quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A JUSTIÇA ESPANHOLA NO BANCO DOS RÉUS


Garzon teve a coragem de querer levar à justiça os crimes da ditadura franquista

Flávio Aguiar - Correspondente da Carta Maior em Berlim

A Justiça Espanhola está duplamente no banco dos réus. No banco propriamente dito estará o juiz Baltasar Garzón Real. Mas o próprio Tribunal estará sob o crivo de um julgamento, porque a motivação política das acusações contra Garzón é inequívoca. Garzón enfrenta três processos simultâneos abertos contra ele. Finalmente, comenta-se na Espanha, alguém vai ao banco dos réus por causa dos assassinatos cometidos durante a ditadura de Franco: o juiz que decidiu investigá-los. O artigo é de Flávio Aguiar

A partir desta quarta-feira a Justiça Espanhola está duplamente no banco dos réus. No banco propriamente dito estará o juiz Baltasar Garzón Real. Mas o próprio Tribunal estará sob o crivo de um julgamento, porque a motivação política das acusações contra Garzón é inequívoca.

Baltasar Garzón tornou-se mundialmente conhecido ao pedir a extradição do ex-ditador Augusto Pinochet, que fazia tratamento médico em Londres, para ser julgado na Espanha pelo assassinato de cidadãos espanhóis no Chile, durante o período ditatorial. Inicialmente a Inglaterra deteve Pinochet, que foi liberado depois. Mas o fato dele ter sido preso mostrou que não era invulnerável como pensava e se pensava, além de ter sido uma humilhação para ele e para a ex-primeira ministra Margaret Thatcher, sua amiga pessoal, que o apoiou.

Outra ação de Garzón com repercussão mundial foi movida contra personalidades norte-americanas do governo Bush pelo uso da prisão de Guantánamo para torturas e pelo seqüestro, em outros países, de acusados de práticas terroristas. A base para esse processo – depois arquivado por pressão do governo norte-americano – foi o seqüestro do chamado “Talibã Espanhol”, Hamed Abderrahman Ahmed, nascido em Ceuta, enclave da Espanha no norte da África. Assinale-se que ele também abriu investigações sobre a atuação de membros da Al-Qaeda na Espanha, bem como sobre o movimento basco ETA, acusado de terrorismo.

Garzón enfrenta agora três processos simultâneos abertos contra ele. O primeiro, que agora entra em julgamento, o acusa de prevaricação e abuso de poder na investigação sobre o chamado “caso Gürtel”. “Gürtel” é um codinome; quer dizer “cinto” em alemão, e se refere a um dos principais acusados, Francisco Correa. Trata-se de um caso de investigação sobre corrupção e tráfico de influência na obtenção de contratos públicos em Madri e em Valencia.

Os principais acusados – os empresários Correa e Pablo Crespo – estão na prisão. Porém o caso envolve altos membros do conservador PP – Partido Popular – hoje no poder. Um dos acusados era tesoureiro nacional do partido, Luis Bárcenas, braço direito do atual primeiro ministro, Mariano Rajoy. Este, aliás, não poupa críticas a Garzón, e está sob o risco das investigações respingarem nele. Em tempo: Correa era freqüentava a casa de José Maria Aznar, o antigo líder e primeiro ministro do PP, tendo sido convidado para o casamento de sua filha.

A acusação contra Garzón se refere ao fato dele ter pedido escutas e gravações das conversas entre Correa e Crespo com seus advogados. Os acusadores dizem que isso visava obstaculizar a estratégia da defesa. Garzón alega que a autorização visava descobrir o paradeiro de 20 milhões de euros do esquema de corrupção, distribuídos por bancos suíços e de outros paraísos bancários ou fiscais, e deter o esquema de lavagem de dinheiro posto em prática pela quadrilha.

Na audiência de quarta-feira, segundo o jornal El País (aliás, as reportagens desse jornal sobre esse “caso Gürtel” lhe valeram o Prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo Investigativo em 2010, um dos mais prestigiosos da Espanha), Garzón revelou que mandou extirpar das transcrições das conversas tudo o que se referia à estratégia da defesa, só mantendo o que dizia respeito à questão da lavagem e remessa de dinheiro para o exterior.

Também foi citado o fato de que o juiz que o sucedeu no caso (de sobrenome Pedreira) confirmou a autorização das escutas, e que estas foram julgadas legais pelo Superior Tribunal de Justiça de Madri. Também lembrou-se que Garzón agiu a pedido da Polícia Judiciária e da Agência Fiscal Anticorrupção.

Segundo a análise da reportagem do El País sobre a audiência, Garzón portou-se com uma desenvoltura que surpreendeu e desconcertou os advogados da acusação. Num primeiro momento ele negara-se a ser interrogado por eles. Mas seu advogado de defesa o teria convencido a concordar, coisa que ele fez. A partir daí, segundo o El País, os acusadores revelaram-se despreparados para tal enfrentamento, que, pelo visto, não esperavam.

O segundo processo contra Garzón é mais complicado ainda. Trata-se de uma ação movida por uma organização de extrema-direita, chamada de “Manos Limpias”, acusando-o de abuso de poder por ter aberto investigação sobre as circunstâncias da morte ou desaparecimento de 110 mil pessoas durante a ditadura falangista de Franciso Franco, além de ter determinado a abertura de 19 covas coletivas: numa delas, por exemplo, estariam os restos mortais do poeta Federico Garcia Lorca. O que se comenta, ironicamente, é que finalmente alguém vai ao banco dos réus por causa dos assassinatos cometidos durante a ditadura de Franco: o juiz que decidiu investigá-los...

O terceiro é, de todos, o mais ridículo: acusa Garzón de não ter-se retirado de uma investigação contra o Banco Santander, quando teria recebido dinheiro dele enquanto professor convidado, em ano sabático, na New York University, nos E. U. A. Diga-se, de passagem, que, em defesa de Garzón, a própria universidade nega peremptoriamente esse fato.

Se Garzón for condenado em qualquer um deles, terá sua carreira de juiz cortada por 17 anos no mínimo, ou seja, para sempre: nascido em 26/10/1955, ele está com 56 anos, e teria 73 ao término de seu ostracismo.

Uma condenação dessas faria o regozijo de muita gente, além de Aznar e Rajoy. Entre elas, de Francisco Franco e de Augusto Pinochet. Ambos devem estar no sétimo círculo do Inferno de Dante, onde jazem os violentos, assassinos e tiranos. Segundo Neruda, a pena de Franco é a de ficar acorrentado a uma cama, sob a qual passa um rio formado pelos olhos das vítimas de sua ditadura. Podemos imaginar algo semelhante para Pinochet. Ou então ele preso, com alto-falantes colados em seus ouvidos, onde ecoam por toda a eternidade os gritos dos mortos e torturados a seu mando e desmando.

Ah sim, também agradaria a M. Thatcher, que ainda vaga por aqui.

São Tomé e Príncipe: Estabilidade deve ser prioridade do novo Presidente são-tomense



Deutsche Welle

Este ano, realizam-se eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe. Os observadores consideram que a estabilidade deve ser a tarefa principal do novo Chefe de Estado.

As eleições estão marcadas para o dia 17 de julho. O atual Presidente, Fradique de Menezes termina o seu segundo mandato consecutivo, o máximo permitido pela Constituição, pelo que deverá ser escolhida uma nova personalidade para o cargo. A pouco mais de dois meses para o escrutíno eleitoral são 13 os nomes citados como possíveis candidatos ao Palácio Cor de Rosa.

Candidatos a mais

Mas segundo disse à Deutsche Welle o analista especializado em assuntos são-tomenses, Gerhard Seibert, a grande maioria dos candidatos não tem hipótese de ganhar estas eleições presidenciais: “Outros podem até ter esta possibilidade, mas a sua nomeação ainda não foi confirmada”, realçou, acrescentando que com tantos candidatos, uma segunda volta eleitoral é quase incontornável: “Eu não posso imaginar, pelo menos neste momento, que qualquer um dos candidatos, seja ele Filinto Costa Alegre, Liberato Moniz, Elsa Pinto, Maria das Neves ou Aurélio Martins, possa ganhar já na primeira volta“.

Até agora, apenas o independente Francisco Rita, oficializou a sua candidatura. O partido Ação Democrática Independente, ADI, vencedor das legislativas, ainda não se decidiu por um candidato. Nomes como o do ex-presidente da República, Miguel Trovoada, ou do próprio primeiro-ministro, Patrice Trovoada já foram avançados, mas carecem de confirmação.

Oposição indecisa

Nas fileiras do MLSTP/PSD, o maior partido da oposição, aventa-se a possibilidade de candidaturas do ex-Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, do atual presidente do partido, Aurélio Martins, da ex-primeira ministra, Maria das Neves e da ex-ministra da Defesa Elsa Pinto. Situação que, segundo Seibert, poderá fortalecer os adversários: “Aliás, não seria a primeira vez, porque já em 96 havia dois candidatos do MLSTP/PSD”. Na altura, explica Seibert, Carlos Graça ficou com 5%, não avançou para a segunda volta, mas apoiou Manuel Pinto da Costa que concorreu na segunda volta em nome do MLSTP: “Mas seja como for, mais de um candidato do MLSTP na primeira volta pode beneficiar qualquer outro candidato que não pertença a esta corrente política”, diz o analista,

Nos últimos 10 anos, lembra o analista, São Tomé e Príncipe viu a chegada ao poder de sete governos. Gerhard Seibert diz que é fundamental que o novo Presidente da República seja capaz de ajudar a manter a estabilidade política no país: “No regime semipresidencial de São Tomé é muito necessário ter um Presidente que, durante o seu mandato, se mostre apartidário e que esteja em condições de reconciliar os partidos e um Presidente que não se meta na vida partidária diária e na governação como aconteceu várias vezes nos anos passados”.

Autoria: Edlena Barros/Cristina Krippahl - Revisão: António Rocha

Desmobilização de militares prestes a iniciar-se na Guiné-Bissau




O Governo da Guiné-Bissau irá lançar o processo de passagem à reforma de militares, vista como fundamental para estabilidade do país. A reforma do setor de Defesa e Segurança é uma das grandes prioridades para 2012.

Deverá começar na próxima segunda-feira (23.01) o processo de desmobilização de quadros militares que atingiram a idade da reforma. O executivo de Carlos Gomes Júnior disponibilizou já cerca de 500 mil dólares para a constituição do fundo de pensões. “Com o apoio de alguns parceiros da Guiné-Bissau e com a contribuição da própria Guiné-Bissau temos já algumas verbas alocadas ao fundo de pensões”, salientou o primeiro-ministro guineense.

O atraso no estabelecimento deste fundo de pensões e consequentemente na implementação da reforma tem criado instabilidade constante nos quartéis e no próprio país. Mamadou Queita, membro da comissão que prepara esta reforma há vários meses , disse que tanto os militares como a sociedade civil vê com bons olhos a passagem de teoria para a prática.

“A situação nos quartéis não é boa por isso esta reforma é muito necessária para reduzirmos as nossas Forças Armadas e adaptá-las à nova realidade”, sublinha Mamadou Queita.

Governo compromete-se a dar emprego a militares

O recenseamento geral das Forças Armadas guineenses, realizado em 2008, aponta para a existência de 3.440 militares e destes a maioria está em idade de reforma.

A reforma do setor de Defesa e Segurança" é uma das grandes prioridades do país para o ano 2012", assinalou Carlos Gomes Júnior que garantiu que o executivo irá criara postos de trabalho para os militares desmobilizados. " Nós temos um programa já definido com o governo de Angola, que inclui a exploração de bauxite e a construção do Porto de Buba que vai empregar mais de 3 mil pessoas".

Autor: Braima Darame(Bissau) - Edição: Helena Ferro de Gouveia /António Rocha

Portugal: Tribunal Constitucional já recebeu pedido de fiscalização do OE 2012




À revelia da direcção da bancada, vários deputados do PS assinaram o requerimento e Alberto Costa explicou, esta tarde, que actuou por imperativo de consciência.

Um grupo de 25 deputados do PS e do Bloco entregou, esta tarde, no Tribunal Constitucional (TC) um requerimento de fiscalização sucessiva da constitucionalidade de algumas normas do Orçamento do Estado de 2012.

O requerimento é assinado por deputados do PS, como Alberto Costa, Vitalino Canas, Sérgio Sousa Pinto, José Lello, Paulo Campos, Ana Paula Vitorino, e ainda outros do Bloco de Esquerda, como Luís Fazenda, Ana Drago ou Francisco Lousã.

O deputado Alberto Costa frisou que o grupo actua por imperativo de consciência e não por mandato partidário, nesse sentido espera ouvir boas notícias por parte do Tribunal Constitucional.

«Entendemos que era nosso dever como eleitos suscitar perante o TC a apreciação destas normas. Pensámos em todos aqueles que durante este ano vão a este título sofrer uma retirada de um valor compreendido entre um catorze avos e um sétimo do seu montante anual de remuneração ou de pensão, em acréscimo aos outros sacrifícios já sofridos», explicou.

«É a nossa convicção de que essas normas são inconstitucionais que nos fez agir porque entendemos que os deputados devem exercer também os seus direitos individuais», reforçou Alberto Costa, acrescentando que aguardam que o TC examine o requerimento «com a esperança que os portugueses possam vir a ter uma boa notícia acerca dos cortes que agora estão a sofrer».

A iniciativa partiu de alguns deputados do PS, à qual aderiram deputados do Bloco de Esquerda. De fora ficou o PCP e a própria direcção da bancada do PS. Alberto Costa desvalorizou, sublinhando que assinou quem quis assinar.

Questionado sobre se uma possível inconstitucionalidade do Orçamento do Estado não podia por em causa os compromissos internacionais de Portugal, o deputado socialista foi peremptório na resposta: o único compromisso que tem é com a legalidade.

«Portugal deve observar o princípio do Estado de Direito democrático, que está vertido na Constituição. Essa é a regra suprema. Nós todos, como juristas e como deputados, estamos obrigados a defender o Estado de Direito democrático. Essa é a nossa primeira lealdade», defendeu.

Portugal confirma. Quando o barco afunda o primeiro a pirar-se deve ser o... comandante!




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

A ideia de que o comandante deve ser o último a abandonar o navio em caso de naufrágio é um mito e não uma obrigação jurídica, afirmou, hoje, um antigo oficial da marinha britânica.

E de facto tem razão. Na política, por exemplo, quando um país se afunda não é obrigatório – pelo contrário – que seja o primeiro-ministro o último a abandonar o “navio”. Aliás, neste caso, funcionam como os ratos: são os primeiros.

"Não há bases na lei internacional para a noção de que o comandante deve ir ao fundo com o navio ou mesmo que deve ser o último a abandonar o navio", disse Alan Massey, numa conferência de imprensa em Londres organizada por representantes do sector dos cruzeiros.

Massey falava a propósito do naufrágio do paquete "Costa Concordia" na sexta-feira perto da ilha italiana de Giglio, resultando em pelo menos 11 mortos, enquanto 21 pessoas continuam desaparecidas.

É exactamente como na política. Sem tirar nem pôr. Embora no caso dos políticos existe a vantagem, pelo menos em Portugal, de nunca serem julgados por afundarem um país, muito menos por serem os primeiros a dar à sola.

Os islandeses, que nada têm a ver com os portugueses, pensam de maneira diferente e abriram um processo judicial contra o seu ex-primeiro-ministro, Geeir Haarde, acusado-o de negligência grave durante o seu mandato governativo.

Apesar da negligência grave dos governos portugueses dos últimos anos, nenhum dos comandantes vai a tribunal. Desde logo porque, se o ex-primeiro-ministro continua a ter na lapela o frase de que “está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu", o actual, Passos Coelho, já é detentor, com todo o mérito – reconheça-se, da frase “está para nascer um primeiro-ministro que minta mais do que eu”.

Se hipoteticamente fosse julgado, Passos Coelho poderia ainda tirar da cartola uma outra das suas grandes vitórias, ou seja aquela que diz: “Está para nascer um primeiro-ministro (eleito) que tanto tenha feito para transformar Portugal num estado esclavagista”.

Aliás, um pouco à semelhança de Francesco Schettino, o comandante do "Costa Concordia", Pedro Passos Coelho pode sempre argumentar que escorregou e caiu no Governo, não lhe faltando apoios judiciários, políticos, económicos e jornalísticos para garantir que depois de D. Afonso Henriques o maior é ele próprio.

Referindo-se ao anterior comandante do já esburacado navio, José Sócrates, Passos Coelho disse que “estas medidas põem o país a pão e água”, acrescentando que “não se põe um país a pão e água por precaução”.

E quando Sócrates abandonou o barcaça, o que fez o actual comandante? Substituiu o pão e a água por farelo e, mesmo assim, avisando que não permite contestações violentas.

“Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa”, disse Passos Coelho enquanto candidato ao lugar de comandante. Chegado lá, penhorou o futuro dos vivos e dos que ainda poderão nascer com mais e mais impostos.

Para convencer os passageiros, Passos Coelho afirmou que “aceitaria reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias”. O pessoal, que está farto de uma navegação turbulenta, pô-lo na sala de comando e, imediatamente, ele pegou no chicote e mandou as famílias às malvas, obrigando-as a comer (quando há comida) e a calar.

“Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos”, disse o actual comandante do navio “Portugal”, apontando para o seu antecessor. Quando os passageiros descobrirem que deverá ser ele a ser civil e criminalmente responsabilizado pelos crimes que está a cometer, já ele estará fora do navio – eventualmente a estudar filosofia em… Luanda – e a rir-se a bandeiras despregadas.

“Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos. Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado”, afirmou o na altura candidato Passos Coelho. Como comandante não só faz o que antes considerava crime, como ainda lhe acrescenta mais umas doses de outros crimes de lesa cidadãos.

“Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa. Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas. Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português. A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento”, disse também o novo comandante português, na esperança de que – antes de ser o primeiro a abandonar o navio – ainda vai ter a comenda de “líder carismático”.

“Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate”, disse também Passos Coelho, interrogando-se: “Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?”

Pois é. O navio mete água por todos os lados e não tardará a ir ao fundo. E, não tenham dúvidas, quando isso acontecer, Passos Coelho e os pastéis de nata que o acompanham serão os primeiros a zarpar.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: Angola: POPULAÇÃO DO ALTO HAMA FOGE PARA A MATA

Portugal - Ainda Sócrates: UGT e CGTP, Proença e Manuel Carvalho da Silva



João Paulo - Aventar

O acordo de desconcertação social em que a UGT se envolveu nos últimos dias colocou a questão da representatividade sindical no plano mediático. A UGT é aquilo que é e é aquilo para que foi criada, só que cada vez pior. Os seus quadros mais influentes são militantes do PSD. À excepção de João Proença, são todos da área de influência do PSD, algo facilmente verificável no site dos Trabalhadores Sociais Democratas.

Nos últimos dias, CGTP e UGT têm ocupado o espaço mediático para opinar em torno do referido acordo, surgindo um argumento novo: o que vale, de facto, este acordo junto dos trabalhadores? O que representa a UGT? E a CGTP? Em termos muito simplistas, a UGT existe na Banca e nos Seguros, está presente na Função Pública e no resto ZERO! A verdadeira organização dos trabalhadores portugueses é a CGTP e por isso este acordo está longe de ser representativo de quem trabalha. Acontece que a influência dos trabalhadores é realmente pouca em ambas, tal como é pouca nos partidos ou na igreja – o povo português demite-se de participar e o espaço livre é ocupado… pelos PARTIDOS.

E a situação é de tal modo caricata, que Proença apertado pelos seus, vem dizer que a culpa é da CGTP que lhe pediu, por favor, para negociar. Absurdo!

Ora, no caso da CGTP, o PCP deixa muito pouco espaço de manobra e por isso vai agora colocar o Arménio Carlos como líder da Inter. E, no caso da UGT a estratégia do PS de Sócrates em desistir do movimento sindical esvaziou a presença do PS, prontamente substituída pelos TSD.

O reforço do movimento sindical só passa por dois caminhos – o envolvimento REAL dos trabalhadores nas suas organizações, o que eu não acredito. Ou, em alternativa, temos mesmo que ter sindicatos como braços dos partidos. Neste caso, o futuro passa pelo regresso do PS ao mundo sindical sob pena de não haver contraditório, quer de um lado, quer do outro. A concertação social exige-o.

Nota: a referência de Mário Crespo sobre Arménio Carlos como “o sr da CGTP” é ofensiva. Não gostei!

Timor-Leste: CNRT DEVERÁ APOIAR CANDIDATURA DE TAUR MATAN RUAK



Jornal Digital

Díli – O Partido CNRT está a dar sinais de apoio à candidatura de Taur Matan Ruak, ex-General das F-FDTL, nas Eleições Presidenciais de 2012.

Num encontro entre Taur Matan Ruak e a sua equipa de campanha eleitoral, esta quarta-feira, 18 de Janeiro, em Díli, alguns membros de altos quadros do CRNT como o vice-Presidente Biloi Mali, o secretário de Estado de Segurança, Francisco Xavier do Amaral e o secretário de Estado dos Desastres Naturais, Jacinto Rigoberto, também participaram.

Na reunião, Taur Matan Ruak saudou a contribuição de Xanana Gusmão, Presidente do partido, devido ao carácter independente e de desenvolvimento que o país está a atravessar na luta pela liberdade.

«Este encontro fez-me pensar novamente nas palavras de Xanana Gusmão que, no passado, nos devolveu o ar para respirarmos. Embora tenhamos perdido muitas pessoas, a luta foi vitoriosa», referiu Taur Matan Ruak.

Acerca da sua candidatura, o antigo Comandante disse que acredita que irá vencer as Eleições Presidenciais, que terão lugar a 17 de Março.

«Um General que vai para a guerra nunca perde. Se eu fosse para perder, talvez tivesse resignado como Coronel da F-FDTL», declarou.

Taur Matan Ruak disse que pretende concorrer à Presidência uma vez que já é tempo de uma nova geração subir ao poder.

Segundo disse, o ex-General serviu o Exército durante 36 anos e agora quer entrar na política de Timor-Leste, para contribuir e melhorar a vida dos cidadãos.

(c) PNN Portuguese News Network

Timor-Leste: CNRT NÃO QUER COLIGAÇÃO



Jornal Digital

Díli – O Presidente da República, José Ramos-Horta, disse que o Primeiro-ministro, Xanana Gusmão, não quer uma aliança para formar Governo, depois das Eleições Parlamentares de 2012.

De acordo com José Ramos-Horta, Xanana Gusmão terá dito que uma aliança poderá criar vários problemas no Governo.

«O Primeiro-ministro disse que não quer uma coligação», referiu o Presidente da República, acrescentando que Xanana Gusmão afirmou que houve muitos progressos desde que a aliança foi formada, em 2007, mas também surgiram muitos problemas.

Se um partido quiser governar sozinho terá que ganhar a maioria absoluta nas eleições, disse José Ramos-Horta.

Samuel Mendonça, deputado e secretário-geral do Partido Democrático (PD) disse que o seu partido gostaria de formar uma coligação depois das Eleições mas sujeita a critérios que os outros partidos deverão reunir.

O PD não quer que antigos membros que tenham deixado outros partidos tenham assento no Parlamento, referiu o responsável do PD.

O secretário-geral do CNRT, Duarte Nunes, disse que as declarações de Samuel Mendonça também afectam o seu partido, uma vez que, muitos antigos membros do PD pertencem agora ao CNRT.
Duarte Nunes disse ainda que o seu partido nunca iria «curvar-se» perante outras formações políticas.

O responsável é de opinião que, se ouros partidos pretenderem formar Governo com o CNRT, terão que aceitar o Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional como prioridade para o país.

«O CNRT não se vai sujeitar a critérios de outros partidos. Nós temos os nossos», disse Duarte Nunes.

(c) PNN Portuguese News Network

AS CAUSAS DOS DESASTRES AMBIENTAIS NO BRASIL



Brasil de Fato, editorial, ontem

Enquanto a sociedade brasileira não se conscientizar das causas, para pressionar o governo a atacá-las, infelizmente as tragédias se repetirão

Todo ano, quando chega o verão, é a mesma tragédia se repetindo. Rios extrapolam suas margens, morros despencam, casas são inundadas, dezenas, centenas de mortos!

Os jornais televisivos nos enchem de imagens da desgraceira humana. Milhares de pessoas afetadas, sem casa, sem comida e água potável.

Alguns comentaristas procuram logo os culpados: o prefeito que desviou a verba, o governador que está de férias, o ministro da Integração Nacional que se preocupa apenas com sua base eleitoral em Petrolina, o governo federal que sempre chega tarde. Recursos públicos sempre tem – parece até em abundancia – mas ele não chega antes. E quando vem, chega no endereço errado.

Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Aloizio Mercadante teve o desplante de dizer na televisão “que é assim mesmo, o governo não tem como evitar que todo verão ocorram tragédias socioambientais e com mortes”.

Mas ele não mora em nenhuma área de risco! Infelizmente os meios de comunicação no Brasil estão organizados apenas para dar lucro para seus proprietários. E nesse caso o que conta é explorar ao máximo a tragédia humana para aumentar as audiências e assim aumentarem os valores da publicidade. Quanto mais choro, desgraça, apelos desesperados, melhor para eles.

Enquanto isso, o povo brasileiro paga todo ano um alto preço, com vidas humanas, em geral entre os mais pobres.

Ninguém se preocupou em explicar ao povo as causas desses desastre socioambientais. Por que os rios extrapolam as margens? Por que nos morros e na beira de rios não tem mais arvores? Por que as pessoas se obrigam a construir suas casas nas encostas íngremes ou ao lado dos córregos e rios?

No desastre de dois anos atrás, no sul de Pernambuco e litoral de Alagoas - que destruiu em horas, treze pequenas cidades às margens de rios - houve uma única avaliação correta por parte das autoridades. Partiu do insuspeito ministro da Defesa Nelson Jobim, quando informou ao presidente Lula que a causa do desastre era a monocultura da cana. Que havia acabado com a proteção de mata ciliar nos rios, e empurrado os pobres para construir suas casas na beira dos rios, nos piores lugares das cidades.

Ficou registrado a opinião do ministro. Os desabrigados continuam sem emprego e sem casa. E a monocultura da cana, toda poderosa, com seus coronéis modernos, continua lá. Não é difícil imaginar que no próximo verão que a tragédia vai se repetir.

Temos várias pistas para debater as verdadeiras causas. A primeira vem dos especialistas em mudanças climáticas, que nos dizem que o desmatamento da Amazônia provocou um desequilíbrio nas chuvas. Assim, o que antes caía na mesma região, agora se transforma num verdadeiro rio celestial, e pela força dos ventos, todo período de verão é empurrado para baixo. Portanto, daqui para frente todo verão teremos chuvas torrenciais vindas da Amazônia na região Sudeste, provocadas pelo avanço do agronegócio da soja e da pecuária extensiva e seu desmatamento na Amazônia.

A segunda pista é o Código Florestal. Ele determina que todo córrego e rio tenha no mínimo 30 metros de proteção florestal nas suas margens, e de acordo com a largura do rio, deve aumentar proporcionalmente. Mas nas áreas da região Sudeste, o agronegócio não respeita. Planta cana, soja, pecuária até a margem do rio. Por isso, querem agora mudar o Código, para fugir das multas, e legalmente continuar não repondo as mata ciliar das margens dos rios e nos topos de montanha. Não tendo essa proteção da floresta no topo das montanhas e nas margens dos rios, cada vez que chove, a água desce e sobe com velocidade impressionante, destruindo tudo o que encontra pela frente.

A terceira pista é a especulação imobiliária praticada pelos capitalistas, que tomou conta de todas as cidades brasileiras. E os terrenos mais adequados viram milhões, e os pobres, ora os pobres, se obrigam a construir suas moradias nas encostas, manguezais, e na beira dos rios. E quando vem a chuva, tudo se perde.

A quarta pista é a impermeabilização asfáltica, que a hegemonia do transporte individual do automóvel está impondo nas cidades. Coloca-se asfalto em tudo, para ajudar o trânsito dos automóveis. As cidades são construídas para os automóveis e não para as pessoas.

Portanto, as verdadeiras causas dos desastres socioambientais estão no modelo de produção agrícola agroexportador do agronegócio, na especulação imobiliária nas cidades, e no desrespeito ao Código Florestal. Além disso, é claro, está na maldita indústria automobilística, que pode ajudar a aumentar o PIB, mas gera cada vez mais problemas para o povo.

Enquanto a sociedade brasileira não se conscientizar das causas, para pressionar o governo a atacá-las, infelizmente as tragédias se repetirão.

- Editorial da edição 464 do Brasil de Fato

Petrobras fecha contrato para construção de terminal oceânico de armazenamento...



... de petróleo

FYRO - Lusa

Rio de Janeiro, 19 jan (Lusa) - A companhia de petróleo brasileira Petrobras fechou hoje um contrato com a empresa Tanker Pacific Offshore Terminals (TPOT) para a construção de uma unidade de armazenamento e transferência de petróleo.

A unidade terá capacidade para armazenar até dois milhões de barris de petróleo e ficará instalada a 80 quilómetros da cidade de Macaé, na região norte do estado do Rio de Janeiro.

A construção será feita a partir da utilização de um casco de um navio-tanque que já pertence à Petrobras, segundo adiantou a empresa numa nota.

O terminal em questão irá funcionar como peça chave no transporte do petróleo produzido no "Pré-Sal" para os destinos de exportação ou mesmo para enviar para as refinarias que estão a ser construídas no nordeste brasileiro.

A unidade será um ponto de armazenamento e transferência na superfície do oceano, evitando, assim, o transporte por via terrestre.

Brasil: Ex-deputado foi condenado por ter mandado matar colega...




... para assumir o cargo no Parlamento

GL - Lusa

São Paulo, 19 jan (Lusa) - O ex-parlamentar brasileiro Talvane Albuquerque foi condenado a 103 anos e quatro meses de prisão pela morte da deputada Ceci Cunha e de três dos seus familiares, segundo informações da Justiça Federal no Estado de Alagoas.

O julgamento começou na segunda-feira e só terminou às 7:20 de hoje (9:20 em Lisboa). Além do ex-deputado, outros quatros réus foram considerados culpados.

O crime aconteceu na cidade de Maceió, em dezembro de 1998 - no mesmo dia em que a deputada foi oficialmente nomeada eleita na votação daquele ano.

Talvane Albuquerque era suplente de Ceci Cunha e, no entendimento do Ministério Público Federal, contratou alguém para praticar o crime para poder assumir a vaga deixada pela deputada no Congresso Federal e, com isso, ganhar imunidade parlamentar - o que permitiria protelar o julgamento de outros processos pelos quais respondia na Justiça.

Em março de 1999, Talvane chegou a assumir a vaga deixada por Ceci Cunha, mas perdeu o mandato na sequência das acusações de envolvimento no crime.

Além da deputada, foram mortos o seu marido, Juvenal Cunha, o seu cunhado Iran Carlos Maranhão e a mãe deste, Ítala Maranhão. A irmã da deputada, Claudinete Santos Maranhão, sobreviveu ao massacre e foi uma das testemunhas ouvidas pelo Tribunal do Júri.

"Segundo os depoimentos contidos nos autos, o acusado é desprovido de sensibilidade e de qualquer respeito ao ser humano e sempre se referiu ao homicídio com aberrante naturalidade" disse o juiz federal André Luiz Maia Tobias Granja, que anunciou a sentença.

Os jurados entenderam que os crimes foram cometidos por motivos moralmente reprováveis e sem qualquer hipótese de defesa, o que agravou as penas.

Dois dos executores do crime - Jadielson Barbosa e José Alexandre dos Santos - foram condenados a 105 anos de prisão. Outros dois tiveram penas menores. Para todos os réus, a Justiça recomendou o cumprimento das penas em regime de prisão fechado.

A demora no julgamento do assassinato de Ceci Cunha, por causa dos inúmeros recursos apresentados pelos réus, levou o Brasil a ser citado na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Após a denúncia de impunidade, órgãos federais interferiram no caso para acelerar o processo.

Ramos-Horta e primeiro-ministro japonês querem melhorar cooperação bilateral



FPA – Lusa, com foto

Tóquio, 19 jan (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, prometeram hoje impulsionar a cooperação bilateral numa altura em que os dois países celebram 10 anos de relações diplomáticas.

No início de uma visita de três dias ao Japão, Ramos-Horta reuniu-se hoje com Yoshihiko Noda, que ofereceu o apoio do Japão nos esforços timorenses de reconstrução nacional, através da cooperação económica e do desenvolvimento dos recursos humanos do país, e prometeu ajudar na realização das eleições presidenciais e legislativas previstas para este ano, disseram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, citados pela agência Kyodo.

Segundo as mesmas fontes, Ramos-Horta disse que, apesar de Timor-Leste ter alcançado um progresso económico nos últimos anos, ainda tem dificuldades nos recursos humanos e precisa da ajuda da comunidade internacional.

O Presidente timorense convidou o chefe do Governo japonês e outros governantes para uma visita a Timor-Leste, disseram as fontes.

Já na quarta-feira, a televisão pública japonesa (NHK) noticiou que o Japão iria oferecer um empréstimo de 70 milhões de dólares a Timor-Leste para apoiar o desenvolvimento das suas infraestruturas, nomeadamente para uma estrada entre Díli e as cidades na zona oriental do país.

O Japão decidiu fazer um empréstimo em vez de uma doação porque Timor-Leste já começa a beneficiar do rendimento dos seus campos de petróleo e gás no mar de Timor, esclarece a NHK.

Moçambique: SERPENTES MATARAM 19 PESSOAS EM MANICA, EM 2011



AYAC – Lusa, com foto

Chimoio, 19 jan (Lusa) - Pelo menos 19 pessoas morreram na sequência de mordeduras de serpentes, representando a grande maioria das 22 vítimas mortais resultantes de ataques de animais em 2011, em vários distritos de Manica, centro de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte governamental.

Estatísticas do governo de Manica indicam que, entre janeiro e dezembro do ano passado, outras 82 pessoas ficaram feridas, depois de escaparem a ataques de serpentes, crocodilos, hipopótamos e elefantes. Neste período, 21 animais problemáticos foram abatidos.

"Houve agravamento de conflitos homem-fauna bravia e o governo respondeu com o abate de animais problemáticos, formação de caçadores comunitários e da população, com técnicas de afugentamento de animais, para minimizar o conflito", disse à Lusa, António Mapure, secretário permanente provincial.

Ainda como medida para diminuir os ataques de animais, o governo sinalizou as áreas críticas, disponibilizou armas de fogo para caçadores comunitários, além de licenciar duas empresas para captura de serpentes, para a sua posterior exportação, e outras duas para apanha de ovos de crocodilos.

Em 2010, na sequência do aumento de ataques de serpentes, o governo introduziu em Guro (norte da província) "gatos caçadores" para afugentar os répteis e, em 2011, "porcos domésticos" que se alimentam de crias de serpentes, para diminuir a população.

"Os ataques de serpentes desta vez não aconteceram em Guro, e por isso pensamos em expandir a iniciativa de gatos e porcos, para os distritos de Macossa, Barue e Machaze, onde foram registados os ataques", explicou Mapure.

Manica tem várias florestas consideradas ecologicamente favoráveis à multiplicação de cobras mambas, espécie de serpentes altamente venenosa. Além disso, dada a dimensão (conseguem engolir um cabrito) e têm atacado pessoas que por vezes só escapam com ajuda de outras.

A situação decorre da disputa de habitat e concorrência pelas fontes de água, já que em tempo de chuva as serpentes procuram locais para se alimentarem próximo das aldeias, nas comunidades rurais moçambicanas.

Ainda segundo a fonte, o conflito Homem/animal cresce devido à grande pressão exercida pelas queimadas descontroladas sobre as florestas, na medida em que está a ser dizimada a vegetação e os animais de pequena espécie, que servem de alimento aos herbívoros e carnívoros de grande porte, que povoam as matas da província do centro de Moçambique.

Guiné-Bissau: CNE propõe eleições a 29 de abril, principais partidos rejeitam



MB – Lusa, com foto

Bissau, 19 jan (Lusa) - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau defende eleições presidenciais a 29 de abril, segundo o PND (Partido da Nova Democracia), mas os principais partidos rejeitam a data.

A data proposta pela CNE foi avançada aos partidos políticos com assento parlamentar pelo Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira e revelada aos jornalistas por Iaia Djaló, líder do Partido da Nova Democracia (PND).

"Sabemos que é um imperativo que as eleições sejam marcadas dentro do prazo previsto na Constituição de 60 dias, mas também há condicionalismo que, à partida, segundo a CNE, impedem que as eleições sejam possíveis" nesse prazo disse Iaia Djaló, que se referiu a "condicionalismos de ordem técnica".

Segundo o líder do PND, que conta com um deputado no Parlamento, a melhor data seria o dia 20 de maio, que daria tempo à CNE para se preparar melhor.

"A CNE avança com a data de 29 de abril. O Partido da Nova Democracia tem uma outra proposta que é no dia 20 de maio, dando tempo para que todos os requisitos prévios sejam cumpridos", afirmou Djaló, dando exemplo de atos prévios a serem executados.

"O recenseamento eleitoral, preparação dos cadernos eleitorais, elaboração do mapa cartográfico do país, mobilização e disponibilização de fundos para os candidatos concorrentes, para que todos possam ir às eleições de forma equitativa", exemplificou o líder do PND.

Tanto a data avançada pela CNE como aquela proposta por Iaia Djaló não reúne consensos dos restantes partidos com representação parlamentar.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) prefere, para já, não adiantar o que pensa, prometendo fazê-lo mais tarde na reunião que o Presidente interino deve ter com os partidos ainda hoje.

O Partido da Renovação Social (PRS) e o Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), segunda e terceira maiores forças políticas do país, afirmam-se contrários a qualquer data que não seja aquela prevista na Constituição, isto é, eleições dentro dos 60 dias após a morte do Presidente.

"O PRS não aceita nenhuma data que não seja aquela prevista na Constituição. O Presidente faleceu no dia 09 de janeiro, as eleições têm de ter lugar até o dia 09 de Março. Fora desta data o PRS vai considerar que se está perante uma inconstitucionalidade", avisou Ibraima Sory Djaló, presidente interino do partido fundado pelo ex-Presidente guineense Kumba Ialá.

"O Presidente interino [Raimundo Pereira] disse-nos, na primeira reunião, que quer respeitar a Constituição. É isso que esperamos dele", acrescentou ainda Sory Djaló.

Já o vice-presidente do PRID, Marciano Indi, entende que não compete à CNE propor a data da realização de eleições, pelo que, sublinhou, o escrutínio deve acontecer dentro do prazo constitucional.

"As eleições devem ter lugar conforme diz a Constituição. Não compete à CNE dizer quando pode ou não pode fazer eleições. A CNE é apenas um órgão de execução, ela está lá para obedecer a ordens dos políticos. Cabe ao Presidente marcar uma data e assumir as suas responsabilidades", frisou Marciano Indi.

O Presidente interino guineense, Raimundo Pereira, está reunido com os partidos sem representação parlamentar para lhes comunicar a data proposta pela CNE.

Ainda hoje, a partir das 16:00 (mesma hora em Lisboa) voltará a encontrar-se com os partidos com assento parlamentar.

SAI DA FRENTE PASSOS: TEMOS UM GOVERNO À “HÉLIO IMAGINÁRIO”




Tiago Mesquita – Expresso, opinião em Blogues

Que o "imaginário" deste governo, em especial em termos de medidas, é limitado não tinha grandes dúvidas. Agora optarem pelo modelo de governação "o medo é coisa que que não nos assiste" (por isso tomem lá mais uma cacetada no lombo) já me parece um bocadinho mais perigoso. Eu falo por mim, não tenho problema algum em confessar que tenho medo deste governo. Pânico. E "assiste-me" ter medo de quem dirige desta forma amadora os destinos do país. É um direito. E quem não tem medo ou é estúpido ou inconsciente.

Quem segue empoleirado em cima do Skate nesta estrada atribulada é todo um país - os cidadãos (os Hélios) e não o Pedrito de Massamá e sua corte. Esses vão bem instalados dentro da viatura recém adquirida em Leasing a enfardar pastéis de nata franchisados e frangos do Nandos. Ao mesmo tempo filmam o gordo em HD a abanar-se, desequilibrar-se e estatelar-se a grande velocidade. Riem como perdidos . "Sai da frente Guedes, sai da frente Guedes" cantam eles, divertidos.

E assim vamos rolando, com estes senhores a empurrarem os Hélios da vida e a vê-los "esbardalharem-se" nas bermas. Até o Mr. Bean do executivo - Vítor Gaspar - consegue relaxar aquela carinha de arpão de caça submarina espetado na nádega e sorrir cada vez que aparece. A voz de Lexotan 3mg cintila ao anunciar aos Hélios a possibilidade de virem a ter de andar de skate novamente, que é como quem diz levar na tromba fiscalmente, ficar sem um ou vários direito, perder apoios ou subsídios ou termos de pagar mais caro milhares de bens. Nem que seja o acesso à saúde, aquela coisa que o Estado social garante (?)...enfim...

Ou seja, quem sai da estrada desgovernado e bate com os queixos na valeta somos nós - o Portugal habitual. E quem vai acordar com o corpinho cheia de rasgões das silvas, músculos doridos e a cuspir palha é o povinho, as usual.

Onde é que estão os cortes "exemplares" do lado da despesa do Estado que estas beatas histéricas gritavam em altura de campanha? Eu só vejo nomeações aos milhares! A chupar nos bolsos dos outros é fácil governar. Onde estão as grandes medidas para relançar a economia? Ou o pastel de nata é a única linha orientadora deste governo? Tanta porcaria com as exportações e até agora a única coisa que vi foi importarem um péssimo ministro com problemas de comunicação ao Canadá. Estou farto de andar de Skate a mando desta gente. Estou farto de ser um Hélio.

Portugal: CGTP VAI APRESENTAR QUEIXA CONTRA UGT NOS TRIBUNAIS


Proença assina acordo proesclavagista sob o olhar dos chefes e diz que a CGTP mandou assinar (PG)
TSF

A CGTP vai avançar com um processo-crime contra a UGT, após João Proença ter afirmado que «dirigentes não socialistas da CGTP» incentivaram a UGT a negociar o acordo da concertação social.

A CGTP vai apresentar queixa contra a UGT na sequência da troca de acusações entre as duas centrais sindicais a propósito da assinatura do acordo de concertação social.

Num comunicado da central sindical liderada por Carvalho da Silva, a CGTP considerou que João Proença não olha a meios para tentar justificar um «vergonhoso acordo de agressão aos trabalhadores».

Para a CGTP, a alusão de João Proença, numa entrevista à Antena 1, a «contactos particulares de dirigentes não socialistas da CGTP no sentido de incentivar a UGT a negociar» o acordo de concertação social é «injuriosa, difamatória e falsa».

«Se não houvesse negociação, não só havia um clima de conflito extremamente perigoso como sobretudo estaria em causa a actividade sindical. Estou a falar de dirigentes da maioria da CGTP», explicou o líder da UGT, nesta entrevista.

João Proença sublinhou ainda que «houve claramente mensagens nesse sentido para que negociássemos e tentássemos criar condições para alterar as medidas».

«Atendendo a que a CGTP não estava minimamente em condições de negociar que a UGT pudesse negociar alguma coisa e tentar alterar algumas medidas», frisou o líder da UGT, que se referiu a «altos dirigentes da CGTP».

Entretanto, ouvido pela TSF, João Proença garantiu estar pronto para enfrentar a CGTP nos tribunais e disse que mantinha as suas declarações, até porque «não estou habituado a mentir».

João Proença diz que foi incentivado por altos dirigentes da CGTP a negociar o acordo




O líder da UGT, João Proença, disse que foi incentivado por altos dirigentes da CGTP a negociar o acordo de concertação social com o Governo, e que para esta ultima foi “muito importante” a anuência da UGT ao documento que ontem subscreveu, conjuntamente com o Governo e as associações patronais representadas na Concertação Social.

“Eu acho que, para a CGTP, foi muito importante que a UGT tivesse feito o acordo, e quero dizer que até houve contactos particulares de dirigentes não socialistas da CGTP no sentido de incentivar a UGT a negociar, porque, se não houvesse negociação, não só havia um clima de conflito extremamente perigoso como, sobretudo, estaria em causa a actividade sindical”, disse João Proença numa entrevista na rádio Antena 1.

Questionado sobre se a referência a dirigentes não socialistas da CGTP significava dirigentes comunistas, foi peremptório: “Exacto”, respondeu. “Estou a falar de dirigentes da maioria da CGTP. Houve, claramente, mensagens nesse sentido, para que nós negociássemos e tentássemos criar condições para alterar as medidas”, explicou.

Atendendo a que a CGTP “não estava, minimamente, em condições de negociar, [pretendia] que a UGT pudesse negociar alguma coisa e tentar alterar algumas medidas”, explicitou o líder da UGT, que tem sido muito criticada por subscrever um acordo muito desequilibrado no sentido de favorecer as entidades empregadoras e desfavorecer os assalariados.

Nesta entrevista, emitida hoje de manhã e de que aquela rádio antecipou excertos, João Proença garantiu também que manteve o Partido Socialista informado sobre o andamento das negociações, mas que não sofreu qualquer pressão para assinar o acordo.

CGTP: AFIRMAÇÃO DE PROENÇA É “CALUNIOSA”, diz Arménio Carlos



TSF

O dirigente da CGTP assegurou, em declarações à TSF, que nenhum membro da intersindical incentivou a UGT a negociar o acordo de concertação social.

A CGTP tem responsáveis, neste caso concreto, por cada área e neste contexto também relativamente ao processo da negociação do dominado acordo para o crescimento, competitividade e emprego», afirmou Arménio Carlos.

O responsável acrescentou que «relativamente a esses dirigentes, não houve nenhum contacto e não temos conhecimento de outros contactos, sejam eles quais forem».

Neste âmbito, sublinhou, «estamos perante uma posição falsa, caluniosa, injuriosa; por isso, vamos avançar com uma medida de participação criminal contra o autor das respectivas declarações».

Questionado sobre o congresso da CGTP, que se realiza dentro de uma semana, o responsável garantiu que não vai ser condicionado por causa das declarações do líder da UGT.

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CRISE NA UGT PELA ASSINATURA DO ACORDO


João Proença, o costume...
Esquerda net

Torres Couto diz que assinatura pode ser certidão de óbito da central. Sindicatos importantes, como o dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra) e dos Enfermeiros criticam a assinatura, e classificam o acordo de concertação de “violência”.

Torres Couto, fundador da UGT, disse que lhe custa a aceitar “que uma central sindical avalize um conjunto de medidas, todas elas viradas contra aqueles que representa”. O antigo secretário-geral da UGT considerou, em entrevista à Rádio Renascença, que não estão previstas contrapartidas para os trabalhadores para além das que foram anunciadas. “Lamento que a minha central sindical – aquela que eu ajudei a criar – fique associada a uma mudança tão radical e selvática nas regras do jogo do mercado de trabalho”, disse.

“É um acordo leonino para o lado empresarial e patronal contra os trabalhadores, que põe em causa um conjunto de direitos muito grandes", acrescentou. “Poderá ser uma certidão de óbito”, alertou

Sindicatos de Transportes Rodoviários e de Enfermeiros contra acordo

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins, Sérgio Monte, disse à Antena 1 que não se revê no acordo. Na sua opinião, a UGT negociou em torno de algo que nunca existiu de facto, ou seja, a meia hora de trabalho extra. O sindicalista da UGT não quis pronunciar-se sobre os motivos da CGTP para se retirar das negociações, mas não tem dúvidas em afirmar a participação ativa do seu sindicato na paralisação de transportes de 2 de Fevereiro.

Já o Sindicato dos Enfermeiros, também afiliado à UGT, classifica o acordo de concertação social como uma violência. O seu presidente, José Azevedo, disse, também à Antena1, que está muito triste com esta situação.

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