segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Portugal | Chega pra lá


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | Geringonça na Madeira lê-se PAN... gonça

Martim Silva, diretor-adjunto | Expresso (diário)

Boa tarde,
seja bem-vindo à newsletter da tarde desta segunda-feira, que destaca o melhor dos Exclusivos do Expresso das últimas horas para si. Hoje o destaque é naturalmente ainda para o rescaldo das eleições regionais na Madeira. Mas também falamos da idade dos nossos educadores e educadoras de infância e professores do básico ou do encontro entre patrões, sindicatos e Governo para se discutirem propostas sociais. Sem esquecer o boicote à apresentação de um livro infantil inclusivo

Venha daí comigo e confira o que temos para si

POLÍTICA

PSD-Madeira e PAN vão negociar acordo para maioria estável
O próximo governo regional da Madeira passará, quase de certeza, pelo PAN

PSD em mínimos, direita em perda, PS na média, esquerda sem futuro: um guia em seis pontos para perceber melhor os resultados na Madeira

Albuquerque não se demitiu e abriu negociações na noite em que Montenegro recusou o Chega “na Madeira e no país”

Em troca de bilhetes para o NOS Alive, Juventude Socialista usou dados para filiar pessoas sem autorização (incluindo um militante do Chega)

SOCIEDADE

Idade média dos educadores de infância subiu para 55 anos e a dos professores de 1.º ciclo para 50
O envelhecimento dos professores em Portugal tem sido visível e os mais velhos são os do pré-escolar, alargando para mais de 50 anos a diferença que os separa dos alunos

“Por Cristo valerá sempre a pena”: alguns invasores na apresentação de livro infantil estiveram nos distúrbios de missa LGBTQ

“Inaceitável”: Santos Silva reage a invasão de nacionalistas em lançamento de livro. “Foi uma tentativa de silenciamento”, diz autora

Crise climática: Chegou o outono, em modo morno, depois do verão mais quente de sempre na Terra

Portugal - Madeira | IL e PAN com as chaves da Madeira

Montenegro ligou a Rocha, Sousa Real ainda à espera

Líder do PSD já contactou o homólogo da Iniciativa Liberal, mas não a coordenadora do PAN, que pode ajudar a formar um novo Governo regional

Encerrada que está a noite eleitoral na Madeira, fazem-se agora contas que permitam garantir uma maioria para governar e as chaves estarão no PAN, que ainda não foi contactado, ou na Iniciativa Liberal, que já falou com dirigentes do PSD.

A TSF apurou que Luís Montenegro ligou a Rui Rocha ainda na noite deste domingo e que, na mesma linha, também Miguel Albuquerque contactou Nuno Morna, eleito deputado pelos liberais.

A IL admite conversar para se fechar um acordo parlamentar - rejeitando ir para o executivo - e garante que não será por si que não se encontra uma solução para o Governo regional, mas por enquanto ainda não há reuniões marcadas.

Com o PAN, sabe a TSF, também nada está marcado, mas neste caso ainda não houve sequer contactos: o PSD ainda não telefonou a Inês Sousa Real. A coordenadora do partido viaja na noite desta segunda-feira da Madeira para Lisboa e mantém o telemóvel desimpedido.

A coligação formada por PSD e CDS-PP venceu este domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.

De acordo com resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS elegeu 11 deputados, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

O Chega e a IL vão assim estrear-se na Assembleia Legislativa da Madeira, enquanto PAN e BE regressam ao parlamento.

Apresentaram-se a votos PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Há quatro anos, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

Francisco Nascimento | TSF | Imagem: © Paulo Novais/Lusa (arquivo)

Portugal | MIGUEL 'MADEIRA' ALBUQUERQUE, dono do feudo e das mentiras à vista

Mais olhos que barriga

Margarida Cardoso, jornalista | Expresso (curto)

Bom Dia!

Bem-vindo a mais um Expresso Curto 59 anos depois do início da guerra da independência de Moçambique

Não é tema do dia como as eleições na Madeira, ganhas pelo PSD e por Miguel Albuquerque, em coligação com o CDS, sem maioria absoluta, com a garantia de Luís Montenegro de que para o seu partido não haverá soluções de governação com o Chega, mas acontece todos os dias à escala global. Neste mundo com mais olhos que barriga, ⅓ dos alimentos são desperdiçados. São 60 milhões de toneladas por ano na União Europeia, o que dá uma média de 127 kg por pessoa. Traduzido em euros, estamos a falar de qualquer coisa como 140 mil milhões.

No primeiro Dia Nacional da Sustentabilidade, vale a pena recordar que a quota dos alimentos desperdiçados corresponde a 8% do total das emissões de gases de estufa. Vinte e cinco por cento da água doce do mundo é usada para produzir alimentos que ninguém vai consumir. Trinta e oito por cento do consumo de energia no sistema alimentar também.

Os estudos são muitos. Os indicadores do desperdício são reveladores. Basta pensar que “25% dos alimentos desperdiçados seriam suficientes para alimentar 870 milhões de pessoas em situação de fome crónica no mundo”, sublinha Francisco Mello e Castro, do Movimento Unidos Contra o Desperdício, criado com a missão de incentivar o aproveitamento de excedentes, alertar para as perdas, promover a doação das sobras e o consumo responsável.

“Ao contrário das emissões de CO2 dos automóveis que ninguém resolve sozinho numa cidade sem uma boa rede de transportes, este é um problema que todos podemos ajudar a minimizar com o nosso comportamento individual. A experiência mostra-nos que quando as pessoas são alertadas tendem a mudar comportamentos e os resíduos alimentares diminuem”, afirma.

“Com pequenos gestos, todos podemos fazer a diferença até porque mais de 50% do desperdício é feito nas nossas casas”, sustenta Mello e Castro, a dar a voz por um movimento que celebra o seu terceiro aniversário na próxima sexta-feira, Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, ou simplesmente “o dia contra o desperdício”, como prefere dizer.

“É muito fácil convencer as pessoas a aderir às boas práticas contra o desperdício. Basta uma chamada de atenção para acordarem para a realidade e mudarem comportamentos”, confirma André Vilar, antigo estudante de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e um dos fundadores, em 2013, do movimento Menos Olhos do que Barriga, responsável pela redução do desperdício nas duas cantinas daquela instituição, em Braga e Guimarães.

As cantinas geravam 4 toneladas de resíduos alimentares por mês e em dois anos conseguiram reduzir o desperdício para metade. E como conseguiram este resultado? “Foi fácil. Fazíamos patrulha sem aviso prévio nas cantinas e vistoria aos tabuleiros de quem estava a acabar a refeição. Partilhávamos alguns números chocantes do desperdício em Portugal e no mundo. Explicávamos que se cada um tirasse para o seu tabuleiro apenas o que ia comer, os alimentos que não eram servidos podiam ser encaminhados para cantinas sociais de IPSS's de Braga e Guimarães em vez de acabarem no lixo”, conta ao Expresso.

Se todos tivermos um pouco menos de olhos do que barriga, talvez nem seja demasiado difícil cumprir a meta das Nações Unidas de redução do desperdício alimentar em 50% até 2030. E se ainda precisa de um incentivo aceite este desafio: no momento em que for deitar uma maçã podre fora em sua casa, imagine esse gesto a ser repetido por todas as famílias portuguesas, multiplique e terá de imediato mais de quatro milhões de maçãs desperdiçadas.

Já agora, sabia que só três países da União Europeia desperdiçam mais comida per capita do que Portugal? Em média, cada português desperdiça 184 quilos de alimentos por ano, contra os 127 quilos da UE.

E as eleições na Madeira, pergunta o leitor atento à atualidade? Entram já a seguir, com outras notícias.

“A guerra não começou em fevereiro de 2022. Tudo começou em 2014”, diz Stoltenberg

Bombshell: NATO diz que “a guerra começou em 2014”. “Pretexto falso” para travar uma guerra contra a Rússia? Invocar o Artigo 5 do Tratado Atlântico?

Declarações do Secretário-Geral da OTAN, Stoltenberg

Prof Michel Chossudovsky | Global Research, 22 de setembro de 2023 | # Traduzido em português do Brasil

Atualização do autor

Em 7 de setembro de 2023, o Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg   , numa apresentação ao Parlamento Europeu , reconheceu formalmente que:

“a guerra não começou em fevereiro do ano passado. Tudo começou em 2014”

Esta declaração de longo alcance  confirma a sua declaração anterior, em Maio de 2023, no sentido de que  a Guerra da Ucrânia “não começou em 2022”,  “A guerra começou em 2014”

Falando em nome da NATO, o que esta declaração implica é que os EUA-NATO já estavam em guerra em 2014. Também reconhece tacitamente que  a Rússia não “iniciou a  guerra” contra a Ucrânia em Fevereiro de 2022.

“O objetivo disso é evitar a guerra”

Numa ironia distorcida, na sua apresentação ao Parlamento Europeu, Stoltenberg retrata “ o objectivo” da guerra na Ucrânia,   que resultou em mais de 300.000 vítimas como um meio de “prevenir a guerra”. 

Vídeo - NATO chief debates with Parliament about European security

“Portanto, já aumentámos a nossa presença na parte oriental da Aliança, para enviar uma mensagem muito clara a Moscovo. Para eliminar qualquer espaço para mal-entendidos, erros de cálculo . Que a NATO está lá para defender cada centímetro do território da NATO, um por todos por um.

Na cimeira da NATO, acordámos novos planos para a defesa de toda a Aliança. Também concordámos em estabelecer e identificar mais tropas de alta prontidão, 300.000 soldados em diferentes níveis de alta prontidão , e também em ter mais capacidades aéreas e navais, prontas para reforçar rapidamente se necessário. 

O objetivo disso é evitar a guerra. O objectivo disto é garantir que a OTAN continue a ser a Aliança mais bem sucedida da história, porque impedimos qualquer ataque militar a qualquer Aliado da OTAN. E quando há uma guerra total em curso na Europa, então torna-se ainda mais importante que tenhamos uma dissuasão credível e, ao reforçar a nossa dissuasão e defesa, estamos a prevenir a guerra, preservando a paz para os Aliados da NATO, porque não há espaço para erros de cálculo. 

E a terceira coisa foi que os Aliados da NATO demonstraram realmente que estão a cumprir o compromisso que assumimos em 2014, porque a guerra não começou em Fevereiro do ano passado. Tudo começou em 2014. A invasão total aconteceu no ano passado, mas a guerra, a anexação ilegal da Crimeia, a Rússia atingiu o leste de Donbass em 2014. (ênfase adicionada)

O que Stoltenberg não reconhece é o  papel dos EUA-NATO no desencadeamento do massacre de EuroMaidan em 2014  , que conduziu “em nome da democracia ocidental” a uma “mudança de regime”: nomeadamente a instalação de um regime fantoche neo-nazi em Kiev.

Os EUA-NATO estão firmemente enraizados no projecto neonazi do regime de Kiev, cujo objectivo é destruir  a Ucrânia e também travar guerra contra a Rússia. 

Ironicamente, o chefe de Estado deste governo neonazista –escolhido a dedo pela inteligência dos EUA– é de ascendência judaico-russa, que antes de entrar na política não falava uma palavra de ucraniano :

Zelensky é judeu. Ele apoia o Batalhão Nazi Azov, os dois partidos nazistas, que cometeram inúmeras atrocidades contra a comunidade judaica na Ucrânia.  E agora este presidente por procuração judeu-russo quer “proibir tudo o que é russo”, incluindo a língua russa (sua língua materna),… 

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