sábado, 28 de outubro de 2023

Ordem para a Matança -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Número oficial: 400 crianças morrem por dia na Faixa de Gaza, vítimas dos bombardeamentos israelitas. O ministro da Defesa de Israel diz que é para estabelecer uma “nova ordem” em Gaza. Lembram-se do nazismo? Hitler também queria impor uma “nova ordem” no mundo. Churchill candidatou-se mas o Exército Vermelho entrou em Berlim e acabou com os novos ordenadores de um e outro lado da guerra. Ainda hoje não perdoam aos russos. O ocidente alargado quer o nazismo e está pronto a ir até onde for preciso para triunfar. Vão perder. Na Palestina também vai ser assim. Hoje, amanhã ou quando seja. A luta do Povo é invencível.

Números provados e comprovados: Até hoje os bombardeamentos de Israel à Faixa de Gaza mataram 7703 palestinos, 70 por cento são mulheres e crianças. Mais de 900 crianças estão desaparecidas sob os escombros das casas e prédios onde moravam. Adultos “desaparecidos” são mais de 3.000. Podem estar soterrados nos escombros. Mas também podem ter ido combater pelo braço armado do HAMAS. Nunca se sabe. 

Hoje, ficou apurado que 25 jornalistas foram mortos pelos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza. Os que ainda estão vivos, foram “aconselhados” a abandonar imediatamente o território. Continuam lá. Nem todos são papagaios ou elefantes amestrados que tocam o sino sempre que os donos lhe metem uma moedinha na tromba. Eu vi um paquiderme amestrado fazer isso no Jardim Zoológico de Lisboa, quando lá fui visitar os animais prisioneiros. Nunca mais voltei. Mas hoje vejo usurpadores da profissão de jornalista tocar a sineta quando lhes metem uma moedinha nas mãos. Crime grave contra o Jornalismo que já está moribundo.

O meu colega Wael Al Dahdouhé, chefe da delegação da Al Jazeera em Gaza, acabou de enviar um serviço e foi avisado de que sua casa tinha desaparecido num bombardeamento. Morreu toda a sua família. Ainda conseguiu tirar dos escombros um neto, bebé, com sinais de vida. Chegou morto ao hospital. Mataram o meu neto. Não vou responder matando. Mas os matadores vão responder ante a Justiça. Biden, Blinken, Austin, Sunak, Úrsula, Scholtz, Macron e todos os outros assassinos, vão responder. Estarei lá testemunhando contra eles. Mataram os meus pais. As minhas irmãs e irmãos. As minhas filhas e filhos. As minhas netas e netos. As minhas amigas e amigos. Não dou a outra face. Não vos perdoo. 

Os jornalistas não fugiram e os nazis de Telavive cortaram as telecomunicações. Sei como é. Na primeira guerra do Golfo fomos “aconselhados” a abandonar o Iraque. Os que não obedeceram foram avisados logo na primeira noite de bombardeamentos à capital iraquiana. Um hotel onde muitos estavam alojados foi bombardeado. O governo juntou todos os jornalistas estrangeiros no Hotel Al Rasheed, que tinha um abrigo antinuclear. Algumas horas depois da “mudança”, os EUA bombardearam as telecomunicações. Ficámos dependentes da disponibilidade do Ministério da Informação. Ontem os nazis de Telavive cortaram a internet e as telecomunicações à Faixa de Gaza. Só toleram a versão deles.

Portugal | Não à criminalização do antirracismo

Mamadou Ba merece toda a nossa solidariedade, onde com ela denunciamos também a perseguição política da qual tem sido alvo. Esta decisão do tribunal significa a criminalização do antirracismo.

Beatriz Realinho* | Esquerda.net | opinião

No passado dia 20 de outubro o dirigente antirracista, Mamadou Ba foi condenado pelo tribunal por constatar factos: Mário Machado é um neonazi condenado, que fez parte do grupo que assassinou Alcindo Monteiro na noite de 10 de junho de 1995.

Mamadou Ba merece toda a nossa solidariedade, onde com ela denunciamos também a perseguição política da qual tem sido alvo. Esta decisão do tribunal significa a criminalização do antirracismo. Acompanha também a vontade do racismo estrutural que afeta a nossa sociedade e instituições, continuando a reproduzir o colonialismo sobre o qual as estas foram construídas.

Não podemos esquecer Alcindo Monteiro que na noite de 10 de junho de 1995 atravessou o Tejo porque apenas queria ir até Lisboa dançar, mas acabou por ser violentamente assassinado por um grupo de skinheads que espalhavam o terror. É preciso salvar na memória Alcindo e de todas as pessoas racializadas que são vítimas da discriminação diária, sistémica e estrutural reproduzidas nas ruas, nos currículos, nas instituições. O racismo mata. O silêncio, o optar criminalizar o antirracismo e não a extrema-direita é ser-se aliado desta violência.

A justiça continua aqui cúmplice de algo que se faz sentir há anos: o silenciar de vozes que lutam por uma sociedade mais justa, igual e pela democracia. É necessário que estas instituições descolonizem de forma a fazerem um combate verdadeiro ao racismo que afeta a vida de todas as pessoas que têm que lutar diariamente pelos seus direitos. Contudo, para a juíza que condenou Mamadou Ba o que interessa é que Mário Machado não participou no assassinato de Alcindo, apesar de ter sido condenado por um outro episódio de violência naquela noite e de ser um dos principais protagonistas que na noite da “caça ao preto” não mostra qualquer tipo de arrependimento. Com isto ignoramos o que representa na realidade a morte de Alcindo Monteiro: um crime executado em nome do ódio e da extrema-direita onde Mário Machado é rosto principal. Mamadou constatou esse facto no exercício do seu direito de opinião no espaço público, apenas isso.

A luta contra o racismo e pela descolonização das nossas instituições é uma responsabilidade coletiva, que exige a mobilização de todos os setores da sociedade de modo a lutar pela igualdade e combater todas as formas de discriminação racial.

Toda a solidariedade para com Mamadou Ba, e a luta antirracista.

* Licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais. Ativista política e das causas LGBTQIAP+, ambientais e feministas. Autora do podcast “2 Feministas 1 Patriarcado”

Portugal | Inflação


Varco Gargalo | Sábado

Em Lisboa, Sissoco promove transferências de livre circulação

João Carlos (Lisboa)

O Presidente da Guiné-Bissau quer reforçar a CPLP e vê em Lisboa um parceiro. A visita à capital portuguesa motivou a contestação de guineenses e uma garantia feita pelo próprio Sissoco Embaló: "Não tenho nada de ditador".

De  visita a Lisboa , o chefe de Estado da Guiné-Bissau reforçou o compromisso de assumir a próxima presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em julho de 2025, com o objetivo de contribuições para a livre circulação de pessoas e bens .

"Quero testemunhar que a Guiné-Bissau tem objetivos. E o nosso objetivo é comum [o] de fortalecer a nossa comunidade", disse o Presidente da República guineense, Umaro Sissoco Embaló, após um encontro, esta quarta-feira (25.10), na sede da organização lusófona em Lisboa.

"Elelegi a estabilidade e a imagem da Guiné-Bissau. Não foi fácil a presidência da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], que assumimos pela primeira vez. Foi um orgulho. A CPLP é uma organização que nós criamos e um dia também vamos presidir a União Africana", adiantou.

Autárquicas: “Moçambique pode tornar-se um caos”

Sandra Quiala

À DW, o analista lembra que os partidos ainda podem recorrer dos resultados junto ao Conselho Constitucional. Teme, no entanto, que a tensão pós-eleitoral piore em Moçambique, caso não haja autorização neste órgão.

Face ao anúncio de vitória eleitoral da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) em 64 das 65 autarquias, o maior partido da oposição no país, a RENAMO, apelou à população para "parar tudo"  e saiu à rua em protesto contra o "homicídio da democracia".

Na sequência deste apelo, milhares de simpatizantes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) juntaram-se, esta sexta-feira,  em Maputo, num protesto disperso pela polícia com gás lacrimogéneo . Pelo menos uma pessoa ficou ferida. Também na cidade de Nampula, tumultos  entre a polícia e simpatizantes da RENAMO deixaram, esta manhã, pelo menos oito pessoas feridas.

Em entrevista à DW, o politólogo Domingos do Rosário explica que a RENAMO pode ainda recorrer aos resultados eleitorais divulgados junto do Conselho Constitucional. Porém, teme que, caso este órgão não “julgue o processo de maneira isenta”, Moçambique mergulhe no conflito eleitoral “mais grave da sua história recente”.

Angola | Altos Voos e Rasantes Petições – Artur Queiroz

Ian Smith

Artur Queiroz*, Luanda

O nascimento da Rodésia de Ian Smith, em 1965, serviu para reforçar o “poder branco” na África Austral. A declaração unilateral da independência, devidamente combinada com Londres (o Reino Unido era a potência colonial) surgiu quando a Luta Armada de Libertação Nacional em Angola e Moçambique ganhava proporções assustadoras para os esclavagistas e colonialistas. O regime racista de Pretória ganhou mais um satélite de peso mas já tinha a Namíbia ocupada, o Botswana e o Malawi.   

O regime racista instaurado por Ian Smtih na Rodésia, com o apoio de Londres, imediatamente se pôs às ordens de Portugal e de Pretória para ajudar a combater a guerrilha da FRELIMO e em 1966, as forças do MPLA na Frente Leste. No que diz respeito a Angola, Pretória e Salisbúria entraram directamente na guerra. Aviões rodesianos e sul-africanos passaram a usar as bases da Luiana, Cuito Cuanavale, Mavinga, Cangamba, Cazombo, Lumbala Nguimbo e Ninda.  Reforçaram a Força Aérea Portuguesa, que tinha destacamentos nesses aeródromos. Praticamente todas as operações portuguesas com tropas especiais (paraquedistas) eram feitas com helicópteros da Rodésia (Zimbabwe) e África do Sul.

O triunfo do MPLA e da FRELIMO mudou o panorama. EUA, Reino Unido e as grandes potências europeias fizeram tudo para impedir a Independência Nacional em Angola. Constituíram uma coligação poderosa com Pretória e Salisbúria (Harare) mas perderam. Alguns mercenários da matilha que enviaram para Angola foram julgados e condenados no Tribunal Popular Revolucionário, em Luanda. Agostinho Neto voou ainda mais alto e mandou um sinal inequívoco para os racistas: “Só somos livres quando forem livres os povos da Namíbia, Zimbabwe e África do Sul”. 

Assim começaram os tempos que mudaram África e o Mundo. Os angolanos em armas derrotaram o regime de apartheid da África do Sul e abriram as portas da prisão a Nelson Mandela. Apoiaram as lutas de libertação da SWAPO (Namíbia) e Frente Patriótica (Zimbabwe). O ANC passou a ter em Angola apoio político e militar. A Liberdade na África Austral entrou em altos voos. Em 1979, o Zimbabwe conquistou a Independência Nacional. A aventura racista de Ian Smith e seus patrões de Londres exigiu 12 logos anos de luta. Mas os colonialistas de Londres ainda amarraram o povo do Zimbabwe ao Acordo de Lancaster House, assinado em 21 de Dezembro de 1979.

Londres impôs eleições gerais pensando que os seus peões iam ganhar. Foram clamorosamente derrotados pela Frente Patriótica de Robert Mugabe e Joshua Nkomo os dois líderes da luta armada contra o regime racista de Salisbúria (Harare). Logo aí começaram as sanções, primeiro, encobertas e depois abertamente.

“Vingança justificada” e a invasão de Gaza: a Palestina é retratada como “o agressor”

Michel Chossudovsky*, em Substack | # Traduzido em português do Brasil

Introdução do autor

Há uma história complexa por trás do plano de Israel de Outubro de 2023 para “varrer Gaza do mapa”. “Wipe Gaza off the Map.”

É genocídio, um massacre absoluto:

“Vamos atacar a Cidade de Gaza muito em breve”, disse o principal porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, num discurso transmitido nacionalmente, sem fornecer um calendário para o ataque.”

É um empreendimento criminoso baseado na doutrina israelense de “Vingança Justificada”  , que foi formulada pela primeira vez em 2001.

(Veja abaixo: meu artigo de janeiro de 2009 publicado logo no início da invasão de Gaza por Israel em 2008-2009 sob a “ Operação Cast Led”)  

A doutrina da “Vingança Justificada”  propõe em termos inequívocos que (apesar das suas capacidades militares limitadas)  a Palestina, e não Israel, é “o agressor” e que Israel tem o direito de se defender. 

Está agora estabelecido que o ataque do Hamas de 7 de Outubro de 2023 foi uma operação de bandeira falsa levada a cabo por uma “facção” dentro do Hamas, em ligação com a Mossad e a inteligência dos EUA”:

“A inteligência dos EUA diz que não tinha conhecimento de um ataque iminente do Hamas. 

Será que Netanyahu e o seu vasto aparelho militar e de inteligência (Mossad et al) tiveram conhecimento prévio do ataque do Hamas, que resultou em inúmeras mortes de israelitas e palestinianos?

Foi previsto um plano israelita cuidadosamente formulado para travar uma guerra total contra os palestinianos  antes do lançamento pelo Hamas da “Operação Tempestade Al-Aqsa”?

Isto não foi um fracasso da Inteligência israelita, tal como foi veiculado pelos meios de comunicação social. Muito pelo contrário”

A história das bandeiras falsas: “A luz verde para o terror” (1997), O “derramamento de sangue como justificativa” para travar a guerra

A falecida  professora Tanya Reinhart confirma a formulação em 1997 de uma Agenda de Bandeira Falsa  intitulada “A Luz Verde para o Terror”  , que consistia em promover (engenharia) ataques suicidas contra civis israelenses, citando “o derramamento de sangue como uma justificativa” para travar a guerra na Palestina : 

“…Este é o tema “luz verde ao terror” que a Inteligência Militar (Ama”n) tem promovido desde 1997, quando se consolidou a sua linha anti-Oslo. Desde então, este tema foi repetido repetidas vezes pelos círculos militares e acabou se tornando o mantra da propaganda israelense… 

O 'Relatório Estrangeiro' (informação de Jane) de 12 de Julho de 2001 revelou que o exército israelita (sob o governo de Sharon) actualizou os seus planos para um “ataque total para esmagar a autoridade palestiniana” 

O projeto, intitulado “A Destruição da Autoridade Palestina e o Desarmamento de Todas as Forças Armadas” , foi apresentado ao governo israelense pelo chefe do Estado-Maior Shaul Mofaz, em 8 de julho [2001].

O ataque seria lançado, a critério do governo, após um grande ataque suicida em Israel, causando mortes e feridos generalizados, citando o derramamento de sangue como justificativa.” ( Tanya Reinhart,  22 de dezembro de 2001)

Biden arrisca cumplicidade no genocídio – anunciou grupo de advogados

“Os Estados Unidos – e os cidadãos dos EUA, incluindo e até o presidente – podem ser responsabilizados pelo seu papel na promoção do genocídio”, afirma um relatório de especialistas do Centro para os Direitos Constitucionais.

Jake Johnson* | Common Dreams | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Um dia antes do presidente Joe Biden fazer seu discurso no Salão Oval no horário nobre exigindo mais ajuda militar para Israel, um grupo de advogados especializados emitiu uma grave advertência.

Ao continuar a armar os militares israelitas enquanto realiza um ataque massivo à Faixa de Gaza, argumentaram os advogados num documento informativo de emergência , a administração Biden está a tornar-se cúmplice de um possível genocídio contra os palestinianos no território ocupado.

“Os Estados Unidos não só não estão a cumprir a sua obrigação de impedir o cometimento de genocídio, mas há um argumento plausível e credível a ser apresentado de que as acções dos Estados Unidos para promover a operação militar israelita, o encerramento e a campanha contra a Palestina A população em Gaza aumenta ao nível de cumplicidade no crime ao abrigo do direito internacional”, alertaram especialistas do Centro para os Direitos Constitucionais (CCR), uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA. 

Israel mata família de jornalista da Al-Jazeera. Antes Blinken exigiu contenção ao canal

Israel mata família de correspondente da Al-Jazeera dias depois de Blinken exigir que a cobertura do canal seja ‘atenuada’

Hoje, o chefe do escritório da Al-Jazeera, Wael El-Dahdouh, estava fazendo uma reportagem ao vivo em Gaza quando um ataque aéreo israelense matou sua esposa e dois filhos. Agora, outros jornalistas também temem que as suas famílias possam ser alvo apenas do facto de fazerem o seu trabalho.

Mohammed El-Kurd* | Global Research | Mondoweiss 25 de outubro de 2023 | # Traduzido em português do Brasil

Wael El-Dahdouh , Chefe do Gabinete da Al-Jazeera em Gaza, estava a reportar em directo quando um ataque aéreo israelita teve como alvo o edifício no sul de Gaza onde a sua família se refugiava, matando a sua esposa, filho, filha e neto . 

A notícia surgiu horas depois de a Axios ter relatado que o secretário Antony Blinken disse aos líderes judeus dos EUA que pediu ao Qatar para “baixar o volume da cobertura da Al Jazeera” da campanha genocida israelita na Faixa de Gaza, acusando a rede de ser “anti-Israel”.

Mondoweiss contactou jornalistas em Gaza que partilharam a sua ansiedade de que as suas famílias pudessem ser vítimas de bombardeamentos punitivos apenas por fazerem o seu trabalho.

“Comecei a sentir que sou um perigo para aqueles que me rodeiam”, confessou um jornalista. “Senti isso desde o início da guerra, desde que a minha voz começou a ser ouvida… Há tantos inocentes à minha volta, pessoas que não têm nada a ver comigo, com os meus escritos ou com o meu trabalho.” 

O jornalista, que permaneceu anônimo por medo de retaliação, disse:

“Ter como alvo a família de alguém é mais doloroso do que ter como alvo apenas essa pessoa.” “Talvez”, acrescentou, “esta seja a mensagem que querem enviar a todos os jornalistas: 'você não é o único que iremos atingir; podemos queimar seu coração atacando sua família e roubando de você a vontade de viver depois.'”

Hoje cedo, Mohammed Farra , outro jornalista palestino, recebeu a notícia de que sua esposa e filhos foram mortos num ataque aéreo israelense em Khan Yunis, enquanto ele estava posicionado em Ramallah, a muitos quilômetros e postos de controle de Gaza. 

“Qualquer pessoa cuja voz seja ouvida ou ganhe visibilidade internacional está sendo obrigada a pagar o preço”, disse o jornalista em Gaza a Mondoweiss . “Você pode sentir a intensa vigilância de tudo que sai de Gaza. E se alguém disser alguma coisa, mesmo uma frase ou palavra, que Israel não queira, será alvo e terá suas famílias visadas.” 

A PROFECIA DE YASSER ARAFAT -- Artur Queiroz

Ponham a Mão na Consciência sem Radicalismos

Artur Queiroz*, Luanda

Em Lisboa, Amadora, Setúbal e outras grandes cidades portuguesas há bairros onde seres humanos nem sequer têm direito a um documento de identificação. Ponham a mão na consciência e pensem. Quem é tratado pior do que um animal doméstico tem tudo para se comportar irracionalmente. 

A segregação, o racismo, a xenofobia, o analfabetismo, o desemprego, são óptimos ingredientes para radicalizar um santo.

Em Agosto de 1990, uma coligação internacional liderada pelos EUA bombardeou o Iraque com “mísseis cruzeiro”, a mais potente arma da época, excluindo as bombas atómicas. Milhões de iraquianos fugiram do seu país ou tiveram de abandonar as suas cidades, vilas e aldeias procurando refúgio em áreas mais seguras. Mas isso não existia. Morreram centenas de milhares.

Os que se refugiaram noutros países e levaram filhos pequenos, nunca mais voltaram. Vivem em guetos na Europa e nos EUA. E lá cresceram as crianças. Outros nasceram longe da pátria dos Sumérios e hoje são adultos. Ponham a mão na consciência. 

Quando esses escorraçados da vida viram os ocupantes tratar Saddam Hussein como um bicho, ficaram revoltados. Quando assistiram, em directo, ao seu enforcamento, ficaram irados. E juraram vingança. 

Eu estive no Iraque durante a guerra. E uma coisa é segura: Saddam era idolatrado por milhões de iraquianos. Não sei quantos nem se eram a maioria. Mas eram muitos os que viam nele o saladino. Clamam por vingança. Os seus filhos, hoje cidadãos europeus ou norte-americanos, sentem a dor dos pais. E como sãos segregados, tratados pior do que os animais domésticos, facilmente se radicalizam. Renasce neles uma réstia de Humanidade.

Israel soltou a raiva, invade Gaza e chacina indiscriminadamente palestinianos

Famílias de reféns pedem "explicações"; "Estado de loucura"

Siga aqui em Notícias ao Minuto todos os desenvolvimentos no conflito armado entre Israel e o Hamas, e a situação na Palestina, em particular na Faixa de Gaza.

A noite de sexta-feira ficou marcada por um ataque em larga escala do exército israelita contra o Hamas no norte da Faixa de Gaza, particularmente na cidade de Gaza.

O conselheiro do primeiro-ministro israelita confirmou que Israel está a iniciar a sua "vingança" contra o Hamas. 

Na sequência dos bombardeamentos, as comunicações e a Internet foram cortadas na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro palestiniano, denunciou que o corte total da internet é uma tentativa de Israel para "obscurecer" o que se passa no enclave palestiniano.

Segundo o Hamas, estes bombardeamentos por ar, mar e terra são "os mais violentos desde o início da guerra", a 7 de outubro.

Famílias dos reféns do Hamas exigem explicações ao governo de Telavive

Lusa | há 1 hora

As famílias dos reféns do grupo islamita Hamas detidos na Faixa de Gaza, na sua maioria israelitas, manifestaram-se hoje preocupadas e exigiram explicações ao governo de Telavive após os intensos bombardeamentos do exército contra este território palestiniano.

Continuam "ataques aéreos e marítimos significativos", avança IDF

Daniela Carrilho | há 12 minutos

O porta-voz da Forças de Defesa de Israel revelou este sábado que continuam em curso "ataques aéreos e marítimos significativos", reporta a Sky News.

Daniel Hagari falou numa conferência de imprensa esta manhã, depois de ter prometido expandir as operações terrestres em Gaza na noite passada.

"A sua morte [do chefe do Hamas] é uma fase significativa de progresso em combate e significa que vamos combater um inimigo mais fraco", refere o porta-voz, destacando que as IDF vão continuar a expor a forma como o Hamas "está a utilizar e a explorar a população civil de Gaza".

Para aqueles que viajaram para o sul, a ajuda humanitária vai aumentar: "Mais camiões com alimentos, medicamentos e água vão entrar. Qualquer pessoa que se encontre nessa zona, que é uma zona segura e protegida, vai recebê-los".

Ministro das Relações Exteriores israelita chama votação da AGNU de 'desprezível'

Ministro israelita exibe o semblante da raiva incontida na AGNU /AFP

Tanto o embaixador israelita na ONU como o ministro dos Negócios Estrangeiros da ocupação expressaram a sua indignação com uma resolução aprovada pela AGNU apelando a um cessar-fogo humanitário.

Al Mayadeen, com agências | # Traduzido em português do Brasil

O voto maioritário da Assembleia Geral da ONU a favor de uma trégua humanitária foi considerado “desprezível” pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen.

O ministro enfurecido rejeitou a resolução, dizendo depois de ter sido aprovada que "Israel pretende eliminar o Hamas tal como o mundo lidou com os nazis e o ISIS".

O embaixador da ocupação na ONU, Gilad Erdan, também condenou a resolução elaborada pelos árabes, alegando que “este é um dia negro para a ONU e para a humanidade”.

Erdan prometeu que “Israel” usará “ todos os meios ” para combater o Hamas na “cidade do terror” de Gaza.

O embaixador da ONU também repetiu a desinformação agora desmascarada sobre bebés decapitados para envergonhar a AGNU, que votou a favor de uma trégua humanitária, que Erdan disse que amarraria as mãos de “Israel”.

Análise: A operação terrestre de Israel significa que os refens não serão libertados?

Um “vazamento bem informado” dizia que poderia haver um cessar-fogo em breve, mas o que significa a atual operação terrestre de Israel?

 Zoran Kusovac | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Enquanto o mundo assiste às “operações terrestres alargadas” em Gaza pelo exército israelita, alguns podem perguntar-se o que aconteceu às notícias que ouvimos hoje de que haveria uma libertação de cativos que poria fim à guerra.

O “vazamento bem informado” varreu a região mais rápido do que qualquer outra coisa durante este conflito na sexta-feira: “O Hamas está prestes a libertar todos os reféns que mantém e isso irá parar a guerra”.

Desde o recrudescimento da violência em 7 de Outubro, o Médio Oriente tem sido inundado de rumores, desinformação e meias verdades.

Todos invariavelmente afirmam basear-se em “vazamentos de fontes bem informadas”, “informações obtidas por simpatizantes” ou “indiscrição de diplomatas estrangeiros”.

As alegações não verificáveis ​​espalharam-se por rumores locais, tanto em Israel como em Gaza, e depois atingiram redes sociais notoriamente pouco fiáveis. Algumas das afirmações menos absurdas vazaram em fóruns, blogs e grupos de Telegram supostamente lidos por quem sabia. Uma pequena mas preocupante percentagem chega aos grandes meios de comunicação social, a uma velocidade que torna impossível a verificação adequada dos factos.

Durante dias, o “segredo público” dominante foi que Israel lançaria o ataque terrestre durante o fim de semana. Uma afirmação inverificável, mas plausível, que os rumores “confirmaram” pelo facto de o exército israelita ter divulgado vídeos das suas “limitadas” incursões nocturnas em Gaza.

Depois veio a “notícia” de que haveria uma libertação cativa.

Inteligência israelita e think tank apresentam planos para limpeza étnica de Gaza


Parece haver um verdadeiro impulso por parte do regime israelita para limpar etnicamente o povo de Gaza no deserto do Sinai, no Egipto.

Robert Inlakesh* | Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

No primeiro dia da guerra de Israel na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lançou um aviso provocativo a cerca de 2,3 milhões de civis no enclave costeiro sitiado: “Saiam agora”, disse ele, sabendo que as pessoas estavam encurraladas e poderiam não. 

No entanto, à medida que o tempo passa e os documentos são vazados, parece haver um verdadeiro impulso por parte do regime israelita para limpar etnicamente o povo de Gaza no deserto do Sinai, no Egipto.

O think tank israelense, o 'Instituto Misgav para Segurança Nacional e Estratégia Sionista' publicou um documento de posição em 17 de outubro, no qual delineou seu plano de limpeza étnica proposto, declarandoque “há neste momento uma oportunidade única e rara para evacuar o toda a Faixa de Gaza em coordenação com o governo egípcio.” 

Isto foi seguido, pouco depois, por um relatório divulgado pelo meio de comunicação israelita Calcalist, que delineava um documento propondo a mesma estratégia. Neste caso, porém, o documento trazia o símbolo oficial do Ministério da Inteligência de Israel, chefiado por Gila Gamliel. 

Ambos os planos, que defendem o mesmo complô para limpar etnicamente a população civil palestiniana de Gaza, procuram descaradamente tirar partido da situação actual para criar uma “solução” para o “problema de Gaza” de Israel. 

A ideia é fornecer ao Egipto um incentivo económico – mesmo que tenha de ser de 20 a 30 mil milhões de dólares, de acordo com o documento do think tank – para que se submetam à aceitação das pessoas deslocadas. 

Há também um elemento integrado, que é destacado no plano do Ministério da Inteligência de Israel, que fala sobre a criação de uma zona de segurança/tampão dentro do território egípcio, com “vários quilómetros de largura”; propor efectivamente uma ocupação de facto das terras do Egipto com o único objectivo de impedir o povo de Gaza de regressar às suas casas.

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