domingo, 7 de agosto de 2011

A NOVA CRISE DO CAPITALISMO




RODOLPHO MOTTA LIMA* - DIRETO DA REDAÇÃO

Ficaram famosas no meio político nacional as palavras de Juracy Magalhães, um dos tenentes dos anos 20 e participante do golpe militar de 1964, que, inquirido sobre as condições em que assumia, em junho de 1964, o posto de embaixador brasileiro em Washington,   respondeu: “O Brasil fez duas guerras como aliado dos Estados Unidos e nunca se arrependeu. Por isso eu digo que é o que bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil".

Passaram-se muitos anos a partir de então, mas a última frase seguiu sendo exemplificativa de um certo tom de subserviência que, ao longo do tempo, vem marcando as relações entre Brasil e Estados Unidos, sendo também um emblema para posturas  de exagerado louvor  à América,  notadamente por parte da  mídia majoritária em nosso país.

Essas considerações me vêm a propósito da atual situação por que passam os americanos, mergulhados em uma crise sem precedentes  e de difícil equacionamento. O jornalista Paul Krugman , conceituado colunista do “New York Times”, chega a mencionar  que a evolução do problema poderá “empurrar os EUA para um padrão República de Bananas”, acrescentando que o desfecho final dos desentendimentos que redundaram em um discutível acordo, “põe todo o sistema de governabilidade em questão”.

Voltando à frase de  Juracy Magalhães, ela  não surgiu do nada. Na realidade, foi cunhada a partir de uma outra,  de  Charles Erwin Wilson, um manda-chuva da General Motors que, nomeado Secretário de Defesa pelo governo Eisenhower, teria dito, no Senado americano, que “o que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos, e vice-versa”.  Ela também mereceu divertida versão do Presidente Lula que, interrogado  (em sua primeira visita a Washington) sobre as ligações entre o PT e o regime comunista da China, respondeu : “Eu não conhecia a China muito bem, até que o governo americano fez da China seu parceiro comercial preferencial. E eu pensei comigo mesmo:  se é bom para os americanos, deve ser bom para os brasileiros.”  

Penso que o panorama que agora se vislumbra na economia americana permite a construção de uma nova frase , que parodia todas as anteriores:  definitivamente, o que está sendo um mal para os EUA não pode vir a ser um mal para o Brasil.

Obama está sendo empurrado contra a parede e derrotado em suas intenções por um segmento cujo fundamentalismo econômico abomina os valores sociais.  A presença crescente, nas grandes decisões nacionais,  do “Tea Party” – grupo ultradireitista, que prega a diminuição do Estado e radicaliza em relação à imigração e à religião - aponta para o ideários  de uma sociedade cada vez mais fechada e avessa aos interesses dos menos favorecidos.  Questões básicas, como a aplicação de maiores impostos  às grandes fortunas, ou a retirada de incentivos fiscais à indústria de petróleo, ou a diminuição de gastos com armamentos, ou a manutenção/implementação de benefícios sociais, não encontram eco na maioria dos congressistas americanos.

Decididamente, o que é bom para os republicanos americanos não é bom para os brasileiros. Precisamos, por isso, ficar atentos. E faço essa observação porque não é difícil perceber ligações ideológicas entre o que pensam os políticos americanos mais retrógrados e o que defendem, em nossa política, os segmentos derrotados nas últimas eleições e encastelados na oposição, sustentados pela grande mídia. Aqui também se reage às ações que buscam vincular às atividades do Estados às causas populares. E aqui também, perigosamente,  se tenta, pelo viés da instauração  de um clima de ingovernabilidade, evitar o prosseguimento de políticas voltadas para as grandes causas sociais.

Penso que   os Estados Unidos e os outros endividados países da Europa (Grécia, Espanha, Portugal, Itália, etc) estão pagando o preço devido pela atual versão do capitalismo, o preço de um liberalismo que se quer absoluto e que, em nome das leis de um mercado elevado à condição de Deus, dispensa preocupações sociais e reduz a quase zero os valores humanitários.  A crise americana é (mais uma) crise do capitalismo. Realmente, pelas suas dimensões, pode provocar consequências sem precedentes, inclusive em nosso país, dado o perverso sistema de vasos comunicantes que interliga planetariamente  o fato econômico. A desarticulação de uma economia (mesmo localizada)  enfraquece a todos. Por isso, é preciso muito cuidado para não embarcarmos, aqui, nesse navio em vias de afundar. 

Não sou dos que acreditam  na morte das ideologias. Não acho, por exemplo  que, com a queda do muro de Berlin, caíram os valores socialistas. Os próprios alemães, que derrubaram o muro,  não fizeram o mesmo com as estátuas dos filósofos Marx e Engels, que lá estão, em Berlin, como objeto de diária romaria dos simpatizantes. Porque uma coisa é a prática indevida, a ação nefasta, que deve ser rejeitada, e outra coisa são as ideias  que preconizam a redenção das grandes massa humanas no sentido  da superação das injustiças, ideais  imorredouros enquanto perdurarem as desigualdades sociais.

Obama, é óbvio, está longe de ser socialista. As soluções que propõe buscam apenas minimizar ou mascarar as perversidades de um sistema fundado no capital.  Mas enfrenta uma turma que até se arrisca a perder os dedos, por não querer ceder os anéis...

E eu fico, aqui, com as palavras de Eduardo Galeano, escritor e pensador uruguaio, que, num misto de visão profética, construção poética e convite à prática política, afirma que o sistema neoliberal não é o único possível e diz pressentir que há, mesmo neste mundo enlouquecido e infame , a gestação de um outro, uma gestação difícil , mas que vingará. Não sei se a minha geração assistirá a esse nascimento, mas é nisso que, firmemente, deposito todas as minhas crenças.

 Em tempo:
Por falar em palavras e crenças, quero deixar aqui meu abraço ao Eliakim e a todo o pessoal do DR , esse espaço que, nos seus dez anos de existência, propugna pelo exercício irrestrito da liberdade de expressão , crença maior  do ideário democrático. 

*Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Portugal: PM avisa no Facebook que sacrifícios exigidos aos portugueses "não serão suaves




SIC NOTÍCIAS

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu hoje que os sacrifícios exigidos aos portugueses não serão suaves nem os resultados serão rápidos, numa mensagem deixada no Facebook antes de ir de férias com a família.

Na sua página da rede social Facebook, o governante deixou uma mensagem  escrita, na qual começa por lembrar os portugueses de que a atual "agenda  exigente" é imposta pela necessidade de cumprir acordos internacionais e  pelos prazos rigorosos que o próprio Governo se impôs. 

"O nosso ponto de partida é extremamente débil" e a "instabilidade no  sistema Financeiro Europeu e Americano são travões para um percurso já de  si cheio de sacrifícios", explica logo de seguida. 

É nesse sentido que Pedro Passos Coelho alerta para o "enorme trabalho"  que há pela frente e "ao qual todos os portugueses são chamados". 

Contudo, o responsável faz questão de sublinhar o compromisso que tem  com o país de "nunca ocultar a realidade", para que "todos compreendam as  razões e os objetivos deste grande esforço coletivo", e de prestar contas  do dinheiro gerido. 

Por isso, o primeiro-ministro afirma que não se compromete "com resultados  rápidos nem com sacrifícios suaves", porque isso "não seria realista". 

Na sua página do Facebook, da qual mais de 58 mil pessoas afirmam "gostar",  termina a mensagem com um tom mais pessoal, dando conta de que vai de férias  com a família para recuperar o seu papel de "marido e pai". 

Entre os comentários dos seus leitores, existem muitos de apoio, mas  também algumas mensagens reveladoras de desalento, como o de uma mulher  que lhe pede para não voltar de férias ou o de um rapaz que avisa que já  não tem mais furos no cinto.

Eleições Presidenciais: Urnas em São Tomé e Príncipe começaram a fechar às 18:00 locais




EL - LUSA

São Tomé, 17 jul (Lusa) - As 260 mesas de voto criadas para as presidenciais de hoje em São Tomé e Príncipe começaram a fechar às 18:00 locais (19:00 em Lisboa), mantendo-se no local apenas os eleitores que já estavam na fila para votar antes da hora de encerramento.

Para este escrutínio, a que concorrem dois candidatos à sucessão do Presidente cessante Fradique de Menezes, impedido de se candidatar a um terceiro mandato consecutivo de cinco anos, estão inscritos 92.638 eleitores.

Das 260 mesas de voto formadas pela Comissão Eleitoral Nacional, nove foram criadas em Portugal para receber a votação dos 3.528 eleitores inscritos.

Segundo o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), João Ramos, os primeiros resultados deverão ser divulgados antes da meia-noite de hoje.

Resultados provisórios das eleições em Cabo Verde divulgados a partir das 20:00 locais




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 07 ago (Lusa) - O Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSI), coordenador do sistema de dados das presidenciais de hoje em Cabo Verde, espera divulgar os primeiros resultados provisórios oficiais a partir das 20:00 locais (22:00 em Lisboa).

Fonte do NOSI, contactada pela Agência Lusa, nada mais adiantou, sublinhando ser essa a única informação que pode disponibilizar.

Os resultados finais dos círculos eleitorais da diáspora cabo-verdiana, à exceção do Estados Unidos, cuja votação só terminará às 22:00 locais (meia noite em Lisboa), só serão também divulgados a partir dessa hora.

Os dados do NOSI poderão ser consultados em www.presidenciais2011.cv.

A uma hora do encerramento das urnas perspetiva-se abstenção recorde - CNE de Cabo Verde




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 07 ago (Lusa) - A cerca de uma hora do encerramento das urnas das presidenciais de hoje em Cabo Verde, a afluência dos eleitores continua muito baixa, perspetivando-se uma abstenção recorde, disse a porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) cabo-verdiana.

Em declarações à Agência Lusa, Maria João Novais adiantou que, à semelhança do que se passou de manhã, manteve-se a tendência de pouca participação dos 305.349 eleitores inscritos para escolherem o sucessor de Pedro Pires.

Segundo Maria João Novais, as 899 mesas existentes em todo o arquipélago deverão encerrar normalmente às 18:00 locais (20:00 em Lisboa), devendo os primeiros resultados oficiais provisórios serem conhecidos "mais depressa do que se esperava" face justamente à fraca participação.

A porta-voz da CNE adiantou que o mesmo se está a passar na diáspora, uma vez que a taxa de participação está igualmente a ser baixa, à exceção das comunidades nos Estados Unidos, onde, disse, há muitos cabo-verdianos a votar.

Encerradas estão já as urnas na China e na Europa, faltando algumas em África, nomeadamente em Angola, Guiné-Bissau, Senegal e São Tomé e Príncipe, bem como nos Estados Unidos.

Quanto a incidentes, Maria João Novais deu conta de que as candidaturas de Aristides Lima e de Jorge Carlos Fonseca apresentaram uma queixa na CNE visando substituir o presidente da mesa de voto que compareceu, de manhã, armado.

Elementos das duas candidaturas, bem como responsáveis da CNE, deslocaram-se ao local, mas, face à proximidade do encerramento das urnas, tudo indica que permanecerá em funções até ao fim.

O presidente de uma mesa de voto na Achadinha, um dos bairros mais problemáticos da capital cabo-verdiana, apareceu armado na abertura das urnas. Chamada pela CNE, a polícia foi lá, desarmou-o mas, como tinha licença de porte de arma, acabou por continuar em funções sem qualquer procedimento criminal.

Outro incidente ocorreu numa mesa de voto no bairro do Pensamento, arredores da Cidade da Praia, com a CNE a receber queixas de eleitores que foram alegadamente impedidos de votar porque o presidente da mesa não os deixou "por ser conhecido em quem iriam votar".

Maria João Novais, salientando que no resto do país e na diáspora não há conhecimento de grandes incidentes, adiantou que uma equipa de fiscalização da CNE está já no terreno a averiguar a veracidade das queixas.

Desde que o país abriu ao multipartidarismo, em 1990, a abstenção nas eleições presidenciais tem sido alta.

A abstenção mais baixa, 38,6 por cento, registou-se precisamente nas primeiras presidenciais, a 17 de fevereiro de 1991, que deram a vitória António Mascarenhas Monteiro, que foi reeleito na votação de 1996, em que era o único candidato e quando se registou a maior (54,3 por cento).

Nas de 2001, ganhas por Pedro Pires, a abstenção foi de 45,2 por cento e, nas de 2006, em que o chefe de Estado agora cessante foi reeleito, atingiu 41 por cento.

*Foto em Lusa

RIO EM ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA




MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND* – DIRETO DA REDAÇÃO

O Rio de Janeiro vive na prática em estado de calamidade pública. A culpa se deve principalmente a seus governantes, o Prefeito Eduardo Paes e o Governador Sergio Cabral. Lamentavelmente, partidos que se consideram progressistas e de esquerda apoiam os referidos.

A educação pública é de baixa qualidade. Os professores recebem salários de fome e por isso estão parados há quase dois meses. O Governador, que num acordo de cavalheiro$ não é criticado pelos meio$ de comunicação de mercado, muito pelo contrário, oferece como contraproposta um reajuste de 3,5%, o que equivale para os professores em início de carreira algo em torno de 20 reais.  

As obras públicas tendo em vista os megaeventos estão sendo reajustadas e algumas, como aconteceu nos Jogos Panamericano na gestão do Prefeito Cesar Maia, na base de milhões de reais. Por enquanto, o caso mais grave é o do Maracanã, cujo orçamento pulou para mais de 1 bilhão de reais e ainda por cima uma obra que vai elitizar o maior estádio do mundo, que está sendo adaptado às exigências da Fifa, que só pensa em cifras.

Cabral foi pego em flagrante delito em promiscuidade com empresários, alguns deles responsáveis por obras pagas pelo Estado, ou seja, pelos cidadãos contribuintes. No início do flagrante delito, alguns jornais noticiaram a proximidade de Cabral com o setor empresarial, inclusive usando avião de Eike Batista, mas depois o assunto foi e$quecido.

Em âmbito municipal, Paes mandou para a Câmara dos Vereadores, em regime de urgência, um projeto que segue a determinação do Banco Mundial e prevê, entre outras coisas, quebra da paridade dos ativos com inativos, percentual de 30% a menos no pagamento das pensões, além da terceirização dos serviços públicos com o objetivo de reduzir gastos com o funcionalismo público.

Paes e Cabral são queridinhos da mídia de mercado, até porque abrem as comportas financeiras com o pagamento de farta publicidade. Sendo assim, os médicos, professores e bombeiros, por exemplo, estão sendo maltratados com salários aviltantes e assim sucessivamente. Neste domingo (7) eles estarão na rua pedindo a solidariedade da população contra os desmandos do Prefeito, cuja meta é a privatização do setor. A velha receita que procura convencer a meio mundo a necessidade da privatização de tudo que o Estado pode perfeitamente gerir. Balela e banditismo.

Este, em resumo, é o quadro que vive a cidade e o município do Rio, engabelado pela propaganda enganosa da Prefeitura e Governo do Estado, cujos gastos não são poucos. Não é uma situação de extrema gravidade? E tem muito mais que deve estar acontecendo, inclusive em matéria de irregularidades, que poderiam ser do conhecimento público se as editorias das mídias de mercado tivessem interesse em desvendar os temas e mesmo algumas denúncias escabrosas. 

No ano que vem, os cariocas elegerão um novo Prefeito, certamente Paes tentará se reeleger e vai contar com apoios empresariais fortes. Além disso, um arco de aliança poderoso também e até o PT de vice. Paes não vai querer largar o osso, até porque vem aí a Copa do Mundo e as Olimpíadas, eventos onde circula muito dinheiro. Cabe aos eleitores, desde que informados sobre os acontecimentos, fazer a escolha.

Lamentavelmente, o lado informativo não circula na maioria dos meios de comunicação.

Por sinal, já começou o favorecimento. Na semana passada a Prefeitura pagou 30 milhões de reais para o grupo Globo transmitir com exclusividade o sorteio das Eliminatórias. Leia-se que a fatura foi paga pelos cidadãos contribuintes. E pior, as empresas concorrentes tiveram dificuldade até para credenciar os seus jornalistas e cinegrafistas. Aí pode, nada de SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) protestando contra restrições à liberdade de imprensa.

A demissão de Nelson Jobim, arrogante e boquirroto, representou sem dúvida um tento para o governo Dilma Rousseff. Como foi dito neste espaço há duas semanas, o então Ministro da Defesa estava a mais em um governo que se pretende progressista. A nomeação de Celso Amorim é positiva, claro, como demonstram as críticas partidas de notórias figuras políticas da velha e nova direita brasileira, ou seja, do Demo e do PSDB, que no final das contas se associam, pois um partido não pode viver sem o outro.

Espiões benignos informam que já baixou uma ordem editorial  nas Organizações Globo, sobretudo na TV Globo: não poupem p Ministro da Defesa Celso Amorim. Resta então acompanhar o noticiário para confirmar a informação dos espiões benignos benignos. 

Dez anos de Direto da Redação merecem ser comemorados por todos aqueles que entendem ser a informação um direito humano. E nesse sentido, o DR tem contribuído em larga escala para o exercício desse direito fundamental, abrindo espaço, sem restrições, para reflexões que estão fora do circuito da mídia de mercado. Parabéns, Eliakim e todos os que  por aqui circulam, tanto os colunistas como os leitores. É gratificante ocupar este espaço. 

Em tempo: depois da “primavera árabe” está começando o “verão israelense”, com mais de 300 mil nas ruas exigindo o fim da era Netanyahu e sua política de favorecimentos dos ricos. Os manifestantes se posicionam há três sábados seguidos contra privatizações e falta de justiça social. Querem democracia e não caridade. 

*É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE

CABO VERDE ESCOLHE PRESIDENTE EM ELEIÇÕES QUE DEIXAM MARCAS NO PAICV




João Manuel Rocha - Público

Eleitores podem ter de ser chamados a tira-teimas da segunda volta

Os cabo-verdianos estão a escolher o seu novo Presidente da República, mas é provável a necessidade de uma segunda volta. A eleição deixará marcas no partido governamental, o PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), que, apesar da maioria absoluta de Fevereiro, não está unido. A vitória não é um dado adquirido para o seu candidato oficial, Manuel Inocêncio de Sousa.
 
A sucessão de Pedro Pires, chefe de Estado na última década, é disputada por Inocêncio Sousa e Aristides Lima, ambos do partido da independência, e por Jorge Carlos Fonseca, que tem o apoio do MpD (Movimento para a Democracia), maior força da oposição. Joaquim Jaime Monteiro, também da família do PAICV, é o quarto candidato, sem possibilidades de vencer.

Pedro Seabra, do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança, considera que a candidatura de Jorge Carlos Fonseca “tem de ser tomada em conta”, também devido às divisões no seio do PAICV. Mas, em seu entender, a eleição deve decidir-se entre Aristides Lima e Inocêncio de Sousa, até porque Carlos Veiga, líder do MpD, que seria o melhor candidato da oposição, não concorre.

“Todos os sinais indicam que a decisão será entre os dois. Inocêncio de Sousa tem contra si o facto de não ser uma figura muito conhecida, mas tem consigo a máquina do PAICV e o primeiro-ministro, José Maria Neves. Lima não tendo a máquina por trás tem um maior reconhecimento”, disse ao PÚBLICO o investigador, que vê na existência de quatro candidatos uma “prova da saúde da democracia”.

José Vicente Lopes, jornalista e escritor cabo-verdiano, acredita que haverá uma segunda volta, e que Aristides Lima, deputado e presidente da Assembleia Nacional nos últimos dez anos, é “o único que [nela] parece ter presença garantida”, apesar do apoio oficial do partido governamental a Inocêncio, o favorito do líder.

Duas correntes

A divisão no seio do antigo partido único é, nota José Vicente Lopes, a expressão de duas correntes no seu interior: a ala renovadora, encabeçada por José Maria Neves, e a “velha guarda” de Pedro Pires, que prefere Lima, tal antigos rivais do actual chefe do Governo. Jorge Carlos Fonseca, que fez uma campanha centrada nos riscos de concentração do poder nas mãos do PAICV, explorou essa divisão e foi claro na afirmação de que a disputa entre Inocêncio e Lima se tornou num “confronto” entre Neves e Pires.

Sinal claro das divergências no PAICV é o apoio público a Lima declarado por Felisberto Vieira, ministro do Desenvolvimento Social e Família, ou por Júlio Correia, primeiro vice-presidente do Parlamento. O tom, aliás, “tornou-se mais agressivo”, com o assassino de Amílcar Cabral a ser trazido à discussão, no que alguns consideraram uma “tentativa de baixar o nível da campanha”, diz Pedro Seabra.

Lima, que se apresenta como o “candidato da cidadania”, orientou o seu percurso dos últimos anos tendo em mente a chefia do Estado e o dossier presidencial que foi mal gerido pelo PAICG, considera José Vicente Lopes. “As ambições pessoais dos candidatos acabaram por se sobrepor à estratégia do partido. Se o PAICV estivesse unido em torno de um candidato estas eleições seriam favas contadas”, afirma.

Preterida pela direcção partidária, a candidatura do ex-presidente do Parlamento “não estava nas contas” de José Maria Neves, cuja “voz de comando deixou de ser ouvida”, afirma o jornalista. Para ele, do ponto de vista político, a declaração feita em Fevereiro pelo primeiro-ministro ao PÚBLICO, de que este é o seu último mandato na chefia do Governo, foi um erro. “A pior coisa que pode haver em política é um líder a prazo”, afirma.

Independentemente da escolha dos cabo-verdianos, o nome do Presidente não interfere à partida com a estabilidade governativa – o PAICV reforçou em Fevereiro a sua maioria absoluta e tem 38 deputados contra 32 do MpD e dois da UCID (União Cabo-Verdiana Independente e Democrática).

Em caso de eleição, Jorge Carlos Fonseca promete ser “atento, exigente e colaborante” com os outros órgãos de soberania. De Inocêncio Sousa espera-se total sintonia com o Governo. Já uma eventual preferência dos eleitores por Aristides Lima levaria, segundo José Vicente Lopes, a um “quadro de paz podre, mas não ao ponto de criar especiais dificuldades a José Maria Neves”. No seio do PAICV, o que se pode esperar após as eleições é, segundo Pedro Seabra, “uma clarificação interna de posições”.

Cabo Verde: APESAR DA CRISE EMIGRANTES EM PORTUGAL RECUSAM REGRESSAR




SIM - LUSA

Lisboa, 07 ago (Lusa) -- Judite e Maria, duas das eleitoras que hoje votaram para as presidenciais de Cabo Verde, vivem em Portugal há mais de 25 anos e, apesar da atual crise económica, não pensam regressar.

Apesar de tencionar continuar em Portugal, Judite arrependeu-se de ter emigrado; Maria não.

"As minhas irmãs nunca vieram para Portugal e não morreram à fome em Cabo Verde", desabafa Judite Teixeira, hoje com 61 anos, à porta da Oficina de Artes da Junta de Freguesia da Buraca, onde estão instaladas as urnas para as eleições presidenciais.

Judite era uma jovem de 25 anos quando abandonou Cabo Verde na esperança de encontrar um bom emprego e ajudar a família. Não aguentava mais a dureza diária de carregar na cabeça sacos de cimento e de pedras "para construir pequenos diques por muito pouco dinheiro", recorda.

Já em Portugal, depois de um emprego passageiro a "fazer horas numa patroa em Linda-a-Velha", Judite viu-se obrigada a voltar a usar a cabeça: "Fui trabalhar para a Praça da Ribeira a carregar peixe. Depois andei a recolher papel pela Buraca, Alfragide e Damaia que transportava na cabeça com a ajuda de quem por ali andava".

Naquela altura, no início dos anos 1980, "recebia três contos por semana de um português que ia lá recolher o papel a casa", lembra. Nunca esteve parada, teve sempre emprego, mas já se arrependeu de ter deixado o seu país-natal. "Se fosse hoje nunca teria vindo. Ficava lá a cavar batatas. As minhas irmãs nunca vieram e não morreram à fome", desabafa.

Agora acha que já não faz sentido regressar. Por isso, vai sabendo das novidades do país pela televisão e as notícias da família chegam por telefone. Judite vive atualmente com um ordenado de 155 euros a fazer limpezas nas instalações da Força Área mas é "graças à ajuda da igreja" que tem o "que meter na mesa para comer".

A desilusão de Judite não se sente na história de Maria Fernanda Gomes Monteiro, 34 anos. Está em Portugal há 28 anos e não se imagina a viver em Cabo Verde: "Se a crise aqui é problemática lá é bem pior. É verdade que o país está melhor, mas mesmo assim não é a mesma coisa".

Maria garante que não tem intenção de regressar a Cabo Verde, mas nem por isso deixa de exercer o seu direito de votar "para tentar melhorar as coisas".

"As coisa em Cabo Verde têm melhorado muito, em parte graças ao turismo, mas eu já tenho aqui a minha vida toda. E a verdade é que esta crise que as pessoas falam não tem nada a ver com a situação que se vive lá. São dois mundos à parte", concluiu.

O sucessor de Pedro Pires na Presidência da República de Cabo Verde é hoje escolhido pelos mais de 305 mil eleitores inscritos, dos quais 36.970 vivem na diáspora. A maior concentração de imigrantes encontra-se em Portugal, onde vivem 13.221 cabo-verdianos.

Um presidente de mesa desarmado pela polícia e baixa afluência eleitoral nas primeiras horas




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 07 ago (Lusa) -- A afluência às urnas nas presidenciais de hoje em Cabo Verde está "fraca", mas as mesas de voto estão todas abertas, e houve um incidente na Cidade da Praia, onde um presidente de mesa se apresentou armado.

O balanço foi feito às 11:00 locais (13:00 em Lisboa) à Agência Lusa pela porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) cabo-verdiana, Maria João Novais, que explicou que o incidente ocorreu numa mesa da Achadinha, bairro da capital cabo-verdiana.

Segundo Maria João Novais, logo que foi dado o "alerta", a CNE avisou a Polícia Nacional (PN), que, de imediato, se deslocou ao local e desarmou o presidente da mesa de voto.
Sobre o incidente, nada mais adiantou, uma vez que desconhece mais pormenores.

Contactada pela Lusa, a direção da PN cabo-verdiana confirmou a ocorrência, mas também nada adiantou, nem se o presidente da mesa ficou detido ou se permaneceu em funções.

Sobre a votação, Maria João Novais salientou a "baixa afluência" dos eleitores (estão inscritos 305.349), adiantando que a CNE está a recolher dados para poder avançar com uma estimativa nas próximas horas e que, até agora, tirando o caso da Achadinha, são desconhecidos quaisquer outros incidentes.

As várias edições "online" da imprensa cabo-verdiana confirmam as palavras da porta-voz da CNE, noticiando idêntica afluência dos eleitores em todas as nove ilhas habitadas do arquipélago.

A porta-voz da CNE adiantou que as 899 mesas de voto estão abertas e a funcionar regularmente em todo o país, apesar de algumas terem começado a receber eleitores alguns minutos mais tarde, pontualmente depois das 08:30 locais, por razões de ordem burocrática.

No estrangeiro, Maria João Novais disse que há indicações de que as 241 mesas de voto ou já abriram, casos da Europa e Resto do Mundo e África, ou estão por abrir, caso das existentes nos Estados Unidos, devido à diferença horária.

São Tomé: Esperançado na vitória, Evaristo Carvalho promete declaração para final da noite





São Tomé, 07 ago (Lusa) -- O candidato Evaristo Carvalho, que disputa hoje a segunda volta das presidenciais em São Tomé e Príncipe, está esperançado na vitória e prometeu fazer ao final da noite uma declaração "seja qual for o resultado".

"Sou um dos jogadores. Espero ganhar", afirmou, depois de ter votado na Escola Primária D. Maria de Jesus, na capital são-tomense.

"Acabei de cumprir o meu dever cívico e gostaria de apelar a todos os outros eleitores para virem também cumprir esse dever, que é de votar, e espero que nesta segunda volta haja menos abstenções, para que o povo são-tomense seja mais feliz", acrescentou.

Eleitores são-tomenses em Lisboa queixam-se de falta de divulgação junto da comunidade




SILVIA MAIA - LUSA

Lisboa, 07 ago (Lusa) -- À porta das urnas em Lisboa, os são-tomenses queixavam-se hoje da falta de divulgação das presidenciais junto da comunidade que vive em Portugal, mas estavam confiantes que durante a tarde muitos eleitores ainda comparecessem para votar.

"Ontem [sábado] estive num jantar e havia muita gente que se questionava sobre o dia [da segunda volta] das eleições" presidenciais, lamentou Abdel Coelho, 29 anos, estudante de enfermagem.

Abdel Coelho e o amigo Valter Mota, estudante de gestão, estavam à porta da Embaixada de S. Tomé e Príncipe, em Lisboa, a discutir o futuro do país e o facto de a "pouca divulgação" do dia de eleições aumentar "ainda mais" a taxa de abstenção.

Angolanos são os que mais gastam no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro




Fabiane Roque, da Agência Lusa

Rio de Janeiro, 07 ago (Lusa) -- Diante dos gastos garantidos em lojas e quiosques do Aeroporto Internacional Tom Jobim, a chegada e partida dos angolanos às terças, quintas e domingos no Rio de Janeiro passou a gerar expectativa entre os comerciantes.

Vendedoras de pequenos comércios que oferecem produtos que vão desde maquilhagem e chocolates, passando por souvenirs e cerveja, são unânimes em apontar os angolanos como a nacionalidade mais "mão aberta".

Segundo as vendedoras, a presença dos africanos às terças, quintas e domingos -- dias em que chegam e saem os voos da TAAG que operam a linha Luanda-Rio de Janeiro -- são garantia de maior faturação.

"Aqui vem sempre muito argentino e francês, mas eles só olham e nunca compram. Os angolanos que gostam de gastar, e sempre levam alguma coisa", contou à Lusa a vendedora Natacha, do quiosque da marca brasileira de cosméticos "O Boticário".

De acordo com Natacha, a média gasta por pessoa é de 300 reais (135 euros) e os produtos que mais saem são rímel, sombra e batom, destacando que não são só as mulheres as frequentadoras mais assíduas -- também os homens deixam os seus reais antes de embarcar de volta a Luanda em troca de perfumes masculinos e presentes.

"Eles não têm pena de gastar. Acho que são mais mão aberta, querem gastar os reais que têm na bolsa ainda. Às vezes vêm com 500 reais (225 euros) e querem gastar tudo aqui, para não voltar com reais para o país deles", palpita a vendedora.

No quiosque ao lado, onde se vendem lembranças da cidade, como miniaturas do Cristo Redentor e t-shirts com estampas que fazem referência ao Rio, Juvenilda diz que os angolanos só não ganharam ainda aos americanos, que continuam a ser os mais gastadores.

"Primeiro são os americanos. Dos angolanos, a maioria compra. Franceses vêm muitos, mas acham caro e não compram", afirma a responsável pelo caixa, ao explicar que os produtos mais procurados pelos africanos são as sandálias Havaianas e pequenos objetos que imitam os pontos turísticos.

Segundo Juvenilda a média por pessoa fica em torno de 50 reais (23 euros).

No piso onde está localizada a praça de alimentação, outra funcionária do caixa destaca a expectativa gerada em torno da presença angolana no aeroporto.

"Eles compram muito, sempre passam por aqui e compram. Não acho mão aberta. Eles reclamam do preço e pechincham bastante, mas acabam levando alguma coisa no final", afirma a vendedora da marca de chocolates Kopenhagen, onde uma tablete pequena custa em média 15 reais (cerca de sete euros), e uma caixa com bombons para presente pode chegar a mais de 200 reais (115 euros).

Na sua estimativa, cada angolano compra, em média, 70 reais em produtos (30 euros).
Mesmo na zona de desembarque, onde os produtos oferecidos limitam-se a bebidas e salgadinhos, os dias de chegada do voo angolano também ajuda a engordar a faturação.

"Eles gastam muito com cerveja, porque ficam tomando enquanto esperam a pessoa que vieram buscar", relata a vendedora, ao explicar que a maioria são homens entre 25 e 40 anos, que consomem entre 50 e 70 reais (23 euros e 31 euros).

"Quando vem a família toda, com mulher, filhos, aí o gasto é mais alto, porque também compram sucos e refrigerantes", completa, confirmando que os dias em que passam pelo aeroporto são mesmo os mais lucrativos.

A TAAG opera voos diários de Luanda para o Brasil, sendo três deles com destino ao Rio de Janeiro e outros quatro para São Paulo.

O voo para o Rio foi iniciado com apenas uma frequência na semana e há quatro anos subiu para três vezes semanais. De acordo com informações da TAAG, cada voo transporta até 293 passageiros.

São Tomé - Presidenciais: Cerca de 93 mil eleitores começaram a votar às 07:00 locais




SIC NOTÍCIAS - LUSA

São Tomé, 17 jul (Lusa) -- A votação dos 92.638 eleitores inscritos para a eleição do Presidente da República de São Tomé e Príncipe começou hoje às 07:00 locais (08:00 em Lisboa).

O porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), João Ramos confirmou à Lusa que os materiais eleitorais começaram a ser distribuidos a partir das 01:00 locais de hoje (02:00 em Lisboa) e que as urnas abriram como previsto.

Para estas eleições, a CEN criou 260 mesas de voto, com 232 nos sete distritos são-tomenses e as restantes 28 na diáspora - Angola (10), Portugal (nove), Gabão (seis) e Guiné Equatorial (três).

*Foto em Lusa

Cabo Verde – Presidenciais: TUDO CALMO NO SAL E BOAVISTA




A SEMANA

A afluência ás urnas no Sal e Boa Vista foi fraca durante a manhã. Cada mesa de voto registou uma média de apenas 30 votos até este momento. Espera-se maior número de votantes a partir das 13h00.

As assembleias de voto abriram quase todas na hora estipulada, às 8h00 da manhã. Mas até este momento poucas pessoas votaram. Não há filas, excepção feita a algumas mesas que ficam nos centros urbanos.

No Sal, as mesas de voto com cerca de 450 inscritos registam em média 40 votantes até às 11 horasl desta manhã. Mesmo índice para a Boa Vista. Os números variam entre 35 e 40 votos por mesa.

Não houve nenhum incidente até este momento, segundo os dados das delegações da CNE.. Apenas um registo na zona de Chã de Matias, Sal, onde um grupo de apoiantes da candidatura de Jorge Carlos Fonseca provocaram distúrbios perto das assembleias de voto. Uma pessoa foi detida.

Cabo Verde: ESTADO DE SAÚDE DE ARISTIDES PEREIRA AINDA EM AVALIAÇÃO





O estado de saúde do primeiro Presidente da República de Cabo Verde, Aristides Pereira, não registou alterações significativas e está ainda a ser analisado, informou esta sexta-feira uma fonte dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

"Não há dados clínicos novos. A situação é sensivelmente a mesma de ontem e está ainda a ser avaliada, o que vai demorar alguns dias", declarou esta tarde à agência Lusa o médico Arsénio Santos, adjunto da direcção clínica dos HUC.

Arsénio Santos admitiu que a equipa clínica do serviço de Ortopedia, onde Aristides Pereira, de 87 anos, está internado desde a madrugada de quarta-feira, tem "algumas dúvidas" sobre a origem desta nova fractura do colo do fémur.

"Não é uma situação comum" e pode "haver outras razões" para as dores nos ossos de que padece o antigo chefe de Estado de Cabo Verde.

O mesmo responsável dos HUC adiantou que Aristides Pereira "está bem-disposto", mas mostra-se "um bocadinho incomodado" com as dores e com facto de não estar no seu ambiente de todos os dias.

Arsénio Santos disse ter falado pessoalmente com o paciente ao fim da tarde de quarta-feira, que deu entrada no hospital na madrugada daquele dia, tendo obtido hoje novas informações actualizadas sobre a sua situação clínica.

"Estão ainda a ser feitos estudos e exames diversos, a fim de obtermos uma caracterização clínica completa" do paciente, adiantou na ocasião à Lusa Fernando Regateiro, presidente do conselho de administração daquela entidade pública empresarial (EPE).

Hoje, Arsénio Santos confirmou que prosseguem os exames de imagem, que demorarão "alguns dias", e acrescentou apenas que "não são as radiografias comuns".

Na terça-feira, Aristides Pereira, que estava na Cidade da Praia foi evacuado para Lisboa, a fim de ser assistido após uma queda em que terá voltado a fracturar o colo do fémur. Aristides Pereira, que a 21 de Setembro de 2010 já tinha sido internado em Coimbra devido a uma fractura idêntica, terá sofrido nova queda, desta vez na sua residência na Prainha, na Cidade da Praia.

Fonte: Visaonews

Cabo Verde - Presidenciais: CANDIDATURA DE ARISTIDES LIMA DENUNCIA COMPRA DE VOTOS





A candidatura de Aristides Lima denunciou este sábado, 6, a alegada compra de votos por parte de elementos afectos a Manuel Inocêncio Sousa, tendo já entregue uma queixa junto da Comissão Nacional de Eleições e dos observadores internacionais que se encontram em Cabo Verde.

A candidatura de Aristides Lima à Presidência da República denunciou aquilo que chama de “actos indecorosos e indicadores de ilícitos eleitorais”, alegadamente levados a cabo por “pessoas conotadas com a candidatura de Manuel Inocêncio Sousa”.

Relembrando “actos de provocação e o causar propositado de distúrbios” levados a cabo nos últimos dias por "elementos ligados à candidatura de MIS", Roselma Évora, porta-voz da candidatura de Lima diz terem surpreendido pessoas do mesmo grupo a “aliciar os eleitores através da entrega de sacos de cimento e vários tipos de materiais de construção, fazendo entrega de avultadas somas de dinheiro vivo”.

Como prova, a equipa de Lima apresenta várias imagens recolhidas em Ponta d´Água, Brasil e Achada Grande.

Ainda dentro das denúncias feitas, é de referir as imagens captadas supostamente este sábado, 6, de Jorge Carlos Fonseca, Carlos Veiga, Ulisses Correia e Silva e outros elementos ligados à candidatura de Zona num porta-a-porta no bairro do Brasil, violando o “Dia de Reflexão” que está estipulado por lei.

Roselma Évora referiu ainda a “viva indignação quanto às últimas notícias divulgadas pelo A Semana”, referindo-se a uma notícia que, na sua opinião, “tem o descaramento de apresentar a candidatura de Manuel Inocêncio como sendo a única vencedora em praticamente todas as ilhas” e afirmando terem “dados (...) que demonstram claramente o contrário”.

A candidatura de Lima conclui, dizendo que “é contra esta tentativa desesperada dos nossos adversários de querer subverter os resultados das eleições” que reiteram “a sua determinação de continuar lutando para a Liberdade dos cidadãos”.

@A Semana

Ciclismo: Benfica de Díli estreia-se no campeonato de Timor-Leste como melhor equipa




SIC NOTÍCIAS - LUSA

Díli, 07 Ago (Lusa) - A equipa de ciclismo do Sport Díli e Benfica alcançou o pleno no pódio do campeonato nacional de ciclismo, organizado pela federação da modalidade, na primeira participação em competições federadas, anunciou hoje o clube.

O Benfica foi a melhor equipa nacional de Timor-Leste no campeonato disputado dia 06, obtendo na sua primeira participação em provas oficiais os títulos nacionais sénior e júnior masculinos e o segundo lugar em femininos.

Jacinto da Costa sagrou-se campeão nacional sénior ao fazer em 01:45 as duas voltas do percurso, com partida e chegada na Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, no centro de Díli, com passagem por Becora e Hera, numa extensão de 53 quilómetros de percurso, parte dele em montanha.

Nota PG: O Sport Díli e Benfica convida os benfiquistas de todo o mundo a serem sócios, veja como proceder no Facebook

- Sport Díli e Benfica (site em construção)


Fome em Timor-Leste: GOVERNO AMP-GUSMÃO É A FRAUDE QUE FOMENTA A MISÉRIA




INTRODUÇÃO

A propósito da fome que uma vez mais é divulgada pela imprensa timorense em tétum e a que o SAPO Timor-Leste faz referência por tradução da língua timorense para português – publicado em Página Global – decidimos proceder à reposição de artigos de nossos autores que a seu modo referem contextos que talvez expliquem as razões da existência da miséria e fome em Timor-Leste apesar de ser um país rico e de ter um governo que de ano para ano vem usufruindo de enormes aumentos orçamentais que alega destinarem-se aos benefícios das populações, do desenvolvimento. De toda uma panóplia de promessas que ao fim de quatro anos tem por resultado positivo uma ínfima parte daquilo que se esperava da disponibilidade de tantos milhões. O devaneio tem um nome: Xanana Gusmão. A fome em Timor-Leste tem igualmente esse nome e a de mais uns quantos das elites políticas, empresariais e eclesiásticas que têm beneficiado dos milhões destinados aos timorenses. São os próprios timorenses que o afirmam. São os imensos e inexplicáveis sinais exteriores de riqueza publicamente exibidos por governantes e outros seus próximos que indiciam o desvio de verbas astronómicas pertença do país e causa maior da miséria e fome de imensos elementos da população. É agora anunciado fome em Bobonaro e, alegadamente, as causas prendem-se com problemas climatéricos e efeitos nocivos nas culturas que a terra não dá. Alguma verdade poderá sustentar parte daquela razão mas o miolo das razões não se limitam somente a Bobonaro nem às adversidades climatéricas. Principalmente têm que ver com a inépcia do governo de Xanana Gusmão e do enriquecimento ilícito demonstrado por muitos dos seus pares. Os “desvios” e os milhões poderão não ser tantos quanto os timorenses afirmam mas que fazem falta ninguém duvide. Não existe justificação plausível para os constantes “surtos de fome” que sistematicamente são anunciados na comunicação social timorense – na maior parte das vezes sem eco na imprensa internacional. Muito menos existem razões plausíveis para a constante exibição de miséria que afeta os timorenses, no interior e na própria capital, Díli. À oposição timorense cabe perseguir e expor com maior acuidade os ilicitos, a fome e a miséria que assola o país e dar-lhe a importância devida, o que não parece estar a acontecer com a intensidade e interesse que devia. Podemos e devemos afirmar que a fome em Timor-Leste tem nome: Xanana Gusmão. A ele cabe a responsabilidade porque mais que ninguém pactua com os ilicitos desde sempre, tendo-se feito rodear de individuos apontados desde inicio com mau caráter, "bandidos, vigaristas, desonestos, oportunistas". Assim sendo, o que se podia e pode esperar? Sendo, Xanana, considerado pai da Nação, como alguns o definem, a quem mais apontar a maior responsabilidade pelos desaires que tem vindo a causar aos timorenses? Para quando a honestidade que se esperava daquele líder? (AV)

MISÉRIA, REALIDADE TIMORENSE QUE TEM SIDO ESCAMOTEADA

ANA LORO METAN – reposição*

Nada melhor para se avaliar sobre o crescimento dos filhos como estarmos uns tempos sem os vermos. O mesmo se aplica a um país, à capital desse país, aos bairros dessa capital, às pequenas povoações, às gentes conhecidas de estratos sociais carenciados na actualidade como o eram há dois ou três anos.

Timor Leste está repleto de população carenciada e isso não é o que aparece em reportagens da comunicação social timorense, muito menos na internacional. O governo diz que tudo vai bem, ou quase, faz a sua propaganda, e a principal agência noticiosa estrangeira permanentemente em Díli, a Lusa, alinha com o governo em atitude politicamente correta, cometendo a falta imperdoável de não exercer a sua função mostrando ao mundo e consequentemente aos timorenses com acesso à internet e a noticiários estrangeiros, sobre a realidade do país.

O governo AMP de Xanana Gusmão é uma fraude que tem numa oposição abstinente e quase ausente livre arbítrio para fazer a sua propaganda enganosa, mistificando a realidade do país. Compete à oposição, com mais ou menos deputados no Parlamento Nacional denunciar a realidade. Continua a haver fome em Timor Leste, continuamos a ver o interior do país sem água potável, sem energia eletrica, sem saneamento básico, com grandes problemas nas suas agriculturas familiares e domésticas. Os problemas de saúde são os mesmos de há anos e a subnutrição é numa escala que desafia a imaginação dos governantes que querem fazer-nos acreditar que tudo vai muito melhor e em vias de desenvolvimento. Mas que desenvolvimento podemos tomar em consideração se continuamos a ver timorenses carenciados como há dois ou três anos? A fraude Xanana Gusmão e o seu governo AMP deve ser desmascarada de uma vez por todas. Nem se compreende como a oposição se considera fiel representante dos eleitores que votaram nela se demonstra estar longe da realidade do país, por isso quase nada fazendo para pressionar o governo a pôr cobro às enormes carências do povo do interior.

Na capital já existe a pobreza envergonhada. Existem carenciados de alimentação e de outros consumíveis, de habitação condigna, de emprego (mas isso já sabemos desde sempre) que se calam e fazem todos os possíveis por aparentarem melhor vida. Para isso recorrem à prostituição e a outras práticas marginais em que saciam temporariamente algumas das suas necessidades. Em Díli e em Baucau, pelo menos, há crianças e jovens a prostituírem-se. Adultos, nacionais e estrangeiros, são seus “clientes”. São eles e elas, através da prostituição, que se esforçam por alimentar as famílias. Os timorenses quase nada mais comem que arroz. Peixe, carne e leite é coisa que as crianças quase não conhecem. O leite é quase inexistente em Timor Leste nos hábitos de alimentação.

A miséria na capital ou no resto do país não se resolve com uns parcos subsídios oferecidos pelo governo AMP mas sim enfrentando o problema de raiz, com interesse, honestidade, solidariedade e abnegação, em vez olharem constantemente para os seus umbigos e tomarem medidas avulso que acabam por iludir as populações e mitigar-lhes a subnutrição e o subdesenvolvimento mas não mais que isso. É tempo de exigir aos que estão de posse dos poderes que cumpram as suas funções, as suas promessas. De miséria já basta!

Em poucos dias em Timor Leste, desde que se contactem as populações, sem sofismas ou baias político partidárias, temos oportunidade de constatar a realidade do nosso povo e ver o seu medo de falar, o seu encolher de ombros parceiro do descrédito e da desesperança. Afinal, o que é que Gusmão tem andado a fazer a este povo e a este país? O que é que faz calar a oposição neste caos em que a população vive? Por que só surgem casos pontuais de denuncias às más atuações dos diversos ministérios quando o que acontece na realidade é grave e alarmante? As próprias ONGs, a quem cabe muito mérito em denúncias e ajudas efetivas, talvez se devam aliar sem pruridos, cruzando dados e informações, assim como suas acções no terreno, para mostrar ao mundo e aos timorenses que parecem viver noutro país que há irmãos nossos, timorenses, no nosso país, a sobreviverem em condições deploráveis.

Há uma realidade timorense que tem sido sabiamente escamoteada: a miséria. Por isso se deve perguntar insistentemente para onde têm ido os milhões de dólares, alegadamente empregues no bem-estar e desenvolvimento do povo e do país? Para pôr cobro à miséria não tem sido. Nem por sombras.


Ontem: XANANA GUSMÃO É O NOME DA FOME EM TIMOR-LESTE

*Reposição de artigo publicado em TIMOR LOROSAE NAÇÃO – diário, em 28 de dezembro de 2010

EXÉRCITO SÍRIO ATACA CIDADE DE DEIR EZZOR




PÚBLICO - AFP

Carros de combate e veículos blindados do Exército sírio atacaram esta madrugada Deir Ezzor, a maior cidade no Leste do país e palco de frequentes protestos contra o regime de Assad.

Cerca de 250 veículos entraram em vários bairros da cidade, situada a 450 quilómetros de Damasco, e bombardeamentos foram ouvidos em, pelo menos, três zonas, contou à AFP Rami Abdel Rahman, director do Observatório Sírio dos Direitos do Homem, sediado em Londres.

Desde quarta-feira que muitas pessoas têm fugido da cidade, perante a ofensiva do Exército sírio, informou aquele Observatório.

Este ataque em Deir Ezzor aconteceu apenas horas depois de o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ter apelado ao Presidente sírio Bashar al-Assad para acabar com os combates militares contra os seus opositores. Ban Ki-moon expressou “a sua profunda preocupação e a da comunidade internacional com a violência crescente e com o número de mortos na Síria nos últimos dias”, contou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

Ontem, as monarquias do Golfo pediram, pela primeira vez, o fim do derramamento de sangue.

Pelo menos 2038 pessoas já morreram na Síria desde o início do levantamento, em meados de Março, contra o regime do presidente Bashar al-Assad, segundo o Observatório. Centenas de outras estão detidas. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Walid al-Mouallem, prometeu eleições legislativas “livres e transparentes” até ao fim do ano.

200 MIL MANIFESTARAM-SE EM ISRAEL CONTRA INJUSTIÇAS SOCIAIS


Milhares de manifestantes saíram à rua em Telavive - Ariel Schalit/AP

EXPRESSO - LUSA

Duzentas mil pessoas concentraram-se hoje no centro de Telavive, segundo a comunicação social israelita, para mais uma manifestação contra as injustiças sociais.

Duzentas mil pessoas concentraram-se hoje no centro de Telavive, segundo a comunicação social israelita, para mais uma manifestação contra as injustiças sociais e o custo de vida que poderá servir de teste para a continuação da contestação.

Os organizadores do movimento cívico de contestação declararam esperar reunir "uma massa crítica" de mais do que esse número de manifestantes para obrigar o Governo de direita a ceder às suas reivindicações de "justiça social".

Eles reclamam medidas como a construção maciça de casas destinadas a ser arrendadas a preços baixos, o aumento do salário mínimo, a taxação dos apartamentos desocupados e escola gratuita para qualquer idade.

Estava previsto que a manifestação, autorizada pela polícia, partisse às 21:00 (19:00 de Lisboa) da Praça do Teatro (Habima) em direção à avenida Rothschild, onde mais de cem pessoas estão acampadas, em protesto, há três semanas. O percurso deverá terminar em frente à sede do Ministério da Defesa e outros departamentos governamentais.

Em Jerusalém, um milhar de manifestantes reuniu-se no centro da cidade, antes de desfilar em direção à residência oficial do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Contra política de privatizações

Criado em meados de julho contra o aumento desenfreado do preço da habitação, o movimento, que agrupa cerca de 40 organizações sociais e mobiliza sobretudo a classe média, contesta agora a política de privatizações dos diversos governos que se sucederam em Israel desde há várias décadas e condena a degradação do serviço público.

Num protesto realizado na semana passada, mais de 100 mil manifestantes marcharam em Telavive e em várias outras cidades israelitas, sob o lema "O povo exige a justiça social".

Netanyahu nomeou uma comissão para abrir negociações com os dirigentes do movimento de contestação, justificando algumas das suas exigências, embora acusando-os de "resvalar para o populismo"

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