porque estaria (ou não) na base da criação de um grupo de reflexão, no âmbito de uma natural disputa política a que essa organização nos estava a habituar, desde há um tempo para cá?

Dessacralizar este sistema é o caminho. Reflictamos. A solução há-de aparecer. E que seja pacífica é o que se deseja. Deixemos de repetir o refrão de nacionalistas dos anos 50 e 60, segundo o qual “o poder não se dá, arranca-se”. É o que nos faz andar atrasados. Hoje o mundo avança cada vez mais na base da inteligência.

Tudo chega para todos!

Marcolinomoco.com

«Em nenhum momento a Unita aceitará a terceira fraude eleitoral, custe o que custar»




ANGOLA 24 HORAS

Custe o que custar a UNITA ameaça desencadear manifestação no país se o MPLA aprovar Pacote Legislativo Eleitoral fraudulento, a UNITA estará ali desarmada a defender a constituição, porque o art. 107 da constituição de Angola diz que os órgãos da administração eleitoral têm de ser independentes.

Falando aos militantes do Partido, por ocasião da inauguração do Centro Social da LIMA, no dia 13 de Agosto de 2011, em Viana, o Secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa assegurou que o seu Partido não vai tolerar que o MPLA aprove uma lei eleitoral que propicie condições para a realização de eleições fraudulentas como foi em 1992 e 2008.

Segundo o dirigente político da UNITA o seu Partido “em nenhum momento aceitará a terceira fraude eleitoral, custe o que custar”.

Denunciou que o executivo pretende aprovar, na próxima terça feira o Pacote Legislativo Eleitoral na generalidade, tendo adiantado que “se for conforme está, a próxima semana constitucionalmente a UNITA sairá a rua para reivindicar que os actos de inconstitucionalidade sejam repostos”.

Alertou, no entanto que podem colocar tudo que quiserem, a UNITA estará ali desarmada a defender a constituição, porque o art. 107 da constituição de Angola diz que os órgãos da administração eleitoral têm de ser independentes, e o executivo quer para si a organização e logística eleitoral.

Falando especificamente sobre a LIMA que neste sábado inaugurou o seu segundo Centro Social, Abílio Kamalata Numa recordou que a organização feminina da UNITA foi sempre a sustentação da moral de todos os militantes do Galo Negro nos momentos de dificuldade.

Numa, enalteceu o papel desempenhado pela mulher filiada na UNITA, nas diversas áreas do saber, a exemplo da educação e saúde onde formaram doutores competentes que servem de exemplo pelo serviço desempenhado, assim como as mulheres que fizeram parte das forças armadas, graduadas e promovidas e que hoje muitas delas são descriminadas no acto do seu licenciamento à reforma.

Por outro lado, Kamalata Numa manifestou satisfação pelo facto de se verificar maior adesão de novos membros às fileiras do Galo Negro, sendo a maioria jovens dispostos a participar no esforço colectivo para a mudança de regime em Angola.

O Centro ora inaugurado tal como o do Kikolo, vai albergar cursos de alfabetização, corte costura, lavores femininos, segundo fez saber a vice-presidente da organização feminina da UNITA, Helena Bonguela.

Assegurou que o projecto está aberto a sociedade em geral, devendo atender homens, mulheres e jovens de ambos os sexos e tem como madrinha a Dra Inês Satuala Samakuva.
Recordar que a LIMA inaugurou no dia 11 de Agosto corrente um centro social de âmbito nacional no Kikolo município do Cacuaco, consagrado a heroína Maria Nakamela Chimbili.

Falando aos militantes do Partido, por ocasião da inauguração do Centro Social da LIMA, no dia 13 de Agosto de 2011, em Viana, o Secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa assegurou que o seu Partido não vai tolerar que o MPLA aprove uma lei eleitoral que propicie condições para a realização de eleições fraudulentas como foi em 1992 e 2008.

Segundo o dirigente político da UNITA o seu Partido “em nenhum momento aceitará a terceira fraude eleitoral, custe o que custar”. Denunciou que o executivo pretende aprovar, na próxima terça feira o Pacote Legislativo Eleitoral na generalidade, tendo adiantado que “se for conforme está, a próxima semana constitucionalmente a UNITA sairá a rua para reivindicar que os actos de inconstitucionalidade sejam repostos”.

Alertou, no entanto que podem colocar tudo que quiserem, a UNITA estará ali desarmada a defender a constituição, porque o art. 107 da constituição de Angola diz que os órgãos da administração eleitoral têm de ser independentes, e o executivo quer para si a organização e logística eleitoral. Falando especificamente sobre a LIMA que neste sábado inaugurou o seu segundo Centro Social, Abílio Kamalata Numa recordou que a organização feminina da UNITA foi sempre a sustentação da moral de todos os militantes do Galo Negro nos momentos de dificuldade. Numa, enalteceu o papel desempenhado pela mulher filiada na UNITA, nas diversas áreas do saber, a exemplo da educação e saúde onde formaram doutores competentes que servem de exemplo pelo serviço desempenhado, assim como as mulheres que fizeram parte das forças armadas, graduadas e promovidas e que hoje muitas delas são descriminadas no acto do seu licenciamento à reforma. Por outro lado, Kamalata Numa manifestou satisfação pelo facto de se verificar maior adesão de novos membros às fileiras do Galo Negro, sendo a maioria jovens dispostos a participar no esforço colectivo para a mudança de regime em Angola.

O Centro ora inaugurado tal como o do Kikolo, vai albergar cursos de alfabetização, corte costura, lavores femininos, segundo fez saber a vice-presidente da organização feminina da UNITA, Helena Bonguela. Assegurou que o projecto está aberto a sociedade em geral, devendo atender homens, mulheres e jovens de ambos os sexos e tem como madrinha a Dra Inês Satuala Samakuva. Recordar que a LIMA inaugurou no dia 11 de Agosto corrente um centro social de âmbito nacional no Kikolo município do Cacuaco, consagrado a heroína Maria Nakamela Chimbili.

UNITA ANGOLA

SETENTE E OITO PARTIDOS NA GRELHA DE PARTIDA PARA GERAIS DE 2012




ANGOLA 24 HORAS

O Bloco Democrático é a última formação política legalizada até aqui pelo Tribunal Constitucional que se associou a outros setenta e sete partidos políticos com a situação regularizada junto daquela instância judicial.

Até à realização das próximas eleições estarão, por isso, habilitados a concorrer setenta e oito partidos políticos, devendo a capacidade de recolha de assinaturas para formalizar a candidatura nos termos da lei, determinar a desistência daquelas formações políticas que forem incapazes cumprir o preceituado legal.

Deste número, muitos partidos correm o risco de serem extintos administrativamente, porquanto não participaram nas eleições passadas e, por força da lei, serão extintos caso voltem a abster-se de participar no próximo pleito eleitoral.

Até pouco antes da realização das eleições de 2008, o quadro de partidos políticos apontavam para a existência de mais de uma centena, acabando a corrida eleitoral por inabilitar alguns por não terem alcançado o percentual de 0,5 por cento dos votos validamente expressos nas urnas.

Entre estes encontra-se o que actualmente tem a mais antiga data de legalização que é o Partido Democrático Pacífico de Angola reconhecido no dia primeiro de Julho de 1991 pelo Tribunal Supremo então nas vestes de Constitucional.

Muatchicungo volta ao PRS como militante de base

O Tribunal Constitucional emitiu um acórdão a responder a um pedido de aclaração remetido a essa instância judicial por António Muachicungo e mais dois companheiros em relação ao conteúdo de um acórdão do TC que deliberou sobre o seu regresso ao PRS.
Muachicungo e pares, expulsos do Partido de Renovação Social, haviam solicitado a impugnação de um congresso realizado pelo partido.

Na apreciação do TC ficou claro que a sua expulsão do partido tinha sido tomada à margem da lei, tendo decidido pela sua reintegração com todas as consequências que a nulidade da expulsão acarreta.

A pretensão dos ora reintegrados militantes era regressar à condição que precedeu a sua expulsão. Na altura, António Muachicungo era o vice-presidente do PRS.

O Tribunal Constitucional prestou a Muachicungo a aclaração do conteúdo do acórdão 131/2011 esclarecendo que o regresso ao partido exercendo as funções de vice-presidente não era praticável, porque “o acto de expulsão ocorreu já durante a realização do congresso ordinário de 1999 (…)” e nessa altura tanto os expulsos como os demais órgãos de cúpula do partido tinham os mandatos findos.

Lembram que a direcção do partido era na ocasião assumida pelos órgãos do próprio congresso, além de que, sublinhou o tribunal, Muachicungo e companheiros não impugnaram de forma contenciosa o congresso de 1999, muito menos a eleição de Eduardo Kuangana como presidente do PRS.

Angola: DAVID MENDES JÁ FOI LIBERTADO





O Advogado David Mendes informou a instante que já está solto das mãos dos elementos ligados a Polícia Nacional.

 O Jurista e Advogado David Mendes, foi detido no início desta tarde (14-8) na comuna de Kitexe Província do Uige, por elementos afectos a polícia Nacional.

Segundo o próprio David Mendes, a detenção ocorreu na tarde de hoje, por  ele e mais 25 companheiros de causa estarem a fazer  distribuição de panfletos do partido Popular que de é dirigente.

David Mendes é também conhecido como o Advogado dos pobres, é igualmente dirigente  da Associação Mãos livres, que se bate pela defesa dos Direitos Humanos e um escritório de Advogados .     

Angola: Baixa qualidade e ausência de investigação são entraves para ensino superior no país




LUSA

Salvador, 15 ago (Lusa) -- A ausência de investigação científica e a baixa qualidade dos docentes são os maiores entraves no ensino superior em Angola, que não acompanha o crescimento que se vive o país, disse à Lusa um sociólogo da Universidade Agostinho Neto.

"A ampliação do ensino superior ocorreu desde 2009, agora é preciso apostar no reforço à qualidade. De um modo geral, a qualidade do ensino superior é baixa", disse à Lusa Paulo Horácio de Carvalho, ex-reitor da Universidade Katyavala Buila, sediada em Benguela.

O sociólogo falou à Lusa à margem do Congresso Luso-Afro-Brasileiro (CONLAB) de Ciências Sociais que decorreu na passada semana em Salvador, na Baía.

Moçambique: CHINA PROMETE CONSTRUIR 10 MIL CASAS E UMA LINHA FÉRREA




ANGOLA PRESS

Maputo - A China vai construir 10 mil casas e uma linha férrea em Moçambique, ao abrigo de acordos assinados durante a visita que hoje (segunda-feira) termina do Presidente moçambicano, Armando Guebuza, ao gigante asiático.
 
Desde o dia 09 de Agosto, o chefe de Estado moçambicano está a efectuar uma visita de Estado à China, para reforço da cooperação, e testemunhou a assinatura de 10 memorandos, que prevêem ajuda gratuita ao executivo de Maputo e empréstimo sem juros e formação de pequenas e médias empresas moçambicanas.
   
No fim-de-semana, a empresa chinesa Henan Gou Ji e o Fundo de Fomento e Habitação (FFH) de Moçambique rubricaram um acordo visando a construção, ainda este ano, de 10 mil casas de baixo custo para funcionários públicos, jovens e ex -militares. 
   
O presidente do FFH, Rui Costa, disse aos jornalistas que metade das habitações será construída na cidade da Matola, sul do país, e que o custo máximo das casas T1, T2 e T3, em altura, poder ser de 100 mil dólares (cerca de 70 mil euros). 
  
Em Março, o Governo moçambicano anunciou que pretende construir, até 2014, cerca de 100 mil casas de baixo custo para a franja mais pobre da população, uma medida inserida na Política e Estratégia de Habitação, cuja materialização depende de financiamento. 
    
Também o grupo chinês Kingho anunciou que vai financiar a construção de uma linha férrea que ligará Moatize, na província de Tete, ao porto da Beira, na província de Sofala, centro de Moçambique. 
  
Segundo o presidente da empresa chinesa Huo Qinghua, a linha férrea terá início no distrito de Moatize, em breve a capital mundial de produção de carvão, passará pela cidade de Chimoio, na província de Manica, e terminará na capital provincial de Sofala, Beira. 
   
Ao abrigo de um outro acordo assinado durante a visita de Armando Guebuza à China, Moçambique deverá integrar a lista de países beneficiários dos fundos do Banco de Desenvolvimento da China (CDB), o que permitirá "obter créditos comerciais da China, na base de ganhos mútuos". 

Cabo Verde: Défice da balança comercial aumenta 23 por cento no segundo trimestre




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 14 ago (Lusa) - O défice da balança comercial cabo-verdiana aumentou 23 por cento no segundo trimestre de 2011, em comparação com o registado no primeiro trimestre deste ano.

Segundo o relatório trimestral do Banco de Cabo verde (BCV), citado hoje pela Inforpress, o défice da balança corrente passou de 4.380,2 milhões de escudos (cerca de 37,9 milhões de euros), no primeiro trimestre de 2011, para 7.666 milhões de escudos (69,5 milhões de euros) no segundo.

O aumento das necessidades de financiamento da economia também resultou da redução expressiva das transferências de capital em 1.252,5 milhões de escudos (11,3 milhões de euros).

De acordo com os dados do BCV, o financiamento da economia foi realizado principalmente através do endividamento público (58 por cento), face à fraca performance do Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

Os dados do banco central indicam também que o défice comercial de mercadorias aumentou 17,6 por cento em termos homólogos, devido sobretudo à evolução das importações e as transferências correntes caíram 8,8 por cento, com a queda dos donativos ao Governo.

As balanças de serviços e de rendimentos evoluíram favoravelmente, revelam os dados divulgados pelo BCV. As exportações líquidas de serviços aumentaram cerca de 10 por cento e o défice da balança de rendimentos reduziu-se em 17,7 por cento.

As exportações de mercadorias cresceram 35,6 por cento em termos homólogos, contribuindo em cerca de 21 por cento para o aumento das exportações de bens, enquanto as de pescado representaram cerca de 84 por cento do total, destinando-se exclusivamente aos mercados da zona euro.

Os fornecimentos de combustíveis e víveres a navios e aviões internacionais contribuíram em 77,5 por cento para o aumento das exportações totais de bens.

O dinamismo do setor turístico tem favorecido, nomeadamente pela via do aumento do número tráfego de companhias aéreas estrangeiras, a evolução mais recente desta rubrica da balança de bens.

As importações de mercadorias aumentaram cerca de 18 por cento, desacelerando, contudo, ligeiramente relativamente ao primeiro trimestre de 2011.

A balança de serviços foi a componente mais dinâmica da balança corrente, registando no segundo trimestre um saldo líquido 5.112 milhões de escudos (46,3 milhões de euros), cerca de 451 milhões de escudos (4,09 milhões de euros) a mais do que verificado em igual período de 2010.

Para o crescimento da balança de serviços contribuiu sobretudo o aumento em 13,9 por cento das receitas brutas de turismo.

As remessas de emigrantes cresceram 36,4 por cento em termos homólogos no segundo trimestre, acentuando o perfil ascendente que vêm registando desde o segundo semestre de 2010.

Em relação às remessas em divisas provenientes dos países da zona euro, registou-se um aumento de 39,1 por cento no segundo trimestre, enquanto as oriundas dos Estados Unidos decresceram cerca de 13 por cento.

Brasil - Porto Alegre: EX-VICE-CÔNSUL DIZ-SE VÍTIMA DE GOLPE CONTRA ARQUIDIOCESE





Adelino Pinto diz que também perdeu dinheiro

O ex-vice-cônsul de Portugal Adelino Pinto afirmou que também é vítima do golpe que gerou um prejuízo de 2,5 milhões de reais (1,08 milhão de euros) à arquidiocese de Porto Alegre, no sul do Brasil, noticia a Lusa.

«Eu fiquei sem nada. Acabei colocando dinheiro meu também que ainda não foi restituído», declarou em entrevista por telefone ao jornal «Zero Hora», do Rio Grande do Sul. Adelino Pinto afirmou que não ficou com o dinheiro da arquidiocese.

Segundo os padres brasileiros, Adelino Pinto ofereceu-se, em nome do Governo de Portugal, para intermediar o contrato com uma ONG belga que financiaria o restauro de duas igrejas de origem portuguesa no Brasil.

Para receber o dinheiro, a arquidiocese depositou os 2,5 milhões de reais como caução na conta bancária de Adelino Pinto. O financiamento para as reconstruções, porém, nunca chegou.

Segundo as investigações da polícia brasileira, o dinheiro foi transferido pelo vice-cônsul, entretanto exonerado de funções, para contas no Brasil e no estrangeiro.

Do dinheiro que ficou no Brasil, foram gastos 447 mil reais (194 mil euros). A polícia registou despesas com restaurantes, tratamentos estéticos e eletrodomésticos, entre outros.

O ex-vice-cônsul negou esses gastos. «Só se estou com amnésia muito grande, mas não lembro nada disso. Comprei coisas essenciais», declarou.

Sobre a transferência de 1,8 milhão de reais (780 mil euros) para uma conta no banco BBVA em Lisboa, Adelino declarou que esse dinheiro foi mandado para uma conta de Teresa Falcão e Cunha, representante da ONG belga que financiaria os restauros.

«Há provas documentais em que ela assume que ficou com o dinheiro», disse o português, que está a ser investigado em Portugal pelo Ministério Público.

Ele reconheceu que a mulher «desapareceu», mas afirmou que ela disse, por intermédio de uma colaboradora, que devolveria o dinheiro à arquidiocese até ao final do ano.

Segundo Adelino Pinto, Teresa Falcão e Cunha é portuguesa, do Algarve. A colaboradora é uma funcionária pública chamada Teresa Almeida.

O ex-vice-cônsul disse ao jornal que está em Roma, a resolver assuntos pessoais. No entanto, ele foi avistado na semana passada em Lisboa, segundo testemunhas contactadas pela Lusa.

Na entrevista, Adelino afirmou que voltaria ao Brasil na terça-feira para se apresentar no Consulado de Portugal. «Sou vice-cônsul aí. Preciso dar a cara e me apresentar às pessoas», declarou.

Ao ser confrontado com o facto de que já foi afastado do cargo, disse que «não tem qualquer problema» em se apresentar até a conclusão das investigações.

Adelino Pinto disse também que quer se apresentar à polícia em Porto Alegre ainda este mês.

Na sexta-feira, a Justiça brasileira decretou a prisão de Adelino, que é considerado foragido. A polícia brasileira disse que comunicaria a Interpol sobre a ordem de prisão.

Contactado pela Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal comunicou que, até ao fim dos processos judiciais, não produzirá comentários.

NAVIO DE GUERRA PORTUGUÊS VAI COMBATER PIRATARIA NO CORNO DE ÁFRICA




DESTAK - LUSA

O combate à pirataria no Corno de África é a missão da fragata D. Francisco Almeida que hoje partiu de Lisboa rumo ao Índico para integrar a Força Naval Permanente da NATO e participar na Operação Ocean Shield 2011.

O navio de guerra, entregue à Marinha em 2010, tem uma guarnição de 185 militares, dos quais 14 mulheres, inclui uma equipa do pelotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros e ainda o destacamento do Helicóptero Lynx. A operação decorrerá ente 01 de Setembro e 30 de Outubro.

“Esta missão está enquadrada internacionalmente e destina-se ao combate à pirataria e a garantir o livre trânsito de pessoas e bens na zona do Corno de África, que é um eixo fundamental do tráfego marítimo internacional”, explicou o comandante da fragata, Salvado Figueiredo.

Esta não é a primeira fragata portuguesa que integra uma força da NATO no combate à pirataria na zona do Corno de Africa e o objectivo é o mesmo: “proteger o tráfego marítimo que atravessa a costa da Somália, detendo e prevenindo actos de pirataria ou assaltos a navios naquela costa”.

O capitão de mar-e-guerra assegura que os seus militares estão “preparados para cumprir qualquer missão”, em particular “todas as acções que têm a ver com o impedimento de actos de pirataria que ponham em causa a navegação mercante naquela área”.

A missão foi preparada com antecedência e os militares tiveram treino específico estando “todas as tarefas perfeitamente estudadas”.

Uma das vantagens para a concretização da missão é o facto de os 15 fuzileiros que a integram já conhecerem bem o terreno porque já estiveram em ação naquela zona.
“Durante as nossas acções podemos ter que abordar as embarcações de pirataria, mas temos uma equipa de fuzileiros com experiência neste tipo de operações porque já estiveram no teatro de operações e conhecem bem a zona e isso deixa-nos descansados”, acrescentou.

Muitos militares já têm experiência neste tipo de missões, mas a 2ª marinheira Sara Santos, uma açoriana de 22 anos, com três ano e meio de marinha, vai fazer a sua estreia “numa operação real”. Admite estar empolgada e um pouco nervosa, mas confia plenamente na guarnição e no sucesso da operação.

“Apesar de termos algum receio do contacto directo com os piratas vamos para estas missões para as concretizar. Estarmos 3 meses só a fazer patrulha… já que eles lá estão, vamos em busca deles”, disse à agência Lusa.

Até agora, Sara Santos, que está há três anos e meio na Marinha só participou em exercícios ao longo da costa portuguesa e do mediterrâneo.

“Tenho respeito pelo que se está a passar na zona, mas tenho confiança que vamos conseguir cumprir a nossa missão”, assegurou a marinheira que não tinha família a despedir-se por estarem longe.

Uma das imagens mais marcantes da saída do navio da base de Lisboa foi a centena de familiares que, com lágrimas nos olhos, se despediam dos marinheiros, mas confiantes que, daqui a três meses, regressarão "são e salvos e com a garantia de dever cumprido".

A fragata Corte Real foi a primeira a integrar uma força de intervenção rápida da Nato, há cerca de dois anos, e chegou mesmo a receber um louvor.

*Foto em Lusa

ISRAEL CONSTRUIRÁ 227 NOVAS CASAS EM TERRITÓRIO PALESTINO




TERRA - EFE

Israel construirá 227 novas casas para judeus no território palestino ocupado da Cisjordânia, informou nesta segunda-feira o Ministério da Defesa de Israel.

"O ministro da Defesa, Ehud Barak, aprovou na semana passada a construção de 227 casas no assentamento de Ariel, das quais cem serão destinadas as pessoas que tiveram que deixar Netzarim", assentamento na Faixa de Gaza cuja população foi retirada em 2005, informou o ministério em comunicado.

O anúncio ocorre dias depois que a comunidade internacional, especialmente a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, condenaram as últimas autorizações para a construção de casas no território palestino ocupado de Jerusalém Oriental.

Na semana passada foi anunciada a aprovação por parte do Ministério do Interior de planos para a construção de 1,6 mil casas na colônia judaica de Ramat Shlomo e, no início do mês, também foi aprovada a edificação de 930 casas em Har Homa.

A imprensa local também informou sobre os planos para a construção de outras 600 casas em Pisgat Ze'ev e de mais 2 mil em Givat Hamatos, também em Jerusalém Oriental, cidade que os palestinos reivindicam como a capital de seu Estado.

O assentamento de Ariel, no qual vivem mais de 17 mil colonos, fica localizado no distrito palestino de Salfit, ao sul de Nablus, e foi construído sobre terras desapropriadas por Israel em 1978 "sob o falso pretexto de necessidades militares", segundo a ONG israelense B'Tselem.

"O governo coloca mais lenha na fogueira para setembro", mês em que os palestinos pretendem que a ONU reconheça o Estado Palestino e "se aproveita da crise da moradia em Israel para expandir os assentamentos", declarou à agência Efe a diretora do departamento de acompanhamento dos assentamentos da ONG israelense Paz Agora.

IRAQUE: ATAQUE BOMBISTA FAZ 56 MORTOS




DESTAK - LUSA

Cinquenta e seis mortos, a maioria dos quais na cidade de Kut, no sul, é o resultado de explosões de bombas ocorridas hoje em mais de uma dúzia de cidades iraquianas, noticia a agência Associated Press (AP).

A onda de violência ocorrida durante um Ramadão relativamente calmo partiu do norte da cidade de Kirkuk para a capital e desta para cidades shiitas do sul como Najaf, Kut e Karbala, salientando a capacidade persistente dos revoltosos causarem estragos num momento em que as autoridades iraquianas estão a avaliar a capacidade de protegerem o país sem o auxílio das tropas americanas.

Os ataques foram coordenados para ocorrerem de manhã e incluíram a detonação de carros armadilhados e de um bombista suicida que conduzia um veículo armadilhado que foi embater numa esquadra de polícia.

Na província de Diyala, sete explosões ocorreram em cidades diferentes entre as quais na capital, Baquba, onde cinco soldados foram mortos. Nas outras cidades registaram-se mais seis mortos, disse Faris al-Azawi, porta-voz da delegação de saúde Diyala.

A onda maior de violência ocorreu, todavia, na cidade de Kut, a 160 quilómetros a sudeste de Bagdade, onde explosões simultâneas obrigaram à interrupção de trabalhos de construção num mercado de venda de geradores.

O porta-voz da polícia, tenente-coronel Dhurgam Mohammed Hassan, disse que a primeira bomba explodiu num congelador utilizado para refrescar bebidas enquanto a segunda detonou num carro armadilhado.

O chefe do comité provincial de segurança na província de Wasit, Shamil Mansour, referiu que 35 pessoas foram mortas enquanto outro funcionário disse terem ficado feridas 64 pessoas.

Shamil Mansou atribuiu a responsabilidade desta onda de violência a um sistema político que nomeia pessoas para cargos de governo com base na filiação em vez de o fazer pelas capacidades.

Na cidade de Najaf, um carro-bomba foi embater numa esquadra de polícia, disse Luay al-Yassiri, disse o responsável da segurança da província de Najaf.

Quatro mortos - dois dos quais polícias – e 32 civis foi o resultado dos ataques naquela cidade, disse.

Perto de Karbala, um carro armadilhado junto a uma esquadra de polícia matou três pessoas e feriu 14, disseram à AP dois polícias.

Em Tikrit, três homens com uniformes militares e cintos explosivos deslocaram-se até um edifício da polícia antiterrorismo tendo um sido impedidos pelas forças de segurança. Duas pessoas morreram e 10 ficaram feridas depois de um dois dos rebeldes terem conseguido entrar no edifício.

Em Bagdade, um carro armadilhado explodiu perto de um comboio que transportava funcionários do Ministério do Ensino Superior, ferindo oito pessoas. também em Kirkuk deflagrou um carro armadilhado sem ter feito qualquer vítima.

Estas explosões foram o primeiro ato de violência desde que os líderes políticos do Iraque anunciaram, no início deste mês, negociações com os Estados Unidos sobre a possibilidade deste país manter algumas tropas no Iraque até 31 de dezembro, uma vez que as tropas americanas ali estacionadas deverão abandonar o país até final do ano.

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