quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Feridas de ódio e tristeza: Israel está atacando hospitais em Gaza com apoio dos EUA

Kathy Kelly* | The Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Se não conseguirmos encontrar a moralidade necessária para parar de fornecer armas aos contínuos ataques israelitas contra Gaza e os seus locais de cura, poderemos descobrir que criámos um mundo em que ninguém pode contar com a defesa dos direitos humanos básicos.

Muitas décadas atrás, em Chicago, meu trabalho favorito de estudante de meio período era operar a central telefônica “antiga” de um pequeno hospital chamado Forkosh Memorial.

O console de bobinas e plugues incluía um espelho para que os operadores pudessem ficar de olho na entrada do hospital, que nos finais de semana e à noite também era monitorada por um segurança idoso e desarmado chamado Frank. Ele se sentou em uma mesa estilo sala de aula perto da entrada com um livro contábil.

Ao longo de quatro anos, nos fins de semana e à noite, a “segurança” do hospital geralmente consistia apenas em Frank e eu. Felizmente, nada aconteceu. A possibilidade de um ataque, invasão ou invasão nunca nos ocorreu. A noção de um bombardeio aéreo era inimaginável, como algo saído de “Guerra dos Mundos” ou alguma outra fantasia de ficção científica.

Agora, tragicamente, hospitais em Gaza e na Cisjordânia foram atacados, invadidos, bombardeados e destruídos. Notícias de ataques israelenses adicionais são divulgadas diariamente. Na semana passada,  Democracia Agora !  entrevistou o  Dr. Yasser Khan, um oftalmologista e cirurgião ocular canadense que retornou recentemente de uma missão cirúrgica humanitária no Hospital Europeu em Khan Yunis, em Gaza. O Dr. Khan falou de bombardeios que ocorrem a cada poucas horas, resultando em um fluxo constante de vítimas em massa.

A maioria dos pacientes que ele tratou eram crianças de 2 a 17 anos. Ele viu ferimentos horríveis nos olhos, rostos despedaçados, ferimentos por estilhaços, ferimentos abdominais, membros cortados acima do osso e traumas causados ​​por mísseis guiados a laser lançados por drones. Em meio à superlotação e ao caos, os profissionais de saúde atendiam os pacientes sem equipamentos básicos, incluindo anestesia. Os pacientes jaziam no chão em condições não estéreis, vulneráveis ​​a infecções e doenças. A maioria deles também sofria de fome severa.

Dia 138: 29.313 martirizados, 69.333 feridos em Gaza

A ocupação israelita comete 11 massacres nas últimas 24 horas, matando 118 palestinianos.

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

A ocupação israelita assassinou até agora 29.313 mártires e feriu 69.333 palestinianos desde 7 de Outubro de 2023, na sua guerra genocida em Gaza

Nas últimas 24 horas, “Israel” cometeu 11 massacres, matando 118 mártires e 163 feridos, com várias vítimas ainda presas sob os escombros e nas estradas enquanto a ocupação continua a impedir que ambulâncias e equipas de defesa civil cheguem até eles.

'Israel' proíbe enterro de mártires no Hospital Médico Nasser

Além disso, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza informou que oito pacientes perderam a vida no Complexo Médico Nasser devido a um corte de energia e à suspensão do fornecimento de oxigénio aos pacientes nos últimos quatro dias. Os corpos destes oito mártires começaram a inchar e a mostrar sinais de decomposição, representando um risco significativo para outros pacientes nas instalações.

Para aumentar a angústia, a ocupação israelita recusou-se a permitir o enterro dos corpos dos mártires, privando-os do direito humano básico a um enterro honroso. Esta situação também levanta sérias preocupações sobre o respeito de “Israel” pelos princípios humanitários.

Em resposta a esta situação terrível, estão a ser feitos apelos às instituições internacionais para que exerçam pressão sobre as forças de ocupação israelitas, para facilitar o enterro digno dos oito mártires e para resolver esta alarmante violação dos direitos humanos e da dignidade.

PTI do Paquistão enfrenta batalha difícil enquanto rivais se unem, Imran Khan na prisão

Afirmou a reivindicação de formar o governo, mas não tem números nem aliados

Abid Hussain | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

slamabad, Paquistão – Quase duas semanas após as eleições gerais no Paquistão, os contornos do provável novo governo estão a tornar-se mais claros, com os rivais políticos tradicionais, a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PMLN) e o Partido Popular do Paquistão (PPP) a concordarem com uma partilha de poder. Fórmula.

Tendo conquistado respectivamente 75 e 54 assentos nas eleições, os dois partidos, juntamente com os seus aliados mais pequenos, têm mais de 150 membros na câmara baixa do parlamento do Paquistão, onde são necessários 134 de um total de 266 assentos para formar um governo.

O que falta neste quadro é o Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI), do antigo primeiro-ministro paquistanês Imran Khan, apesar dos seus candidatos terem conquistado 93 assentos – mais do que qualquer outro partido – enquanto disputavam as eleições como independentes. O partido também teve seu símbolo eleitoral negado, o taco de críquete, semanas antes da votação de 8 de fevereiro.

Embora o PTI tenha reivindicado formar o próximo governo, a sua abordagem sugere que está preparado para se sentar na oposição – ao mesmo tempo que levanta questões sobre a legitimidade das eleições, onde acredita que o seu mandato foi roubado – disseram analistas. A Al Jazeera procurou vários líderes seniores do PTI para saber as suas opiniões sobre a estratégia do partido, mas eles não estavam disponíveis.

Com o seu líder Khan atrás das grades por múltiplas condenações e a sua campanha eleitoral atingida por vários reveses, o partido surpreendeu muitos analistas com o desempenho dos seus candidatos nas eleições.

O Ocidente está tramando uma provocação de bandeira falsa na Polónia...

O Ocidente está tramando uma provocação de bandeira falsa na Polónia para culpar a Rússia e a Bielo-Rússia?

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A Polónia poderia muito bem ser incentivada pelos seus dois patronos americano-alemães a levar a cabo uma possível provocação de bandeira falsa, a fim de gerar apoio popular para os planos de militarização rápida do bloco que visam a construção de uma “Fortaleza Europa”.

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse durante uma grande reunião com os altos funcionários das suas agências de segurança nacional na terça-feira que os seus homólogos ocidentais estão a planear uma provocação de bandeira falsa na Polónia. De acordo com as suas fontes, a ação será dirigida contra civis e será atribuída à Rússia e à Bielorrússia. Isto baseia-se no que o Presidente do KGB, Ivan Tertel, alertou em Dezembro , o que por sua vez foi uma expansão daquilo sobre o qual o próprio Lukashenko sensibilizou em Junho .

O líder bielorrusso alertou sobre incursões terroristas do tipo Belgorod a partir da Polónia no Verão passado, mas depois o seu chefe de segurança acima mencionado sugeriu há alguns meses que isto poderia ser motivado por um incidente de bandeira falsa semelhante ao que deu início à Segunda Guerra Mundial. Sobre o tema das guerras mundiais, Lukashenko também disse durante o seu discurso de terça-feira que “Agora estamos literalmente cobertos por uma onda de informação da chamada premonição da Terceira Guerra Mundial. Há motivos para preocupação.”

Cerca de 32.000 soldados da NATO foram destacados para as proximidades da Rússia e da Bielorrússia para os exercícios “Steadfast Defender 2024” do bloco, os maiores desde o fim da Velha Guerra Fria, há mais de três décadas, enquanto outros 60.000 ou mais estão a treinar noutros locais da Europa. agora mesmo. Neste contexto tenso, a possível provocação de bandeira falsa na Polónia, sobre a qual alertou, poderá desencadear a Terceira Guerra Mundial se as cabeças mais frias do Ocidente não a cancelarem ou não conseguirem acalmar a crise que seria desencadeada posteriormente.

Após a vitória em Avdiivka o exército russo avança em todas as direcções

South Front | # Traduzido em português do Brasil

A ofensiva de Inverno do exército russo já trouxe uma grande vitória – o controlo de um dos maiores redutos ucranianos em Donbass, a cidade industrial de Avdiivka. Kiev admitiu a sua derrota.

A ordem de retirada da cidade não foi uma tentativa de salvar vidas de militares ucranianos, mas sim uma ficção burocrática. Na verdade, as unidades ucranianas têm abandonado as suas posições, fugindo em massa da cidade durante vários dias.

Tendo perdido o controle da situação, o comando ucraniano não conseguiu organizar uma retirada segura da cidade quase cercada. Esta foi provavelmente a primeira vez que ocorreu uma fuga tão caótica e de pânico de um reduto fortemente fortificado do exército ucraniano.

Na manhã de 19 de fevereiro, o Ministério da Defesa russo confirmou oficialmente a conclusão da operação de limpeza na Coqueria, onde estavam escondidos os combatentes do antigo Batalhão Nacional de Azov. Até hoje, não há mais militares ucranianos no território da empresa. Unidades de engenharia russas estão começando a desminar a cidade que está coberta com os cadáveres de militares ucranianos mortos.

A perda de Avdiivka colocou em risco a defesa ucraniana em toda a direcção de Donetsk, onde as Forças Armadas ucranianas carecem de posições suficientemente fortificadas em novas linhas de defesa. Os recursos militares ucranianos estão a soar o alarme. O novo comandante-em-chefe, temendo um colapso da frente, está supostamente transferindo reservas às pressas para a área, incluindo unidades que defendem a capital Kiev.

Contudo, isto não impede o avanço russo. As batalhas já chegaram a Lastochkino. A aldeia já se encontra na zona cinzenta e, de acordo com relatórios preliminares, os russos estão perto de assumir o controlo total sobre ela.

Putin arrepende-se de não ter agido antes na Ucrânia. Lamento dizer, avisei-te, Vlad

A Rússia derrotará o eixo da OTAN liderado pelos EUA na sua guerra por procuração na Ucrânia. Mas a vitória demorou mais tempo e foi mais sangrenta do que se Putin tivesse agido mais cedo.

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O Presidente Vladimir Putin fez uma admissão interessante numa entrevista recente à comunicação social russa. Ele disse que “lamentava” não ter agido antes para ordenar a operação militar na Ucrânia.

No geral, Putin parecia confiante na entrevista sobre as perspectivas de vitória na Ucrânia contra a guerra por procuração da NATO liderada pelos EUA. O conflito marca dois anos esta semana desde que as forças russas entraram na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Analistas independentes e até mesmo meios de comunicação ocidentais admitem que o regime de Kiev, apoiado pela NATO, está à beira da derrota pelas forças militares russas superiores. A queda da estratégica cidade de Avdiyivka nos últimos dias pressagia um colapso final do regime.

A Rússia controla cerca de 20% do território no leste e no sul do que era a Ucrânia. O território inclui a região de Donbass e a Crimeia, que são agora parte integrante e legal da Federação Russa.

No entanto, o líder russo disse abertamente na entrevista que deveria ter ordenado aos militares russos que confrontassem o regime ucraniano mais cedo.

INOP É MOVIMENTO ZERO? Nazis-Fascistas nas chamadas Forças de Segurança?

INOP: o novo grupo de polícias é um Movimento Zero em versão atualizada e já fez uma ameaça a um dirigente sindical

Nome do grupo deve-se à primeira ação de protesto, quando agentes deram como inoperacionais vários carros-patrulha. Tem apelado ao boicote a jogos de futebol, às baixas médicas e à entrega de armas de serviço. Esta quinta feira ameaçou um dirigente sindical da PSP nas redes sociais

O Movimento Zero, que liderava até há poucos meses os protestos à margem dos sindicatos, e desde muito cedo conotado com a direita mais nacionalista, desapareceu das redes sociais durante vários meses. Agora reaparece associado ao INOP, igualmente inorgânico e anónimo, e que surgiu no início de janeiro roubando o nome a uma das primeiras ações visíveis de protesto dos agentes da PSP, quando deram como inoperacionais vários carros-patrulha em divisões da Amadora, Loures, Odivelas, Oeiras e Lisboa.

Hugo FrancoRaquel Moleiro | Expresso | Imagem: Tiago Miranda

Continua em Expresso -- Artigo Exclusivo para subscritores

Movimento Zero, manifestação de polícias acompanhados por André Ventura, do Chega - nov. 2019

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"Sensação de sequestro" e ameaças na manifestação de polícias no Capitólio

Jornalistas, políticos e comentadores contam como foram insultados e ameaçados por elementos das forças de segurança que protestavam à porta do Teatro Capitólio, momentos antes de começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.

Quando Pedro Marques Lopes saiu do Capitólio, a manifestação de polícias já tinha tomado conta do espaço em torno do teatro onde ia começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro. O comentador da SIC teve de atravessar a multidão de manifestantes, enquanto ouvia insultos. “És uma vergonha, filho da puta”. A certa altura, alguém encostou uma vuvuzela ao seu ouvido. O som deixou-o atordoado. “Toda a cena foi absolutamente inqualificável”, diz ao DN.

“Filha da puta, hás-de pousar, cabrão”. Foi este tipo de insultos que José Eduardo Martins, outro comentador SIC, ouviu “entredentes” enquanto avançava pela multidão. “A sensação era a de que estava no meio de uma manifestação de motards, de Hell’s Angels. Se não me tivessem dito que eram polícias, eu confesso que não adivinhava”, comenta ao DN, explicando que não sentiu medo, mas a situação “foi desconfortável”.

Os relatos de Marques Lopes e José Eduardo Martins são idênticos a vários outros ouvidos pelo DN, nos quais outros jornalistas e comentadores, que não quiseram ser identificados, contam como foram alvo de insultos, provocações e tentativas de intimidação, enquanto tentavam sair do Parque Mayer, onde tinham estado nas emissões especiais que antecederam o debate televisivo entre os líderes da AD e do PS.

“É intimidante ter uma multidão aos gritos”, conta ao DN a deputada socialista Isabel Moreira, explicando que os manifestantes “estiveram muito perto dos plateaus” onde as televisões faziam os diretos e que isso gerou ansiedade. “Havia várias pessoas a perguntar como iam sair dali”. Apesar de uma situação que descreve como tendo provocado “uma sensação de sequestro”, Isabel Moreira decidiu sair pelo meio do protesto. “Não me passa pela cabeça, num Estado de Direito, que seja um problema passar por um muro de polícias”. O momento deixou-a perturbada. “Não é normal estar num debate e ter uma sensação de cerco”.

Eurico Brilhante Dias, que também tinha ido ao Capitólio participar na emissão especial da RTP, tomou uma decisão diferente. “Fiquei retido”, conta ao DN, o líder parlamentar do PS, que começou por tentar sair de carro, sem sucesso, perante a massa compacta que impedia a única saída possível para viaturas. “Peguei na mochila e tentei passar pelo lado direito. Estavam todas as câmaras ali. Fui reconhecido e começaram alguns comentários em tom mais alto. Decidi que não ia furar. Voltei para trás. Vi o debate no camarim”.

Nuno Santos, diretor da TVI, chegou a preocupar-se com a saída dos comentadores que lá estavam e precisavam de ir para os estúdios de Queluz, mas ressalva que o protesto nunca chegou a escalar. “Achei que os ânimos estavam exaltados, mas nunca houve momentos de violência”, relata ao DN.

“Fiquei impressionado com a facilidade com que este grupo de manifestantes cortou a única saída daquele espaço. Mas nunca senti receio nenhum nem por mim nem pelas nossas equipas. Sei que são portugueses que querem lutar pelos seus direitos e aproveitaram a visibilidade da presença da comunicação social”, comenta o diretor-adjunto de informação da SIC, José Gomes Ferreira.

PSP abriu inquérito

Ainda antes do final do debate, foi possível abrir um corredor no meio do protesto, que permitiu a saída de viaturas, sem qualquer incidente.

No entanto, a forma como a manifestação se deslocou para um local que não tinha sido previamente comunicado à PSP e à Câmara de Lisboa, levou o diretor nacional da PSP a decretar a abertura de um inquérito interno e a enviar um auto de notícia ao Ministério Público, “tendo em conta o eventual envolvimento de polícias da PSP nesta ação não comunicada” – como explica uma nota enviada às redações.

Marcelo e Costa em silêncio

A tensão vivida à porta do teatro onde decorreu o frente a frente entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro não mereceu, até à data de fecho desta edição, nenhum comentário do gabinete do primeiro-ministro.

Contactada pelo DN, fonte oficial de Belém justifica o silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa com o facto de o Presidente não ter recebido “qualquer informação das entidades competentes para esta matéria, em particular o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa”.

Uma das dúvidas levantadas por quem esteve no Teatro Capitólio prende-se com a forma como a manifestação entrou no Parque Mayer sem ser travada.  Uma fonte da direção nacional da PSP assegura que o inquérito aberto “inclui também verificar se o policiamento foi o adequado”. E nota que havia uma equipa no local quando os manifestantes lá chegaram. “Sendo previsível que pudesse acontecer aquela manifestação junto ao Capitólio, estava lá uma Equipa de Intervenção Rápida (6/7 elementos) que depois foi reforçada”, revela a mesma fonte.

No Ministério da Administração Interna, a “orientação política” do ministro José Luís Carneiro  foi “no sentido da abertura do inquérito”.

O DN sabe que o governante, que já defendeu a investigação de todos os indícios de ligações extremistas aos protestos dos polícias, quer que este inquérito apure também todos os factos e que a partir deles, seja dado o seguimento processual adequado. No Governo nota-se que “valerá a pena ter em atenção que [protestos relacionados com forças de segurança] têm aparecido em vários locais sem prévia comunicação de manifestação”.

Sindicatos sublinham “desmotivação enorme”

O Comissário Bruno Pereira, porta -voz da plataforma dos sindicatos de polícias, garante ao DN que desconhecia a mobilização para a manifestação junto ao Capitólio. “Só me apercebi de que havia vontade de ir para lá, no momento em que se começaram a deslocar”.

Questionado sobre se tinha havido alguma tentativa de impedir a chegada ao Parque Mayer da manifestação, Bruno Pereira, que preside também ao Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, diz que “ainda se tentou”, mas que se “revelou impossível” travar o protesto.

Apesar disso, Bruno Pereira, que tem sido o rosto dos protestos policiais organizados, desvaloriza a situação. “Não acho que tenha tido assim tanto impacto como estão a querer dar-lhe. Os polícias souberam comportar-se. Não vi nenhum comportamento censurável. E acho que a sociedade civil nos compreende”.

Paulo Jorge Santos, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP) não condena situação, que justifica pela “gritante insalubridade” dos polícias”. O líder do maior sindicato de polícia diz que a Plataforma agendou uma iniciativa no Terreiro do Paço, para dar continuidade à luta dos polícias pela dignificação da carreira.  

“Essa iniciativa correu bem, concentrámos milhares de colegas, dignificámos uma vez mais a nossa luta e passámos a mensagem de que coloca a necessidade de resolução dos problemas que assolam os profissionais”, frisa, notando que sente “a simpatia e identificação dos portugueses” com a causa.

“A interpretação que faço do que sucedeu é que o grau de insatisfação dos profissionais é gritante, a desmotivação é enorme e a ausência de respostas e de uma posição mais concreta dos responsáveis políticos alimenta o exacerbar da luta”, afirma.

PS quer forçar Moedas a fazer queixa

Os vereadores do PS na Câmara de Lisboa querem obrigar Carlos Moedas a seguir o exemplo do diretor nacional da PSP e  a enviar uma participação ao Ministério Público. Para isso, vão levar a votos uma moção nesse sentido, na reunião de Câmara desta quarta-feira.

“Perante o cerco ao Capitólio, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa capitulou. Como de resto já se tinha verificado num cerco à sede nacional do Partido Socialista, convocado pela extrema direita, e que decorreu a 13 de maio de 2023. O Estado Democrático de Direito respeita-se exercendo-se as competências cometidas e fazendo-se cumprir a lei”, lê-se numa nota enviada às redações, na qual os eleitos pelo PS em Lisboa frisam que a autarquia liderada por Moedas é “a única entidade administrativa com competência própria neste âmbito”, por ser aquela à qual as organizações de manifestações são obrigadas por lei a comunicar os trajetos. “O Estado Democrático de Direito respeita-se fazendo cumprir a lei”, frisam.

Margarida DavimValentina Marcelino | Diário de Notícias

Portugal | "É dentro da lei que os protestos dos polícias devem ser feitos"

O líder da IL comentou esta quarta-feira a polémica com os polícias.

O líder da Iniciativa Liberal Rui Rocha considerou esta quarta-feira que os protestos da polícia devem ser feitos dentro da lei, pese embora se diga totalmente solidário com a causa.

"Não podemos por em causa a segurança dos portugueses. Compreendemos a insatisfação das polícias, mas exigimos que essa insatisfação se pronuncie dentro da legalidade", disse aos jornalistas no Porto, reafirmando que "é dentro da lei que os protestos dos polícias devem ser feitos". 

Rui Rocha considerou ainda sobre o direito à greve dos polícias, defendido pelo Chega, ser uma "enorme irresponsabilidade" aceitar tal princípio.  Comparando com os médicos, que têm esse direito, diz haver "uma enorme diferença".

Note-se que a plataforma que junta sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e associações da Guarda Nacional Republicana (GNR) elogiou esta terça-feira a "forma pacífica" como decorreu a concentração espontânea junto ao Capitólio, em Lisboa, e anunciou o adiamento do encontro nacional previsto para 2 de março.

Em comunicado, a plataforma explicou que o encontro nacional de polícias foi adiado para o "pós 10 de março, já num novo quadro político", garantindo que não irá deixar de "manter acesa a chama da legítima, justa e incontornável reivindicação"

Notícias ao Minuto

Portugal | Forças de insegurança e ilegalidade perderam a razão da luta legítima

"Legitimidade"? A posição dos polícias e que consequências após Capitólio

A entidade que reúne os sindicatos da PSP e associações da GNR sublinhou que a manifestação "não foi considerada, muito menos organizada, pela plataforma", mas regozijou-se "com a elevada adesão de participantes na iniciativa, […] demonstrativa da união e coesão dos profissionais das forças de segurança".

Além de acusações mútuas, o frente a frente entre o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, e o líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, ficou marcado por um cerco ao Cineteatro Capitólio, onde membros do movimento inorgânico das forças de segurança se reuniram num protesto que não teve autorização prévia.

Ainda assim, o porta-voz da plataforma que junta os sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e associações da Guarda Nacional Republicana (GNR), Bruno Pereira, elogiou o comportamento dos manifestantes, tendo considerado que a concentração espontânea não coloca em causa a "legitimidade" da luta.

"O que se passou a seguir [à concentração na Praça do Comércio] foi puramente espontâneo e mostra que os polícias estão bastante insatisfeitos, intranquilos e quiseram fazer-se ouvir de forma mais audível, simbolicamente, no sítio onde decorreu o debate entre os líderes do PS e do PSD. […] Não estou a ver onde é que isso possa macular a legitimidade do protesto, mas mostra o sentimento dos polícias aos dias de hoje", apontou o responsável, em declarações à agência Lusa.

Bruno Pereira reconheceu, contudo, que a manifestação "espelha alguma irregularidade do ponto de vista legal", mas sublinhou que "os polícias souberam comportar-se com maior elevação e respeito, sem ter, em momento algum, coagido", o que, na sua ótica, "merece destacar".

Angola | O General e Seu Procurador -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O orgulho pode ser mau conselheiro mas às vezes faz bem. Mantém em nós, o gosto pela vida. A disponibilidade para a luta. Meu Pai encheu a minha vida de orgulho ao tomar duas atitudes que marcaram a nossa família. Em 1958 foi contactado para ser o procurador do General Humberto Delgado no distrito do Congo Português, nas eleições presidenciais em Portugal. Aceitou. Uns dias depois exibiu-nos o documento que fazia dele o representante do candidato à Presidência da República Portuguesa no território do Uíge, Zaire e Cabinda. 

Minha Mamã disse-lhe que arranjou mais sarna para se coçar. Já tinha sido preso pela PIDE. Torturado. Atirado para o desterro. Aquela procuração podia ser fatal. E ele explicou-nos por que aceitou representar o candidato Humberto Delgado no Congo Português: Este homem formou-se no regime. Chegou a General. Podia ser mais um esbirro do Salazar. Mas preferiu liderar a Oposição aos fascistas. Se ele fez este sacrifício pela Liberdade eu tinha que estar a seu lado. Perca o que perder, perco muito menos do que ele. Ficámos todos apoiantes. Delgado é o nosso Presidente!

Nessa altura a Fábrica de Tabacos Ultramarina (FTU) lançou os cigarros AC. Logo inventámos um “slogan”: AC Américo Chora Angola Canta. O candidato do regime fascista era Américo Tomás. Américo Chora! Américo Chora! Angola Canta! Angola Canta! AC! AC! 

Meu Pai dizia-nos que no Congo Português já estava preparada a derrota de Humberto Delgado. E isso ia acontecer em toda a Angola. No eixo Benguela-Catumbela-Lobito não conseguiram roubar e ganhou Delgado! No círculo distrital Humberto Delgado teve 2.599 votos e o fascista Américo Tomás 1.296. Por estas e por outras o meu amigo e camarada Paulo Jorge dizia ser governador da República Socialista de Benguela, já na vigência da democracia representativa.                             

Os maços de cigarros AC tinham escrito em rodapé FILTRO. Coisa de luxo. Caricocos, francesinhos, negritos não tinham filtro. O Swing também não. O maço AC guardava cigarros com um filtro. Como o nosso Presidente Humberto Delgado perdeu, logo inventámos uma mensagem: Fomos Intrujados Listas Trocadas Roubada a Oposição (FILTRO). 

Depois do 25 de Abril os antigos presos políticos foram compensados coim uma indeminização e até pensões de sobrevivência. Meu Pai recusou essas benesses. Que orgulho! Um orgulho que me faz gostar da vida. Dá-me força para viver. Juntamente com o orgulho de ser angolano é o combustível que me impulsiona para a luta pela Liberdade.

O General Humberto Delgado continuou a liderar uma parte da Oposição portuguesa, disposta a derrubar o colonialismo e o fascismo pela luta armada. Chamavam-lhe o General Sem Medo. Foi atraído a uma armadilha montada pela PIDE e os esborros de Salazar. Assassinaram-no perto de Olivença, fronteira de Portugal com a Espanha. O seu corpo e o da sua secretária,  Arajaryr Campos, foram abandonados no mato, em Villanueva del Fresno. Os matadores foram Rosa Casaco, chefe da quadrilha, Ernesto Lopes Ramos, Casimiro Monteiro e Agostinho Tienza.

Os assassinos de Humberto Delgado foram julgados no Tribunal Militar de Lisboa, depois do 25 de Abril. Sentenças leves. Mesmo assim houve recurso para o Supremo Tribunal Militar. A sentença final foi proferida a 8 de julho de 1982. O governo era da Aliança Democrática (AD), coligação que juntava os partidos PPD/PSD,o CDS e PPM. Onde é que eu já vi isto?

O patrão da PIDE/DGS, major Silva Pais, não foi sentenciado por ter falecido em 1981, antes de concluído o julgamento. Pereira de Carvalho, um dos responsáveis da Direção de Serviços de Informação foi absolvido. Barbieri Cardoso, subdiretor-geral, foi condenado a quatro anos de prisão maior, por quatro crimes de falsificação! 

A farsa continua. Ernesto Lopes Ramos, assassino que montou a armadilha ao General Humberto Delgado e presente no local do crime foi condenado a 22 meses, por uso de identidade falsa. Fazia-se passar poro advogado! Pelo mesmo crime, Agostinho Tienza foi condenado a 14 meses. Este estava no local do crime e segundo Rosa Casaco, disparou!

Casimiro Monteiro e Rosa Casaco, foragidos à Justiça, tiveram as penas pesadas porque os condenadores sabiam que eles nunca cumpririam as penas. Casimiro Monteiro foi considerado o único autor material dos homicídios de Humberto Delgado e Arajaryr Campos. Levou 19 anos e oito meses de prisão. Nessa altura já estava a trabalhar com os racistas sul-africanos e a UNITA na agressão contra Angola. Mudou de identidade e de cara!

Rosa Casaco, o líder do grupo de assassinos, foi condenado a oito anos de prisão por seis crimes de falsificação e dois crimes de furto de documentos. Também mudou de identidade. Ninguém sabe se está morto ou vivo.

Um tal José Gomes Cravinho, ministro dos negócios com o estrangeiro acaba de assassinar a memória do General Humberto Delgado ao compará-lo com o nazi Navalny. Também assassinou a memória do seu procurador no Congo Português, meu Pai. Um fajardo inútil ousou cuspir na memória de dois homens que nunca se serviram do Estado. Nunca se meteram em negociatas. Nunca serviram amos. Nunca se venderam. Portugal, a dois meses do 25 de Abril, tem um biltre no governo. Um fascista insanável. Estás à pega, canalha!

Notícias do Holocausto -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Faixa de Gaza tem 2,5 milhões de habitantes em 365 quilómetros quadrados. São 6.000 habitantes por metro quadrado. Uma bomba, caia onde cair, faz sempre vítimas civis. É a região do mundo maias densamente povoada. O território é bombardeado desde o dia 7 de Outubro passado, ininterruptamente. Por mar, terra e ar. Os bombardeamentos dos nazis de Telavive faziam menos vítimas humanas se fossem sobre a província do Cuando Cubango porque tem 199.000 quilómetros quadrados e uma população de 601.000 habitantes. Mas na província de Cabinda as bombas dos nazis faziam muitas vítimas. A província tem apenas 2.273 quilómetros quadrados com mais de 800.000 habitantes.

A Faixa de Gaza é governada pelo partido HAMAS, que ganhou as eleições.  É um governo com legitimidade popular. O território não tem forças armadas. A Palestina está ocupada pelos nazis de Telavive há décadas e a chamada “comunidade internacional” permite a ocupação embora fingindo que não. O Povo Palestino luta pela Liberdade. Pela existência do Estado da Palestina. Há décadas que existem organizações políticas que lutam contra a ocupação estrangeira. O HAMAS é mais uma entre muitas.

As organizações armadas da Palestina lutam pela existência de um Estado livre e independente. Não querem a ocupação sionista. Recusam a submissão aos nazis de Telavive. Lutam pelo fim de um regime de apartheid em pleno Século XXI, que se radicalizou depois da derrota do regime racista de Pretória. Os angolanos têm na sua História o combate vitorioso contra o regime de apartheid português e sul-africano. O racismo era uma arma de Pretória e dos seus agentes da UNITA contra os angolanos. Foram destroçados no Triângulo do Tumpo, à vista do Cuito Cuanavale, em 1988. A mancha do apartheid na honra da Humanidade continuou em Israel com o apoio dos EUA e da União Europeia.

Os palestinos estão a pagar pelos crimes de Hitler e seus sequazes. Os sionistas despejam ódio e ressentimento sobre aqueles que foram escorraçados das suas terras e dos seus lares a favor dos judeus. Os beneficiários estavam tão cegos que nem pensaram nas injustiças de que estavam a ser vítimas os donos da terra. A cegueira não os deixou ver que esses seres humanos foram encafuados em campos de concentração mas sem guardas nazis.  Para reparar o Holocausto, as cabeças bem pensantes do ocidente iniciaram um Holocausto cujas vítimas são os palestinos. 

Os judeus foram perseguidos e muitos exterminados por Hitler entre 1940 e 1945. Cinco anos de horror que marcaram para sempre a Humanidade. Os palestinos sofrem os horrores do Holocausto desde 1948! Há 76 anos. Sem dó nem piedade. Quase oito milhões de palestinos vivem nos campos de concentração. Sobrevivem graças à acção da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), criada para aliviar as consciências dos apoiantes (declarados ou disfarçados) do Holocausto sofrido pelos palestinos. Os nazis de Telavive querem acabar com a instituição. Para as suas vítimas morrerem mais depressa. 

Os nazis de Hitler metiam os judeus em campos de concentração. Exterminaram crianças e mulheres.  Os nazis de Telavive fazem o mesmo com os palestinos na Faixa de Gaza, a primeira grande prisão a céu aberto no mundo. Após o dia 7 de Outubro o território passou a ser um campo de extermínio. Os bombardeamentos dos sionistas já mataram 30.000 palestinos com os corpos contados. Mais milhares que estão sepultados nos escombros das casas e prédios bombardeados. Mais de 68.000 feridos, quase todos mutilados. 

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