segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Portugal: GREVE JÁ AFETA COMBOIOS NAS LINHAS DE SINTRA E CASCAIS



TSF

Os comboios nas linhas de Sintra e Cascais deixaram de circular hoje a partir das 22h00, devido à greve na CP prevista para esta terça-feira.

A greve na CP, que ocorre numa jornada de paralisações nos transportes, ocorre esta terça-feira, das 5h30 às 08h30 e das 17h30 às 20h30. A CP prevê a supressão da circulação de comboios durante todo o dia.

Os trabalhadores contestam as novas medidas de austeridade, como a suspensão dos subsídios de Natal e de férias, e o plano de reestruturação dos transportes, que prevê nomeadamente fusões das empresas públicas.

PASSOS COELHO RUMA A ANGOLA




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, efectua, no próximo dia 17, uma visita oficial de 24 horas a Angola.

A visita é curta mas já está prometida uma outra, mais numerosa e demorada. Apesar de curta, sempre dá tempo para um encontro com o presidente (não eleito e há 32 anos no poder) José Eduardo dos Santos, com o presidente da Assembleia Nacional e com empresários portugueses e angolanos.

Em matéria de empresários, José António Monteiro Gomes (que há mais de 50 anos trabalhava em Angola) não vai estar presente porque foi ontem assassinado em Luanda.

Do programa de Passos Coelho não deve constar nenhuma visita à família deste empresário português, mas incluirá uma volta pela Escola Portuguesa de Luanda e a obras consideradas emblemáticas da responsabilidade de empresas portuguesas, como a nova Assembleia Nacional e a futura marginal.

Passos Coelho, tal como já fora o caso de Paulo Portas, não esquece que Angola é um dos principais mercados da economia portuguesa fora da União Europeia e tem aumentado os seus investimentos em Portugal.

Perante a pujança colonial angolana, visível tanto em Cabinda como em Portugal, ninguém ouviu ou ouvirá Cavaco Silva recordar que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças.

Ninguém ouviu ou ouvirá Passos Coelho recordar que apenas 38% da população angolana tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico.

Ninguém ouviu ou ouvirá António José Seguro recordar que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade.

Ninguém ouviu ou ouvirá Pinto Balsemão recordar que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.

Ninguém ouviu ou ouvirá Belmiro de Azevedo recordar que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino.

Ninguém ouviu ou ouvirá António Pires de Lima (Presidente da Comissão Executiva da UNICER e dirigente do CDS/PP) dizer que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.

Ninguém ouviu ou ouvirá Jorge Coelho (Mota-Engil) dizer que, em Angola, a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.

Ninguém ouviu ou ouvirá Armando Vara (presidente da Camargo Corrêa para África) dizer que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda.

Ninguém ouviu ou ouvirá algum dirigente dos três actuais maiores partidos portugueses dizer que, em Angola, o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.

Tudo, é claro, a bem da Nação!...

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: A “INSUFICIÊNCIA ALIMENTAR” DE CAVACO SILVA

Brasil: Emissão de diplomas de ensino superior aumentou para mais do dobro em dez anos




GL - LUSA

São Paulo, 07 nov (Lusa) - O número de estudantes que concluíram cursos de licenciatura ou bacharelato no Brasil mais que duplicou entre 2001 e 2010, apontam dados preliminares do Censo da Educação Superior, divulgados hoje pelo Ministério da Educação do país.

Em 2001, 390 mil estudantes obtiveram o diploma de graduação, contra 973.800 no ano passado, diz o levantamento.

Já o número total de estudantes matriculados em cursos de graduação aumentou 110 por cento desde 2001, para 6,4 milhões no ano passado. Em relação a 2009, a subida foi de 7 por cento.

"Talvez esta tenha sido a melhor década, do ponto de vista de acesso à educação superior, em todos os tempos, tanto em termos relativos como absolutos", disse o ministro brasileiro da Educação, Fernando Haddad.

As universidades privadas concentram 74,2 por cento das vagas de graduação do país. No entanto, nos últimos dez anos, houve um aumento significativo no número de novos alunos nas instituições federais: as matrículas cresceram 86 por cento e chegaram a 938.700 no ano passado.

Justiça angolana "encontra-se em crise" - presidente Associação, Justiça Paz e Democracia




NME - LUSA

Luanda, 07 Nov (Lusa) - O Presidente da Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), António Ventura, disse hoje em Luanda que a justiça angolana "encontra-se em crise", porque a maior parte da sua legislação ainda é regulada por códigos do tempo colonial e do monopartidarismo.

António Ventura falava em declarações à Agência Lusa, à margem da cerimónia de lançamento do seu livro "A Regulação do Regime de Incompatibilidade dos Juízes em Angola. Nótulas para a Reflexão da Problemática do exercício da função do Juíz em Cumulação com outras Funções".

Para o Presidente da AJPD, é necessário que o Ministério da Justiça de Angola elabore um plano a longo prazo sobre quantos juízes, oficiais de diligência e infraestruturas o país precisa para que a justiça se estenda a outras áreas do território nacional.

O escritor e ativista cívico citou como reformas urgentes para o sector da justiça angolano, além da conformação de várias leis à nova Constituição angolana, o reforço da capacidade institucional e dos recursos humanos.

"O número de cartórios, notários, edifícios dos próprios tribunais é preciso que acompanhe o desenvolvimento populacional de hoje, mesmo a nível administrativo ainda hoje o setor enfrenta problemas como a falta de materiais administrativos como papel, energia e transportes", queixou-se António Ventura.

Na vertente política, o autor referiu que não há "vontade política suficiente" do executivo angolano para que os tribunais possam cumprir com independência o seu papel.

"Enquanto não houver um investimento a sério e rápido na formação dos recursos humanos não serão atingidos os objetivos, de extensão dos serviços de justiça lá onde é necessário", sublinhou António Ventura na sua descrição sobre as principais reformas na justiça angolana.

Quanto ao livro hoje lançado, o autor começou a escrevê-lo em 2008, ano em que se realizaram as últimas eleições legislativas em Angola, altura em vários membros da sociedade civil e partidos políticos da oposição questionavam o facto de o Presidente da Comissão Nacional Eleitoral ser também juiz do Tribunal Supremo.

A obra, académico-científica, está dividida em três partes, tratando a primeira da compreensão dos princípios da separação de poderes e de funções e da independência de juízes.

Na segunda parte, o autor explora mais o tema, abordando o regime de incompatibilidade dos juízes no ordenamento jurídico angolano e na doutrina jurídica.

No fim é feita uma análise jurídico-legal e doutrinal da situação dos juízes angolanos chamados a exercer funções na Comissão Nacional Eleitoral em 2008, finalizando com a reflexão, em concreto, do caso particular do juiz Caetano de Sousa, Presidente da CNE e vice-Presidente do Tribunal Supremo.

Ainda na última parte, o autor fornece alguns subsídios sobre o assunto através de comparações com o Direito de Portugal, do de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde e de Moçambique.

Passos Coelho e Patrice Trovoada traçam paralelo entre Portugal e São Tomé





Primeiro-ministro de S.Tomé falou em S. Bento, após um encontro com Passos Coelho

Os primeiro-ministros de Portugal, Pedro Passos Coelho, e de São Tomé e Príncipe, Patrice Emery Trovoada, traçaram hoje um paralelo entre a situação financeira dos respectivos países, que foi comparada à de um "barco em águas agitadas".

No final de um encontro de mais de uma hora, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Passos Coelho referiu que lhe foi reiterado um convite para visitar São Tomé e Príncipe, adiantando que aceitou esse convite e que "os canais diplomáticos não deixarão de articular quer a oportunidade quer a agenda dessa deslocação".

Por sua vez, em declarações aos jornalistas, Patrice Trovoada assinalou que, apesar das dificuldades, "naquilo que é fundamental, as acções, a presença, a solidariedade de Portugal está garantida: na saúde, na educação e no sistema de justiça" de São Tomé.

Passos Coelho foi o primeiro a comparar as actuais circunstâncias dos dois países, afirmando: "Estamos conjuntamente num barco em águas agitadas, em que precisamos de apresentar resultados aos cidadãos de Portugal, aos cidadãos de São Tomé e Príncipe quanto à estabilização financeira, à redução da dívida e do défice".

Segundo o primeiro-ministro português, "nesses grandes objectivos" Portugal e São Tomé e Príncipe prosseguem "metas que são idênticas" e ambos têm "de estar focados na necessidade de, ao mesmo tempo, ir criando condições para a retoma do crescimento económico, para a criação de emprego e para o investimento".

Em seguida, Patrice Trovoada concordou que ele e Passos Coelho são "dois líderes que estão perante uma situação financeira internacional difícil que obriga a sacrifícios" e que força a escolher, "no meio de tantas prioridades", as que são "verdadeiramente fundamentais", e fez questão de manifestar solidariedade para com "o esforço fundamental do povo português".

O primeiro-ministro de São Tomé acrescentou que "há uma exigência de saneamento económico e financeiro" e "ao nível das políticas públicas é evidente que algumas correções têm de ser feitas, alguns esforços têm de ser produzidos, resultados têm de aparecer".

No seu entender, contudo, "há confiança, porque as políticas são as mais corretas" e vão produzir efeitos "a médio longo prazo".

Passos Coelho apontou a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) como "uma aposta muito importante" para Portugal, mas, no que respeita à cooperação, ressalvou que face às "dificuldades financeiras e económicas" tem de haver maior selecção dos projectos.

O primeiro-ministro português disse ter convidado Patrice Trovoada para fazer uma visita oficial a Portugal e considerou "muito útil a troca de impressões" feita neste encontro, no qual também esteve presente o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

Patrice Trovoada congratulou-se com o "clima construtivo" e "franco" desta reunião e deixou elogios a Passos Coelho: "Eu fico bastante encantado com este primeiro contacto, penso que de facto nós aqui temos um primeiro-ministro que entende perfeitamente de São Tomé e Príncipe, do posicionamento de Portugal em África".

*Foto em Lusa

Portuguesa residente em Macau condenada a 16 anos de cadeia no Nepal por tráfico de droga




JCS - LUSA

Macau, China, 07 nov (Lusa) - A jovem portuguesa de origem angolana Dulcineia Fernandes, detida em maio de 2010 no aeroporto de Katmandu com 317 gramas de uma droga não especificada, foi condenada a 16 anos de prisão por um tribunal nepalês, confirmou hoje o advogado.

Dulcineia Fernandes é natural de Luanda, mas vive em Macau desde pequena, onde se naturalizou portuguesa, e está casada com um cidadão nigeriano que as autoridades de Macau expulsaram do território, impedindo a sua entrada por dez anos.

De acordo com a Rádio Macau, a justiça nepalesa deu como provado o crime de tráfico de droga, mas segundo José Abecassis, advogado da família em Macau, "já foi interposto recurso" da sentença.

A moldura penal tinha um intervalo entre os 15 e os 20 anos de prisão e o tribunal não terá considerado os relatórios médicos enviados por Macau alegando problemas mentais de Dulcineia Fernandes, referiu o advogado, que não adiantou o tipo de droga em causa.

"Até ao final do ano, ou em janeiro de 2012, deveremos ter o resultado do recurso apresentado há cerca de uma semana e depois vamos analisar o caso para ver o que podemos fazer mais", acrescentou José Abecassis.

A jovem foi detetada com a droga quando se preparava para abandonar o Nepal.

Timor-Leste: JOVEM ALVEJADA POR OFICIAIS DA PNTL





O caso já está em tribunal

Díli – Uma estudante universitária morreu baleada por dois membros da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL). A vítima foi alvejada na perna e na barriga, quando participava na festa de um amigo, em Bobonaro, esta sexta-feira, 4 de Novembro.
O Hospital nacional de Guido Valadares, em Díli, divulgou que, segundo o resultado da autópsia, a vítima foi baleada.

Calistro Gonzaga, Chefe do Serviço de Investigação Criminal da PNTL disse que o comando da polícia desarmou os dois membros responsáveis e que o caso foi já apresentado ao tribunal do distrito de Suai.

Calistro Gonzaga acrescentou ainda que o motivo ainda não foi apurado e está a ser investigado pelas autoridades policiais.

«Segundo a informação que recebemos do comando distrital, os dois oficiais atingiram alguém que morreu. Não podemos ainda adiantar mais informação acerca do sucedido, uma vez que o processo está ainda sob investigação», declarou Calistro Gonzaga.

(c) PNN Portuguese News Network

UCRANIANOS IMPEDEM A “MARCHA RUSSA”




Nos anos recentes, em cada dia 4 de Novembro, os grupos xenófobos pró – russos tentam organizar as “marchas russas” nas cidades ucranianas. Neste ano, a “marcha russa” em Kyiv, protegida pela polícia, foi dispersada pela força conjunta das organizações patrióticas ucranianas, na sua maioria, VO Svoboda e UNA-UNSO.

Uma grande percentagem dos manifestantes pró – russos mais pareciam sem-abrigo, eles não sabiam porque e para que estavam no lugar, quem é responsável pela manifestação ou com quem estavam os papéis que autorizavam essa passeata pública. A desordem organizacional permitiu que a marcha fosse infiltrada pelos brincalhões ucranianos, um deles usava o gorro de pele a-la russ, segurando a guarda-chuva com cores do movimento gay e um pequeno cartaz que juntava Stalin e BSDM.

Logo apareceram os anti-ucranianos profissionais, até último momento eles se escondiam no mosteiro de Kyiv – Pechersk, a casa da Igreja Ortodoxa Ucraniana – Patriarcado de Moscovo... As velhotas tinham no pescoço as ícones e seguravam as bandeiras imperiais russas. Patriotas ucranianos respeitaram as velhotas, mas arrancavam as bandeiras das mãos dos elementos masculinos da marcha.
Começaram as escaramuças, onde os jornalistas e blogueiros levaram por tabela, a polícia de choque deteve quatro patriotas ucranianos, espancados durante a detenção: Yuri Levchenko, Nazar Naumenko, Yuri Horodyskiy, Oleksandr Solonko.

Mas os ucranianos não deixaram que os patriotas sejam levados para a detenção, cercando o autocarro policial, assim a polícia foi obrigada preencher os protocolos administrativos dentro do seu autocarro. Os detidos foram acusados ao abrigo do artigo Nr. 173, parte I, do Código Administrativo da Ucrânia, “Pequeno hooliganismo” e soltos mais tarde.

Após a passeata, a blogueira ucraniana Olena Bilozerska presenciou o momento em que os participantes da “marcha russa” com listas de nomes e números nas mãos se preparavam para receber alguma contrapartida financeira pela sua participação na acção chauvinista e anti-ucraniana.

Mais tarde, o tribunal do bairro Pechersk de Kyiv absolveu os activistas ucranianos Eduard Igolnikov e Kyryl Babencov, que foram detidos no dia 3 de Novembro na manifestação junto ao parlamento ucraniano.


HOLODOMORES DA UCRÂNIA: SOVIÉTICO E NAZI




O historiador Timothy D. Snyder que lecciona a historia na Universidade Yale (EUA), apresentou na Ucrânia o seu último trabalho académico, o livro “Bloodlands: Europe Between Hitler and Stalin”.

Publicado em Outubro de 2010, o livro se tornou best-seller, dez publicações de renome o consideraram “Livro do ano”, como Financial Times, The Economist e Daily Telegraph.

No livro com mais de 400 páginas o autor não descreve apenas os acontecimentos, mas também explica a razão da sua interligação. O livro já foi publicado na Ucrânia pela editora Grani-T, juntamente com um outro livro do autor – “The Red Prince: The Secret Lives of a Habsburg Archduke” (dedicado à vida do arquiduque Wilhelm da Áustria, que adaptou a identidade ucraniana e se tornou conhecido como poeta, militar e estadista ucraniano, Vasyl Vyshyvaniy).

Professor Timothy Snyder visitou Ucrânia para estar presente na apresentação da edição ucraniana do seu livro, aproveitando a ocasião para preferir algumas palestras sobre o tema. A agência ucraniana UNIAN publica o resumo autorizado das passagens mais interessantes.

Bloodlands” é o livro sobre as pessoas concretas. Por exemplo, sobre ucraniano Petró Valdiy, que em 1933 cavou a sua própria sepultura, pois sabia que irá morrer de fome, como milhões de outros ucranianos. Ele queria evitar a desonra, não quis ser atirado por dentro de uma carroça e sepultado na vala comum. Quando sentiu que a hora chegou, se deitou na campa e morreu.

É sobre oficial polaco Adam Solski, prisioneiro dos soviéticos, ele mantinha o diário em 1939-1940, até a morte em Katyn. A sua última anotação diz: “Eles pediram a minha aliança, que eu...” Escrita foi interrompida e nós compreendemos, o mais provável que aliança foi levada pelos seus carrascos.

É sobre jovem judia Dabtsya Kagan, que em 1942 escreveu na parede da sinagoga de Kovel o bilhete de despedida para a sua mãe: “Tenho muita pena que eu não posso estar consigo. Te beijo muitas – muitas vezes”.

Entre 1939 e 1945, durante a dominação do Hitler e Stalin, foram assassinados cerca de 14.000.000 de civis que não participaram em combates militares, este número diz muito sobre o sistema político nazi e soviético. No mesmo período, na Europa foram assassinados 17 milhões de civis, mas 14 milhões foram exterminados no território da Rússia Ocidental, Ucrânia, Belarus, Estados Bálticos e da maior parte da Polónia, estas terras que eu chamo de Sangrentas. Nestas terras estava presente a administração nazi e soviética. Isso não acontecia na França, nem na maior parte da URSS, mas aqui, onde morreu a maioria das vítimas da II G.V., estes dois regimes estavam no poder.


“Terras sangrentas” é o território onde decorreu o Holocausto. Aqui morreram 5,5 milhões de judeus e 8,5 milhões de pessoas de outras nacionalidades. [...] É possível ler muito sobre a Alemanha nazi e sobre URSS comunista e não saber que eles executavam os assassinatos nos mesmos territórios. Ambos os regimes pretendiam dominar o mesmo espaço. É complicado responder como os regimes que cometiam estes crimes cooperavam entre si, eu tentei responder à essa questão:

1) Nada de metafísica, ou seja, nada de exclusões nacionais. Não se trata de que morreram 5,5 milhões de judeus ou 3,5 milhões de ucranianos. Se trata da morte dos 14 milhões de seres humanos. Uma parte deles foi exterminada exactamente por serem ucranianos ou judeus, mas o mais importante, eles eram pessoas.

2) Nada da dialéctica, que me perdoam este termo marxista. Stalin e Kaganovich afirmavam: “Sim, nós matamos alguns milhões de pessoas na década de 1930, mas nós ganhamos a II G.M.”. Mas ganharam não por se prepararem à guerra com Holodomor e as repressões.

Eu tentei evitar o estereótipo constantemente evocado do que o 3° Reich e a URSS eram opostos. Eles deferiam na ideologia, mas não eram opostos. Os soviéticos não corrigiram aquilo que faziam os nazis e os piores lugares no mundo em 1930-40 eram aqueles, onde estavam presentes quer os nazis, quer os estalinistas.

3) [...] Porque os nazis e comunistas mataram tanta gente? Quando pergunto isso no Ocidente, geralmente respondem: “Pela ideologia, pelas ideias erradas”. Ideias erradas existem nos dias de hoje, mas elas funcionam apenas em circunstâncias muito concretas – quando são realizadas pela administração estatal. Nazismo matou muita gente depois de os alemães começaram a guerra mundial. Marxismo é uma ideologia pacífica, mas se torna perigosa quando se transforma na ferramenta nas mãos das instituições estatais leninistas.

[...] Aquilo que aconteceu, tem a base não apenas na ideologia, mas em grande parte, na economia. O triunfo da raça ou da revolução mundial não eram os factores mais importantes que trouxeram ambas as ideologias à Ucrânia. Os alemães queriam as terras ucranianas para construir o império agrário no Leste. A URSS quis as terras ucranianas para as usar na industrialização, aquilo que Stalin uma vez chamou imprudentemente de “colonização interna”. [...] Nazis e bolcheviques podiam se entender quando aos polacos, mas não podiam se entender quando aos ucranianos. Por isso entraram em guerra por eles.

Existem três períodos dos assassinatos em massa na Terra Sangrenta. Em 1933-38 a URSS lidera, nazis matam centenas, Stalin – milhões. Em 1939-41, quando URSS e nazis eram aliados, eles matavam, sensivelmente, em quantidade e na velocidade igual. Em 1941-44 os nazis se tornam os líderes dos extermínios em massa.

[...] O meu livro descreve Holodomor, que eu vejo como a parte integral da campanha de colectivização. É possível não concordar que a fome era planeada, mas fome, de certeza, era propositada. [...] Stalin sabia que a execução da sua política irá trouxer a morte aos ucranianos. Ele sabia disso, pois dois anos antes a mesma política implementada no Kazaquistão levou à uma catástrofe. Entre Outubro e Dezembro de 1932 ele executava a política que transformou a fome de um acontecimento que poderia ceifar a vida de alguns milhares, naquele que levou alguns milhões.

O meu livro fala sobre o Grande Terror estalinista. O Grande Terror não era uma questão do partido ou dos militares, essas acções eram conduzidas contra os civis. São acções contra os kurkuls (proprietários rurais fortes), contra os camponeses “politicamente incertos” (que passaram pelos menos 5 anos no GULAG).

Os bolcheviques matavam não apenas pela pertença à classe, mas pela pertença nacional. Durante o Grande Terror, 200 mil pessoas morreram por causa da sua etnia, na sua maioria na Ucrânia e na Belarus. Em 1937-38, os 110 mil cidadãos soviéticos foram fuzilados por motivos nacionais, como espiões polacos.

[...] Eu não olho o 3° Reich e a URSS separadamente, eu olho os territórios e as pessoas tocadas por estes sistemas. A verdade reside no facto do que ambos sistemas coexistiam e colaboravam na mesma época, no mesmo local.

Um dos exemplos dessa cooperação – como Hitler chegou ao poder em 1933. Isso aconteceu porque Partido Comunista da Alemanha não podia cooperar com o Partido Socialista da Alemanha. Porque? Por causa do Holodomor. No Internacional Comunista controlado pelo Stalin, os acontecimentos de 1932-33 na Ucrânia eram encarados como a guerra de classes, por isso os comunistas não podiam denunciar essa fome, que teve a repercussão considerável na Alemanha. [...] Três milhões dos prisioneiros da guerra soviéticos morreram em 1941 da fome orquestrada pelos nazis. Eles morreram nos campos de concentração nazis, onde caíram porque Stalin não permitia ao exército recuar para fazer as manobras tácticas.

Na Ucrânia foram executadas duas políticas de Holodomor, um soviético de 1932-33 e outro alemão de 1941. Mas a história não se esgota na morte. A história é a vida. Todos os 14.000.000 tiveram a sua vida. E tiveram os seus nomes próprios. Tiveram os nomes aqueles que eu recordei no início da palestra: ucraniano Petró Valdiy, polaco Adam Solski, judia Dabtsya Kagan...

Anotado por Pavlo Solodko, Verdade Ucraniana & Verdade Histórica: http://www.unian.net/ukr/news/news-464554.html

Publicado em português: Ucrânia em África

Noam Chomsky: SE QUEREMOS MUDAR O MUNDO, VAMOS ENTENDÊ-LO




Noam Chomsky - La Jornada – Carta Maior

O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupa Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. O artigo é de Noam Chomsky.

Dar uma conferência Howard Zinn é uma experiência agridoce para mim. Lamento que ele não esteja aqui para tomar parte e revigorar um movimento que foi o sonho de sua vida. Com efeito, ele pôs boa parte de seus ensinamentos nisso.

Se os laços e associações que se estão estabelecendo nesses acontecimentos notáveis puderem se sustentar durante o longo e difícil período que os espera – a vitória nunca chega logo -, os protestos do Ocupar Wall Street poderão representar um momento significativo na história estadunidense.

Nunca tinha se visto nada como o movimento Ocupa Wall Street, nem em tamanho nem em caráter. Nem aqui nem em parte alguma do mundo. As vanguardas do movimento estão tratando de criar comunidades cooperativas que bem poderiam ser a base de organizações permanentes, de que se necessita para superar os obstáculos vindouros e a reação contra o que já está se produzindo.

Que o movimento Ocupem não tenha precedentes é algo que parece apropriado, pois esta é uma era sem precedentes, não só nestes momentos, mas desde os anos 70.

Os anos 70 foram uma época decisiva para os Estados Unidos. Desde a sua origem este país teve uma sociedade em desenvolvimento, não sempre no melhor sentido, mas com um avanço geral em direção da industrialização e da riqueza.

Mesmo em períodos mais sombrios, a expectativa era que o progresso teria de continuar. Eu tenho idade o suficiente para recordar da Grande Depressão. De meados dos anos 30, quando a situação objetivamente era muito mais dura que hoje, e o espírito bastante diferente.

Estava-se organizando um movimento de trabalhadores militantes – com o Congresso de Organizações Industriais (CIO) e outros – e os trabalhadores organizavam greves e operações padrão a ponto de quase tomarem as fábricas e as comandarem por si mesmos.

Devido às pressões populares foi aprovada a legislação do New Deal. A sensação que prevalecia era que sairíamos daqueles tempos difíceis.

Agora há uma sensação de desesperança e às vezes desespero. Isto é algo bastante novo em nossa história. Nos anos 30, os trabalhadores poderiam prever que os empregos iriam voltar. Agora, os trabalhadores da indústria, com um desemprego praticamente no mesmo nível que durante a Grande Depressão, sabem que, se as políticas atuais persistirem, esses empregos terão desaparecido para sempre.

Essa mudança na perspectiva estadunidense evoluiu a partir dos anos 70. Numa mudança de direção, vários séculos de industrialização converteram-se numa desindustrialização. Claro, a manufatura seguiu, mas no exterior; algo muito lucrativo para as empresas mas nocivo para a força de trabalho.

A economia centrou-se nas finanças. As instituições financeiras se expandiram enormemente. Acelerou-se o círculo vicioso entre finanças e política. A riqueza passou a se concentrar cada vez mais no setor financeiro. Os políticos, confrontados com os altos custos das campanhas eleitorais, afundaram profundamente nos bolsos de quem os apoia com dinheiro.

E, por sua vez, os políticos os favoreciam, com políticas favoráveis a Wall Street: desregulação, transferências fiscais, relaxamento das regras da administração corporativas, o que intensificou o círculo vicioso. O colapso era inevitável. Em 2008, o governo mais uma vez resgatou as empresas de Wall Street que eram supostamente grande demais para quebrarem, com dirigentes grandes demais para serem encarcerados.

Agora, para 10% de 1% da população que mais se beneficiou das políticas recentes ao longo de todos esses anos de cobiça e enganação, tudo vai muito bem.

Em 2005, o Citigroup – que certamente foi objeto em ocasiões repetidas de resgates do governo – viu o luxo como uma oportunidade de crescimento. O banco distribuiu um folheto para investidores no qual os convidava a investirem seu dinheiro em algo chamado de índice de plutonomia, que identificava as ações das companhias que atendessem ao mercado de luxo.

Líderes religiosos, principalmente da comunidade de negros, cruzaram a ponte do Brooklyn no último domingo com lonas e tendas para entregá-las aos membros do movimento Ocupar Wall Street que estão acampados no coração econômico da cidade de Nova York.

O mundo está dividido em dois blocos: a plutocracia e o resto, resumiu. Estados Unidos, Grã Bretanha e Canadá são as plutocracias-chave: as economias impulsionadas pelo luxo.

Quanto aos não ricos, às vezes se lhe chamam de precariado: o proletariado que leva uma existência precária na periferia da sociedade. Essa periferia, no entando, converteu-se numa proporção substancial da população dos Estados Unidos e de outros países.

Assim, temos a plutocracia e o precariado: o 1% e os 99%, como se vê no movimento Ocupem. Não são cifras literais mas sim, é a imagem exata.

A mudança história na confiança popular no futuro é um reflexo de tendências que poderão ser irreversíveis. Os protestos do movimento Ocupem são a primeira reação popular importante que poderão mudar essa dinâmica.

Eu me detive nos assuntos internos. Mas há dois acontecimentos perigosos na arena internacional que ofuscam todos os demais.

Pela primeira vez na história há ameaças reais à sobrevivência da espécie humana. Desde 1945 temos armas nucleares e parece um milagre que tenhamos sobrevivido. Mas as políticas do governo Barack Obama estão fomentando uma escalada.

A outra ameaça, claro, é a catástrofe ambiental. Por fim, praticamente todos os países do mundo estão tomando medidas para fazer algo a respeito. Mas os Estados Unidos estão regredindo.

Um sistema de propaganda reconhecido abertamente pela comunidade empresarial declara que a mudança climática é um engano dos setores liberais. Por que teríamos de dar atenção a esses cientistas?

Se essa intransigência no país mais rico do mundo continuar, não poderemos evitar a catástrofe.

Deve fazer-se algo, de uma maneira disciplinada e sustentável. E logo. Não será fácil avançar. É inevitável que haja dificuldades e fracassos. Mas a menos que o processo estão ocorrendo aqui e em outras partes do país e de todo o mundo continue crescendo e se converta numa força importante da sociedade e da política, as possibilidades de um futuro decente são exíguas.

Não se pode lançar iniciativas significativas sem uma ampla e ativa base popular. É necessário sair por todo o país e fazer as pessoas entenderem do que se trata o movimento Ocupar Wall Street, o que cada um pode fazer e que consequências teria não fazer nada.

Organizar uma base assim implica educação e ativismo. Educar as pessoas não significa dizer em que acreditar; significa aprender dela e com ela.

Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. Todos temos de alcançar conhecimentos e experiências para formular e implementar ideias.

O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupar Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Esses laços podem se manter e expandir, e o movimento poderá dedicar-se a campanhas destinadas a porem a sociedade numa trajetória mais humana.

(*) Este artigo é uma adaptação de uma fala de Noam Chomsky no acampamento Occupy Boston, na praça Dewey, em 22 de outubro. Ele falou numa atividade de uma série de Conferências em Memória de Howard Zinn, celebrada pela Universidade Livre do Ocupar Boston. Zinn foi historiador, ativista e autor de A People’s History of the United States.)

(**) Chomsky é professor emérito de Linguística e Filosofia do Instituto Tecnológico de Massachusetts, em Cambridge, Massachusetts. É o maior linguista do século e um dos últimos anarquistas sérios do planeta.

Tradução: Katarina Peixoto

Rússia adverte Israel: ATAQUE AO IRÃO TERIA "CONSEQUÊNCIAS IMPREVISIVEIS"




RTP

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, advertiu Israel de que cometeria "um erro muito grave, com consequências imprevisíveis", se atacasse o Irão. A Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA) elaborou entretanto um relatório, cujo conteúdo se tornou hoje conhecido, que considera o Irão muito próximo de poder produzir uma bomba nuclear

Lavrov, citado pela BBC, lembrou que "está longe de ser a primeira vez" que Israel anuncia a possibilidade de atacar o Irão, e reiterou que "a nossa posição [da Rússia] sobre o assunto é bem conhecida: esse seria um erro muito sério e de consequências imprevisíveis".

O tom ameaçador da declaração de Lavrov não passou despercebido, num contexto em que o Governo israelita vem debatendo nos últimos dias a eventualidade de um ataque ao Irão. Ao longo da semana passada, sucederam-se as notícias sobre a divisão do gabinete de Benjamin Netanyahu em torno dos partidários e dos adverários do ataque ao Irão.

Receios de Obama não impedem iniciativa unilateral israelita

Várias circunstâncias concorriam para a informação ser levada a sério. Por um lado, fontes norte-americanas reconheceram que a Administração Obama receia ser posta perante um facto consumado. Em Washington considera-se plausível um cenário em que Israel atacasse o Irão sem consulta prévia ao aliado norte-americano, criando uma bola de neve imparável no Médio Oriente.

Isso não impede, entretanto, que se realizem conjuntamente os maiores exercícios militares israelo-norte-americanos desde sempre. E não impede que os Estados Unidos deixem caducar, no fim deste ano, a zona de exclusão aérea sobre o Iraque, abrindo assim um corredor para a aviação israelita em caso de ataque ao Irão.

No plano político, os Estados Unidos continuam a bloquear qualquer resolução condenatória do Conselho de Segurança contra a construção nos colonatos e manterão o seu veto, em caso de necessidade, contra o reconhecimento do Estado palestiniano pela ONU. O seu boicote à resolução da UNESCO que admite uma representação palestiniana a nível de Estado constitui outra manifestação do firme empenho norte-americano em apoiar Israel mesmo à custa do seu próprio isolamento.

Um relatório que deita lenha na fogueira

Para além das facilidades que encontra na atitude do aliado norte-americano, Israel tem desde hoje um factor favorável a uma propaganda belicista: foi conhecido um ingrediente essencial do relatório a publicar nesta semana pela AIEA, e que suporta os medos de um nuclear iraniano não-civil.

Segundo transpirou para o domínio público através, nomeadamente, do Washington Post, o relatório afirma que o Irão tem mantido pelo menos desde 2003 um programa nuclear orientado para utilizações militares e estará dentro de pouco meses em condições de construir uma bomba nuclear. A AIEA não afirma, contudo, que o Irão tenha tomado a decisão de cosntruir a bomba. Ter a capacidade de fazê-la é uma coisa, passar à prática é outra.

As autoridades iranianas, por seu lado, negam o carácter militar do seu programa nuclear. O ministro dos Negócios Estrangeiro, Ali Akbar Salehi, citado em Al Jazeera, afirma que as alegações da AIEA são uma "falsificação". E o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinedjad, em entrevista de hoje ao jornal egípcio Al-Akhbar, lembra que "é Israel que tem cerca de 300 ogivas nucleares. O Irão só está interessado em ter capacidade nuclear por meios pacíficos".

FRANCESES SUBMETIDOS A MAIS IMPOSTOS E CORTES ATÉ 2016




RTP

É a partir do recuo das estimativas de crescimento económico e com o propósito de preservar a avaliação máxima da dívida soberana que o Governo francês quer pôr em marcha um novo pacote de austeridade. Anunciado esta segunda-feira pelo primeiro-ministro François Fillon, o segundo plano de rigor imposto aos franceses em menos de três meses encerra “um esforço suplementar” para poupar “um pouco mais de 100 mil milhões de euros” até 2016. O que se traduz em mais impostos e cortes generalizados.

“A palavra falência deixou de ser abstrata”. Foi com esta e outras frases em tom igualmente severo que François Fillon anunciou aos franceses e aos mercados um novo programa de austeridade. A seis meses das eleições presidenciais, o primeiro-ministro francês enunciou um conjunto de medidas a aplicar nos domínios da receita e da despesa que implicam um “esforço suplementar de 65 mil milhões de euros até 2016”, dos quais “sete mil milhões em 2012 e 11,6 mil milhões em 2013”. A meta é poupar “um pouco mais de 100 mil milhões de euros para chegar a um défice zero” dentro de cinco anos.

A justificar as novas medidas de austeridade está a revisão em baixa da estimativa para o crescimento da economia francesa em 2012, de 1,75 para um por cento. Uma previsão confirmada a 27 de outubro pelo Presidente francês. Mas é sobretudo para conservar a notação de triple A da dívida soberana do país, num contexto de terramoto político e financeiro da Zona Euro, que a administração de Nicolas Sarkozy se esforça por enviar sinais de rigor aos mercados.

“O nosso dever é fazer sair o nosso país desta crise, é proteger os franceses contra os erros que foram cometidos em muitos outros países europeus”, enfatizou Fillon na conferência de imprensa desta segunda-feira, em resposta a questões sobre o nexo entre o novo pacote e a estratégia do atual inquilino do Eliseu para as eleições do próximo ano.

“Sacrifícios a todos os cidadãos”

No plano das receitas, o plano do Governo francês abre a porta a um agravamento da taxa reduzida do IVA de 5,5 para sete por cento, “à exceção dos produtos de primeira necessidade, nomeadamente os alimentos”. A taxa normal permanece, por ora, inalterada nos 19,6 por cento. O Executivo de Fillon espera encaixar, só com esta medida, 1800 milhões de euros no próximo ano. Por outro lado, avança com uma “majoração temporária de cinco por cento” dos impostos aplicados a empresas com volumes de negócios superiores e 250 milhões de euros, prevendo acréscimos anuais de receita, em 2011 e 2012, de 1100 milhões.

François Fillon anunciou também para “os próximos dois anos” um “congelamento” dos escalões de IRS e do Imposto de Solidariedade sobre Fortunas (ISF). Ou seja, ao suspender a atualização dos escalões tendo em conta a inflação, o Governo francês alarga a incidência destes impostos. Ao mesmo tempo, a atualização de prestações sociais, que normalmente acompanha a evolução dos preços, será indexada “a título excecional em 2012” ao crescimento da economia, ficando acauteladas exceções para prestações mais baixas. A que se somam cortes nas despesas com saúde.

Entre os dossiês mais quentes do mandato de Sarkozy, a reformulação do sistema de pensões, votada há um ano, vai avançar mais cedo. O alargamento da idade de reforma dos 60 para os 62 anos deverá entrar em vigor em 2017, ao invés de 2018. Uma medida que, segundo o primeiro-ministro francês, vai significar “alguns meses suplementares de trabalho para as gerações nascidas entre 1952 e 1956”.

Há também um capítulo simbólico no novo plano desenhado em Paris. Porque são pedidos “sacrifícios a todos os cidadãos”, nas palavras de Fillon, os salários do Presidente – Nicolas Sarkozy aufere atualmente 19 mil euros mensais - e de elementos do Governo ficam congelados até que se verifique um “estrito equilíbrio” das contas públicas. E o montante atribuído pelo Estado para despesas dos partidos com campanhas eleitorais regride em cinco por cento.

“Operação de mistificação”

Logo após o anúncio do pacote de austeridade, Benoît Hamon, porta-voz do Partido Socialista, acusava Fillon de ter montado uma “imensa operação de mistificação”. O primeiro-ministro, acusou o dirigente do maior partido da Oposição francesa, “não assumiu o seu próprio balanço e o balanço de Nicolas Sarkozy”: “Atribuiu à crise e aos comportamentos dos governos dos últimos 30 anos a realidade dos défices, quando sabemos que só as medidas fiscais deste Governo correspondem a 75 mil milhões de euros de défice acumulado”.

Em conferência de imprensa, Benoît Hamon acusou ainda o Presidente e o primeiro-ministro de estarem a promover uma “delapidação do modelo social francês”. A “escolha política” do Governo, criticou o porta-voz dos socialistas franceses, é declarar que “a França está em falência” e “sacrificar, como tal, os interesses dos franceses”.

A liderar as sondagens para o escrutínio de 2012, o candidato presidencial do PS criticara antecipadamente o plano de austeridade agora conhecido. Numa entrevista publicada na edição de segunda-feira do jornal francês Libération, François Hollande condenou Sarkozy por tentar reparar uma série de erros cometidos desde 2007.

Na flanco oposto, o partido do Presidente elogia o que diz ser um plano “triplamente corajoso”. Em declarações citadas na edição on-line do diário Le Monde, Jean-François Copé, secretário-geral da União para um Movimento Popular (UMP), assinalou a “coragem das decisões tomadas pelo Governo”. “Cumprir os nossos compromissos é um elemento de credibilidade maior para preservar o futuro das nossas crianças”, afirmou o responsável, destacando medidas como a redução de “despesas públicas improdutivas”, a “aceleração de reformas, incluindo a das pensões”, e “o esforço relativo aos nichos fiscais”.

José Eduardo dos Santos pediu desculpas formais pela expulsão de dois jornalistas...




... moçambicanos de Angola

RTP

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, apresentou hoje em Maputo ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, desculpas formais do seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, pela expulsão em agosto de dois jornalistas moçambicanos de Angola.

As autoridades migratórias angolanas recusaram a entrada no país dos jornalistas Joana Macie, do Diário Notícias, e Nelo Cossa, do semanário Magazine Independente, por supostas irregularidades nos vistos de entrada, emitidos pela Embaixada angolana em Maputo, recambiando-os para Moçambique.

Os jornalistas queriam entrar em Angola, para participar numa ação de formação organizada pela ONG Gender Link, da África Austral, em parceria com o Centro de Formação de Jornalistas angolano (Cefojor).

O ministro das Relações Exteriores de Angola foi hoje recebido em audiência pelo chefe de Estado moçambicano e entregou uma carta de José Eduardo dos Santos, em que apresenta uma explicação sobre as circunstâncias em que os dois jornalistas foram repatriados de Angola.

"Foi um incidente infeliz que não pode assombrar as nossas relações com Moçambique. Portanto, a mensagem reitera as boas relações de cooperação existentes entre os dois países, que é preciso preservar. Lamentamos o facto e a forma como estes jornalistas foram tratados", disse Georges Chicoti à imprensa, no final do encontro com Armando Guebuza.

"Nós como políticos temos que trabalhar para manter as boas relações de cooperação entre os dois países. Queremos que haja uma melhor preparação dos oficiais de migração, porque quando se trabalha num ambiente de segurança redobrada tem que haver sempre a necessária coordenação", acrescentou o ministro angolano das Relações Exteriores.

Georges Chicoti afirmou que o incidente deu-se numa altura em que as autoridades angolanas tinham redobrado as medidas de segurança por causa da cimeira em Luanda dos Chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Brasil: CADA VEZ MENOR O COMPLEXO VIRA-LATA




RODOLPHO MOTTA LIMA* – DIRETO DA REDAÇÃO

Divulgados os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) apurados pelas Nações Unidas, digam o que disserem os mal intencionados, a verdade é que estamos caminhando no sentido positivo. E o caminho escolhido pelos governos mais recentes do país, no sentido de reduzir as desigualdades sociais, é o único capaz de nos colocar na posição que todos almejam.

Dias antes da divulgação do IDH, foram apresentados os números do desemprego no Brasil, apontando 2011 como mais um ano em que se estabelecem invejáveis índices no âmbito do trabalho. Até setembro, os desempregados brasileiros representavam , na média anual, 6,2% , mas em igual período do ano anterior esse número era de 7,1%. Essa média anual era de 12,3% em 2003 e nos últimos anos vem registrando sucessivas quedas: foi de 8,2% em 2009 e 6,7% em 2010. Enquanto isso, o índice ronda os 10% nos EUA e na zona do Euro (em média), onde na Espanha chega a 22% e a 17% na Grécia.

Embora dados estatísticos sempre possam ser objeto de manipulação, no caso do Brasil os números da diminuição do desemprego estão em absoluta consonância com outros indicadores. Uso essa palavra e me recordo de uma charge, relativa a outros tempos do país, em que a expressão “indicador de desemprego” era usada para referir-se ao dedo indicador do patrão demitindo trabalhadores...

No presente, ao contrário, e sem exageros ufanistas (que nunca ajudam) , a expressão tem assegurado o seu valor positivo, porque vem acompanhada de elementos que a justificam. Está aí a nova classe média – aquela que, para desprazer de alguns, já está fazendo suas viagens de avião, já está inserida no mundo digital da comunicação, já está dotando seus lares de um relativo nível de conforto. Os componentes dessa classe média e o seu comportamento social são uma consequência indiscutível dos números registrados no âmbito do emprego.

Há muito a fazer no Brasil, no plano social, no tocante à redução das desigualdades. E não é por acaso que a presidenta Dilma elegeu o combate à pobreza como sua busca maior. Gostem ou não da frase os ressentidos com o êxito de políticas como essas, que redundaram na redução do nível de desemprego, a verdade é que nunca na história medianamente recente do país se perceberam com tão grande clareza os seus avanços sociais, que repercutem no mundo todo e nos colocam em condição de ser um dos protagonistas do século XXI. O Brasil tem o respeito do mundo, e isso até o mais ferrenho adversário do atual projeto governista – de Lula para cá – teria obrigação de reconhecer.

Atravessamos um período de turbulência econômica em 2008 – fruto da ganância, do desequilíbrio e do descompromisso social que marcam o sistema econômico predominante no planeta – e conseguimos passar por ele sem grandes danos, graças a uma ousada estratégia econômica. Lembro-me de Lula sendo objeto de escárnio pelos especialistas de plantão quando, estimulando o consumo entre os brasileiros, afirmou que o tsunami mundial seria uma marolinha para nós. Mas será que, considerados os poucos problemas que enfrentamos, não foi isso mesmo que aconteceu?

Aponta-se para um futuro próximo em que o nosso país estará entre as 5 grandes economias de todo o planeta, algo inimaginável há bem pouco tempo, em que aqui predominava um tipo de pensamento subserviente, o tal “complexo de vira-lata” (imortalizado pelo Nelson Rodrigues) que nos cravava como condenados à passividade dos colonizados. Esse pensamento, no âmbito do trabalho, encontrava vertente na aceitação preconceituosa da afirmação de que os brasileiros eram, desde os seus ancestrais índios, um povo que não gostava de trabalhar... E ainda tem seguidores entre aqueles que afirmam que projetos sociais de natureza assistencial levam a nossa gente a não querer trabalhar...

Voltando à questão do desemprego, é claro que, enquanto cidadãos conscientes, devemos nos engajar na luta pelo emprego total, ainda que utópica, e, mais que isso, pela remuneração condigna para todos os que trabalham, uma outra luta tão velha quanto o mundo, que opõe exploradores e explorados. Aqui, cabe lembrar a saga das mulheres contra a desigualdade salarial que o resíduo machista ainda lhes quer impor. E, mais que tudo, não podemos um segundo sequer nos desligar do combate a essa iniquidade ímpar das relações humanas, chamada “trabalho escravo”, ainda muito presente entre nós. Mesmo assim, podemos e devemos comemorar avanços nessa área. Cada trabalhador empregado não é apenas alguém capaz de garantir sua subsistência e a de sua família, mas um indivíduo socialmente integrado, apto a participar dos destinos da nação, como verdadeiro cidadão.

É sempre bom terminar considerações desse tipo lembrando Gonzaguinha e um fragmento de sua antológica composição “O homem também chora”: “Um homem se humilha / Se castram seu sonho / Seu sonho é sua vida / E vida é trabalho... /E sem o seu trabalho / O homem não tem honra / E sem a sua honra /Se morre, se mata...”

* Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Dilma Rousseff: «Crise não se resolve com medidas que geram desemprego»





Presidente brasileira defende que situações de crise se resolvem com decisões de estímulo ao crescimento.

A crise que afecta especialmente a Europa e os Estados Unidos não se resolve com medidas que geram desemprego ou com a flexibilização da legislação laboral, mas com decisões de estímulo ao crescimento, afirmou a Presidente brasileira.

Dilma Rousseff fez estas declarações durante o seu programa semanal de rádio, «Café da Manhã com a Presidente».

Dilma Rousseff referiu-se às conversas que manteve, na semana passada, durante a cimeira do G20, em Cannes, em França, que reúne os países mais desenvolvidos e as principais economias emergentes.

«Nossa mensagem no G20 foi muito clara: a crise económica, que está a afectar principalmente os países da Europa e Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos laborais», afirmou a Presidente.

Dilma Rousseff citou um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicando que a crise aumentou em 200 milhões o número de pessoas desempregadas no mundo, na maioria jovens.

A chefe de Estado acrescentou que o Brasil, ao contrário, gerou 2,08 milhões empregos formais (com contrato) nos primeiros nove meses deste ano e está a trabalhar para chegar ao pleno emprego.

«Sabe porque estamos numa situação melhor que os outros países diante da crise internacional? Porque em 2008, quando a crise começou, o Brasil optou pelo crescimento e pela consolidação do mercado interno e não pela recessão», afirmou.

A Presidente assegurou que, nas suas conversas bilaterais com os chefes de Governo da China, Alemanha, Austrália, Singapura, Turquia, Índia e Rússia, todos concordaram que a crise não pode ser enfrentada com medidas que gerem recessão e sim com decisões para incentivar o consumo e a geração de emprego.

*Foto em Lusa

Portugal: GREVES PARALISAM AMANHÃ COMBOIOS, METRO, BARCOS E AUTOCARROS




RTP

As greves agendadas no setor dos transportes para os próximos dias vão levar a algumas perturbações com incidência na circulação de comboios da CP, no metro de Lisboa e ainda nos transportes coletivos do Porto e Lisboa. A CP prevê perturbações já para o dia de hoje, enquanto o metro da capital estará parado amanhã até às 10.30 horas da manhã. Já no Porto e em Lisboa o serviço de autocarros também vai sofrer alterações principalmente entre as 10 e as 16 horas.

A circulação de comboios deverá começar hoje a sofrer perturbações ao longo de todo o dia devido às greves agendadas para esta semana. Segundo anunciou a CP esta segunda-feira podem já ocorrer problemas nos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Regional e Inter-regional.

Estão previstas supressões e atrasos com particular incidência nos períodos da tarde e da noite que vão igualmente atingir os Serviços Urbanos de Lisboa e Porto, prevendo-se nestes últimos maior incidência de supressões no período noturno com a empresa a prever que os últimos comboios deverão realizar-se entre as 22 e 23 horas.

A CP em comunicado avança ainda que na quarta-feira e no sábado "poderão ocorrer perturbações, atrasos e supressões, com particular incidência no período da manhã, prevendo-se a gradual normalização dos serviços ao longo do dia".

Metro parado em Lisboa

A greve é ainda extensiva ao metro de Lisboa com os trabalhadores daquela empresa a efetuarem greve entre as 6.00 e as 10 horas o que já levou a administração a anunciar que o serviço a prestar durante o dia de amanhã só estará normalizado a partir das 10.30 horas.

STCP e Carris com perturbações

O mesmo problema está previsto para o Porto com os serviços da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) a sofrerem perturbações entre as 10 e as 16 horas de amanhã devido à anunciada greve dos trabalhadores.

Mas neste caso a empresa assegura que prestará um serviço dentro dos parâmetros habituais nas chamadas horas de ponta, ou seja, ao princípio da manhã e fim de tarde.

Já a Carris fez saber que face à paralisação anunciada pelos sindicatos representativos dos trabalhadores da empresa para esta terça feira é provável a ocorrência de perturbações no serviço regular de transportes entre as 10 e as 16 horas, sobretudo nas carreiras 760, 108, 706, 738, 742, 751, 758 e 781. mesmo que a empresa tenha assegurado serviços mínimos.

Menos barcos no Tejo

Também os trabalhadores que garantem a travessia de barco do rio Tejo em Lisboa vão avançar para a greve no dia de amanhã entre as 13 e as 19 horas pelo que a administração da empresa já fez saber das alterações previstas nas carreiras das várias ligações fluviais.

Assim, a Transtejo e a Soflusa preveem alterações nas seguintes ligações e horários:

Ligação Montijo - C. Sodré: das 14h30 (ultimo barco) às 18h00 (primeiro barco)
Ligação C. Sodré - Montijo: das 13h00 (ultimo barco) às 18h00 (primeiro barco)

Ligação Barreiro - T. Paço: das 13h25 (ultimo barco) às 17h55 (primeiro barco)
Ligação T. Paço - Barreiro: das 13h50 (ultimo barco) às 18h20 (primeiro barco)

Ligação Seixal - C. Sodré: das 13h45 (ultimo barco) às 17h50 (primeiro barco)
Ligação C. Sodré - Seixal: das 13h25 (ultimo barco) às 17h55 (primeiro barco)

Ligação Cacilhas - C. Sodré: das 13h40 (ultimo barco) às 17h45 (primeiro barco)
Ligação C. Sodré - Cacilhas: das 14h00 (ultimo barco) às 18h00 (primeiro barco)

Ligação Trafaria - P. Brandão - Belém: das 13h30 (ultimo barco) às 18h30 (primeiro barco)
Ligação Belém - P. Brandão - Trafaria: das 14h00 (ultimo barco – com destino apenas ao P. Brandão) às 18h00 (primeiro barco)

O Grupo Transtejo fez ainda saber que caso se verifique a paralisação das carreiras, os Terminais serão encerrados nos períodos em causa, por questões de segurança.

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