quinta-feira, 4 de junho de 2015

ONU. HUMAN RIGHTS WATCH QUER COLOCAR ISRAEL NA “LISTA DA VERGONHA”




A ONG Human Rights Watch (HRW) apelou hoje ao secretário-geral da ONU para colocar Israel na "lista da vergonha" dos que violaram os direitos das crianças durante conflitos armados, na sequência da guerra de Gaza em 2014.

A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque pediu a Ban para resistir às pressões que o Estado hebreu e os Estados Unidos estão a impedir que o exército israelita seja incluído na lista anual que deve ser divulgada na próxima semana, que evoca as mais de 500 crianças mortas durante o conflito.

"O secretário-geral Ban [Ki-moon] pode reforçar a proteção das crianças em tempo de guerra baseando a sua lista em factos e não sob pressão política", considerou Philippe Bolopion, um dos diretores da HRW.

O conflito de 50 dias que opôs em 2014 Israel ao Hamas em Gaza provocou a morte de 539 crianças e feriu outras 2.956. Entre os feridos, numerosas crianças palestinianas sofrem de traumatismos e muitas ficaram permanentemente incapacitadas, segundo referiu a UNICEF, a agência da ONU para as crianças.

A ONG também solicita que o movimento palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza, seja acrescentado a esta lista, à semelhança de outros grupos armados no Paquistão, Tailândia ou na Índia, designadamente por ataques a escolas ou o recrutamento de crianças-soldados.

A lista inclui atualmente 51 grupo armados, incluindo o grupo islamita nigeriano Boko Haram, o grupo 'jihadista' Estado Islâmico, mas ainda os exércitos de oito países, incluindo a Síria, Iémen, República Democrática do Congo ou Sudão.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Tiananmen. VIGÍLIA EM HONG KONG ASSINALOU ANIVERSÁRIO DA REPRESSÃO




Milhares de pessoas concentraram-se hoje em vigília no Parque Vitória, em Hong Kong, para assinalar o 26.º aniversário da repressão militar na praça de Tiananmen, em Pequim.

Segundo a organização, cerca de 135.000 corresponderam ao apelo da Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Patrióticos na China, mas a polícia chinesa calcula que apenas 46.000 participaram na vigília, que decorreu sem incidentes.

Líderes estudantis aproveitaram a ocasião para exigir uma emenda à Lei Fundamental de Hong Kong, para poder instaurar um sistema democrático sem restrições nesta ex-colónia britânica.

O Conselho Legislativo (LegCo) de Hong Kong tem agendado votar, no próximo dia 17, a polémica reforma eleitoral que esteve na origem da chamada "revolução dos guarda-chuvas", que, entre setembro e dezembro de 2014, marcou a vida social e política da agora região Administrativa Especial chinesa de Hong Kong.

A 04 de junho de 1989, o exército chinês interveio contra manifestantes pró-democracia que ocupavam a praça de Tiananmen (cujo nome em chinês significa 'Paz Celestial').

Além de Hong Kong, a Região Administrativa Especial de Macau também assinalou hoje a efeméride, com 500 pessoas concentradas no Largo do Senado.

Lusa, em Notícias ao Minuto

ISABEL DOS SANTOS COMPRA 65% DA EFACEC - oficial




Notícia está a ser avançada pela TVI24

Isabel dos Santos comprou a posição maioritária na empresa Efacec Capital, holding que controla a elétrica Efacec Power Solutions.

Citada pela TVI24, a empresária angolana garante que a aquisição de 65% das ações da elétrica é um “investimento estratégico e de longo prazo”.

Segundo notícia avançava o Jornal de Negócios, Isabel dos Santos investiu um total de 200 milhões de euros para adquirir 65% das ações da Efacec.

"A Sociedade Winterfell, maioritariamente detida por Isabel dos Santos e que também é participada pela Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE), formalizou hoje a aquisição de 65% da Efacec Power Solutions, numa iniciativa que visa reforçar financeiramente a empresa portuguesa, aumentar a sua capacidade de investimento e atuação no mercado e relançar a sua estratégia de internacionalização através de uma orientação para áreas e geografias em que detém capacidades competitivas superiores".

A Efacec Power Solutions agrupa as atividades centrais do grupo Efacec, que inclui a energia, com transformadores, aparelhagem, automação e mobilidade elétrica, e engenharia, registando um volume de negócios de cerca de 500 milhões de euros anuais, tem uma equipa de 2.500 colaboradores e atividade em 80 países.

"Este é um investimento estratégico e de longo prazo", adianta a Sociedade Winterfell, em comunicado.

"As competências da Efacec Power Solutions assumem uma particular relevância para os novos acionistas dado que esta parceria contribuirá para o desenvolvimento da exportação de conhecimento e para a partilha de tecnologia", refere, adiantando que "os acionistas da Sociedade Winterfell acreditam, em particular, que a economia angolana sairá beneficiada dado o 'know how' da Efacec para áreas chave do seu crescimento económico".

A Winterfell garante que a Efacec Capital "manter-se-á no capital social da Efacec Power Solutions com uma participação de 35%".

"O nosso investimento consubstancia um projeto de parceria de longo prazo que visa reforçar a capacidade financeira da Efacec, aumentando a sua capacidade de aceder a novos mercados e competências", afirmou Mário Leite Silva, representante da empresária angolana.

"Apostamos na Efacec porque se trata de uma das empresas portuguesas mais internacionalizadas, uma histórica da engenharia com equipas qualificadas e excelentes quadros. Queremos ajudá-los a prosseguir uma estratégia global a partir de agora mais orientada para áreas e geografias em que detêm capacidades competitivas superiores", disse, após o anúncio da operação.

"A economia angolana sai beneficiada com esta aquisição dado a expertise da Efacec em áreas fundamentais para o crescimento económico e o desenvolvimento de Angola como são as competências de engenharia e da energia, nomeadamente produção energética, redes elétricas, ambiente, mobilidade urbana e transportes", concluiu Mário Leite Silva.

Também os grupos José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves comunicaram a operação, adiantando que chegaram a acordo com a Winterfell para a venda da sua posição na Efacec Power Solutions (EPS), empresa constituída no âmbito do processo de reestruturação do universo de participações da Efacec.

"O acordo de parceria hoje anunciado é o culminar de um processo negocial que representa uma solução que privilegia o futuro da Efacec e maximiza o seu valor, reforçando a continuidade e o desenvolvimento da empresa", sublinham, adiantando que a entrada de Isabel dos Santos na estrutura da EPS, esta "vê reforçado o seu balanço, ganha condições para dar continuidade ao plano de expansão internacional dos seus negócios, em particular em África, e mantém o seu contributo para a economia nacional".

Com este acordo, "os grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves assumem o estatuto de acionistas minoritários da EPS e permanecem detentores da totalidade da Efacec Capital, sociedade que continuará a deter e a gerir os negócios de manutenção e de energias renováveis, que ficaram fora do perímetro da EPS".

A TVI24 refere ainda que a operação terá ainda de ser aprovada pela Autoridade da Concorrência.

Notícias ao Minuto com Lusa

Guiné-Bissau. Secretário de Estado das Comunidades detido pela Polícia Judiciária



O secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Idelfrides Fernandes, encontra-se detido nas celas da Policia Judiciaria em Bissau no âmbito das investigações sobre a concessão de passaportes do país a cidadãos estrangeiros, disse à Lusa fonte judicial.

De acordo com a fonte, a detenção ocorreu quando o secretário de Estado saía da sede do Parlamento e abordado pela polícia, Idelfrides Fernandes "não ofereceu resistência" tendo sido conduzido para a vara-crime do Ministério Público para ser ouvido nos autos e posteriormente levado para as celas daquela polícia.

O governante foi ouvido pelo magistrado Mário Ialá que, desde segunda-feira, emitiu um mandado para a sua detenção, indicou a fonte judicial.

Idelfrides Fernandes é indiciado como sendo responsável num esquema de atribuição de passaportes a cidadãos estrangeiros, nomeadamente chineses.

A polícia guineense intercetou na semana passada vários cidadãos chineses, no aeroporto internacional de Bissau, na posse de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau.

Os documentos teriam sido emitidos durante o Governo de transição, que dirigiu a Guiné-Bissau entre 2012 a 2014 até à realização de eleições gerais na sequência de um golpe militar.

Segundo a fonte judicial, por ser deputado eleito, Idelfrides Fernandes ainda esteve no Parlamento tentando invocar a sua imunidade para não ser detido.

Fonte do Parlamento disse à Lusa, porem, que por ser membro do Governo, Fernandes "deixou de gozar da imunidade parlamentar, por incompatibilidade" de funções.

Lusa, em Notícias ao Minuto

O PASSADO NÃO DEVE REGER O PRESENTE NEM BLOQUEAR O FUTURO



Expresso das Ilhas (cv), editorial

Em mais um Dia da África, o 25 de Maio, o foco da atenção do mundo recai sobre o futuro do continente. As tragédias dos naufrágios no Mar Mediterrâneo com perdas de milhares de vidas vieram lembrar os problemas terríveis com que se debatem as populações. É facto que em várias regiões do continente, a falta de autoridade do estado, junta-se aos extremismos religiosos, à violência étnica e a desastres naturais para empurrar milhares para migração clandestina para Europa. Mas, apesar da crise humanitária que se seguiu, não se nota o regresso ao afro-pessimismo dos anos passados. A África é hoje visto como um continente do futuro. A prestigiada revista britânica Economist já não se refere à África como o continente sem esperança (hopeless) mas sim como o continente promissor (hopeful).

Declarado em vários círculos do capital internacional como “a última fronteira”, a África tem merecido recentemente de países como a China, Índia e o Japão um interesse redobrado. Interesse que não fica pela exploração dos minérios e do petróleo, mas vai mais além para outros sectores da manufactura, energia e serviços diversos em particular nas áreas de informação e comunicação. Os potenciais parceiros económicos já não são somente as antigas potências coloniais e a América. Em tempos de globalização, a possibilidade de desenvolver múltiplas e complexas ligações económicas com todos os outros continentes são muito maiores e as potencialidades são imensas. O crescimento em média de 5 % nos últimos anos deve-se à maior capacidade de atracção do investimento directo estrangeiro e ao aumento das exportações para o qual tem contribuído grandemente a dinâmica das economias dos países emergentes, os BRICS.  

Várias razões concorrem para justificar porque os países africanos ficaram atrás quando comparados com os países asiáticos. Nos princípios da década de sessenta não havia muita diferença entre o rendimentoper capita da Coreia do Sul, da Singapura e de Taiwan e o do Gana, Nigéria ou Costa do Marfim. Girava tudo à volta dos 200, 300 dólares anuais. Porquê, então, hoje só se pode falar de tigres asiáticos e não de leões africanos. Um factor de peso que contribuiu para que o resultado fosse diferente num caso e noutro foi certamente a natureza e qualidade da liderança.

As opções de política económica no caso de vários países asiáticos permitiram-lhes criar uma capacidade endógena de criação de riqueza. Na África, pelo contrário,  houve países que se contentaram em viver dos recursos naturais como minérios e petróleo. Outros que não tinham tais recursos desenvolveram a capacidade de explorar o filão da ajuda internacional. Também na Ásia apostaram no sector privado e nas exportações e as consequências viram-se: ganharam em competitividade, aumentaram a produtividade, criaram uma classe média alargada e retiraram milhões de pessoas da pobreza. Enquanto isso, na África faziam-se experiências do socialismo africano, enveredava-se pelo caminho da crescente estatização da economia, não se promovia o sector privado nacional e incentiva-se a economia informal. É evidente que daí só podia vir pobreza das populações e crescente vulnerabilidade do país em relação aos choques naturais ou de outra natureza. Interessante notar que mesmo quando, num caso e noutro, africano ou asiático, os regimes não eram democráticos mas sim autoritários as lideranças primaram por fazer opções abismalmente diferentes.

Os “libertadores” em vários países africanos sempre quiseram perpetuar o poder que receberam no momento da independência. Para renovar a legitimidade histórica tiveram que, por um lado, alimentar o sentimento de vítima do colonialismo e a memória dos seus horrores como a escravatura e, por outro, impedir efectivamente que as pessoas e a sociedade ganhassem autonomia a ponto de exigir responsabilidade à governação do país e renovação dos governantes via métodos eleitorais democráticos. Em nome do Poder sem controlo sacrificaram os seus países com a perda de múltiplas oportunidades de se industrializarem, deixaram milhões na miséria e promoveram uma postura de assistencialismo e dependência que a prazo se tornou num dos maiores obstáculos ao desenvolvimento. Na Asia foi diferente. Os governos mesmo autoritários de Coreia do Sul, de Singapura ou mesmo da China procuraram relegitimar-se fazendo os seus países crescer a taxas elevadíssimas durante décadas seguidas.

Felizmente que nesta segunda década do século 20 há fortes sinais que em muitos países africanos se quer ultrapassar os constrangimentos do passado e a partir daí construir um futuro integrado no mundo numa perspectiva em que o que realmente conta são os factores de competitividade, produtividade e inovação. O volume crescente de investimento directo estrangeiro em direcção à África é um sinal forte de que se está no bom caminho. Mas como disse Mo Ibrahim numa entrevista à revista Foreign Affairs o fundamental para o futuro da África é o Estado de direito democrático e a afirmação do primado da lei. A actividade privada e o empreendedorismo dependem disso. E o futuro também.

Guiné-Bissau exposta ao Ébola com fim de controlo na fronteira com Guiné-Conacri




Poucos dias depois de o governo guineense ter alertado para a proximidade do Ébola, a Guiné-Bissau está mais exposta ao vírus. O sistema de saúde do país é frágil e o fim precipitado dos controlos de despistagem na fronteira com a vizinha Guiné- Conacri vem baixar uma defesa essencial do país, um dos raros na sub-região que ainda não foi afetado.

A Cruz Vermelha retirou nos últimos dias o seu pessoal do controlo de Boke, na fronteira da Guiné-Conacri com a Guiné- Bissau, depois de protestos violentos contra a identificação de cidadãos suspeitos de terem contraído o vírus. Na zona foi detetado um aumento de casos de Ébola, e a organização manifesta "muita preocupação" com a possível entrada do vírus em território guineense.

"Este ataque impede-nos de conter a epidemia de se espalhar e de identificar aqueles que possam ter estado em contacto com pessoas infectadas", afirmou Corinne Ambler, responsável regional de comunicações da Cruz Vermelha.

Os protestos contra a Cruz Vermelha surgiram depois de as equipas médicas terem tentado identificar uma mulher que terá estado em contacto com vítimas de ébola. Nos desacatos, foram atacados um posto da polícia e outros edifícios públicos, viaturas da Cruz Vermelha e ainda a casa de um funcionário desta organização.

Foi ainda incinerado um armazém onde estava armazenado material de contenção, nomeadamente utilizado em funerais de vítimas do vírus, considerado essencial para conter a epidemia. Para impedir os protestos foi necessário o envio de forças de segurança para a cidade.

Milhares de cidadãos da Guiné-Conacri entram diariamente na Guiné-Bissau, para comércio e outras atividades de subsistência. Segundo a Organização Mundial de Saúde, um cidadão que esteve em contacto com uma vítima de ébola em Boke terá regressado a uma comunidade piscatória na Guiné-Bissau, país que é considerado frágil por não ter sequer laboratórios capazes de diagnosticar o vírus.

Cerca de 230 pessoas estarão em risco de contrair a febre hemorrágica na cidade de Boke, depois de um aumento acentuado de casos desde maio, diz a OMS. No resto do país, o número de casos tem vindo a decair, e na vizinha Libéria o vírus já foi praticamente contido. A epidemia já fez mais de 11 mil mortos na África Ocidental.

Na semana passada, a ministra da Saúde Pública da Guiné- Bissau, Valentina Mendes, alertou a população para o facto de o vírus do Ébola “estar perto”, frisando que é preciso manter a vigilância e medidas de higiene. Referiu o facto de a doença ter sido redescoberta nalgumas localidades da Guiné-Conacri próximas da fronteira com a Guiné-Bissau.

África Monitor

Guiné-Bissau quer investimento da China para projetos público-privados até 2025




Macau, China, 03 jun (Lusa) -- O ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo da Guiné-Bissau disse hoje em Macau que o país quer captar investimento da China para projetos de parceria público-privadas a desenvolver nos próximos dez anos.

"Definimos uma visão estratégica e fomos à Mesa Redonda [de doadores, em Bruxelas] com um conjunto de projetos. A nível de infraestruturas de desenvolvimento urbano está estimado em 1,2 mil milhões de euros, dos quais já temos mais de 90 milhões garantidos (...) e há 13 programas do valor global que podem ser financiados no quadro de parcerias público-privadas", afirmou José António da Cruz Almeida.

O ministro guineense explicou que os projetos apresentados na conferência internacional sobre a Guiné-Bissau, realizada a 25 de março, em Bruxelas, incluem, por exemplo, a construção de um porto de águas profundas em Buba e a reabilitação do aeroporto de Bissau.

José António da Cruz Almeida está em Macau para participar, na sexta-feira, no Encontro Ministerial sobre Infraestruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa, um fórum que definiu como "muito importante para discutir as formas de financiamento e as oportunidades que a Guiné-Bissau pode ter com a China".

"A China tem investido muito na Guiné-Bissau, mas mais nos projetos públicos. Agora há projetos com caráter de parceria público-privada em que há um investimento muito avultado, que requer um retorno muito longo, e são necessárias garantias que é preciso negociar com os bancos", acrescentou.

Referiu também que a China "é um parceiro incontornável" da Guiné-Bissau desde o período da independência e que a nação asiática "tem investido muito nas infraestruturas, nas pescas e no setor da saúde".

Entre as infraestruturas concretizadas ao longo dos anos com o apoio do Governo chinês enumerou o Estádio Nacional 24 de Setembro, a reabilitação do Palácio da República, a construção do Palácio do Governo, e a obra atualmente em curso do Palácio da Justiça, entre várias infraestruturas hospitalares como o Hospital Amizade China-Guiné-Bissau.

O Encontro Ministerial sobre Infraestruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa é organizado pelo Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial.

No âmbito do encontro, a Guiné-Bissau e Macau vão assinar protocolos de cooperação técnica entre os respetivos laboratórios de engenharia civil e o Instituto da Qualidade e as Obras Públicas.

Está também prevista a assinatura de um protocolo de cooperação técnica entre a Guiné-Bissau e Timor-Leste no setor das obras públicas.

FV // EL

Presidente da Guiné Equatorial nomeia novo presidente do Supremo Tribunal




Malabo, 03 jun (Lusa) -- O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, nomeou Juan Carlos Ondo Angue como presidente do Supremo Tribunal de Justiça, foi hoje divulgado, uma semana depois de ter sido anunciada a "dissolução total do poder judicial".

Na sua página na Internet, o gabinete governamental de informação e imprensa adianta que Juan Carlos Ondo Angue substitui Martin Ndong Nsue.

No dia 25 de maio, o mesmo serviço tinha anunciado que Obiang, na sua qualidade de primeiro magistrado da nação, tinha utilizado os poderes que lhe confere a Lei Fundamental para decretar "a dissolução total do Poder Judicial".

"Por conveniência de serviço e no uso das faculdades que a Lei Fundamental do Estado me confere, decido a dissolução total do Poder Judicial", foi a citação do decreto governamental divulgada.

Obiang está no poder na Guiné Equatorial (antiga colónia espanhola) desde agosto de 1979. O país aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em julho de 2014, juntando-se a Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

PAL // APN

AJUDEM O TRIBUNAL DE CONTAS – São Tomé e Príncipe, opinião



Ludmilo S. Rosa – Téla Nón (st), opinião

Tenho acompanhado com particular afinco os relatórios anuais do Tribunal de Contas. Esta instituição tem um papel bastante relevante porque anualmente nos relembra que temos sido roubados.

O tribunal de Contas são-tomenses assemelha-se ao segurança privado que, depois de termos sido assaltados, nos alerta: “oh chefe, eu estive de serviço, ontem, e vi um indivíduo encapuzado a sair pela porta traseira com aquela mala de dinheiro”. O relatório referente à actividade financeira do Estado de 2014 afirma algo idêntico. Os abusos com o dinheiro público andam de boa saúde e recomenda-se.

O relatório, recentemente publicado, afirma que o salário e os subsídios continuam a ser pagos à margem da lei. O Tribunal, aqui, é inconclusivo. Não se sabe se se refere aos ministros que solicitam subsídios para a compra de peças de carro no Centro Comercial Colombo, em Lisboa. Ou se, antes, a situação tem que ver com altos dirigentes que requisitam avanços financeiros para a compra de creme para as esposas, namoradas e amigas cor de laranja, em Paris.

O meu fetiche é oferecer cremes a minha namorada. Então, se for em Paris, adoro. Logo, sou solidário com esses dirigentes. Parece-me que há, aqui, uma certa inveja do Tribunal de Contas.

O presidente do Tribunal de Contas está decidido a por termo a esta Liga de Aldrabões Financeiros (LAF) do Estado. José António Monte Verde vai implementar a estratégia “o que fazer”. Numa notícia sobre o assunto, o Tela Non cita o presidente: “o que fazer? É esta a questão que levantamos no relatório. É preciso que conjuguemos esforços a nível dos demais órgãos do Estado no sentido de encontrarmos as medidas à repressão desses actos”. A pergunta “o que fazer”? deixa antever que vem aí um forte combate à roubalheira no Estado. Eu e o leitor estamos descansados. A seguir, Monte Verde revela a estratégia propriamente dita – definir, com a colaboração dos aldrabões, estratégias para que estes deixem o dinheiro público em paz. Isto vai resultar.

Há poucos anos atrás, os políticos condenados pelo Tribunal de Contas recorreram ao tribunal civil e obtiveram uma suspensão da decisão. É tão bom que um juiz nos diga “absolvido, vá em paz e desfrute de todo o dinheiro que não é seu”. Posteriormente se soube que os tribunais se encontravam mergulhados em roubalheira financeira. Ficou mal o Tribunal de Contas que não deu valor à solidariedade entre companheiros de luta.

Na foto: Ludmilo S. Rosa

Angola. A MARÉ INVISIVEL



Aline Frazão – Rede Angola, opinião

Na sua última crónica, José Eduardo Agualusa fez uma observação interessante: “em privado não conheço uma única pessoa que defenda o actual regime, nem sequer os próprios governantes. Em privado, em Angola, todo o mundo é da oposição”, dizia o escritor. Não posso afirmar que não conheça quem defenda com unhas e dentes A Prosa da Situação. Mas é verdade que a maior parte das pessoas que conheço em Angola são, em privado, contestatárias em relação à governação política do país. O que faz desta maré de oposição uma maré invisível é, infelizmente, a sua natureza privada. Confrontar publicamente a classe política do país ainda nos causa medo. Sim, o medo é a grande maré.

E não é de admirar. As consequências para quem levanta a voz existem, embora não em doses iguais para toda a gente. O que é certo é que, enquanto a banda sonora do quotidiano for o “Velha Chica”, de Waldemar Bastos, e continuarmos a não querer incomodar a quem de direito, essa maré, por mais potencial de mudança que contenha, continuará invisível e silenciosa, a ver a banda passar.

Até quando?

A contenção explode, de vez em quando, nas redes sociais, e o cansaço aumenta dia após dia. Um desabafo aqui, uma metáfora ali, rodeios e jogos de palavras, ziguezagues ideológicos, meias-verdades. Somos ricos em recursos estilísticos; pobres na clareza da linguagem. A dualidade nos caracteriza e não sei bem o tamanho da nossa culpa. A ruptura não é fácil mas poderia ser mais fácil.

Temos muitos muros por derrubar. O primeiro ainda é para nós aquele que nos separa da total liberdade de expressão. O segundo é o da desconfiança que sentimos uns dos outros e que nos impede de avançar. Desconfiamos da água que bebemos, até do chão que pisamos. Desconfiamos da nossa própria fotografia. Não há ninguém que seja suficientemente idóneo, suficientemente íntegro. É como se Angola fosse um intrincado labirinto de moradias com telhados de vidro.

A integridade não é dos valores mais apreciados no nosso país. Não queremos ser íntegros. Queremos ter sucesso pessoal, vencer na vida. Não existe um entorno inspirador, verdade seja dita. Mas talvez nos penduremos demasiado nessa carência de referências para desculparmos os nossos próprios pecados.

Talvez devamos começar a pensar em andar pelos próprios pés e não ficar à espera de um salvador da pátria. Não precisamos de ser salvos. Precisamos assumir o papel que nos toca, vestir a nossa responsabilidade como cidadãos de Angola, em 2015. Ninguém vai derrubar muros por nós.

Se insistem em dizer que Angola é um país democrático, terão de nos ouvir gritar que estamos cansados de não ver os nossos direitos respeitados. Estamos cansados da falta de transparência, do afilhadismo, das consequências, da corrupção, da impunidade, da falta de compromisso. Enfim, estamos cansados do medo.

O rio acumula caudal. As marés vão e voltam. Por vezes, é preciso escolher em que margem da História queremos erguer o nosso castelo.

Angola. Governo vai precisar de mais USD 5 mil milhões emprestados




Orçamento rectificativo previa financiamento de USD 20 mil milhões mas afinal serão precisos USD 25 mil milhões.

O Governo reviu em alta as necessidades de financiamento, antecipando agora que precisa de USD 25 mil milhões este ano e não dos USD 20 mil milhões previstos no Orçamento do Estado rectificativo.

De acordo com uma proposta elaborada pelo Ministério das Finanças, hoje noticiada pela agência financeiraBloomberg, Angola pretende emitir títulos de dívida pública no valor de USD 15 mil milhões, recorrendo à banca internacional para obter os restantes USD 10 mil milhões, que calcula necessitar para fazer face à descida das receitas provenientes do petróleo.

Os USD 25 mil milhões de que o Estado necessita para fazer face às previsões de despesa para este ano, no total, vão servir para compensar a quebra nas receitas provenientes do petróleo, cujo preço caiu mais de 40 por cento durante o ano passado.

“A maioria dos empréstimos internacionais será obtido através de linhas de crédito de países como a China ou o Brasil”, considerou à Bloomberg o director da consultora britânica Faktor Consult, Markus Weimer, lembrando que, em Fevereiro, o Governo cortou o Orçamento em 26 por cento para USD 49 mil milhões, adiando os esforços para construir um novo aeroporto e um sistema de trânsito de refinaria, ao mesmo tempo que aumentou a previsão de défice das contas públicas para 7 por cento do PIB.

Entre os vários empréstimos que o Governo confirma que já contraiu ou está a negociar estão os USD 500 milhões do Banco Mundial, USD 250 milhões da Goldman Sachs e mais USD 500 milhões da Societe Generale, além de outro da Gemcorp Capital, que aumentou o financiamento de USD 250 para USD 550 milhões.

A descida do preço e o impacto na economia angolana levaram as agências de rating a descerem a avaliação e as perspectivas de evolução da economia de Angola: a Fitch piorou a previsão de evolução da economia, de Estável para Negativo, no final de Março, enquanto a Moody’s cortou o rating para Negativo no princípio de Março, duas semanas depois de a Standard & Poor’s ter reduzido a avaliação do país em quatro níveis abaixo do nível de investimento (conhecido tradicionalmente como ‘lixo’).
Lusa, em Rede Angola

MPLA – PAIGC. GRUPOS PARLAMENTARES REATIVAM COOPERAÇÃO



Adelina Inácio – Jornal de Angola

Os grupos parlamentares do MPLA e do PAIGC pretendem assinar um acordo de cooperação para o restabelecimento da assistência parlamentar entre os dois partidos. O desejo foi manifestado, ontem, em Luanda, pelo presidente do grupo parlamentar do PAIGC, Califa Seidi, no final de um encontro com o presidente do grupo parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira

Califa Seidi reconheceu que “a Guiné-Bissau perdeu muito tempo e agora quer recuperar”, por isso propõe o restabelecimento das relações de cooperação. “Prevemos a assinatura de um acordo de cooperação entre os grupos parlamentares e estender estas relações  a nível multilateral entre os partidos históricos dos cinco países de língua portuguesa”, salientou. 

Califa Seidi disse que os dois partidos avaliaram as relações bilaterais, que “são históricas”, apesar do período de interrupção devido à crise na Guiné-Bissau.

O líder do grupo parlamentar do PAIGC disse que os dois partidos partilharam experiências sobre o funcionamento dos grupos parlamentares e como partidos que sustentam os governos, e concluiu que “há coincidências e as mesmas formas de actuação entre os Parlamentos”.

A Guiné-Bissau, apesar de o PAIGC ser o partido maioritário, em resultado das eleições de Maio do ano passado, decidiu criar um governo de inclusão que integra elementos de todos os partidos com assento parlamentar e da sociedade civil. O resultado dessa integração foi a aprovação, na Assembleia Popular, por unanimidade, do programa de Governo, da Lei do Orçamento Geral do Estado para este ano e do Plano Nacional de Desenvolvimento.

Apoio do MPLA

O presidente do grupo parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, garantiu o apoio do seu partido ao PAIGC e o reposicionamento das relações parlamentares entre os dois partidos. “Sentimos o interesse dos deputados do PAIGC para nos reposicionarmos no bom caminho das relações entre os dois partidos. O reatamento da normalidade das relações pode  ocorrer por via dos grupos parlamentares”, ressaltou. Virgílio de Fontes Pereira garantiu que o MPLA está disponível para manter uma relação de cooperação com o  mesmo nível das relações históricas entre os dois partidos  e países.

“Os incidentes de percurso não levaram a um pensamento de ruptura das relações históricas”, referiu Virgílio de Fontes Pereira, que acrescentou que o PAIGC quer partilhar experiências a nível parlamentar e do apoio que os grupos parlamentares podem conceder aos respectivos governos.

Virgílio de Fontes Pereira disse que o MPLA pode transmitir ao PAIGC a sua experiência de trabalho. “Transmitimos algumas experiências do nosso percurso parlamentar, o relacionamento da cooperação com a oposição, a intervenção social do grupo parlamentar e a cooperação parlamentar”, sublinhou. Virgílio de Fontes Pereira anunciou que o MPLA pretende realizar um encontro com os grupos parlamentares dos partidos que realizaram a luta de libertação nacional em África. 

Estas iniciativas e a troca de experiências, acrescentou, podem ajudar o PAIGC a recolocar a sua actividade naquilo que se espera de um país com normalidade constitucional e com paz. “Angola pode dar algumas contribuições válidas à Guiné-Bissau”, concluiu o presidente da bancada parlamentar do MPLA.


Foto Nuno Flash

NEONAZISMO À BEIRA DO NOBEL



José Goulão – Jornal de Angola, opinião

Depois de Barack Obama, chega a vez de o regime neonazi vigente na Ucrânia poder vir a ser agraciado com o Prémio Nobel da Paz através da figura do seu presidente, o oligarca Piotr Poroshenko, entronizado através de eleições parciais e manipuladas.


Uma carta enviada pelo presidente do Parlamento de Kiev, Vladimir Groysman, à encarregada de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Oslo, Julie Furuta-Toy, ele agradece as pressões já realizadas sobre o Comité Nobel a favor do chefe da junta ucraniana mas adverte que a acção tem de continuar uma vez que, até agora, apenas dois dos cinco membros acataram as instruções norte-americanas para a escolha de Poroshenko. De acordo com a mesma carta, “aguardamos mais esforços no sentido de alterar as posições de Beirit Reiss-Anderssen, Inger-Marie Ytterhorn e especialmente do presidente do Comité Nobel, Kaci Kullmann Five”.

Nos termos da carta, que cita o envolvimento pessoal da sub-secretária de Estado Victoria Nuland na operação, a atribuição do Nobel da Paz a Poroshenko será muito importante para garantir a “integridade da Ucrânia”, incluindo a reintegração da Crimeia, e também para a “democracia e a liberdade de expressão em todo o mundo”.

É verdade que o Nobel da Paz anda pelas ruas da amargura, de tal modo que o Parlamento Norueguês se viu forçado a destituir o anterior presidente do Comité, o ex-primeiro-ministro Thorbjorn Jagland, por comprovada corrupção. Jagland, presidente do Conselho da Europa e um dos notáveis trabalhistas (sociais-democratas) noruegueses, foi relegado para a posição de membro do Comité e nessa qualidade – mostrando uma notável coerência e uma desafiadora contumácia – é agora um dos dois elementos que já se manifestaram pela atribuição do prémio a Poroshenko. O outro nessa situação é o conservador Kenrik Syse, do mesmo partido que Kulmann Five, o actual presidente do Comité, pelo que a formação da necessária maioria não é assim tão imprevisível.

É importante salientar que a intensificação das pressões no sentido de o Nobel ser atribuído a Poroshenko está associada a jogos internos de poder nos Estados Unidos desencadeados depois de o secretário de Estado, John Kerry, se ter encontrado em 11 de Maio com o presidente russo, pedindo-lhe o envolvimento numa solução negociada da questão ucraniana.

Esta iniciativa de Kerry e Obama causou a ira dos neoconservadores, dos quais Victoria Nuland é a ponta de lança na Ucrânia, empenhados não apenas na sabotagem dos acordos de Minsk como no reforço das operações militares contra as populações do Leste e Sudeste do país. A carta contém uma sibilina insinuação segundo a qual a entrega do Nobel a Poroshenko pode criar condições susceptíveis de evitar as manifestações de força que o regime de Kiev está pronto a desencadear contra as regiões de maioria russófona.

Poroshenko encabeça um regime instaurado por golpe de Estado, institucionalizado através de eleições fraudulentas e parciais, chefiado por uma junta de poder no qual os aparelhos militar e de segurança foram entregues a grupos nazis que se declaram herdeiros das correntes fascistas que colaboraram com as tropas de Hitler nas chacinas praticadas durante a ocupação alemã. O silêncio em torno dos resultados dos prometidos inquéritos reforça as suspeitas de envolvimento da junta de Kiev no derrube do avião malaio que fazia o voo MH17 com 300 pessoas a bordo, em 17 de Julho do ano passado. As operações repressivas realizadas pelas tropas ao serviço da junta no Leste e Sudeste da Ucrânia têm sido denunciadas como limpezas étnicas, em consonância, aliás, com os ideólogos nazis no poder que reclamam uma purificação da população do país. Além disso, a junta e o parlamento têm vindo a decretar a ilegalização de forças políticas da oposição, começando pelos comunistas, e a forçar o encerramento de numerosos meios de comunicação social.
De descrédito em descrédito, o Nobel da Paz vai bater, sem dúvida, no fundo se as pressões em curso sobre o Comité de Oslo resultarem e Piotr Poroshenko, um senhor da guerra, for o escolhido de 2015.

A FORÇA DO POVO!



Paula Santos – Expresso, opinião

1. Não é por acaso que PSD e CDS-PP não querem dizer qual a medida concreta para as pensões da Segurança Social. O que sabemos para já é que pretendem cortar 600 milhões de euros. Sabemos também que isso terá seguramente tradução na redução das pensões e das prestações sociais.

Quanto ao PS, num debate na Assembleia da República disse que as pensões que hoje estão em pagamento não seriam cortadas. Fica então a questão, e as futuras pensões, já aceitam que sejam reduzidas? A verdade é que no seu programa fazem referências ao fator de sustentabilidade (mecanismo que levou ao aumento da idade de reforma) e à condição de recursos, que introduziu critérios restritivos no acesso às prestações sociais.

O que temos visto é que no essencial PS, PSD e CDS-PP são fruto da mesma política - PSD e CDS-PP defendem corte nos salários e pensões até 2020, já o PS defende o congelamento de salários e pensões até 2019 (resulta numa perda real de 6%); ambos insistem no mesmo caminho de ataque às funções sociais do Estado e aos direitos dos trabalhadores, na manutenção da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho e a prosseguição das privatizações.

Na prática PS, PSD e CDS-PP pretendem continuar a mesma política de empobrecimento e de exploração responsável pela degradação das condições de vida de milhares de trabalhadores e reformados e pelo aumento das desigualdades sociais. Na verdade estes partidos, querem tornar definitivas medidas que tinham sido assumidas como transitórias. A troica até pode ter ido embora, mas a política das troicas ficou cá.

Esta política não é solução. Cinco anos depois dos PEC e do Pacto de Agressão, os trabalhadores e o povo português vivem melhor? Não.

2. Exige-se a rutura com esta política. Exige-se uma política alternativa, onde os interesses dos trabalhadores, do povo e do país prevaleçam.

A luta e a reivindicação dos trabalhadores e do povo é fundamental para romper com esta política de empobrecimento e de exploração. É por isso que a participação na Marcha Nacional – A Força do Povo, no próximo dia 6 de junho em Lisboa, assume a maior relevância.

A Marcha Nacional – A Força do Povo, convocada pela CDU, é uma marcha de todos aqueles que estão descontentes com esta política, que querem romper com este caminho e que lutam e aspiram por um país diferente.

É uma marcha de todos aqueles que lutam pela liberdade, pela dignidade, pela soberania e pela democracia, pelo desenvolvimento do país, pela garantia dos direitos laborais, dos direitos económicos, sociais e culturais.

É uma marcha de todos aqueles que defendem o cumprimento integral da Constituição da República Portuguesa e os valores e conquistas de Abril.

Está nas nossas mãos, nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir o nosso destino, abrir um novo rumo para o país e avançar para uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

Assim, apelo à participação dos trabalhadores, dos desempregados, dos micro, pequenos e médios empresários, dos intelectuais e quadros técnicos, dos jovens, dos reformados e idosos, dos homens e mulheres, que a partir de cada bairro, cada freguesia, cada local de trabalho nesta grande ação de luta, afirmando a força do povo nas ruas de Lisboa, por um Portugal com futuro.

PCP CRITICA PROPOSTAS DE PSD/CDS E ACUSA PS - Jerónimo de Sousa




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje a coligação PSD/CDS de "insistência e teimosia" em continuar a apostar no mesmo caminho e sublinhou que o programa do PS não responde a problemas estruturantes.

"Podíamos dizer que novidades não existem [na "Carta de Garantias" apresentada na quarta-feira à noite pela coligação PSD/CDS], é a insistência e a teimosia em prosseguir, no essencial, este caminho que levou ao retrocesso, ao endividamento, ao aumento do desemprego, ao aumento das injustiças no nosso país", afirmou à Lusa Jerónimo de Sousa, no final de uma reunião no Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa.

Quanto ao programa eleitoral do PS, também divulgado na quarta-feira à noite, o secretário-geral do PCP sublinhou: "não responde a problemas estruturantes da nossa sociedade, problemas dramáticos que existem no nosso país, particularmente em relação a grandes condicionamentos, como a questão da dívida, do défice, e numa questão que tem estado na ordem do dia, que é a própria Segurança Social".

Jerónimo de Sousa criticou também o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por ter "anunciado à Assembleia da República um corte de 600 milhões de euros nas pensões e nas reformas, um documento para enviar para Bruxelas e depois, ontem [quarta-feira], nem uma palavra sobre essa matéria", vincando que a coligação PSD/CDS enveredou por "um caminho velho, escondendo e omitindo questões fundamentais".

"Obviamente este escondimento significa problemas de consciência no plano eleitoral, mas de qualquer forma vale como grande significado daquilo que a direita pretende continuar a fazer no nosso país", acrescentou o dirigente comunista.

No que toca ao programa eleitoral do Partido Socialista, Jerónimo de Sousa afirmou que se verifica que "as propostas, no essencial, visam reduzir as pensões e reformas - caso avance aquela ideia peregrina do abaixamento da TSU - ou seja, alivia os descontos para os trabalhadores numa fase, mas esses trabalhadores quando chegarem à reforma vão ter reformas miseráveis, reformas baixas".

"Isto significa que os reformados e pensionistas vão perder cerca de 900 milhões de euros porque o Partido Socialista diz que não corta nas pensões e reformas que estão em pagamento, mas isto significa que o Partido Socialista, no essencial, quer continuar a desvalorização das pensões, não pela via do corte mas pela via do congelamento", rematou o secretário-geral comunista.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. GES. Clientes lesados apresentam queixas-crime por "burla qualificada"




Clientes lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) estiveram de manhã nas agências do Novo Banco em Espinho, Cortegaça, Esmoriz e Santa Maria da Feira para, na presença da PSP, serem identificados funcionários que acusam de "burla qualificada".

"As identificações do gerente, subgerente, gestor de conta e diretora regional foram feitas e agora teremos que formalizar nas esquadras a queixa-crime por burla qualificada", afirmou José Nunes, um dos clientes lesados e membro da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), à saída do balcão de Santa Maria da Feira.

Após várias manifestações frente a agências do Novo Banco (antigo Banco Espírito Santo -- BES) em todo o país, que nalguns casos culminaram na invasão dos balcões, os lesados do papel comercial do GES iniciaram a 21 de maio uma nova estratégia de protesto que prevê a apresentação de queixas-crime "contra todas as pessoas que participaram na venda fraudulenta de papel comercial", nomeadamente os gerentes, subgerentes e gestores de conta dos antigos balcões do BES.

"Todas as formas [de protesto] são válidas e nós continuaremos a lutar de todas as maneiras. Dentro da lei até ser possível e, se for preciso lutar fora da lei, também o faremos", assegurou José Nunes.

Segundo este cliente, que integrou o grupo de seis investidores em papel comercial do GES que esta manhã 'visitaram' o balcão de Santa Maria da Feira, as queixas apresentadas contra os funcionários bancários são "por burla qualificada": "Acho que estes funcionários deviam ter tido cuidado, porque a grande maioria das pessoas lesadas são clientes conservadores, assim classificados pelo próprio banco, pelo que nunca deviam ter tido acesso a este tipo de produtos", sustentou.

Admitindo desconhecer "se eles tinham noção do que estavam a vender" aos clientes, José Nunes diz que o objetivo das queixas-crime é, precisamente, que "que a justiça o averigue".

"Eu conhecia o meu gestor há 14 anos, assinava de cruz, foi feito tudo pelo telefone porque havia uma confiança que, hoje em dia, sabemos que não pode haver", disse.

De acordo com o cliente, quando confrontados com a presença da PSP -- previamente chamada aos balcões pelos lesados - os agora funcionários do Novo Banco têm reagido "com alguma normalidade", mas "talvez também alguma preocupação".

"Participaram num ato fraudulento. Eu, se estivesse no lugar deles, estava preocupado", afirmou José Nunes.

Assegurando que os clientes lesados irão "pedir responsabilidades em todos os sítios possíveis" e, "até reaverem o dinheiro, não vão parar de forma nenhuma", o cliente disse estarem marcadas para hoje a nível nacional iniciativas semelhantes de identificação de funcionários do Novo Banco e destacou a "grande manifestação" de protesto agendada para sexta-feira em Lisboa.

"Amanhã [sexta-feira] há uma grande manifestação em Lisboa, com uma visita à residência oficial do primeiro-ministro, que terá que começar a ser chamado à coação porque o Governo tem responsabilidades e tem que vir dar uma palavra às pessoas", sustentou.

Segundo José Nunes, "em 'off' [informalmente] são apresentadas muitas propostas e certezas" aos clientes, "que depois não vêm a ser concretizadas", mas o facto é que os lesados investiram no que lhes foi apresentado como sendo "um produto com capital e juro garantido e sem as taxas [de juro] exorbitantes que agora são faladas".

"As taxas pagas eram ao nível dos depósitos a prazo normais existentes na altura e sempre nos foi vincado que era capital e juro garantido. Daí as pessoas terem aplicado as suas poupanças neste produto", disse, salientando que "sempre foi tudo baseado numa coisa que é fundamental no sistema bancário, que é a confiança".

A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Cuba. RECLAMA PRESIDENTE DE CONSEJO DE IGLESIAS DE EEUU FIN DEL BLOQUEO



Jorge Legañoa Alonso – Cuba Debate

Seguiremos trabajando con personas de buena voluntad en Estados Unidos para que el Congreso elimine el bloqueo contra Cuba y normalicemos relaciones, aseguró elReverendo Jim Winkler, Presidente del Consejo de Iglesias de ese país (NCC, por sus siglas en inglés).

Tomará tiempo y mucho trabajo, pero haremos que nuestra voz sea escuchada. Eliminar el bloqueo es lo correcto, afirmó en entrevista con la prensa cubana que recientemente viajó a Washington para la tercera ronda de conversaciones entre Cuba y EE.UU.

Winkler, quien ha viajado a Cuba en varias ocasiones, la última hace apenas unas semanas, accedió a dar su mirada sobre el giro de las relaciones entre los dos países.

Confesó estar entre los sorprendidos con los anuncios del 17 de diciembre: “…nosotros hemos trabajado durante mucho tiempo por la normalización de las relaciones entre Estados Unidos y Cuba, pero no nos anticipamos a esta noticia…”.

Agregó que no pensó que el gobierno de Barack Obama tuviera el coraje político de tomar esa decisión.

Es un gran paso hacia adelante para el Presidente y el país reconocer públicamente que la política ha fracasado; el pueblo norteamericano le ha dado la bienvenida a esta decisión, aseguró.

Algunos no están de acuerdo, pero la mayoría de los estadounidenses apoya el cambio de rumbo hacia Cuba, entre ellos la mayoría de las iglesias que pertenecen al NCC, organización fundada en 1950 y que agrupa a 45 millones de personas en más de 100 mil congregaciones locales en comunidades de todo Estados Unidos.

El reverendo confesó que fue maravilloso estar en Cuba recientemente y ver el espíritu de la gente con los anuncios realizados por los presidentes Raúl Castro y Barack Obama.

Durante su estancia en la Isla pudo reunirse con líderes religiosos y con Los Cinco Héroes cubanos, con quienes compartió historias y vivencias de todos los años de lucha en reclamo de justicia para ellos.

Estamos muy felices porque nuestras iglesias tienen una historia común, clamaron por el regreso del niño Elián González con su papá, que era lo correcto y ahora seguiremos trabajando de conjunto con muchas personas de buena voluntad en nuestro país y en especial el Congreso, para eliminar el bloqueo, apuntó.

Winkler mostró un documento del año 1973 del NCC, en el que exigían que si EE.UU había normalizado relaciones con la Unión Soviética, cómo no iba a hacerlo con Cuba.

Sabemos que hace falta mucha más presión y que tenemos que ser más consistentes en el trabajo con el Congreso, esperamos que líderes de la iglesia cubana se nos unan en Washington para tener algunas reuniones en el Capitolio, aseguró el reverendo.

Al preguntársele sobre un posible cambio de postura hacia Cuba en un Capitolio de mayoría republicana dijo incluirse entre los optimistas.

Sé que es un Congreso dominado por republicanos, pero incluso dentro de ese partido hay personas que han apoyado la normalización durante muchos años, en parte por la importancia de la relación económica entre los dos países, comentó.

Para el presidente y secretario general de la NCC, en el órgano legislativo estadounidense no están lidiando con una oposición intransigente dado que existe una coalición bipartidista que está trabajando y ha presentado propuestas de leyes en relación a temas como la eliminación de la prohibición a los ciudadanos norteamericanos de viajar a Cuba, el comercio o el acceso a tecnologías de la información.

Este es el momento y debemos hacer que suceda, durante el tiempo que le queda a Obama de presidente, agregó.

Sobre los elementos que dentro del Congreso están buscando bloquear el proceso de restablecimiento de relaciones entre Cuba y Estados Unidos, apuntó que lo hacen por razones meramente políticas porque buscan capitalizar el tema y aprovecharlo para sacar ventaja en las políticas electorales, pero esa no es la voluntad popular.

En relación con la iniciativa presentada hace par de semanas por el senador republicano Marco Rubio para condicionar el levantamiento del bloqueo a que Cuba pague las propiedades nacionalizadas al triunfo de la Revolución en 1959, dijo que no cree que tenga posibilidad alguna.

Incluso si los representantes y senadores lograran convencer al Congreso de pasar alguna legislación, como la de Rubio, para frenar el proceso, el Presidente puede vetarla, aclaró Winkler.

En su opinión, mientras más estadounidenses viajen a Cuba, y muchos quieren hacerlo, la conexión directa entre las personas contribuirá a las relaciones y creará bases de confianza que ayuden a un escenario positivo para la normalización y los miembros del Congreso siempre quieren oír lo que sus votantes quieren decir, abundó.

Sobre la idea que preconizan algunos de que la Isla es un peligro para la seguridad de EE.UU señaló que nadie cree ese argumento.

Cada día que se mantengan las conversaciones y las personas conozcan más de la realidad cubana y las iglesias se mantengan juntas, intercambiando, cada día que las personas se acostumbren a que tenemos relaciones, le será más difícil a los que quieren detener el proceso tener éxito alguno, auguró.

Ante la posibilidad de que un republicano llegara a la Casa Blanca en las elecciones generales de noviembre de 2016, dijo que no se sorprendería que de ser electo tratara de obstaculizar el proceso de normalización de relaciones, pero ve muy difícil” que el rumbo actual de sea reversible.


Cuba Debate (Tomado de la Agencia de Información Nacional)

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