sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PARA QUE SERVE ESTE SENHOR?





As Sondagens Valem O Que Valem (E às vezes valem bastante)

O Presidente desta nossa República, senhor Cavaco Silva, teve agora uma queda significativa no agrado do Portugueses. O senhor chefe deste Estado recebeu por parte dos portugueses uma nota negativa (6,4%) e as suas declarações sobre o valor das suas pensões não chegar para pagar as despesas terá sido uma das razões que explicam este acontecimento. O homem abriu a boca sem ter ninguém por perto que o acalmasse e … estragou a pintura.

Sobre este assunto, diz-se o senhor Medeiros Ferreira “muito preocupado, porque o Presidente é essencial para regular o normal funcionamento das instituições”(não sei muito bem o que isto quererá dizer), acrescentando ainda que o Presidente da República tem “falta de sentido político e estratégico”(isto já sei o que quer dizer e é totalmente verdade).

Há quem considere a situação “perigosa” dado que “pela primeira vez na história democrática deste país, temos um governo completamente à solta” (também não sei o que isto quer dizer, nem sei como o PR o prenderia, mas isto são palavras de um comentador político).

A sondagem, mostra ainda que o PS e o PSD estão cada vez mais próximos um do outro e que, se as próximas eleições legislativas fossem hoje, o PSD voltaria a vencer com 37,5% das intenções de voto. Mais de sete pontos acima do segundo classificado, logo com alguma vantagem que eu diria até, confortável.

Mas no fundo, para que serve um Presidente da República?

Este não regula (o funcionamento das instituições), não prende (o governo, já que este, dizem que está à solta), não tem solidariedade para com o povo (recebe mais de dez mil euros e entende que é pouco, comparando o que recebe com o comum dos mortais do seu País), não nos defende (em tempos o seu povo foi insultado numa cerimónia oficial de um País europeu, e estando presente, não se manifestou) e às vezes parece que não sabe o que diz, ou como o dizer.

Renovo a pergunta, para que serve um Presidente da República? Serve para decorar o nosso País? A ser assim, há maneiras bem mais baratas de o fazer e que duram uma vida inteira, principalmente nesta altura de forte crise social, moral, económica e financeira.

Procedamos então!

Timor-Leste: PM realiza visita oficial à Austrália entre os dias 17 e 23



MSE - Lusa

Díli, 10 fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, realiza entre os dias 17 e 23 uma visita à Austrália durante a qual lançará o livro "Xanana Gusmão: Estratégias para o Futuro", refere uma nota à imprensa do governo timorense.

"Trata-se de uma coletânea de discursos proferidos entre 2007 e 2011 sobre questões como desenvolvimento, governação, encontros internacionais, lei e segurança", refere a nota à imprensa, acrescentando que o lançamento do livro será feito no dia 20.

No dia 17, o primeiro-ministro timorense vai manter um encontro com a sua homóloga australiana, Julia Gillard, seguindo depois para Sydney "onde irá participar na cerimónia de comemoração dos 70 anos do início da batalha do Mar de Timor".

"O Primeiro-Ministro desloca-se ainda a Melbourne onde se irá encontrar com o 'Premier' do Estado de Victoria em exercício, Peter Ryen", acrescenta a nota.

Timor-Leste: ONU entrega 15 viaturas e material eleitoral financiado pelo Japão



MSE - Lusa

Díli, 10 fev (Lusa) - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) entregou hoje ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) de Timor-Leste 15 viaturas e material eleitoral doado pelo Japão.

Em agosto, o Japão deu ao PNUD 1,6 milhões de dólares (1,2 milhões de euros) para apoiar as eleições presidenciais de 17 de março e as legislativas, que devem decorrer em junho, em Timor-Leste.

No final da cerimónia de entrega das viaturas e do material eleitoral, o embaixador do Japão em Timor-Leste, Mikiko Tanaka, salientou que o país está preparado para eleições livres, justas e transparentes e garantiu a continuidade do apoio japonês às autoridades timorenses.

Esta é uma contribuição muito importante da comunidade internacional para ajudar o STAE na organização de eleições com padrões internacionais, democráticas, imparciais e transparentes.

O representante especial adjunto do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, o dinamarquês Finn Reske-Nielsen, afirmou que a contribuição do Japão é bastante importante para ajudar o STAE a organizar "eleições com padrões internacionais, democráticas, imparciais e transparentes".

"Desta vez o apoio das Nações Unidas é mais limitado e isso deve-se ao facto de o STAE e a Comissão Nacional de Eleições terem melhorado muito a sua capacidade e estou muito confiante de que (as eleições) vão correr bem", afirmou.

O material eleitoral financiado pelo Japão inclui televisões, geradores e projetores.

Brasil vai distribuir 80 mil revistas com passatempos para consolidar portugês



MSE - Lusa

Díli, 10 fev (Lusa) - O embaixador do Brasil, Edson Monteiro, anunciou hoje que vai começar a distribuir em Timor-Leste cerca de 80 mil revistas de palavras cruzadas e jogos de palavras para ajudar os timorenses a consolidar o conhecimento da língua portuguesa.

As revistas foram doadas pela editora brasileira Ediouro com o objetivo de incentivar a "preservação da língua portuguesa em Timor-Leste", segundo uma nota à imprensa enviada à agência Lusa.

"Ofereceram-me como doação e eu aceitei e já recebi a primeira doação de cerca de 80 mil revistas e o transporte foi feito gratuitamente por uma empresa de navegação. Estou a começar a distribuir e acredito que vai ajudar crianças, jovens e até adultos timorenses, ao mesmo tempo que brincam, a consolidar o conhecimento da língua", afirmou à agência Lusa o embaixador brasileiro.

O embaixador explicou também que a resposta da editora brasileira vem colmatar uma "falta de material".

"Nós trazemos professores que ajudam a ensinar, treinam os professores, mas sinto sempre que há falta de material de leitura. Daquelas coisas que as pessoas manuseiam para desenvolver o vocabulário, reforçar o vocabulário, aprender até de uma forma divertida a língua, se possível", explicou.


Duque de Bragança recebe segunda-feira nacionalidade timorense



MSE - Lusa

Díli, 10 fev (Lusa) - O duque de Bragança vai receber na segunda-feira, durante uma cerimónia no parlamento de Timor-Leste, a nacionalidade timorense e uma condecoração do Presidente José Ramos-Horta.

Duarte de Bragança chegou na quinta-feira a Díli para uma visita de uma semana, durante a qual vai também aproveitar para ver alguns dos projetos de cooperação apoiados pela Fundação D. Manuel II.

Sobre a sua visita, o duque de Bragança disse que é para "agradecer a distinção tão honrosa feita pelo parlamento de concessão da nacionalidade e a condecoração" que José Ramos-Horta também lhe vai entregar.

"Depois tenho sempre alguns projetos de cooperação, alguns que já estão a funcionar e outros que eu gostaria de por a funcionar, no campo da agricultura, desenvolvimento rural e da cultura", disse no final de um encontro com o Presidente timorense.

O Duque de Bragança disse também que se nota um "progresso muito grande em Timor-Leste", país que já não visitava há alguns anos.

"Claro que os problemas ainda são muitos, sobretudo no interior, mas (...) Timor tem uma capacidade humana excecional e estou convencido que está a ser bem aproveitada", disse.

A atribuição da nacionalidade timorense a Duarte de Bragança foi anunciada em julho do ano passado na sequência de uma resolução do parlamento nacional timorense por "altos e relevantes serviços prestados a Timor-Leste e ao seu povo".


Guiné-Bissau: Último ato de Carlos Gomes Júnior como PM é ir a Portugal agradecer apoio



FP - Lusa

Bissau, 10 fev (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, viaja hoje para Portugal para, ainda como chefe do executivo, "agradecer todo o apoio que tem sido dispensado" pelas autoridades portuguesas.

Candidato a Presidente da República nas eleições de 18 de março, Carlos Gomes Júnior disse hoje em conferência de imprensa que não poderia deixar de ir, ainda como primeiro-ministro, agradecer todo o apoio de Portugal, acrescentando que regressa ao país na próxima semana mas já não como primeiro-ministro.

"Portugal é um parceiro estratégico da Guiné-Bissau e dado todo o apoio que tive à minha governação não poderia, antes de deixar o governo, deixar de agradecer todo esse apoio que tem sido dispensado ao nosso executivo, para conseguir atingir o patamar em que hoje o país está. Foi graças à CPLP e ao governo português em especial", disse.

No domingo, Carlos Gomes Júnior tem previsto um encontro com a comunidade guineense residente em Lisboa e na quarta-feira tem agendada uma reunião com o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho.

O encontro com a comunidade "é importante para nós, sobretudo porque sabemos que a comunidade guineense na diáspora não vai poder exercer o seu direito de voto, o que lamentamos porque durante todo o nosso mandato sempre garantimos que íamos criar as condições para isso", disse Gomes Júnior.

Carlos Gomes Júnior lembrou que se trata de eleições antecipadas, pelo que não foi possível fazer um recenseamento, o que faz com que "mais de 50 mil jovens" fiquem de fora.

"Toda a gente sabe que a força essencial do candidato Carlos Gomes Júnior é a juventude, que está ansiosa pela mudança e por que o país continue a progredir", disse.

Carlos Gomes Júnior começou já a transferir as pastas, como primeiro-ministro, para a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Maria Adiatú Djaló Nandinga, que o substituirá no cargo.

"Estou ciente de que o PAIGC (partido no poder) e o povo me vão dar a vitória e estou a começar a preparar a minha saída. Penso que dentro de dois, três meses, serei o Presidente da República e tenho de começar a preparar os contactos necessários para relançar toda a nossa cooperação com os nossos parceiros de desenvolvimento", disse também o primeiro-ministro.

SERVIR O ESTADO SEM RECIPROCIDADE



Rosa Maria da Oliveira

Eduardo Giannetti, economista e cientista social: “No caso brasileiro, a sociedade foi uma invenção do Estado português; tivemos Estado antes de ter sociedade e até hoje a relação ainda parece ser essa: a sociedade serve ao Estado e não o Estado serve à sociedade.”

Li esta frase, e achei que fazia sentido. Não existirá uma forma de inverter isto??!! Seguramente que sim.

O Estado deveria servir a sociedade com toda a transparência e dedicação ao seu Povo. Assim deveria ser. Assim pode ser, basta querer!

Também sinto isto, servimos o Estado, sem a reciprocidade necessária, e cada vez mais nos sentimos inseguros e escravos de um sistema que nos suga até aos ossos.

Um sistema que nos priva dos direitos conquistados durante décadas, que nos obriga a servir sem dignidade, como se meros escravos fossemos; que nos obriga a dar cada vez mais, a receber cada vez menos, reduzindo os nossos rendimentos (reformas, salários, etc.), e aumentando, sem pudor as taxas na saúde e na educação, sem nos darem as contrapartidas a que teríamos direito.

A busca da autorrealização pessoal e do bem-estar comum é uma “missão impossível”, quando nos sentimos cada vez mais sufocados com contas que crescem e com impostos assustadores a pagar, impostos sobre tudo o que se compre e tudo o que se faz.

Ao mesmo tempo vemos o salário reduzido a olhos vistos, e a perspectiva de não recebermos (alguns) o subsídio de férias e de Natal, os quais eram um pequeno alívio, mas sobretudo, um benefício por direito. Será que este grande sacrifício, que muitos não conseguirão aguentar, irá resolver alguma coisa??!!

A rotina profissional já não trás o prazer de outrora, pois reina a insegurança e o stress psicológico. Perante tal frustração, vemo-nos num abismo humano sem precedentes... só nos restando ganhar asas e voar… mas até para voar, há que curar as asas feridas, ou mesmo criar novas asas.

Eu, pessoalmente, sinto-me frustrada, acorrentada, sabendo que podia voar… mas que tenho de curar as asas, ou mesmo criar novas asas… para ter a força do impulso que me eleve acima desta crueldade toda…

MINISTÉRIO ALEMÃO DESMENTE PACOTE DE AJUDA ADICIONAL A PORTUGAL




O ministério alemão das Finanças afirmou que não está previsto qualquer pacote de ajudas adicionais a Portugal, sublinhando que o país está a cumprir o acordado com a troika.

«Portugal está a cumprir até agora as medidas de austeridade acordadas, como revelam todos os relatórios da troika», afirmou esta sexta-feira um porta-voz do ministério alemão das Finanças, citado pelo diário de economia Handelsblatt.

«Em devido tempo veremos se são necessários reajustamentos», acrescentou.

O ministério alemão criticou ainda o comportamento da equipa de televisão da TVI que gravou a conversa privada de Wolfgang Schäuble com Vítor Gaspar, antes de do início da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, numa sessão normalmente destinada apenas à recolha de imagens e de fotos.

«Gravar secretamente conversas privadas durante a recolha de imagens destes encontros viola os parâmetros jornalísticos e não comentamos o conteúdo dessas conversas», acrescentou o porta-voz alemão.

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse na quinta-feira ao homólogo português, Vítor Gaspar, que face ao sucesso negocial relativo ao segundo pacote de ajuda internacional à Grécia, a Alemanha está disponível para rever as condições do acordo assinado com Portugal.

«Após a decisão substancial sobre a Grécia, se depois houver a necessidade de reajustamento do programa português, nós estamos prontos para o fazer», disse Wolfgang Schäuble ao ministro das Finanças português, numa conversa informal antes de ter início a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, filmada pela estação televisiva portuguesa TVI.

Vítor Gaspar agradeceu a disponibilidade da Alemanha para flexibilizar as condições do empréstimo da troika a Portugal. «Isso será muito apreciado», respondeu o ministro português.

O governante alemão ainda explicou a Gaspar que a revisão do pacote financeiro a Portugal só será possível após a situação grega ser resolvida com sucesso, porque «o problema é que os membros do parlamento alemão e da opinião pública não acreditam» na capacidade dos esforços do governo alemão relativamente à Grécia serem bem-sucedidos.

«Fizemos progressos substanciais», retorquiu Vítor Gaspar, obtendo a concordância do seu homólogo alemão.

O ministro das Finanças garantiu depois à comunicação social que um eventual reajustamento do programa de ajuda externa a Portugal não está neste momento a ser considerado e reafirmou que o Governo não pedirá nem mais tempo nem mais dinheiro.

Nota Página Global

O texto e vídeo relacionados com a indiscrição da TVI ao gravar a conversa da treta entre Gaspar e Wolfgang Schäuble, atrás referidos pelo entrevistado, está publicado em Página Global em Imagem Escolhida: VAI TRABALHAR MALANDRO! CAMBADA DE SACANAS!  e tem comentário da Redação, com AV.

Após as palavras acima, do ministério das finanças alemão, continuamos a considerar que a Alemanha está a acenar a Portugal com a cenoura na ponta do pau e que nada vai mudar para melhor para os portugueses pagantes desta crise, a maioria, a de menores recursos financeiros que paga e, pelos vistos, não bufa com a energia que devia para que exista a tal equidade hipocritamente referida por Cavaco Silva e outros que tais da chusma que delapida o país há décadas e que com o maior dos descaramentos afirma e pensa que os políticos em Portugal são mal pagos – caso de declarações de Passos Coelho, ontem, e também aqui publicadas: Em entrevista ao jornal Sol: Passos Coelho considera que os políticos não são bem pagos.

Afinal o Piegas é ele, Passos, para além de estar a mostrar aos que duvidam que a sua máscara de competência, de democrata e de político honesto está a cair estrondosamente. Que é mais um dos imensos que colhem abusivamente o nosso esforço para proveito próprio e das cliques que os rodeiam e nos sugam.

Ver vídeo relacionado

MÃOS À OBRA. OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE!



Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

“Não acredito que quando começarem a morrer pessoas à fome, quando começar tudo numa barafunda, se continue a achar que vale a pena puxar a manta”.

É assim que o bispo das Forças Armadas se manifesta em relação às medidas tomadas pelo governo esclavagista de Portugal, explicando que “as medidas da troika são duras mas não me deixam surpreso, mas depois descubro que os nossos governantes vão além dos sacrifícios impostos pela troika e fico atónito”.

D. Januário Torgal Ferreira nota, como acontece com os quase um milhão de desempregados, 20 por cento de pobres e outros tantos que já nem pratos têm, “uma grande insensibilidade social, apesar de haver muita gente no governo com boas intenções”.

Se calhar até há gente em Portugal com boas intenções. Não creio, ao contrário do bispo, que estejam no Governo ou perto dele.

D. Januário Torgal Ferreira entende, ao contrário dos donos do reino, que “não são os trabalhadores por conta de outrem os assassinos do país”, acrescentando que esta ideia é “uma calúnia e um aproveitamento, porque na crise revelam-se oportunidades para explorar os explorados”.

Por outro lado, Pedro Passos Coelho – importa não o esquecer, importa recordá-lo – pergunta: “A quem serve este regime, que supostamente é extremamente avançado de direitos sociais? Que regime avançado é este que só gera desemprego, precariedade, recibos verdes ou contratos a termo? Temos medo das pressões, ou da contestação ou das greves que possam surgir?” e responde “eu não tenho!"

Isto foi dito, repare-se, na sessão evocativa em memória de Francisco Sá Carneiro, no Porto, o que só por si revela a lata e a falta de vergonha do primeiro-ministro e líder do PSD.

Os devaneios de um anão que se julga gigante, relembram-me mais algumas das afirmações de D. Januário Torgal Ferreira, para quem se Francisco Sá Carneiro fosse vivo caía para o lado. No entanto, como já morreu, deve estar – segundo o bispo das Forças Armadas - a dar voltas no túmulo já que, acrescenta, a austeridade (entre outros dislates deste governo) é uma espécie de "terrorismo".

Recordemos um pouco mais o que diz este bispo que teima em pôr os portugueses a pensar pela própria cabeça, e a rejeitar qualquer intervenção cirúrgica que vise a substituição da coluna vertebral.

"A mim, também me dava jeito um desvio colossal. Depois em Março alguém pagava", disse, desconfiado das razões que levaram à decisão pelas novas medidas de austeridade. "Nada é explicado. Fico com uma grave suspeita sobre a verdade de tudo isto", acrescentou D. Januário Torgal Ferreira, em declarações à RTP.

"A Igreja tem de respeitar a justiça e lutar pelos direitos humanos. Não pode acatar qualquer acto terrorista", disse o bispo das Forças Armadas, quando confrontado com uma pergunta sobre a posição da Igreja face às novas medidas de austeridade. "Há vários tipos de terrorismo, o intelectual, o do medo", disse o bispo.

"Agora é assim? Em Fevereiro os reformados não vão receber. E em Março são os funcionários que ficam sem receber?", questionou. Mas o primeiro-ministro disse que lamentava ter de aplicar estas medidas, argumentou a jornalista da RTP. A resposta foi lapidar: "Já vi muita gente a lamentar e depois ir assaltar um banco. Ou a abandonar a mulher e os filhos e a dizer: lamento".

“É preciso ter muito cuidado. Porque é nestas horas que se fazem grandes fortunas. E, sobretudo, é nestas horas em que os mais pobres ficam mais pobres e alguns ricos ficam muitíssimo mais ricos”, disse o mesmo prelado no Funchal, à margem da comemoração dos 58 anos da Força Aérea Portuguesa.

“Nós temos de lutar e dizer em voz alta, com respeito, respeitando a liberdade, respeitando as pessoas, mas respeitando antes de mais a verdade”, apontou D. Januário Torgal Ferreira.

É claro que ao bispo das Forças Armadas é mais fácil dizer estas verdades. Desde logo porque, ao que julgo, o actual (como o anterior) ministro da Defesa não o despediu ou – como fez o governo anterior e o fará o actual - deu cobertura a despedimentos colectivos nas Forças Armadas.

Passos Coelho esclareceu que, com a actual legislação, existem "cada vez menos trabalhadores, porque aqueles que podem oferecer emprego têm medo de o fazer, a não ser em regime de recibo verde". Sim. Deixam, contudo, de ter medo quando o trabalhador é militante do PSD.

Pois é. Tal como os sacos vazios não se aguentam de pé, também os portugueses, e pela mesma razão, estão de cócoras e de mão estendida.

A verdade é que sempre que o Governo de Passos Coelho abre a boca saem novos impostos, novos cortes, novas taxas, novas regras para que todos os escravos aprendam a viver sem comer.

A procissão ainda vai no adro, mas é já possível dizer que o primeiro-ministro transformou José Sócrates num ingénuo pilha-galinhas.

Como se já não bastasse entrar descarada e criminosamente nos bolsos, na saúde, na vida dos portugueses, o Governo resolve todos os dias pô-los de pernas para o ar, numa voraz sofreguidão para ver se não há nenhum cêntimo escondido nas dobras das calças rotas.

Se eles, Passos Coelho e companhia, entendem que devem roubar aos milhões que têm pouco, ou nada, para dar aos poucos que têm milhões, os portugueses têm de sair à rua e usar o seu legítimo direito à indignação, mesmo que para isso seja necessário pagar na mesma moeda do Governo: olho por olho, dente por dente.

Vão acabar cegos e desdentados? Talvez. Mas para quem só vê os outros a comer tudo e a não deixar nada, pouco diferença fará ter olhos e dentes…

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: TENHAM ORGULHO EM COELHO & CAVACO, Lda

Portugal: OS CABEÇUDOS QUE PAGUEM A CRISE




João Quadros – Jornal de Negócios, opinião

Vou ser sincero, finalmente uma medida que Passos toma e que me agrada - não há tolerância no Carnaval - é a primeira contra os cabeçudos. É uma opinião muito pessoal, sou entrudo-intolerante: os mascarados azedam-me e a música dá-me vómitos. Perguntam: faz sentido acabar com o feriado do Carnaval? Não sei. Mas tenho pena do João Proença. É preciso ter azar, acabam com o feriado do Carnaval agora que a UGT ainda tinha tantas serpentinas que sobraram da festa da concertação social.

Pondo de parte as minhas convicções, acho muito desagradável acabarem com o feriado assim de repente e, na minha opinião, pode ser perigoso para a saúde das pessoas que desfilam no nosso Carnaval, porque ficam com menos tempo para recuperar da hipotermia. O que me incomoda neste assunto são os argumentos do nosso primeiro-ministro. São argumentos mascarados de sentido. As respostas têm o tom de folia só de um; é o que o Carnaval seria se fosse uma festa organizada por cínicos.

Diz Passos Coelho: "há quem prefira continuar a lamentar-se com as medidas, com os feriados, com o Carnaval em vez de lançar mãos à obra". Ora, aí é que está. Na realidade, havia muita gente que tinha lançado mãos à obra a centenas de carros alegóricos. Porque, por mais confusão que faça ao primeiro-ministro, existe um indústria da folia (não foi por isso que ele acabou o curso aos 37?) e podemos argumentar que o Governo está a dar cabo dela. O pior é que, em simultâneo, Passos Coelho pede aos portugueses para serem "menos piegas". Ou seja, se como alguém (que gostava da iniciativa privada) disse "com a crise as pessoas choram, então é uma boa oportunidade para vender lenços de papel", com este discurso, até este tipo de investimento Passos está a afastar do País. Se os portugueses forem sensíveis ao apelo para serem menos piegas, nem as empresas cujo negócio era a crise vão apostar no nosso mercado para sairmos da crise. Mais grave, se cumprirmos o que o primeiro-ministro pediu, podemos pôr em causa tudo o que de mais importante conquistámos no último ano. Porque, se deixarmos de ser piegas, pomos em risco o fado património imaterial da humanidade.

É isto que me causa irritação: não podemos ser foliões, não podemos ser piegas, vamos ser o quê? Alemães? É isso? O Governo vai compensar o fim do feriado de Carnaval com tolerância de ponto para quem quiser festejar a Oktoberfest? Falta pouco para exigirem que sejamos todos arianos: "portugueses, vocês são demasiado baixos e feios e não podemos continuar assim, porque é isso que eles mostram lá fora com imagens do Rossio."

Neste Carnaval aconteceu, ao nosso primeiro, o que normalmente acontece quando a máscara é fraquita (comprada aos chineses): rebentou o elástico da caraça a Passos Coelho ainda não ia a festa a meio.

Não vou ter saudades do Carnaval, não sou saudosista, sou nostálgico, e a folia não calça com a nostalgia. Saudades tenho, do Passos Coelho piegas que pedia desculpas aos portugueses pelo PEC2.

Três pares de piegas

1. Estela Barbot e Campos e Cunha no novo Conselho Directivo do Centro Cultural de Belém: Estela Barbot já decidiu qual vai ser a tonalidade do CCB? Cinzento FMI? Ouvi dizer que quadros de nus, no CCB, só com a luz apagada.

2. Sarkozy: "Deixar que um país com 9 milhões de pessoas entre em bancarrota não é uma opção"- Grécia has left the building.

3. Cavaco quer que "os jovens sintam que a CPLP seja uma mais-valia nas suas vidas". - A CPLP tem de sair da sua zona de conforto - larguem os mosquiteiros. Se calha a CPLP começar a fazer reuniões do G7, ficamos de fora.

4. Manifestações e gás lacrimogéneo em Atenas - Merkel (e a economia alemã) continua a ganhar com a crise grega: esta semana o que se vendeu mais em Atenas foram bandeiras alemãs (e fósforos).

5. Só há uma forma de resolver a crise europeia: A UE vai pegar na dívida grega e deitá-la ao mar no mesmo local onde os USA deitaram o Bin Laden.

6. Só há uma forma de resolver a nossa crise: Portugal precisa do melhor farmacêutico da Volta à França em bicicleta.

Nova ministra da SPM diz que vai investir na esfera do trabalho e no combate à pobreza




Paula Laboissière*, repórter da Agência Brasil, com foto

Brasília – A nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci, disse hoje (10) que as prioridades da pasta para esse ano serão investir na esfera do trabalho, sobretudo no campo das trabalhadoras domésticas, e no combate à pobreza.

“Para isso, é preciso assegurar a garantia de direitos e acesso à informação, à capacitação e ao mercado de trabalho. Também não se pode aceitar que, ainda hoje, as mulheres sejam objetos de qualquer forma de violência”, ressaltou.

Durante discurso, Eleonora avaliou que o cumprimento da Lei Maria da Penha nos últimos anos representa avanço significativo para o país. Segundo ela, é inegável a mudança provocada pela legislação no imaginário e na vida cotidiana das mulheres. “Hoje, a noção de que é crime bater em mulher está amplamente assimilada pela sociedade”, disse.

A nova ministra também comentou a decisão de ontem (9) do Supremo Tribunal Federal (STF) que passa a permitir que o Ministério Público denuncie agressores mesmo quando as mulheres vítimas de violência tenham desistido de prestar queixa. “A vitória no STF representa um marco histórico na vida das mulheres brasileiras.”

Ela cobrou ainda a criação de mais juizados especializados em violência doméstica e familiar. Para ela, a rede de atendimento a mulheres precisa deixar de tratar apenas os danos físicos e assumir um caráter preventivo, por meio de parcerias com outros ministérios.

Eleonora também prestou homenagens a homens e mulheres mortos durante a ditadura militar. A nova ministra foi companheira de prisão da presidenta Dilma Rousseff nesse período.

“Nossas trajetórias de mulheres se entrelaçaram. Nos engajamos na luta contra a ditadura, fomos presas, torturadas, vivemos na mesma cela, tivemos um engajamento que nos ensinou a lidar com as adversidades”, destacou.

Durante a solenidade, a presidenta Dilma Rousseff deu as boas-vindas à socióloga e destacou que ela chegava ao governo em um momento muito especial, lembrando a decisão do Supremo em relação à Lei Maria da Penha. A presidenta disse que “o governo mais feminino da história deste país” deu um passo muito importante rumo à construção de uma sociedade com democracia e justiça social, com igualdade para todos. Seu governo, segundo ela, luta contra o preconceito, a discriminação e a violência contra a mulher, e “temos certeza que ganhamos uma lutadora incansável pelos direitos das mulheres”.

Doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), Eleonora Menicucci fez pós-doutorado na Universidade de Milão, na Itália, e era pró-reitora de extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cargo do qual se licenciou para assumir a função no governo de Dilma.

Ao ser indicada para o cargo, Eleonora Menicucci disse que considera o aborto uma questão de saúde pública -- como o crack e outras drogas, a dengue, o HIV e demais doenças infectocontagiosas – e não uma questão ideológica.

*Colaborou Stênio Ribeiro // A matéria foi ampliada às 14h09 // Edição: Lílian Beraldo

Brasil: Justiça Militar pede prisão de 11 líderes grevistas no Rio de Janeiro



Flávia Villela, repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Justiça Militar expediu hoje (10) mandados de prisão contra 11 líderes da greve no Rio, iniciada nesta manhã. O porta-voz da Polícia Militar (PM), coronel Frederico Caldas, informou que os serviços estão mantidos e os comandantes estão presentes em todas as unidades.

“Montamos um gabinete de gestão e todas as viaturas estão sendo monitoradas. Estamos com um reforço do Bope [Batalhão de Choque] para dar uma sensação de segurança maior”, informou o coronel, que garantiu que a greve não teve adesão em nenhuma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

O porta-voz da PM também descartou a necessidade de reforço por parte das Forças Armadas no Rio de Janeiro.

Os grevistas querem a liberdade do cabo Benevenuto Daciolo, preso anteontem (8) acusado de crime militar, e piso salarial de R$ 3.500, além de benefícios como vale-transporte e tíquete-refeição.

Ontem, a Assembleia Legislativa do Rio aprovou aumento de 39% nos salários das polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários até fevereiro de 2013, mas o texto final pode sofrer alterações.

Edição: Graça Adjuto

Brasil: Comando da PM do Rio nega paralisação de serviços ao cidadão



Thais Leitão, repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Apesar da greve decidida na noite de ontem (9) pelas polícias do Rio de Janeiro pelo Corpo de Bombeiros, a madrugada foi tranquila na cidade e, pelo menos por enquanto, de acordo com a Polícia Militar, não há previsão de emprego do uso das Forças Armadas no patrulhamento da cidade. A corporação informou que não houve interrupção nos serviços.

Em nota, o Comando da Polícia Militar informa que, na madrugada, todas as unidades funcionaram plenamente e que “não há paralisação de nenhum tipo de serviço para o cidadão”.

Segundo os grevistas, 30% do efetivo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil atenderão casos de emergência. Já os policiais militares informaram que ficarão aquartelados em seus respectivos batalhões, mas que não atenderão ocorrências.

As categorias reivindicam um piso salarial de R$ 3,5 mil, além de R$ 350 de vale-transporte, R$ 350 de tíquete-alimentação, e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Pela proposta do governo do estado, o reajuste das categorias será dividido em duas parcelas, sendo 13% neste mês e 26% em fevereiro de 2014. Também em fevereiro de 2014, está prevista nova reposição salarial, composta pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre o período de fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, acrescida de 100% desse valor.

Além disso, os profissionais dessas categorias passarão a receber gratificação de auxílio-transporte no valor de R$ 100 por mês.

O efetivo das três corporações no Rio chega a 70 mil homens.

Edição: Talita Cavalcante

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Cabo Verde - Género: UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA




João Silvestre Alvarenga – Liberal (cv), opinião, em Colunistas

Em Cabo Verde, a desigualdade de género constitui-se numa das características estruturantes das relações interpessoais e sociais, historicamente. Foi assim, durante todo o período colonial e, não obstante, a independência nacional e a democratização do país, persiste, ainda, um quadro de desigualdades baseada no género, estando as mulheres em situação de desvantagem relativamente aos homens.

Resultados de um estudo realizado em Janeiro do corrente ano aferindo algumas condições de vida dos moradores da cidade da Praia com 18 ou mais anos de idade mostram que: (I) no capítulo da educação, a) as mulheres estão em maioria no grupo dos 9% de analfabetos; b) continuam maioritários entre os que estudam ou têm o ensino primário ou secundário completo; c) porém, estão em minoria entre os que estudam ou já concluíram o ensino superior; (II) quanto ao emprego, a) as mulheres são maioritárias na lista das pessoas que declararam estarem desempregadas e, b) estão em minoria entre as pessoas empregadas; (III) no item renda, a) são maioritárias no grupo que aufere até 15.000,00 (ou não tem renda), ou seja, entre os mais pobres; b) nas demais faixas de renda acima dos 15.000,00, elas são minoritárias e com uma diferença expressiva média de 20% em favor dos homens. As mulheres estão em maior proporção no grupo das pessoas que recebem menos e no grupo das pessoas “remediadas” e “na jeito”, elas estão em proporção menor do que a proporção dos homens.

Existem desigualdades no interior do grupo das mulheres relativamente aos três itens mencionados bem como existem mulheres bem “situadas” em termos educacionais, de emprego e de renda que superam vários homens. Entretanto, essa não é a regra, é apenas excepção. A grande massa das mulheres vive numa situação de desvantagem relativamente aos homens nesses indicadores apontados de condições de vida.

Quando se dispõe os dados colhidos e organizados numa perspectiva longitudinal, observando o comportamento de três gerações diferentes em matéria de educação, constata-se que ocorre uma mudança clara e notável em termos dos padrões de desigualdade de género entre as gerações: 1º) na geração com 61 anos ou mais ocorre a desigualdade de género em toda a linha, em todos os níveis educacionais, favoráveis aos homens. No grupo dos analfabetos, as mulheres estão em maioria e, nos demais grupos alfabetizados do primário ao ensino superior, os homens dominam; 2º) na geração com 31 a 36 anos, observa-se uma quase “paridade” em todos os níveis educacionais para os dois géneros, com excepção no primeiro nível, analfabetos, em que ocorre uma inversão, agora, favorável às mulheres. Nessa faixa etária (31 a 36 anos), no grupo dos analfabetos, os homens estão proporcionalmente em maioria relativamente às mulheres. Trata-se de uma mudança assinalável, visto que 30 anos antes a situação estava invertida; finalmente, 3º) na geração com 18 a 24 anos, ocorre uma verdadeira revolução educacional, na medida em que nesse grupo as mulheres passam a liderar, pela primeira vez, os dois principais níveis de ensino, o secundário e o nível superior, em maior proporção do que os homens.

Quanto à renda, a tendência também é pela diminuição das desigualdades de renda baseadas no género entre as gerações, porém, as desigualdades intra-grupos aumentaram tanto no interior do grupo das mulheres quanto dentro do grupo dos homens.

Conclui-se, portanto, que a melhoria dos indicadores sociais relativos à equidade de género verificados ao longo do tempo é uma conquista relevante que precisa ser reconhecida e preservada. Porém, os desajustes, ou melhor, a acentuação de desequilíbrios em alguns domínios observados carecem de serem melhor conhecidos para que se possa evitar “deitar fora a água do banho com a criança juntas”.

JOÃO SILVESTRE ALVARENGA - joaostav@hotmail.com

Cabo Verde: Companhia aérea privada Halcyonair retoma voos na próxima segunda-feira



JSD - Lusa, com foto

Cidade da Praia, 10 fev (Lusa) - A companhia aérea privada cabo-verdiana Halcyonair, que suspendeu todas as suas operações em outubro de 2011, vai retomar os voos inter-ilhas em Cabo Verde, noticia hoje a imprensa local.

As operações foram suspensas quando a empresa dona do único aparelho que a companhia cabo-verdiana tinha operacional na altura decidiu não renovar o contrato e pediu o seu avião de volta, por falta de pagamento.

A partir de segunda-feira, segundo fonte da empresa, a Halcyonair volta a voar com o mesmo aparelho, um ATR 72, com dois voos que ligarão a Cidade da Praia e São Filipe (ilha do Fogo) e ao Mindelo (São Vicente). A Halcyonair voa também para as ilhas do Sal, Boavista e Maio.

Em janeiro de 2009, a Halcyonair, então com dois aparelhos, indicou que iria adquirir outros dois para internacionalizar os voos, tendo então previsto alargá-los, primeiro, à África Ocidental e, depois, a outros continentes.

Criada em abril de 2005, a empresa pretendia, à medida que se fosse consolidando, estender os voos às ilhas Canárias (Espanha) e a destinos europeus e americanos.

No entanto, face a dificuldades financeiras, tal nunca se concretizou, o que permitiu aos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), companhia aérea de bandeira, gerir desde outubro o monopólio dos voos inter-ilhas.

São Tomé e Príncipe: Pedido de auditoria ao sistema judicial divide juristas são-tomenses




África 21, com Panapress

Segundo o jurista Leonel Pinheiro, porta-voz dos magistrados, a Constituição da República "não dá competências ao Governo para solicitar uma inspeção aos fazedores da justiça"

São Tomé - Vinte e quatro horas depois de o Governo são-tomense solicitar uma auditoria estrangeira ao sistema judicial nacional, os magistrados são-tomenses declararam-se opostos à decisão entretanto plenamente apoiada pela Ordem dos Advogados.

Os magistrados são-tomenses consideram que a Constituição do arquipélago não consagra tais competências para o poder executivo, que defende uma inspeção aos juízes, aos tribunais e aos funcionários do sistema judicial.

Segundo o jurista Leonel Pinheiro, porta-voz dos magistrados, a Constituição da República "não dá competências ao Governo para solicitar uma inspeção aos fazedores da justiça" e que tal prerrogativa está reservada ao Conselho Superior da Magistratura.

“O Conselho Superior da Magistratura judicial é o órgão superior de gestão da magistratura que deve realizar inspeções extraordinárias, sindicâncias e inquéritos aos tribunais”, assegurou.

Lembrou que houve, no ano passado, tentativas do Executivo de colocar nos tribunais juízes da Ação Democrática Independente (ADI, partido no poder), através daquilo que considerou uma "falsa auditoria financeira" do Tribunal de Contas durante a qual "não foi detetada nenhuma anomalia".

Entretanto, a Ordem dos Advogados de São Tomé e Príncipe (OASTP) saiu em defesa do Governo, aplaudindo a iniciativa que considera necessária.

De acordo com o seu bastonário, Gabriel Costa, a vinda de auditores estrangeiros "é uma necessidade para garantir a qualidade que é a imparcialidade pretendida pelo Executivo".

“Os juízes devem ser submetidos a uma inspeção anual para se saber se o direito é dito corretamente ou não", afirmou Gabriel Costa.

No seu entender, isto permitirá que não se cometam erros e que não haja impunidade e poder absoluto na decisão da vida dos cidadãos e, ao mesmo tempo, "que se estirpe pessoas que não tenham capacidade para se manter no sistema”.

Por isso, indicou, a OASTP não poderia deixar de saudar esta iniciativa do Governo que "só peca por ser tardia".

"Há muito tempo que já se fazia sentir, e nós temos estado a dizer que há situações que são extremamente prejudicais ao próprio funcionamento do sistema judicial são-tomense", declarou o jurista Gabriel Costa.

O Governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada anunciou quarta-feira a sua intenção de realizar uma auditoria às secretarias dos tribunais e do Ministério Público bem como aos magistrados e aos funcionários dos órgãos judiciais, em março próximo.

Segundo uma nota de imprensa do gabinete do primeiro-ministro, o Executivo quer que a inspeção seja conduzida por um grupo de inspetores provenientes dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente Portugal e Angola, países com os quais o arquipélago tem acordos no domínio da justiça.

O Executivo sustenta a sua decisão em ações e decisões dos tribunais e do Ministério Público no passado que "deixaram na dúvida e na incerteza toda a comunidade nacional".

Diz ainda que não pretende com esta ação interferir na independência dos magistrados, mas observa que, quando as decisões provocam a revolta e a indignação de quase todo um povo, incluindo no seio das próprias magistraturas e dos operadores judiciários, "é um sinal inequívoco de que muita coisa está a ser feita de modo questionável”.

Por isso, o Governo explica que, na ausência de um consenso capaz de impulsionar uma reforma, vê-se na obrigação de encontrar outras vias e formas de garantir e salvaguardar os direitos e as liberdades e "uma justiça mais eficiente para todos os são-tomenses".

Maka Angola Promove Petição Contra Publicidade do Regime de Eduardo dos Santos na CNN




Rafael Marques de Morais - fevereiro 5, 2012

O Maka Angola acaba de lancar um campanha online de angariação de assinaturas numa carta dirigida aos executivos da CNN International instando a cadeia de televisão internacional a não aceitar publicidade do regime corrupto de José Eduardo dos Santos.

A Semba Comunicação, uma empresa privada angolana criada a 11 de Outubro de 2006, tem recebido milhões de dólares do orçamento da Presidência da República para a difusão de uma imagem positiva de Angola no mundo. No entanto, os filhos do Presidente José Eduardo dos Santos, Welwitshea José dos Santos “Tchizé” e José Paulino dos Santos “Coréon Du”, são os proprietários da Semba Comunicação. Eles promovem o regime do seu pai através de campanhas de publicidade na CNN International. José Eduardo dos Santos está no poder há 32 anos, sem nunca ter sido eleito pelo povo.

O orçamento da Presidência, para 2012, destina quase US$17 milhões de dólares para a campanha publicitária que a Semba Comunicação irá conduzir na CNN International. Leia toda a história completa anteriormente publicada no Maka Angola.

Enquanto dois terços dos angolanos sobrevivem com menos de US$2 por dia, o Presidente da República e os seus protegidos, incluindo a sua família, aproveitam-se das imensas riquezas naturais do país para seu enriquecimento ilícito.

A transferência do dinheiro dos contribuintes angolanos, destinado ao orçamento da Presidência, para a empresa privada dos filhos do Presidente José Eduardo dos Santos é apenas o último de muitos e continuados actos de corrupção, suborno e peculato cometidos pelo chefe de Estado e protegidos seus.

Por estes motivos, o Maka Angola pede a todos que assinem a carta dirigida aos executivos da CNN International instando a cadeia de televisão internacional a não aceitar publicidade do regime corrupto de José Eduardo dos Santos.

Eis a carta que os executivos da CNN irão receber:

Caro Sr. Walton, Sr. Kent, Sr. Cocozza, Sra. Leininger, Sra. Cone e Sr. Raad:

[Jim Walton, Presidente da CNN Worldwide]
[Phil Kent, Presidente do Conselho de Administração e Director da Turner Broadcasting System]
[Keith Cocozza, Vice-Presidente, Departamento de Comunicações, Time Warner Inc.]
[Bridget Leininger, Relações Públicas, CNN International]
[Lauren Cone, Relações Públicas, CNN International]
[Rani R. Raad, Vice-Presidente, CNN International]

Venho por este meio pedir-lhe que a CNN não aceite publicidade produzida pela Semba Comunicação promovendo o regime do Presidente José Eduardo dos Santos. A CNN, como órgão de informação credível e respeitável, tem a obrigação legal e o dever moral de recusar publicidade cujos fundos são obtidos de forma ilícita.

Os filhos do Presidente José Eduardo dos Santos são os proprietários e gestores da Semba Comunicação, uma empresa angolana privada, que tem recebido milhões de dólares do orçamento da Presidência. A Semba Comunicação foi contratada para promover a imagem do regime angolano no exterior, incluindo a produção da campanha “Angola, Cresça Connosco”, anteriormente transmitida através da CNN International.

O orçamento da Presidência para 2012 destina quase US$17 milhões de dólares para a campanha publicitária que a Semba Comunicação irá conduzir através da CNN International.

A transferência do dinheiro dos contribuintes angolanos do orçamento da Presidência para a empresa privada dos filhos do Presidente é apenas o último de muitos e continuados actos de corrupção, suborno e peculato cometidos pelo Presidente e pela sua elite.

Por todos estes motivos, eu insto a CNN a não aceitar publicidade do corrupto regime do Presidente José Eduardo dos Santos.

Com os melhores cumprimentos,

[o seu nome]

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Para assinar a petição basta seguir este link e preencher o formulário à esquerda no ecrã com as seguintes informações:
First Name/ Primeiro nome:
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Email/Endereço electrónico:
Address/Morada:
City/Cidade:
Country/País:
Post code/Código Postal:

Em seguida basta clickar no sinal vermelho Sign (Assinar). A sua mensagem será enviada aos executivos da CNN.

Obrigado pela sua colaboração!


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