terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Islândia triplicará seu crescimento em 2012 após a prisão de políticos e banqueiros



FÓRUM ANTI NOVA ORDEM

Islândia conseguiu acabar com um governo corrupto e parasita. Prendeu os responsáveis pela crise financeira, mandando para a prisão. Começou a redigir uma nova Constituição feita por eles e para eles. E hoje, graças à mobilização, será o país mais próspero de um ocidente submetido a uma tenaz crise de dívida.

É a cidadania islandesa, cuja revolta em 2008 foi silenciada na Europa por temor a que muitos percebessem. Mas conseguiram, graças à força de toda uma nação, o que começou sendo crise se converteu em oportunidade. Uma oportunidade que os movimentos altermundistas observaram com atenção e o colocaram como modelo realista a seguir.

Consideramos que a história da Islândia é uma das melhores noticias dos tempos atuais. Sobretudo depois de saber que segundo as previsões da Comissão Europeia, este país do norte atlântico, fechará 2011 com um crescimento de 2,1% e que em 2012, este crescimento será de 1,5%, uma cifra que supera o triplo dos países da zona euro. A tendência ao crescimento aumentará inclusive em 2013, quando está previsto que alcance 2,7%. Os analistas asseveram que a economia islandesa segue mostrando sintomas de desequilíbrio. E que a incerteza segue presente nos mercados. Porém, voltou a gerar emprego e a dívida pública foi diminuindo de forma palpável.

Este pequeno país do periférico ártico recusou resgatar os bancos. Os deixou cair e aplicou a justiça sobre aqueles que tinham provocado certos descalabros e desmandes financeiros.
 Os matizes da história islandesa dos últimos anos são múltiplos. Apesar de transcender parte dos resultados que todo o movimento social conseguiu, pouco foi falado do esforço que este povo realizou. Do limite que alcançaram com a crise e das múltiplas batalhas que ainda estão por se resolver.

Porém, o que é digno de menção é a história que fala de um povo capaz de começar a escrever seu próprio futuro, sem ficar a mercê do que se decida em despachos distantes da realidade cidadã. E embora continuem existindo buracos para preencher e escuros por iluminar.

A revolta islandesa não causou outras vítimas que os políticos e os homens de finanças costumam divulgar. Não derramou nenhuma gota de sangue. Não houve a tão famosa "Primavera Árabe". Nem sequer teve rastro mediático, pois os meios passaram por cima na ponta dos pés. Mesmo assim, conseguiram seus objetivos de forma limpa e exemplar.

Hoje, seu caso bem pode ser o caminho ilustrativo dos indignados espanhóis, dos movimentos Occupy Wall Street e daqueles que exigirem justiça social e justiça econômica em todo o mundo.

Original em: http://forner179.blogspot.com/2011/12/is...to-en.html

COMENTÁRIO*

Taí a prova de que a população unida e organizada consegue se livrar dos banqueiros canalhas. Embora devamos reconhecer que fazer uma revolução dessas na Islândia é mais fácil devido a fatores como o povo ser mais culto, politizado e educado, além de ser pequeno em comparação a outros países como o Brasil.

Para fazer isso é necessário uma consciência da situação real de toda a população e que ela mesma se organize para resolver, colocando a politicagem corrupta e banqueiros sionistas na latrina.

*http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-islândia-triplicará-seu-crescimento-em-2012-após-a-prisão-de-políticos-e-banqueiros

*Tradução feita por mim.

Timor-Leste: Missão da UN apoiará investigação da PNTL sobre acidentes de viação



JORNAL DIGITAL

Oficiais da UNPOL envolvidos em acidentes fatais

Díli – A Presidente da Missão das Nações Unidas (UNMIT), Amerah Haq, disse que o seu gabinete irá suportar a investigação da PNTL acerca dos acidentes de viação que envolveram veículos da UNPOL, e que conduziram à morte de três civis na passada semana.

Na noite de sexta-feira, 9 de Dezembro, dois cidadãos timorenses, Pedro da Costa da Cruz e Patrisius Bau, morreram na sequência de um acidente de viação. O motociclo em que viajavam embateu numa viatura das Nações Unidas, que estava em transgressão.

Especula-se que o condutor estaria sob o efeito de álcool no momento do acidente, em Matadoru.

A 4 de Dezembro, José Maria, uma criança de seis anos, morreu também devido a um sinistro relacionado com um veículo da UNPOL, e o seu pai e irmã ficaram feridos, em Aitarak Laran, Dili.

Amerah Haq disse que a PNTL está a averiguar os acontecimentos e que as Nações Unidas irão suportar os custos da investigação.

As Nações Unidas lamentaram o sucedido e, caso a investigação conclua que os oficiais envolvidos incorreram num crime, serão disciplinados pelo gabinete responsável.

«A ONU compromete-se a manter o padrão de conduta dos seus oficiais e está a levar a sério estes últimos acontecimentos», referiu Amerah Haq, em declarações ao Parlamento Nacional, acerca da Declaração dos Direitos Humanos.

A Presidente da UNMIT disse ainda que a missão está a implementar métodos para minimizar as probabilidades de virem a acontecer futuros acidentes desta índole.

Cornelio Gama, que está relacionado com um dos homens que morreram esta sexta-feira, em Matadoru, disse que a ONU deverá agir contra membros envolvidos em acidentes fatais que constituam crimes.

«Eles deverão ser responsabilizados. Este tipo de incidentes já aconteceu em muitos locais. Depois de provocarem a morte de civis, os oficiais continuam em liberdade», referiu a fonte.

O Presidente da ASDT, Francisco Araújo, é de opinião que o Governo deveria alertar os membros da UNMIT para respeitarem as regras de trânsito impostas em Timor-Leste.

«Os oficiais não respeitam o código da estrada, Eles têm que nos respeitar, uma vez que nós os respeitamos quando visitamos os seus países», declarou Francisco Araújo.

Segundo o Presidente da ASDT, o Estado deverá tomar parte do sucedido, pelo menos no que respeita ao apoio que os familiares das vítimas necessitam.

O Presidente do PUN, Domingos Mesquita, disse que uma das formas de minimizar os acidentes de viação em Díli é a colocação de sinais de trânsito mas não descarta a responsabilidade da UNMIT em alertar os membros para o código da estrada.

«Está relacionado com o profissionalismo dos oficiais da UNMIT, uma vez que deveriam dar o exemplo», defendeu Domingos Mesquita.

(c) PNN Portuguese News Network

Timor-Leste: O NATAL DE UM PAÍS POBRE



Frei Manuel Rito - Ecclesia

Cheguei de Timor-Leste apenas há 15 dias. Nenhum sinal de Natal havia ainda nas ruas, lojas e lugares públicos de Díli, a capital. Apenas as paróquias se movimentavam ligeiramente na preparação do 1.º domingo de Advento.

Num país pobre e de grande vivência cristã falam mais alto e mais forte os símbolos da fé ligados ao Natal dos Evangelhos.

Nos países ocidentais, os mitos camuflaram a história, as lendas substituíram o mistério e a Criança que se oferece à humanidade deu lugar ao culto do consumo e de uma fraternidade universal mais cosmética do que fraterna.

Num país pobre, o Pai Natal não pode ser muito rico. As empresas comerciais estão na mão dos indonésios, sem tradições natalícias, e a reduzida capacidade elétrica não permite grandes publicidades ou decorações luminosas.

Timor-Leste mantém-se fiel à tradição cristã, expressa nas celebrações litúrgicas e no presépio popular.

Em contraste com os apelativos consumistas do ocidente de estrelas nas praças e de montras repletas, a grande atração pública e competitiva deste país oriental é a apresentação de presépios nas ruas em todas cidades e aldeias. O presépio é o grande sinal que distingue e marca nos timorenses este tempo de Natal. Em todos os bairros, em todas as ruas de pequenas ou grandes localidades, mesmo em plena estrada distante e isolada, os jovens montam a estrutura do presépio tão sólida que fica de uns anos para outros, decorando-a com figuras do artesanato local e mesmo com montagem elétrica, prevendo que a luz elétrica possa talvez um dia passar por ali.

É nestes sinais, simples, tradicionais e de sentido cristão que se resumem os valores do Natal timorense, já que em ceias de Natal, consoadas de bacalhaus e perus também pouco participam, limitando-se ao arroz de todos os dias, enriquecido nesta quadra com pequenos ingredientes vegetais ao qual dão o nome de "ketupa" e algumas pequenas iguarias caseiras, "sagu" e "kué rambu".

Em Timor-Leste o Natal ainda é uma Criança, não um Velho (pai natal); a consoada é mais pobre, mas mais fraternal; a árvore está menos iluminada, mas projeta mais luz; o presépio tem menos arte e menos enfeites, mas tem mais história e teologia.

*Frei Manuel Rito, missionário Capuchinho

Moçambique-África do Sul: GOVERNOS ASSINAM SETE ACORDOS DE COOPERAÇÃO



ANGOLA PRESS

Maputo - Os governos de Moçambique e da África do Sul assinaram hoje (terça-feira) em Maputo sete acordos de cooperação, incluindo sobre a segurança marítima e telecomunicações, visando aprofundar os laços políticos e económicos.

Os acordos foram celebrados no quadro da visita de Estado que o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, realiza hoje e na quarta-feira a Moçambique, a primeira do género desde que ascendeu à chefia do Estado em 2009.

Os dois governos assinaram um acordo que cria a Comissão Bilateral de Cooperação, sobre consultas diplomáticas, um memorando de entendimento no domínio florestal e indústrias florestais e um memorando de entendimento sobre segurança marítima.

Foram ainda assinados um memorando de entendimento para a área da cooperação, um acordo sobre frequência de bandas e um acordo na área de artes e cultura.

Na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura dos entendimentos pelos ministros dos respectivos pelouros, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicano, Oldemiro Baloi, afirmou que os acordos traduzem o sentimento de que "é possível aos dois países fazerem mais pela cooperação bilateral".

"As relações com a África do Sul são excelentes, mas é possível fazer mais para o aproveitamento do potencial de cooperação que existe entre os dois países", assinalou Oldemiro Baloi.

O chefe da diplomacia moçambicana realçou a importância do acordo na área da segurança marítima, enfatizando que o mesmo "irá contribuir para o estancamento de um mal com impacto negativo na vida e economias dos países da África Austral".

Por sua vez, a ministra das Relações Internacionais e Cooperação sul-africana, Maitê Mashabana, também se congratulou com os laços muito fortes entre os dois países, como demonstram o facto de a África do Sul ser o maior parceiro comercial de Moçambique e principal investidor.

Maitê Mashabana defendeu o estabelecimento de parcerias entre empresários dos dois países, como forma de equilibrar a balança comercial, neste momento favorável à África do Sul.

"Há uma assimetria no comércio bilateral, que favorece a África do Sul, e o caminho para se corrigir isso passa por desenvolver projectos empresários conjuntos", sublinhou a chefe da diplomacia sul-africana.

*Foto em Lusa

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NA ZONA EURO SERÃO “SEVERAS” PARA ANGOLA - previsão



ANGOLA PRESS

Catete - Angola poderá sofrer consequências severas decorrentes da recessão económica na Europa que se vislumbra para 2012, tendo em conta a actual crise económica na zona euro, se não forem encontradas, urgentemente, soluções de aplicação imediata para a situação no ocidente.

A previsão foi feita pelo deputado do MPLA e economista Manuel Nunes Júnior quando dissertava o tema "A actual crise na zona euro e as repercussões nas relações económicas internacionais", inserido no programa das VI Jornadas Parlamentares do MPLA, que decorrem no município do Icolo e Bengo, província de Luanda.

O prelector fundamentou que “Europa é uma parte da economia mundial muito importante para falhar, dado o nível das relações comerciais que tem com todos os países. Com a recessão estima-se uma quebra na produção na ordem de dois porcentos”.

Se confirmar esta previsão, continuou, as consequências para economias de países como Angola serão drásticas porque vai diminuir a procura por produtos importantes como o petróleo, levando a queda do seu preço e, devido a dependência da economia angolana neste produto, a diminuição das receitas fiscais.

Perante este cenário, de acordo com Manuel Júnior, haverá deficit no orçamento e no pagamento das dívidas.

O economista avançou que para minimizar a situação deve-se apostar na diversificação da economia. Angola não pode ficar 85% dependente dos recursos tributários do petróleo”.

”Temos de fazer tudo para que sejamos mais autónomos, devendo-se investir na agricultura, indústria transformadora e noutros sectores que nos levem a ser menos vulneráveis a choques externos”, apontou.

Fazendo uma abordagem geral do tema, Manuel Júnior disse que a Europa atravessa uma crise profunda, não por causa do problema dos défices e das dívidas, mas porque o euro foi criado numa altura em que não estavam criadas as condições necessárias para o efeito.

Referiu que, embora a Europa esteja cada vez mais integrada, do ponto de vista económico, ainda não atingiu a integração fiscal e os trabalhadores dos vários países que à compõem não circulam livremente, divido a barreiras culturais e linguísticas, estando aqui a origem na crise.

Na sua visão, a existência de um uma moeda única em tais circunstâncias constituiu uma grande dificuldade porque tira a flexibilidade a estes países para fazer face a situações adversas, como esta.

Lembrou que o acordo alcançado a 27 de Outubro não resolveu o problema da crise do euro, sobretudo pelo facto de não se ter conseguido aumentar o fundo europeu de estabilização.

Mais recentemente, o outro acordo alçando na cimeira do dia 9 de Dezembro não conseguiu acalmar os mercados que continuam agitados, porque definiu medidas que serão aplicadas a médio e a longo prazo e não imediatamente.

Manuel Júnior manifestou-se convicto de que os receios dos investidores sobre a evolução dos mercados certamente retornarão, as taxas de juros vão subir e os bancos continuarão a ter problemas de tesouraria.

“Este acordo, o quarto deste ano, para salvar o euro, certamente não será o último. A grande questão é que uma falha nesta altura significará um golpe irreversível que se traduzirá num colapso do Euro que causará uma crise profunda pior do que a verificada em 2008/2009”, asseverou.

Pontualizou que a recessão levará ao aumento de défice orçamentais, das dividas, bem como do aumento dos protestos populares pelas medidas de austeridades e de reformas que estão a ser levadas a cabo em todo o mundo.

Segundo o prelector, a solução passa por um pronunciamento nos próximos dias do Banco Central Europeu sobre as medidas adequadas para salvar o ocidente.

Por outro lado, vê na China um possível “salvador da Europa” já que, como disse, estão em curso negociações para que o país asiático, que possui um superavit fiscal muito alto, financie o fundo de estabilização Europa.

DE DERROTA EM DERROTA ATÉ À DERROTA FINAL?




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

“A UNITA será poder em Angola no dia em que os angolanos o quiserem. Porque a UNITA é pertença do povo angolano”.

Quem terá dito isto? Poderia, creio eu, ter sido Jonas Savimbi, mas foi Anastácio Sicato em entrevista ao Notícias Lusófonas, publicada em 26 de Junho de 2006.

Sicato acrescentava: “No nosso país, o processo de democratização é irreversível. Ora, a alternância de poder é uma característica inerente aos sistemas democráticos”.

Tirando a esperança idílica de que em Angola a “democratização ser irreversível”, o que é facto é que a alternância de poder faz-se, desde 1975, entre o MPLA e o… MPLA.

As afirmações de Anastácio Sicato continuam actuais, sobretudo porque a travessia do deserto continua, embora sem a pujança da grande marcha de outros tempos. Sobretudo porque, desde 2002, a UNITA continua a ir de derrota em derrota sem vislumbrar onde, quando ou como, chegará a primeira vitória.

Será que a UNITA tem feito alguma coisa para ser, ou tentar ser, ser alternativa? Falo de coisas concretas, de projectos viáveis, de iniciativas com cabeça, tronco e membros. Provavelmente por manifesta ignorância da minha parte, não vi a UNITA dar contributos para que os angolanos, no interior e no exterior, nela acreditem.

Anastácio Sicato dizia na referida entrevista, dada ao Jornalista Jorge Eurico, que “tarde ou cedo, o MPLA e o Presidente José Eduardo dos Santos acabarão por ceder o poder a outros”.

Mas será que a UNITA está apostada em fazer com que se antecipe a alternância? Até agora falhou em todas as frentes. Não foi o MPLA que ganhou, mas foi – isso sim – a UNITA que perdeu.

A UNITA está à espera que o poder em Angola caia de maduro, pouco fazendo para mostrar aos angolanos que quando o fruto não presta deve ser retirado mesmo verde. Nada disso tem sido feito. E, a agir dessa forma, corre o sério risco de em 2012 ficar ao nível da FNLA.

Quando vejo que a UNITA, ao contrário do MPLA, desperdiça tantos e tantos valores que lhe são afectos e que estão espalhados por esse mundo fora, fico com a ideia de que a alternância, se acontecer, se deverá mais ou sobretudo à incapacidade do MPLA do que à acção da UNITA.

Não basta, como disse Sicato, afirmar “que a verdadeira soberania pertence ao povo e amais ninguém”. É preciso que o povo saiba que tem esse poder e, mais importante, saiba quais são as alternativas. Nas eleições (se é que assim se pode chamar) o povo não viu qualidades alternativas e preferiu mais do mesmo. Em 2012, ao que parece, a receita vai repetir-se.

Não chega, digo eu, dizer que “só a alternância consolida os regimes democráticos”. A alternância não se compra, conquista-se. E para a conquistar é preciso trabalhar muito. Muito mesmo, sobretudo longe da lagosta e perto da mandioca.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: OBIANG AMIGO, ELES ESTÃO CONTIGO!

Angola – UNITA: “PALAVRA DE ORDEM É MUDANÇA” – Isaías Samakuva



EL - LUSA

Viana, Angola, 13 dez (Lusa) - O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, defendeu hoje em Luanda, na abertura dos trabalhos do congresso do partido, que "a palavra de ordem é mudança" num discurso em que apelou ainda à unidade interna para as eleições gerais de 2012.

"A palavra de ordem é mudança. Uma mudança que preserve as coisas boas e altere o que está errado", disse Isaías Samakuva, que intervinha no XI Congresso Ordinário da UNITA, que decorrerá até sexta-feira em Viana, arredores de Luanda.

Para Isaías Samakuva, o lema a seguir pela "grande família UNITA" deve ser "unir Angola para a Mudança em 2012", porque, continuou, "o desejo de mudança, profundamente sentido, e em constante crescimento, já ultrapassou a grande família da UNITA".

"Costumo mesmo dizer que este desejo de mudança está disperso por todos os segmentos em que se divide a sociedade angolana, tendo adquirido tal grau de consistência, que não mais se subordina a ideologias, doutrinas, preferências partidárias ou lideranças políticas", acrescentou.

Sendo a mudança, na sua ótica, um "imperativo nacional histórico e social", Samakuva questiona sobre o que mudar, como, com quem e em benefício de quantos.

"Defendemos uma mudança com grandeza moral, sem revanchismos nem tibiezas, que preserve o que funciona bem e respeite a construção e os construtores. Uma mudança na harmonia e na reconciliação. Uma mudança com todos, operada por muitos e para o benefício de todos", explicou.

Quanto às eleições de 2012, o líder da UNITA destacou a necessidade do partido estar preparado para governar, e para tal importa garantir a unidade interna.

Isaías Samakuva, que volta a recandidatar-se ao cargo de presidente do partido, eleição marcada para a manhã de sexta-feira e em que tem como adversário o militante José Pedro Cachiungo, considerou que "a UNITA deve-se unir".

"A unidade começa em casa", frisou, apresentando como proposta ao congresso a recuperação de um órgão não estatutário, o governo-sombra.

"O desenvolvimento social requer que o objeto efetivo da governação e das políticas públicas seja um só: o cidadão. Nesta base, as políticas públicas que deveremos promover através do governo-sombra terão de refletir as nossas palavras de ordem "o Homem é o nosso ponto de partida e o nosso ponto de chegada!" e "Primeiro o angolano, segundo o angolano, terceiro o angolano, o angolano sempre!", salientou.

Isaías Samakuva interveio perante os mais de mil delegados e convidados, entre os quais representantes de todas as estruturas partidárias com representação parlamentar, incluindo o partido maioritário MPLA.

No final, o seu adversário no congresso de há quatro anos, Abel Chivukuvuku, escusou-se a comentar a intervenção de Samakuva, reservando uma posição para sexta-feira.

Com o horizonte das eleições de 2012, a UNITA vai tentar inverter a tendência ditada pelo anterior escrutínio, em 2008, quando averbou uma pesada derrota perante o MPLA, elegendo apenas 16 dos 70 deputados que dispunha na oposição, no anterior do hemiciclo.

A reunião magna do partido do "Galo Negro" decorre sob o lema "Unir para a Mudança em 2012", e as sessões de quarta e quinta-feira decorrerão à porta fechada.

Os jornalistas voltarão a poder acompanhar os trabalhos na sexta-feira de manhã, com a eleição dos órgãos de direção, incluindo a do presidente do partido.

Cabo Verde: Autárquicas arrancam oficialmente com MpD a divulgar lista parcial de candidatos



JSD - LUSA

Cidade da Praia, 13 dez (Lusa) - O processo das eleições autárquicas em Cabo Verde arrancou oficialmente hoje, com o maior partido da oposição a divulgar a lista parcial dos candidatos à votação prevista para o final do primeiro semestre de 2012.

O "pontapé de saída" foi dado por José Luís Livramento, membro da Comissão Política Nacional e da Comissão Permanente do Movimento para a Democracia (MpD), partido que venceu as autárquicas de maio de 2008, quando conquistou 12 das 22 câmaras, embora uma delas (Sal) através de um independente.

Trata-se de Jorge Figueiredo que, juntamente com Ulisses Correia e Silva (Cidade da Praia), Manuel de Pina (Ribeira Grande de Santiago - ou Cidade Velha) e Augusto Neves (São Vicente), voltam a contar com o apoio do partido liderado por Carlos Veiga para novo mandato.

Em conferência de imprensa, José Luís Livramento indicou que, para já, são 10 os candidatos já aprovados pela direção do MpD, devendo, no prazo máximo de duas semanas, serem conhecidos os restantes 12, que aguardam por uma avaliação final das estruturas partidárias regionais e nacionais.

O partido "ventoinha" é, para já, o único a apresentar os candidatos às autárquicas, onde se apresentará em todas as câmaras, aguardando-se que as restantes forças políticas também o façam.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), que também se apresentará nas 22 edilidades e venceu 10 em 2008, já indicou que anunciará os candidatos em breve.

As restantes forças políticas - UCID, PTS e PSD - não deverão, em princípio, concorrer em todas as câmaras, prevendo-se que haja a possibilidade de cidadãos independentes se apresentarem na corrida, embora nada haja ainda de concreto.

A 18 de maio de 2008, o MpD venceu as câmaras da Cidade da Praia, Santa Catarina, Tarrafal, São Domingos, São Miguel e Ribeira Grande (todas na ilha de Santiago), Maio (Maio), Boavista (Boavista), Ribeira Grande e Porto Novo (Santo Antão) e São Vicente (São Vicente), bem como a do Sal.

O PAICV, por seu lado, venceu as restantes 10: Santa Cruz, São Salvador do Mundo e São Lourenço dos Órgãos (Santiago), Mosteiros, Santa Catarina e São Filipe (Fogo), Brava (Brava), Paul (Santo Antão) e São Nicolau e Tarrafal (São Nicolau)

*Foto em Lusa

BRASIL SE ARMA CONTRA GUERRA VIRTUAL E CRIA CENTRO ESPECIAL DE DEFESA



DEUTSCHE WELLE

Iniciativa do Ministério da Defesa inclui simulações de ataques numa eventual guerra cibernética. Exposição a riscos no Brasil é considerada alta, e país é um dos maiores propagadores de vírus e spams na rede mundial.

A internet virou assunto de segurança nacional no Brasil. Depois dos Estados Unidos e Alemanha, o país segue a tendência mundial e se prepara para dar vida ao Centro de Defesa Cibernética, que será administrado pelo Exército. Previsto inicialmente para entrar em operação no fim de 2011, a data da inauguração, no entanto, não foi confirmada pelo Ministério da Defesa. Ao que tudo indica, as informações nesse setor são tratadas com o mesmo sigilo que operações militares.

O Brasil quer reunir recursos humanos de excelência para ter armas para lutar numa eventual guerra cibernética. "O governo quer criar uma rede nacional de excelência, integrando iniciativas das universidades, empresas e centros de pesquisa", explica Kalinka Castelo Branco, especialista em segurança na internet da Universidade de São Paulo, USP, uma das parceiras do futuro Centro.

O quão grande é essa ameaça cibernética, a ponto de levar os governos a se equiparem? "Se seu computador, tablet, ou outro equipamento está conectado à internet, existe a possibilidade de um ataque virtual", resume Ascold Szymanskyj, vice-presidente para a América Latina da empresa especializada em segurança digital F-Secure.

E os crackers, definição atualizada de hackers com intenções criminosas, estão prontos para tirar proveito das redes menos protegidas. "Quando esses criminosos detectam que um setor é mais vulnerável, é lá que vão atacar", analisa Szymanskyj.

O governo brasileiro coleciona ataques maliciosos a arquivos secretos: em junho último, o banco de dados do Exército foi invadido e links no Twitter com dados pessoais de quase mil funcionários das Forças Armadas foram divulgados. Outros sites, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, também já foram atacados.

Criatividade e crime

Dentro das estatísticas geradas pelo mundo online, o Brasil ocupa uma posição nada honrosa: é um dos maiores produtores de vírus e spams, juntamente com alguns países do Leste Europeu. "Já há alguns anos temos essa triste classificação no mundo", afirma Szymanskyj.

Bildunterschrift: Para a empresa especializada em segurança digital, fundada na Finlândia, alguns comportamentos explicam essa "liderança" ao avesso. "O fato de o brasileiro estar muitas horas conectado influencia. E isso leva a um segundo passo, que é se utilizar da internet para aplicar golpes", complementa Szymanskvj, lembrando que a criatividade da população também é manifestada na criação de vírus virtuais.

Estima-se que, só em 2010, crimes cibernéticos no Brasil geraram custos de 104,8 bilhões de reais – 25,3 bilhões de reais seriam frutos de roubo direto. Um estudo da empresa Norton feito em 24 países publicado recentemente mostrou que 80% dos entrevistados no Brasil já foram vítimas de golpe online, analisou o especialista em segurança virtual Adam Palmer.

Kalinka Castelo Branco aponta que a principal meta do Centro será proteger as informações – porque prever os ataques é praticamente impossível. Isso quer dizer, por exemplo, fazer mais uso da criptografia. Além de reunir e avaliar informações, o serviço criado pelo governo vai tratar incidentes e simular ataques numa eventual guerra cibernética.

Corrida de gato e rato

A diferença no nível de proteção, segundo a F-Secure, está no que cada país pode aplicar em tecnologia. Segundo especialistas em segurança digital, o Brasil se classifica numa situação de risco alto: é uma economia emergente, existe a preocupação em aumentar a proteção cibernética, mas também existe vulnerabilidade. E os crackers aproveitam isso.

"A ideia é que o Brasil esteja preparado para ações maiores como a Copa e as Olimpíadas, que a gente tenha uma rede nacional segura, para que o país não esteja tão exposto", avalia Castelo Branco sobre a importância do Centro de Defesa Cibernética.

A decisão brasileira de aumentar a vigilância online foi saudada. "O terrorismo pode se utilizar dessas invasões. E o governo precisa se preparar, porque essa é uma ameaça muito silenciosa e os perigos são imensos, principalmente porque toda a sociedade é dependente da internet", conclui Szymanskyj.

Para Castelo Branco, a era da guerra cibernética já começou. "Todas as informações, sejam privilegiadas ou não, trafegam pela rede. Qualquer um pode pegar esses dados e fazer qualquer uso deles – são desde sites de pornografia até sites com confecção de bombas. Pode não ter ainda um país atacando o outro, mas as informações estão lá."
 
Autora: Nádia Pontes - Revisão: Roselaine Wandscheer

Brasil – Pará: Trabalhadores são demitidos após paralisação em hidreletrica de Belo Monte




Ao menos 80 trabalhadores foram demitidos das obras de Belo Monte nesta segunda-feira (12). A dispensa ocorre após nova paralisação dos canteiros de obras no final de semana.

Segundo informações do Movimento Xingu Vivo para Sempre, a manifestação aconteceu em função do não cumprimento dos acordos feitos com os trabalhadores, como o adiantamento dos salários antes do recesso de final de ano.

Os operários também pediram por mudanças na baixada, que é o tempo de retorno para suas cidades. O contrato com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBE) prevê que os operários trabalhem seis meses direto sem voltar para casa. Os trabalhadores querem que este tempo diminua para três meses.

A demissão ocorre depois a negociação trabalhista da categoria com a empresa. Firmado na semana passada, o acordo apontou pelo menos três meses de estabilidade para todos os operários da obra de Belo Monte.

Assim como no caso dos trabalhadores demitidos em novembro, os afastamentos de agora foram realizados com a presença da Polícia Militar. Os operários foram embora das obras de Belo Monte em ônibus oficiais. (pulsar)

Brasil - CPT: 23 TRABALHADORES RURAIS ASSASSINADOS ATÉ SETEMBRO



PULSAR

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) acaba de divulgar os dados parciais de conflitos no campo em 2011. De janeiro a setembro, foram assassinados 23 trabalhadores rurais. Para a entidade, o resultado faz parte da concentração agrária no país.

A região Norte lidera, com 12 trabalhadores mortos, nove somente no Pará. Além de registrar as mortes, a pesquisa aponta dados sobre conflitos na disputa por terras, água e também trabalhistas.

Ainda que tenha ocorrido uma redução geral em 12% nos registros de violência no campo, o trabalho escravo apresentou elevação. Em 2010, neste período, foram registradas 177 denúncias. Em 2011, este número cresceu para 218. Os conflitos por terra reduziram de 535 para 439. Já os envolvendo a disputa por água baixaram de 65 para 29.

A CPT aponta que a repercussão dos assassinatos de trabalhadores rurais neste ano foi maior. O fato do assassinato do casal Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva ter acontecido no mesmo dia da aprovação do novo Código Florestal na Câmara é apontado como uma possível explicação.

Pelo menos oito das mortes registradas estão diretamente relacionadas à defesa do meio ambiente. Outras quatro se relacionam com comunidades tradicionais: duas mortes são de quilombolas e duas de indígenas. Das 23 pessoas assassinadas até setembro deste ano, a maioria tinha recebido ameaças, ou em anos anteriores, ou mesmo em 2011. (pulsar)

Brasil: Treze policiais são presos suspeitos de revender armas e drogas apreendidas




ÚLTIMO SEGUNDO, Rio de Janeiro

Onze PMs e dois policiais civis do Rio participavam do esquema. Eles desviavam o que era recolhido e revendia para os traficantes

Onze policiais militares e dois policiais civis foram presos nesta terça-feira (13) durante uma operação desencadeada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Segundo a Secretaria, os policiais são suspeitos de revender a traficantes armas e drogas que eram apreendidas durante operações em comunidades carentes. Eles também são acusados de promover ações clandestinas em favelas para recolher materiais e também revender.

Outras três pessoas suspeitas de participar do esquema também foram presas. Um dos PMs acusados foi preso em sua casa, em Cascadura, na zona norte da capital. Conhecido como "Morte Certa", ele tinha dois carros de luxo na garagem.

De acordo com as investigações, o esquema funcionava da seguinte maneira: os policiais levantavam informações sobre a localização de traficantes, armas e drogas. Após a operação, os materiais então desviados eram vendidos a traficantes por meio de comparsas que realizavam uma espécie de ponte entre os policiais e os bandidos.

As investigações apontaram ainda que o destino dessas armas era a favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. Nessa comunidade, as negociações entre os traficantes e os policiais criminosos eram feitas, principalmente, por um ex-militar do Exército identificado como Asdrubal Bacon Dias Marques Junior, o Juninho. Asdrubal responde a um processo na 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, em Madureira, por porte ilegal de arma, juntamente com um PM.

Durante as investigações da Subsecretaria de Inteligência, dez pessoas já tinham presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, munição e tráfico de drogas. Entre os presos está também o ex-chefe de segurança da Câmara de Vereadores de Niterói. Com ele foi encontrado uma carteira falsa da Polícia Civil. O segurança já foi exonerado do cargo.

*Foto em Lusa

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ATAQUE CAUSA A MORTE DE QUATRO PESSOAS E FERE DEZENAS NA BÉLGICA





Atirador dispara contra multidão numa parada de ônibus no centro da cidade de Liège, no leste da Bélgica. Quatro pessoas morrem e dezenas ficam feridas.

Ao menos quatro pessoas morreram e 75 ficaram feridas durante um ataque no centro da cidade de Liège, no leste da Bélgica, segundo a promotora pública local, Danièle Reynders. As vítimas fatais são uma mulher de 75 anos, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, e o próprio atirador.

O ataque ocorreu nesta terça-feira (13/12), por volta de 12h30 (locais) na praça Saint-Lambert, no centro da cidade. Um homem abriu fogo e lançou três granadas contra pessoas que estavam num ponto de ônibus na praça. O local estava lotado por causa das compras natalinas.

Ainda não há informações sobre os motivos do atentado, que, segundo Reynders, foi executado por um homem identificado como Nordine Amrani. Ele cometeu suicídio logo após o ataque.

Amrani, de 32 anos, havia sido condenado em 2008 por posse ilegal de armas de fogo e por cultivo de maconha. Seu carro foi encontrado perto do local do ataque. As autoridades belgas descartam que o atentado tenha motivação extremista.

Relatos iniciais da imprensa belga falavam em vários atiradores, mas essa informação não foi confirmada pelas autoridades.

AS/afp/rtr/dpa - Revisão: Roselaine Wandscheer

A MOROSIDADE… BRITÂNICA




MANUEL ANTÓNIO PINA – JORNAL DE NOTÍCIAS, opinião

"Há mais de três anos que andamos à espera de que seja cumprido um mandado que devia ser cumprido em oito dias", queixa-se o procurador-geral, criticando a morosidade da justiça britânica que, aceitando sucessivos recursos de Vale e Azevedo, lhe vai permitindo que continue a "passear-se por Londres".

Diz o PGR que, se há crimes em que a cooperação judiciária é fácil, quando se trata de crimes económicos, há países em que é "extremamente difícil e morosa".

Nenhum responsável da justiça portuguesa deveria, por pudor, atrever-se a criticar a morosidade de um sistema judicial estrangeiro, seja ele o britânico ou o do Burkina Faso, enquanto Isaltino Morais continua "a passear-se" por Oeiras.

Condenado, primeiro, a sete anos de prisão efectiva; depois, cozinhada essa condenação no lume brando do regime das prescrições, a dois; e, em breve, a nenhum, o autarca tem-se limitado a aproveitar (15 recursos por ano nos últimos dois anos; o da sua prisão é exemplar: foi interposto um mês depois de já ter sido libertado...) os expedientes que a reforma de Alberto Costa, satisfazendo as exigências dos arguidos da Casa Pia, pôs à disposição de gente com meios para pagar equipas de advogados a tempo inteiro.

Parafraseando o procurador-geral, é fácil em Portugal meter na prisão alguém por um pequeno crime mas, quando se trata de crimes económicos, a coisa, sabe-se lá porquê, torna-se "extremamente difícil e morosa".

Participações de sequestro aumentam na comunidade portuguesa na Venezuela



Público - Lusa

O número de participações de sequestro de cidadãos portugueses aumentou na Venezuela, uma situação decorrente de campanhas de sensibilização e da percepção de que as embaixadas e consulados podem ajudar nessas situações, informaram fontes policiais e consulares.

"Este ano ainda não terminou, mas há 51 casos participados e no ano passado foram apenas 39. Há uma maior confiança nas entidades portuguesas, na Embaixada e consulados, e também nas autoridades venezuelanas. O número cresceu porque as pessoas começam a acreditar mais na actuação da polícia e têm participado mais", explicou uma das fontes à agência Lusa.

Admitindo que esse número corresponde apenas "a 10 ou 15 por cento do valor global" dos sequestros que envolvem portugueses, a mesma fonte declarou que o aumento da confiança se deve a vários contactos entre as autoridades portuguesas e a comunidade, palestras sensibilizando para a prevenção e de não se pagarem resgates a criminosos e ainda para a confiança na polícia venezuelana.

"A comunidade tem reagido muito bem, baixou o número de sequestros em regiões problemáticas como Guatire e Los Teques", frisou a mesma fonte, precisando que os raptos afectaram sobretudo comerciantes das áreas de venda de bebidas, padarias, supermercados, floricultura, talhos, restaurantes, lojas de ferragem, e estudantes.

Na Venezuela existem duas circunscrições consulares, Caracas, capital do país, e em Valência, capital do Estado de Carabobo (200 quilómetros a leste).

Em Caracas, segundo o cônsul-geral Paulo Martins Santos, "no passado a comunidade não tinha consciência de que o consulado e a embaixada podiam ajudar e isso está a mudar, as pessoas já perceberam isso e ligam para um número telefónico de emergência que funciona 24 horas por dia".

Paulo Martins Santos explicou que o consulado "trabalha em grande articulação com um inspector" da Polícia Judiciária de Portugal, "que é o especialista nesta área".

"Temos conseguido uma articulação frutífera. Aqueles casos em que o inspector, com a sua experiência, acompanhou, a maior parte ou quase todos acabaram bem. Nos casos que terminaram em assassínio não houve intervenção da Embaixada nem do Consulado, as pessoas não nos contactaram e quando falámos com algumas, elas manifestaram não querer a nossa ajuda", disse.

O cônsul-geral alertou que, "se ninguém contar o que está a acontecer, dá a ideia (em Lisboa) de que não há problema nenhum e no futuro teremos menos recursos" para atender os portugueses nestas situações.

"A comunidade precisa de apoio, o problema existe e é preciso acompanhá-lo. Temos feito um grande esforço e enviado sistematicamente toda a informação para Lisboa", disse à Lusa, lembrando também o diálogo entre as autoridades dos dois países.

Na área de Valência, segundo o cônsul António José Chrystêllo Tavares, a situação é diferente, "as pessoas não estão muito motivadas a dar informações".

"Descobrimos os casos de sequestro muitas vezes com muito tempo de atraso, porque as famílias têm medo, muito medo de falar, porque como são ameaçadas temem pela vida dos familiares. Estamos a tentar sensibilizá-las, mas continua um muro de silêncio tão grande como antes", disse.

O cônsul frisou ainda que, com o apoio do inspector da Polícia Judiciária de Portugal, no início de 2012 haverá uma acção de sensibilização junto da comunidade portuguesa local, para a importância de tomar precauções, efectuar as denúncias e contactar as autoridades portuguesas nos casos de sequestro.

Guiné-Bissau/Portugal: TROCAS COMERCIAIS "EM CRESCIMENTO ASSINALÁVEL"



ANGOLA PRESS

Bissau - As trocas comerciais entre a Guiné-Bissau e Portugal estão a registar um "crescimento assinalável" e em 2010 atingiram um volume de cerca de 38 milhões de dólares, revelou a ministra da Economia guineense, Helena Embaló.

A governante falava segunda-feira à noite num seminário organizado pela Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau, no âmbito da semana do empresário guineense e no qual participam doze homens de negócios portugueses.

De acordo com Helena Embaló, Portugal é um dos principais parceiros comerciais e de investimentos na Guiné-Bissau, estando as empresas portuguesas ou de capitais portuguesas "em todos os sectores de actividade económica".

A banca, seguros, distribuição de combustíveis, construção civil, obras públicas, processamento de produtos agrícolas, pescas e comércio geral são os ramos de actividades onde se encontram as empresas portuguesas, notou a ministra da Economia guineense.

Em 2010, a importação de produtos portugueses para a Guiné-Bissau, nomeadamente géneros alimentícios, materiais de construção, equipamentos, acessórios para máquinas, mobiliário, lectrodomésticos, vestuário, calcado, materiais escolares, artigos de escritório e bebidas, representaram cerca de 37,7 milhões de dólares.

No mesmo ano, as exportações da Guiné-Bissau para Portugal de produtos tais como a castanha do caju, a madeira serrada, a madeira em toros e óleo de palma atingiram uma cifra de 293 milhões de dólares, revelou ainda Helena Embaló.

Mesmo com esses números, a ministra da Economia considera deficitário o saldo da balança comercial com Portugal, observando que em 2010 registou-se um saldo negativo nas trocas comerciais de 37,4 milhões de dólares.

Helena Embaló responsabilizou a crise que se vive na Europa como a razão principal pelo défice nas trocas comerciais entre a Guiné-Bissau e Portugal, mas ainda assim diz estar confiante que doravante existem condições para a retoma das trocas e boas perspectivas do crescimento económico do país.

Embaló exortou os empresários portugueses a considerarem a Guiné-Bissau como "porta de entrada" para mercados sub -regionais "abertos e dinâmicos" com mais de 300 milhões de potenciais consumidores. A governante guineense referia-se a União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

*Foto em Lusa

Guiné-Bissau: GREVE DE MOTORISTAS PARALISA PAÍS



ANGOLA PRESS

Bissau - Os condutores de transporte público e privado da Guiné-Bissau iniciaram hoje (terça-feira) uma greve geral de três dias para protestarem contra aquilo que consideram ser "comportamento abusivo" dos agentes da polícia de trânsito.

Braima Sané, presidente do sindicato dos motoristas da administração pública, privados e afins (Simapa) disse à Agência Lusa que a greve "é para levar até ao fim", isto é, até quinta-feira, "a não ser que o Governo aceite as reivindicações" dos motoristas.

Os transportadores e os proprietários dos veículos consideram excessivas as operações 'stop' nas estradas do país, querem que haja um balcão único para o pagamento das multas e que a polícia do trânsito passe a dar recibo em caso de pagamento de qualquer infracção cometida na via pública.

"Às vezes pagamos a multa a um agente que na nossa frente mete o dinheiro no seu bolso. Há ainda aqueles que passam a multa numa folha em branco", disse o presidente do sindicato dos motoristas.

O Simapa acha ainda excessiva a multa que é cobrada na Guiné-Bissau.

"Nos países da sub-região a multa mais alta que se paga, em caso de uma infracção rodoviária normal é de sete mil francos CFA, aqui pagamos às vezes até 50 mil francos ou mais", afirmou Braima Sané.

Os efeitos da greve dos transportes públicos, táxis, candongas (transportes colectivos interurbanos) e toca-toca (transportes colectivos inter -bairros de Bissau), já se fazem sentir com milhares de pessoas a andarem a pé em direcção aos locais de trabalho.

Na paragem (gare) central de Bissau a Lusa constatou que não existe a habitual entrada e saída de "candongas" que levam ou trazem pessoas de ou para o interior do país.

Siaca Danso, responsável do Simapa na paragem de Bissau disse à Lusa que vários passageiros querem viajar mas não há transporte.

A associação dos pais e encarregados dos alunos também apelou ao entendimento entre o sindicado dos motoristas e o Governo, alertando para o facto de muitas crianças não puderem ir hoje à escola por falta de transportes públicos.

Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda autorizam terapia...




... desaconselhada pela OMS

FPA - LUSA

Lisboa, 13 dez (Lusa) - Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste estão entre os 25 países que ainda autorizam uma terapia para a malária desaconselhada pela Organização Mundial de Saúde por contribuir para a resistência do parasita aos medicamentos.

O Relatório Mundial da Malária 2011, hoje divulgado pela Organização Mundial de Saúde, coloca a resistência do parasita da malária à medicação entre as maiores preocupações na luta contra a doença.

A resistência do parasita responsável pela forma mais grave da doença, Plasmodium falciparum, à artemisinina foi confirmada em 2009 na fronteira entre o Cambodja e a Tailândia e há hoje casos suspeitos em zonas da Birmânia e do Vietname.

Já desde 2007 que a OMS recomenda a retirada do mercado das monoterapias baseadas em artemisinina e a sua substituição por terapias combinadas baseadas em artemisinina. Segundo a organização, a monoterapia é um dos principais fatores a promover o aparecimento de resistências no parasita Plasmodium falciparum.

No entanto, e apesar de o apelo da OMS estar inscrito numa resolução da Assembleia Mundial de Saúde, em novembro deste ano 28 farmacêuticas ainda comercializavam estes medicamentos, a maioria na Índia, e 25 países ainda autorizavam a sua utilização, a maioria na África subsaariana.

Entre os 25 países, 13 já anunciaram a intenção de proibir a utilização das monoterapias baseadas em artemisinina, entre os quais Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe; e 12 ainda não se mostraram disponíveis para inverter a situação, nomeadamente Timor-Leste.

A Guiné-Bissau e Moçambique estão entre os 35 países cujas autoridades do medicamento já tomaram medidas para retirar a autorização das monoterapias baseadas em artemisinina, enquanto o Brasil nunca autorizou estes medicamentos.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, sublinha, na sua introdução ao relatório hoje divulgado, uma outra preocupação: a resistência aos inseticidas dos insetos que transmitem a malária.

"Atualmente estamos muito dependentes de piretróides, que são os únicos inseticidas usados nas redes mosquiteiras impregnadas. A resistência aos piretróides foi identificada numa grande variedade de locais, muitos dos quais nos países de África onde a malária é mais endémica", escreve a responsável.

Segundo o relatório, 45 países em todo o mundo identificaram resistência a pelo menos um dos quatro tipos de inseticidas usados para combater o mosquito que transmite a malária e a resistência aos piretróides foi identificada em 27 países da África subsaariana, nomeadamente em Moçambique e na Guiné-Bissau.

A OMS está atualmente a desenvolver um Plano Global para a Gestão da Resistência aos Inseticidas, que deverá ser lançado no início de 2012.

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