quarta-feira, 29 de abril de 2015

Portugal. DUARTE MARQUES E O AMIGO QUE AFUNDA OS BARCOS DA PRETALHADA




Só posso agradecer a Duarte Marques (deputado do PSD) ter-me conduzido a esta autoridade que o inspira e conforta, o Professor Cosme Vieira, o homem que se pergunta sobre o abate dos doentes de Sida ou sobre o bombardeamento aos barcos da pretalhada e “meter um tiro em cada um”.


Duarte Marques, ilustre deputado do PSD, escreve no Expresso sobre as propostas do PS. Critica, como seria de esperar. Mas tem uma arma secreta, uma invocação de autoridade: “Tal como lembra o Professor Pedro Cosme Vieira da Faculdade de Economia do Porto”… e ficamos lembrados de que existe e que escreve o Professor Pedro Cosme Vieira da Faculdade de Economia do Porto.

Ora, o que opina tão distinto analista? Pois escreve que as medidas do PS para a segurança social “não são medidas, são sonhos”. Talvez. Mas porquê? Ele explica: “Para aumentar o número de contribuintes é preciso desviar os barcos com pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve. Para diminuir o número de pensionistas é preciso matá-las (sic). Isto é que seriam medidas não era dizer o resultado que queríamos que acontecesse”.

Parece um pouco ligeiro, o nosso engenheiro. “Desviar os barcos com pretalhada” e matar os pensionistas? Aqui está uma ideia que só pode ocorrer a mente brilhante.

Fui então estudar o pensamento de Cosme Vieira. E encontrei uma discussão filosófica elevada sobre a vida: sobre a sua mãe (“a minha mãe, totalmente caquéctica (sic) da cabeça”), sobre a política (o “fardo de palha que o Portas escreveu sobre a “Reforma do Estado”) e, notável contributo original, sobre as possíveis soluções para o problema do Mediterrâneo, o tal mar cheio de “barcos com pretalhada”, e é essa que quero partilhar com os leitores, pois vale a pena transcrever estes momentos definidores de um pensamento refundador de Portugal, o que inspira aquele seu discípulo venerando, que o cita e recita.

A primeira solução é uma ponte aérea para trazer toda a gente de África para a Europa. Cosme Vieira não gosta nada disso, vive aterrorizado com esta ideia. Mas veja agora a “Estratégia 2 — Afundar os barcos e matar toda a gente”, que seria uma alternativa:

“Em vez de tentar salvar as pessoas que vêm nos barcos precários, ‘salva-los’ atropelando-os com navios portugueses e, depois, todos os que consigam nadar, meter um tiro em cada um. Nos primeiros dias vão morrer algumas pessoas, talvez 1000 ou 2000 podendo mesmo chegar aos 5000 ou aos 10000 mas, depois, deixará de haver candidatos à tentativa de atravessar o Mediterraneo de barco. Antecipando aos (sic) pessoas que não vale a pena tentar chegar à Europa desenvoivida (sic), desitem (sic)”.

Percebeu? Cosme Vieira explica mais graficamente: “Será que alguém morre afogado a tentar ir do Bangladesh para a Birmânia? No passado também havia muitos naufrágios de pessoas que fugiam da miséria do Bangladesh para a Birmânea (sic) mas há já vários anos que isso acabou. É que, se alguém chegar a terra, matam-no, queimam-no vivo.

Ainda há uma terceira estratégia mas é preciso deixar essa hipocrisia esquerdista de que quem chegar ao lado de cá é um cidadão de pleno directo (sic), com igualdade de direitos face a nós que cá nascemos, mas quem não chegar ficando do lado de lá é um bicho.

Digamos que há ‘falta de vontade política’ seja para afundar os barcos ou para considerar quem chega cá com exactamente os mesmos directos (sic) de quem não chega cá.”

O distinto engenheiro é como uma enciclopédia, trata todos os assuntos. Ei-lo na sua melhor forma:

“A SIDA é uma doença sem cura e mortal que apenas se transmite de umas pessoas para outras de forma, em certa percentagem, culposa. Actualmente há cerca de 35 milhões de infectados e morrem cerca de 2 milhões de pessoas por ano. Então, se, tal como fazemos com os animais, se fizesse o abate sanitário de todos os infectados (0.5% da população mundial), a doença desapareceria da face da Terra recuperando-se em apenas 15 anos os 35 milhões de pessoas abatidas. Agora imaginemos que a SIDA se propagava de forma inexorável e que ia levar à extinção da raça humana. Será que votaria a favor do abate sanitário dos infectados?”

Só posso agradecer a Duarte Marques ter-me conduzido a esta autoridade que o inspira e conforta, o Professor Cosme Vieira, o homem que se pergunta sobre o abate dos doentes de Sida ou sobre o bombardeamento aos barcos da pretalhada e “meter um tiro em cada um”. Estou certo de que Duarte Marques o vai continuar a citar. Afinal, ele é um poço inesgotável de sabedoria e logo sobre tantos assuntos. É a autoridade de que o deputado do PSD bem precisa para criticar o plano económico do PS. Duarte Marques dá-nos sempre uma certeza, inspira-se nos amigos e na ciência certa. Nestes tempos difíceis em que vivemos, que falta que isso faz.

Esquerda.net

Artigo publicado em blogues.publico.pt a 28 de abril de 2015

Francisco Louçã - Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda

Portugal. Ministérios, secretaria de Estado, SEF, empresas e casas alvo de buscas




Estão em causa suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais. Na origem está o caso dos vistos gold

Hugo Franco e Rui Gustavo - Expresso

A Procuradoria-Geral da República revelou em comunicado que, no âmbito do inquérito dirigido pelo Ministério Público em investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), foram realizadas várias diligências, nomeadamente 34 buscas em diversos pontos do país.

"As buscas desenvolvem-se em diversos organismos públicos, nomeadamente serviços da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), serviços do Ministério das Finanças, entre outros, bem como em diversas empresas e residências particulares", acrescenta o documento. Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros também confirmou que foi alvo de buscas .

Participaram nas buscas seis magistrados do Ministério Público, do DCIAP, cerca de 80 elementos da Polícia Judiciária (PJ), e 15 da Autoridade Tributária (AT).

Neste inquérito investigam-se, entre outras, matérias relacionadas com a atribuição de vistos gold.

Estão em causa suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais. De acordo com uma fonte ouvida pelo Expresso, esta operação policial deve-se à descoberta da existência de IVA não tributado a um hospital do norte do país. 

No final do ano passado, cerca de 60 doentes líbios recebiam tratamento em hospitais privados portugueses, em Lisboa e no Porto, ao abrigo de acordos de saúde com o Governo líbio celebrados em 2012.

No final desse ano e no início de 2013, viajaram para Portugal os primeiros feridos da guerra civil daquele país, que resultou da queda de Muammar Kadhafi. As autoridades líbias pagavam todos os custos: tratamento, viagens e ainda eventuais despesas que poderiam surgir em Portugal.

Os hospitais portugueses que receberam os doentes tiveram de providenciar, junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a permanência dos líbios em território nacional. A entrada foi facilitada com vistos diplomáticos.

Segundo uma notícia avançada pelo Observador e pela SIC, em novembro, o ex-diretor nacional do SEF, Manuel Jarmela Palos, o principal arguido no caso vistos gold, foi investigado por alegadamente ter facilitado a atribuição de vistos a cidadãos líbios: os mesmos doentes já referidos que vieram para Portugal ao abrigo de um acordo entre o Hospital Privado de Guimarães e o Conselho Nacional de Transição da Líbia para o Tratamento de Feridos de Guerra.

No âmbito da Operação Labirinto, relacionada com a aquisição de vistos gold 11 pessoas foram detidas em novembro passado, incluindo o antigo presidente do Instituto de Registos e Notariados (IRN) António Figueiredo, que se encontra em prisão preventiva. A ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, Manuel Jarmela Palos e o empresário chines Zhu Xiaodong são outros dos arguidos principais do processo.

Em causa na "Operação Labirinto", investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão indícios de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência, relacionados com a atribuição de autorizações de residência para a atividade de investimento, vulgarmente conhecidos por "vistos gold".

Ao Expresso, o SEF confirma a realização de buscas em unidades orgânicas suas no Porto e em Lisboa e está "a prestar toda a colaboração solicitada pelas autoridades judiciais e policiais".

Portugal. SAMPAIO DA NÓVOA EM BELÉM COMO GARANTE DO “ESTADO SOCIAL”



Nuno Miguel Ropio – Jornal de Notícias

O ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, assume que se vier a suceder a Cavaco Silva será contra a "destruição do Estado Social".

"Serei um presidente presente, junto das pessoas. Não me resignarei perante a destruição do Estado Social", garantiu na apresentação da sua candidatura a Belém, que decorre no Teatro da Trindade, em Lisboa.

Perante uma apinhada plateia, onde pontuam os ex-presidentes da República Jorge Sampaio e Mário Soares, Nóvoa afirma-se como um candidato sem "filiação partidária" e "cargos políticos" no currículo. Por isso, garante "fazer a diferença".

No evento que marca o arranque da recolha das 7500 assinaturas necessárias para o início da caminhada para a sucessão de Cavaco, o catedrático garante que irá apresentar em breve "uma carta de princípios" da sua candidatura.

Nóvoa, que além de lembrar as suas raízes de Valença começou por agradecer a presença de Soares e Sampaio, realçou que o "Presidente não governa, nem legisla", mas considera essencial que o país "invista nas pessoas, nos recursos da terra e do mar, no desenvolvimento das nossas estruturas".

Alerta que o Estado não pode de deixar de "assumir investimentos estratégicos nos setores decisivos para o futuro". A saber - conhecimento, educação e cultura.

Entre frases de canções de Abril, que vão cerzindo o discurso, diz-se contra a "emigração forçada" de jovens qualificados, que classifica de "o melhor de nos".

O reforço de ligações estratégicas internacionais, "sobretudo no Atlântico Sul", é para o ex-reitor da Universidade de Lisboa uma das vias para "reinventar uma visão estratégica de Portugal, que não se feche na Europa". Esta foi, até agora, a proposta mais aplaudida.

Segundo Sampaio da Nóvoa, a sua caminhada não se baseia nas "dicotomias tradicionais Esquerda/Direita" ou outras, mas em "dinâmicas que estão a surgir na Europa e no mundo", onde desponta a participação de movimentos.

Mesmo sem a presença do secretário-geral do PS, António Costa, que teve em Nóvoa uma figura de relevo no congresso de novembro de 2014, não faltaram destacados militantes socialistas como o líder da distrital de Lisboa, Duarte Cordeiro, o ex-ministro João Cravinho ou Vitor Ramalho.

Foto André Correia

Governo timorense deu ordem de pagamento a professores portugueses - PM




Díli, 29 abr (Lusa) - O primeiro-ministro timorense garantiu hoje à agência Lusa que já foram dadas ordens de pagamento dos complementos salariais em atraso dos professores portugueses das escolas de referência de Timor-Leste, lamentando o atraso no processo.

"Lamento imensamente todo este atraso. Também está a afetar o pagamento das bolsas (dos alunos timorenses em Portugal) e de alguns funcionários contratados. Mas estamos a resolver tudo", disse Rui Maria Araújo.

"Já desde ontem que tentei saber o que se passa", disse.

Rui Maria Araújo mostrou à agência Lusa um SMS que disse ter recebido hoje de manhã da ministra das Finanças comprovando a ordem de pagamento.

"Bom dia sua excelência. Informo que já foram emitidas para o Banco Central as TPO (Treasury Payment Order) para o pagamento dos professores portugueses", refere a mensagem assinada por Santina Cardoso.

Na segunda-feira os professores portugueses das escolas de referência de Timor-Leste tinham voltado a denunciar que, apesar de repetidas promessas, continuavam desde dezembro sem receber os complementos salariais.

Três professores ouvidos pela Lusa confirmaram a situação, explicando a "situação dramática" que vivem alguns dos docentes que nem sequer têm dinheiro para poder ir ao médico - têm que pagar antecipadamente antes de serem ressarcidos pelo seguro.

"Díli não é uma cidade barata. Temos que pagar rendas e os nossos gastos aqui e o dinheiro do salário em Portugal não chega para as despesas lá e cá", sublinhou um dos professores ouvidos pela Lusa.

ASP // JCS

TIMOR-LESTE QUER INVESTIDORES E NÃO “BRANQUEADORES” DE CAPITAL




Díli, 29 abr (Lusa) - Timor-Leste quer atrair investidores e não branqueadores e vai manter uma "política de tolerância zero" contra a prática de crimes de corrupção, branqueamento e outros crimes associados, disse hoje o chefe do Governo.

"O branqueamento de capitais é um meio para esconder muitos outros crimes, designadamente a corrupção, um flagelo que afeta o nosso país. Combater, desmascarar e punir os seus autores é prioridade", disse Rui Maria Araújo.

"Um país que aspira a desenvolvimento justo e sustentável não pode aceitar a corrupção e a lavagem de dinheiro. Timor-Leste quer atrair investidores e não branqueadores. Os negócios e investimento legítimos são os que contribuem para a criação de emprego, sustentabilidade, criação de riqueza e para a prosperidade do país. É isto que queremos", afirmou.

O primeiro-ministro falava no arranque de um seminário, em Díli sobre a prevenção e o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, organizado pela Procuradoria-Geral da República.

Rui Araújo disse que o Governo tem uma "política de tolerância zero à prática destes crimes" que considerou porem em causa "valores fundamentais na sociedade", como a democracia, a solidariedade, a justiça e a segurança interna.

Por isso, assinalou, o seu executivo vai dar continuidade e melhorar os esforços e os mecanismos de prevenção, controlo e cooperação que contribuam para a proteção do país.

"Esta é uma luta que ninguém ganha sozinho. O branqueamento de capitais ocorre em qualquer parte do mundo, nos países mais desenvolvidos ou em processo de desenvolvido. Os países mais frágeis são alvos preferenciais para a realização deste tipo de crime porque mais facilmente sucumbem à motivação máxima dos seus autores: o lucro", afirmou.

"Não nos podemos iludir. Um país onde é fácil branquear capitais é um país que vai atrair corruptos e outros criminosos", disse.

O chefe do Governo comprometeu-se a fazer uso "das múltiplas dimensões da ação governativa, no plano legislativo, da segurança, da defesa, da política externa ou das finanças", com uma "política concertada" que ajude a prevenir estas ameaças.

Timor-Leste, acrescentou, tem um quadro legal adequado e que vai ser fortalecido, contando com instituições - PNTL, PCIC e CAC - que trabalharão em conjunto como "componentes essenciais da prevenção" deste tipo de crimes.

Intervindo no mesmo encontro, Hernâni Coelho, chefe da diplomacia timorense - e presidente da Comissão Nacional de Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo, criada no ano em 2014 - destacou a importância da coordenação no combate a estes crimes.

"É essencial aperfeiçoar a coordenação a nível nacional entre os vários intervenientes melhorando as suas capacidades para pode melhor responder aos desafios destes crimes destruidores de sociedades e das suas gentes", disse.

Coelho recordou que os métodos dos autores destes crimes são cada vez mais sofisticados, sendo por isso uma "ameaça real independentemente da sua presença geográfica" e que o impacto desta criminalidade representa já 1,5% do PIB mundial.

O encontro contará, entre outros, com a participação dos ministros da Justiça, Ivo Valente, e do Interior, Longuinhos Monteiro.

Estão ainda previstas intervenções do procurador-geral José Ximenes, de deputados, do governador do Banco Central de Timor-Leste (BCTL), Abraão de Vasconselos e do diretor do BNU em Díli, Fernando Torrão Alves.

Enquadramento legal, políticas e estratégias do Banco Central e experiências práticas no setor bancário estão entre os temas em debate no seminário.

ASP // JCS

Municípios portugueses vão participar em Díli numa conferência sobre descentralização




Díli, 29 abr (Lusa) - Representantes de 14 municípios portugueses participam nos dias 18 e 19 de maio em Díli na IV Conferência Internacional sobre Descentralização Administrativa e Poder Local, numa altura em que Timor-Leste começa a preparar as eleições municipais.

De acordo com o Ministério da Administração Estatal, este encontro visa "revalidar e intensificar o esforço de cooperação dos parceiros internacionais para com o processo da criação dos municípios em Timor-Leste".

Em destaque vão estar assuntos como a capacitação de recursos humanos e o ensino do português ao nível da Administração Pública descentralizada.

No encontro está já confirmada a presença de 14 dos municípios portugueses parceiros de Timor-Leste: Lisboa, Porto, Braga, Lamego, Penafiel, Figueira de Castelo Rodrigo, Figueira da Foz, Castelo Branco, Viseu, Torres Novas, Cascais, Grândola, Lagoa (Algarve) e Funchal.

Grande parte destes municípios estará representada em Díli pelo próprio presidente de Câmara.

Já está igualmente confirmada a presença do secretário de Estado da Administração Local português, António Leitão Amaro.

O evento contará também com a presença de delegações do Município de Darwin, no Território Norte da Austrália e do Estado de Vitória.

Timor-Leste quer este ano acelerar o seu processo de descentralização administrativa estando previstas, para o último trimestre as terceiras eleições dos chefes de suco. Os sucos são um conjunto de aldeias.

Prevê-se que este ano possa arrancar a "pré-desconcentração administrativa" com três projetos-piloto nos municípios de Liquiçá, Ermera e Aileu.

A "pré-desconcentração administrativa" visa reorganizar os serviços da administração local do Estado através da criação de uma única estrutura diretiva, que será responsável pela prestação dos serviços públicos básicos às populações locais.

ASP // SB

PM timorense dá até novembro de 2016 para implementar programa de saúde na família




Díli, 29 abr (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deu hoje aos serviços de saúde do país um prazo até 28 de novembro de 2016 para implementar nas 2.225 aldeias de Timor-Leste o programa de saúde na família, já a ser testado há vários anos em Díli.

"Temos um projeto-piloto que está a ser implementado na Clinica Paz em Becora, com base no qual todas as famílias são visitadas e acompanhadas regularmente pelos profissionais de saúde", disse Rui Maria Araújo em declarações à Lusa.

"Este modelo vai ser expandido para todo o país e eu dei hoje um ano e meio de prazo para fazer isso", explicou.

Rui Araújo detalhou este seu objetivo durante a cerimónia de lançamento do novo Pacote de Serviço Compreensivo dos Cuidados de Saúde Primária (CSP), instrumento que definirá nos próximos anos a forma como o setor de saúde comunitária se vai desenvolver no país.

Num discurso crítico, o chefe do Governo disse que Timor-Leste "produz muitos documentos, muitos seminários, muitos discursos e discussões", mas que "agora chegou a hora dos resultados".

No caso da saúde ao nível comunitário o chefe do Governo insistiu na expansão do projeto de "saúde na família" com o objetivo de que "todas as famílias em Timor-Leste estejam incluídas no cuidado primário de saúde" e "sejam visitadas pelos profissionais de saúde".

O chefe do Governo, médico de formação, insistiu na componente da "saúde na família" como parte essencial dos cuidados primários de saúde, apelando a todos os profissionais do setor que trabalhem "com rigor, firmeza e responsabilidade".

Para Rui Araújo há quadros suficientes em Timor-Leste para chegar às famílias do país e não chega "apontar apenas as barreiras, os obstáculos" para não melhorar as prestações de serviços de saúde.

"Chegou o tempo de parar de dar desculpas e razões e de trabalhar com maior esforço para prestar melhores cuidados de saúde a população", disse.

"Temos que mudar hábitos. Temos que ser mais responsáveis", disse.

Rui Araújo quer que sejam nomeados médicos coordenadores para o programa de saúde na família, defendeu a necessidade de melhor planeamento para melhor distribuição de médicos e disse que vai fazer avançar um projeto de digitalização da entrega de medicamentos e outros bens médicos.

Em comunicado hoje divulgado o Governo timorense explica ter aprovado em Conselho de Ministros a extinção do Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de Saúde (SAMES) como Empresa Pública e a sua transformação em Instituo Público.


"O SAMES, E.P., criado há cerca de dez anos, tem revelado dificuldades em cumprir as suas atribuições enquanto empresa pública, tanto em relação às entidades do Serviço Nacional de Saúde como em relação às entidades do Sistema Nacional de Saúde no seu todo", explica o Governo.

O novo Instituto Público com o mesmo nome, SAMES, estará "dotado de personalidade jurídica com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, que funciona sob a tutela e superintendência do Ministério da Saúde".

"Este serviço tem como responsabilidade assegurar o aprovisionamento e logística de produtos farmacêuticos e equipamentos médicos para o Serviço Nacional de Saúde", recordou.

ASP // JCS

Moçambique. CEM DIAS DE FILIPE NYUSI, ENTRE O PRAGMATISMO E A ESPERANÇA



Luís Nhanchote – Verdade (mz)

Filipe Jacinto Nyusi completou os primeiros 100 dias do seu consulado de cinco anos, como Presidente da República, na passada semana. Investido nas funções de mais alto magistrado da nação a 15 de Janeiro, colocou uma fasquia demasiado alta no seu discurso inaugural, mas os sinais dos seus primeiros dias de trono indicam que o actual Chefe de Estado está a prosseguir com as acções do seu antecessor, no que ao despesismo e populismo tange. Todavia, Nyusi está a tentar trazer a normalidade às instituições do Estado e o seu primeiro acto foi o encetar de negociações com o líder da Renamo, diminuindo a tensão pós-eleitoral. Ele está entre o pragmatismo e a esperança...

Um inicio com dois centros de poder

Os primeiros dois meses da chancelaria de Filipe Nyussi foram caracterizados por dois centros de poder, quando, pela primeira vez na história da Frelimo, o presidente do partido que comanda o destino dos moçambicanos desde a independência passou a emanar as directivas de governação ao novo estadista. Armando Guebuza tinha sido reeleito para presidente da organização em 2012 durante o 10º congresso e o seu mandato estendia-se até 2017. Deste modo, ele detinha as rédeas ao ter sob seu controlo a Comissão Política (CP).

Diante deste quadro, Filipe Nyussi era claramente subordinado da CP e, esse facto levou a que algumas correntes contestatárias forçassem a renúncia precoce de Guebuza da liderença da Frelimo numa sessão ordinária do Comité Central (CC), onde o actual PR passou a deter igualmente a presidência do partido. Posta a equação, Nyusi teve praticamente os primeiros dois meses de governação repartida numa governação bicéfala. Em Março, quando o assunto da confusão dos dois centros de poder estava na rua, o CC removeu Guebuza e Nyusi, tal como todos os seus antecessores, passou para o comando de facto!

Governo equilibrado no resgate à tecnocracia

Nyusi nomeou um governo a quase todos os níveis tecnocrata. Os sinais são bastante encorajadores, sobretudo pelo pragmatismo com que alguns sectores estão a tratar certos dossiers tidos como complexos. A título ilustrativo, no sector da Educação já se fala abertamente na possibilidade de rever alguns assuntos de relevos no sistema de ensino; nos Transportes, já há um exercício efectivo para s aquisição de mais carruagens para minimizar o problema de transportes. Nyusi parece um homem pragmático que, a nível do discurso, aparenta saber para onde vai e que resultados alcançar. Só com a colocação de medidores se poderá avaliar o pragmatismo dos desafios do Governo. Nyusi tem um Primeiro-Ministro que se mostra ser um bom coordenador e, acima de tudo, comunica. Dá uma imagem de disponibilidade e não a de um dirigente distante. Parece ser um suporte interessante ao PR. O ministro dos recursos minerais e energia tem duas batatas muito quentes em mãos: o desacelerar da indústria mineira, por um lado, e a disponibilidade de energia de qualidade e viável no país, por outro.

Alguns ministros deste consulado têm-se destacado com algumas acções ainda viradas para dentro dos próprios ministérios, pretendendo operar mudanças comportamentais. Muitos dos ministérios deste Governo continuam a ser inacessíveis quanto à questão do direito à informação conforme emanou Nyusi no seu discurso inaugural: “Este Governo deve ser mais comunicativo com o povo. Os membros deste Governo devem encarar o acesso à informação como um direito de cidadania consagrado na Constituição e na lei. A nossa acção deve estar alicerçada nos mais altos princípios da ética governativa, como a transparência, a integridade, o primado da lei, a imparcialidade, a equidade e a justiça social”.

A reedição das presidências abertas...

Quando ainda não tinha sido aprovado o plano quinquenal do governo, o PR, à semelhança do despesismo que caracterizou o “Guebuzismo”, Nyusi iniciou um périplo pelo país alegadamente para “agradecer o voto” nas chamadas “presidências abertas e inclusivas”.

O plano quinquenal do Governo, que acabou por ser aprovado pela bancada do partido que tem Nyusi no leme, não inova e traz pouca esperança de melhoria das condições de vida do povo moçambicano. É que Governo de Filipe Nyusi propõe-se continuar com o tipo de economia do seu antecessor, que cresce mas não reduz a pobreza dos moçambicanos e está focada em fortalecer as oligarquias financeiras nacionais, ligadas ao partido no poder.

“Decorrente das intervenções previstas no domínio macroeconómico, o Governo espera alcançar os seguintes resultados no final do quinquénio: a manutenção da taxa de crescimento económico entre 7 e 8% por ano, mantendo a nossa economia como uma das mais dinâmicas e robustas da região da África subsaariana e do mundo”. Esta promessa feita pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, no Parlamento não inova em nada, mas antes mantém as apostas económicas do Governo anterior que se tem traduzido em poucas melhorias na vida da maioria dos moçambicanos.

Os poucos que têm lucrado, e muito, com este tipo de economia são as oligarquias financeiras nacionais, umbilicalmente ligadas ao partido Frelimo. “Na última década, o enfoque real da economia de Moçambique foi formar as oligarquias financeiras nacionais, mas fê-lo num contexto em que era preciso capitalizar estas oligarquias”, conforme afirmou o professor Carlos Nuno Castel-Branco em entrevista concedida ao @Verdade.

Em suma, Nyusi encontra-se “preso” à expectativa do pragmatismo e da esperança.

Moçambique. HOMENS ARMADOS ASSUSTAM POPULACÃO EM NHAMATANDA




MAPUTO, 28 ABR. (AIM) Homens armados supostamente pertencentes às forças residuais da Renamo circulam nas povoações do distrito de Nhamatanda, na província central de Sofala, ameaçando a vida da população, sobretudo a livre circulação de pessoas e bens e as actividades agrícolas na zona.

A movimentacao de tais homens foi anunciada pela governadora provincial, Helena Taipo, após encontros restritos que manteve com antigos combatentes, líderes comunitários e funcionários públicos da região durante a visita de trabalho que efectuou aquela zona na semana passada.

Encontrámos aqui no distrito de Nhamatanda situações muito preocupantes, sobretudo de homens armados que andam a ameaçar de morte as populações aqui residentes, disse Helena Taipo, citada pelo jornal Noticias.

Segundo Taipo, os líderes comunitários, professores e antigos combatentes lamentaram profundamente a presença de homens armados na zona, como também manifestam a sua impaciência perante esta situação.

É um desafio que nós, como Governo, temos de enfrentar e encerrar no distrito de Nhamatanda, porque, de facto, as pessoas vivem amedrontadas. Ninguém pode viver todo o momento agitado e inseguro, referiu.

Num comício que dirigiu na localidade de Metuchira, a governadora de Sofala pediu à população para se manter vigilante, denunciando aos líderes comunitários qualquer movimentação estranha nos seus locais de residência de homens armados para garantir a segurança e tranquilidade públicas.

A governante orientou para que todas as atenções estejam viradas para a sensibilização e assistência a camada juvenil no sentido de participar no desenvolvimento do país, num ambiente de paz sem conflitos.

Taipo disse que um país unido e em paz produz mais do que aquele que anda metido em confusões.

Vamos
falar com essas pessoas que nos ameaçam de morte para deixarem essa atitude. Apelo aos líderes comunitários e todos aqui presentes para lhes mobilizar para deixarem essa atitude, porque só assim e que vamos progredir
, defendeu Taipo.

Segundo a governadora, a defesa da unidade nacional significa convivência na diversidade cultural e étnica, havendo, para isso, necessidade de os moçambicanos caminharem juntos para se alcançar o almejado desenvolvimento da província de Sofala e do país, valorizando, acima de tudo, a vida. 

(AIM) MAD/SN

XENOFOBIA FORA DA AGENDA OFICIAL DA CIMEIRA DA SADC



Damiao Trape, da AIM, em Harare

Harare
, 28 Abr (AIM)
A violência xenófoba na África do Sul, assunto que tem vindo a polarizar os debates na actualidade, tanto nos países mais afectados, incluindo Mocambique, como também ao nível do continente africano e do mundo em geral, não faz parte da agenda oficial da Cimeira dos Chefes de Estado e Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a decorrer esta quarta-feira, em Harare, a capital do Zimbabwe, mas poderá merecer alguma atenção dos líderes.

Com efeito, o Conselho de Ministros da organização regional, durante a sua reunião de preparação da cimeira, não se debruçou sobre o assunto, segundo confirmou o Ministro moçambicano da Industria e Comercio, Ernesto Tonela.

Contudo, o governante admitiu que a questão poderá vir a ser levantada no decurso da Cimeira.

A questão da xenofobia não foi abordada na reunião do Conselho de Ministros, mas a mesma poderá vir a ser levantada no decurso da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo, disse Tonela, durante um briefing que deu a jornalistas moçambicanos que se encontram em Harare para a cobertura do evento de um dia.

Os actos de violência contra estrangeiros naquele país tiveram início há pouco mais de três semanas, em Durban, depois de o rei zulu, Goodwill Zwelithini, ter apelado aos imigrantes a se retirarem do país, acusando-os de serem responsáveis pelo recrudescimento do crime e de outras práticas ilícitas.

O pronunciamento do rei atiçou os ânimos dos sul-africanos, que também acusam os imigrantes de
roubarem postos de trabalho, fazendo ressurgir o cenário vivido em 2008, quando actos de xenofobia resultaram em mais de setenta mortos entre estrangeiros e milhares de outros abandonaram aquele pais, incluindo mocambicanos, sem a possibilidade de levar consigo os seus haveres.

Nesta nova onda de violência, segundo dados recentes, morreram três moçambicanos, sendo que o corpo de uma das vítimas, que em vida respondia pelo nome de Emmanuel Sithole, será transladado para a sua terra natal, em Muxungue, provincial central de Sofala, onde, próximo sábado, terão lugar as cerimónias fúnebres. A violência resultou também na morte de alguns outros cidadãos de países africanos, incluindo da SADC.

A cimeira extraordinária, que contará com a participação do Chefe de Estrado moçambicano, Filipe Nyusi, vai decorrer sob o lema
Uma estratégia regional para os caminhos da industrialização.

Assim, espera-se que os Chefes de Estado e de Governo aprovem a Estratégia e o Roteiro para a Industrialização Regional e o Plano Estratégico Indicativo do Desenvolvimento Regional Revisto. Passarão ainda em revista assuntos relacionados com a Zona do Comercio Livre Tripartida, envolvendo a SADC, a COMESA e a Comunidade dos Estados de África Oriental, bem como a Zona de Comercio Livre Continental, entre outros de carácter económico.


(AIM) DT/SN

Angola. ATIVISTAS DE CABINDA CONTINUAM EM PRISÃO PREVENTIVA




O prazo máximo dos primeiros 45 dias de prisão preventiva expirou e os ativistas Marcos Mavungo e Arão Tempo permanecem detidos em Cabinda.

 prazo limite da prisão preventiva aplicada a dois ativistas de Cabinda, em Angola, esgotou-se esta terça-feira (28.04) sem que estes tivessem sido ouvidos em interrogatório, com o advogado de ambos a desconhecer qualquer novo despacho sobre esta medida de coação.

A informação foi transmitida à agência LUSA pelo advogado Francisco Luemba, dando conta que até ao final da tarde desta terça-feira, cumpridos os primeiros 45 dias (prazo máximo) de prisão preventiva, os dois ativistas permanecem detidos.

José Marcos Mavungo, de 52 anos, ativista dos direitos humanos, e Arão Bula Tempo, de 56 anos, advogado e presidente do Conselho Provincial de Cabinda da Ordem dos Advogados de Angola, estão indiciados, mas ainda sem acusação formal, por alegados crimes contra a segurança do Estado.

Os dois homens já tiveram de ser assistidos num hospital em Cabinda, por complicações de saúde, mas regressaram entretanto ao estabelecimento prisional, enquanto aguardam o desfecho da investigação em curso.

Decisão depende do poder político

Bernardo Puati Tina, historiador e membro da Sociedade Civil de Cabinda disse em entrevista à DW África que a decisão de libertar os ativistas ainda não foi anunciada porque ela depende do poder político angolano e não do judicial. “O poder judicial deliberou que não existem provas e que os homens poderiam regressar aos seus lares, mas o Ministério Público que é dependente do poder político em Angola e do executivo de Luanda discordou e acabou por manter preso os ativistas”.

Para Puati Tina, é clara a intenção das autoridades de Luanda em manter por mais tempo na prisão os ativistas cabindeses. "A intenção é desgastar, destruir os ativistas para desencorajar quaisquer futuras ações de repúdio às práticas do Governo angolano. É uma forma de desencorajar tanto os ativistas mas também todos aqueles que acreditam nas pessoas que denunciam as más práticas do Governo e divulgam a verdade junto das populações”.

Sociedade Civil em Cabinda não se intimida

Mas mesmo assim, a sociedade civil de Cabinda não pensa baixar os braços, porque hoje mais do que nunca a luta tem que continuar. “Obviamente vamos procurar pressionar o Governo por outra vias, desde que sejam vias legais. De qualquer das formas, sabemos que continuarão a tudo fazer para impedir as nossas manifestações. Segundo as autoridades, as nossas manifestações não estão de acordo com a lei, mas respondemos que estamos conscientes das nossas responsabilidades e sempre procuramos o exercício da cidadania que é um direito de todos os angolanos. Iremos manifestar até que o Governo angolano compreenda que somos um povo e merecemos ser tratados com dignidade”.

Sobre o estado de saúde dos detidos, Bernardo Puati Tina considera que se trata de uma situação extremamente preocupante e acrescenta que “os ativistas estão num estabelecimento prisional sem as mínimas condições, um estabelecimento onde o tratamento não é adequado e que tem contribuído para o desgaste da saúde dos ativistas detidos. Entretanto, do ponto de vista psicológico devo dizer que estão confiantes de que por mais tempo que possam permanecer detidos hão-de continuar com o seu trabalho”.

António Rocha / LUSA – Deutsche Welle

Angola. Genocídio contra a igreja adventista Nova Luz do Mundo do pastor profeta Kalupeteka



Albano Pedro* – Folha 8 digital (ao)

A igreja Ad­ventista Nova Luz do Mundo sobretudo o seu Profeta/Pastor Ka­lupeteka já vem a pregar há sensivelmente 12 anos. Tempo durante o qual pro­tagonizou acções que colo­cou a igreja e o seu Pastor isolado do senso comum devido a:

Reprovava o dízimo e umas séries de princípios doutri­nários da Igreja Adventista do Sétimo Dia de onde é originário e doutras igrejas o que gerou controvérsias.

Reprovava o culto aos an­tepassados praticado entre os ovimbundo que consiste em render homenagem e culto aos crânios dos sobas (akokotos). O que lhe colo­cava contra a cultura e as autoridades tradicionais.

Sensibilizou seus crentes a não aderirem em eventos públicos como senso po­pulacional, campanhas de vacinação contra a polio­mielite e participações em eventos políticos (tal como fazem as testemunhas de jeová.

RELAÇÃO COM ESTADO-GOVERNO DO HUAMBO

Pela capacidade de mobili­zação e comunicação fora convidado pela Direcção Provincial da cultura para ser inserido na folha de salário dos funcionários e a auferir 280 mil kwanzas oferta de que recusou pron­tamente.

O Governo Provincial ofereceu-lhe 3 carros em três diferentes momentos e que o último dos quais se encontra ainda novo (land­-Cruiser V8 bi-turbo) rece­beu as ofertas mas nunca as utilizou e nunca com isto al­terou o seu discurso profé­tico mas nunca falou contra o Estado e nunca se relacio­nou com partidos políticos.

INTERVENÇÃO MILITAR NA SEQUÊNCIA DO MANDADO DE CAPTURA INSTRUÍDO PELA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA DO BIÉ CONTRA O PROFETA KALUPETEKA

Dia 16 pela manhã, o Co­mando da Polícia de Inter­venção Rápida-PIR fora solicitado a preparar “Ho­mens Especiais” para captu­rar de forma rápida (cirúr­gica) o Profeta Kalupeteka numa intervenção de Inte­ligência e Contra-inteligên­cia. Para tal informaram o Comandante Municipal da Caala da Policia Nacional e o Delegado Municipal dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado a criar condições (preparar milita­res especiais) para actuar de acordo com o Mandado.

Alinhou-se duas companhia de Polícia de Intervenção Rápida. Seleccionou-se os melhores em duas técnicas: Antim-Distúrbios (aque­les preparados para actuar na cidade com meios não­-letais tais como bombas de gás lacrimogénios, escudos, cassetetes, porretes) e An­tim-Terror (aqueles prepa­rados para matar de todas as formas possíveis cujo lema é: “do inimigo nunca deve sair resposta” o que significa devem parar de disparar quando notar que não existe mais nada que respire. Essas duas compa­nhia, aproximadamente 100 homens bem equipados foi apoiado com o posto co­mando onde se encontrava o Comandante municipal da Policia Nacional da Caa­la. O Chefe das Operações, o Instrutor Principal da PIR entre outros num total de 12 elementos. Seguiram.

O Delegado Municipal do SINSE/SINFO ofereceu­-se a ir sozinho embora na entrada tenha sido acom­panhado pelo Chefe da Po­licia do Posto do Km25. “ na frente” infiltrando-se na Igreja a fim de sensibilizar que virá uma visita de po­licia que trará uma missão de paz por isso sejam bem recebidos. E que ele iria se apresentar como crente da mesma Igreja.

O acampamento do Pastor Kalupeteka e seus crentes era constituído por casas de adobes, casebres em formatos de tendas, casa do Pastor Kalupeteka, ca­sas protocolares, armazéns de alimentos, armazéns de mobiliários incluindo arcas, parque de estacio­namento de carros e mo­torizadas, duas lagoas em forma de barragens, um centro médico, uma indús­tria moageiro, um caterpílar conhecido como “máquina escavadora”. Tudo no meio de arbustos na montanha do SUMI, onde até ao iní­cio da guerra peregrinava aproximadamente três mil populares entre homens, mulheres e crianças, mas estavam a chegar mais peregrinos provenientes de diferentes pontos do Planalto Central, para em vigília meditarem sobre os acontecimentos do Bié e Benguela e viverem em recolhimento e alerta.

Quando as duas compa­nhia da PIR em prontidão combativa se aproximou do sopé da montanha, numa distância de 400 me­tros, verificou um silêncio total como se o acampa­mento estivesse desabita­do. Ai a polícia abriu uma coluna por dois (duas filas paralelas). Em forma de emboscada. O Delegado do SINFO acompanhado do chefe da policia da aldeia Kilometro 25 semi-afitrião (suspeita de ser membro da igreja do Kalupeteka porque miraculosamente saiu vivo entre as chefias e ninguém lhe viu por onde passou) penetraram no acampamento com seus carros normalmente. E vol­vidos 45 minutos, o posto comando liderado pelo Comandante Municipal da Caala da Polícia também passaram no meio da Poli­cia com seu carro DODGE carregados do pessoal de comando, e informaram que o homem do SINFO que está já dentro da Igre­ja ligou pedindo a compa­rência do Comandante lá dentro e os oficiais que o seguiram para conversar com os lideres religiosos que assim solicitaram, por­que o ambiente dentro do acampamento era de paz. La entrou o comandante com seus acompanhantes num total de 10 mais todos armados e equipados; os 2 que já estavam dentro so­mariam assim 12 elementos transportados em 2 carros. Mais 40 minutos por volta das 14 horas, não havia notí­cia dentro do acampamen­to sobre o suposto diálogo enquanto a PIR aguardava nos arredores formando um V com seus escudos; então mais 4 agentes espe­ciais de assalto entraram a fim de capturar à força o Kalupeteka que nenhum deles conhecia em pessoa o que implicaria perguntar no meio da multidão quem era de facto o Kalupeteka.

Na tentativa de algemar a força o Kalupeteka e alguns dirigentes religiosos lá den­tro, azedou a confusão no acampamento. Quando os primeiros agentes da linha da frente se aproximaram viram os homens civis ba­tendo com paus nos 4 últi­mos agentes especiais sem notar a presença da chefia o que se supunha que os chefes estariam feito re­féns no interior das casas.

Verificado que 4 agentes especiais estavam a ser ba­tidos já deitados no chão, semi-mortos, então os PIR abriram fogo, disparando e avançando, munidos de escudos para resgatar a chefia que tinha sido feito reféns dentro das casas no interior do acampamento.

O MASSACRE

Os disparos foram direc­cionados em cada pessoa (cada tiro numa pessoa: ho­mem ou mulher ou crian­ça) regava-se igualmente nos milheiros e nos capins Nenhum tiro era dispara­do pela parte dos crentes. De repente os crentes co­meçaram a cantar can­ções da Igreja gritando: “ a nossa arma é a Bíblia, o nosso protector é Jesus o que mais aumentava a rai­va dos agentes da Polícia que disparavam sem parar contra as cubatas, as casas, avançando contra pessoas que caiam e não fugiam. Continuavam gritando “Vo­cês nos matam com armas e nós vos matamos com Bíblia.” Esses slogam me­teram tanto medo a polícia que entendeu que são todos à prova de balas. Porque es­tavam a morrer muito mas não recuavam e avançam homens e mulheres contra a polícia, gritando, cantando as canções da igreja em voz muito alta. Uns morriam, outro caíam feridos mas continuavam a progredir cantando evocando Jesus Cristo e a Bíblia deles, até que encostaram na barrei­ra da polícia e arrancaram dois policiais, lhes cortaram as cabeças no meio doutros polícias que disparavam sem parar. O Chefe das Operações da Policia co­mandante da 3ª Companhia, quando notou a bravura dos Crentes sem armas apenas paus, catanas, enxadas e Bí­blias nas mãos deu ordem para a polícia recuar e pedir o reforço das FAA. Foi in­sultado e ninguém acatou a ordem continuaram matan­do mas recuando a pouco e pouco. Porque nunca mais acabavam de morrer e não fugiam.

Depois de 1 hora, chegaram 2 camazes (caminhões mi­litares) das FAA, que tec­nicamente estavam melhor equipados e mais prepara­dos para guerra. Dirigidos pelo Brigadeiro Hiorque e pelo Coronel Paulo César da repartição de Contra­-inteligência Militar. Abri­ram fogo com armas so­fisticadas, dispararam por todas as direcções primeiro usando o morteiro 82 mm, o lança-róquete RPG-7 e o Z.U-4. Dispararam rente com PK-M (as balas rasa­vam quase cortando capim que se alguém está deitado apanha tiro na mesma e que só escapa quem está no bu­raco). A chuva de fogo foi tanto que as canções reli­giosas começaram a afrou­xar e a pararem um pouco e já não cantavam mais em uníssono mas ainda nas cubatas saiam algumas can­ções e os outros começa­vam a fugir levando alguns mortos e arrastando alguns feridos. Que se começou a retirada do movimento re­ligioso em direcção ao Les­te e Sudeste, nas margens do rio Kunhoñgamwa e presume-se que foi a altura em que Kalupeteka saiu do acampamento.

TRÉGUA E REINICIO DA GUERRA

O massacre continuou até 18 horas. Mas os homens crentes ainda gritavam o nome de Jesus e gritavam chamando a polícia de que viesse buscar os corpos dos vossos chefes. Por favor parem de disparar chegue aqui dentro do acampamen­to retirar os vossos chefes.

Entrou-se no Acampamen­to mas disparando, e estava a ficar escuro que os corpos eram espalhados por todo lado e não se conseguia distinguir quem eram os da polícia mortos no meio dos crentes mortos. Começou­-se a iluminar com telefones e viu-se que o Homem do SINFO foi cortejado e deita­do ao lado do carro dele. O Delegado da Policia da Caa­la foi cortado metadinhas e deitado ao lado do carro dele. Os outros foram todos cortados mas as armas de­les não foram tocadas pelos crentes; cada morto esta­va deitado com arma dele ao lado com suas algemas na cintura com todos os equipamentos e os crentes encontrados feridos mas vivos perguntados porque não usaram as armas dis­seram que a nossa arma é Jesus Cristo e a Bíblia.

Enquanto reconheciam os corpos, encontraram uma fila enorme de mortos amontoados, que nas me­didas em que foram cain­do, os crentes conseguiram tapar com panos e lençóis abandonados. Quando a po­lícia e as FAA destaparam os corpos, afinal estavam misturados entre mortos e feridos. Descobriram que alguns estavam a olhar e a respirar. O Chefe Pin­to (chefe das Finanças da PIR-Huambo) mais alguns agentes com raiva, pega­ram em catanas cortejaram aqueles feridos e dispara­ram novamente em cada morto para se certificar de que tinham mesmo morri­dos depois de se abrir fogo por cima daqueles corpos, continuaram disparando. Começou-se novamente a luta corpo-tiro porque nas cubatas havia mais crentes que não fugiram estavam debaixo das camas, nos cantos como ratos “ pala­vras dos militares.” E estava escuro e a polícia continua matando mas tendo tam­bém baixas. E mandaram reforço pela segunda vez e já era noite. Passou-se a noite lutando entre apalpa­delas até de manhã do dia 17 o que permitiu que muitos mortos e feridos tivessem sido evacuados pelos Cren­tes fugitivos.

AMANHECEU UM NOVO DIA DE SANGUE

As FAA avançaram para Leste e Sudoeste, perse­guindo os fugitivos que car­regaram mortos e feridos de mulheres e crianças. As companhias da PIR rece­beram reforço da Brigada Motorizada. Amanheceu e verificou-se que os chefes todos tinham sido mortos a catanadas mas o coman­dante da Policia da Caala tinha sido primeiro atingido por um tiro perdido prova­velmente disparado pelos colegas da PIR que lhe atra­vessou o olho furando para nuca porque os crentes en­contrados vivos não toca­ram nas armas em nenhum momento mas sim catanas, machados, picaretas. Mas o comandante foi também cortado para além do tiro perfurando o olho.

Enquanto se recolhia os corpos, e identificando os chefes avançou-se abrindo cubata a cubata encontra­va-se ferido vivos. O Che­fe Pinto (das finanças cuja gula de assassinato os ou­tros colegas admiraram e disseram: nunca sabia que o chefe Pinto era tão assas­sino!) orientou que não va­mos mais disparar, pegaram em catanas e machados dos Crentes foram cortejando todos os feridos de homens, mulheres e crianças encon­trados nas cubatas mas con­tinuavam a cantar e a citar Jesus Cristo só paravam de cantar quando dão o último suspiro. Encontraram um grupo de jovens com per­nas partidos, outros feridos e não conseguiam andar. Fi­caram fechados numa casa pelos Crentes que fugiram. Quando foram perguntados se tem armas eles disseram que somos cristãos e ma­tamos com Bíblia e a nossa arma é Jesus Cristo; esta­mos dispostos a morrer por Jesus Cristo. Então o Chefe Pinto pediu para lhe ofere­cerem os jovens e o grupo aceitou imediatamente lhes disse assim. Como mataram nossos chefes com catana é com catana que vamos vos matar também. Aí começou a lhes cortejar até que todos morreram.

Ao lado da Casa do Kalu­peteka, que era a casa mais sumptuosa, havia um posto medico. Entraram e encon­traram um depósito cheio de medicamentos que en­che talvez um caminhão. Encontraram no interior do posto médico os feridos vivos e escondidos aí. To­dos foram massacrados aí mesmo e os medicamentos foram todos removidos e enviados para o comando.

O SAQUE DOS BENS DOS CRENTES

Kalupeteka possuía 7 carros incluindo o land-Cruiser Bi-Turbo que lhe havia oferecido o Governador do Huambo. Possuía um caterpillar “máquina esca­vadora” um gerador indus­trial que fornecia luz no acampamento. O caterpilar e 2 carros incluindo carri­nha mitsubishi canter e o gerador eletrico industrial os agentes os incendiaram imediatamente.

A brigada motorizada es­teve com sorte: Encontrou o COFRE da Igreja onde estava depositado todo o dinheiro que talvez vinha de diferentes pontos do País. Havia 4 maços grosso só de Dólares Americanos e o resto eram montanhas de notas de 5000 kwanzas, 2000 kwanzas e se dividi­ram felizes e muitos leva­ram 500 mil cada outros 1 milhão cada etc.

O Land-cruiser Bi-turbo está a ser disputado entre o comandante da viação e trânsito e o comandante da PIR que o querem já que é novo apenas partiram os vi­dros com tiros.
Encontrou-se uma quanti­dade de arcas para frescos, foram todos evacuados para a unidade da PIR.

Encontrou-se muita fuba, feijão e outras comidas e uma enormidade de água mineral. O comandante da PIR deu ordem para eva­cuar tudo para a UNIDADE da PIR. E eles constaram que os Crentes do Kalu­peteka viviam bem. Nas próprias palavras da tropa “aquele filho da mãe sabia mimar o povo dele e era muito amado tipo Savimbi” ainda dizem: Kalupeteka ti­nha 80 meninas bonitas de protocolo que sempre que recebia visita essas meni­nas é que tratavam e cuida­vam da visita”.

Encontrou-se muitos dis­cos de músicas, malas de roupas, cobertores, lençóis e muitos cabritos, alguns acabavam de chegar com os novos peregrinos de ou­tros pontos do País. Orde­naram queimar tudo.

Encontraram uma manada de burros (tipo cavalos) e levou-se tudo para Caala.

Encontrou-se computado­res portáteis, telefones e um montão de recargas da UNITEL e da MOVICEL, se dividiram todos e cada um levou seu quinhão para casa.

Encontrou-se perto de 550 motorizadas de várias mar­cas, o comandante mandou queimar tudo, mas apenas queimou-se umas 30 mo­tos o resto como é novo foi aproveitado pelas forças se­cretamente que estão a ser trazidos para a cidade.

CAPTURA DO KALUPETEKA

Kalupeteka não fugiu, fo­ram andando normalmen­te com feridos e mortos evacuados e foi apanhado pelas FAA na aldeia de NGONGOWINGA que fica há 20 minutos do aeropor­to do Huambo, já quase na cidade. • Kalupeteka se fosse apanhado pela PIR seria morto na hora mas pelo facto de ser apanhado pelas FAA está considerado como altamente perigoso e sob custódia.

A Igreja do Kalupeteka está considerada como um mo­vimento político-militar a ser perseguida e dizimada cujos crentes são declara­dos inimigos do Estado que devem ser eliminados.

BALANÇO MILITAR DA ACÇÃO

Pelo facto de morrer 8 ofi­ciais e com muitas baixas não declaradas públicas que exigiu reforços então o ba­lanço final é de que a Polícia perdeu a batalha.

A polícia entendeu que as FAA estão melhores prepa­rados para guerra do que a polícia normal.

Declarou-se o Huambo como a província altamente perigosa que devem ter ou­tro tipo de tratamento dife­rente das outras províncias.

RECOMENDAÇÕES/ORIENTAÇÕES DO COMANDO GERAL DA POLÍCIA NACIONAL NA VOZ DO 2º COMANDANTE PAULO GASPAR DE ALMEIDA EM REPRESENTAÇÃO DO COMANDANTE GERAL AMBRÓSIO DE LEMOS

O segundo comandante geral da polícia Paulo de Al­meida, na parada do dia 20 ou 19 orientou:

A polícia deve fazer bus­cas clandestinas em hospitais, clínicas e centros mé­dicos públicos e privados localizar os feridos alveja­dos e uma vez encontrados são Kalupetekas e devem morrer lá onde forem en­contrados;

A polícia deve fazer buscas nos bairros e aldeias locali­zar os óbitos e apanhar as pessoas e mata-las sem dó.o Os Kalupetekas são consi­derados inimigos do Estado e indiciam ser movimento de guerrilha que pretende inviabilizar as eleições de 2017 por isso devem ser totalmente destruídos por isso, nos próximos 6 meses, os helicópteros da polícia e os meios das FAA deverão patrulhar as montanhas, as aldeias, as matas e destruir os grupinhos que tentam se reorganizar.
  
Todos os actos de mani­festações, desobediência as autoridades devem ser respondidas com balas em todo o território nacional, o que significa que a PIR dei­xa de usar técnica anti-dis­túrbio (gás lacrimogénio e porretes) e passa a usar apenas técnica anti-Ter­ror (matar directamente). Quando houver qualquer actividade que precise de intervenção da polícia, a li­nha da frente leva escudos e bombas de gás lacrimo­génio como simulação mas atras deverá vir uma linha de anti-terror altamente armada que deverá fazer o trabalho de limpeza em qualquer ponto.

Os agentes da polícia todos quer simples quer oficiais deverão beneficiar de re­forços com novas técnicas e estar munidos de pistolas e qualquer cidadão que de­monstrar atitude de desaca­to às autoridade nos bairros onde o agente mora não deve discutir apenas dispa­rar mortalmente.

Depois desses dias com a Igreja do Profeta Kalu­peteka, a Polícia entra em nova fase da história opera­tiva militar, não poderá ja­mais tolerar, mesmo na via pública, qualquer desacato deverá ser respondida com a força matando.

o Fazer o mapeamento no Huambo em 5 rectos (zo­nas de reconhecimento permanente) onde as FAA devem se coadjuvar com os PIR com nova técnica que vira da UAT-Unidade Anti­-Terror e do Delta, para pa­trulhar todos os cantos do Huambo.

ORIENTAÇÕES ACATADAS

No dia 20 de Abril, os heli­cópteros sobrevoaram os municípios do Londuim­bali e Ekunha e afirmam que dispersaram os grupos identificados com KALU­PETEKA.

Ontem as FAA na COMU­NA da CATATA em 7 di­ferentes localidades encon­traram os crentes da Igreja do Kalupeteka cavando trincheiras e com muitos tiros foram rechaçados dei­xando no terreno mortos.

Na Praça da “Alemanha” foram capturados várias pessoas identificadas com a Igreja do Kalupeteka por comercializarem seus dis­cos e foram todos apanha­dos cujo paradeiro será da decisão militar e não judi­cial.

Os oficiais da Policia mor­tos também possuem pa­rentes pertencentes a Igreja do Kalupeteka igualmente mortos e por isso existe um descontentamento gene­ralizado e confuso por isso teme-se traições quer na polícia quer no povo o que deverá aumentar vigilân­cia, desconfiança e melho­ramento dos serviços de inteligência e contra inteligência.

Muitos chefes locais serão exonerados nos próximos dias e melhorar a relação entre a PIR e as FAA como se fazia em tempo de guerra no Huambo.

Finalmente aos Kalupeteka não se deve dar trégua de chorarem seus mortos nem curar seus feridos. Que morram onde forem encon­trados.

Todo o que for encontrado na via pública vestido com características dos Kalupe­teka deve ser apanhado e morto. Os Kalupeteka têm senha e são de fácil identifi­cação devido a igreja e esse trabalho deve merecer res­posta adequada.

AS VALAS COMUNS

O balanço provisório apon­ta para 1080 mortos entre crianças o que corresponde a 50,5 % da população que estava no local.

A tropa ocupou o local para servir de unidade militar como forma de esconder as valas comuns cavadas onde entulharam os corpos.

Na noite de dia 21, 22 e 23 estão a desenterrar os cor­pos para serem clandes­tinamente transladados para outro município do Longonjo na zona do Lepi onde serão enterrados e valas comuns em pequenas quantidades.

O Governo pretende trans­ferir as tropas do NGOVE para o Local a fim de per­manentemente ocultar as valas comuns e as ossadas que serão encontradas em toda a parte.

Lançou-se uma campanha de perseguição e elimina­ção de todos os adeptos da Seita religiosa.

*Ativista dos direitos humanos no Huambo


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