sexta-feira, 19 de setembro de 2014

WALLERSTEIN: IMPÉRIO EM PÂNICO NO ORIENTE MÉDIO




Mal explicada pelos militares e Obama, nova guerra na região será provável desastre. Em grave declínio, EUA cometem desatinos que ameaçam planeta

Immanuel Wallerstein – Outras Palavras - Tradução: Antonio Martins

O presidente Barack Obama disse aos Estados Unidos, e em particular ao Congresso, que o país deve fazer algo no Oriente Médio, para interromper um desastre. Sua análise do suposto problema é extremamente turva, mas os tambores do patriotismo estão batendo forte e, no momento, quase todo mundo, nos EUA, está cotagiado. Alguém mais sensato diria que todos estão se debatendo em desespero, diante de uma situação pela qual Washington é o principal responsável. Não sabem o que fazer. Por isso, agem em pânico.

A explicação é simples. Os Estados Unidos estão em grave declínio. Tudo dá errado. E, em pânico, seus governantes assemelham-se ao condutor de um automóvel possante, que perdeu o controle da máquina e não sabe como reduzir a velocidade. Em vez disso, ele acelera rumo a um grande desastre. O carro trafega em ziguezague e derrapa. Tornou-se um enorme perigo – não apenas para o motorista, mas também para o resto do mundo.

As análises atuais concentram-se sobre o que Obama fez ou deixou de fazer. Mesmo seus defensores mais próximos parecem duvidar do presidente. Um comentarista australiano escreveu, no Financial Times, que “em 2014, o mundo subitamente cansou-se de Barack Obama”. Imagino que talvez o próprio Obama tenha se cansado de si mesmo. Mas seria um erro culpar apenas o presidente. Virtualmente ninguém, entres os líderes norte-americanos, apresentou alternativa mais inteligente. Bem ao contrário. Há os profetas da guerra, que estimulam o presidente a bombardear todo mundo, e já. Há os políticos que realmente creem que as próximas eleições norte-americanas farão grande diferença…

Uma rara voz de sensatez surgiu numa entrevista do New York Times com Daniel Benjamin, que foi, no primeiro governo Obama, o principal conselheiro antiterrorismo do Departamento de Estado. Ele considera a suposta ameaça do ISIS uma “farsa”, em que “membros do governo e do alto comando militar descrevem a ameaça, todo o tempo, em termos escabrosos, que não se justificam”. Ele diz que as alegações são feitas sem nenhuma “evidência comprovada”, o que só demonstra como é fácil, para altos funcionários e a mídia, “mergulhar o público em pânico”. Mas quem dá ouvidos a Benjamin?

Neste instante, e com a ajuda de fotos macabras da decapitação de dois jornalistas norte-americanos pelo califado, as pesquisas mostram enorme apoio a uma ação militar. Mas quanto isso perdurará? O apoio só será sustentado enquanto houver resultados concretos. Mesmo o chefe do Estado-Maior militar, Martin Dempsey, reconhece, quando defende ação bélica, que ela se estenderá por pelo menos três anos. Multiplique três por cinco, para se aproximar de uma estimativa de duração mais real. A população norte-americana, com certeza, irá se desencantar rapidamente.

Por enquanto, Obama propõe alguns bombardeios na Síria, nenhum soldado norte-americano “em solo”, mas um número maior de soldados especiais, em atividades de treinamento no Iraque (e provavelmente em outras partes). Quando disputou a presidência, em 2008, Obama fez muitas promessas, como é normal para um político. Mas sua promessa-chave foi sair do Iraque e Afeganistão. Ele não irá mantê-la. Na verdade, está envolvendo os EUA em novas guerras.

A coalizão liderada por Obama oferecerá “treinamento” a quem o presidente define como “gente de bem” [orig: “good guys”]. Aparentemente, o treinamento ocorrerá na Arábia Saudita. Bom para os governantes do pais. Eles podem vetar qualquer participante dos exercícios e escolher em quem confiam ou não. Isso tornará possível, ao regime saudita (hoje, ao menos tão desnorteado quanto o norte-americano), sugerir que está fazendo algo e sobreviver um pouco mais.

Há maneiras de alterar este cenário catastrófico. Mas elas exigem uma decisão de substituir a guerra por acordos políticos entre muitos grupos, que não se gostam, nem confiam uns nos outros. Tais acordos políticos não são impossíveis, mas são difíceis de articular – e, depois de firmados, são, num primeiro momento, frágeis. Uma das principais condições para que eles tenham espaço no Oriente Médio é um menor envolvimento dos Estados Unidos. Ninguém acredita em Washington, ainda que alguns atores convoquem assistência norte-americana momentaneamente, para executar certas tarefas. O New York Times lembra que, no encontro que Obama montou, para lançar sua nova coalizão, o apoio dos países do Oriente Médio presente foi “morno” e “relutante”, por haver “crescente desconfiança nos Estados Unidos, partindo de todos os lados”. Portanto, ainda que alguns se alinhem de forma limitada, ninguém mostrará gratidão por algum tipo de assistência norte-americana. É provável que os atores políticos do Oriente Médio desejem agora produzir seu próprio cenário, ao inveś de encenar a visão dos EUA sobre o que lhes convém.

Brasil – Eleições: PONDERAÇÕES SOBRE A VITIMIZAÇÃO DE MARINA



Cláudio Gonzalez, São Paulo – Correio do Brasil, opinião

A campanha midiática que busca transformar Marina Silva em vítima dos “ataques” do PT pode dar certo se Dilma e seu arco de apoiadores errar a mão, exagerar na dose e partir para ataques pessoais transformando a adversária em vítima real. Mas também pode dar errado se o eleitor perceber que este discurso de vitimização não encontra respaldo na realidade.

Neste caso, ao invés de vítima,Marina pode acabar sendo vista como uma pessoa despreparada e sem forças para enfrentar adversidades.

“Quem bate, perde”. Esta frase já se tornou um clássico no vasto repertório de frases e tiradas famosas que povoam as campanhas eleitorais no Brasil. Ela foi dita pelo publicitário Duda Mendonça em 2002, quando ele conduzia a comunicação da quarta campanha presidencial de Luís Inácio Lula da Silva. Para vacinar a campanha petista contra os ataques dos adversários e suavizar a imagem de “sindicalista raivoso” que a mídia fazia de Lula, Duda cunhou outra expressão famosa: “Lulinha paz e amor”. Vestindo este figurino e apostando em uma campanha propositiva, sem ataques diretos aos adversários, Lula foi eleito.

Agora em 2014, a campanha de Marina Silva aposta todas as fichas no “ensinamento” de Duda Mendonça. Marina e todo seu leque de apoiadores, com a grande mídia à frente, acredita piamente que vitimizando a candidata, mostrando-a como uma indefesa sendo alvejada por “furiosos” ataques da campanha petista, conseguirá colar em Dilma a pecha de agressora e fazê-la perder votos. Assim, o lema “quem bate, perde”, de Duda Mendonça, estaria confirmado.

Pode até dar certo. Mas a campanha marineira também pode dar com os burros n’água. Vejamos:

O brasileiro em geral adora uma vítima e detesta gente truculenta, sobretudo truculência política. Parece que só em São Paulo esta regra não se aplica. Afinal, o governador Alckmin manda descer o cacete em qualquer tipo de manifestante e boa parte dos paulistas continua lhe dando apoio. Mas quando Ciro Gomes ousou ser indelicado com um eleitor durante entrevista a uma rádio em 2002, pagou caro. No fundo, tudo depende da forma como o assunto repercute e a mídia tem um papel destacado nisso.

Na contenda Dilma-Marina já se vê que não haverá um minuto de trégua para a candidata petista, que será acusada em qualquer situação de estar atacando de forma truculenta a adversária. Mesmo que esteja evidente que o debate é programático, sempre haverá uma Cantanhêde, um Noblat ou uma Kramer para berrar em favor de Marina.

Essa “vantagem” midiática da candidata do PSB-Rede não pode ser menosprezada neste tipo de embate pois mais do que a razão, o discurso da vitimização mexe com a emoção do eleitor e a grande mídia tem recursos, técnicas, instrumentos e espaços de sobra para manipular sentimentos. Mas, e sempre tem um mas, mesmo poderosa, a mídia não consegue driblar a realidade quando esta se impõe.

Bolinha de papel

Vale lembrar dois exemplos recentes de vitimização de candidatos. Um deu certo, o outro foi um desastre.

O primeiro exemplo é do ano 2008, da campanha para a prefeitura de São Paulo. Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (PFL) disputavam o segundo turno. O publicitário de Marta, João Santana — o mesmo que agora faz a campanha de Dilma — teve a infeliz ideia de fazer uma peça de TV questionando aspectos da vida pessoal de Kassab. A mídia, com destaque para a Folha de S. Paulo, fez desmoronar uma avalanche de críticas sobre a candidata petista. A vitimização de Kassab deu certo. Ele foi eleito, obviamente que não foi por causa deste episódio apenas, mas isso ajudou a enfraquecer a adversária.

Em 2010, na disputa presidencial, a mídia — desta vez pelas mãos da Rede Globo — fez uma nova tentativa de mostrar o PT como agressor de candidatos. Extensa reportagem do Jornal Nacional insinuava que o candidato José Serra havia sido atingido na cabeça por um objeto cortante lançado contra ele em uma atividade de campanha. Serra foi parar até no hospital. Dias depois, reportagem do SBT comprovou que o tal objeto era uma inofensiva bolinha de papel. De “vítima de agressão”, Serra passou a ser tratado como mentiroso e falastrão. O tiro saiu pela culatra e a bolinha de papel está agora definitivamente anexada à biografia do candidato.

Agora em 2014, a desacreditada revista Veja é quem berrou mais alto, com direito a uma capa que já pode ser considerada a mais hipócrita já produzida pelo “jornalismo” brasileiro. Quem conhece o histórico recente da revista dos Civita, repleto de episódios aberrantes de calúnia, difamação e assassinato de reputação, sabe que ela não tem qualquer moral para fazer acusações sobre esse tema.

Mas não é só a Veja. Todo o sistema da grande mídia tem contribuído para criar uma onda de vitimização da candidata do PSB. Lançam, de forma genérica, acusações de que a campanha de Dilma estaria atacando Marina com “agressividade” e “desonestidade”. Nas redes sociais, eleitores de Marina embarcaram na onda com afinco. Eles nem sabem apontar direito onde, quando e como estariam ocorrendo estes ataques. As acusações são genéricas, mas avançam pois encontram eco no antipetismo disseminado nas redes sociais.

Fraqueza e vacilação

Esta generalização é o calcanhar de aquiles da campanha de vitimização em curso. O mais próximo que os aliados de Marina e a mídia conseguiram chegar de um fato concreto de ataque foi a peça de campanha de Dilma que critica a proposta de independência do Banco Central, na qual uma família pobre é retratada à mesa, com os alimentos desaparecendo em consequência da política econômica que seria adotada por um eventual BC independente. Acontece que este tipo de propaganda, que se convencionou chamar de “campanha do medo” é absolutamente comum nas disputas eleitorais. Com ela, o candidato tenta mostrar ao eleitor que algo ruim vai acontecer se o adversário for eleito. No fundo, isso é parte da essência de qualquer disputa. Portanto, é forçar demais a barra enxergar na peça sobre o BC um ataque “desonesto e agressivo” contra Marina. Até porque a própria candidata utiliza o mesmo recurso. A capa do portal UOL de segunda-feira (15) exibia a seguinte manchete: “Dilma subirá preços após eleição, diz Marina”. Ou seja, campanha do medo na sua forma mais nítida.

Percebendo que a candidatura oposicionista tenta surfar na onda da vitimização, a campanha de Dilma tem tomado cuidados redobrados para não promover ataques pessoais à candidata. Obviamente que nas redes sociais o chorume corre solto por todos os lados. Nem Dilma nem Aécio nem Marina tem como controlar as ações dos ativistas e militantes que os apoiam. Mas pelo menos da parte do comando da campanha de Dilma, nada tem sido feito ou dito pela candidata, por Lula ou pelas lideranças dos partidos aliados que possa dar respaldo ao chororô exagerado de Marina e sua trupe.

Portanto, chorar e reclamar de ataques desmedidos quando o que se vê na campanha oficial são apenas divergências políticas e debate de propostas é um feitiço que pode se virar contra a feiticeira. Ao invés de angariar a solidariedade de parte expressiva do eleitorado, a candidata do PSB-Rede corre o risco de ser interpretada como alguém que não aguenta pressão, não tolera a divergência e não tem argumentos para defender as proprias ideias. Esse é, definitivamente, o perfil que os eleitores não querem ver em uma candidata presidencial.

*Cláudio Gonzalez, é jornalista, editor-executivo da revista Princípios

Brasil: Trabalhadores são treinados na prevenção e no combate ao trabalho escravo




Representantes de trabalhadores rurais de todo o país estão sendo treinados em Brasília para atuarem na prevenção e no combate ao trabalho escravo em seus estados. As palestras são oferecidas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O objetivo do encontro é intensificar a participação dos trabalhadores para prevenir e detectar situações análogas à escravidão.

Para a OIT, o trabalho escravo está generalizado no mundo. O órgão estima que o total de vítimas do trabalho forçado em todo o planeta chega 20 milhões de pessoas. Andrea Araújo, do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da OIT, diz, no entanto, que o Brasil é referência mundial no combate às situações análogas à escravidão no trabalho.

“O Brasil tem toda uma política nacional que conseguiu, desde 1995, reduzir os números do trabalho escravo”, disse. Para Andrea, o país precisa, agora, focar em trabalhos de prevenção e apoio aos trabalhadores resgatados. “É um tripé: fomentar a prevenção, estimular a denúncia e aumentar a assistência aos trabalhadores vítimas da prática. As pessoas que estão aqui hoje têm papel chave em levar essa mensagem para as comunidades”.

Segundo a Contag, entre 1995 e maio de 2014, mais de 45 mil trabalhadores vítimas de trabalho escravo foram libertados no Brasil. De acordo com o órgão, foram feitas 1.587 operações de fiscalização no período.

Para o secretário de Assalariados da Contag, que cuida de assuntos relativos ao trabalho escravo, os trabalhadores são submetidos a essa situação pela sua condição de vida. “Os trabalhadores são vulneráveis devido à baixa escolaridade, às dificuldades enfrentadas. Quando ele vai para o trabalho escravo, vai com uma promessa boa e, quando chega lá, não é nada do que imaginou”. 

Um dos estados com maior número de trabalhadores resgatados, segundo a Contag, é o Pará. O trabalhador rural da cidade paraense de Castanhal, Valberto Maia, diz que a prevenção, com ações educativas nas comunidades, é a principal forma de combate ao trabalho escravo. “Quando alguém está com seus direitos trabalhistas cerceados,  tem que denunciar, não pode esperar ser maltratado para procurar a Justiça ou os sindicatos”.

Agência Brasil - Edição: Fábio Massalli

Brasil – Eleições: Dilma tem 37% das intenções de voto, Marina, 30% e Aécio, 17%, diz Datafolha




Pesquisa Datafolha divulgada hoje (19) pelo jornal Folha de S. Paulo mostra a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) com 37% das intenções de voto. Marina Silva (PSB) aparece com 30% e Aécio Neves (PSDB), com 17%.

Na última pesquisa do instituto, publicada no dia 11 de setembro, Dilma tinha 36% das intenções de voto, Marina, 33% e Aécio, 15%.

Em uma simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, o instituto aponta empate técnico entre as duas candidatas: Marina Silva com 46% e Dilma com 44%.

Em um possível segundo turno entre Dilma e Aécio, a petista teria 49% das intenções de voto e o tucano, 39%.

O percentual de eleitores indecisos permanece em 7% e os que votariam em branco ou nulo, 6%.

Os demais candidatos somam 3% das intenções de voto. A margem de erro da pesquisa, feita nos dias 17 e 18 de setembro, é 2 pontos percentuais. Foram entrevistadas 5.340 pessoas em 265 municípios.

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Edição: Lílian Beraldo

Angola: VICE-PRESIDENTE JÁ TEM UM CADASTRO COMPROMETEDOR



Folha 8, 13 setembro 2014

Neste mo­mento o que a maio­ria dos ci­dadãos am­biciona é ver alterada a composição da Assem­bleia Nacional, pela razão simples da bancada maio­ritária ser incompetente, na defesa das suas prer­rogativas de defesa das populações, tal como as demais bancadas da opo­sição.

Então o que o povo vê?

Um presidente da Assem­bleia Nacional, sem perso­nalidade e independência, vergado a partidocracia, quando deveria ser isento e imparcial nas suas fun­ções e bem poderia imitar a sua homologa portugue­sa, que sendo do PSD, tem um papel de elevada im­parcialidade no desempe­nho das suas funções.

Infelizmente, no caso an­golano, o inverso é a regra e então os cidadãos elei­tores observam os depu­tados do partido no poder demitirem-se do seu papel de fiscalizador, ajoelhan­do-se e rezando diante do Presidente da República.

A maneira “democratica­mente ditatorial” como os deputados do MPLA, com ajuda do Tribunal Constitucional, se colocou de acordo quanto a não fiscalidade do Executivo, define, só por si, a espécie de deputados que temos. Eles, também, desavergo­nhadamente, aprovaram as efigies nos Bilhetes de Identidade de cidadão nacional, bem como a lei da nacionalidade, uma in­constitucionalidade, mas se não o fizessem perde­riam as mordomias, pois a maioria não está lá para defender o povo, mas as mordomias dadas pelo Ti­tular do Poder Executivo, o Eduardo.

Precisa-se de uma nova e representativa Assem­bleia Nacional, para se sa­narem muitas suspeições. Como nada se questionar e ter assumido funções o vice-presidente Manuel Vicente acusado de vários ilícitos?

Desde tráfico de influên­cia, ccorrupção apropria­ção de terrenos, sendo o mais recente, na Avenida 21 de Janeiro, onde se está a construir mais um su­permercado da sua rede: Kero. O mesmo ainda não tem decisão do tribunal cível, pois trata-se de uma herança, mas ainda assim, estimulado pelo chefe, o MV, avançou e comprou um terreno sem documen­tos e carecendo da aceita­ção de todos herdeiros.

Numa democracia higie­nizada, face a tantas sus­peições Manuel Vicente nunca poderia, até serem esclarecidos os casos a vice presidência, mas isso é Angola e o MPLA, infe­lizmente, não tem cabeças pensantes, com excepção do seu líder.

Por todas estas arbitrarie­dades Angola precisa de uma nova Constituição, pois a actual já não nos serve.

O que nos surpreende é que por tudo isso, afinal, Angola e os angolanos até podem ter um Presidente da República criminoso ou acusado de outras práticas ilícitas, quer por indicação, como cabeça de lista, se­guindo o espírito do art.º 109.º CRA (Constituição da República de Angola) ou na eventualidade de substituição do titular, por doença ou outra causa, segundo o art.º art.º 132.º CRA, que é, mais uma vez omisso, quanto a nnecessidadede “ficha-limpa” do vice - presidente.

Mas tudo isso não pode ser estranho, porquanto o n.º 1 do art.º 127.º CRA diz o seguinte: “O Presidente da República não é respon­sável pelos actos pratica­dos no exercício das suas funções, salvo em caso de suborno, traição à Pátria e pratica de crimes defini­dos pela presente Cons­tituição como imprescri­tíveis e insusceptíveis de amnistia”. E o n.º 3 afirma: “pelos crimes estranhos ao exercício das suas funções, o Presidente da República responde perante o Tribu­nal Supremo cinco anos depois de terminado o seu mandato”.

Esse tempo é bastante para se evadir, basta ver o que se verificou com Fu­jimori, que se refugiou no Japão depois de ter saído da Presidência do Peru.

Todos podem ser pre­sidentes nesta forma de regime e com esta consti­tuição, até mesmo o chefe dos garimpeiros das Lun­das o general, político, em­presário, filantropo e fami­liar de Eduardo dos Santos, esteve umbilicalmente ligado aos seus sipaios que foram apanhados pela Po­lícia francesa na posse de milhões de dólares, no ano passado.

Dizem as notícias que os vassalos foram detidos, também com um cartão de crédito VISA de um alto dirigente angolano, que se encontrava em Lisboa à espera dessa singela e rotineira encomenda, mas terá evitado a prisão apre­sentando um passaporte diplomático.
Raúl Danda, líder parla­mentar da UNITA, disse que “Bento Kangamba não pode passear-se com mi­lhões de dólares, ou euros, para ir jogar batota lá fora.” Estava, obviamente, erra­do. O general que tem livre trânsito para, por outorga do Presidente de Angola, fazer o que bem entender onde quiser, é uma figura impoluta e cuja credibili­dade, todo o mundo sabe, está acima de qualquer suspeita.

“Como é que esse dinheiro sai do país, se cada cidadão só pode sair com máximo de 15 mil dólares, como é que Bento Kangamba sai daqui com sacos de 4 mi­lhões de dólares?” pergun­tou, ingenuamente, Raúl Danda.

Importa, por isso, salientar a relevância política (em dólares) e a estatura mo­ral (em euros) do general. Quando ele, por exemplo, afirma que “as faculdades estão a ser construídas para os jovens estudarem e não para fazerem po­lítica, nem criticarem o governo”, está a dar uma clara prova de pertencer a uma classe superior de ci­dadãos, totalmente incom­patível com aqueles que se integram naquela a que se chama Povo.

Esta definição do papel das universidades, feita pelo secretário do Comité Pro­vincial do MPLA de Luan­da para a Periferia, Bento Kangamba, ao discursar num acto político e cul­tural, mostra uma tão ele­vada estatura de estadista que, como recompensa, lhe foi reforçado o plafond europeu para circular com milhões de euros alojados nas suas bicuatas.

As críticas ferozes, tan­to da UNITA como da CASA-CE, revelaram que, segundo as regras do regi­me, são pouco patrióticos, razão que levou Bento dos Santos Kangamba a apelar aos militantes, amigos e simpatizantes do regime (MPLA) para que primam por um comportamento organizado, disciplinado e vigilante, face à atitude de certos partidos da opo­sição determinados em desestabilizar e criar má imagem do Executivo e do partido que governa o nos­so país desde 1975.

Em declarações à Angop, em Luanda, Kangamba alertou, por outro lado, os militantes do regime para não se deixarem enganar por eventuais calúnias e difamação, tendo incen­tivado para uma atitude serena perante actos pro­vocatórios e difamatórios.

“Os dirigentes de parti­dos políticos devem ter a certeza do que dizem, e não enveredarem pela ca­lúnia e difamação e com isto tentar manchar o meu bom nome, uma vez que nunca estive envolvido em escândalos desta na­tureza, até porque estou em Angola e bem sereno e recentemente ainda estive na Europa e circulei com tranquilidade”, sublinhou o general presidencial a pro­pósito dos tais milhões de dólares encontrados pela Polícia francesa.

“Devem também reflectir em torno do ambiente e da estabilidade política do país, bem como participar activamente na consoli­dação da paz e da demo­cracia”, acrescentou o pa­ladino da honorabilidade do regime, acrescentando que “há muitas pessoas que mancham o nome de certos responsáveis do Governo e do partido, para fazer desacreditar a sua ac­ção política”.

Como reforço destas te­ses, recorde-se que muitos generais adquiriram resi­dências no mais luxuoso e exclusivo condomínio de Espanha, La Finca. Trata­-se de uma modesta urba­nização habitada por gente humilde do tipo Cristiano Ronaldo, Káká, Benzema, Iker Casillas, Javier Bar­dem, Penélope Cruz, Paz Veja e Alejandro Sanz.

Na verdade, todas estas ilustres figuras do des­porto e do espectáculo fi­zerem questão de ir viver para a urbanização situada na localidade de Pozuelo de Alarcón, a 8 quilóme­tros de Madrid, quando souberam que generais e governantes angolanos também iriam para lá.
Não se sabe o valor do contrato de trabalho de muitos destes generais, mas calcula-se que será de muitos milhões de euros, pelo que gastar 12 milhões de Euros numa mansão é uma ninharia para um general presidencial ou, eventualmente, para um outro qualquer membro do núcleo duro do regime.

Dizia o diário espanhol “El Confidencial” que o con­domínio ultra-privado de La Finca tem vários lagos artificiais e é, como aliás convém, “um dos bunkers mais glamorosos e se­lectos jamais sonhados” e onde, no âmbito de ser “o espaço onde se podem encontrar mais celebrida­des e fortunas por metro quadrado”, não destoaria um ou bem mais generais presidenciais do reino an­golano.

Em áreas verdes, a urba­nização tem um total de 844.100 metros quadra­dos. El Confidencial des­creve La Finca, como o maior provedor de priva­cidade no país, para “figu­ras, tanto públicas como desconhecidas, de marca­do poder aquisitivo”. Com detectores infravermelhos, o condomínio “é uma au­têntica jaula de ouro, sobre a qual se sabe ou conhece pouco, ou muito pouco”, refere a publicação.

Em Lisboa, os generais do regime têm mansões e apartamentos milionárias por toda a parte e muito re­centemente o irmão mais velho do Presidente, Ave­lino dos Santos foi agracia­do com uma penthouse de luxo, avaliada em cerca de dois milhões de euros.

O apartamento está lo­calizado na urbanização Jardins do Cristo-Rei, em Moscavide, a poucos mi­nutos da zona da Expo. Na referida urbanização têm também apartamentos o governador do Kwanza­-Sul, general Eusébio Tei­xeira de Brito, o general Arnaldo Antas e mais al­gumas figuras do regime angolano.

Entretanto, desde logo porque não há diferen­ças de género em Angola, consta que a ilustre espo­sa do general presidencial também quer algo que seja, digamos, só seu.

Assim, uma empresa de França e outra do Móna­co construíram sob en­comenda generalíssima um iate com 58 metros de comprimento e 38 metros de largura, que tem uma área de 3.400 m2 com ca­pacidade para 12 passagei­ros e 20 tripulantes.

Além disso, conta com três plataformas, uma piscina de 25 metros, um “spa”, “helicopter-pad”, sauna, gi­násio e sala de massagem, um passeio de 130 metros, uma sala de música, uma sala de jantar, um cinema, “decks sol”, suites, terra­ços, um “lounge”. Os pa­vimentos são ligados por escadas, mas há também um elevador. Uma área de 200m² cobre comple­tamente o terceiro piso. A vista para o mar é grande e há um terraço privado de 25 metros de comprimen­to.

Este é o luxo de uns pou­cos, enquanto a maioria dos autóctones definha a fome, vivendo com menos de 1 dólar/dia, sem educa­ção, saúde e emprego.

De nada vale esperar por mudanças internas, pois se um elemento ainda na vigência de uma condena­ção, por crime de Burla e Roubo, foi colocado na lis­ta de deputados do MPLA e do seu comité central.

Se tendo processos ju­diciais no mundo nada acontece, por parte do regime, fica a convicção de estar institucionaliza­da a roubalheira de certos membros do regime presi­dencial, previamente “per­doados” pelo denominado arquitecto da paz.

Até quando vamos ter de conviver com esta sujeira, ninguém sabe, mas que já durou muito, muito tem­po, todos temos ciência, logo, urge trabalhar para o nascimento de uma nova aurora, capaz de higienizar a democracia e a socieda­de.

Angola: COMBATE À MORTALIDADE


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Jornal de Angola, editorial

A vacinação alargada  constitui uma das principais vertentes das políticas públicas que são traçadas pelo sector da Saúde e que têm em vista a erradicação de doenças que ainda prevalecem em Angola.

As campanhas de vacinação que se realizam no país têm se concentrado no grande objectivo que é a redução de situações patológicas e a diminuição de casos de mortalidade, particularmente entre as crianças. São continuados os esforços do sector da Saúde para a vacinação contra doenças que  suscitam ainda, pelo número de falecimentos que causam, muitas preocupações, estando as autoridades a actuar com medidas eficientes para conter as consequências negativas das patologias que mais afectam as populações.

Uma dessas doenças é o sarampo, com casos de óbito em Luanda, onde foram registadas no primeiro semestre do ano em curso 200 ocorrências de que resultaram 92 falecimentos. Segundo Felismina Neto, coordenadora de Luanda do Programa Alargado de Vacinação, houve um aumento de cem casos nesta província, comparativamente ao ano passado. Em face do aumento de casos de sarampo, estão a ser tomadas medidas preventivas que se consubstanciam em campanhas de vacinação, para se evitar que no país a doença continue a ser uma das principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos de idade.

Sabe-se que se vai realizar a partir da próxima segunda-feira até ao dia 5 de Outubro uma campanha de vacinação integrada, que prevê abranger milhões de crianças em todo o país, dos quais 2,9 milhões serão da província de Luanda. A grande extensão da operação é prova de que se pretende empreender esforços para uma vasta protecção contra o sarampo, uma doença infecto-contagiosa, provocada por um vírus (o morbillvírus) e que é a principal responsável pela morte de crianças em países subdesenvolvidos.

Além das campanhas de vacinação, há a preocupação das autoridades sanitárias do país  de se levar a conhecimento das comunidades informação essencial sobre a doença, para que estas saibam que os pacientes com sarampo devem ir aos hospitais para se submeterem a tratamento adequado, em vez de recorrerem a práticas que não raras vezes resultam em danos irreparáveis.

A coordenadora provincial de Luanda do Programa Alargado de Vacinação conta que muitos encarregados de educação preferem deixar os seus educandos com sarampo em casa e submetê-los a tratamento que não produzem resultados positivos, pondo em perigo as vidas de muitas crianças. Esta atitude de encarregados de educação de renúncia ao tratamento hospitalar para a cura do sarampo justifica que se faça uma ampla divulgação sobre a natureza da doença e suas consequências e sobre a necessidade das pessoas serem tratadas em locais da Saúde apropriados.

A informação sobre o sarampo, a exemplo de outras patologias, é fundamental, na medida em que ela coloca as pessoas em condições de agirem correctamente em caso de a doença se manifestar. É preciso dizer às pessoas que se podem curar se se dirigirem a um hospital ou centro de saúde, onde hão-de encontrar pessoal preparado para lidar com o sarampo.

Muitas das pessoas que agem incorrectamente, na convicção errada de que têm soluções alternativas ao tratamento hospitalar, fazem-no porque não possuem informação sobre a doença e sobre os seus perigos. Que ninguém subestime a capacidade dos nossos hospitais ou centros de saúde para acudir aos casos de sarampo, considerada doença típica das crianças, uma vez que são dadas garantias pelas autoridades competentes de assistência imediata.

Essas garantias correspondam a um tratamento célere e eficaz, devendo-se mobilizar os meios humanos e materiais necessários para se combater a doença, suprindo-se as carências, se ainda houver, na assistência médica e medicamentosa. Lutando-se nas frentes da prevenção, com uma vacinação alargada, e da cura, podemos ter esperança de que um dia, e que este dia esteja próximo, não teremos mais casos de sarampo. A salvaguarda da saúde pública é crucial para os cidadãos que têm de estar aptos a realizar diversas tarefas que têm a ver com o nosso crescimento e desenvolvimento económico e social. Só com saúde é que podemos trabalhar em prol do nosso progresso.

Não é por acaso que o Estado faz investimentos consideráveis ao nível da criação de infra-estruturas hospitalares, destinadas a proporcionar às populações serviços de saúde excelentes. Vai começar na próxima semana uma campanha de vacinação contra o sarampo. Que haja uma ampla adesão dos cidadãos a essa campanha, no interesse de todas as comunidades.

ANGOLA COM SEGUNDA PIOR TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL DO MUNDO




Contas da UNICEF mostram 164 mortes em cada mil crianças angolanas nascidas vivas, em 2012. Pior, só a Serra Leoa

Angola ocupa a segunda posição mundial na tabela da taxa de mortalidade de menores de cinco anos, com 164 mortes infantis em mil crianças nascidas vivas.

No relatório anual sobre a situação mundial da infância, intitulado Compromisso para a Sobrevivência Infantil - Uma Promessa Renovada, o Fundo das Nações Unidas para a Infância indica que as estatísticas apresentadas esta sexta-feira são relativas a 2012.

De entre os países lusófonos, segue-se a Guiné-Bissau, na 6ª posição ex-aequo com a República Centro-Africana, com uma taxa de mortalidade neo-natal - que representa, nos termos da definição dos indicadores da UNICEF, "a probabilidade de morrer entre o nascimento e os cinco anos de idade, por mil nascidos vivos" - de 129 crianças em 2012, contra 158 crianças em 2011 e 243 em 1990.
 
Moçambique classifica-se no 22º lugar da lista, utilizada como "principal indicador dos progressos em direção ao bem-estar da criança", com 90 crianças entre cada mil nascidas vivas a terem elevada probabilidade de morrer nos primeiros cinco anos de vida, em 2012, em contraste com as 103 que se encontravam nessa situação em 2011 e as 226 em 1990.
 
Timor Leste encontra-se no 48º lugar, com uma TMM5 de 57 crianças em mil, mais do que as 54 em mil registadas em 2011, mas muito menos que a registada em 1990: 180 em mil.    

A 52ª posição da lista pertence a São Tomé e Príncipe, onde, em 2012, 53 crianças enfrentavam esse limite temporal, contra 89 em 2011 e 96 em 1990.
 
O arquipélago de Cabo Verde classifica-se na 88ª posição, apresentando uma TMM5 de 22 crianças em mil, contra 21 em 2011 e 58 em 1990.
 
Na posição nº 120 está o Brasil, que ocupa o último lugar entre os países lusófonos, com a mais baixa taxa de mortalidade de menores de cinco anos: 14 crianças em 2012, contra 16 crianças em 2011 e 58 em 1990.

Os números da UNICEF mostram que a mortalidade infantil diminuiu quase para metade, em pouco mais de vinte anos, no global, mas que a África subsariana contraria a tendência. Seja como for, diariamente ainda morrem 18 mil crianças com menos de 5 anos. No relatório, a agência especializada da ONU esclarece que estes dados foram extraídos dos bancos de dados da UNICEF e se baseiam em estimativas do Grupo Interagências das Nações Unidas sobre Mortalidade Infantil (UNICEF, Organização Mundial da Saúde, Divisão de População das Nações Unidas e Banco Mundial).

Oiça as reportagens de Eleutério Guevane, da rádio da ONU, e de Paula Borges.


CONSTITUIÇÃO ANGOLANA É EXCELENTE E COMPLETA



Bernardino Manje - Jornal de Angola

O professor catedrático português Jorge Bacelar Gouveia disse ontem, em Luanda, que Angola tem uma excelente Constituição e minimizou comentários, segundo os quais confere poderes excessivos ao Presidente da República.

O constitucionalista manifestou a opinião ao dissertar sobre “A administração Pública de Angola: um Olhar Constitucional” no colóquio sobre “Administração Pública no Século XXI em Angola” promovido pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Angola e encerra hoje.

O professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa referiu que a Constituição angolana, a mais jovem das dos países de língua portuguesa, “é excelente” por ser completa e integrar “todo um conjunto de assuntos que a sua antecessora, a Lei Constitucional de 1992, não tinha. 

“É, sobretudo excelente nas soluções que propõe”, sublinhou. Em termos de Administração Pública, disse, a Constituição angolana é moderna e avançada, a partir do momento em que reconhece que o Poder Local é constituído não apenas por autarquias, mas também pelas instituições do Poder Tradicional, além de todos os direitos que confere, quer aos administrados, quer aos cidadãos em geral. “Há todo um conjunto de mecanismos que a meu ver são muitíssimo positivos. Com certeza que pode haver um ou outro pormenor que possamos criticar, mas comparando a Constituição angolana com a portuguesa, brasileira ou a de alguns países africanos de língua portuguesa, não tenho nenhuma dúvida em afirmar que é excelente”, afirmou.

Jorge Bacelar Gouveia disse ter ficado “muito surpreendido” ao ouvir comentários de alguns constitucionalistas que acusam a Constituição angolana de ser ditatorial ou de consagrar excessiva concentração de poderes na figura do Presidente da República. 

O orador lembrou não haver “nenhuma concentração excessiva de poderes”.

“Há um poder, que é o Executivo e está no Presidente da República, um Legislativo no Parlamento e o Judicial nos tribunais”.

Gradualismo nas autarquias

O constitucionalista português defendeu o princípio do gradualismo na criação das autarquias, “como de resto consagra a Constituição angolana”.

O legislador, ao optar pelo princípio do gradualismo, salientou, teve em atenção a realidade do país. O orador disse que “a criação dos municípios não pode ser simultânea e total em todo o país”.

O gradualismo, prosseguiu, significa que a reforma pode ser faseada, no âmbito dos municípios que a cada momento são escolhidos para serem municipalizados, mas também nas competências que vão ser transferidas. 

Jorge Bacelar Gouveia afirmou tratar-se de “uma questão complexa”, mas recusou a ideia, segundo a qual o facto de se terem passado quatro anos desde a entrada em vigor da Constituição da República é sinal que se está a violar o princípio do gradualismo. 

“Tenho conhecimento que a reforma legislativa está quase pronta. Quatro anos não é muito numa reforma de grande envergadura”, disse, mas realçou ser “necessário acelerar e sobretudo encaixar as eleições dos municípios com as gerais por uma questão de economia financeira”.

O orador declarou que para haver eleições autárquicas é preciso que seja aprovada uma Lei-Quadro dos Municípios. 

Para ontem estava agendada uma mesa-redonda sobre \"A Administração Pública no Século XXI: Modelos de Organização Administrativa e Vinculação ao Direito” na qual participaou o ministro da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, António Pitra Neto. 

À tarde realizou-se o segundo painel, que se subordinou ao tema “Descentralização Administrativa em Angola: as Autarquias Locais”. O ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, foi um dos conferencistas.

Foto: Santos Pedro

Moçambique - Campanha Eleitoral: SIMANGO, DHLAKAMA E NYUSI SOMAM PROMESSAS



Simango em passeata nas ruas de Maputo

O candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) às eleições de 15 de Outubro, Daviz Simango, realiza hoje uma passeata pelas diferentes ruas e avenidas da Cidade de Maputo, naquilo que vai marcar o seu primeiro dia de “caça ao voto” na capital do país.

Vindo de Manica, onde trabalhou nos últimos dias, Simango não chegou a escalar a província de Inhambane como estava previsto. Durante os cinco dias que trabalhará na cidade e província de Maputo, o candidato do MDM orientará comícios populares e visitará alguns bairros, como são os casos de Hulene, Mafalala, Chamanculo, Xiquelene, Xipamanine, entre outros. Entretanto, em Sussundenga, província de Manica, Daviz Simango afirmou que em caso de vitória vai concentrar esforços na melhoria das estradas rurais, como pressuposto básico para o desenvolvimento agrário.


Dhlakama em Comício no Lumbo

O candidato presidencial da Renamo às eleições de 15 de Outubro, Afonso Dhlakama, realiza hoje um comício popular no populoso Posto Administrativo de Lumbo, zona continental do distrito da Ilha de Moçambique, no seu terceiro dia de “caça ao voto” no maior círculo eleitoral do país, Nampula.

Ontem, Dhlakama reuniu-se, na capital provincial, com os membros da comissão política nacional, deputados da Assembleia da República, conselheiros e outros quadros seniores desta formação política.

Para além da definição de estratégias que vão nortear a campanha de Afonso Dhlakama nos distritos que escalará em Nampula, o encontro também serviu para o candidato explicar aos seus quadros questões relacionadas com o acordo assinado entre o Governo e este partido para o fim das hostilidades militares que se registaram no país, particularmente na zona de Gorongosa, em Sofala.


Nyusi promete concluir Ponte Maputo – Catembe

O concorrente da Frelimo às eleições presidenciais de 15 de Outubro comprometeu-se ontem a concluir as obras da ponte Maputo-Ka Tembe e da Estrada que liga a capital do país à vila fronteiriça da Ponta de Ouro se os eleitores residentes em Maputo votarem nele e no seu partido no referido sufrágio.

Falando num comício popular realizado no Bairro Chamissava, na Ka Tembe, Filipe Nyusi disse que votar nele e no partido no poder é garantir a continuidade na procura de soluções para a melhoria das condições de vida dos cidadãos. “É necessário votar na Frelimo porque os seus projectos são visíveis. As suas obras existem um pouco por todo o país, pelo que é preciso votar neste partido para concluir as obras da ponte Maputo – Katembe que já iniciaram”, disse Nyusi, acrescentando que: “uma fotografia tirada hoje na cidade de Maputo, não é igual a que podemos tirar amanhã”.

Notícias (mz)

*Título PG

Nampula espera do futuro Presidente de Moçambique mais emprego e melhor educação




Em Moçambique os cidadãos esperam que o próximo presidente do país, a ser eleito no sufrágio de outubro, venha resolver os problemas que assolam o país de modo a salvaguardar o bem-estar da população.

Moçambique, à semelhança de outros países em vias de desenvolvimento, enfrenta várias dificuldades sócio-económicas para satisfazer as necessidades básicas da população.

Aider Andrade, a exemplo de muitos cidadãos, em declarações à DW África, refere que o futuro dirigente de Moçambique deve vir com ações concretas para responder cabalmente as ansiedades da população.

O seu desejo é "que haja uma política muito bem estruturada para o setor do emprego, em primeiro lugar, porque queremos dignidade. O emprego é uma das áreas que gostaria que fosse melhorada", sublinhou.

E Andrade tem ainda outros anseios: "Também gostaria que fosse melhorada a política educacional, porque temos visto que a nossa educação nos últimos tempos tem estado a decair, principalmente no ensino primário, que em seguida repercute nos ensinos secundário e superior."

Cumprimento de promessas eleitorais

Os partidos políticos estão atualmente em campanha eleitoral e, ao mesmo tempo, cada um à sua maneira promove a divulgação do seu respetivo programa de governação de Moçambique para os próximos 5 anos.

O cidadão António Marcos defende que os planos de governação dos partidos políticos, que estão a ser divulgados junto dos moçambicanos nesta épca da caça ao voto, deveriam ser devidamente cumpridos e por forma terem reflexos positivos na vida social dos cidadãos.

Marcos também tem o mesmo desejo que Andrade: "Gostaria que o futuro Presidente garantisse emprego para os jovens. Se formos à procura de emprego nas repartições e instituições deveriam surgir oportunidades nomeadamente de pequenos empregos para os jovens."

No entender de Aider Andrade a aposta do futuro Presidente de Moçambique tem de estar focalizada em operar mudanças com vista a garantir a melhoria das condições de vida dos moçambicanos.

Ele afirmou ainda que para os próximos 5 anos de governação, Moçambique precisa de um Presidente que viva e acompanhe os problemas de todos os moçambicanos, porque caso contrário o desenvolvimento do país poderá estar em perigo.

E Andrade exemplifica uma áera problemática: "Que a nossa rede de estradas seja melhorada. Para quem conhece um pouco o nosso país, temos visto que há um grande problema na rede rodoviária moçambicana. As distâncias curtas têm sido cada vez mais longas, precisamente por causa dos problemas da rede de estradas. Há uma necessidade urgente para a construção de mais infraestruturas.

Por isso Andrade quer uma solução para os problemas prementes que afligem os cidadãos moçambicanos e sugere que "o próximo Presidente tenha projetos concretos para que Moçambique progrida em muitas áreas e que esse porogresso beneficie realmente a população do país, nomeadamente a mais carenciada. Acho que nesta fase de desenvolvimento do país, deveria ser mais difundida a promoção do auto-emprego, que não tem sido concreto e efetivo em termos de abrangência."

Paz, a base de sucesso

Por seu turno, o presidente do fórum das ONGs em Cabo Delgado, Rodrigues Miguel, espera que o futuro estadista moçambicano estabeleça uma política de manutenção da paz efetiva e estabilidade política do país, para garantir a preservação do património já conseguido até hoje.

Por isso Miguel destaca a importância da paz, porque com ela "toda a população sabe o que fazer e o desenvolvimento sómente em possível com um país estável. Todas as promessas que estão a ser feitas, só poderão ser materializadas com o envolvimento de todos num processo de paz duradouro".

O país tem vindo nos últimos anos a registar várias descobertas na área dos recursos naturais, os quais segundo Rodrigues Miguel presidente do fórum das ONGs em Cabo Delgado poderão ser melhor explorados num ambiente de diálogo permanente entre o governo e a população.

Na foto: Citadinos de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, Moçambique

Eleutério Silvestre (Pemba) – Deutsche Welle

Presidente da CNE alerta para ilegalidades durante a campanha eleitoral em Moçambique




Abdul Carimo disse que não se deve fazer campanha usando a força e incitando à violência, nem se deve usar meios do Estado.

Francisco Júnior – Voz da América - ontem

A campanha eleitoral em Moçambique entrou hoje, 18, no seu décimo nono dia.

A corrida aos votos tem sido marcada, um pouco por todo o país, por incidentes que já provocaram óbitos em consequência de acidentes de viação e feridos devido à violência, que, segundo o presidente da Comissão Nacional de Eleições(CNE) Abdul Carimo tende a aumentar.

Ao falar hoje à imprensa, Carimo  mostrou-se particularmente preocupado com a prática de ilícitos eleitorais, que têm resultado em detenções.

O presidente da CNE não especificou números, mas fez questão de lembrar que não se deve fazer campanha eleitoral, usando a força e incitando à violência. E, salientou que não se deve fazer campanha usando meios do Estado.

Aquele responsável, pediu aos partidos políticos e seus simpatizantes para transformarem a campanha num momento de festa e que todos trabalham em prol do desenvolvimento, fortalecimento e consolidação da democracia no país.

Nesta sexta-feira, 19, arranca, em todo o país, a formação de candidatos a membros de mesas das assembleias de voto, cuja missão é a de conduzir o processo de votação e o apuramento parcial dos resultados das eleições.

Nas eleições de Outubro, em cada mesa de assembleia de voto serão integrados membros indicados pelos partidos políticos com assento no parlamento, uma inovação que surge na sequência dos recentes entendimentos entre o Governo e a Renamo e que culminou com a aprovação, este ano, de um novo pacote eleitoral.

Para as eleições de 15 de Outubro, estão inscritos 3 candidatos à Presidência da República e 30 partidos políticos, coligações de partidos e grupos de cidadãos eleitores à Assembleia da República.

Pequim preocupado com impacto do referendo escocês em Taiwan, Tibete e Hong Kong




Hong Kong, China, 19 set (Lusa) - As autoridades de Pequim estão a observar de perto o referendo à independência da Escócia e a avaliar cuidadosamente o impacto que a votação pode ter nos seus territórios, diz o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Desde que as urnas abriram, não foi feito qualquer comentário oficial, mas a atenção do público é elevada, descreve o diário.

Stephen Notman, um escocês que trabalha na China e regressou a casa para votar, garante que os seus amigos chineses têm feito muitas comparações entre a Escócia e os desenvolvimentos em Taiwan, Xinjiang e Tibete.

Outro escocês em Pequim, Stephen Nashef, professor de inglês, contou que alguns dos seus amigos chineses consideram o referendo como algo "estranho".

"Julgo que o Reino Unido é olhado como sendo um país poderoso e bem-sucedido. Muitas pessoas acham estranho que [partes desse país] se queiram separar", comenta.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante uma viagem a Londres em junho, que a China queria ver "um Reino Unido forte, próspero e unido".

Analistas explicam ao jornal que o assunto é sensível para Pequim, já que tem o potencial de encorajar debates sobre se o futuro de Taiwan, do Tibete ou até de Hong Kong deve ser "decidido pelas pessoas".

"A República Popular da China nunca gostou da ideia de realizar este tipo de referendos em Taiwan ou em qualquer outro sítio considerado território chinês", comenta Dali Yang, professor de Ciência Política na Universidade de Chicago.

Titus Chen Chih-chieh, professor de Relações Internacionais na Universidade Nacional de Chengchi, em Taiwan, acredita que as implicações para Hong Kong e Taiwan são uma séria preocupação.

"A China Continental não quer, obviamente, que a forma como os escoceses decidem o seu futuro seja vista como um exemplo para Taiwan e Hong Kong", diz.

Na segunda-feira, o jornal oficial chinês Global Times, escreveu que a decisão de Cameron de permitir o referendo foi "imprudente" e irá torná-lo um "pecador" no Reino Unido, caso a Escócia se torne independente.

"Se a auto-determinação nacional se tornar um princípio supremo, a Europa vai estar constantemente a separar-se em pequenas frações, o que contraria a integração europeia", dizia o jornal.

ISG // JCS - Lusa

Presidentes português e indonésio querem reforçar cooperação comTimor-Leste




Lisboa, 19 set (Lusa) - Os Presidentes da República português, Aníbal Cavaco Silva, e indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono manifestaram hoje em Lisboa a vontade de intensificar a cooperação com Timor-Leste para apoiar o seu desenvolvimento económico e social.

"Tivemos ocasião de falar sobre a cooperação para o desenvolvimento económico e social com Timor-Leste. Neste momento, a Indonésia e Portugal têm interesses comuns no que se refere à estabilidade política e ao desenvolvimento económico e social de Timor-Leste, e falámos sobre a possibilidade de encontros e parcerias entre Portugal e Indonésia -- e, eventualmente, também com a Austrália", disse o chefe de Estado português, numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo indonésio.

Susilo Bambang Yudhoyono, em visita de Estado a Portugal 54 anos depois da última visita de um Presidente indonésio ao país, declarou-se honrado com o convite de Cavaco Silva, feito há dois anos, quando este se deslocou à Indonésia -- naquela que foi, também, a primeira visita ao país de um chefe de Estado português ao país, e sublinhou também a vontade de cooperar com Portugal e com Timor-Leste.

"Discutimos a fundo a possibilidade de cooperação entre Portugal, Indonésia e também Timor-Leste. Creio que Portugal e a Indonésia podem fazer muito mais para ajudar Timor-Leste - que se tem desenvolvido bem, atualmente, na sua democracia, na área económica, através da ajuda à cooperação entre Portugal e Indonésia e Timor-Leste", sustentou.

Cavaco Silva frisou que ambas as visitas (a sua à Indonésia, há dois anos, e a do seu homólogo, agora, a Portugal) "marcam uma nova fase nas relações entre os dois países", depois do conflito que opôs os dois Estados a partir de 1975, quando Jacarta ocupou Timor-Leste, até então uma colónia portuguesa.

"As relações políticas, diplomáticas, são excelentes neste momento", salientou o Presidente português, elogiando o papel desempenhado por Yudhoyono na democratização da Indonésia, após décadas de ditadura militar.

"Permitam-me que saúde o Presidente Yudhoyono pelo contributo extraordinário que deu para a consolidação da democracia e do pluralismo político na Indonésia, pelo contributo que deu para a afirmação internacional da Indonésia e para o seu desenvolvimento económico e social", sublinhou.

ANC // APN - Lusa

Portugal e Indonésia têm a "obrigação" de "salvar Timor-Leste", diz investigador




Jacarta, 18 set (Lusa) - Portugal e a Indonésia têm a "obrigação moral" de "salvar Timor-Leste da possível maldição dos recursos naturais", sob pena de a pobreza aumentar no país, disse à Lusa o investigador indonésio Kristio Wahyono.

"É uma obrigação moral" para os dois países "salvar Timor-Leste da possível 'maldição dos recursos naturais', dado que a economia timorense é uma das mais profundamente dependentes do petróleo no mundo. Caso contrário, mais pessoas deste país ficarão abaixo da linha da pobreza", alertou.

Kristio Wahyono espera que o tema seja discutido hoje, na visita a Portugal do Presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono.

O também antigo representante da Indonésia na Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET), entre 2000 e 2003, defendeu que os dois países devem apoiar o governo timorense no Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030 e investir no país.

Apesar de discordar dos especialistas que alertam para o risco de o país se tornar num Estado falhado, o docente de Estudos de Timor-Leste considera que a Indonésia tem a "obrigação moral" de prevenir que tal aconteça, depois de ter invadido o país em 1975 e de ali ter cometido violações de direitos humanos durante 25 anos.

"O próximo governo da Indonésia não deve cometer um segundo erro, aproveitando a oportunidade económica ou envolvendo-se na exploração de petróleo no Mar de Timor, a menos que obtenha o consentimento de Timor-Leste e da Austrália", respondeu.

Kathleen Rustici, diretora-adjunta do departamento do Sudeste Asiático do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), entende que a Indonésia vê Timor-Leste como um "parceiro", até porque partilha uma ilha com o país vizinho, logo, "o desenvolvimento e a estabilidade [timorenses] são bons" para ambos.

A Indonésia tem apoiado Timor-Leste em várias áreas, como o desenvolvimento regional, as pescas e a educação, sendo que boa parte dos produtos disponíveis na antiga colónia portuguesa partem do mercado indonésio.

Para Kristio Wahyono, Portugal e a Indonésia devem "incentivar e dar toda a assistência possível a Timor-Leste" através da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), respetivamente.

Timor-Leste é o único país do Sudeste Asiático que ainda não foi admitido na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o único da região que faz parte da CPLP.

A viagem a Portugal, bem como a visita a Timor-Leste em agosto, deve-se à intenção de Susilo Bambang Yudhoyono de encerrar o capítulo da ocupação indonésia da antiga colónia portuguesa, segundo declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Marty Natalegawa, proferidas à agência Lusa em agosto.

Segundo a imprensa indonésia, o antigo general indonésio Agum Gumelar disse, na semana passada, que foi incumbido pelo governo de criar uma equipa para procurar o local da morte de Nicolau Lobato, líder da Resistência Timorense, que terá sido morto durante um combate contra os militares indonésios em 1978.

Na interpretação de Kristio Wahyono, apesar de as autoridades timorenses terem sacrificado a procura da justiça em prol da paz, Susilo Bambang Yudhoyono quer evitar que este "legado de violações de direitos humanos" seja um "peso" para o seu sucessor, Joko Widodo, que assumirá funções a 20 de outubro.

Nas recentes eleições presidenciais, o Partido Democrático, de Susilo Bambang Yudhoyono, apoiou o candidato derrotado, Prabowo Subianto, que, segundo alguns relatórios, liderava a unidade que terá assassinado Nicolau Lobato e cujo nome tem sido associado a outras violações de direitos humanos na Indonésia.

Kathleen Rustici considera que o Presidente indonésio tem "um desempenho misto quando se trata de abordar direitos humanos", mas reconhece que a Indonésia tem evoluído nesse aspecto e destaca que as relações com Timor-Leste "melhoraram consideravelmente", durante os dez anos da presidência de Susilo Bambang Yudhoyono.

A última visita oficial de um chefe de Estado indonésio a Portugal ocorreu em 1960. Os dois países estiveram de relações diplomáticas cortadas durante o período da ocupação indonésia, que culminou com a declaração da independência de Timor-Leste em 2002.

AYN // PJA - Lusa

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