segunda-feira, 6 de abril de 2015

OUTRO MUNDO NECESSÁRIO - Boaventura




Quinze anos depois do primeiro Fórum Social Mundial, é tempo de um balanço. Mundo tornou-se mais violento, injusto e desigual. Encontro pode se renovar e tornar mais interventivo

Boaventura de Sousa Santos – Outras Palavras - Imagem: Mídia Ninja

Escrevo de Tunis, onde participei no Fórum Social Mundial que se realizou pela segunda vez consecutiva no país que iniciou a “primavera árabe”, uma semana depois do atentado terrorista que matou 21 pessoas. O primeiro fato notável é que mais de 50.000 mil participantes, vindos de 121 países, não se deixaram intimidar pelos extremistas e mantiveram a sua participação como testemunho de solidariedade para com o povo tunisino, o país do Magreb que realizou com mais êxito a transição da ditadura para a democracia. Um país pobre em recursos naturais, cuja maior indústria é o turismo, está no centro de uma região que serviu de berço ao capitalismo e sempre foi dominada pelo comércio de recursos estratégicos, do ouro no século XIV ao petróleo nos nossos dias.

A riqueza da sua diversidade cultural é impressionante, e está presente tanto na arte e na política, como na sociedade e no quotidiano. Aqui se amalgamaram ao longo de séculos a cultura cartaginesa (povos berberes e fenícios), romana, cristã, árabe-muçulmana (do Médio Oriente e da Península Ibérica), otomana, francesa. Aqui nasceu e escreveu um dos fundadores das ciências sociais modernas, Ibn Khaldun, (1332-1406). Dez séculos antes, bem perto daqui, na Hipona romana (hoje a cidade de Annaba, na Argélia) nascera Santo Agostinho, para além de tudo o mais, um autor precoce do modernismo utópico e da crítica anti-colonial.

Hoje, e talvez para surpresa de muitos, as mulheres são 31% dos deputados no parlamento tunisino e, segundo os observadores mais atentos, são as mulheres quem têm defendido mais eficazmente a transição democrática na Tunísia. É, pois, difícil escapar à magia deste lugar. Tal como no primeiro encontro do FSM realizado em Tunis, em 2013, o tema central foi a dignidade, um conceito amplo e de vocação intercultural onde cabem os direitos humanos de raiz ocidental e as concepções de respeito pelo ser humano, suas comunidades e a própria natureza concebida como um ser vivo e fonte de vida próprias das cosmovisões indígenas e camponesas, bem como do Islão corânico. Dentro deste tema geral couberam os mais diversos debates sobre as três fontes principais da dominação e da opressão no nosso tempo – capitalismo, colonialismo (racismo, xenofobia e islamofobia) e patriarcado – debates que ora se centraram na denúncia, ora na proposta de alternativas.

Ao longo dos quinze anos do FSM, alguns temas foram ganhando mais centralidade: o avanço aparentemente irresistível da versão mais anti-social do capitalismo (o neoliberalismo assente no capital financeiro), atingindo agora a Europa que se julgava protegida; a escandalosa concentração de riqueza – segundo dados da respeitada Oxfam, as 85 pessoas mais ricas do mundo têm tanta riqueza quanto a metade mais pobre a humanidade (3,5 bilhões de pessoas); a destruição ambiental devido à exploração sem precedentes dos recursos naturais; a expulsão de camponeses das suas terras ancestrais para dar lugar à agricultura industrial e ao açambarcamento de terra em larga escala que ela envolve; a crescente invasão de sementes transgênicas e de produtos geneticamente modificados (da fruta ao eucalipto) que retira aos agricultores o controle das sementes, destrói a biodiversidade, mata as abelhas e causa danos à saúde humana; o crescimento da violência política e a necessidade de denunciar tanto o terrorismo como o terrorismo de Estado, que sempre tem recorrido a extremistas para prosseguir os seus fins; o trágico agravamento das condições de vida dos palestinos, sujeitos à forma mais violenta e selvagem de colonialismo por parte do estado de Israel; a luta heroica do povo saharaui pela sua independência e libertação do colonialismo marroquino.

Quinze anos depois do primeiro encontro do FSM, é tempo de fazer um balanço. O Fórum permitiu aos movimentos sociais de todo o mundo conhecerem-se melhor e articularem as suas lutas, de que os melhores exemplos serão talvez a Via Campesina e a Marcha Mundial da Mulheres. Mas a verdade é que o mundo está hoje mais violento, mais injusto e mais desigual, e muitos (eu próprio incluído) pensam que o FSM se devia ter renovado ao longo destes anos e tornado mais interventivo na formulação de propostas e de políticas. Uma coisa é certa, o FSM tem demonstrado que, mesmo se alguns duvidam de que um outro mundo é possível, um outro mundo é urgentemente necessário.

EM HAVANA, REAPROXIMAÇÃO COM EUA AINDA É POUCO SENTIDA




Turismo cresceu, e empresas americanas anunciaram investimentos, mas na capital cubana ainda há poucos sinais do degelo nas relações bilaterais. Em cúpula no Panamá, os dois países terão nova chance de avançar.

O número de turistas em Cuba disparou desde que Havana e Washington iniciaram o reatamento das relações diplomáticas, interrompidas desde 1961. Uma operadora de turismo de Nova York relatou um aumento de 250% nas reservas em março.

Para muitos americanos, a nação caribenha era uma "ilha proibida". Viagens para lá a partir dos EUA ainda são complicadas, mas as restrições foram relaxadas recentemente. Muitos querem aproveitar a última chance para ver a "velha" Cuba – antes que filiais de Starbucks e McDonald's comecem a mudar o cenário e que os velhos carros da era Eisenhower desapareçam de Havana.

Enquanto os turistas tendem a ver Cuba com visão romântica, sem reconhecer que a ilha socialista vem mudando há anos, para muitos cubanos, a mudança não acontece rápido o suficiente. E os anseios são muitos: restauração de prédios danificados; maior setor privado; mais opções de viagem; uma melhor internet; salários mais elevados; e o fim do embargo comercial dos EUA.

E a economia dos EUA também aguarda ansiosa. Novos voos entre Nova York e Havana foram inaugurados recentemente. Várias empresas de transporte marítimo estão aguardando o sinal verde. A Airbnb, baseada em San Francisco, oferece também alojamentos privados em Cuba, mesmo que inicialmente apenas para os viajantes dos Estados Unidos. Empresas como Netflix, Google e Apple já anunciaram que entrarão no mercado cubano. O otimismo impera.

Diferenças sobre direitos civis

Mas a aproximação não ocorre tão rapidamente quanto muitos esperam. Um bom exemplo das dificuldades é o diálogo sobre a questão dos direitos humanos, considerado um dos capítulos mais delicados e que mais chama atenção da opinião pública. Em 31 de março, ocorreu uma primeira reunião sobre o assunto em Washington. Foi quando as grandes diferenças de opinião entre os dois lados se mostraram mais claramente. Os EUA exigem de Cuba, sobretudo, melhorias na liberdade de expressão e de reunião.

Já Cuba fala de filosofias diferentes de democracia e direitos humanos e anunciou que também deseja falar sobre violações dos direitos humanos nos Estados Unidos. Por exemplo, sobre as ações na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá; na pequena Ferguson, onde um jovem negro morreu baleado por um policial; e na sua vizinhança imediata, a base militar de Guantánamo. Os cubanos também destacam suas próprias realizações no setor social, como o acesso gratuito a saúde e educação.

Outra questão controversa é a Venezuela. O presidente Barack Obama declarou, por decreto, em 9 de março, o aliado mais próximo de Cuba como uma ameaça para a segurança nacional americana, estipulando sanções contra autoridades venezuelanas. A medida foi repudiada duramente pelos membros da Alba, uma aliança de 11 países da América Latina e do Caribe, incluindo Cuba.

Começando pelo fácil

A líder americana das negociações com Cuba, Roberta S. Jacobson, apazigua, argumentando que a classificação da Venezuela como uma ameaça nacional "causou algum ruído de fundo, mas não tem impacto sobre as negociações". Atualmente, pelo menos, não há evidências de que a liderança em Havana venha a suspender as negociações por causa da Venezuela.

As duas primeiras rodadas de negociações, em janeiro e fevereiro, deixaram claras as profundas diferenças entre os dois países, embora ambos os lados tenham falado de um "diálogo positivo e produtivo". Depois de décadas de desconfiança e diante de tantas questões em aberto, não haverá soluções rápidas.

Por isso, em primeiro lugar, as negociações abordam pontos onde uma unidade é mais provável de ser alcançada. Estes incluem a expansão da cooperação em segurança da aviação e a luta contra epidemias, medidas contra o terrorismo e o tráfico de drogas, telecomunicações, entre outros temas.

"Sei que parece que ainda não conseguimos nada, mas depois de 50 anos de desconfiança, temos feito um grande progresso", disse Jacobsen. "A opinião pública não vai perceber muita coisa, até abrirmos as embaixadas." A primeira meta é inaugurar representações diplomáticas nas capitais de ambos os países.

Lista de terrorismo como entrave

Mas parece mais que duvidoso que isso seja possível – como almejado pelos Estados Unidos – antes da cúpula da Organização dos Estados Americanos (OEA), que começa nesta sexta-feira na Cidade do Panamá.

No entanto, uma rápida abertura das embaixadas seria um sinal forte para o tal novo começo que Obama havia anunciado aos líderes da América Latina na cúpula de Trinidad e Tobago, em 2009, como então recém-eleito presidente dos EUA. No Panamá, todos se lembrarão de suas palavras naquela ocasião.

Um obstáculo para uma maior aproximação ainda continua no caminho: a lista de Washington de Estados que apoiam o terrorismo, da qual consta Cuba. É difícil imaginar que ocorra uma restauração das relações diplomáticas enquanto Cuba estiver nesta lista, como a chefe da delegação de Havana, Josefina Vidal, vem deixando claro desde o início das negociações.

O presidente cubano, Raúl Castro, já ressaltou, em seu discurso em meados de dezembro, que uma normalização das relações só é possível com o fim da política de bloqueio dos Estados Unidos e a devolução de Guantánamo.

No que toca a lista sobre o terrorismo, é possível que em breve haja novidades. Segundo Roberta Jacobsen, a análise sobre a permanência de Cuba nessa lista já está "avançada".

Há fortes indícios de que haverá uma aproximação em pequenos e cautelosos passos. "O fator tempo pode ainda ter um papel importante nas negociações", acredita o ex-diplomata cubano e cientista social Carlos Alzugaray, lembrando que o presidente Obama só permanece apenas mais um ano e meio no cargo, e Raúl Castro anunciou o fim de seu mandato para 2018.

No próximo fim de semana, no Panamá, Obama e Castro se sentarão pela primeira vez numa mesma mesa. Um sinal de esperança para o início de uma nova era. Não só para Cuba e os Estados Unidos, mas para toda a América.

Andreas Knobloch, de Havana (md) – Deutsche Welle

Angola. Falta de vontade política trava eleições autárquicas, diz jurista de Benguela



João Marcos – Voz da América

O primeiro secretário do Comité de Especialidade de Juristas do MPLA em Benguela, Branco Lima, considera que só a falta de vontade política está a travar as autarquias locais.

Orador de um debate promovido pela OMUNGA, o professor universitário afirmou que a Constituição da República define todas as balizas para a realização de eleições autárquicas, não vendo por isso qualquer entrave em termos jurídicos, uma vez que a Constituição, a carta que indica os caminhos para as autarquias.

Por seu turno, o líder da bancada parlamentar da UNITA, Raúl Danda, disse que as  tragédias provocadas pelas chuvas servem para reforçar a necessidade de um poder local com mais capacidade para resolver as dificuldades existentes.

PAZ POLÍTICA AINDA NÃO CHEGOU A ANGOLA - Vitorino Nhani



Moniz Francisco – Voz da América

A paz em Angola “é meramente militar”, disse o Secretário geral da UNITA, Vitorino Nhany que apelou aos angolanos para esquecerem a guerra do passado e concentrarem-se na “vertente política”

Nhany falava no Uíge por ocasião do Dia da Paz em Angola assinalado no dia 4 deste mês.

O responsável que falava em declarações a VOA no quadro da visita de constatação do grau de cumprimento do plano de ação saído da ultima reunião da comissão política da UNITA, defendeu a necessidade de os angolanos refletirem em torno do 4 de Abril dia da paz e da reconciliação nacional.

“Em torno desta data eu tenho vindo a chegar à conclusão de que esta paz é meramente militar”, disse.

“Alias a própria paz quando é assinada por militares significa que a vertente política ficou completamente descurada”, apontou o secretàrio geral da UNITA.

Segundo Vitorino Nhany, a exclusão da paz política em Angola é visível de forma frequente e legível nos discursos abertos do executivo angolano.

Mas Nhany disse acreditar a UNITA ganhou no campo político pelo facto de o seu partido ter defendido desde a sua criação um governo democrático assegurado pelo voto do povo através de vários partidos políticos.

“Temos razões mais do que suficientes para dizermos que de facto a nossa opção ganhou”, disse.

“É a democracia hoje que faz parte dos discursos políticos dai que achamos que o 4 de abril deveria servir como data da reflexão”,  relembrou o secretário geral do Galo Negro.

O Secretário geral da UNITA apelou aos angolanos para que tenham o horizonte direcionado para a vertente política e deixarem de parte as questões das batalhas da geurra  a fim de evoluir para uma verdadeira reconciliação nacional.

Angola. UMA FRAUDE POLÍTICA



Jornal de Angola, editorial

As comissões de especialidade começam hoje a debater a Proposta de Lei do Registo Eleitoral. As sugestões e propostas apresentadas vão seguramente enriquecer o texto inicial.

Quando for à aprovação final, Angola fica dotada de um instrumento conforme à Constituição da República e sobretudo vai ter em conta os resultados do Censo da População. Sem esta iniciativa legislativa do Executivo, milhares de angolanos corriam o risco de ficar fora dos cadernos eleitorais e a taxa de abstenção era falseada por eleitores que já não existem.

A Proposta de Lei do Registo Eleitoral vai à discussão dos deputados e só é votada em definitivo, quando passar pelo crivo fino das comissões da especialidade. Ninguém de bom senso pode afirmar que se trata de um instrumento de “fraude eleitoral” antes da aprovação final. O alarido que tem sido feito à volta do projecto demonstra, mais uma vez, que a Oposição vive num inquietante défice democrático. Alguns dirigentes dos partidos e coligações que estão em minoria no Parlamento têm um conflito insanável com a democracia.Só assim se justifica que considerem a Proposta de Lei do Registo Eleitoral como um instrumento para fraudes. A posição é ainda mais indefensável quando foi anunciado que a base do registo eleitoral é a do Bilhete de Identidade. Não se percebe onde pode haver mais rigor e transparência. As declarações dos políticos e juristas da Oposição sobre o  conteúdo da proposta também não ajudam nada.

O mais grave é que partidos e coligações que disputam eleições, fazem afirmações que descredibilizam todo o processo eleitoral. Pelos vistos não percebem que também estão a pôr em causa os seus resultados. A alternância democrática, pedra angular da democracia representativa, vai ficar bloqueada por muitos anos, por culpa de aprendizes de feiticeiro incapazes de compreender os danos que  causam a si próprios. O MPLA tem milhões de militantes activos, as suas bases têm uma taxa de militância notável e o partido está organizado a todos os níveis, desde as grandes cidades à mais pequena aldeia. Quando chegar a hora de votar, todos vão estar nas assembleias de voto. Os partidos e coligações minoritários têm poucos militantes, uma organização deficiente e a maior parte não tem uma efectiva implantação nacional. Ao ouvirem os seus chefes dizerem que está montada uma fraude eleitoral, eles viram as costas ao processo e não vão votar. São os líderes da Oposição que ditam as suas derrotas.

Isaías Samakuva leva este exercício de masoquismo político e eleitoral até ao absurdo. Foi a Lisboa falar para a sua corte e repetiu as habituais alegações de fraude. Fez uma enfadonha viagem pelas “fraudes” em todas as eleições. Nem escaparam as primeiras, organizadas pela ONU e blindadas pela Troika de Observadores (Rússia, EUA e Portugal). 
João Soares, Maria António Palla, Ribeiro e Castro, Maria Barroso, Jaime Nogueira Pinto, Ana Gomes, Pacheco Pereira ou Ana Gomes aplaudiram freneticamente os dislates do antigo oficial de ligação entre a UNITA e os racistas de Pretória, nas suas bases da Namíbia ocupada. Se Samakuva soubesse quem é aquela gente que o aplaudiu, não ousava dizer uma palavra contra o seu país. E muito menos punha em causa uma proposta de Lei que só hoje vai ser discutida na Assembleia Nacional. Se as propostas do seu partido forem acolhidas no texto final, esteve apenas a fazer papel do colonizado que desesperadamente quer ser igual aos colonos.

Ribeiro e Castro está a usar Samakuva como arma de arremesso contra os angolanos. Seu pai, quando era governador-geral de Angola, defendia uma aliança com os racistas de Pretória e Salisbúria (Harare) para proclamar uma “independência branca” à imagem do que fez Ian Smith na Rodésia (Zimbabwe). Seu tio, o coronel “comando” Santos e Castro esteve à frente das forças mercenárias que atacaram Luanda antes da Independência Nacional. Foi vergonhosamente derrotado em Kifangondo. A UNITA é um mero instrumento de uma família de fascistas para se vingar do MPLA, que derrubou o império colonial português. Samakuva diz que Angola  já tem um “banco de dados” do registo eleitoral  com nove milhões de cidadãos, registados até  2012. Estes dados, diz o chefe da UNITA, foram auditados pela Deloitte e estão operacionais. Até 2012, afinal, não há problemas com o registo. Mas o Censo da População revelou uma evidência: os angolanos são muitos mais do que se pensava e  existem milhares que são eleitores e não estão registados. Fraude é impedir que todos votem, se tiverem condições para isso.

São Tomé. “Bufados” e “Engraxadores” de Patrice Trovoada insultam e ameaçam o cidadão




Agora quem critica o governo de Patrice Trovoada é alvo de insultos e ameaças dos chamados ”bufos” e “Engraxadores”.

A governação de Patrice Trovoada tem sido uma palhaçada, populismo ao mais nível. Infelizmente, temos um primeiro-ministro a inaugurar chafarizes, casas de madeira, com tanta propaganda e cobertura da TVS e todo o seu elenco governamental.

Sendo assim, fiz um post, sexta-feira, dia 27 de Março, no fórum São Tomé e Príncipe a convidar o primeiro-ministro Patrice Trovoada para a inauguração da minha casa vamplegá, que construí recentemente na cidade da trindade-Distrito de Mé-Zóchi.

Segue o post:

- Última hora

Construí recentemente uma casa “Vamplegá”, com 2 quartos e uma latrina na cidade da Trindade-Distrito de Mé-Zóchi.

Visto que o primeiro-ministro Patrice Trovoada, tem inaugurado obras de grande dimensão como chafarizes e casas de madeira, venho por este meio convidar a sua excelência primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe na inauguração da minha casa. De realçar que o primeiro-ministro pode levar todo o seu elenco e também a Comunicação social local 
(TVS e a Radio Nacional) para a cobertura deste grande evento.

Atenciosamente

Adair Ribeiro”

Fui banido deste fórum devido ao post e por ter trocado mensagens com uma das administradoras deste fórum. Um dos “bufos” de Patrice Trovoada que também é administradora deste fórum, uma cidadã chamada Elisabete Rodrigues, aparenta ter mais ou menos 62 anos de idade, ficou atordoada com o meu post, esta criatura humana usou todas manobras para que o post fosse eliminado, foi a primeira pessoa a comentar com objetivo de desestabilizar. Frustradamente, me enviou mensagens insultuosas no privado.

“Já tens idade para ter juízo. Não tenho paciência para bébés de fraldas.” 

“Se Maria Alves Neto foi alguma vez tua professora  você faltou às aulas. Gente burra e mal formada …. Não precisa perguntar porque quem eliminou os comentários no forum fui eu”.

“E se voltares a ser mal educado eu volto a eliminar. E se insistir o problema será teu. Bicho. Para alem de burro é cego. Esquece. Nunca chegarás lá. És quadrado demais.”

“Burro, cego, quadrado e ainda por cima andou na escola. Ah, não é burro. É BESTA”

Publiquei as provas dos insultos, apareceu outro “bufado” chamado Jerónimo Moniz que me enviou mensagens no privado para eliminar o post. Eu não dei ouvidos às suas chantagens e não eliminei.

O Jerónimo Moniz, o bufado assumido de Patrice Trovoada me enviou mensagens a ameaçar que me vai levar ao tribunal. Eu ignorei.

Meu caro pára com isso. Já chega. Pelos vistos a maioria dos foristas acha ridícula esta forma de estar e agir, please.

“Sabe que ela pode te processar por ter tornado uma conversa privada pública? As novas regras do fecebook permitem isso.”…”. Por favor apague este post.” 

“Se não apagas a administração vai ter de agir em conformidade.”

“Quando criares o teu forum tomas as tuas decisões meu caro. No nosso forum há regras que devem ser respeitadas.” 

“Meu caro se você continuar a difamar o meu bom nome eu vou te processar. Não penses que eu não sei quem és e onde vives.”

Este senhor, maldosamente eliminou o meu post, que já contava com mais de 50 comentários, desrespeitando assim o autor do post e as pessoas que comentaram o referido post. O Jerónimo Moniz tem usado varias artimanhas já faz tempo, para me expulsar, uma das suas tentativas falhadas foi quando enviou mensagem a um membro, chamado Nelson Pontes a dizer que eu e este membro somos a mesma pessoa.

“Pois. Mas o importante é que ja descobrimos que o nelson pontes também é adair ribeiro e vice versa. Isto é grave.” 

Mesmo que fui excluído do fórum tela non não vou desistir, nem deixar de dar a minha opinião sobre o governo mais populista que a história da democracia conheceu.

Adair Ribeiro

Atenção Leitores – Toda referência feita neste artigo do Adair Ribeiro ao nome Tela Non, não tem nada a ver com o Jornal Digital Téla Nón, criado e registado por lei desde o ano 2000. A ser verdade a existência do referido Tela Non, trata-se apenas de uma pura acção de PIRATARIA operada por são-tomenses nas redes sociais. (Este reparo é da inteira responsabilidade da Direcção do Téla Nón – Jornal Digital de São Tomé e Príncipe).

Téla Nón (st)

Guiné Equatorial. Cimeira de chefes de Estado africanos contra terrorismo foi cancelada




A cimeira dos chefes de Estado e Governo africanos sobre terrorismo, que devia realizar-se na próxima quarta-feira em Malabo, capital da Guiné Equatorial, foi cancelada, sem que tenha sido definida uma nova data.

De acordo com fontes do Governo da Guiné Equatorial citadas pela agência espanhola Efe, a cimeira, que devia contar com uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros na terça-feira, e dos chefes de Estado quer, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), quer da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), foi cancelada, sem que tenha sido apresentada uma nova data.

Um dos grandes objetivos era adotar uma estratégia comum contra o grupo terrorista Boko Haram, que nos últimos anos tem raptado e morto centenas de pessoas, nomeadamente, mas não apenas, na Nigéria, principalmente no norte.

A reunião de Malabo era encarada como a continuação da conferência extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CEEAC, realizada em fevereiro deste ano em Yaoundé, capital dos Camarões.

A CEDEAO foi fundada em maio de 1975 com o objetivo de alcançar a "autossuficiência coletiva" dos seus Estados-membros, criando um único e grande bloco comercial através de uma união económica e comercial, atuando também como uma força de paz na região.

Fazem parte da CEDEAO o Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

A CEEAC, por seu lado, foi criada em dezembro de 1981 para promover a cooperação e o desenvolvimento sustentável, com particular ênfase na melhoria da estabilidade económica e dos níveis de vida na região.

Fazem parte da CEEAC Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Guiné-Bissau. Ministra da Saúde anuncia reforço dos serviços no sul do país



Com 40 médicos

Bissau - A ministra da Saúde Pública da Guiné-Bissau anunciou que o seu Ministério vai abranger a região sul do país com 40 médicos, que vão reforçar os serviços de saúde naquela região.

Valentina Mendes, que falava esta quinta-feira, 2 de Abril, no final de uma visita ao Centro de Compra e Venda de Medicamentos (CECOME), onde se registou um pequeno incêndio, garante que a partir de agora a região sul do país não terá a falta de pessoal de enfermagem ou de pessoal médico.

«40 médicos que fizeram os seus estudos serão afectados só na região sul. A partir de agora, a região sul não terá falta de pessoal de enfermagem e de pessoal médico», afiançou, tendo anunciado para breve a transferência de alguns médicos e enfermeiros que estão em Bissau para interior, e alguns do interior para Bissau.

«Até amanhã vamos fixar a colocação de novos técnicos de laboratório, de enfermagem e pessoal superior do Ministério da Saúde», concluiu.

Tiago Seide - 
(c) PNN Portuguese News Network - Bissau Digital

Guiné-Bissau. Impedida a saída de madeira até esclarecimento das condições em que foi obtida




Bissau – O Governo anunciou que está impedida a saída de madeiras do território nacional, até ao esclarecimento das condições em que foram cortadas.

Em comunicado do Conselho de Ministros, datado de 1 de Abril, que a PNN consultou, o Executivo guineense reiterou e confirmou a decisão de proibição do corte de madeiras em toda a extensão do território nacional, e vai ainda proceder à confiscação de todas a madeiras, no seguimento da aplicação das disposições legais no país.

«Criar condições objectivas e proceder o mais urgentemente possível à imediata drenagem e concentração em Bissau de toda madeira confiscada, até tomada decisão sobre o destino a ser dado ao produto, numa sessão de Conselho de Ministros a ser convocada neste sentido», lê-se no documento.

Por outro lado, o Executivo disse que vai ser declarado ilegal todo o acto que resista, contrarie e dificulte as implementações tomadas no encontro ministerial.

Neste sentido, o Governo encorajou as entidades locais e tradicionais a envolverem-se no estrito cumprimento de dispositivos legais a favor da preservação do ecossistema nacional, assim como se congratulou com os esforços das autoridades judiciais no trabalho de investigação de todas as denúncias feitas tanto em público como em privado, chamando ainda a atenção do Ministério Publico no sentido de esclarecer toda a responsabilidade pública de cada denúncia e eventuais casos de difamações infundadas.

No encontro da plenária governamental alargado aos membros do Conselho de Segurança Nacional, o Governo guineense declarou uma moratória no corte de árvores, e a correspondente reflorestação das matas atingidas pelas práticas dos próximos cinco anos.

Até esta data, uma fonte próxima do Governo confidenciou à PNN que perto de 230 contentores de madeira já foram exportados nos últimos meses, faltando uma soma estimada em cerca de 1.800 troncos de árvore ainda em via de drenagem em todo o território nacional.

(c) PNN Portuguese News Network - Bissau Diigital

Cabo Verde. Estatuto dos Titulares de Cargos Políticos: Nas ruas gritou-se não



Andre Amaral - Expresso das Ilhas (cv)

Kaçubodi na Parlamento", "Am formá e agora?", "Vergonha". Estas foram algumas das palavras de ordem que se ouviram nas manifestações contra a aprovação dos estatutos dos titulares de cargos políticos. Praia, Mindelo, Assomada e Sal tiveram gente nas ruas a manifestar-se contra os novos estatutos. Também em Portugal se fizeram ouvir vozes contrárias e se fizeram apelos ao veto presidencial. Já na internet circula uma petição que será depois entregue à Presidência da República.

Numa altura em que os aumentos salariais estão congelados e em que o poder de compra das famílias diminui, a notícia do aumento do salário do presidente da república em 65% caiu que nem uma bomba junto dos cabo-verdianos.

A iniciativa do aumento salarial do presidente da república não foi dos deputados. Nem podia sê-lo uma vez que cabe ao Governo a competência de alteração salarial do presidente da república. Mas acabaram por ser os deputados os principais alvos das manifestações que saíram à rua na sexta e na segunda-feira.

A mobilização foi feita pela internet, principalmente pelas redes sociais, e se na sexta-feira a mobilização, na Praia, não excedeu as 100 pessoas, no dia 30 foram mais de duas mil que marcaram presença em frente à Assembleia Nacional.

Mas vamos por partes.

Sexta-feira, 27 de Março. À porta da Assembleia Nacional junta-se pouco mais de uma centena de pessoas. Gritam palavras de ordem. Apelam aos automobilistas para se juntarem a eles. Assobiam e gritam “Vergonha!” de cada vez que identificam um deputado a entrar ou a sair da Assembleia Nacional.

A polícia faz um cordão de segurança à porta do Parlamento. Os portões da Assembleia Nacional fecham-se. Por segurança e para impedir eventuais tentações de invasão daquele espaço.

“Estamos aqui a mostrar que esta é uma medida injusta”, diz um dos manifestantes ouvidos pelo Expresso das Ilhas. “Sou professor, não tive direito a aumento salarial, porque disseram que não havia dinheiro. Mas para eles já há?”, questionava outro.

O sentimento de revolta sentia-se nas palavras de quem marcou presença neste primeiro dia de manifestação.

Segunda-feira. 30 de Março. “PUM”, lê-se num cartaz. Uma leitura mais atenta permite ver o significado desta onomatopeia. “Partidos Unidos Mamadura” mostra o cartaz que joga com a primeira letra de cada um dos partidos com assento na Assembleia Nacional.

Os sentimentos são os mesmos de sexta-feira. Revolta. Angústia. Tristeza.

Pede-se a demissão dos deputados e a sua substituição por outros. “Não queremos este parlamento, não queremos estes deputados”.

São quatro da tarde e à porta da Assembleia Nacional estão cerca de 500 pessoas. Um número que cresce com o tempo. Depressa as 500 se transformam em mil, duas mil, quase três mil pessoas.

Ao sol, um manifestante, imóvel e em silêncio, estica os braços. Nas mãos segura um cartaz. “Veta que eu Voto”, lê-se. “Apelamos ao veto”, diz uma tarja que entretanto surge à frente dos manifestantes.

A estrada é invadida pelos manifestantes. A Polícia Nacional corta o trânsito e os portões da Assembleia Nacional voltam a fechar-se.

A manifestação é pacífica. A invasão da Assembleia Nacional nunca foi sequer ponderada por quem assume a liderança da demonstração do descontentamento popular e qualquer palavra nesse sentido é, de imediato, silenciada.

Erguem-se, de novos os cartazes, que dizem “veto”, “eu sou contra”, “reprovado pelo povo” entre outras palavras de ordem.

Assobios e aplausos fazem-se ouvir quebrando um dos raros momentos de silêncio. Em fila, num passo com uma cadência quase militar chega mais um grupo de manifestantes. Nas mãos, os dois homens que vêm na frente seguram um cartaz com a fotografia de Amílcar Cabral. “Queremos Cabral de volta!”, gritam enquanto se dirigem para o portão fechado da Assembleia Nacional. Depressa esta frase se espalha para os outros manifestantes.

Segue-se o hino nacional. Entoado por milhares de gargantas como se de uma voz apenas se tratasse.

“O presidente disse há pouco em Coimbra que não é surdo nem cego. Esperamos que ele oiça o que é que se está a passar em Cabo Verde”, afirmou Rony Moreira do MAC#114 ao Expresso das Ilhas. Jorge Carlos Fonseca fez “uma campanha em que dizia estar perto das pessoas, isto aqui são pessoas, isto é o povo cabo-verdiano e se ele quiser ouvir o povo acho que ele irá vetar a proposta”, reforçou Rony Moreira.

São Vicente saiu à rua

Mas não foi só Santiago e a Praia que tiveram manifestação contra a aprovação dos controversos estatutos. Sal, Santa Catarina de Santiago, Mindelo. Um pouco por todo o país as pessoas saíram à rua para mostrar o seu desagrado.

Na ilha do monte Cara as ruas foram invadidas por um cortejo de milhares de pessoas.

Vatch Gomes, um dos mobilizadores da manifestação no Mindelo, afirmava à Rádio Morabeza, durante a marcha que o objectivo era “dar a conhecer a nossa insatisfação quanto ao diploma que foi aprovado na Assembleia Nacional e apelar ao presidente da República para que vete o diploma”.

Mas voltemos a Santiago. Em Santa Catarina os manifestantes reuniram-se para, também eles, pedirem a Jorge Carlos Fonseca que vete os Estatutos dos Titulares de Cargos Políticos. “Nho veta novo estatuto de titulares de cargo político”, pediam os manifestantes nas ruas da Assomada.

Segundo avançou a RCV os manifestantes não são contra os salários dos políticos mas entendem que esta não é a conjuntura ideal para o efeito. “Eles dizem que estão a pensar no povo, mas agora só estão a pensar neles próprios” disse um dos manifestantes à rádio pública nacional.

Apelos no estrangeiro

A mobilização de cabo-verdianos contra os estatutos dos titulares de cargos políticos ultrapassou mesmo as fronteiras nacionais. Em Coimbra, Portugal, um grupo de estudantes apelou ao veto presidencial.

“Apelamos ao veto”, “nosso presidente, nossa esperança”, “nosso voto, seu veto”, eram algumas das frases inscritas em folhetos empunhados pelas dezenas de estudantes, conforme noticiava, na segunda-feira, o jornal online português A bola.pt.

Esse apelo foi reforçado ainda durante um encontro que o chefe de Estado cabo-verdiano manteve na manhã de terça-feira com os estudantes de origem cabo-verdiana da Universidade Lusófona, em Lisboa.

Petição online

Entretanto, na internet, começou a circular uma petição para pedir ao Presidente da República que vete o projecto de lei dos Estatutos dos Titulares de Cargos Políticos.

No texto explicativo deste pedido está escrito que “o povo cabo-verdiano exige” que o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, use o poder de veto contra a proposta de lei.

Em causa está o aumento de 65% do salário do Presidente da República, que passou de 170.000 para 280.000 escudos, montante a que estão indexados os restantes salários dos titulares de cargos políticos - Parlamento, Governo e eleitos municipais.


Como já foi dito atrás este aumento veio despertar um sentimento de insatisfação uma vez que várias classes profissionais em Cabo Verde, como as polícias, professores, portos, alfândegas e administração pública têm exigido melhores condições de trabalho e aumentos salariais pedidos que não têm sido atendidos com o argumento de tal não ser possível devido à actual conjuntura económica.

Cabo Verde. A NECESSIDADE DE UMA NOVA FORÇA POLÍTICA NO PAÍS




Além de ser um atentado político à soberania do país, a apresentação cação do novo Estatuto de Cargos Políticos não deixa de ser uma atitude de insensibilidade humana desses corruptos Deputados Nacionais.

Carlos Fortes Lopes, M.A. - A Semana (cv), opinião

Perante a situação delicada e preocupante (era o que pensava-mos) que o país atravessa e mesmo com a manifestada discordância popular, esses senhores e senhoras com assento no parlamento nacional não tiveram nenhuma gota de escrúpulo ao votarem em unanimidade, no aumento dos seus salários, benesses e mordomias politicas.

Mesmo depois de os sindicatos nacionais-UNTC-CS e outros - terem pronunciado as suas discordâncias sobre essa proposta de lei e os demais segmentos da sociedade terem manifestado o seu descontentamento sobre o conteúdo dessa proposta de lei, mesmo não tendo sido consultados, esses políticos da meia tigela não puderam conter e, arrogantemente aprovaram essa histórica nova lei, para aumentar as suas mordomias pessoais e dos restantes da elite deste pobre país que ainda vive das esmolas dos países amigos e da nossa diáspora.

Muito recentemente, o povo trabalhador destas ilhas havia sido apresentado com um forçado aumento do IVA, com a justificação da fraca capacidade financeira do Estado em responder às necessárias resoluções para a reconstrução da Chã das Caldeiras, na ilha do Fogo, resultantes dos devastadores estragos causados pela erupção vulcânica ocorrida em 23 de Novembro do ano passado.

Antes disso, o governo já havia rejeitado aumentos salariais aos sacrificados professores, polícias, profissionais da Saúde e outros, com as mesmas descaradas justificações de falta de meios financeiros.

Aliás, o Primeiro Ministro continua insistindo que o país não está nas condições de aumentar salários a ninguém.

O que nos leva a perguntar: Aonde foram os Deputados arranjar mais de 200 mil contos, a sair do Orçamento Geral do Estado (OGE), para executarem esta agressão política aos vulneráveis cofres do Estado de Cabo Verde?

Com este magistral aumento de cerca de 64% do actual salário dos titulares de cargos políticos o que farão os países que continuam exigindo contenção aos seus contribuintes para poderem ter como apoiar países de fraco rendimento como nos? Até onde pretendemos chegar? Que raio de futuro estamos a preparar para os nossos filhos e netos?

São essas as perguntas, por agora, esperando que o presidente rejeite essa lei e ao regressar ao parlamento, os Deputados estejam consciencializados de que o povo de Cabo Verde já começou acordar do sono imposto pelas manobras partidárias e que se isso continuar, correremos o risco de ter que enfrentar uma crise social sem precedentes no país.

Enquanto os líderes parlamentares procuravam as suas descaradas e incoerentes desculpas e ou justificações pelas suas desgraças, os jovens reuniam para responder com a única arma disponível de momento.

Da boca do líder do PAICV, Filisberto Vieira ouvia-se o seguinte: "Agimos em nome da Democracia e da Transparência. Criamos um quadro para a nova geração".

Enquanto o líder parlamentar do MPD, Fernando Elisio Freire dizia que: "É um momento extraordinário para a Democracia cabo verdeana. Estamos a legislar pela transparência".

Para o líder parlamentar da UCID, Antonio Monteiro terminar as justificações dizendo que: "O estatuto trás a transparência, para que qualquer cidadão consulte e saiba a quantas andam os Deputados".

Analisando as palavras desses líderes parlamentares concluímos de que estão em total contradição com o que temos vindo a ouvir do Executivo.

Estes últimos, já por alguns longos anos, tem vindo a proclamar as incapacidades financeiras do Estado em dar respostas às inúmeras reivindicações da classe trabalhadora da função pública, especificamente dos professores, policiais, pessoal das alfândegas e portuários, além dos agricultores que reclamam, com todo o direito, ajudas para colmatarem as brechas deixadas pelo mau ano agrícola.

Enquanto isso tudo, temos uma sociedade extremamente fragilizada e sem poder de compra, para estimular a economia e criar mais postos de emprego. E quando aparecem algumas poucas vagas, elas são mal remuneradas, existindo casos concretos de exploração laboral, até pelo próprio Estado que continua a não pagar o legal salário mínimo a alguns dos seus funcionários.

A outra maioria desempregada e constituída por jovens formados que continuam deambulando pelas ruas das cidades, vilas e aldeias, sem perspectivas futuras e muitas das vezes enveredando pela prática de ilegalidades, para a sua própria sobrevivência humana.

Contudo, apesar de todas essas incompetências governamentais, este governo, acabou de anunciar de que estará a financiar o governo da Guiné Bissau na implementação da sua função pública.

Um acto de louvar, caso o país seja ainda possuidora das necessárias condições financeiras, logísticas e técnicas, desde que exista um acordo com um outro país desenvolvido que acabará por recompensar Cabo Verde por esse acto de caridade estratégica.

A Voz do Povo Sofredor

Luso-timorense condenada a quatro anos de cadeia por participação económica




Díli, 06 abr (Lusa) - A ex-diretora luso-timorense de Acreditação e Administração Escolar do Ministério da Educação de Timor-Leste Idalina Freitas foi condenada a quatro anos de prisão efetiva pelo crime de participação económica em negócio, segundo fontes judiciais.

As fontes ouvidas pela Lusa explicaram que a decisão judicial definitiva foi tomada, depois de uma sentença do Tribunal de Recurso, no final de março, e que Idalina Freitas está já a cumprir pena na cadeia de mulheres em Gleno, Ermera, a sul de Díli.

Em causa está um processo de aprovisionamento que remonta a 2009, altura em que Idalina Freitas, irmã do ex-ministro da Educação Câncio Freitas, era diretora de Acreditação e Administração Escolar.

Trata-se, segundo as fontes judiciais, de um caso de benefício económico num negócio de cerca de 50 mil dólares de aprovisionamento para serviços desta direção do Ministério da Educação.

Fontes judiciais explicaram à Lusa que Idalina Freitas estava a residir nos últimos tempos em Portugal, tendo regressado a Díli para ouvir a sentença que transitou em julgado e confirmou a sua pena.

ASP // VM

Milhares de pessoas no último adeus ao ex-bispo timorense Alberto Ricardo da Silva




Díli, 06 abr (Lusa) -- Milhares de pessoas, incluindo as principais figuras do Estado de Timor-Leste, acompanharam hoje na catedral de Díli as exéquias do antigo bispo de Díli Alberto Ricardo da Silva.

A cerimónia foi celebrada por três bispos -- Basílio do Nascimento (Baucau) e administrador apostólico de Díli, Norberto Amaral, bispo de Maliana e o bispo de Darwin, Eugene Hurley.

Cerca de duas centenas de padres reuniram-se na missa que foi transmitida em direto pela rádio e televisão nacionais de Timor-Leste, com milhares a acompanharem no exterior da catedral através de ecrãs gigantes ali colocados.

Tanto Basílio do Nascimento como Xanana Gusmão, ex-presidente e ex-primeiro-ministro que discursou em nome da sociedade civil, como o Presidente da República, Taur Matan Ruak, enalteceram o papel do bispo no apoio à luta pela libertação de Timor-Leste.

Todos destacaram em particular o seu apoio aos jovens, nomeadamente antes e depois do massacre de Santa Cruz em 12 de novembro de 1991, quando era vigário geral da diocese de Díli. O prelado, que faleceu quinta-feira na capital timorense, ignorou as ameaças das autoridades indonésias, aceitou celebrar missa em nome de Sebastião Rangel, um jovem cuja morte precedeu a manifestação que culminou com o massacre.

Ainda no interior da catedral, Taur Matan Ruak conferiu, a título póstumo, a condecoração da Ordem de Nicolau Lobato, tal como tinha solicitado o Governo, em reconhecimento de serviços prestados à Nação por Alberto Ricardo da Silva.

Num dia em que as bandeiras em Díli estão a meia-haste, milhares de pessoas alinharam-se ao longo do percurso de cerca de cinco quilómetros entre a catedral e o cemitério de Maloa, a sul de Díli.

Na procissão seguem os membros do Governo, representantes de todas as paróquias timorenses e a hierarquia da igreja do país.

ASP // DM

Um morto num hotel em Macau devido a alegado mau funcionamento de jacuzzi




Macau, China, 06 abr (Lusa) - Um empresário da cidade chinesa de Shenzhen morreu, na semana passada, no hotel Four Seasons, em Macau, alegadamente devido a uma falha no funcionamento do jacuzzi, confirmou hoje fonte do hotel.

A notícia foi avançada no domingo à noite, em inglês, pelo portal Shanghaiist, que cita a página chinesa Phoenix. À agência Lusa, o Four Seasons confirmou a morte de Wu Jisheng, mas não adiantou pormenores, indicando apenas que está a cooperar com as autoridades na investigação ao incidente.

De acordo com o Shanghaiist, o empresário encontrava-se dentro do jacuzzi quando ocorreu uma avaria no sistema de circulação de água, localizado no meio da banheira: a sucção terá aumentado drasticamente, puxando o homem para baixo e prendendo-o, de modo a ficar totalmente submerso.

Segundo o portal, a mulher de Wu Jisheng e alguns clientes do hotel que se encontravam no local tentaram puxar o empresário, mas não foram capazes. Quando, ao fim de 20 minutos, o sistema de sucção foi finalmente desligado o homem já se tinha afogado, escreve o Shanghaiist.

Wu Jisheng, o maior acionista de uma empresa de investigação tecnológica, era cliente frequente do Four Seasons de Macau.

Em resposta à Lusa, o hotel manifestou "profundas condolências a todos os envolvidos no incidente" e garantiu "total cooperação com a investigação que está a ser conduzida pelas autoridades competentes", esperando conclusões para breve.

ISG // VM

Campanha anticorrupção chinesa leva funcionários públicos a procurar empregos no privado




Hong Kong, China, 06 abr (Lusa) - Os funcionários públicos chineses estão a candidatar-se a empregos no setor privado, numa altura em que a campanha anticorrupção está a reduzir os benefícios laborais, segundo um portal de recursos humanos citado pelo South China Morning Post.

Mais de 10.000 trabalhadores do Estado chinês entregaram os seus currículos a potenciais empregadores através do portal de Pequim Zhaopin.com desde fevereiro, de acordo com um relatório da empresa.

Este valor é 30% superior ao registado no mesmo período do ano passado - a semana após o Ano Novo chinês é aquela em que, habitualmente, se efetuam mais contratações.

"Anteriormente, não prestávamos muita atenção a este grupo, já que muito poucos dirigentes deixavam os seus empregos. Mas é um fenómeno enorme este ano. Há tantos que querem mudar de emprego", disse a consultora do portal Huang Ruoshan, citado pelo jornal de Hong Kong.

Muitos destes funcionários procuram empregos como promotores imobiliários, em instituições financeiras e em empresas relacionadas com a Internet, acrescentou.

Até agora, a sociedade chinesa tem vivido "numa obsessão por empregos na função pública". Em 2010, lembra o South China Morning Post, 1,6 milhões de pessoas competiram para 16.000 vagas.

Os números têm vindo, no entanto, a baixar: no ano passado, 1,4 milhões de pessoas candidataram-se a 22.000 lugares, de acordo com o jornal Huashang Daily.

Para Huang, a campanha anticorrupção do Presidente Xi Jinping deixou muitos funcionários públicos de nível médio preocupados com as suas carreiras, em tempos apelidadas de "taças de arroz de ferro", numa alusão à sua estabilidade.

Devido à campanha, muitos benefícios foram cortados e muitos empregos tornaram-se incertos, disse a consultora. "Estes dirigentes esperam poder usar a experiência de trabalho e relações sociais que adquiriram durante o seu tempo no Governo", explicou.

Jovens com menos de cinco anos de trabalho na função pública também estão ativamente à procura de novos empregos, indicou Jennifer Feng Lijuan, do portal de recursos humanos 51job.com.

Esta tendência pode dever-se ao facto de os salários serem agora mais transparentes, o desempenho mais escrutinado e as progressões na carreira menos certas que no passado, apontou Feng.

O Governo levou também a cabo uma reforma no sistema de pensões que resultou em reformas mais pequenas.

"Os empregos na função pública já não são tão atrativos", disse Feng.

ISG // JPS

JUSTIÇA DA INDONÉSIA REJEITA APELOS DE AUSTRALIANOS CONDENADOS À MORTE




Presidente indonésio já havia recusado pedido de clemência da Austrália. Autoridades do país asiático esperam decisões sobre todos os recursos, para fuzilar grupo de sentenciados por tráfico que inclui um brasileiro.

Um tribunal da Indonésia rejeitou nesta segunda-feira (06/04) os recursos de dois australianos condenados à morte por tráfico de droga, abrindo caminho para a execução deles. Esta era a última possibilidade que os condenados tinham para evitar a morte por fuzilamento.

Os recursos dos australianos Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran Sukumaran, de 33 anos, foram rejeitados pela Justiça, depois que o presidente indonésio, Joko Widodo, já tinha negado pedidos de clemência do governo australiano.

Chan e Sukumaran estão no grupo de 11 prisioneiros, que inclui cidadãos da França, Brasil, Filipinas, Nigéria e Gana, sentenciados à pena de morte por tráfico de droga. Entre eles, está o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, que, segundo sua família, sofre de transtornos mentais. Seu pedido de clemência também foi rejeitado pelo presidente indonésio.

A execução do grupo era planejada para o mês passado, tendo sido suspensa devido aos apelos de seis condenados. Dois dos estrangeiros, Serge Areski Atlaoui, da França, e Martin Anderson, de Gana, ainda esperam pela decisão sobre seus recursos. Mês passado, a Filipina Mary Jane Fiesta Veloso teve sua apelação rejeitada.

As autoridades indonésias afirmaram que esperam que todos os pedidos de recursos legais se resolvam antes de executar os condenados no mesmo dia.

Os australianos foram condenados à morte em 2006 acusados de chefiar um grupo de traficantes, conhecido como Os Nove de Bali, quando tentavam levar oito quilos de heroína de Bali para a Austrália, em 2005.

Governo da Austrália "desapontado"

A ministra do Exterior australiana, Julie Bishop, declarou que seu governo está "desapontado" que os apelos de Sukumaran e Chan tenham sido rejeitados e que a Austrália "respeitosamente pede que o presidente reveja os pedidos de clemência".

O brasileiro Rodrigo Gularte, que também aguarda a execução no corredor da morte na Indonésia, foi preso em 2004 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, tendo sido condenado em 2005.

Apesar dos pedidos de clemência dos países de origem dos condenados, como Austrália, Brasil e França, Widodo reiterou a firmeza do seu governo contra o tráfico de droga e rejeitou os pedidos dos condenados.

Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil.

A Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.

MD/lusa/ap - Deutsche Welle

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