terça-feira, 12 de maio de 2015

A DANÇA DOS CANIBAIS



José Eduardo Agualusa – Rede Angola, opinião

O músico Edilson França, que usa o nome artístico Nosso Avô, afirmou recentemente numa entrevista que nós, angolanos, não estamos a ser governados e sim canibalizados. É uma imagem forte, mas que parece fazer todo o sentido quando lemos os jornais e nos confrontamos com as notícias sobre a crise e as dificuldades em que vive a larga maioria da população, por um lado, e, por outro, com os escandalosos actos de esbanjamento dos nossos governantes – ou canibalizantes. O caso mais recente é a anunciada compra de um avião de luxo, que custa 62 milhões de dólares, transporta apenas doze passageiros, e nem sequer se sabe bem para que fim se destina. Uma coisa me parece evidente: um avião de luxo, que transporta apenas doze passageiros, não se destina a servir os interesses do povo mais sofrido de Angola. Entretando espera-se, a qualquer hora, que o preço dos candongueiros suba, acompanhando o aumento do preço dos combustíveis – cem por cento em apenas sete meses.

Estou aqui sentado diante do écran de um computador, a fazer um enorme esforço para compreender as razões dos senhores que nos governam. E se, ao contrário do que escrevi antes, esta compra for urgente? E se for realmente necessária? Vejamos, pode ser que os nossos governantes tenham decidido comprar um jatinho de 62 milhões de dólares para socorrer as populações mais necessitadas. A Mamã Alice, lá no Catambor, está com um parto difícil? Os senhores que nos governam mandam-na de urgência a Londres no jatinho de 62 milhões de dólares; de quebra ainda levam tambem o kota António que pisou uma mina enquanto plantava milho e em Angola não há médico que lhe possa salvar a perna. Pode ser. Mas não seria melhor construir um bom hospital com esses 62 milhões de dólares? Ou talvez dois hospitais razoáveis por 31 milhões cada um? Digamos, quatro boas clínicas em bairros de baixa renda?

Não. A utilização a dar ao jatinho de 62 milhões de dólares há-de ser outra, mais sensata, mais prosaica, mais decente. E se os senhores que nos governam não nos dão a saber as razões porque compraram um jatinho de 62 milhões de dólares será, talvez, por as considerarem óbvias. Será porque não nos querem maçar com ninharias. Será porque têm mais assuntos em que pensar.

Ou então, ocorre-me agora, talvez para os nossos governantes 62 milhões de dólares não seja sequer um valor que necessite de justificações públicas. Caramba, trata-se apenas de um jatinho de 62 milhões de dólares. O que é isso para um país rico como Angola? Angola, meus cambas, não é a Suécia. Na Suécia, o Rei Carlos Gustavo enfrentaria grandes problemas, enormes problemas, se comprasse um jatinho de 62 milhões de dólares. Acontece que na Suécia, como na Noruega, como na Holanda, países pobres, países miseráveis, os ministros andam de metro. Há alguns, inclusive, que vão de bicicleta para o emprego. Não queremos que Angola seja a Suécia. Queremos que os nossos governantes possam ir tomar um café a Paris, depois do almoço, comodamente instalados. Já basta que tantos milhares de angolanos não consigam sequer dinheiro para o candongueiro, sobretudo agora que os preços vão aumentar, e tenham de ir para o emprego a pé. Pelo menos irão reconfortados, felizes, sabendo que os senhores que nos governam viajam num jatinho de 62 milhões de dólares.

Angola. Desalojados de Areia Branca convivem com doenças, abandono e mortes há três anos




SOS Habita, que tem ajudado os desalojados, denuncia perseguição da segurança do Estado angolano.

Manuel José – Voz da América

Três anos após terem sido expulsos da Areia Branca, nos arredores de Luanda,  e demolidas as suas casas, os antigos moradores continuam a viver numa zona precária, entre duas valas de drenagem e um depósito de lixo. Todos os dias morrem pessoas e as crianças são as principais vítimas de mordeduras de ratazanas que abundam o local.

Cerca de 700 famílias fixaram residência numa lixeira entre duas valas de drenagem, na Samba, desde 2012, altura em que o Governo demoliu as suas casas no bairro da Areia Branca. A zona conhecida como Povoado não possui nenhumas condições de habitabilidade.

“Vivemos entre duas valas de drenagem, um local que é um depósito de lixo, então temos tido variadíssimas doenças que resultam sempre em óbitos", conta José Chivia, coordenador dos moradores do bairro do Povoado, que assegura serem as crianças as principais vítimas, devido sobretudo a mordeduras de ratazanas.

Segundo Chivia,  “a situação é degradante”, já que a maioria dos moradores não trabalha, porque muitos ficaram sem emprego durante as demolições”.

A organização não governamental SOS Habitat, que tem procurado ajudar os moradores de Povoado,  queixa-se de sofrerem perseguições por parte de elementos da segurança do estado.

"Eles nos perseguem talvez pelo impacto do nosso trabalho,  somos vítimas de perseguição constante no carro, na nossa sede, em casa e nós tememos pelas nossas vidas em função do histórico recente do país", denuncia Rafael Morais, coordenador da SOS Habitat, que já apresentou queixa das perseguições à polícia.

Angola. A DOENÇA “DESCONHECIDA” QUE MATOU 21 AFINAL ERA MALÁRIA




As mortes deram-se entre 30 de Abril e 5 de Maio no bairro no Mulundo, na comuna da Funda, afectando crianças entre os nove e os 12 anos.

As autoridades de Saúde da província de Luanda anunciaram ontem que as 21 mortes de crianças registadas em poucos dias num único bairro do município de Cacuaco foram provocadas por malária.

As mortes deram-se entre 30 de Abril e 5 de Maio no bairro no Mulundo, na comuna da Funda, afectando crianças entre os nove e os 12 anos, depois de apresentarem febres altas e dores abdominais, entre outros sintomas, num quadro clínico que, segundo a população, se agrava “muito rapidamente”, até à morte, e aparentemente mais grave do que a malária.

As autoridades desconheciam até agora a origem da doença e para o local, conforme a Lusa noticiou a 08 de maio, foram mobilizados médicos angolanos e cubanos, para investigar o caso, tendo avançado preventivamente uma operação de desinfestação e limpeza na área.

“Trata-se de casos de malária e nós temos cá os dados todos, porque foi feito um trabalho com equipa da saúde pública e vigilância epidemiológica”, informou a directora do gabinete provincial de Saúde de Luanda, Rosa Bessa, depois de uma reunião com as autoridades de saúde locais.

Febre amarela, dengue, malária ou chikungunya foram hipóteses que as autoridades de saúde angolanas – com o apoio de um especialista da delegação da Organização Mundial de Saúde em Luanda -, tentaram despistar, através da análise a amostras locais, nos últimos dias.

A responsável acrescentou que se vive uma “época favorável” à malária, tendo em conta que “choveu muito” em Luanda nas últimas semanas, o que fez subir o pico da infeção na capital.

“Mas não é uma situação só desta localidade [comuna da Funda]”, enfatizou a responsável de Saúde provincial.

De acordo com Rosa Bessa, só no primeiro trimestre de 2015 já se registaram mais de 188 mil casos de malária em Luanda, com 400 óbitos hospitalares.

A malária é a principal causa de morte em Angola, com as autoridades a apelarem à adoção de medidas preventivas por parte da população, como a utilização de redes mosquiteiras nas zonas de maior risco.

Lusa, em Rede Angola

Portugal. O CANCRO DA MULHER DE PASSOS É PROPAGANDA?



Pedro Tadeu – Diário de Notícias, opinião

A notícia é avançada, com decoro e elegância, por uma revista cor-de-rosa, a furar o bloqueio da generalidade da classe jornalística, conhecedora há semanas do assunto: a mulher do primeiro--ministro sofre de cancro. O próprio Passos Coelho, em comunicado, pede à comunicação social respeito pela privacidade da família e, elegantemente, imprensa, rádio e televisão não desenvolvem o caso.

Quatro meses depois leio, espantado, em duas páginas doCorreio da Manhã, um resumo das declarações prestadas por Laura Ferreira à autora de uma biografia autorizada do primeiro-ministro.

A mulher de Passos Coelho explica como encara a hipótese da morte, dá detalhes sobre alguns tratamentos, fala da própria forma como a doença alterou a expressão da afetividade entre ela e o marido.

O cancro da mulher de um primeiro-ministro é notícia? Recordo que a primeira informação publicada no primeiro número desteDiário de Notícias, em 1864, há 150 anos, foi esta: "Suas Magestades e Altezas passam sem novidade em suas importantes saudes." A curiosidade sobre o estado de saúde dos poderosos está, portanto, na génese do jornalismo moderno.

Regras deontológicas entretanto desenvolvidas, na forma como os jornalistas portugueses normalmente as interpretam, atiram estes assuntos para o lixo da não notícia.

Contraditoriamente, essa reserva é constantemente violada quando esse tipo de informações tem como alvo anónimos, músicos pop, atores, vedetas de televisão, famosos de revistas do coração.

A privacidade na doença, na realidade, só é respeitada pela comunicação social quando envolve políticos com poder efetivo, empresários e gestores de grande dimensão, intelectuais de topo. Esta privacidade só é válida para quem domina.

No caso de Passos e da mulher, mesmo à luz do critério jornalístico mais pundonoroso, o cancro teria de ser notícia se, por exemplo, houvesse abuso da família do primeiro-ministro na utilização do Serviço Nacional de Saúde (ou mesmo de serviços privados) com prejuízo de outros doentes. Como nada há sob esse ângulo, é defensável e, porventura, louvável o silêncio a que os jornais se remeteram.

Mas eis que num livro de propaganda política, de elogio à personalidade de Pedro Passos Coelho, a privacidade solicitada deixa de o ser e o cancro de Laura Ferreira é servido ao sentimentalismo das massas.

E o jornalismo, tolhido pela moralidade manipulada, fica a titubear, corneado, a pergunta: "o cancro da mulher de Passos não pode ser notícia mas, afinal, pode ser propaganda?!". Pelos vistos, sim.

PS: Vou ter imensas saudades de Oscar Mascarenhas. Deitei uma lágrima. Um beijo Natal Vaz. Um abraço João Vaz.

Portugal. PCP QUER REPÔR INDEPENDÊNCIA DAS FREGUESIAS



Isabel Peixoto – Jornal de Notícias

O PCP vai apresentar à Assembleia da República, nos próximos dias, onze projetos de lei com vista à reposição das freguesias da cidade do Porto que, por via da reforma administrativa de 2012/2013, ficaram agregadas

Depois de Gaia, é agora a vez do Porto e, até ao final da presente legislatura, o partido tenciona fazer o mesmo em relação ao resto do país, contra o que classifica como "liquidação" dos serviços públicos de proximidade.

A expressão foi usada na tarde desta terça-feira pela deputada Diana Ferreira, na conferência de Imprensa em que foram divulgadas os projetos do PCP relativos às freguesias de Aldoar, Cedofeita, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Miragaia, Nevogilde, Santo Ildefonso, São Nicolau, Sé e Vitória.

Na ocasião, o vereador Pedro Carvalho salientou que a "malha protetora do Estado, do ponto de vista destes serviços, está a desaparecer", referindo ainda que a reforma ditou o "afastamento das pessoas do poder local democrático".

Por seu turno, Carlos Sá, eleito na União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Miragaia, S. Nicolau, Sé e Vitória, referiu que a agregação amplificou "tudo o que de mau podia ser amplificado", além de ter afastado os eleitos: dantes, um presidente de junta podia encontrar-se com as pessoas naturalmente todos os dias, enquanto agora "podem passar seis meses sem uma pessoa ver o seu presidente de junta".

Carlos Sá referiu-se ainda ao facto de as freguesias terem passado a ter orçamentos "de difícil gestão" e com "números que são assustadores", dando como exemplo o caso da união do centro histórico, cujo orçamento anual é de quatro milhões de euros.

Diana Ferreira disse ainda aos jornalistas que, muito provavelmente, a discussão de todos estes projetos de lei no Parlamento vai "ser feita conjuntamente", lembrando que as câmaras e assembleias municipais, bem como as juntas de freguesia, irão ser chamadas a pronunciar-se. A propósito, revelou que o executivo de Gaia "recusou dar o parecer".

“ALEMANHA QUER SEGUNDA VOLTA” DAS ELEIÇÕES GREGAS - Catarina Martins




A porta-voz do BE acusou hoje o governo alemão de querer uma "segunda volta" das eleições gregas ao sugerir um referendo, e sublinhou que as instituições europeias estão a falhar o pagamento de 7 mil milhões de euros.

"O que a Alemanha quer dizer é que não gostou do resultado das eleições e quer uma segunda volta para impor a austeridade que já foi recusada nas urnas na Grécia", afirmou Catarina Martins aos jornalistas.

A porta-voz bloquista falava na Assembleia da República, após receber a presidente do parlamento da Grécia, Zoe Konstantopoulou, e referiu-se às declarações do ministro das Finanças alemão, que admitiu, na segunda-feira, a necessidade de o Governo grego convocar um referendo sobre as medidas a adotar para promover as reformas exigidas pelos credores e garantir uma última e vital parcela do empréstimo internacional.

"Na Grécia, como em Portugal, a austeridade não é um efeito secundário abstrato na vida das pessoas. Não cura nada porque as dívidas públicas só aumentaram, não cura nada porque as economias ficaram mais fragilizadas, com menos emprego e capacidade de produção, e os efeitos secundários não são abstratos", disse Catarina Martins.

A porta-voz bloquista referia-se às declarações do primeiro-ministro português, que comparou a sua governação a um processo de cura de uma doença em que esteve determinado em aplicar a terapêutica apesar dos efeitos secundários.

"O efeito secundário de que falava Passos Coelho são vidas concretas das pessoas, são pessoas que perderam o emprego e que não voltaram a encontrar, são famílias separadas pela emigração, são pessoas que precisam de cuidados de saúde e não os têm", disse.

Ainda sobre a Grécia, Catarina Martins declarou que se há "quem tem sido intransigente" e "radical" neste processo e "falhado ao compromisso, não tem sido o governo grego, tem sido sim a Comissão Europeia e o BCE".

"A União Europeia tem-se recusado a transferir para a Grécia as verbas que estavam acordadas. Estão neste momento em falta mais de 7 mil milhões de euros em pagamentos devidos à Grécia e que não estão a ser feitos por pura chantagem do radicalismo ideológico da austeridade", sustentou.

Em contraste, apontou, o governo e o parlamento têm aprovado legislação que faz parte do compromisso eleitoral estabelecido, "que tem a ver com questões tão básicas como não cortar mais nas pensões ou reintegrar os funcionários públicos que foram ilegalmente despedidos".

"Simultaneamente, tem estado a cumprir todos os seus compromissos com os credores e a pagar todas as tranches que estavam acertadas", frisou.

A presidente do parlamento da Grécia considerou em entrevista à Lusa que existem instituições e responsáveis europeus que não respeitam o mandato concedido ao novo Governo da Grécia após as eleições de janeiro.

"Fico muito surpreendida quando responsáveis oficiais de outros países comentam as decisões democráticas em outros países. A convocação ou não de um referendo cabe às autoridades da Grécia", assinalou, ao pronunciar-se sobre as declarações do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble.

"Diria que quando se deteta esta espécie de intervencionismo nas decisões internas de outro Estado, isso não contribuiu para o avanço das negociações e para a confiança mútua entre governos", referiu Zoe Konstantopoulou.

A presidente do parlamento grego participou em Lisboa na II Cimeira de presidentes da Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo (UpM) dedicada à Imigração, Asilo e Direitos Humanos na Região Euro-Mediterrânica.

Lusa, em Notícias ao Minuto

"Bruxelas não quer um acordo, quer uma capitulação da Grécia" – Sousa Tavares




Para Miguel Sousa Tavares, as últimas reuniões entre Bruxelas e Atenas são “mais do mesmo”.

Miguel Sousa Tavares defende que Bruxelas “há três meses que deixa que a Grécia aparentemente ache que está metida numa discussão séria” quando na verdade não está
Na antena da SIC, no seu habitual espaço de comentário, o comentador foi mesmo mais longe para considerar que “Bruxelas não quer chegar a acordo, quer uma capitulação da Grécia”.

Miguel Sousa Tavares considera que “Tsipras já cedeu em muita coisa”, ainda assim mantém-se a intransigência nas negociações.

O problema, defende, “é exigir que [Alexis] Tsipras ceda para continuar uma política “cozinhada em Berlim e aplicada por Bruxelas” que falhou, algo que o autor considera um caso de “teimosia económica e estupidez económica”, que levanta claros “problemas de democracia” na Europa.

Miguel Sousa Tavares antevê ainda que quando David Cameron, recentemente reeleito no Reino Unido, abrir negociações com Bruxelas com o intuito de levar a cabo alterações ao Tratado Orçamental, dificilmente a intransigência será a mesma que se tem verificado com Atenas.

Notícias ao Minuto – imagem Rudo

Rússia convida Grécia para participar do banco de desenvolvimento dos Brics



Opera Mundi, São Paulo

Na última cúpula do bloco no ano passado, Dilma Rousseff disse que instituição foi criada como 'alternativa para necessidades de financiamento'

Em conversa telefônica com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, o vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei Storchak, convidou Atenas a participar do banco de desenvolvimento dos Brics, formado também por Brasil, Índia, China e África do Sul, reportou o jornal gregoEkathimirini na segunda-feira (11/05)

Em resposta, Tsipras agradeceu a oportunidade de participação na instituição exclusiva do bloco de países emergentes, anunciado na última cúpula do grupo, em 15 de julho de 2014, em Fortaleza.

Para o chefe de governo grego, o convite foi uma “surpresa agradável” que será “examinado minuciosamente” e potencialmente discutido com outros líderes do Brics durante o Fórum Econômico Internacional de 2015 na cidade russa de São Petersburgo, indicou uma nota divulgada pelo seu partido, o Syriza.

Ainda na segunda, foi confirmado que o primeiro presidente do banco dos Brics será o economista indiano Kundapur Vaman Kamath, atualmente dirigente do ICICI Bank, o segundo maior banco indiano e o maior dos bancos privados do país asiático. Ele presidirá a instituição pelos próximos cinco anos e depois entregará o cargo de liderança ao Brasil.

Durante a cúpula dos Brics no ano passado, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, declarou à época que a criação do banco “representa uma alternativa para as necessidades de financiamento para os países em desenvolvimento, compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais”.

Além do banco de desenvolvimento, foi elaborado ainda um fundo emergencial de US$ 100 bilhões de ajuda mútua para situações de crise financeira. Os órgãos irão financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento para as cinco economias emergentes que somam um quinto do PIB global e 40% da população mundial.
Rublo como moeda de troca

Além disso, Storchak sugeriu ainda a Tsipras que investidores e turistas russos possam  usar o rublo para pagar por bens de consumo e serviços na Grécia, auxiliando no desenvolvimento do turismo grego, uma das principais rendas da frágil economia do país.

“Essa duas nações poderia cooperar e começar a usar a moeda nacional em pagamentos de commodities e serviços”, afirmou Storchak, segundo a agência de notícias local AMNA. “Cidadãos russos são sensíveis quando se trata de conversão de rublos por outra moeda”, acrescentou.

Leia mais em Opera Mundi
Grécia recorre a fundo de emergência para pagar parcela de 750 milhões de euros ao FMI

HERÓIS “AMERICANOS”. MENTIRAS E MEIAS-VERDADES DO OCIDENTE



Desacato, editorial

A agenda comunicacional dos países hegemônicos de Ocidente não é um invento contemporâneo. Sempre funcionou e funciona ainda de acordo com os interesses políticos e econômicos do capital; também em união de forças com a interferência cultural, exportando modelos, estéticas e paradigmas desses países.

Nesse marco os heróis sempre são soldados norte-americanos (chamados de ‘americanos’, o resto somos brasucas, sudacas, bárbaros, terroristas, pessoal de serviço, etc.), charmosos combatentes franceses, sonhadores italianos, austeros germanos, tudo, menos latino-americanos ou caribenhos, russos, chineses, africanos ou indígenas de qualquer latitude.

Essa desordem histórico-comunicacional proposital de Ocidente costuma vir à tona desde que a internet socializa algo da verdade histórica, e desde que cada vez mais setores da sociedade se propõem informar e ser informados por outras vias que não as ‘histórias oficiais’ dos dominadores e sua mídia.

Essas histórias oficiais omitem os heroicos 27 milhões de cidadãos soviéticos que deram sua vida pela humanidade contra a loucura nazista, na Grande Guerra Patriótica da qual se fizeram 70 anos na semana que findou. A história malversada determina em livros, jornais, universidades, e especialmente através do cinema, a impressão que poucos ousam discutir segundo a qual temos sido salvos da barbárie nazista graças, para variar, aos heróis norte-americanos e seus sócios britânicos, dentre outros atores. Mas, isto não só acontece por responsabilidade dos asseclas do Império. Muitas vezes setores redutores da esquerda mundial confundem o despotismo stalinista com o heroico povo soviético, como se este não tivesse sofrido os desmandos ditatórias do mesmo.

Quando a comunicação seja livre, e um dia o será, a história, a outra informação, a verdade, surgirão para serviço da independência definitiva dos Povos e para o avanço da civilização, ainda perturbada em labirintos de mentiras e meias verdades.

*Título PG

DOIS APÁTRIDAS QUE QUEREM VENDER O BRASIL AO INIMIGO DO NORTE




Mangabeira Unger recomendou a suspensão do Mercosul e Modesto Carvalhosa sustentou a necessidade de criminalização da Petrobrás.

J. Carlos de Assis* - Carta Maior

O senhor Mangabeira Unger, como estrategista, e o senhor Modesto Carvalhosa, como jurista, são como uma espécie de corpo sem espírito. O senhor Mangabeira desfila sua condição de importante intelectual de Harvard mas, até onde eu saiba, nunca provou qualquer contribuição relevante àquela universidade norte-americana. Parece que vive da glória de ter sido apanhado num sorteio de cartas de garotos ao Presidente norte-americano, coisa que faz questão de frisar em qualquer conversa como prova de seu acesso ao poder naquele país.

É de Mangabeira que roubei o enunciado acima, na medida em que ele sustenta numa entrevista a O Globo, jornal que é inimigo declarado do Governo, que o Mercosul é um corpo sem espírito, recomendando sua suspensão – tese também de O Globo. À parte a invasão de prerrogativa do Itamaraty na formulação da política externa brasileira, isso a partir de uma Secretaria secundária na estrutura do Estado, ele simplesmente desmonta com sua agressividade verbal a única política externa brasileira que sobreviveu a todos os presidentes da República, desde Sarney, com excelentes resultados comerciais a nosso favor.

Não sou um “especialista” em Mangabeira. Tive com ele uma única conversa, no Rio, numa época em que ele cortejava o senador Crivella para ser, ele, Mangabeira, candidato a presidente da República. Fiquei imaginando um comício para 100 mil pessoas no qual Mangabeira tomasse a palavra com aquele sotaque carregado de gringo, vomitando arrogância para todo lado. Será que os eleitores entenderiam? No quadriênio seguinte Mangabeira se ofereceu a Lula para ser vice de Dilma, garantindo ter os votos do Nordeste...

Na eleição de Obama, Mangabeira ofereceu a quem quisesse cópia de uma longa carta que diz ter escrito ao presidente recém-eleito sobre como ele deveria governar os Estados Unidos. Na mesma época, mandou outra longa carta a Lula com o mesmo propósito em relação ao Brasil. Esta, nos meus parcos domínios de economista, fiz questão de ridicularizar: é que Mangabeira recomendava uma fortíssimo ajuste fiscal com aumento para 7% do superávit primário, resolvendo por aí a crise fiscal brasileira! Agora, ele quer que o foco da política externa seja a aproximação com os EUA, algo que se assemelha a uma ovelha dormindo com elefante.

O fenômeno Mangabeira não é propriamente de saber como ele é, mas de saber como ele se faz ver. Passa, como disse, por um grande intelectual de Harvard, sem sê-lo. (Também não me comoveria muito se o fosse na medida em que Harvard produz, desculpem-me, muita merda desde que saiu de lá o grande Galbraith e sua turma!) Assim, o fenômeno Mangabeira está associado ao conto de Lima Barreto, “O homem que sabia javanês”, na medida em que só admira Mangabeira quem pensa que Mangabeira sabe alguma coisa que ele próprio não sabe.

Um pedaço de culpa nessa história é de Lula, que adora intelectuais sem entendê-los muito bem. Resgatou Mangabeira duas vezes, antes e agora, da merecida obscuridade. Mas não só dele. Meu dileto amigo Raphael de Almeida Magalhães, um dos espíritos mais lúcidos de sua época, tinha por Mangabeira uma admiração que eu jamais entendi. Da parte de Lula, sim, ele tem uma formação cultural muito acanhada e pode achar que Mangabeira é o máximo por causa das credenciais falsas que apresenta, mas Raphael entendia as credenciais. De qualquer modo, desde a formação do PMDB, de que participou, Mangabeira vendeu muito gato por lebre nos bastidores do partido até que se revelou dispensável e se recolheu a Harvard, para onde sempre corre quando se revela insignificante aqui.

Vejamos agora o “jurista” Modesto Carvalhosa. Numa entrevista ao Estadão, sustentou a necessidade de criminalização da Petrobrás pelos desmandos de empregados na operação Lava Jato. É claro que isso é uma estupidez jurídica e um contrassenso filosófico. Pessoa jurídica não pode cometer crime. Ou é o caminhão, e não seu motorista, quem deve ser processado criminalmente pelo atropelamento? Ao se insurgir contra a CGU, a AGU e ao Ministério da Justiça por estarem inclinados a considera a Petrobrás “vítima”, o senhor Carvalhosa passa por intérprete de seu próprio livro sobre o assunto, muito provavelmente atrás de um bom contrato nessa especialidade criada por ele mesmo!

Entretanto, a base do raciocínio dele não é propriamente jurídica, nem filosófica. Diz ele: “Assim tendo ‘decidido’ o governo central, e tendo em vista ser a Petrobrás uma multinacional, as jurisdições administrativas e judiciais americanas e europeias, a par do Banco Mundial e do Banco Interamericano, vão impor não só pesadíssimas penas pecuniárias à nossa estatal, como declarar sua inidoneidade para contratar e obter créditos no exterior.”

E mais: “Pôr a Petrobrás como vítima é um dos maiores erros que o atual governo pratica, na medida em que afunda ainda mais o País no grupo dos países corruptos. O Brasil estava na 42ª  posição entre os países declarados corruptos pela Transparência Internacional, ou seja, abaixo da linha dos 50, que é o número limite dessa categoria infamante. Agora deve afundar ainda mais.”  Jamais vi nada tão descarado em matéria de subserviência.

Basta desse vendilhão da pátria. Vou me ater a seu último argumento. O que fez a Transparência Internacional relativamente à fraude praticada pelos 12 maiores bancos do mundo em relação à Libor, taxa de juros que regula todas as negociações financeiras desde Londres? O que fez relativamente às fraudes praticadas pelo Deutche Bank e pelo UBS no trilionário mercado internacional de câmbio? Quem, como pessoa física, foi punido pelas fraudes praticadas pelo Bank of America e Citigroup, com penas de 20 bilhões de dólares cada um, por conta de fraudes no mercado imobiliário norte-americano?

Esses campeões da transparência internacional, árbitros da corrupção mundial, tem um sistema jurídico tão curioso que simplesmente ignora as pessoas como corruptas, para se limitar a cobrar indenizações das empresas – ou seja, do lucro futuro. É o exato oposto do que queremos aqui, com muito mais lógica. Punir o corrupto e adotar acordos de leniência com as empresas onde ocorreram fraudes, já que são, indiscutivelmente, vítimas dos seus próprios donos ou de seus próprios executivos, e detentoras de invejável capacidade de construir coisas, de viadutos a portos, assim como de tecnologia genuinamente nacional. E que se salve o Direito Romano das mãos  incompetentes de gente como Modesto Carvallhosa que simplesmente, provavelmente por interesses pessoais vinculados a interesses externos, querem quebrar a maior empresa brasileira e latino-americana.

*Economista, professor, doutor pela Coppe-UFRJ, autor de mais de 20 livros sobre Economia Política brasileira.

Brasil. A DISPUTA PELO PRÉ-SAL



Mauro Santayana, São Paulo – Correio do Brasil, opinião

A Petrobrás, que acaba de ganhar o maior prêmio da indústria internacional de exploração de petróleo em águas marinhas, é novamente questionada no pré-sal.

Os jornais voltam a anunciar que se discute, dentro e fora do governo, o fim da atuação da Petrobrás como operadora exclusiva do pré-sal, com fatia mínima de 30%.

Alegam seus adversários, entre outras coisas, que seria inviável para a Petrobras continuar a explorar o petróleo do pré-salcom a baixa cotação atual do barril no mercado global, quando a produção oriunda dessa área cresceu 70% em março e se aproxima de 500 mil barris por dia.

Ora, se a Petrobrás, que acaba de ganhar (pela terceira vez) o maior prêmio da indústria internacional de exploração de petróleo em águas marinhas, o OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions, nos EUA, justamente pelo desenvolvimento de tecnologia própria para a extração do óleo do pré-sal em condições extremas de profundidade e pressão, estaria tendo prejuízo na exploração desse óleo, porque as empresas estrangeiras, a quem se quer entregar o negócio, conseguiriam ter lucro como operadoras, se não dispõem da mesma tecnologia?

Se a Petrobras explora petróleo até nos Estados Unidos, em campos como Cascade, Chinook e Hadrian South, onde acaba de descobrir reservas de 700 milhões de barris, em águas territoriais norte-americanas do Golfo do México, porque tem competência para fazer isso, qual é a lógica de abandonar a operação do pré-sal em seu próprio país, onde pode gerar mais empregos e renda com a contratação de serviços e produtos locais, e o petróleo é de melhor qualidade?

A falta de sustentação dessa tese não consegue ocultar seus principais objetivos. Se quer aproveitar uma “crise” da qual a empresa sairá em poucos meses (as ações com direito a voto já se valorizaram 60% desde janeiro; o balanço foi apresentado com enormes provisões para perdas por desvios de R$ 6 bilhões, que delatores “premiados”, cuja palavra foi considerada sagrada em outros casos, já negaram que tenham ocorrido; a produção e as vendas estão em franco crescimento) para fazer com que o país recue no regime de partilha de produção, de conteúdo nacional mínimo, e na presença de uma empresa nacional na operação de todos os poços, para promover a entrega da maior reserva de petróleo descoberta neste século para empresas ocidentais, como a Exxon, por exemplo, que acaba de perder, justamente para a Petrobras, o título de maior produtora de petróleo do mundo de capital aberto.

Como ocorreu na década de 1990, se cria um clima de terror para promover a entrega de uma das últimas empresas sob controle nacional ao estrangeiro.

Enquanto isso não for possível, procura-se diminuir sua dimensão e importância, impedindo sua operação na exploração de reservas que são suas, por direito, situadas em uma área que ela descobriu, sozinha, graças ao desenvolvimento de tecnologia própria e inédita e à capacidade de realização da nossa gente.

*Mauro Santayana,  é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Portugal. A “DOUTRINA” PASSOS



Mariana Mortágua – Jornal de Notícias, opinião

Passos Coelho aproveitou o dia da Europa para, numa visita-relâmpago a Itália, apresentar as suas ideias para o futuro da Europa. O local escolhido para apresentar a "doutrina Passos", para usar a expressão de um dos jornalistas, foi o Instituto Universitário de Florença. Já o pretexto foi a apresentação de uma nova plataforma da fundação financiada pelo dono do Pingo Doce. A concertação da agenda do primeiro-ministro com a Fundação Manuel dos Santos é de tal forma comovente que os jornalistas foram selecionados pela fundação e as suas viagens custeadas pela mesma.

Gesto mais simbólico sobre o poder que verdadeiramente conta, e as prioridades do primeiro-ministro, era difícil. Não é na audiência com o primeiro-ministro italiano, e com assento na Comissão Europeia, que Passos apresenta as propostas que levará a Bruxelas, mas numa viagem de doutrinação promovida por quem aproveita a Europa para sediar a sua empresa num regime fiscal muito mais favorável e assim evitar pagar os impostos que deveria em Portugal. Mas, se o contexto para tão importante declaração foi este, concentremo-nos na substância das propostas. Diz Passos que está preocupado para os riscos de desintegração económica e financeira, de desagregação social e de fragmentação política na União Europeia. Curiosa declaração, para quem passou os últimos quatro anos a reboque dos amoques da troika e da senhora Merkel, mesmo quando estavam em causa os interesses dos portugueses ou dos esmifrados países do sul da Europa.

Para evitar tais riscos, diz Passos Coelho, é preciso criar um Fundo Monetário Europeu que financie políticas transeuropeias que podem passar pelo subsídio de desemprego e modernização de infraestruturas. A curiosidade aqui é redobrada. Em primeiro lugar porque o PSD, e o próprio Passos, sempre se opuseram a políticas transeuropeias de promoção de emprego ou investimento (propostas que, por exemplo, são apresentadas há muito e bom tempo pelo BE).

Mas a contradição é apenas aparente. Passos Coelho considera que é possível colocar o ovo de pé sem achatar a base e, vai daí, entende que tudo isto tem que ser feito sem recorrer ao Orçamento da UE ou dos países membros. Como? Com um fundo financiado sabe-se lá como, em que moldes, com que dinheiro e com que interesses.

Como já tinha acontecido com o plano Juncker, a solução da direita para combater uma economia deprimida por uma crise desencadeada pelos excessos do mundo financeiro e endividamento excessivo é alavancar novamente a economia com recurso a políticas europeias financiadas pela dívida bancária ou modelos de investimento em regime PPP. Isto não é o ovo de Colombo, pela insistência nos erros do passado tem mesmo todos os ingredientes para ser resumido como a "doutrina Passos".

Portugal – UTAO. Estado pagou com PPP mais quase 60% do que em 2013




Os encargos com as parcerias público-privadas (PPP) aumentaram quase 60% em 2014 face a 2013, atingindo 1.544 milhões de euros, estima a UTAO, alertando que estes contratos "constituem uma fonte de risco orçamental não negligenciável".

Numa nota sobre a execução orçamental das PPP a que a agência Lusa teve hoje acesso, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) afirma que os encargos líquidos globais das PPP, que englobam encargos correntes e reposição de equilíbrio financeiro, subiram entre 2013 e 2014, atingindo 1.544 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Os técnicos independentes de apoio ao parlamento apontam que em 2014 registou-se um "novo acréscimo significativo", de mais 576 milhões de euros face a 2013 (um aumento de 58,9%), dos encargos correntes com as PPP, devido sobretudo ao "contributo das PPP do setor rodoviário, cujos encargos líquidos subiram 555 milhões de euros" face ao ano anterior, nomeadamente pelo "início de pagamento das subconcessões rodoviárias da empresa Estradas de Portugal" (EP).

No OE2015, preparado em outubro passado, citado pela UTAO, o Governo estimava que os encargos com as PPP em 2014 ficassem pelos 1.458 milhões de euros, mas de acordo com os técnicos esses encargos ficaram 86 milhões de euros acima do antecipado.

A unidade alerta ainda que "em 2014 o valor atual dos encargos brutos futuros [previstos no OE2015] representava cerca de 11,1% do PIB", ou seja, 19.200 milhões de euros, advertindo que "devido à dimensão das responsabilidades futuras do Estado, as PPP constituem uma fonte de risco orçamental não negligenciável".

Além disso, a UTAO aponta que se encontram pendentes pedidos de reposição do equilíbrio financeiro envolvendo montantes expressivos. Recordando o Programa de Estabilidade 2015-2019, apresentado pelo Governo, os técnicos escrevem que "o valor global dos pedidos de reposição do equilíbrio financeiro [pelos privados] atingiu perto de 3.700 milhões de euros", cerca de 2,1% do PIB, "sendo que o setor rodoviário representa cerca de 3.500 milhões de euros".

Estes pedidos foram efetuados em 2012 e 2013, "não se conhecendo até à data a decisão final dos respetivos tribunais arbitrais", escrevem.

Outro risco é o facto de "a materialização das estimativas de poupanças decorrentes dos processos de renegociação em curso e estar dependente da aprovação pelas entidades financiadoras e da apreciação do Tribunal de Contas" (TdC).

Ou seja, apesar de algumas das poupanças estimadas terem vindo a ser incluídas nas previsões orçamentais, "os processos de renegociação envolvem um conjunto de requisitos formais", como o visto do TdC, o que significa que "os processos iniciados não estão concluídos" e, assim, "as estimativas de poupança consideradas ao nível da execução orçamental não se encontram ainda materializadas".

O Governo estima uma poupança acumulada de 7.200 milhões de euros ao longo da vigência dos contratos de PPP rodoviárias, ou seja, até 2041. "Em termos de valor atualizado para 2014, as poupanças em encargos brutos entre 2014 e 2041, representam cerca de 3.800 milhões", escreve a UTAO.

Outro risco apontado pelos técnicos é o facto de a responsabilidade pelas grandes reparações das PPP rodoviárias, das concessionárias para a esfera da EP, no âmbito das renegociações ainda em curso, "poderá conduzir a encargos orçamentais futuros, caso as reparações se venham a revelar necessárias".

A UTAO recorda que de acordo com os contratos atuais, as grandes reparações são pagas antecipadamente pelo concedente com base numa mera previsão de ocorrência, mesmo que não sejam necessárias. "Futuramente, estes encargos apenas serão suportados pelo parceiro público se, e quando, vier efetivamente a ser necessária a realização de uma grande reparação", explica.

Os técnicos advertem ainda que "as receitas provenientes de portagem poderão vir a situar-se abaixo do orçamentado".

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. PCP denuncia encerramento de 12 agências da CGD no Porto




O PCP do Porto revelou hoje que pretende confrontar o Governo com o encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que, no Porto, vai encerrar "mais três agências", totalizando desde 2012 o fecho de 12 dependências.

"O Governo e a administração da CGD pretendem encerrar um total 12 agências na cidade do Porto, o que corresponde a mais de um terço das 35 agências existentes no concelho antes do início do processo de encerramentos", critica a Direção da Organização da Cidade do Porto (DORP) do PCP, em comunicado.

Citando informações "divulgadas pela CGD", o PCP refere o encerramento, em junho, das agências da Praça da Liberdade, de S. João de Brito e da fusão de Antas e Paranhos, no Porto, e censura "a perspetiva de redução de dois mil trabalhadores" no banco.

De acordo com o PCP, desde 2012 a CGD já fechou, no Porto, nove dependências, em Serpa Pinto, Loja do Cidadão, Areosa-Igreja, Francos, Júlio Dinis, Campo Alegre, Ramalde, Alameda das Antas e Santos Pousada.

Com "consequências um pouco por todo o país", o encerramento de dependências da CGD afeta, no distrito do Porto, "os concelhos de Matosinhos, Valongo, Gaia, Paredes, Maia, Trofa e Penafiel", acrescentam os comunistas.

"Subjacente aos encerramentos de agências está a concretização do designado «Plano Horizonte», que tem como perspetiva a redução em 2000 trabalhadores, agravada com a imposição de condições lesivas dos interesses dos trabalhadores implicados", denuncia o PCP.

Para os comunistas, "os verdadeiros objetivos das orientações levadas a cabo pela administração da CGD e por sucessivos governos visam abrir negócio para a banca privada".

Defendendo que "à CGD cabe um papel de serviço público, corresponde aos interesses da economia nacional e do desenvolvimento do país", o PCP nota que, "perante a gravidade da situação", o seu grupo parlamentar na Assembleia da República "vai confrontar o Governo acerca desta matéria".

"Os sucessivos governos PSD/CDS e PS e a administração da Caixa Geral de Depósitos têm vindo a concretizar um vasto conjunto de opções com consequências profundamente negativas na qualidade do serviço prestado, pondo em causa os objetivos que devem estar inerentes a um banco público ao serviço do desenvolvimento do país", lamentam.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Para se ter reforma em 2060 serão mais sete anos de trabalho em Portugal




A Comissão Europeia estima que o período contributivo para aceder a pensão de reforma em 2060 terá subido cerca de sete anos em Portugal, dos maiores aumentos entre os Estados-membros da União Europeia.

Segundo o estudo da Comissão Europeia, que faz projeções económicas com base nas previsões quanto à evolução da população até 2060, é estimado que os anos de contribuição para aceder à pensão de reforma vão aumentar na maioria dos países.

Além do aumento legal da idade da reforma, há ainda outros motivos para o aumento dos períodos contributivos, como o fim de muitos esquemas de reformas antecipadas ou critérios de elegibilidade mais restritos. Em muitos sistemas, os anos de serviço militar ou o número de filhos são valorizados no acesso à reforma, o que poderá ser alterado.

Em Portugal, tendo em conta os dados de 2014, a Comissão Europeia estima que até 2060 será estendido por 6,8 anos o período contributivo para que os trabalhadores possam aceder à pensão de velhice completa.

Isto coloca Portugal acima do aumento estimado para a média da UE, de quatro anos, sendo mesmo o segundo país com o aumento mais significativo, só atrás da Grécia (7,1 anos).

A Comissão Europeia atribui o aumento estimado em Portugal a um ponto de partida que considerado "baixo" e às reformas legislativas no sistema de pensões.

De acordo com as contas do executivo comunitário, em 2014 o período contributivo foi de 29,5 anos em Portugal, o qual deverá aumentar para 31 anos em 2020, 32,4 anos em 2030, 33,1 anos em 2040, 34,6 anos em 2050 e 36,4 anos em 2060.

As projeções hoje divulgadas pela Comissão europeia servem para perceber o impacto no modelo social e económico europeu do envelhecimento da população.

Este envelhecimento também colocará pressão nos gastos públicos. As despesas com a população mais velha -- sejam pensões, cuidados de saúde, entre outros - deverão aumentar na UE até 2060.

Em 10 países, entre os quais Portugal, é previsto um aumento moderado, até 2,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB).

Já na despesa especialmente relacionada com as pensões de velhice é esperada uma redução em Portugal, tal como aliás na maioria dos Estados-membros, o que a Comissão europeia atribui à execução de reformas nos sistemas de pensões para manter a sua sustentabilidade.

Este estudo, com mais de 400 página, refere também o rácio de benefício das pensões públicas, que mostra o rácio entre a média das pensões face à média dos salários.

Neste caso, até 2060, é projetada uma queda desse rácio em quase todos os Estados-membros, com exceção do Luxemburgo. As maiores quedas são esperadas em três países - Chipre, Portugal e Espanha -- superando os 20 pontos percentuais.

Mesmo incluindo as pensões dos sistemas privados, este rácio de benefício irá diminuir nas próximas décadas, diz a Comissão Europeia.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. MILAGRE! COLIGAÇÃO PSD/CDS VAI VENCER PRÓXIMAS ELEIÇÕES




Mais um bom dia com votos do jornal do tio Balsamão, o Expresso. Ficamos a saber algumas das ocorrências enquanto estávamos a dormir. Outras já sabíamos mas como andamos a dormir acordados é bom que recapitulemos. O Nepal a tremer e gente a morrer é a abertura deste Expresso Curto que hoje vem pela bandeja do Pedro Santos Guerreiro, diretor executivo (lá não há só jornalistas?). Vá ler que não dói.

O que dói realmente é aquilo que ainda se está a ouvir na TSF no habitual Fórum. É versado sobre o balanço positivo, narcisista e mentiroso que o governo de Passos-Portas-Cavaco deitou cá para fora muito mal vomitado.

E então não é que há portugueses (serão?) que dão nota positiva a este governo? Mas que povinho é que abunda por aí? Compreende-se então que andemos neste fastio do roubo e da ignomínia do Arco da Governação? Compreende-se. Há mais carneiros do que aquilo que imaginávamos.

Fórum TSF: Governo em tempo de balanço é o que pode consultar na página daquela rádio. Depois de ouvir em podcast pode escrever e tomar por certo que nas próximas eleições a coligação dos vigaristas vai vencer e ser novamente governo. Os portugueses encontraram vários Salazares nestes últimos anos. O Cavaco, o Passos, o Portas e mais uns quantos daquele estaminé revanchista e fascista a que dão o epíteto de neoliberais. E era isso que procuravam. Justifica-se que apostem no sofrimento, na mentira, no roubo, na associação criminosa que governa o país, porque é com o sofrimento que consideram poder lavar a alma. Não por acaso vão longos quilómetros a pé para Fátima e morrem nas estradas todos os anos. Masoquismo extremista. Chamam-lhe fé. E amanhã (13) lá vão estar em busca de um milagre qualquer que lhes dê jeito e de que desesperadamente necessitem. Milagre de Fátima. Uma pantominice da igreja salazarista e fascista que se ajusta na perfeição aos pantomineiros que Portugal tem em Belém, em São Bento e no Terreiro do Paço.

Tristezas não pagam dívidas. Por isso o governo esbulha e desapropria tudo e todos, menos os da sua pandilha. Quem se lixa é o mexilhão aborregado que vai votar nos mesmos há anos. Quem se lixa é Sócrates, que não foi o único a roubar nestes 40 anos de pseudo democracia. Carlos Alexandre, o juiz. Devia investigar mais uns quantos. Mas a sério. Começando por Dias Loureiro, por exemplo. Já agora nas horas extras que investigasse Cavaco Silva e os que o rodeiam ou rodearam. Há quem aposte que a prisão de Évora não ia chegar para tantos…

Sirva-se do Expresso Curto. Está mesmo saboroso. Sem açúcar mas com afeto. Bom dia, se conseguir. Vá à luta e faça como a mula: abra os olhos!

Redação PG
  
Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Santos Guerreiro, diretor executivo

Mau, mau, mau (e no fim bom, bom, bom)

Mau, mau, mau.

A minutos de enviar este Expresso Curto sabia-se que o Nepal foi atingido por um segundo terremoto enorme, de magnitude de 7,4 na escala de Richter. O país ainda está a recuperar da devastação de mais de oito mil mortos do enorme tremor de terra de há duas semanas. Mais informações no Expresso Online.

A Grécia pode ficar sem dinheiro nas próximas semanas e não há meio de haver acordo no Eurogrupo. “A questão da liquidez é um assunto terrivelmente urgente, toda a gente sabe disso”, diz Yanis VaroufakisApós a reunião de ontem, está tudo como dantes, menos o tempo, que encurtou. O ministro das Finanças grego acha aliás, num artigo publicado no Negócios, que o problema da liquidez está a cegar as instituições europeias, que deviam estar a pensar no futuro de sustentabilidade de longo prazo. A verdade é que o FMI quer demarcar-se de resgates futuros na Grécia, escreve o El Mundo. E já está a acautelar a possível saída da Grécia do euro, acrescenta o Negócios.

A reputação de Varoufakis já lá vai. No Politico, já brincam até com a sua capacidade como economista. Depois de Alexis Tsipras ter admitido referendar a manutenção da Grécia no euro, - o que André Macedo, no DN, chama de uma “morte a crédito” -, as declarações do ministro das finanças alemão fizeram ontem estrondo: “se a Grécia quiser fazer um referendo, poderá ser útil”. Uma “perigosa estratégia de Wolfgang Schäuble”, escreve Camilo Lourenço.

"Quando a TAP começar a despedir, tem que começar por estes pilotos", afirmou ontem à noite na SIC Miguel Sousa Tavares, que considera que “o que os pilotos conseguiram fazer foi acabar de vez com a TAP”. Já Fernando Sobral, no Negócios, escreve que “esta greve de 10 dias espelhou a encruzilhada em que vive Portugal, onde todos só se querem salvar a si próprios.”

Bola para lá: Pires de Lima quer consequências e diz que a greve dos pilotos, apesar de fracassada, causou €35 milhões de prejuízo. Bola para cá: o sindicato dos pilotos apresenta queixa contra a TAP por violação do direito à greve.

A TAP já prepara plano para compensar prejuízos da greve,como diz o i, mas o sindicato não recua e há uma nova ameaça de greve, noticia o Económico. A privatização da TAP avança esta semana com entrega de propostas mas este é apenas uma das vendas em curso. Outra é a do Novo Banco, com favoritismo dos chineses. O Negócios explica a urgência: o governo quer o dinheiro da venda para pagar mais cedo ao FMI quatro mil milhões de euros.

Itália. O Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais os cortes nas pensões realizados desde 2012. O governo de Matteo Renzi tem de encontrar até ao fim da semana forma de devolver o dinheiro aos pensionistas. É uma batelada: podem ser 12 a 14 mil milhões de euros, calcula o Financial Times.

OUTRAS NOTÍCIAS

Chamava-se Ananta Bijoy Das, era mais um blogger do Bangladesh crítico do Islão, e foi assassinado, segundonoticiou a CNN era já de manhã em Lisboa. A mesma estação já ontem questionava: quem poderá liderar o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) depois se al-Baghdadi morrer? A CNN mostra quatro possíveis sucessores, para cujas detenções já há prémios.

Política: Sampaio da Nóvoa já tem equipa e o Expresso revela o quem-é-quem do candidato presidencial que “já tem em sede, tesoureiro, chefe de campanha e porta-voz”. Também o Expresso noticiou que Ricardo Sá Fernandes entra na corrida das Legislativas, pelo Livre/Tempo de Avançar.

É a manchete do DN: Joana Marques Vidal defende procuradores que troçaram da prisão de Sócrates. Declarações como "há dias perfeitos. Hihihihihi", escrita por um magistrado no Facebook após prisão de Sócrates, são exercício de "liberdade de expressão", defende a procuradora-geral. Mas votou vencida. Os procuradores enfrentam processos disciplinares.

Impostos. Segundo a manchete do Negócios, a partir deste mês, as empresas que falhem qualquer obrigação declarativa, seja de IRS, de IRC ou de IVA, ou que apresentem disparidades nas retenções na fonte declaradas, verão os seus reembolsos de IRC suspensos.

As 12 empresas do PSI-20 que já apresentaram resultados trimestrais este ano lucraram um total de 800 milhões de euros, contas do Expresso Diário. Mais 82% que no ano anterior. Crise?

Os portugueses têm 134 mil milhões de euros em depósitos bancários, mais 1% que há um ano. Daquele valor, quase um quarto está em depósitos à ordem. A análise é feita pelo Negócios, que relaciona o fenómeno com os juros pagos nos depósitos a prazo: são tão baixos que, para muitas pessoas, mais vale deixar o dinheiro à ordem.

A ADSE admite abrir a entrada a trabalhadores das empresas públicas e seus familiares, revela o Correio da Manhã. Em causa está a falta de sustentabilidade do sistema de proteção social da Função Pública, depois de perder mais três mil inscritos no ano passado.

Quer deixar de fumar? Então choque-se com as imagens nos maços. É uma estratégia para dissuadir o tabagismo, segundo uma proposta que vai ser discutida no Parlamento na sexta. A Renascença mostra as imagens.

É agricultor? Tem mais 15 dias para se candidatar a fundos europeus, avisa a Renascença.

Notícia da casa: a partir de segunda feira, a SIC vai ter duas novelas portuguesas em horário nobre, com a estreia de “Poderosas”. "É um momento histórico para a ficção em Portugal e em particular para a ficção portuguesa na SIC”, diz Gabriela Sobral, diretora de Produção e coordenadora de projetos da SIC, no Diário de Notícias.

Mais de metade dos portugueses religiosos vai à igreja pelo menos uma vez por semana, noticia o DN. A conclusão é de um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing, segundo o qual 90% da população nacional é crente, com predomínio da religião católica.

David Cameron poderá antecipar para 2016 o referendo sobre a manutenção do Reino Unido na União Europeia, revela o The Guardian. Um ano antes, pois, do compromisso do primeiro-ministro que voltou a ganhar as eleições. O objetivo é descolar das eleições em França e na Alemanha de 2017. No Financial Times, Gideon Rachman diz que o ceticismo externo em relação ao Reino Unido é exagerado, pois há “uma forte probabilidade de que os britânicos irão votar para ficarem na Europa”, pelo que “a ‘pequena Inglaterra’ de David Cameron é um mito”.

(Já Ed Miliband, o grande derrotado das eleições de quinta feira passada, foi apanhar sol para Ibiza, “to get away from it all”, disse ao The Independent.)

Já sabe a do bilionário chinês que ofereceu férias em França aos seus 6.400 trabalhadores? Claro que sabe, foi das notícias mais lidas ontem no site do Expresso. Por 20 milhões fez-se a festa. Deu direito a visita especial no Louvre e noitada no Molin Rouge.

A China superou os Estados Unidos como maior importador mundial de petróleo. Foi em março.

Depois de ter sido expulso da Frente Nacional pela filha, Jean-Marie Le Pen, de 86 anos, promete criar uma nova formação política, noticia o Le Monde.

Hollande é o primeiro líder europeu a visitar Cuba depois do restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington. A visita, que começou ontem, é vista pelo El Pais pelo significado político mas também económico: o presidente francês levou um batalhão de empresários. Já o Papa Francisco visitará Cuba de 19 a 22 de setembro, explica o Corriere Della Sera.

Mulder e Scully, lembra-se deles? Em janeiro do próximo ano, 14 anos depois do fim da série, “Ficheiros Secretos” regressará à televisão com novos episódios. O The Verge conta as novidades.

NÚMEROS


Só este: 179,3 milhões de dólares, um novo recorde: foi por quanto o quadro “Les femmes d’Alger” (1955), de Pablo Picasso, foi vendido ontem à noite num leilão em Nova Iorque. Pormenores no El Pais.

FRASES

“Passos Coelho fala muito mas muda de opinião como quem muda de camisa.” Mário Soares, no Diário de Notícias, onde cita o Nicolau Santos.

“No fundo, Passos Coelho pensa que todos querem viver e ser como ele ou Dias Loureiro e subir a qualquer preço”. Joana Amaral Diasno Correio da Manhã, sobre a biografia de Passos Coelho, cujo título – “somos o que escolhemos ser" – é “género seita”.

“O objetivo que temos é vencer a doença, não é perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre, têm dor ou se gostam do sabor do xarope”, Passos Coelho, sobre a política de austeridade, citado pela Rádio Renascença.

Falar de uma maioria absoluta nas legislativas "está no limite da publicidade enganosa”, prevê Rui Oliveira e Costa, também na Renascença.

O QUE EU ANDO A LER

Tenho um amigo que é doido por Rubem Fonseca, escritor brasileiro que fez ontem 90 anos. Ele é tão doido, mas tão doido por Rubem Fonseca que tudo o que lê é sempre nos intervalos de Rubem Fonseca. É uma paranoia meia juvenil (ou completamente juvenil, dirão muitos) mas, fascinado por tamanho fascínio, ofereci-me a ler um que ele me ofereceu, “Amálgama”, contos. Rubem Fonseca não é próprio para menores e é bastante impróprio para muitos maiores, pela (chamemos-lhe assim) linguagem vernacular mas também pela crueza das histórias. Depois de “Amálgama”, entro em “O Caso Morel” e por ali não fico.

Mas fico por aqui. A partir de amanhã é obrigatório escrever português usando o acordo ortográfico (mesmo que haja ações em tribunal para travar o processo, relembra a RTP) mas isso não traz novidade alguma à Luísa Meireles, que há duas semanas se estreou com um Expresso Curto dos mais bem (e não melhor) tirados até hoje.

Antes de acabar, três pechinchas: leia o Expresso Diário, que até sexta é gratuito para todos os leitores; vá à Festa do Cinema, que até amanhã vende bilhetes a 2,5 euros em salas de todo o país; e, se está em Lisboa, levante os olhos para a copa das árvores. Os jacarandás já floriram e só por isso vale a pena ser maio outra vez. Está muito calor em Portugal continental e assim terminamos, com votos de um dia maravilhoso.

Bom, bom, bom! 

Mais lidas da semana