segunda-feira, 5 de março de 2012

Portugal: PRESIDENTE MAIS IRRELEVANTE NÃO PODIA HAVER



Camilo Lourenço – Jornal de Negócios, opinião

Era previsível. O Presidente da República, depois de somar dois disparates seguidos (críticas aos cortes nas pensões e "fuga" da escola António Arroio) e cair nas sondagens, precisava de uma saída: uma, ou várias, tiradas airosas que lhe recuperassem a popularidade.

Foi o que fez na semana passada: começou com a "surpresa" face aos números do desemprego, continuou sugerindo alterações ao programa da Troika e avançou com a ideia de que o país já não aguenta mais austeridade. E quando se pensava que iria ficar por ali ainda investiu contra as agências de rating (que há dois anos recomendava que não se criticasse) e os líderes europeus, que por elas se deixam "chantagear" e para com quem revelam cobardia.

Vou-me abster de mencionar os links do "youtube" com as declarações passadas do Presidente sobre as agências de rating. Vou-me abster de referir as vezes em que Cavaco falou sobre a insustentabilidade do nível de despesa pública em Portugal. E até me vou abster de recomendar um artigo recente de Miguel Cadilhe, no "Público", onde lembra que o Presidente é um dos responsáveis pela subida da despesa corrente, ao patrocinar um novo sistema retributivo na função pública. O que interessa reter é que
Cavaco Silva, por recear ficar na História como o Presidente do pior período de austeridade da democracia, anda a tentar "fugir com o rabo à seringa". Descolando do governo. Ainda não percebeu que, por este caminho, a mesma História que o atormenta vai lembrá-lo como o Presidente mais irrelevante que a democracia teve até à data. Resta saber o dano que esta descredibilização progressiva da função presidencial vai fazer ao país.
 

Destaques

Mário Soares: Economia paralela, criminalidade e mortalidade de idosos estão a aumentar



Jornal de Negócios

"A criminalidade está subir de forma brutal, sobretudo os idosos estão a morrer e está-se a tirar as pessoas das suas casas por causa da renda. Então o Governo não tem responsabilidades perante as pessoas? São as pessoas que contam e não o dinheiro, que diabo", disse o ex-Presidente da República.

O ex-Presidente da República considerou hoje que a economia paralela, a criminalidade e a mortalidade dos idosos estão a aumentar em Portugal, mostrando-se indignado por as medidas de austeridade servirem apenas aos "usurários" da troika.

Mário Soares falava aos jornalistas depois de ter participado numa conferência promovida pelo deputado do CDS Ribeiro e Castro, subordinada ao tema "A Europa numa encruzilhada".O ex-chefe de Estado traçou um cenário negro sobre a atual situação do país, dizendo que lhe custa ver muito a situação das pessoas no país.

"Ando na rua e falo com as pessoas. Estamos a assistir a um desenvolvimento imenso da economia paralela, ninguém paga impostos (como se viu), ou porque as pessoas não têm dinheiro para pagar ou porque não querem pagar, entendendo pura e simplesmente que já é demais", disse, antes de se referir outros alegados fenómenos de crise social existentes em Portugal.

"A criminalidade está subir de forma brutal, sobretudo os idosos estão a morrer e está-se a tirar as pessoas das suas casas por causa da renda. Então o Governo não tem responsabilidades perante as pessoas? São as pessoas que contam e não o dinheiro, que diabo", disse, elevando o seu tom de voz.

Soares mostrou-se ainda indignado por muitas das políticas antissociais servirem "para dar aos usurários da troika", mas afastou a possibilidade de Portugal deixar de pagar o resgate financeiro que acordou junto da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

SEM COMIDA E SEM MEDICAMENTOS




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Especialistas em saúde pública associam o excesso de mortalidade à crise económica. Alguém acredita? Desde logo porque, em Portugal, não há crise…

É certo que quatro em cada dez portugueses admitem fazer cortes no orçamento familiar para poderem comprar medicamentos. Nada mais salutar. Ou comem ou tomam medicamentos. As duas coisas juntas é que não pode ser.

Além disso, sabe-se que dormir às escuras pode ajudar a controlar a diabetes e que viver sem comer ajuda a diminuir o excesso de peso e as doenças correlativas.

O barómetro "Os portugueses e a saúde" nunca foi, nem será, lido pelos ministros deste governo (por óbvia, entenda-se, falta de tempo), muito embora 1,2 milhões de portugueses afirmarem que deixam na farmácia alguns dos medicamentos necessários, sendo a população idosa, não activa, com níveis de instrução mais baixos a mais atingida com tal medida.

E tudo se deve, lamentavelmente, ao facto de os portugueses ainda não terem percebido os nobres, altruístas e beneméritos intentos do Governo quando sugere (impõe, vá lá) que os cidadãos vivem sem comer e morram sem ficar doentes.

Nesta altura, se calhar os portugueses estão tentados a dizer que estão entregues à bicharada. Mas não é assim. Desde logo porque a bicharada não gosta de se alimentar de corpos esqueléticos, famintos e em estado terminal.

Acresce que, mais uma vez bem, o Governo continua a dar sobejos exemplos de que também está a apertar o cinto. Convém não esquecer, por exemplo, que os membros da equipa de Pedro Miguel Passos Relvas Coelho também faz greve de fome para ajudar a pôr o país em e na ordem. É claro que só o fazem entre as refeições, mas já é alguma coisa…

Recordam-se de a então ministra da Saúde de Portugal, Ana Jorge, ter apelado às famílias portuguesas para fazerem “sopa em casa” em vez de gastarem em “fast food”, aproveitando a necessidade de contenção económica e como forma de combater a obesidade?

“É bom que as pessoas deste país tenham a noção que a obesidade implica um tratamento sério e alteração de comportamentos, desde que se nasce, ou melhor, até durante a gravidez”, realçou a então ministra, acrescentando que “é necessário modificar os comportamentos alimentares e de sedentarismo que as pessoas estão a ter” em Portugal.

Melhor do que comer sopa é, e um dia destes ainda vamos ver o actual primeiro-ministro a falar disso, fazer o mesmo que o indiano Prahlad Jani que – diz ele e até tem testemunhas ditas credíveis - não come nem bebe há mais de 70 anos.

Até agora, sobretudo porque os portugueses são uns desmancha-prazeres, os resultados em Portugal não são animadores. Todos os que tentaram seguir, por correspondência, o método de Prahlad Jani estiveram muito perto mas, quando estavam quase lá... morreram.

Um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Granada (Espanha) permitiu concluir que dormir completamente às escuras pode ajudar a controlar melhor a diabetes mellitus, uma doença metabólica crónica provocada pela insuficiente produção de insulina pelo corpo.

Se a esse facto se juntar o aumento do IVA na energia eléctrica (de 6% para 23%), o melhor mesmo é viver às escuras, sem electrodomésticos e exercitando o corpo na lavagem da roupa à mão e bebendo líquidos à temperatura ambiente.

Essa quantidade insuficiente de insulina provoca excesso de glucose no sangue, pelo que os doentes têm que controlar ao longo de toda a sua vida os níveis, injectando insulina, seguindo uma dieta alimentar saudável e praticando exercício físico.

Recentemente, a equipa de investigadores da Universidade de Granada demonstrou que a melatonina, uma hormona segregada de forma natural pelo corpo humano, ajuda a controlar a diabetes, já que aumenta a secreção da insulina, reduz a hiperglicemia e a hemoglobina glicada e diminui os ácidos gordos livres, adiantou o jornal espanhol ABC.

A escuridão da noite favorece a secreção desta hormona, razão pela qual os investigadores acreditam que dormir completamente às escuras, ou até mesmo viver totalmente às escuras, pode ajudar a controlar a diabetes associada à obesidade e os factores de risco associados.

Os mesmos efeitos foram verificados com a ingestão de alimentos que contém melatonina, como o leite, os cereais e as azeitonas, ou algumas plantas, como a mostarda, a curcuma, o cardamomo, a erva-doce e o coentro.

Aqui a coisa já não tem tanta piada. É que o leite, os cereais etc. são, cada vez mais, bens de luxo. E a situação do país não se compadece com esses gastos. Pão e laranja ou farelo é quanto basta. E mesmo assim…

Entretanto, baseado no exemplo de Prahlad Jani, Passos Coelho (certamente com a colaboração institucional de Cavaco Silva, Paulo Portas e António José Seguro) pretende - e vai conseguir - ensinar os portugueses a, pelo menos, viver sem comer.

E, convenhamos, se for possível garantir à dona da Europa, Angela Dorothea Merkel, que os portugueses conseguem estar uns anos sem comer, Portugal não tardará muito a ter o défice em ordem e a beneficiar do pleno emprego.

Além disso, serão o FMI e a senhora Angela Dorothea Merkel a pedir a ajuda do novo “líder carismático” do reino lusitano…

Já em 2006 o Discovery Channel fez um documentário sobre Prahlad Jani que, na altura, concordou em ser filmado durante dez dias e também foi analisado por médicos e cientistas, que não chegaram a uma conclusão nem presenciaram nenhuma impostura.

Data, aliás, dessa altura a tese, então defendida também por José Sócrates, de que a solução de Portugal passava por pôr os escravos a viver sem comer. Como não encontrou voluntários, obrigou-os pela força da miséria e do desemprego a enveredarem por esse caminho.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: SERÁ A GAMELA DEMASIADO PEQUENA?

Portugal: Ministro da Economia deixou São Bento sem prestar declarações



RTP – Lusa, com foto

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, saiu hoje da residência oficial do primeiro-ministro às 19:51 sem prestar declarações à comunicação social.

O carro onde seguia o ministro saiu de São Bento em contramão, virando à esquerda numa rua de sentido único.

Segundo a edição `online` do Jornal de Negócios, o ministro da Economia chegou a São Bento cerca das 17:00 para uma reunião com o primeiro-ministro, informação que, ao longo da tarde, não foi confirmada nem desmentida à Agência Lusa quer pelo gabinete de Álvaro Santos Pereira quer pelo de Pedro Passos Coelho.

Depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a gestão dos fundos comunitários passaria da tutela de Álvaro Santos Pereira para a do ministro das Finanças, o primeiro-ministro esclareceu na madrugada de domingo que a coordenação do QREN se manterá no Ministério da Economia mas que Vítor Gaspar terá uma palavra decisiva sobre a reafetação dos fundos.

"Cabe ao ministro [de Estado e] das Finanças uma palavra muito relevante, para não dizer decisiva, sobre a forma como a reafetação" dos fundos comunitários "deve ser feita", mas "toda a execução continua como é evidente nas mãos dos ministérios setoriais e toda a coordenação dessa tarefa permanece nas mãos do Ministério da Economia", afirmou então Pedro Passos Coelho.

CRBE – FRAUDES E OUTRAS COISAS MAIS




Rui Martins, Berna – Direto da Redação

Berna (Suiça) - A última acusação de fraude nas eleições do Conselho de Representantes das Comunidades Brasileiras, mais conhecido como CRBE Clique aqui publicada no blog betomoraes.com e reproduzida pelo jornal da comunidade emigrante brasileira Brazilian Voice, reabriu uma questão arquivada às pressas, há um ano e meio, pelo Itamaraty e pelos próprios titulares desse Conselho.

Mas é chegado o momento do próprio ministro Antonio Patriota, da chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, e da presidente Dilma Roussef dedicarem cinco minutos de atenção a esse órgão que, no atual formato, compromete a própria política brasileira da emigração. Ou o governo cria alguma coisa realmente legítima para os emigrantes ou sairá desprestigiado, pois a cada semana se acumulam informações demonstrando a ineficácia desse Conselho e a maneira como vem sendo utilizado por alguns de seus membros por interesses meramente pessoais.

A questão das fraudes não é nova. Já havia sido levantada no online do jornal O Globo, quando algumas pessoas, nos EUA, desejosas de votar para um candidato ao CRBE, descobriram com surpresa que alguém já votara por elas, utilizando o número de seu passaporte, CPF, RG e outros tipos de identificação que os emigrantes deixam ao se inscrever numa associação, fazer um requerimento, abrir um crédito ou enviar dinheiro para a família.

Agora, a denúncia feita pelo mineiro Antonio José Candido, ex-emigrante sem papéis nos EUA retornado a Goiás, é esclarecedora. Ele presenciou a venda de um pacote de nomes, cerca de 1500, com todas as informações de cadastro deixadas na empresa Pão de Queijo Brasileiro, em Marlboro, Massachusetts. A empresa não existe mais e seus ex-proprietários não foram localizados mas o testemunho de Antonio José Cândido, justamente por confirmar suspeitas, não pode ser ignorado, nem colocado embaixo do tapete e muito menos minimizado pelo Itamaraty. Caso o Itamaraty faça o papel do avestruz, não querendo assumir a responsabilidade por eleições não seguras, isso só servirá para desmoralizar ainda mais, algo que não conseguiu se impor junto aos emigrantes.

Usando de minha recente titularização no CRBE, depois de uma vergonhosa e antidemocrática tentativa de alguns membros de me expulsarem por delito de opinião, e me reconhecendo como porta-voz de todos quantos querem uma transformação do CRBE num órgão realmente representativo dos emigrantes e não tutelado por diplomatas, enviei um pedido ao Itamaraty para investigar a denúncia. É caso de sindicância ou inquérito.

Entretanto, denúncias de fraude indireta tinham também sido levantadas pelo ex-titular do CRBE Khaled Haymour, pelo Líbano. Expedientes os mais diversos foram utilizados para obter votos, sejam jantares ou festas. Khaled formalizou a denúncia ao Itamaraty mas não teria obtido qualquer resposta e qualquer medida de investigação, preferindo diante disso renunciar.

O clima assumiu feições de distribuição de mordomias, quando o Itamaraty ofereceu aos titulares e suplentes do CRBE a possibilidade de serem Consules Honorários, caso vivam em cidades sem embaixada e sem consulado. Que representatividade podem ter tais pessoas, quando se sabe que todos os votos reunidos por todos os candidatos ao CRBE totalizaram apenas 0,02 % da população brasileira emigrante ? Entretanto, a atual política de emigração permite que embaixadas possam ser seduzidas por alguns candidatos a Consul Honorário, sem representarem na verdade os emigrantes da região.

Nesta altura, se o governo não intervier, o CRBE poderá ser comparado com uma miniatura do clima de interesses pessoais, benesses, mordomia e vaidades pessoais que animam muitos setores da nossa República.

O CRBE não tem verba para funcionar, o que já bastaria para demonstrar sua ineficácia, mas possui alguns membros mecenas. E tais mecenas financiam viagens de alguns membros e do presidente licenciado do CRBE. A intenção pode e imagino deve ser boa, mas constitui um perigoso desvio pela ascendência econômica que tais mecenas passam a ter sobre seus favorecidos. Se o Itamaraty não dá verba para o CRBE funcionar, não pode também permitir, por uma questão de imparcialidade, o custeio de viagens de membros do CRBE por membros ou terceiros.

E o que dizer de alguns membros que por terem acesso ao Itamaraty se julgam diplomatas ? Sem se falar nos Conselhos de Cidadãos, recentemente recriados com os mesmos genes da época FHC, que são um faz-de-conta decidido, no final, pelo Consul ou representante diplomático local.

Correm rumores de que a falada IV Conferência Brasileiros no Mundo será em julho ou antes de julho e que a Funag já prepara o temário, convidados e o encontro em geral. Mas e os emigrantes nisso ?

Não seria melhor o Itamaraty fazer o I Encontro dos Diplomatas no Mundo, já que é o Itamaraty quem dita a política da emigração e se faz de emigrante, sem o ser, e tutela e enquadra os líderes emigrantes, quando outros países mostram ser necessária uma política independente dos emigrantes, sem sujeição ao Ministério das Relações Exteriores ?

A Televisão Monde francófona coloca numerosos anúncios diariamente convocando os emigrantes franceses para a eleição dos deputados emigrantes que legislarão pelos emigrantes na Assembléia Nacional, enquanto os franceses do Exterior se arregimentam numa entidade pública equivalente a um órgão institucional emigrante. O que o Brasil espera ? Vai continuar aplicando a política paternalista e ineficiente junto aos emigrantes, quando o próprio PT, no seu congresso internacional em Londres, se pronunciou, como temos defendido, por um órgão institucional emigrante sem a tutela do Itamaraty ?

Está na hora dos emigrantes, considerados um mero mercado de associações comerciais e religiosas, dizerem um basta e exigirem do governo uma Secretaria de Estado para os emigrantes, sem qualquer tutela, e terem seus representantes no Parlamento.

Sem isso, tudo não passa de uma brincadeira, na qual se misturam fraudes, negócios, mordomias, consules honorários escolhidos na base da camaradagem e a feira de vaidades, no nome indevido dos emigrantes.

PS - o autor convida os emigrantes residentes em Nova Iorque e arredores para o encontro promovido pelo jornal Brazilian Times, dia 2 de Março, 18h30, na Casa do Brasil, em Nova Iorque, 43 Street número 4, no qual defenderá mais uma vez uma política de emigração sem tutela do Itamaraty e uma transição do atual CRBE para um órgão institucional emigrante, criação de parlamentares emigrantes e um amplo conselho de emigrantes tudo sem a tutela do Itamaraty. Nosso lema - assim como emigrante não é diplomata, os diplomatas devem deixar de querer se fazer de emigrantes.

* Jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, ex-membro eleito no primeiro conselho de emigrantes junto ao Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreve para o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil e agência BrPress

Ministro do Desporto brasileiro vai enviar carta à FIFA...




... para cortar oficialmente relações com secretário da instituição


O ministro do Desporto brasileiro, Aldo Rebelo, deve enviar hoje uma carta à FIFA para oficializar a sua insatisfação com as declarações do secretário-geral da instituição, Jérôme Valcke, e informar sobre o corte das relações com o dirigente.

Na sexta-feira, Valcke criticou o atraso em obras de infraestruturas e na aprovação da Lei Geral da Copa, que estabelece as regras que serão adotadas durante o mundial de futebol.

O holandês disse que os brasileiros precisavam de "um chuto no traseiro" para cumprir os prazos, o que irritou o Governo. Aldo Rebelo rebateu as críticas no sábado e afirmou à imprensa que não aceitaria mais negociar com Valcke.

O texto da carta que será enviada ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, ainda não foi definido, segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desporto.

A carta não deve, no entanto, fazer críticas à Federação, mas somente ao dirigente, que tinha visita agendada ao Brasil este mês.

No domingo, Valcke afirmou, em Londres, que a reação de Aldo Rebelo foi "infantil", segundo a imprensa local.

A votação da Lei Geral da Copa está prevista para terça-feira em Comissão Especial da Câmara dos Deputados para o tema. Há o receio de que o mau estar entre os dirigentes possa atrapalhar o andamento da tramitação, segundo a imprensa local.

QUILOMBO RIO DOS MACACOS SOFRE INTIMIDAÇÃO



Pulsar

Mesmo com o adiamento da desapropriação marcada para ontem (4) no Território do Quilombo Rio dos Macacos, a Marinha do Brasil colocou três caminhões de fuzileiros dentro da comunidade.

A marinha estava desautorizada a desapropriar o território devido a uma ação emitida pela Secretaria Geral da Presidência da Republica.

De acordo com relatos postados no blog que apoia a comunidade, cada caminhão continha cerca de 80 homens. Além disso, um trator estava posicionado no portão da Vila Naval.

Após denúncias, diversos movimentos sociais, autoridades e imprensa se dirigiram ao Quilombo. Assustados com a possível repercussão da tragédia que planejavam, os generais ordenaram a retirada dos tratores do local.

Instalados há mais de 200 anos em Simões Filho, a 20 quilômetros da capital baiana de Salvador, a comunidade denuncia que vem sofrendo sucessivos ataques da Marinha, que mantém no local a base militar de Aratu. (pulsar)

Moçambique: Homens armados da Renamo semeiam pânico em Nampula



Rádio Moçambique

Cerca de 300 ex-guerrilheiros da Renamo, fortemente armados, decidiram acampar no quintal da delegação desta formação política na cidade de Nampula, onde, aparentemente, aguardam pelas ordens do seu Chefe, Afonso Dhlakama para iniciarem as propaladas manifestações.

Enquanto aguardam pelas alegadas manifestações, os ex-guerrilheiros da Renamo estão a semear pânico naquela parcela do país.

Para além de estarem fortemente armados e terem tomado posições ao longo da rua, os homens da Renamo são acusados de cometer várias atrocidades, incluindo violação de mulheres que se fazem àquela rua na calada da noite, defecar ao longo da estrada e em quintais vizinhos e espancamentos a cidadãos inocentes.

Segundo a edição de hoje do jornal “O Pais”, os homens da Renamo, que alegam estarem a espera de ordens para o início das manifestações anunciadas por Afonso Dhlakama em 2009, recentemente espancaram jornalistas da Televisão de Moçambique (TVM), tendo também confiscado a sua câmara, quando tentava filmar o local onde se encontram os guerrilheiros.

A devolução do equipamento da TVM só foi possível graças a intervenção de Fernando Mazanga, porta-voz nacional da Renamo, depois de frustrada uma intervenção policial.

Os mesmos também mantêm, há várias semanas, um cidadão em regime de cárcere privado, sob o pretexto de ser espião da Frelimo.

Trata-se de Hemane Bandau, 65 anos, detido a Fevereiro último naquela delegação, depois de ter sido violentamente espancado por ter sido encontrado na posse de cartão de membro do partido Frelimo, quando transitava pela rua onde se encontra instalada a delegação da Renamo.

Segundo informações recolhidas junto à família de Hemane Bandau, os guerrilheiros da Renamo não permitem visitas de sua esposa.

A família nega que o Hemane Bandau tenha ido à rua dos Sem Medo para espiar os membros da Renamo a favor da Frelimo. Aliás, a família afirma que Bandau e’ motorista de profissão e funcionário de uma empresa privada.

Para além destes desmandos, há relatos de imundície no bairro, porque a única latrina existente na sede da Renamo, onde os seus homens se encontram acampados, não tem capacidade para atender cerca de 300 homens. Como consequência, os quintais vizinhos também acabam sendo transformados em latrinas.

(RM/AIM)

Moçambique: Devemos ser capazes de explorar os nossos recursos – Aires Ali



Rádio Moçambique, com foto

O Primeiro-Ministro desafiou hoje os moçambicanos a estarem preparados para melhor explorarem as vantagens decorrentes da ocorrência de diversos recursos naturais no país.

Falando na abertura da primeira sessão ordinária da Comissão Consultiva do Trabalho (CCT), que iniciou hoje em Maputo, Aires Ali sublinhou que atualmente Moçambique é conhecido a esfera global devido a ocorrência de recursos minerais.

Entretanto, agora é necessário trabalhar-se no sentido do país também se tornar numa referência mundial pela sua capacidade de explorar os seus próprios recursos.

“O desafio é que nós precisamos de saber aproveitar esta oportunidade histórica de explorarmos os nossos recursos naturais esgotáveis”, disse o governante, acrescentando que “temos de saber como agirmos rapidamente de modo a tirarmos grandes vantagens”.

Na sua intervenção, o governante reconheceu que o alcance desse desafio passa, sobretudo, pela aposta na formação de recursos humanos, tarefa que não só cabe ao Governo, mas também às empresas, sindicatos e até mesmo a pessoas individualmente.

Aires ali disse que, no quadro da implementação do seu Programa Quinquenal, o Governo continuará a dar primazia a promoção do emprego, sobretudo para a juventude, a proteção social, através do alargamento da rede de cobertura do Sistema de Segurança Social a mais trabalhadores, a formação profissional do trabalhador, a promoção e consolidação do diálogo social, entre outras medidas.

No quadro da promoção do emprego, os membros da CCT (Governo, empregadores e sindicatos) assinaram hoje um memorando de entendimento sobre os compromissos dos parceiros sociais no âmbito da formação profissional.

O acordo foi assinado pela Ministra do Trabalho, Helena Taipo, na sua qualidade de presidente da CCT, bem como pelo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, na qualidade de representante dos empregradores.

Outros signatários deste documento são os secretários da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM) – Central Sindical, Alexrande Munguambe, e da Confederação dos Sindicatos Independentes e Livres de Moçambique (Consilmo), Jeremias Timana.

Na sua intervenção durante a abertura da primeira sessão ordinária da CCT, a Ministra do Trabalho disse que este memorando visa encontrar respostas para o desafio do Governo na formação de mão-de-obra qualificada para o mercado nacional.

(RM/AIM)

Liga dos Direitos Humanos acusa polícia de "tratamento desumano" dos presos



PMA - Lusa

Maputo, 05 fev (Lusa) - A Liga dos Direitos Humanos de Moçambique (LDH) acusou hoje a polícia moçambicana de submeter os detidos a "tratamento desumano", ignorando os direitos humanos elementares.

A LDH criticou a polícia moçambicana durante um debate em Maputo sobre o tema "Acabar com a impunidade e proteger os direitos humanos: Uma justiça próxima do Cidadão", promovido por ocasião da abertura do Ano Judicial, que teve lugar na sexta-feira.

"Os abusos dos direitos dos prisioneiros foram transferidos das cadeias para as celas das esquadras e da Polícia de Investigação Criminal. Os tratamentos desumanos aos presos agora estão na polícia", disse Amílcar Andela, vice-presidente da LDH.

Superlotação de celas, detenções ilegais, por motivos fúteis ou infundados, bem como violação dos prazos de prisão preventiva são algumas das práticas protagonizadas pelas autoridades policiais moçambicanas, acusou Amílcar Andela.

O vice-presidente da LDH também imputou culpas ao Ministério Público moçambicano pela sua alegada inércia no combate aos atropelos e reposição da legalidade.

"A inércia e morosidade do Ministério Público moçambicano têm contribuído para a impunidade com que os autores dos abusos dos direitos humanos continuam a atuar", frisou Amílcar Andela.

Por seu turno, Baltazar Faela, investigador do Centro de Integridade Pública (CIP), que apresentou o tema "Combate à impunidade e respeito pelo Estado de Direito no Judiciário", qualificou como "ineficaz" o combate à corrupção nas instituições do Estado moçambicano, devido ao estado obsoleto da legislação.

"Não estão a ser produzidas medidas sérias contra a corrupção. A legislação anti-corrupção é obsoleta e vamos assistindo a manobras dilatórias para impedir a sua atualização", sublinhou Baltazar Faela.

O vice-ministro da Justiça moçambicano, Alberto Nkutumula, apontou na ocasião as organizações da sociedade civil como um parceiro fundamental do Estado na promoção dos direitos humanos em Moçambique.

"O Estado, por mais aperfeiçoadas que estejam as suas instituições, não pode tudo. As organizações da sociedade civil são parceiros imprescindíveis na promoção da justiça. Elas têm de ser parte da solução", enfatizou Alberto Nkutumula.

USAID CELEBRA DEZ ANOS DE PARCERIA COM TIMOR-LESTE



Sapo TL

A Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) celebrou na passada sexta-feira dez anos de parceria com Timor-Leste. Para a ocasião, o Timor Plaza serviu de palco, durante o passado fim de semana, para uma pequena feira de apresentação dos projectos na qual a organização está envolvida.

A USAID, em conjunto com o governo de Timor-Leste, desenvolve quatro áreas prioritárias: Economia, Saúde, Educação e Boa Governação.

“Na USAID damos primazia à inovação, impacto e integridade em todas as áreas, de forma a responder às necessidades do povo timorense,” diz o director Rick Scott. “Esta pequena exposição [no Timor Plaza] é uma boa oportunidade para todos vós testemunharem os resultados dos projectos por nós implementados.”

A abertura da exposição contou com a presença da embaixadora norte-americana, Judith Fergin e mostrou-se orgulhosa de “os Estados Unidos terem contribuído para uma forte, democrática, estável, próspera e moderna nação como Timor-Leste”.

Desde 1994 em território timorense, a USAID tem dado assistência a ONGs e CSOs locais, instituições educacionais, media independente, ministérios e Parlamento Nacional, entre muitos outros. Fique a conhecer alguns dos projectos.

Projecto Ita Nia Rai

Num trabalho conjunto com o Ministério da Justiça, a USAID esteve, desde 2003, envolvida no processo de legalização de 53.000 terras e propriedades, denominada “Ita Nia Rai” (em português “A Nossa Terra”).

FOTI – Programa Anti-Corrupção

Com o objectivo de combater um dos grandes males da sociedade timorense, foi criada em Fevereiro do ano passado o FOTI (Responsabilidade e transparencia financeira), programa de anti-corrupção, que se destina a instituições como a Comissão Anti-Corrupção (CAC), Parlamento, Procuradoria geral da republica e Gabinete do inspector geral do estado.

Imunizasaun Proteje Labarik (Imunização para a protecção das crianças)

Este projecto trabalha em conjunto com o Ministério da Saúde, e visa reduzir a taxa de mortalidade infantil, através de uma programa de vacinação (PAV) e assistência médica. O alvo principal é os sete distritos onde existam mais de 75% de crianças não imunizadas, com idade inferior a um ano de idade.

LU-OLO VENCE ELEIÇÕES TIMORENSES NA PRIMEIRA E ÚNICA VOLTA - observadores


Lu-Olo, uma família presidencial?

Beatriz Gamboa*, da redação PG, em Timor-Leste

Em Timor-Leste a campanha eleitoral já conta com seis dias do período oficial em que os candidatos a presidente da república se desdobram em comícios, caravanas e contactos com os eleitores. No domingo (4 de Março) foram mostrados indicativos de que o favoritismo do próximo presidente poderá estar a mudar de Taur Matan Ruak, candidato do CNRT, para Lu-Olo, candidato da Fretilin. Observadores admitem que Lu-Olo possa vencer este pleito logo à primeira volta, obtendo pouco mais de 50 por cento dos votos expressos em urna.

“O facto de Taur Matan Ruak ter recebido o apoio expresso de Xanana Gusmão e do seu partido político, o CNRT, veio influenciar decisões acerca da tendência dos eleitores destas presidenciais. O insucesso e as injustiças das políticas levadas a cabo pelo governo de Xanana Gusmão-CNRT estão a colar-se a Taur Matan Ruak. As pessoas estão a desviar-se para o candidato da Fretilin, Lu-Olo como modo de castigar Xanana e o CNRT pela pobreza e todas as dificuldades que os assola, pelo não cumprimento das promessas de Xanana e pelo desvario daquilo a que eles chamam KKN e que em português corrente se chama conluio, corrupção e nepotismo”, afirmou Manuel (nome fictício) na qualidade de interessado em observar descomprometidamente todo o processo eleitoral e as consequências que daí advirão no dia em que os votos dos timorenses forem depositados nas urnas eleitorais.

Outro observador por nós contactado vai mais longe e acredita que Taur Matan Ruak vai acabar por ser “ostracizado devido a ter consentido a colagem atabalhoada do CNRT e de Xanana Gusmão”. À nossa pergunta sobre as razões de ser visível no terreno que Taur conta com a presença de uma grande quantidade de assistência e/ou apoiantes respondeu que “é foogo de palha, é espetáculo montado pelo CNRT e que é mais visível a nível de caravanas que percorrem o país. Isso não tem comparação com o juntar de assistência e de apoiantes de Lu-Olo nos comícios. Ainda neste domingo passado isso foi bem visível em Baucau. Eles tomaram conta da cidade, que é a segunda maior do país, e eram pessoas dali, poucas de outros distritos. À medida que Lu-Olo avança no terreno e viaja distrito em distrito, o que se vê é exatamente isso. Lu-Olo está em crescendo, não restam dúvidas. O candidato Taur está a pagar a fatura daquilo de que acusam Xanana e o CNRT-AMP: injustiças e enriquecimentos ilícitos por parte de membros deste governo e dos seus amigos. Taur, sem responsabilidades nisso, vai pagar essa fatura, tudo o indica. O espetáculo da campanha do general Taur tem uma boa aparência mas nas urnas vamos ver refletido o descontentamento existente sobre os comportamentos erróneos de que acusam Xanana. A solução para Taur seria descolar-se do CNRT, só que se calhar agora já é tarde demais.”

GANHA TAUR POR QUE A IGREJA TAMBÉM O APOIA

Opinião contrária têm timorenses comuns da cidade de Díli que acompanham a campanha eleitoral de Taur, alguns até militantes do CNRT de Xanana, partido que apoia o candidato e que sem querer dar a perceber mas dando-o (por não ser segredo) lhe fornece grande parte da logística e outras minudências com vista a cativar eleitores: “Taur vai vencer, tem muitos apoiantes do CNRT e até de outros partidos da AMP. Quando Xanana se juntar a Matan Ruak na campanha e a Igreja anunciar claramente o seu apoio ao candidato podem todos acreditar que Lu-Olo e a Fretilin vai perder as esperanças de que poderá ganhar estas eleições.”

Pedimos a este apoiante de Taur Matan Ruak que fosse mais especifico sobre o apoio da Igreja timorense ao candidato mas recebemos por resposta para irmos “falar com os bispos, principalmente o de Baucau, que é quem fala mais.”

RAMOS-HORTA E A CAMPANHA DE SOFÁ

José Ramos-Horta continua a fazer uma campanha de sofá e de panfletos que mandatários seus vão distribuindo pela população em variados locais. Muitas vezes de porta-a-porta. Quando se pergunta o que acham sobre o candidato Ramos-Horta, atual PR, muitos afirmam guardar-lhe bastante simpatia e que vão votar nele. Outros tomam por destaque que é uma referência importante de Timor-Leste a nível global. A maioria dos interpelados considera que Horta não quer ser reeleito por estar desgostoso com o rumo para que Xanana Gusmão e as suas políticas têm conduzido o país. Em vaticínio, os inquiridos à pergunta “quem vai ser o novo presidente da república” responderam maioritariamente Lu-Olo.

Um diretor de hotel falou abertamente sobre o que pensa sobre a campanha de sofá que José Ramos-Horta está a fazer: “Ramos-Horta é um homem inteligente, culto, de dimensão mundial, que vê nas mediocridades destes políticos que nos têm governado, incluindo Xanana, um grande mal da nação. O que ele quer é ir-se embora.” Sobre Taur Matan Ruak considera que fez bem em aceitar o aliado CNRT-Xanana Gusmão e que por isso “vai vencer as eleições em disputa com Lu-Olo na segunda volta”.

Outros candidatos de menor impacto mediático e entre a população participam mais ou menos ativamente nesta campanha, mas nem Fernando La Sama, por enquanto, merece tese de considerações nem lugar de relevância. Tem sido uma campanha morna, quase sem vida, com alguma impreparação e muito improviso, o que conduz a que nem sempre tudo resulte a contento do candidato. La Sama, atual presidente do Parlamento Nacional, foi votado substancialmente nas eleições presidenciais anteriores e por mais um pouco poderia ter sido ele, em vez de Ramos-Horta, a disputar com Lu-Olo a segunda volta. O partido que dirige (Partido Democrático) é quem o apoia na organização e logística – mal, pelos visto.

*BG, com apoio de ALM, MDC, DTL

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Destaque Página Global: OH DE TIMOR-LESTE!

ELEITORES TIMORENSES: PARTICIPEM NA SONDAGEM “VOTO PARA PR DE TIMOR-LESTE”, na barra lateral

Portugal: O EMPRÉSTIMO DE COMPRESSAS AO GARCIA DA ORTA



Carlos Fonseca - Aventar

O hospital de Almada, por dívida de 260 mil euros ao fornecedor, está a recorrer ao empréstimo de compressas para cirurgia, nomeadamente junto do Amadora-Sinta, que costumo e devo designar por Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca.

O ministro Macedo, bancário de profissão, entende que os hospitais devem funcionar na lógica dos fluxos de caixa e do saldo zero de tesouraria; nunca em função do interesse e necessidades dos doentes.

Ontem a Roche, hoje os fornecedores de compressas, e sem vontade de negociar e apenas impor, o actual Ministério de Saúde está a negar a prestação de cuidados médicos, nalguns casos em estado de necessidade extrema: cirurgias no Garcia da Orta, assim como tratamentos com medicamentos únicos de oncologia, nos IPO’s e outras unidades de saúde com esta especialidade.

Tudo isto é o resultado de tecnocracia, que com este governo atingiu o pico mais elevado, sem ponta de humanismo na prestação de serviços de saúde aos cidadãos.

Temos um governo, de falácia e aldrabice, composto por gente que não presta. Não presta mesmo!

SERÁ A GAMELA DEMASIADO PEQUENA?




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

O meu amigo e mestre do Jornalismo (do Jornalismo, disse eu) Hernâni Von Doellinger diz que o ministro Álvaro Santos Pereira está de partida e que “só está à espera de voo”. E acrescenta: “Veremos quantos e quais quererão aproveitar a boleia”.

E tem razão. Aliás, o governo luso deveria ficar apenas com três ministros: o primeiro: Miguel Relvas, o adjunto: Pedro Passos Coelho e o das Finanças: Vítor Gaspar.

Era mais do que suficiente. Os outros passariam a guichets públicos onde os “gestores de carreira” comandariam o processo de falência das empresas e dos cidadãos.

Mesmo que Miguel Relvas dê cobertura às teses de Pedro Passos Coelho de que a coordenação das verbas comunitárias ficaria a cargo do guichet de Álvaro Santos Pereira, é ponto assente que quem vai mandar na gamela é o ministro das Finanças.

A oposição fala de desagregação do governo, mas está errada. Não é possível desagregar o que nunca esteve agregado. Assim sendo, Álvaro Santos Pereira limita-se a fazer as malas que, em boa verdade, nunca chegou a desfazer. De há muito que ele percebeu que Miguel Relvas nunca o deixaria ser ministro, muito menos da economia.

Em que país pensou Álvaro Santos Pereira que estava quando, numa noite de pastéis de Belém, resolveu falar do pomposo Programa de Relançamento do Serviço Público de Emprego, dizendo que ele inclui oito eixos e um conjunto de medidas que visam fomentar a captação de ofertas de emprego, cooperar com parceiros para a colocação de desempregados, reestruturar a rede de Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional, entre outras?

No Canadá talvez o suposto ministro da Economia consiga de facto "promover um acompanhamento mais próximo e mais regular do desempregado" e melhorar o desempenho do serviço público de emprego, "nomeadamente no que diz respeito à oferta e procura de emprego", incluindo alterações no funcionamento dos centros de emprego.

A ideia, até porque não era obviamente para cumprir, terá agrado a Miguel Relvas e mesmo aos que (ainda) têm emprego e que vão querer ficar desempregados para assim beneficiarem deste ovo de Colombo.

Então aquela outra ideia de os desempregados inscritos nos centros de emprego passarem a ter um gestor de carreira é merecedora uma condecoração. Não das de mais alta categoria porque não partiu da mona de Miguel Relvas. Só por isso.

Mal sabia Álvaro Santos Pereira que a reestruturação da rede de centros de emprego, entre outras das suas peregrinas ideias, o iriam transformar – enquanto não bate com a porta – num mero gestor da carreira dos donos do país.

No caso de continuar a acreditar no Pai Natal, Álvaro Santos Pereira terá sempre à sua disposição o argumento de que não vão faltar clientes ao seu guichet. Se, apesar de tudo, entender que o número de desempregados é pequeno, pode sempre pedir ajuda aos empresários amigos de Miguel Relvas que, sem cobrar nada, não terão dificuldade em tirar da gaveta mais uma série de despedimentos colectivos.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: CEGOS, DESDENTADOS E DE BARRIGA VAZIA

MORTE DO ACORDO ORTOGRÁFICO



O País (ao)

O secretário de Estado da Cultura português admitiu esta semana, em entrevista à TVI-24, alterar até 2015 algumas regras do novo Acordo Ortográfico, que já está em vigor nos organismos do Estado daquele país desde Janeiro deste ano.

Manifestando o seu desacordo com algumas normas, Francisco José Viegas lembrou que “do ponto de vista teórico, a ortografia é uma coisa artificial. Portanto, podemos mudá-la. Até 2015 podemos corrigi-la, temos essa possibilidade e vamos usá-la. Nós temos que aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar. Temos três anos para o fazer”.

Questionado sobre a polémica decisão de Vasco Graça Moura que ordenou aos serviços internos do Centro Cultural de Belém (CCB) que não apliquem o novo acordo, o responsável pela pasta da cultura começou por lembrar que o presidente do CCB “é uma das pessoas que mais reflectiu e se empenhou no combate contra o Acordo Ortográfico” para seguidamente lembrar aqueles que “não têm qualquer intimidade nem com a escrita, nem com a ortografia, terem vindo criticar e pedir sanções”.

“Para mim é um não-problema. Os materiais impressos e oficiais do CCB obedecem a uma norma geral que vigora desde 1 de Janeiro em todos os organismos sob tutela do Estado. O Vasco Graça Moura, um dos grandes autores da nossa língua, escreve como lhe apetecer”, acrescentou o governante.

“Às vezes quando escrevo como escritor tenho dúvidas e vou fazer uso dessa possibilidade, como todos os portugueses podem fazer uso dessa possibilidade, isto é, a competência que têm para escolher a sua ortografia. Não há uma polícia da língua. Há um acordo que não implica sanções graves para nenhum de nós”, rematou Francisco José Viegas.

Acordo Ortográfico é inconstitucional Contrariando a prática adoptada desde Setembro de 2011, o novo presidente do Centro Cultural de Belém, Vasco Graça Moura, ordenou aos serviços internos que não apliquem mais o Acordo Ortográfico. A decisão foi dada a conhecer através de uma circular interna e engloba a desinstalação do software que tem vindo a ser usado para converter automaticamente a grafia dos textos, em conformidade com as regras do Acordo Ortográfico.

A medida contou com o apoio da nova administração do CCB, que a aprovou por unanimidade depois de apreciar um extenso documento preparado por Vasco Graça Moura, no qual o antigo eurodeputado do PSD argumenta que “o

Acordo Ortográfico não está nem pode estar em vigor”. Em causa está o facto de Angola e Moçambique não terem ainda ratificado o acordo.

Vasco Graça Moura considera inconstitucional a resolução aprovada em Janeiro de 2011 pelo Conselho de Ministros, ordenando que o Acordo Ortográfico fosse adoptado por todos os serviços do Estado e entidades tuteladas pelo Governo.

É precisamente esta a resolução que põe em casa a legalidade desta decisão, embora uma fonte da Secretaria de Estado da Cultura tenha adiantado ao “Público” que por ser uma fundação pública de direito privado o CCB não estará obrigado a adoptar o Acordo Ortográfico antes da data prevista para a sua aplicação generalizada, em 2014.

O Acordo Ortográfico foi aprovado pelo parlamento português a 1 de Janeiro de 2012, por unanimidade, adoptando o vocabulário do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC). Esta decisão foi tomada através da aprovação de um projecto de deliberação do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. “A partir de 1 de Janeiro de 2012 a Assembleia da República passará a aplicar a ortografia constante do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em todos os seus actos legislativos e não legislativos, bem como nas suas publicações oficiais e instrumentos de comunicação com o exterior”, lê-se no projecto de deliberação de Jaime Gama.

Segundo o projecto o vocabulário da língua portuguesa a adoptar pela Assembleia da República é o produzido pelo ILTEC, subsidiado pelo Fundo da Língua Portuguesa”.

“Os documentos apresentados na grafia anterior ao Acordo, durante o período da moratória, serão transformados na nova grafia através da utilização de um ‘software’ específico de conversão de texto, o Lince, desenvolvido pela Fundação da Ciência e Tecnologia e disponibilizado gratuitamente”.

Angola e Moçambique ainda não ratificaram o Acordo Ortográfico e espera-se que o façam até 2014, altura em que se irá aplicar o mesmo na totalidade.

O ULTRALIBERAL FRENÉTICO X O SOCIALISTA CALMO




Eduardo Febbro,  Paris – Carta Maior, com foto

O contraste é radical : o frenesi de Nicolas Sarkozy, um homem seguro de seu poder, convencido de que ninguém pode vencê-lo, que recorre a todas as artimanhas que os estrategistas de comunicação são capazes de elocubrar ; e o sossego de seu rival, François Hollande, que sabe o repúdio que o presidente provoca e o capital que representa a serenidade ao cabo de cinco anos de uma presidência onde a velocidade e a ocupação frenética da praça pública terminaram por cansar a sociedade. O artigo é de Eduardo Febbro.

Paris - Um corre e o outro caminha. O homem frenético e o homem tranquilo. O chefe e o aspirante. Nicolas Sarkozy e François Hollande se projetam no espaço público com duas imagens que qualquer câmera capta em um instante. O candidato socialista à eleição presidencial de abril e maio próximos passeia, tornou-se uma espécie de caminhante tranquilo enquanto que o presidente francês corre de um extremo a outro em busca dessa fusão com seu povo que se plasmou em 2007 e que, agora, de comício em comício, não consegue repetir.

O contraste é radical : o frenesi de um homem seguro de seu poder, convencido de que ninguém pode vencê-lo, que recorre a todas as artimanhas que os estrategistas de comunicação são capazes de elocubrar ; e o sossego de seu rival, que sabe o repúdio que o presidente provoca e o capital que representa a serenidade ao cabo de cinco anos de uma presidência onde a velocidade e a ocupação frenética da praça pública terminaram por cansar a sociedade.

Nicolas Sarkozy, presidente em exercício e candidato à reeleição, autodefinido com a etiqueta de salvador do povo contra as elites, grande aficcionado de relógios Rolex, dos óculos Rayban e da cultura ostentativa, completa duas semanas de campanha eleitoral sem que as pesquisas registram qualquer variação decisiva a seu favor. A extrema direita já não ameaça mais Sarkozy, o centro corre o risco de ser desclocado pela Frente de Esquerda, de Jean Luc Melanchon, ao mesmo tempo em que a extrema esquerda e os ecologistas ficaram pelo caminho vítimas de suas próprias divisões. O combate está focalizado entre a vertigem ultraliberal e a placidez de uma social democracia restaurada.

Tudo se passa como se o tempo e a opinião pública tivessem se detido na mesma po sição: François Hollande mantem uma distância quase invariável entre 3 e 5 pontos na perspectiva do primeiro turno que será realizado dia 22 de abril e uma enorme vantagem entre 12 e 16 pontos no segundo turno, de 6 de maio. Com o decorrer das semanas, a eleição presidencial vai adquirindo o perfil de um referendo : mais que uma decisão entre uma ou outra opção política, a tendência é de um voto a favor ou contra Sarkozy.

O presidente se lançou à batalha eleitoral com um desses argumentos que os conselheiros de comunicação inventam como se os povos fossem tontos ou não tivessem memória. Primeiro se apresentou sob a bandeira do « candidato do povo » e, depois, em seu primeiro comício realizada em Marselha, como « o candidato do povo contra as elites ». Já não tinha o Rolex no pulso, mas essa sombre de « presidente dos ricos » que ele mesmo criou o persegue por onde vai. As pessoas não esquecem a memorável noite de sua vitória de maio de 2007 quando foi festejar seu triunfo em um dos restaurantes mais emblemáticos da grande bueguesa, o Fouquet’s, na avenida Champs Elisées. Sarkozy celebrou sua vitória com um círculo íntimo de empresários da indústria e milionários. Foi o ato inaugural de seu mandato.

Agora, à medida que vai baixando de seu pedestal de presidente para o modesto estatuto de candidato, Sarkozy mede o rancor popular. Até aqui, todos os comícios que realizou foram exuberantes, perfeitos na cenografia, na participação do público cujos gritos e sorrisos estavam regulados com a perfeição de um relógio suíço. Mas em terreno aberto, na rua, sem os cordões policiais que antes, quando não era presidente-candidato, interditavam ruas por quilômetrosd, Sarkozy enfrentou uma nova realidade : em sua visita a Bayona teve que se esconder em um bar diante do tumultuado protesto popular que sua presença provocou.

Ele ainda não perdeu, há muita coisa pela frente. Sarkozy é um guerreiro astuto que se alimenta na crueza do combate. Mas teve uma semana calamitosa. Sua porta-voz e ex-ministra dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, cometeu uma gafe monumental quando lhe perguntaram se sabia quanto custava um bilhete de metrô : 4 euros, disse. Erro. Custa 1,70 euros. O próprio presidente se expôs quando, três dias antes de ser um fato, anunciou a chegada ao Líbano da jornalista francesa Edith Bouvier, ferida em Homs, a cidade síria sitiada pelas tropas do regime de Bachar Al-Assad. Sarkozy e sua estrutura multiplicam os anúncios, as intervenções, os golpes midiáticos, mas o índice não se move.

A candidatura socialista não provoca grandes entusiasmos. No entanto, com um par de palavras, François Hollande desloca seu rival do centro da cena. Hollande propôs um imposto de 75% para quem tem rendimentos superiores a um milhão de euros. Isso aumentaria os impostos de categorias da população que têm grandes ganhos e conseguem driblar o fisco. A medida preconizada por Hollande afetaria os milionários populares, como os jogadores de futebol e cantores, que pagam migalhas ao fisco. O aparato liberal caiu sobre sua cabeça. Os meios de comunicação, que estão ao serviço da agenda ultra-liberal, manipularam e demoliram a proposta. O resultado foi exatamente o oposto : 61% dos franceses está de acordo com o candidato socialista. Pior ainda, a proposta de Hollande logo ganhou um apelido popular : « o imposto Fouquet’s ».

A direita europeia, empenhada em derrubar o modelo social do Velho Continente, vê abrir-se uma fissura na compacta frente que tinha até aqui. A vitória provável de François Hollande e seu compromisso de renegociar o pacto fiscal imposto pela Alemanha é uma ameaça para a frente liberal. Seus integrantes se uniram para boicotar François Hollande. Segundo revela o semanário Der Spiegel, a chanceler alemã Angela Merkel propôs a seus colegas da Itália, Mario Monti, da Espanha, Mariano Rajoy, e da Grã Bretanha, David Cameron, que não recebessem o candidato socialista. Der Spiegel assegura que Monti, Rajoy e Cameron se « comprometeram verbalmente » a boicotá-lo.

Os príncipes das sombras também entraram em ação apontando suas flechas para os estrangeiros. Sarkozy esgotou sua reserva de votos e só resta um espaço possível de conquista à extrema-direita. O atual ministro do Interior, Claude Guéan, voltou a manifestar um de seus costumeiros desprezos públicos aos estrangeiros. Os socialistas propõem que os estrangeiros tenham direito a voto nas eleições locais. Guéan considerou que isso equivaleria a que « a presença de alimentos halal (feitos com animais tratados segundo o rito muçulmano) fosse obrigatória nas cantinas escolares ». Antes havia dito que « as civilizações não têm o mesmo valor ».

A voz das pesquisas empurrará a direita a incursionar mais fundo no terreno da extrema direita. Será precisar tapar os ouvidos e o nariz. Nicolas Sarkozy corre atrás de uma idéia que não consegue se materializar. François Hollande o espera sentado no banco da praça. A calma contra a tempestade. Nada está definitivamente ganho nem perdido. O resultado do confronto entre esses dois modelos seguirá sendo incerto até o último momento. Mas o reino da velocidade vai perdendo pouco a pouco suas certezas ante o efeito neutralizador da lentidão.

Tradução: Katarina Peixoto

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