quarta-feira, 15 de junho de 2011

A POLITIZAÇÃO DA ECONOMIA




MAIR PENA NETO* – DIRETO DA REDAÇÃO

O modelo neoliberal colocou a economia acima da política, condicionando os países às regras do mercado e buscando eliminar suas soberanias. As discussões políticas, assunto de botequim, que sempre entusiasmaram os cidadãos em todos os tempos, se transformaram em debates técnicos, fora do alcance da maioria, com efeito desmobilizador estratégico. A economia sempre teve e terá papel determinante na política, mas não pode ser o único elemento a direcionar as ações dos governos, que precisam ter um olho no crescimento e outro no bem estar das populações.

Se a política se “economizou”, digamos assim, a economia se politizou, principalmente nas páginas dos jornais. O que não seria uma contradição, já que são atividades complementares, torna-se maléfico pelos objetivos que esconde. A "economização" da política afasta o cidadão do que o atinge diretamente, e a politização da economia o impede de ver o país real.

O noticiário econômico é, frequentemente, dominado por questões do interesse do mercado, como o aumento da taxa de juros, o que leva o tema da inflação a se perpetuar nas páginas, mesmo quando os indicadores já mostram o arrefecimento da alta momentânea. A leitura dos jornais passa uma idéia de que o Brasil se debate com uma inflação preocupante e está à beira da paralisação, quando a realidade é bem diferente.

Basta dar uma olhada no cenário internacional para ver como o país se posiciona. A dívida dos Estados Unidos já atingiu o limite legal de US$ 14,3 trilhões, e o governo pede a elevação do teto sob pena de sérios prejuízos aos títulos do Tesouro. A Europa enfrenta uma crise séria nos países mais pobres da zona do euro, com o os conflitos nas ruas da Grécia avisando Espanha, Irlanda e Portugal o que as espera amanhã.

Enquanto isso, o Brasil, um dos primeiros países a sair da crise financeira global, justamente por enfrentar politicamente a questão econômica, projeta seu futuro com entusiasmo diante de elementos concretos, como a exploração do pré-sal, as políticas públicas desenvolvimentistas e a necessidade de melhorar a infraestrutura para o crescimento e para a Copa do Mundo e a Olimpíada que se aproximam.

A realidade que o país vive é de expansão e não de recessão ou temores. O noticiário econômico poderia estar recheado de boas notícias se fosse do interesse dos grandes meios destacá-las. As novidades estão aí e é impossível evitá-las. Não ocupam as manchetes, mas têm alto impacto mesmo que não priorizadas. A busca por engenheiros por parte das empresas é incessante para projetos nas áreas de mineração, do petróleo, da construção civil e de infraestrutura. E os projetos são todos de longo prazo, o que permite enxergar um ciclo virtuoso para o país.

O pré-sal, que muitos trataram como fictício, eleva os investimentos da Petrobras e atrai conhecimento para o país. Por meio de notícia que também não foi manchete, sabe-se que já não existe mais espaço para empresas se instalarem no centro de pesquisa da UFRJ, no Rio de Janeiro. E não se trata de internacionalização das nossas riquezas. Todas atuam como parceiras da Petrobras e são obrigadas por lei a destinar 1% da receita bruta obtida com a exploração de petróleo a atividades de pesquisa.

As perspectivas brasileiras são as melhores possíveis. E se olharmos o país um pouco além das previsões das aves de mau agouro, é possível vislumbrar um cenário positivo de crescimento econômico de longo prazo, que o país não experimenta desde os anos gloriosos de 1930 a 1980.

* Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia.

SUBSCREVO!




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

«Andou hoje parte da blogosfera preocupada com um artigo de Pezarat Correia que, alegadamente, terá sido censurado pelo DN.

Provavelmente, Pezarat Correia não foi censurado. Até porque o bom senso da opinião, mesmo que possa não colher maioria, é suave… Desconheço os pormenores. Mas, provavelmente, aconteceu a Pezarat Correia exactamente o mesmo que, no início deste mês, sucedeu a autores como Alice Vieira, Óscar Mascarenhas e Honório Novo, pelo menos, presenteados, com uma carta, do tipo circular, em tom intimista, como se lê no Clube de Jornalistas.

A carta, já da era da nova Direcção do JN – formada por Manuel Tavares, Alfredo Leite, Fernando Santos, Ana Sousa Dias, Jorge Fiel e Paulo Ferreira –, reza assim:

O “Jornal de Notícias” inicia uma nova etapa da sua longa e memorável existência com novos objectivos e novas âncoras conforme “o nosso compromisso”, publicado no dia do 123º aniversário do nosso jornal.

O JN necessita de voltar a ter um grande foco nas razões de proximidade que fizeram dele mais que um jornal, o sítio onde as pessoas encontravam refúgio e ganhavam voz para os grandes desafios e trabalheiras do quotidiano.

Uma das tarefas que a Direcção editorial, e eu próprio, temos, desde já, pela frente é a de aconchegar a opinião que é publicada pelo JN a estas razões de proximidade, pelo que vamos reduzir drasticamente as colunas de opinião produzidas no exterior do ambiente das nossas Redacções do Porto e Lisboa e em contrapartida fazer crescer as análises dos nossos jornalistas a propósito dos temas e assuntos noticiados.

Reconheço que perder a opinião da minha Cara Alice Vieira é seguramente um risco inerente à qualidade do pensamento e da escrita que assina e muito tem honrado o JN, mas há uma nova aposta que vale a pena ser vivida em nome de um jornalismo e de um jornal mais próximo das nossas gentes sem deixar de olhar todos os horizontes.

Cara Alice Vieira, a interrupção da nossa parceria não significa que o JN deixe de ouvir as suas opiniões a propósito dos vários temas e assuntos da vida real que continuaremos a noticiar e a tentar aprofundar na busca de todas as explicações e também das boas causas.

E porque esta não é uma despedida, gostaria que continuasse a considerar o JN como a sua casa e que sempre que lhe aprouvesse abrisse a porta e me viesse visitar. Sem ter de se anunciar, que é o modo de receber os amigos.

O Director - Manuel Tavares

É sobre este teor que não resisto a contar um episódio que me chegou precisamente hoje. Há anos, durante uma conversa/discussão de jornalistas em serviço durante um congresso do Partido Socialista, um jornalista referiu o verbo “aconchegar” e o outro atirou-se-lhe como o gato ao bofe, gritando que “aconchegar” era mesmo coisa de gajo, de tanto o fazerem aos tomates…

Quem não percebeu pode voltar atrás, e ler o texto da “carta”.

Quem percebeu fica a saber, para já, se é que o ignora, que sou um dos visados no manifesto dos 122, que por acaso foram 123. E acrescento ainda que factos como estes não são mais do que o prolongamento de passadas seguras, antigas e actuais, rumo à descaracterização dos títulos da Controlinveste.

Hoje da Controlinveste, hoje e amanhã de outro qualquer grupo de Comunicação Social. Tudo feito, claro está, em nome da optimização de recursos, ou da contenção de custos. Sempre, rumo ao silenciamento das vozes dissonantes. Ainda que sob a melhor capa das boas intenções.»


*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado

CONCLUIDA PESQUISA SOBRE GOVERNACÃO E CORRUPCÃO EM MOCAMBIQUE




FTA – SN - AIM

Maputo, 15 JUN (AIM) - A segunda pesquisa de base sobre Governação e Corrupção em Moçambique já foi concluída e o documento final entregue ao Governo, revelou a Ministra da Funçao Publica, Vitória Diogo.

Trata-se de uma pesquisa que visa avaliar a percepção dos cidadãos quanto a evolução da situação relativa a governação, práticas corruptas e a qualidade dos serviços prestados pelo sector público no país.

Com esta pesquisa, pretende-se delinear uma abordagem de promoção de Governação, Combate a Corrupção e Promoção da Integridade, aspectos que não só dependem do Governo, mas de todos os sectores de actividade.

A pesquisa abrangeu um total de 2.500 pessoas, mil das quais utentes dos serviços públicos, 500 empresas e mil agentes e funcionários do Estado, incluindo os que estão afectos ao nível central, das instituições tuteladas e subordinadas, dos governos provinciais, dos postos administrativos, entre outros ramos de actividade.

De acordo com Vitória Diogo, o documento apresenta recomendações que deverão ser implementadas pelo Governo para reduzir os níveis de corrupção no país.

“O Governo ainda vai estudar o documento e analisar as recomendações, para depois definir e trazer novas abordagens de prevenção e combate à corrupção” disse, acrescentando que posteriormente o documento será publicado para ser do domínio público.

A primeira pesquisa do género foi realizada em 2004 no âmbito da reforma do sector público e um dos seus resultados é a elaboração e implementação da Estratégia Anti-Corrupção no país.

“O Governo deverá implementar as recomendações e, nesse contexto, vai se tratar de dar uma nova abordagem específica ao combate à corrupção. Este combate deve ser uma acção contínua porque estamos a lidar com pessoas e seres humanos e não podemos dizer que a corrupção acabou, mas que estamos a reduzir os níveis e a reforçar os sistemas para detectar as praticas irregulares”, explicou.

Vitória Diogo revelou estas informações durante o quarto Conselho Coordenador do Ministério da Função Pública que iniciou hoje, na cidade da Matola, província de Maputo.

O encontro decorre sob o lema “Por uma Administração Pública moderna, promotora da cultura de trabalho e do aumento da produtividade”.

Na ocasião, Vitória Diogo frisou que o Plano Quinquenal do Governo tem por objectivo a promoção da boa governação, descentralização, profissionalização, combate à corrupção e a promoção da cultura de prestação de contas.

“É neste quadro que o Governo define a Reforma do Sector Público como um programa estratégico de transformação e modernização da nossa administração pública”, sublinhou.

O Conselho Coordenador decorre até a próxima sexta-feira, devendo ser apresentada e debatida a proposta de Plano Económico e Social do sector relativo a 2012, sindicalização da função pública, reforma curricular das escolas do Governo, entre outro assuntos.

No último dia, a Ministra reune-se com os funcionários públicos afectos à Cidade da Matola, durante o qual será divulgada a estratégia de habitação para a função pública.

Moçambique: Dois indivíduos foram assassinados no Unit Bank for África em Maputo




TIM

Dois indivíduos foram baleados mortalmente na cidade capital no princípio da manhã desta quarta-feira.

Trata-se de um indivíduo de nacionalidade indiana funcionário de uma empresa de venda de peças de viatura que pretendia depositar dinheiro na Unit Bank for Áfricas e o outro é um agente de segurança que na altura tentou ir em socorro do cliente do banco.

Na ocasião a directora da empresa mostrou-se revoltada pelo acto bárbaro cometido ao funcionário da sua empresa

Resta agora o sistema de segurança do banco para que se possam encontrar algumas pistas que levem a captura dos autores do crime

Sabe-se que o funcionário da Saund City trabalhava a dois anos e respondia pelo nome de Sulemane Bukiria.

Moçambique: Queda da cesta básica adiada para uma data a anunciar oportunamente





O porta-voz do governo disse, contra todas as expectativas da imprensa que esteve em peso no conselho de ministros que a questão da cesta básica não foi sequer objecto de debate na presente sessão.

Perante a insistência dos jornalistas Alberto Nkutumula acabou mesmo dizendo que o governo nunca sequer voltou a discutir qualquer alteração do programa da cesta básica desde a sua aprovação.

Só que em princípio a implementação desta medida estava prevista para este mês de Junho. Nkutumula diz que ainda estamos no mes de Junho pelo que tudo ainda é possível.

Só que o registo dos beneficiários ainda não está a ser feito e questionado se era humanamente possível faze-lo e iniciar a implementação desta medida ainda este mês o vice ministro da Justiça voltou a jogar na defensiva.

Sobre a cesta básica nada mais foi dito. Ou seja temos cesta básica ainda este mês, isso na percepção do governo.

Bem mais confortável o porta-voz do governo falou dos dois decretos aprovados esta terça feira. Nomeadamente o que atribui um subsídio que varia entre mil e setecentos a mil e trezentos meticais para água e luz aos magistrados do ministério público e o que altera os limites da reserva especial de Maputo.

Timor-Leste vai diversificar aplicações do dinheiro existente no Fundo Petrolífero





Díli – A excessiva exposição à divida soberana norte-americana das aplicações do Fundo Petrolífero de Timor-Leste deverá ser alterada no curto prazo se a revisão da Lei recentemente aprovada pelo governo do país tiver o voto favorável do Parlamento Nacional de Timor-Leste.

Tendo por finalidade a obtenção de consenso a proposta de revisão da Lei será agora submetida ao órgão legislativo timorense que deverá debater a minimização do risco de exposição através da diversificação da aplicação do dinheiro do Fundo Petrolífero.

Na semana passada o Conselho de Ministros aprovou uma alteração à Lei do Fundo Petrolífero que prevê que metade da verba disponível passe a ser aplicada num conjunto diversificado de activos, moedas e países. De acordo com Ágio Pereira, Secretário de Estado do Conselho de Ministros, as alterações à Lei visaram assegurar que a gestão passe a estar alinhada com as melhores práticas de gestão de fundos.

Os montantes aplicados pelo Fundo Petrolífero de Timor-Leste em títulos de divida norte-americanos deverão vir a ser alterados de forma a minimizar o risco de exposição à divida soberana norte-americana e maximizar os proveitos do Fundo declarou ainda Ágio Pereira.

Para especialistas na gestão destes Fundos a excessiva exposição à divida soberana norte-americana não é considerada prudente nem sustentável a longo prazo. Com o valor de 5.376 milhões de dólares em Dezembro de 2010, o dinheiro do Fundo Petrolífero encontra-se até à data aplicado quase na sua totalidade, em cerca de títulos de divida publica norte-americano (90%), encontrando-se os restantes 10% aplicados noutros activos financeiros.

Desde 2007, os proveitos resultantes em activos financeiros em mais de 700 empresas em 23 diferentes países têm demonstrado uma estratégia acertada da gestão dos activos do Fundo de acordo com o Secretário de Estado do Conselho de Ministros.

Depois de uma fase de análise e de estudos prolongada que durou mais de 4 anos a mitigação de riscos depois da crise financeira global iniciada em 2008 é considerada por Ágio Pereira como uma decisão prudente das melhores práticas internacionais de gestão de Fundos Soberanos.

A aprovação em Conselho de Ministros, na passada semana, da revisão da Lei do Fundo Petrolífero contém ainda disposições que restringem a utilização dos activos petrolíferos pelo Executivo timorense apenas sendo possível a sua utilização em investimentos financeiros considerados estratégicos em projectos de infra-estruturas que serviam para a reconstrução de Timor-Leste. A aplicação de activos do Fundo também só poderá ser considerada em projectos que viabilizem retornos económicos maiores que o custo do investimento.

(c) PNN Portuguese News Network

EAST TIMOR TO TAKE OIL MONEY OUT OF US




Liam Cochrane – Radio Australia

East Timor is set to take its oil money out of the United States and spread it across more diverse investments.

Until now the country has invested 90 per cent of its money in US treasury bonds and 10 per cent in different assets.

But under revisions to the Petroleum Fund Law recently approved by East Timor's Council of Ministers, 50 per cent of oil money will be invested in a range of assets, currencies and regions.

It is aimed at mitigating the risks created by the global economic crisis and generating greater economic returns.

But former Minister for Natural Resources, Minerals and Energy Policy, Jose Teixeira, told Radio Australia's Connect Asia risk and transparency issues will remain.

"There is nothing wrong with diversification of the fund," the Fretilin MP said.

"Our concern is with the other aspects, which includes the lowering of the credit rating the fund can be invested in. Currently it has to be AA+ but under one of the proposals, as I've read, it will be brought down to as low as B."

The change to law still needs to be approved by the National Parliament.

East Timor's Finance Minister, Emilia Pires, was unavailable for comment.

The Thinker: GOOD OLD SUHARTO?




Yohanes Sulaiman – The Jakarta Globe

The debate on the legacy of Suharto and the New Order began immediately after his fall in May 1998.

Many people, notably those who felt the repressive hands of the regime, argued that the New Order was a failure, rife with nepotism and human rights violations. The loss of East Timor was the crown jewel on the top of the effigy of the failed idol of the New Order.

Reformasi and the new Indonesian democracy is supposed to derive its legitimacy from the idea that rule by the people will avoid the mistakes of the New Order and clean up all its messes. Having learned that Suharto’s strongman system didn’t work, democracy is supposed to be the power that saves the nation.

Therefore it was a terrible shock when Indobarometer dropped a bombshell last month in announcing that, based on a recent poll, Suharto beat other Indonesian presidents in terms of popularity by a large margin. The same survey also noted that 41 percent of the survey’s respondents believed that their lives were better under the New Order.

In short, 13 years after the fall of Suharto many people are longing for the good old days of the New Order. Not surprisingly, the findings caused a firestorm with experts, academics, politicians and talking heads questioning the methodology and political motivations behind the survey.

Regardless of the motivation, there is growing nostalgia for the New Order among Indonesians. This phenomenon of fondly recalling a fallen regime is not unique to Indonesia; the former states of the Soviet Union, Yugoslavia and East Germany, as well as Poland, have seen the same.

What’s important to note is that people are not nostalgic for the real past. Rather they are attracted to an idealized past — a constructed past that never existed in the first place, when the government was believed to be all-wise and all-benevolent, and everything was believed to be orderly.

Considering that today people are fed a steady diet of bad news, it is no wonder that people are longing for the days when everything seemed to be under control. But this is a mirage; the erstwhile government established order by sweeping everything under the rug and occasionally using extra-judicial measures.

The reason why today’s world is seemingly so chaotic is because there is so much openness, so much information swirling around, exposing all the misconduct. At the same time, the usually protected politicians today live under the glare of the spotlight, leading to many embarrassing exposes.

The government itself is not prepared to run a democracy. Instead of controlling and telling media what to write, it can only provide information. Yet the government doesn’t have well-developed media relations personnel. Not surprisingly, people are complaining about the lack of leadership.

It is important not to dismiss the Indobarometer survey as a walk down fantasy lane. The problem with such nostalgic feelings is that it creates unrealistic expectations of the current and future government — expectations that no government will ever be able to match.

Instead, both Suharto and the New Order must be humanized, to be seen and evaluated just as a normal human being with all their strength and weaknesses.

It is unfair to simply dismiss all these achievements of the New Order. Regardless of someone’s opinion on Suharto, it cannot be denied that he was rightfully a state hero, as he contributed much to national development. It is undeniable that the New Order regime managed to lift tens of millions of Indonesians from the jaws of poverty while achieving almost full literacy and various other social achievements in just a few decades.

On the other hand, the New Order’s many abuses cannot be denied. Corruption and nepotism were rife within the bureaucracy. Personal connections and corruptions made a mockery of the rule of law. The norms of professionalism were decimated in universities, judiciaries, the armed forces and other organizations that might potentially generate political problems, as Suharto personally vetted every single candidate for promotion. Political censorship and human rights abuses were commonplace. Those faults could not be simply swept away under the rug and ignored.

Such accomplishments and weaknesses of Suharto and the New Order regime must be treated fairly and mentioned in our attempts to understand the New Order. Therefore, in a belated celebration of Suharto’s birthday last week, let us hope that this and future generation of Indonesian leaders may learn the “human” Suharto and avoid his mistakes.

*Yohanes Sulaiman lectures at the Indonesian National Defense University and is a researcher at the Global Nexus Institute.

MISÉRIA, REALIDADE TIMORENSE QUE TEM SIDO ESCAMOTEADA




ANA LORO METAN* - reposição

Nada melhor para se avaliar sobre o crescimento dos filhos como estarmos uns tempos sem os vermos. O mesmo se aplica a um país, à capital desse país, aos bairros dessa capital, às pequenas povoações, às gentes conhecidas de estratos sociais carenciados na actualidade como o eram há dois ou três anos.

Timor Leste está repleto de população carenciada e isso não é o que aparece em reportagens da comunicação social timorense, muito menos na internacional. O governo diz que tudo vai bem, ou quase, faz a sua propaganda, e a principal agência noticiosa estrangeira permanentemente em Díli, a Lusa, alinha com o governo em atitude politicamente correta, cometendo a falta imperdoável de não exercer a sua função mostrando ao mundo e consequentemente aos timorenses com acesso à internet e a noticiários estrangeiros, sobre a realidade do país.

O governo AMP de Xanana Gusmão é uma fraude que tem numa oposição abstinente e quase ausente livre arbítrio para fazer a sua propaganda enganosa, mistificando a realidade do país. Compete à oposição, com mais ou menos deputados no Parlamento Nacional denunciar a realidade. Continua a haver fome em Timor Leste, continuamos a ver o interior do país sem água potável, sem energia eletrica, sem saneamento básico, com grandes problemas nas suas agriculturas familiares e domésticas. Os problemas de saúde são os mesmos de há anos e a subnutrição é numa escala que desafia a imaginação dos governantes que querem fazer-nos acreditar que tudo vai muito melhor e em vias de desenvolvimento. Mas que desenvolvimento podemos tomar em consideração se continuamos a ver timorenses carenciados como há dois ou três anos? A fraude Xanana Gusmão e o seu governo AMP deve ser desmascarada de uma vez por todas. Nem se compreende como a oposição se considera fiel representante dos eleitores que votaram nela se demonstra estar longe da realidade do país, por isso quase nada fazendo para pressionar o governo a pôr cobro às enormes carências do povo do interior.

Na capital já existe a pobreza envergonhada. Existem carenciados de alimentação e de outros consumíveis, de habitação condigna, de emprego (mas isso já sabemos desde sempre) que se calam e fazem todos os possíveis por aparentarem melhor vida. Para isso recorrem à prostituição e a outras práticas marginais em que saciam temporariamente algumas das suas necessidades. Em Díli e em Baucau, pelo menos, há crianças e jovens a prostituírem-se. Adultos, nacionais e estrangeiros, são seus “clientes”. São eles e elas, através da prostituição, que se esforçam por alimentar as famílias. Os timorenses quase nada mais comem que arroz. Peixe, carne e leite é coisa que as crianças quase não conhecem. O leite é quase inexistente em Timor Leste nos hábitos de alimentação.

A miséria na capital ou no resto do país não se resolve com uns parcos subsídios oferecidos pelo governo AMP mas sim enfrentando o problema de raiz, com interesse, honestidade, solidariedade e abnegação, em vez olharem constantemente para os seus umbigos e tomarem medidas avulso que acabam por iludir as populações e mitigar-lhes a subnutrição e o subdesenvolvimento mas não mais que isso. É tempo de exigir aos que estão de posse dos poderes que cumpram as suas funções, as suas promessas. De miséria já basta!

Em poucos dias em Timor Leste, desde que se contactem as populações, sem sofismas ou baias político partidárias, temos oportunidade de constatar a realidade do nosso povo e ver o seu medo de falar, o seu encolher de ombros parceiro do descrédito e da desesperança. Afinal, o que é que Gusmão tem andado a fazer a este povo e a este país? O que é que faz calar a oposição neste caos em que a população vive? Por que só surgem casos pontuais de denuncias às más atuações dos diversos ministérios quando o que acontece na realidade é grave e alarmante? As próprias ONGs, a quem cabe muito mérito em denúncias e ajudas efetivas, talvez se devam aliar sem pruridos, cruzando dados e informações, assim como suas acções no terreno, para mostrar ao mundo e aos timorenses que parecem viver noutro país que há irmãos nossos, timorenses, no nosso país, a sobreviverem em condições deploráveis.

Há uma realidade timorense que tem sido sabiamente escamoteada: a miséria. Por isso se deve perguntar insistentemente para onde têm ido os milhões de dólares, alegadamente empregues no bem-estar e desenvolvimento do povo e do país? Para pôr cobro à miséria não tem sido. Nem por sombras.
 

*Conteúdo em reposição, original em Timor Lorosae Nação – diário – publicado em 28 de dezembro de 2010. Todos os conteúdos de opinião de autores do nosso coletivo e de amigos da Fábrica dos Blogues - publicados no Página Um e no Timor Lorosae Nação diário - estão a ser progressivamente transferidos para o Página Global.

Timor-Leste: Presidente pede esclarecimentos sobre as leis eleitorais antes de as promulgar




MSO - LUSA

Díli, 15 jun (Lusa) -- O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, convocou o presidente do Parlamento, representantes das bancadas parlamentares, Comissão Nacional de Eleições e Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, para ser esclarecido sobre as alterações eleitorais aprovadas pelo Parlamento.

As "leis eleitorais" foram aprovadas pelo Parlamento Nacional e aguardam promulgação pelo Presidente da República, estando em causa as alterações à Lei Eleitoral do Presidente da República e do Parlamento Nacional para as próximas eleições de 2012.

No encontro, que decorreu no Palácio Presidencial, em Díli, participaram o presidente do Parlamento, Fernando Lasama, e o seu vice, o diretor geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Tomás do Rosário Cabral, representantes dos Ministérios da Administração Estatal e dos Negócios Estrangeiros, das várias bancadas parlamentares e da Comissão Nacional de Eleições.

De acordo com o presidente do Parlamento, Fernando Lasama, o Presidente da República manifestou preocupações quanto ao sistema de voto dos timorenses residentes no estrangeiro, mas deverá promulgar as leis eleitorais até agosto.

"Tratou-se de uma reunião com o Presidente da República em que falámos sobre as leis eleitorais que foram aprovadas pelo Parlamento Nacional. O Presidente ainda está preocupado com o mecanismo de votação dos timorenses que estão no estrangeiro e que a lei eleitoral agora lhes vai permitir participar nas eleições. É uma preocupação válida, para se procurar melhorar a solução", comentou Fernando Lasama, em declarações aos jornalistas.

O presidente do Parlamento adiantou que o Chefe de Estado pediu ao STAE para estudar melhor e aprofundar o sistema para garantir o voto secreto.

Alberto Pereira, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, igualmente presente, revelou que o seu Ministério vai reforçar as embaixadas e consulados no estrangeiro com mais funcionários para facilitar e dar apoio às eleições.

Nos termos das propostas aprovadas pelo Parlamento, deverá ser feito o registo dos cidadãos timorenses que vivem no estrangeiro e nunca se recensearam, sendo incluídos nos cadernos eleitorais e permitindo-lhes a obtenção do cartão eleitoral para poderem votar nas eleições de 2012.

Timor-Leste: REAL MADRID VAI ABRIR ESCOLAS DE FUTEBOL




MSO - LUSA

Díli, 15 jun (Lusa) -- O Governo de Timor-Leste vai assinar um acordo com a Fundação Real Madrid para criar escolas de futebol nos distritos de Díli, Baucau e Bobonaro, anunciou o secretário de Estado da Juventude e Desporto.

Segundo divulgou hoje o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Miguel Manetelo, foi já assinado um memorando de entendimento com a Fundação Real Madrid, representada pelo seu diretor-geral, Júlio Ganzalez Roço, devendo o acordo ser formalizado em agosto.

"O Governo de Timor-Leste e a Fundação Real Madrid planeiam criar uma 'escola' de futebol para desenvolver o talento para o futebol dos jovens timorenses", declarou Miguel Manetelo aos jornalistas.

De acordo com o secretário de Estado da Juventude e Desporto o plano é criar pólos da escola de futebol Real Madrid nos distritos de Díli, Baucau e Bobonaro, em cooperação com a Fundação Xanana Gusmão, que ficará encarregada de implementar o acordo.

As escolas de futebol do Real Madrid fazem parte de um projeto da sua fundação, que visa beneficiar as crianças mais desfavorecidas e contribuir para a sua inclusão social.

Em países de língua portuguesa, a Fundação Real Madrid já tem uma escola de futebol em funcionamento no Brasil e tem propostas para a abertura de outras em Portugal, em Angola, e agora em Timor-Leste.

As "escolas" Real Madrid são dirigidas a crianças e adolescentes entre os seis e os 17 anos, contratando localmente as suas equipas técnicas.

Moçambique: “SINTOMAS DE POBREZA” EM NHAMAGUA NO CENTRO DO PAÍS




AYAC - LUSA

Macossa, Manica 15 jun (Lusa) - Partos e pequenas cirurgias estão a ser feitos à luz de lanternas por causa da falta de energia elétrica em Nhamagua, província de Manica, centro de Moçambique, uma situação que tem, alegadamente, originado algumas mortes prematuras disseram hoje populares.

Segundo elementos da população, a degradação das estradas, falta de ambulâncias e de comunicações têm agravado os problemas daquela comunidade, que se vê obrigada a percorrer longas distâncias para ter assistência médica. Não raras vezes "os pacientes morrem antes do hospital", acusam.

"Somos assistidos com a luz de lanternas e por vezes acabam pilhas em plena atividade, devido à falta de energia elétrica, o que nos deixa preocupados. Os doentes morrem a caminho do hospital por falta de ambulância para socorrer", queixou-se Fargena Fombe, residente em Nhamagua.

Ainda segundo a fonte, que falava no comício popular durante a presidência aberta de Armando Guebuza à província de Manica, a população vê-se obrigada a subir a papaieiras ou a escalar montanhas para ter rede telefónica, aproveitando uma antena que está a mais de 40 quilómetros de distância.

Entretanto, o Presidente da Republica, Armando Guebuza, que reconheceu as dificuldades da população, descrevendo a situação como "sintoma de pobreza", disse que o país ainda precisa de muito trabalho para vencer os obstáculos.

"Somos pobres quando ficamos doentes e não podemos curar, porque não temos hospital ou fica longe, ou ainda, não tem médico ou medicamentos. Isso é pobreza. Precisamos ter auto-estima e acreditar que podemos vencer. Devemos aumentar em quantidade e qualidade do que temos", exortou o chefe de Estado.

Para Guebuza, o fundamental para vencer a pobreza é a unidade nacional e a paz, numa alusão às ameaças de manifestações pela oposição, dizendo que "enquanto uns tiverem mais e outros sem nada, a paz não será sustentável".

Nhamagua foi o primeiro posto administrativo escalado pelo primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, em 1975, na sua visita à província de Manica. Depois de 36 anos voltou a ser visitado pela figura máxima do país.

Presidente dirige primeira reunião extraordinária do Conselho de Ministros fora de Luanda




NME - LUSA

Luanda, 15 Jun (Lusa) -- O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, dirige quinta-feira no Menongue, capital da província do Kuando Kubango, uma reunião da Comissão Permanente do Conselho de Ministros, a primeira sessão extraordinária realizada fora da capital angolana, Luanda.

No Kuando Kubango, província situada no leste de Angola, também designada por "terras do fim do mundo", o Presidente angolano terá, à margem da reunião do CM, um programa de visitas a alguns dos empreendimentos em construção naquela região e encontros com autoridades locais.

Especial destaque terá a visita às obras do Caminho-de-Ferro de Moçamedes (CFM), em conclusão e com arranque previsto para dezembro deste ano, depois de 25 anos de paralisação.

Em declarações à Rádio Nacional de Angola, o diretor do CFM, Daniel Kipaxe, disse que uma viagem experimental deverá acontecer em agosto próximo, antes da inaugural, prevista para o final do ano em curso.

"O Governo disponibilizou uma verba para a aquisição de locomotivas novas, carruagens e vagões novos, vagões cisternas, para água também. Este material todo já foi encomendado e dentro de nove a 10 meses estará em Angola, para fazer parte do lote de equipamentos ferroviários para a empresa poder funcionar sem grandes constrangimentos", referiu Daniel Kipaxe.

A via ferroviária do CFM, com uma extensão de 907 quilómetros, vai da cidade costeira do Namibe ao Menongue, e foi construída em 1905, terminando em 1961.

A guerra que durou mais de três décadas em Angola levou à paralisação da linha, que começou a ser reabilitada em 2007, um investimento público de cerca de 90 milhões de dólares.

A reabilitação desta importante via ferroviária para o incremento das trocas comerciais com os países vizinhos como a Namíbia, Botsuana e Zimbabué, está a cargo de uma empresa chinesa.

Brasil: GUERRA NO CAMPO FAZ NOVA VÍTIMA NO PARÁ E AGRAVA CONFLITO AGRÁRIO




CORREIO DO BRASIL, com colaboradores - de Marabá, PA

Informe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado nesta terça-feira revela que mais um trabalhador rural foi assassinado no Pará. Obede Loyla Souza, 31, foi morto na última sexta-feira com um tiro de espingarda, segundo a denúncia. O corpo foi encontrado somente no domingo e foi enterrado nesta terça-feira. Souza morava no acampamento Esperança, em Pacajá, cidade situada entre Marabá e Altamira. Uma força-tarefa da Polícia Federal segue na região para investigar e tentar evitar novos crimes motivados pela luta dos trabalhadores pela terra e a preservação da floresta.

A CPT informou, ainda, que Souza e outros moradores da área haviam discutido no início do ano com representantes de madeireiros. A Polícia Civil confirmou a morte, mas nega a existência de informações de que o crime esteja vinculado a conflito agrário. O delegado José Humberto de Melo, da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá, disse que o assassinato ocorreu por “motivo interno”.

Esse é o quinto assassinato no campo registrado pela CPT no Pará desde maio, quando foram mortos os extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (sudeste do Estado). Segundo a polícia, as outras duas mortes que ocorreram depois também não são ligadas a conflitos pela terra.

Há três semanas, uma série de crimes ligados à conservação da Floresta Amazônica vem mostrando ao país o conflito que se desenvolve há décadas na região. Marcos Gomes da Silva, lavrador de 33 anos, foi morto a tiros por volta das 21h de quarta-feira do dia 1º deste mês, em um assentamento em Eldorado dos Carajás, o mesmo palco onde, em abril de 1996, 19 sem-terras foram assassinados em confronto com a polícia.

No último dia 24, dois líderes rurais, o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva, foram mortos após emboscada em uma área do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, no sudeste do Pará. Dias depois, o corpo de outro trabalhador rural foi encontrado no mesmo local do crime.

Dejesus Martins Araújo, vizinho de Marcos Gomes da Silva, foi quem registrou o boletim de ocorrência, às 9h52 da manhã desta quinta-feira 2. De acordo com Dejesus, ao tentar socorrer Marcos, ainda na noite de quarta-feira, seu carro foi interceptado por dois homens armados no momento em que o transportava para um hospital em Eldorado dos Carajás. Os homens teriam exigido que o lavrador fosse retirado do veículo e que os outros ocupantes corressem na direção oposta. Dejesus obedeceu e o trabalhador rural foi morto alí mesmo.

Dejesus só retornou à cena do crime nesta manhã, quando constatou a morte do vizinho e avisou as autoridades policiais. O inquérito está sendo investigado pelo delegado de Eldorado dos Carajás, Elias Jorge de Carvalho, que está realizando um levantamento da área. O superintendente regional da Polícia Civil do sudeste do Pará, delegado Alberto Henrique Teixeira, diz que as investigações sobre a morte do trabalhador rural ainda não foram concluídas.

Pelo menos 23 feridos ligeiros em incidentes entre "indignados" e a polícia em Barcelona




MC - LUSA

Barcelona, Espanha, 15 jun (Lusa) - Pelo menos 23 pessoas ficaram hoje feridas ligeiramente em incidentes em Barcelona entre a polícia e manifestantes, que tentaram bloquear o acesso dos deputados ao parlamento catalão.

Segundo um porta-voz do serviço de urgências médias de Barcelona, "23 pessoas ficaram ligeiramente feridas", incluindo três polícias, nos incidentes hoje de manhã.

Da parte da tarde, uma parte dos manifestantes continuava agrupada no exterior do parque, onde se situa o parlamento catalão, num clima de tensão, enquanto os deputados continuavam a debater o orçamento para 2011 que prevê uma redução de 10 por cento da despesa pública, de prestações sociais e do setor da saúde.

Mais de 2500 seguidores do movimento 15-M tentaram hoje boicotar o debate no parlamento catalão.

O plenário do parlamento catalão começou hoje com atraso, apenas com metade dos deputados no hemiciclo e num clima de nervosismo devido às dificuldades para chegar à Câmara, à qual a maioria chegou em furgonetas da polícia.

O presidente da Generalitat, Artur Mas, e a do parlamento, Nuria de Gispert, chegaram à câmara catalã num helicóptero dos Mossos d'Esquadra, que aterrou às 9:43 locais em frente do edifício.

Em Madrid, o presidente do Congresso, José Bono, confessou que além de o preocupar, está "indignado" que "invocando emoções, ideologias ou renovação se falte ao respeito às pessoas".

Bono também censurou que "se impeça a entrada de deputados do Parlamento da Catalunha na sede ou que se tente chegar até às portas do Congresso dos Deputados quando este está reunido".

"Seja politicamente correto ou não, interprete-se bem ou mal, o único império que há num Estado de Direito é a lei e os indignados têm que a cumprir", disse ainda Bono.

*Foto em Lusa

Grécia: Mais de 25 mil protestam contra novo pacote de austeridade em frente ao parlamento




MC - LUSA

Atenas, 15 jun (Lusa) - Mais de 25 mil pessoas participam hoje na manifestação em frente ao parlamento de Atenas contra a adoção do pacote adicional de austeridade do governo, enquanto o país vive a terceira greve geral deste ano.

De acordo com a agência noticiosa espanhola EFE, o número foi avançado por fontes da polícia, que sublinharam que apenas se registaram incidentes e um momento de tensão quando cerca de meio milhar de pessoas tentaram romper o cordão policial que cerca o edifício do parlamento no momento em que passava o veículo do primeiro-ministro grego, Georges Papandreu.

Grupos de manifestantes atiraram ovos e garrafas de água contra a comitiva do chefe do executivo e os agentes detiveram 12 pessoas, que pouco depois foram libertadas.

Os manifestantes estão concentrados desde as primeiras horas à frente do parlamento, protegido por um forte dispositivo policial, para tentar bloquear o acesso dos deputados.

A Comissão de Finanças tem previsto debater hoje o programa de austeridade aprovado pelo governo para poupar aos cofres públicos 2,8 mil milhões de euros até 2015, através de privatizações e encerramentos de empresas públicas, cortes salariais e nas pensões, bem como aumentos de impostos.

Millares de "indignados" gregos, que estão acampados há três semanas em várias praças do país, juntaram-se aos participantes na manifestação, convocada pelos sindicatos.

Papandreu reuniu-se com o Presidente da Grécia, Carolos Papoulias para analisar a grave situação política e económica do país.

Enquanto a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) exigem a aplicação de duras políticas de austeridade como condição para continuar a dar ajuda financiera, o primeiro-ministro enfrenta a recusa de parte do próprio grupo parlamentar em aprovar aquelas medidas, indicaram «media» gregos.

Na terça-feira, um dos deputados socialistas anunciou que votará contra o pacote, reduzindo para 155 o número de votos favoráveis ao plano do governo. Papandreu necesita de 151 votos a favor para avançar com as medidas, que devem ser votadas no final deste mês.

Devido à gravidade da situação, os jornalistas gregos abandonaram a participação na greve de hoje.

A greve peral está a perturbar a atividade industrial e comercial, a administração pública, os transportes ferroviários e marítimos bem como os hospitais públicos que apenas atendem casos urgentes.

Apenas o tráfego aéreo na Grécia não foi afetado pela greve porque os controladores aéreos recusaram participar no protesto para não afetar o turismo.

*Foto em Lusa 

Passos Coelho reafirma intenção de propor Fernando Nobre para presidente da AR




VAM - LUSA

Lisboa, 15 jun (Lusa) - O primeiro-ministro indigitado confirmou hoje que a eleição do presidente do Parlamento está fora do acordo com o CDS-PP, sublinhando que é uma matéria do "foro parlamentar" e reafirmando que os sociais-democratas irão apresentar o nome de Fernando Nobre.

"É uma matéria do foro parlamentar, não cabe ao futuro Governo estar a envolver-se na escolha do presidente da Assembleia da República, é uma questão parlamentar e é uma questão que competirá aos partidos políticos", afirmou o primeiro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República.

Confirmando o que o líder do CDS-PP já tinha adiantado, ou seja, que a eleição do presidente da Assembleia da República "não está no âmbito do acordo que foi feito entre o PSD e o CDS-PP", Passos Coelho recordou que nessa matéria "há compromissos que são anteriores assumidos pelos partidos".

"Eu sou um homem de palavra, convidei o doutor Fernando Nobre para ser o candidato do PSD à presidência da Assembleia da República e nessa medida irei apresentar na altura própria o nome do doutor Fernando Nobre ao grupo parlamentar do PSD, que o proporá para presidente da Assembleia da República", referiu, insistindo que o processo decorrerá "no âmbito parlamentar, não no âmbito do Governo".

Portugal: NOS DOMÍNIOS DO ARBÍTRIO




BAPTISTA BASTOS – DIÁRIO DE NOTÍCIAS, opinião

Na noite de Santo António, uma vendedeira de sardinhas assadas e bebidas coadjuvantes gritou, arfante de entusiasmo: "Que venha a crise! Que venha o FMI!" O negócio estava a render, Alfama abarrotava de gente, hora e meia para se arranjar lugar sentado. A afirmação da vendedeira não se desentendia com a realidade. Era, afinal, a imagem devolvida de um país a que não falta estilo popular mas carece de razão soberana.

Portugal está a meio caminho entre a realidade e a ficção. Sempre assim foi. A própria construção da nossa identidade é um milagre quase perfeito. Leia-se José Mattoso e António Borges Coelho. Mas Portugal, apesar de tudo, ilumina-se com o seu próprio brilho, recusa enclausurar-se em si mesmo, e detém um panteísmo específico que o tem levado a realizar o imponderável e o impensável.

O Algarve esteve cheiinho como um ovo de galinha de campo. Durante quatro dias o povo removeu sombras e incertezas e sublinhou o dito: perdido por cem, perdido por mil. Claro que, nestes extremos, há um esteticismo desesperado que deixa os sábios estrangeiros muito pasmados. A razão parece-me simples: não somos como eles. E ainda bem. Quem nos dirige e em nós tem mandado não nos sabe dirigir nem mandar. António Barreto, no discurso do 10 de Junho, falou, um pouco emocionado e levemente lírico, nesse "eu" interior. Criticou os que produzem a indiferença, e que a política, assim entendida e praticada, conduz à pior das dissoluções: a moral. Um texto escrito num idioma de lei e destinado, pelo dia e pelo fasto, a despertar as comoções de quem o ouvisse. Qualquer comparação com a redacção de terceira classe, dificultosamente escrita e penosamente lida pelo dr. Cavaco, é pura indigência mental.

Estamos à beira de coisas terríveis? Todos os dizem. E a massa informativa que recebemos a cada instante não é de molde a criar evasivas, mas torna ilusória qualquer esperança de se fazer uma escolha com base racional. Como disse a vendedeira de Alfama, se isto é a crise, então onde está a crise? Mas ela existe, e não é fluida nem abstracta. A nossa rejeição instintiva da crise é tudo o que nos resta como afirmação de independência e de decência pessoal. Há algo de ingénuo e de muito digno nesta resistência às evidências. Claro que há. É uma característica que nos diz respeito, que nos formou e nos tem ajudado a viver, por vezes no pior dos opróbrios.

As coisas têm passado depressa demais. Anos e léguas não nos deixam reflectir sobre o que nos vai acontecendo, e, até, "legitimam" a brutalidade de muitas decisões tomadas por quem tende a medir o homem com uma bitola comum. Estou a falar da troica e dos constrangimentos que impõe aos povos. Este poder absurdo e quase absoluto não é limitado por nenhuma lei nem por qualquer obrigação moral.

Estamos nos domínios do arbítrio.

Portugal: PASSOS COELHO INDIGITADO PRIMEIRO-MINISTRO




Nuno Sá Lourenço - Público

À saída da audiência com o Presidente da República, Passos Coelho não falou como primeiro-ministro, apesar de já o ser. Cavaco Silva indigitou o líder social-democrata numa reunião a sós, após o encontro com a delegação do PSD. Passos Coelho esteve sozinho com Cavaco Silva cerca de meia-hora.

Foi após a saída do PSD do Palácio de Belém que foi distribuído o comunicado que confirmava o que se esperava: “Tendo em conta os resultados das eleições e o acordo de coligação estrabelecido entre PSD e CDS, o Presidente da República indigitou hoje o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, para o cargo de primeiro-ministro.”

O próximo primeiro-ministro tem agora todas as condições para avançar com o processo de convites para os cargos ministeriais. Sobre o assunto, não quis adiantar novidades com a justificação de que o “Presidente da República será o primeiro a saber”.

Mas a liderança de Passos Coelho começa já com um problema para resolver. O PSD vai mesmo avançar com o nome de Fernando Nobre para a presidência da Assembleia da República: “Que ninguém tenha dúvidas, eu sou um homem de palavra”, assumiu.

Nobre não contará, no entanto, com o apoio institucional do CDS que anunciou horas antes que a meteria não fazia parte dos acordos entre os dois partidos. Que Passos Coelho anunciou a assinatura para amanhã, quando se realizar a última reunião entre as duas forças políticas que serão a maioria parlamentar em São Bento.

*Foto em Lusa

Espanha: Deputados catalães entram no parlamento sob escolta policial e chuva de insultos




PMC – ASP - LUSA

Barcelona, Espanha, 15 jun (Lusa) -- Vários deputados catalães entraram hoje de manhã no parlamento regional sob escolta da polícia de choque e debaixo de uma chuva de objetos e insultos de cerca de 2.500 pessoas do 'movimento 15 de maio'.

Depois de uma noite de protesto pacífico contra o debate do orçamento regional, marcado para esta manhã, mais de mil manifestantes formaram uma barreira para impedir a entrada dos deputados, avança a edição on-line do jornal El Mundo.

De acordo com o jornal, o uso das forças policiais está a servir para "furar a barreira de mais de mil manifestantes e para abrir o caminho" aos deputados do parlamento da Catalunha, impedindo o boicote do debate.

Cerca de 2.500 pessoas do 'movimento 15 de maio' (15-M) estão concentradas desde terça-feira nos arredores do parque da Ciutadella, onde se situa o parlamento regional da Catalunha, naquela que é a primeira grande ação de protesto em Barcelona desde que o movimento decidiu abandonar formalmente o acampamento que manteve quatro semanas na Praça da Catalunha.

O objetivo dos manifestantes é impedir os 135 deputados de aceder ao parlamento para debater as propostas de emenda ao orçamento regional da Generalitat (governo da Catalunha) para 2011, que se prevê contenham importantes cortes para cumprir com as metas do défice.

O site do El Mundo adianta ainda que a polícia está à procura de entradas alternativas no parlamento para o presidente, Artur Mas, e o ex-presidente José Montilla, e que os gritos e insultos já levaram vários trabalhadores da assembleia regional às lágrimas.

*Foto em El País

Mas y otros diputados llegan al Parlament en helicóptero para evitar a los indignados




Mas y 24 diputados llegan en helicóptero al Parlamento catalán para eludir el 15-M


Centenares de indignados rodean el parque y zarandean y pintan a los diputados - El helicóptero ha realizado ocho viajes y ha trasladado a 24 personas - CiU edulcora la imagen del PP para justificar sus pactos  -  Marcaje a los políticos

La protesta de los indignados de Barcelona y la actitud violenta de algunos de ellos en los alrededores del Parlamento catalán ha dejado esta mañana la escena del presidente de la Generalitat, sus consejeros y varios diputados accediendo al recinto en helicóptero. Artur Mas, y la presidenta del Parlament, Núria de Gispert, han aterrizado frente al edificio dentro del recinto del parque de la Ciutadella, alejado de los indignados que intentan bloquear el acceso de los diputados al pleno de Prespuestos de esta mañana. Otros consejeros así como el líder de la oposición, Joaquim Nadal (PSC), también han aterrizado en el parque. Tras reunirse en una comisaría de los Mossos d'Esquadra cercana al Parlament desde donde el helicóptero los ha trasladado hasta la cámara, los últimos diputados han entrado en el edificio. "Es intolerable", ha dicho el presidente de la Generalitat ya dentro del Parlament frente a las cámaras de TV3. Mas ha denunciado "la violencia en la calle". “Estoy triste, muy triste”, ha dicho la consejera de Educación tras aterrizar. La mañana se ha saldado con un balance de 36 heridos leves, tres de ellos mossos.

Políticos de todos los partidos han sido increpados y en algunos casos zarandeados cuando han entrado en el recinto del parque donde se halla el Parlament. El fuerte cordón policial no ha podido evitar algunas escenas violentas. Un grupo de indignados ha pintado con spray rojo al diputado ecosocialista Joan Boada, exsecretario general del departamento de Interior. Al secretario general de ICV, Joan Herrera, que iba acompañado de Jordi Miralles, le han tirado una piel de plátano. Han pintado una cruz negra en la gabardina de la exconsejera de Justicia Montserrat Tura, quien ha dicho que si el movimiento quiere ganar prestigio "no se puede basar el en espray y marcar a las personas como si fueran dianas. Esto recuerda a lo que hacían los nazis". Ernest Maragall, exconsejero de Educación, ha recibido un empujón. “Que dejen trabajar a la democracia”, ha dicho. Y el consejero de Interior, Felip Puig, que ha aterrizado en el sexto helicóptero, se ha visto fortalecido tras las críticas que recibió por la carga policial contra el 15-M en la plaza de Catalunya la víspera de la final de la Champions. "Pues si", ha dicho, "debo ser el único que ha entendido lo que sucedió el 27-M".

El pleno ha tenido que alterar el orden del día y no ha podido comenzar con la habitual sesión de control al Gobierno. La presidenta de la Cámara, Núria de Gispert, ha abierto la sesión con once minutos de retraso y ha recordado que “desde la recuperación de la democracia y el autogobierno, el Parlament ha sido la expresión de la voluntad popular expresada en las urnas”. La presidenta ha recordado que desde la recuperación de la democracia el Parlament ha trabajado normalmente. “Hoy continuamos con esta normalidad”, ha dicho con el hemiciclo medio vacío y los consejeros llegando en helicóptero.
Los consejeros del Gobierno de Artur Mas han tenido que entrar en helicóptero después que la comitiva de seguridad que rodeaba el coche del presidente de la Generalitat haya recibido varios impactos en su intento de entrar en el Parlament. Al final, los responsables del dispositivo han organizado una operación en helicóptero y han reunido a los diputados y consejeros que no podían acceder al Parlament en la cercana comisaría de los Mossos de la calle Bolivia, a unos 500 metros de la Ciutadella. Desde allí, y despegando desde la misma calle, el helicóptero ha trasladado al presidente Mas y a sus consejeros en ocho viajes. En total han sido unos 25 los consejeros y diputados que han tenido que llegar en helicóptero.

Centenares de indignados siguen concentrados a las puertas del recinto, donde se halla el Parlament de Cataluña, que ha sido cerrado por los Mossos d'Esquadra y la Guardia Urbana para evitar que los miembros de movimiento 15-M acamparan frente a la Cámara catalana para impedir el normal desarrollo del pleno. Hoy se celebra en el Parlament el debate de los Presupuestos, que rechazará las enmiendas a la totalidad presentadas por la izquierda con los votos de Convergència i Unió y del Partido Popular. Pasadas las 12 de la mañana, los Mossos d'Esquadra han decidido alejarse de las puertas del parque en un momento de tensión en el que han disparado al aire.

Los primeros enfrentamientos entre manifestantes y los agentes se han producido a primera hora en la confluencia de las calles de Wellington y Pujadas, donde se acumulaban decenas de personas frente a la barrera policial, que ha facilitado el paso de una caravana de coches de los Mossos en los que viajaban los trabajadores de la Cámara autonómica. Los Mossos d'Esquadra han intentado abrir una línea para que puedan entrar los coches oficiales.

Los grupos parlamentarios han pedido en bloque a los indignados que "respeten" el derecho de los diputados a realizar su trabajo en una jornada tan trascendental como la del debate presupuestario, si bien todos han coincidido en que las protestas de este colectivo son "legítimas". Los indignados catalanes tenían planeado acampar frente al Parlament después de abandonar oficialmente el pasado domingo la plaza de Cataluña de Barcelona como lugar central de la protesta. El Ayuntamiento de Barcelona ya había anunciado el lunes que cerraría el parque para evitar la acampada y que lo hacía a petición del Departamento de Interior de la Generalitat. El cierre se hizo efectivo ayer por la tarde impidiendo así el acceso de la gente al parque, sin distinciones, e invitando a salir a los que estaban dentro, entre ellos algunos de los indignados que ya habían llegado a la zona pertrechados con elementos para poder pasar la noche, como sacos de dormir y tiendas de campaña.

El departamento de Interior intentó recordó ayer a los indignados que incurrirían en el delito 494 del Código Penal, castigado con penas de entre seis meses y un año de cárcel o una multa a los promotores. Los acampados consideran, sin embargo, que no siempre todo lo justo es legal y añadieron que su protesta es "no violenta, pacífica y masiva". El Departamento de Interior trató de negociar con los indignados y convencerles de que abandonaran la entrada al Parlament. Al menos dos personas acudieron a una reunión. Y dejaron debida cuenta de ello. Pasadas las 10 de la noche, colgaron en Internet el audio del encuentro con el subjefe de la región policial de metropolitana de Barcelona, el intendente Antoni Verger. En la grabación, que dura poco más de seis minutos, se escucha al responsable del cuerpo policial intentar negociar con ellos. “Tenemos la obligación de intentarlo, hablar con vosotros y mantener una interlocución”, les dice, cuando los jóvenes aseguran que no representan a nadie. Les ofrece que acampen en el paseo Picasso o en el de Lluís Companys, pero les recuerda que su obligación es que la sesión del Parlament “se pueda llevar a cabo” y que el objetivo es hacerlo de forma “no contundente”. “Todo lo que se pueda hablar antes, durante la convocatoria y la concentración, mucho mejor”, añade.

Los indignados habían pedido por carta a los diputados del Parlament que no acudieran a la sesión plenaria para tramitar los presupuestos de la Generalitat y que boicotearan los recortes. En la misiva instan a los parlamentarios que a título individual, "si son conscientes de lo que supondrán los recortes para la mayoría de la población", no acudan al Parlament. "Si venís y nos encontráis a la puertas, dad la vuelta o uniros a nosotros", proclaman.


- Directo: 36 heridos en Barcelona, todos leves  La última hora de la protesta en las inmediaciones del parque de la Ciutadella ante el debate de Presupuestos

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