sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PORTUGUESES QUEREM ORÇAMENTO NO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

 
 
 
Expresso
 
Sondagem mostra que a maioria defende o envio do documento para fiscalização
 
O estudo da Eurosondagem para o Expresso e a SIC do mês de dezembro coloca aos inquiridos várias questões sobre o tema do Orçamento do Estado para 2013. E as respostas são claras. Em primeiro lugar, a maioria clara entende que Cavaco Silva deve mandar o Orçamento para fiscalização pelos juízes do Palácio Ratton.
 
Depois, caso Cavaco opte por promulgar o documento, uma maioria ainda mais flagrante entende que os deputados devem pedir a fiscalização sucessiva do documento. Em relação ao memorando da troika, a maioria dos inquiridos entende que Portugal devia fazer força negocial para conseguir as mesmas condições que as obtidas pela Grécia.
 
 

Portugal: Mário Soares diz que há "forças a tentar destruir a RTP" para colher benefícios

 


Diário de Notícias com Lusa, publicado por Ana Meireles
 
O ex-Presidente da República Mário Soares declarou hoje que há "forças a tentar destruir a RTP para virem a beneficiar com a sua venda futura", advogando que é muito importante manter a televisão pública com independência.
 
"Acho isto uma coisa terrível", afirmou Soares, na apresentação da coleção de DVD com a série documental "Memórias de um Portugal Futuro", baseada nos seus diários, que foi transmitida este ano na RTP.
 
Perante uma audiência que juntou no cinema São Jorge o patrão do grupo Impresa, Pinto Balsemão, e o ex-diretor de Informação da estação pública Nuno Santos, que se demitiu recentemente do cargo, o ex-chefe de Estado afirmou que quem esteve à frente da RTP "sabotou" a série "da pior maneira possível".
 
"Há alguém que não queria que esta série tivesse êxito e audiências grandes. Fez tudo para destruir o filme que tinha pago. Nunca vi a RTP anunciar a série. Quando estava agendada para passar num dia, era cancelada. O dinheiro não importou, importou foi destruir qualquer possibilidade de eu aparecer a falar das coisas", criticou.
 
Frisando que "a televisão portuguesa tem que manter a sua independência", Mário Soares sublinhou que "não é esse o caso" na RTP.
 
"Estou a bater-me pela escrita e pela palavra para que tenhamos um futuro melhor e Portugal venha a ser o país que queríamos que fosse", afirmou, refletindo e acrescentando depois "e que foi".
 
O ex-Presidente considerou que o país fez "um salto fantástico de desenvolvimento" em "anos fantásticos" em que se formaram "grandes cientistas, escritores" e outros profissionais que estão agora "impedidos de o ser e aconselhados a ir para o estrangeiro".
 
"Não posso aceitar isso, tenho que lutar", concluiu.
 

Acusa Silva Lopes: O poder em Portugal é exercido por "grupos de interesses"

 


Diário de Notícias com Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca
 
O antigo ministro das Finanças afirmou esta tarde que "não são os eleitores quem escolhe" e que falta "responsabilização" à classe política.
 
"A gente pensa que são os eleitores que escolhe, mas não são, são grupos de interesses. É assim em toda a parte, e em Portugal mais que noutros países", disse Silva Lopes numa homenagem ao economista João Ferreira de Amaral, perante uma audiência que incluía o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o governador do banco de Portugal (BdP), Carlos Costa.
 
"A nossa organização política não é muito encorajadora", afirmou Silva Lopes, de 80 anos, que já foi também governador do Banco de Portugal. "Há o problema da justiça, dos grupos de interesses. Há um problema de falta de transparência do Estado. De falta de transparência e de responsabilização."
 
Silva Lopes exemplificou afirmando que "há dias, o Estado deu milhões a câmaras [municipais] que excederam os orçamentos, e não tivemos a lista de câmaras que o fizeram".
 
O economista escandaliza-se por "alguns presidentes dessas câmaras são agora candidatos de câmaras ao lado!".
 
Para Silva Lopes, "neste país não há responsabilização de quem não sabe gerir orçamentos".
 

Crise da Zona Euro: O PACTO DA ALEMANHA COM O DEMÓNIO

 


The Irish Times, Dublin – Presseurop – imagem "Fausto e Mefistófeles", de Eugène Delacroix (1826-27), Coleção Wallace (Londres)
 
Na conhecida tragédia de Goethe, "Fausto", este autor alemão expressa a opinião de que o papel-moeda é uma extensão da alquimia por outros meios. Esse ponto de vista é claramente evidente na posição atual da Alemanha relativamente à crise da zona euro, defende o correspondente do jornal "The Irish Times" em Berlim.
 
 
Para quem tentar compreender a atitude alemã em relação ao dinheiro e à dívida, na crise da zona euro, todos os caminhos vão dar a Frankfurt.
 
A capital financeira da Alemanha abriga não apenas dois bancos centrais, o Bundesbank e o Banco Central Europeu, mas também um edifício barroco amarelo, por trás da torre do BCE. Foi ali que, em 1749, nasceu o génio literário da Alemanha, Johann Wolfgang Goethe.
 
Agora um museu, a Goethe Haus tem em exibição uma exposição fascinante, Goethe e o Dinheiro (Goethe und das Geld), que explora o modo como as atitudes da sociedade influenciaram a escrita de Goethe, que, por seu turno, modelou a atitude alemã perante o dinheiro.
 
Goethe nasceu em berço de ouro, graças ao próspero negócio da família e a alguns casamentos vantajosos. Embora mantivesse relações sociais com várias famílias de banqueiros –Goethe quase casou com uma mulher de uma delas – as perdas sofridas por essas instituições depois das guerras napoleónicas deixaram no escritor uma desconfiança nos bancos que durou a vida inteira. .
 
Trabalho sequioso
 
As contas da família do escritor mostram que este estava longe de corresponder ao estereótipo do alemão poupado, gastando por vezes 15% dos seus rendimentos anuais em vinho. Os resgates da sua mãe e dos seus empregadores foram recorrentes. Como salientam os curadores da exposição, Goethe argumentava que o seu comportamento de gastador era “essencial para o desenvolvimento da sua personalidade”.
 
Tornou-se mais rigoroso quando, depois de 1782, foi ministro das Finanças do ducado de Saxónia-Weimar, onde hoje se situa o Estado da Turíngia. Essa experiência modelou o seu pensamento e contribuiu para a criação da sua obra-prima literária, Fausto, de leitura obrigatória em todas as escolas alemãs, que se centra no célebre "pacto de Fausto" do erudito homónimo com o demónio Mefistófeles.
 
O demónio promete fazer tudo o que Fausto quiser na Terra, mas, se Fausto alguma vez desejar que um determinado momento dure para sempre, Mefistófeles fica com a sua alma. A parte II de Fausto, publicada postumamente, tem início na corte falida de um imperador hedonista. O tesoureiro real informa que os "os cofres continuam vazios", tal como as adegas, devido às festas frequentes.
 
O persuasivo Mefistófeles aparece com a proposta de transformar papel em dinheiro. O imperador endividado fica curioso: "Estou cheio do eterno Como e Quando / Falta dinheiro: pois bem, arranje-o." As notas assinadas pelo imperador fazem disparar o consumo e, assim, "metade das gentes só querem comer bem / a outra metade só quer ostentar novos trajes". Só depois de Mefistófeles e o seu parceiro Fausto desaparecerem alguém repara que o valor das notas não corresponde a qualquer equivalente real –ouro num cofre, por exemplo –e, sim, à promessa de ouro que ainda é preciso extrair da mina.
 
Os paralelos não passaram despercebidos aos leitores contemporâneos de Goethe: entre a história de Fausto e o capital necessário para impulsionar a revolução industrial. As suas advertências voltam a ser relevantes para as inúmeras figuras públicas alemãs que se aproveitam de Fausto para formular as suas preocupações relativamente à crise da Zona Euro.
 
O pacto faustiano do BCE
 
O papel moderno do tesoureiro do imperador em Fausto, que alerta para o sistema do papel-moeda, foi assumido pelo presidente do Bundesbank, Jens Weidmann. “Se um banco central puder cunhar dinheiro sem limites, a partir do nada, como pode esse banco garantir que o dinheiro é suficientemente reduzido para manter o seu valor?”, perguntou Weidmann numa reunião, em setembro. “A tentação existe sem dúvida e boa parte da história monetária cedeu à tentação.” Weidmann adverte que o programa do BCE de compra ilimitada de obrigações, para estabilizar a zona euro, é potencialmente um pacto de Fausto, se oferecer aos políticos uma alternativa de financiamento mais agradável que as dolorosas reformas económicas.
 
O BCE argumenta que não é disso que se trata e as diferenças de pontos de vista fizeram ressurgir a ambivalência cultural em relação ao dinheiro e a dívidas, na Alemanha. Afinal, neste país, a palavra Schuld significa tanto dívida monetária como culpa moral. As intervenções do BCE no mercado de obrigações foram criticadas pelos mesmos economistas moralistas que atacaram os países endividados da zona euro, chamando-lhes Schuldensünder, ou “pecadores da dívida”.
 
Há, portanto, uma ligação entre atitudes de hoje e o Fausto de Goethe, que o teórico literário alemão Werner Hamacher considera como uma crítica da “estética do crédito e economia da persuasão”.
 
Ottmar Issing, antigo membro da Comissão Executiva do BCE, sugere que os alemães não têm dúvidas quanto ao dinheiro em si, mas são pessimistas quanto a este ser ou não utilizado de forma sensata. Num texto para o catálogo da Goethe e o Dinheiro, intitulado “Inflação –a obra do diabo?”, Issing defende que “a escolha entre bênção e maldição” oferecida pelo papel-moeda “está nas mãos da humanidade”. O antigo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, concorda. Noutro texto, aplaude o debate de Goethe ao longo de toda a sua vida sobre o caráter dual do papel-moeda, que “produz o melhor e o pior na esfera económica”.
 
Viver dentro das possibilidades
 
Para o professor Hans Christoph Binswanger, autor de Dinheiro e Magia – Uma crítica da economia moderna à luz de Fausto, Goethe encarou o papel-moeda como “a extensão da alquimia por outros meios”. Para transformar papel-moeda em riqueza real, defende o professor Binswanger, Goethe receou que tudo viesse a ser “arrastado para o processo de combustão lenta da produção mundial”. “A aparentemente mágica alquimia moderna suporta um preço profano, transforma o mundo num vazio”, acrescenta.
 
Os receios de Goethe ressurgiram no ponto de vista alemão predominante de que a crise da zona euro é o resultado destrutivo de empréstimos descontrolados e imprudentes, contraídos por sociedades que se recusam a aceitar os limites naturais das suas finanças. O colapso económico é, por conseguinte, um fio condutor que perpassa pelo trauma nacional da Alemanha e pelo seu drama nacional.
 
Fausto e Mefistófeles estão escondidos, à espreita da crise da zona euro, colorindo as exigências de Berlim de disciplina orçamental pan-europeia e lançando o debate, na Alemanha, sobre os limites do crescimento económico.
 
“Goethe viu que, quando utilizado adequadamente, o dinheiro traz consigo oportunidades positivas, como a ascensão da sua própria família”, disse Vera Hierholzer, uma das curadoras da mostra Goethe e o dinheiro. “Ao mesmo tempo, como muitos outros da sua classe, Goethe tinha medo das consequências do excesso e da exorbitância, de se querer sempre mais. É um ponto de vista muito alemão, mesmo hoje, ter em conta os limites e tentar controlar as coisas dentro desses limites.”
 
O debate sobre o autocontrolo monetário tem relevância para além da Alemanha de Goethe, em especial entre os países em crise, impacientes por se libertarem do jugo da troika e "regressarem aos mercados".
 
Curiosamente, alguns dos últimos leilões de dívida soberana da Irlanda foram presididos pelo defunto Brian Lenihan, no enorme Frankfurter Hof hotel, localizado a meio caminho entre a torre do BCE e a Goethe Haus.
 
Depois de recuperar a soberania económica, cabe à Irlanda decidir qual o passo seguinte. Na direção da Goethe Haus, sem pôr em perigo os limites dos seus meios financeiros, ou de volta ao hotel de cinco estrelas Frankfurter Hof, para ser a anfitriã das dispendiosas reuniões ao pequeno-almoço com bancos dispostos a emprestar-nos mais dinheiro de Mefistófeles.
 

EM CONFERÊNCIA DA ONU, OCIDENTE CONSEGUE IMPEDIR CONTROLE DA INTERNET

 

 
Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais chega ao fim em Dubai sem que a temida regulação da internet tenha sido acertada. A maioria dos países se recusa a assinar novo acordo regulatório.
 
Geralmente, a Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (WCIT, na sigla em inglês), organizada anualmente pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), não chama tanto a atenção.
 
A UIT é a organização das Nações Unidas que regula o tráfego de telecomunicações entre os países. Desde 1988 está em vigor o acordo Regulações Internacionais de Telecomunicação (ITR, na sigla em inglês), que até agora só inclui disposições para a telefonia tradicional.
 
Na WCIT deste ano, no entanto, a liberdade na internet estava em debate. Alguns dos 193 países-membros participantes têm interesse em que a UIT expanda sua influência sobre a internet. Entre eles estão principalmente a Rússia, a China e alguns países árabes. Eles queriam que alterações no acordo criassem possibilidades de uma maior intervenção na internet. Tudo com o aval da ONU.
 
Um dos principais argumentos dos defensores dessa ideia é que, atualmente, telefona-se muito através da internet. O representante do Barein disse, por exemplo: "Nos dias atuais, não podemos realmente falar sobre a telecomunicação internacional sem considerar a telefonia e a telecomunicação pela internet." O Barein está entre os países com atuação mais restritiva contra blogueiros e críticos do regime, segundo relatório da organização Freedom House sobre a liberdade da internet em 2012.
 
Pressão da China e da Rússia
 
Já antes da conferência, o site WCITLeaks publicou as propostas que a China, a Rússia, os Emirados Árabes Unidos e alguns outros países queriam impor durante a conferência de 2012.
 
Elas soam como uma carta branca com garantias jurídicas para a censura estatal. Por exemplo: aqueles que colocarem conteúdo na web teriam que pagar por isso. Ou que houvesse tipos diferentes de acesso à rede. Assim a tão falada neutralidade da rede seria prejudicada – o livro acesso de todos à internet e o livro acesso a qualquer informação.
 
A Rússia fez ainda outra proposta, que Estados restritivos apoiam de bom grado. Ela prevê "segmentos nacionais de internet", ou seja, intranets controladas pelos governos – como no Irã. Neste país já se trabalha diligentemente no desenvolvimento de uma intranet estatal própria – a chamada "internet Halal".
 
Muitos delegados não esperavam que reivindicações tão audaciosas chegassem à mesa de discussões. Mas desde o primeiro minuto do encontro, o documento foi motivo de calorosos debates.
 
Fracassou, mas não saiu das discussões
 
Quase todos os países ocidentais resistiram às tentativas de forçar uma reforma do ITR que incluiria a internet. Apesar de posições contraditórias, chegou-se a um novo acordo, que deverá substituir o antigo ITR e que exclui em grande parte a internet.
 
A palavra "internet" não aparece no novo ITR, mas existem algumas afirmações gerais sobre o tráfego na internet que oferecem espaço para interpretações. Críticos estão convencidos de que as novas diretrizes serão interpretadas por alguns Estados de forma a possibilitar o controle estatal.
 
Observadores como o especialista em internet Wolfgang Kleinwächter avaliam a reunião principalmente como uma arena política. "As negociações se tornam cada vez mais uma espécie de disputa política imaginária, abordando menos os efeitos práticos e considerando mais os posicionamentos políticos", declarou Kleinwächter, à margem da conferência, ao portal Heise Online.
 
No entanto, o secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré, falou que houve muitos vencedores na WCIT. As novas regras prevem, por exemplo, mais transparência nas tarifas de roaming para celulares.
 
Contra os protestos de alguns delegados, o documento foi declarado como aceito. Mas somente 89 dos 193 países-membros o ratificaram. Os EUA e a Alemanha não estão entre eles.
 
Assim, tudo continua como antes. Nos países livres, mas também em países não democráticos, onde usuários de internet continuarão a ser controlados e blogueiros críticos, perseguidos.
 
Autora: Silke Wünsch (ca) - Revisão: Alexandre Schossler
 

EUA: Número de crianças mortas no tiroteio sobe para 20. Total de vítimas mantém-se



 
 
Graciosa Silva, com agências – Diário de Notícias
 
ATUALIZADA às 21:30 - COM VÍDEO) O atirador que abriu fogo numa escola primária em Newtown, no Connecticut, fez pelo menos 27 mortos, incluindo a sua própria mãe e 20 das crianças das quais era professora. Em seguida, suicidou-se.
 
Pelo menos 27 pessoas, incluindo 20 crianças foram mortas num tiroteio na escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, avança a AFP, cirando responsável policial em conferência de imprensa no local.
 
A maior parte dos tiros tiveram lugar na sala do jardim de infância, já que, de acordo com o New York Times, o atirador, identificado como Adam Lanza, terá inicialmente morto a mãe, professora das crianças, para depois começar a disparar sobre alunos do infantário e pessoal escolar. O homem suicidou-se de seguida, ainda dentro da escola.
 
Inicialmente, a polícia identificou o suspeito como Ryan Lanza, irmão do atirador, que desmentiu ser ele o homicida numa declaração no seu Facebook.
 
Antes, o atirador terá ainda morto a tiro outro familiar em sua casa. Um segundo individuo foi detido pela polícia por possível envolvimento no tiroteio. No entanto, ainda não foi confirmado se seria, ou não, um segundo atirador.
 
Ainda de acordo com a NBC, duas armas foram descobertas no cenário do tiroteio. A NBC Connecticut noticiou também que o hospital de Danbury, perto do local, recebeu pelo menos três pacientes que vieram da escola primária. As imagens televisivas mostram polícia e ambulâncias no cenário, e pais desesperados por notícias sobre os filhos.
 
Para além da Sandy Hook Elementary School, todas as escolas da região foram fechadas depois do tiroteio, informou a administração distrital. A polícia ainda não prestou mais detalhes sobre os acontecimentos, mas, de acordo com a NBC, o hospital local foi posto em alerta.
 
A escola, com 600 alunos, alberga crianças desde o infantário até ao quarto ano e é uma das quatro no distrito.
 
* A ABC News disponibilizou no YouTube um vídeo dos acontecimentos


DEZENAS DE MORTOS EM MASSACRE NUMA ESCOLA PRIMÁRIA NORTE-AMERICANA

 

Voz da América
 
Pelo menos 27 pessoas, entre elas 18 crianças, foram mortas num massacre numa escola primária no estado americano de Connecticut.
 
WASHINGTON — Pelo menos 27 pessoas, entre elas 18 crianças, foram mortas num massacre no estado americano de Connecticut, na sexta-feira.

A polícia da cidade de Nerwton, disse que um jovem de cerca de 20 anos de idade, Ryan Lanza, entrou na Escola Primária de Sandy Hook, em Newtown, ao final da manhã, e disparou armas automáticas sobre as crianças e os professores.

O assassino foi encontrado morto na escola, desconhecendo-se se foi abatido pela polícia ou se tomou a sua própria vida. Num quartel de bombeiros nas imediações da escola, foi instalado um centro de apoio psicológico às crianças e familiares.

A escola foi evacuada e a polícioa está no local a investigar e passar todo o edifício em revista para se certificar de que não há mais vítimas ou crianças que se esconderam e ainda não tenham sido encontradas.

Várias crianças e professores deram testemunhos aterrados do incidente às televisões. Uma das testemunhas disse que o assassino disparou mais de 100 vezes.
 

ESPANHA VAI AJUDAR ANGOLA A MODERNIZAR SETOR DOS TRANSPORTES

 

José Manuel – Voz da América
 
José Manuel Garcia-Margallo avistou-se com o presidente José Eduardo dos Santos para assegurar a disponibilidade do seu país em ajudar nas infra-estruturas, transportes e energia
 
LUANDA — Formar quadros e dotar os portos e aeroportos angolanos de tecnologia de ponta é um dos motivos que levou o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Garcia-Margallo, a Luanda.

Quarta-feira foram rubricados acordos de cooperação no sector das infra-estruturas de transportes rodoviário, ferroviário e aéreo.

“As infra-estruturas ferroviárias e rodoviárias, energias renováveis, tratamento de água, são bastante importantes,” disse o Ministro dos Assuntos Exteriores e da Cooperação de Espanha, José Manuel Garcia-Margallo à saída do encontro com o presidente da república José Eduardo dos Santos.

A Espanha possui empresas de alta tecnologia mundial que poderão ser muito úteis para Angola, disse Garcia-Margallo.

“Nós temos empresas que são líderes em sectores tecnologicamente avançados.”

Com o número um da diplomacia espanhola esteve a ministra do Fomento, Ana Pastor que garantiu emprestar toda experiencia tecnológica a Angola no sector dos transportes.

“Conhecimentos e experiencias e know how em matéria portuária, no campo da segurança marítima, toda experiencia dos mares de Espanha.”

A Espanha quer potenciar os aeroportos de Angola e ajudar na formação do homem para que se tornem mais eficientes.

“Potenciar os aeroportos deste país, fazer uma operação muito mais eficiente e formar quadros angolanos.”

Da parte angolana, o ministro dos transportes Augusto Tomas assegurou que é importante fazer alianças com quem conhece, como é o caso de Espanha.

“Melhor capacidade de intervenção dos meios humanos qualificados ao nível tecnológico, sobretudo das melhores práticas da arte a nível internacional.”

 

Angola: Populares cortam estradas em protesto as demolições de casas em Luanda

 

Coque Mukuta – Voz da América
 
Cerca de uma centena de residentes que perderam as casas por ordem de fiscais municipais protagonizaram o acto que limitou a circulação nas direcções norte e sul de sul da capital
 
Oitenta e seis famílias no Município do Cacuaco em Luanda viram as suas residências a serem destruídas pelos alegados fiscais daquela zona que levou os populares a bloquearem durante amanha de hoje a Via Expressa que liga o ponto norte (Cacuaco) ao ponto sul de Luanda (Benfica).

Alcino Gomes um dos desalojados na manhã de hoje, no Bairro Nhanda, Município do Cacuaco em Luanda afirmou a nossa reportagem estarem desde 2007 naquela zona e que só partiram para a interdição da via expressa Cacuaco Benfica por não saberem onde se dirigirem.

"Vimos que não vamos aguentar estes homens, então por isso decidimos entornar a via pública. Enquanto que nós estamos aqui na rua, partiram as nossas casas, nós também vamos bloquear a via” disse o revoltado o entrevistado.

Os residentes queixaram da ausência dos responsáveis munipais no local no período que antecedeu as demolições para explicar as suas razões.

"Até a este momento a dona Rosa não diz nada” acrescentou.

José António, um outro entrevistado disse à Voz da América que foram surpreendidos por fiscais alegadamente ligados a administração do Cacuaco e que foram encaminhados três moradores para aquela administração.

"As casas que estão partidas são oitenta e seis, e levaram três pessoas duas moças e um moço” frisou.

A administradora de Cacuaco, Rosa Janota esteve no local, onde segundo os populares terá garantido um próximo encontro com os revoltosos. Contactado pela Voz da América Rosa Janota rejeitou dar qualquer explicação sobre o assunto.
 
 

Brasil: UM CARTOLA QUE O PASSADO CONDENA

 


Mário Augusto Jakobskind* – Direto da Redação
 
Fez bem o deputado Romário ao propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Confederação Brasileira de Futebol. Romário é do ramo, ou seja, conhece muito bem os bastidores da entidade, agora presidida por José Maria Marin, que sucedeu nada mais nada menos que Ricardo Teixeira. Convenhamos, depois de Teixeira vir Marin é dose cavalar para o esporte mais popular do país. E Teixeira, queimado depois de mais de 20 anos de gestão, indicou Marin.
 
Teixeira é acusado de várias falcatruas. Numa CPI terá todo o direito de defesa. Já o seu substituto também não pode ser considerado exemplo para o esporte ou para o País, muito pelo contrário. Aliás, o Brasil é useiro e vezeiro de passar por cima de sua memória histórica, como se fatos do passado não interessassem.
 
Agora, graças ao jornalista Juca Kfouri foi lembrado em seu blog quem é Marin, como ingressou na política e o seu comportamento (sórdido) durante a ditadura civil militar que assolou o país durante 21 anos a partir de abril de 1964.
 
Pois bem, José Maria Marin ingressou na política antes de 64 elegendo-se vereador por São Paulo nas fileiras do integralismo, que tinha o nome de Partido de Representação Popular (PRP), capitaneado pelo fascista tupiniquim Plínio Salgado.
 
Depois do golpe de 64, Marin conseguiu se eleger deputado estadual paulista na legenda do partido da ditadura, a Arena, que por sinal está sendo revivida no século XXI , justamente contando com a falta de memória dos brasileiros.
 
O atual presidente da CBF bateu o recorde em matéria de meu passado me condena, como lembrou Kfouri. No triste momento do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI, Marin teve participação vestindo a camisa da linha dura. Está nos anais da Assembleia Legislativa de São Paulo o discurso que fez poucos dias antes do assassinato do jornalista. Em tom extremista, fazendo eco com a linha dura do regime ditatorial, Marin, em setembro de 1975, pedia maior rigor no combate aos “comunistas da TV Cultura”, e o “retorno da tranquilidade aos lares de São Paulo”. Em seguida, Herzog foi intimado a comparecer na boca do lobo e teve o fim que sabemos.
 
Marin discursou no mesmo tom do então líder do governo Geisel, Dinarte Mariz, pouco tempo depois, ao pedir maior rigor contra a imprensa brasileira, que, segundo o parlamentar, estava “infiltrada de subversivos”. Mariz, que pelo nome não se perca, praticamente deu o sinal verde para outro episódio lamentável na história do país, o atentado a bomba contra a sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), em agosto de 1976, episódio que está sendo investigado pela Comissão da Verdade.
 
Mas quem pensa que o apoiador da ditadura José Maria Marin ficou só nisso em matéria de extremismo, engana-se. É de autoria do atual presidente da CBF discurso elogiando a atuação de Sérgio Paranhos Fleury, o hediondo delegado do DEOPS paulista, responsável pela tortura e morte de centenas de opositores da ditadura.
 
Sempre vinculado ao que havia de pior no mundo político brasileira. Marin foi vice de Paulo Maluf e acabou governando São Paulo por um tempo, sendo posteriormente substituído por governadores eleitos.
 
Na verdade, uma figura como Marin jamais poderia ter sido galgado à presidência da CBF, porque tal fato depõe contra a imagem do Brasil. Esporte é vida e confraternização. Marin não é nada disso, muito pelo contrário.
 
Juca Kfouri, com todo o seu prestígio jornalístico e que prestou um serviço de utilidade pública lembrando quem é Marin, poderia liderar campanha no sentido de destituir do cargo o atual presidente da CBF. Um presidente da CBF ganha prestígio, ocupa grandes espaços midiáticos, tem poder até para destituir ou convocar técnicos sem consultar quem quer que seja.
 
Como estamos numa democracia, o poder de pressão da sociedade tem peso. Por tudo que foi revelado por Juca Kfouri. José Maria Marin jamais poderia estar ocupando o cargo que ocupa.
 
É o caso de perguntar ao competente deputado Romário, do Partido Socialista, como ele se posiciona nesta matéria de tanto interesse dos brasileiros que vão se ligar na Copa das Confederações neste junho de 2013 e na Copa do Mundo de 2014.
 
Já em Brasília, por iniciativa de Deputada Luiza Erundina, a Câmara dos Deputados prestou importante homenagem devolvendo simbolicamente o mandato de 173 parlamentares cassados pelos governos de fato que ocuparam o país depois de abril de 64. Destes, apenas 29 estão vivos.
 
A Justiça foi feita. Espera-se que o Parlamento siga adiante em suas iniciativas que ajudam a passar o país a limpo. Por que não a Deputada Erundina ou algum outro parlamentar apresentar projeto impedindo que nome de ditadores de plantão continuem servindo para denominar ruas ou avenidas deste país. E que seja recomendado ao Ministério da Educação que nos livros didáticos os ditadores do período sejam tratados não como presidentes da história do Brasil, mas como ditadores que foram. Fica a sugestão.
 
Ah, sim, depois da Câmara dos Deputados, seria importante o Senado fazer o mesmo. Com a palavra José Sarney.
 
* É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE
 

Brasil: Professor diz que fraude nas urnas eletrônicas é ‘plausível e muito séria’

 


Conceição Lemes, Viomundo - Pragmatismo Político, com foto
 
“A fraude em urnas eletrônicas é plausível, reveladora de muitos detalhes da fase de totalização, e muito séria. Pois é nessa fase do processo de votação que fraudes podem ocorrer de forma definitiva”
 
Na última segunda-feira 10, o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro, ficou lotado para assistir ao seminário A urna eletrônica é confiável?
 
O ponto alto foi o relato de um jovem hacker de 19 anos, que revelou fraudes em resultados na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, na última eleição, em outubro de 2012. Identificado apenas como Rangel por questões de segurança, ele mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro — modificou resultados, beneficiando candidatos em detrimento de outros, sem nada ser oficialmente detectado.
 
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
 
A platéia, composta principalmente por especialistas em transmissão de dados, computação, internet, representantes de partidos políticos e autoridades policiais, ficou pasma.
 

O NOBEL DA GUERRA

 


José Manuel Pureza – Diário de Notícias, opinião
 
Em janeiro de 2003, Durão Barroso assinou com outros sete então líderes europeus - Aznar, Berlusconi, Blair, entre outros - a carta aberta que dividiu a Europa entre os Estados apoiantes do delírio de Bush e Rumsfeld contra o Iraque (a "nova Europa", chamaram-lhe) e os Estados adeptos de uma posição autónoma e crítica (a "velha Europa", desdenharam). Que ele tenha recebido o Nobel da Paz em nome da União Europeia mostra como esta distinção é uma piada de mau gosto.
 
O gesto foi justificado com o discurso do costume: "A UE permitiu à Europa ter o mais longo período de paz da sua História recente." É verdade que, por referência às duas experiências traumáticas que foram a I e a II Guerras Mundiais, o prolongado silêncio das armas na Europa tem um valor inestimável. Isto dito, a coincidência temporal fica registada mas não explicada. A justificação do prémio não justifica nada.
 
A simples existência da UE como estrutura de integração económica e política não é suficiente para explicar a paz prolongada na Europa. A paz pela integração dos mercados e pela abdicação de soberania é uma tese frágil. Porque só funciona para explicar a acalmia de quem ganha com a integração e de quem não é demasiado lesado com a perda de soberania. Quem perde não quer essa paz que o esmaga. E é claro que esses são sempre processos com ganhadores e perdedores. Mais ainda: os ganhadores de hoje podem rapidamente tornar-se os perdedores de amanhã.
 
O que garantiu a longa paz na Europa não foi a UE mas, sim, o modelo social de complemento do salário por serviços públicos e direitos sociais. A paz entre a França e a Alemanha foi muito mais fruto do horizonte de ascensão social comum a ambos os povos do que das reuniões de todos os dias em Bruxelas. Por outras palavras, foi a paz positiva que foi garante da paz negativa na Europa nas últimas cinco décadas. A Europa da paz foi a Europa assente num contrato social amplo à escala de cada Estado e numa preocupação com a coesão social e a justiça territorial à escala do conjunto da União. Essa Europa merece ser distinguida pelo seu trabalho em prol de uma paz socialmente sustentada.
 
Sucede todavia que desde 1992 que a Europa abandonou esse modo de ser um projeto de paz. Passou a dar primazia inequívoca à competitividade em detrimento da coesão. Passou a dar primazia ao ser mercado em detrimento do ser união. A arquitetura da União Económica e Monetária, expressão da hegemonia do pensamento neoliberal, repudia o modelo social e a democracia inclusiva em escala europeia em que a paz se alicerçou. Esta mudança é agravada pelo renascimento de uma até agora não revelada polarização moral e política entre "virtuosos" do Norte e "preguiçosos" do Sul e pela imposição de um esquema de governação por diretório com o esvaziamento das instituições formais de decisão.
 
A UE trocou a paz positiva pela guerra social e tornou-se sua protagonista. A grande maioria dos europeus tem hoje a sua vida refém e não beneficiária da integração. Sobre a ruína dos equilíbrios sociais que alimentaram a paz feita de expectativas positivas para o quotidiano das pessoas está a erguer-se um retorno aos "tempos difíceis" de guerra social e, com eles, o anúncio de horizontes de fragilização muito preocupante da paz mínima, negativa, de silêncio das armas. Neste contexto, se se desse razão aos que sustentam que a intenção do Comité Nobel foi afinal a de lembrar aos líderes europeus de turno que a morte da paz-pela-justiça-social será a morte de todas as pazes na Europa e fará morrer a UE, bem se poderá dizer que essa advertência nem cócegas faz aos medíocres líderes europeus do momento. Porque é assumidamente contra essa Europa que eles estão. Chamam-lhe "velha Europa", como fez Barroso em 2003.
 

Portugal: Igreja abriu processo ao caso dos alegados abusos no Seminário do Fundão

 


Público – Lusa, com foto Paulo Pimenta
 
O Tribunal Eclesiástico começou a investigar as suspeitas que recaem sobre padre
 
O bispo da Guarda, Manuel Felício, anunciou esta sexta-feira que a diocese "já iniciou o processo preliminar canónico" para apurar as suspeitas que recaem sobre o vice-reitor do Seminário do Fundão, detido por alegado abuso de menores.
 
O prelado disse que a Diocese vai "guardar segredo de justiça" em torno deste processo, que decorre junto do Tribunal Eclesiástico, dando cumprimento às "determinações do Direito Canónico", incluindo as que foram decididas pela Conferência Episcopal Portuguesa no passado dia 19 de Abril de 2012.

"A lei canónica nesta matéria é mais rigorosa que a lei civil no que respeita a indagar a verdade e fazer justiça na defesa das crianças inocentes", apontou.

Com o afastamento do padre Luís Campos do seminário – o sacerdote está sujeito a prisão domiciliária com pulseira electrónica –, os serviços estão a ser assegurados "pelos outros membros que já faziam parte da equipa educadora", disse Manuel Felício.

A instituição funciona com a presença de um padre director espiritual, de dois padres educadores e de três freiras.

O bispo da Guarda referiu que a questão da nomeação de um novo vice-reitor, "de momento não se coloca", uma vez que a instituição está "a funcionar normalmente".

O Seminário do Fundão é actualmente frequentado por 17 seminaristas, com idades entre 11 e 17 anos, que hoje "vão para suas casas" gozar férias de Natal, adiantoufonte da Diocese.

Na quinta-feira, Manuel Felício participou na festa de Natal do Colégio de Nossa Senhora dos Remédios, no Tortosendo, que é frequentado pelos alunos seminaristas. Na homília, o prelado não falou do caso que envolve o vice-reitor, mas afirmou que a sociedade actual é "marcada pelo conflito" entre o bem e o mal. "Nós queremos escolher o bem e o bem que o seja para todos, baseado sempre na verdade e na justiça", lê-se numa nota publicada na página electrónica da Diocese da Guarda.

Sobre o caso, o bispo emérito da Guarda, António dos Santos, que ordenou o padre Luís Campos em 2001, afirmou ao Jornal de Notícias que o sacerdote está a ser vítima da sua "imprudência", adiantando que soube que ele "se deitava com os miúdos".

Contudo, a Diocese da Guarda reagiu em comunicado, afirmando que António dos Santos se encontra ausente da região há oito anos "e que o seu estado de saúde está gravemente afectado, na opinião dos médicos que o acompanham". Por isso, esclarece, "qualquer declaração por ele já prestada ou que venha a prestar sobre os acontecimentos últimos da vida desta diocese carece de fundamento e só pode ser atribuída a boatos que possam circular".

O padre responsável pelo Seminário Menor do Fundão, de 37 anos, é suspeito de "vários crimes de abuso sexual de crianças e de menores dependentes sobre os quais detinha funções de educação e proteção", indicou a PJ em comunicado.

INEQUIDADE E FOME PARA MILHÕES DE LATINO-AMERICANOS

 

Prensa Latina
 
Havana (Prensa Latina) O auge econômico e a capacidade de resistência demonstrada pela América Latina e o Caribe são insuficientes para reduzir significativamente os milhões de famintos da região, uma das consequências da inequidade na distribuição de suas riquezas.
 
Recentemente a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) informou que a fome afeta 868 milhões de pessoas no mundo, dos quais 49 milhões só na América Latina entre 2010 e 2012.

O ritmo ao qual estão reduzindo os indicadores de fome e pobreza é menor que o crescimento econômico da região, que atingiu seis porcento em 2010 e 4,3% em 2011. Para este ano está projetada uma expansão de 3,2%.

Mesmo assim a região conseguiu diminuir em 16 milhões o número de pessoas que sofrem de fome com respeito a 1990-1992, quando haviam 65 milhões de pessoas em tal situação,

A cifra atual de 49 milhões representa uma redução de apenas um milhão de famintos em relação ao triênio anterior, cujos efeitos se diluem pela má distribuição da riqueza, que traz como consequênia que 8,3% da população da região não ingere as calorías diárias necessárias para levar uma vida saudável.

A FAO assegurou, também, que nove dos 33 países da região contam com uma taxa de prevalência da fome inferior a cinco porcento, enquanto que em 16 países, a taxa é superior aos 10%.

Em seu relatório Panorama da Segurança Alimentária e Nutricional na América Latina e Caribe 2012, aparecem como as nações mais afetadas por esse flagelo o Haiti, com uma prevalência de 44,5%, Guatemala (30,4), Paraguai (25,5), Bolívia (24,1) e Nicarágua (20,1).

Enquanto que a Argentina, o Chile, Cuba, México, Uruguai e Venezuela conseguiram erradicar a fome.

Durante a apresentação do relatório, o oficial de Políticas do Escritório Regional da FAO, Adomiram Sánchez, assegurou que a região se aproxima da primeira Meta do Milênio, a de reduzir à metade, entre 1990 e 2015, o número de pessoas com insegurança alimentária.

O relatório indica também que entre 2004 e 2006 a quantidade de famintos na América Latina atingia 54 milhões de pessoas, e os registrados entre 2007 e 2009 chegaram a 50 milhões.

Tais cifras mostram que ainda que se mantenha uma tendência à diminuição das pessoas afetadas pela fome, é notório o ritmo lento devido à falta de acesso aos alimentos por parte de um setor importante da população, que não conta com renda suficiente.

Há que recordar que sobre este fenômeno incide o aumento da demanda de alimentos, a produção de biocombustíveis, que competem com a produção desses bens primários, e a mudança climática, motivos pelo quais ainda um de cada 10 latinos está em situação de extrema pobreza.

Para a Associação Latino-americana de Integração, o principal problema que a América Latina tem que enfrentar é a impossibilidade de acesso aos alimentos, por seus altos preços no mercado internacional.

Perante esse desafio, o assessor principal dessa organização, Álvaro Ramos, recomenda "criar políticas conjuntas, de caráter regional, e converter as estratégias nacionais em outras regionais".

Em tal sentido se destaca a acolhida e ampliação da iniciativa global Zero Hunger Challenge (Desafio Fome Zero), para acabar com esse mau e garantir que todas as pessoas tenham o suficiente para comer, respeitando os limites próprios do planeta Terra.

Cabe ao Brasil o mérito de ser a inspiração desse chamado da ONU, com sua estratégia Fome Zero, que conseguiu reduzir a subnutrição infantil e tirou milhões de pessoas da pobreza.

O gigante sul-americano demonstra o que é possível quando um Governo tem uma visão e um compromisso de fazer da luta contra a pobreza sua prioridade.

Fome Zero transformou as vidas de milhões de pessoas, reduziu espetacularmente os níveis de subnutrição infantil em quase dois terços, e contribuiu para tirar da pobreza 28 milhões de pessoas.

Com 49 iniciativas, dito programa vai desde a ajuda direta às famílias mais pobres (através do Bolsa Família) até diversas estratégias como a criação de reservatórios de água nas áreas semi-áridas do Brasil.

Também a criação de restaurantes populares, a educação e sensibilização sobre hábitos alimentícios saudáveis, a distribuição de suplementos vitamínicos e minerais e o apoio à agricultura familiar de subsistência facilitando o acesso ao microcrédito.

Por sua eficácia, versões do projeto brasileiro estão hoje presente na Guatemala, Honduras, Nicarágua, e outras nações latino-americanas, sobre a base de que o programa é responsável por cerca de 20% da queda na desigualdade do Brasil desde 2011.

Outro exemplo digno de ser imitado é o da Venezuela, onde 98% da população venezuelana pode comer três vezes ao dia graças ao amplo acesso aos produtos alimentícios, segundo dados do Ministério para a Alimentação.

Desde 1999, esse país conseguiu incrementar em 80% o acesso aos alimentos e em 74% aos produtos da cesta básica, somado ao crescimento exponencial da produção.

Tais avanços têm sido possível devido a todas as políticas públicas do Estado venezuelano, como a ampliação das redes de distribuição: Mercados de Alimentos (Mercal), Produtora e Distribuidora de Alimentos S.A. (Pdval) e os Abastos Bicentenario, assim como o programa de alimentação escolar.

Outro esforço digno de reconhecimento é o realizado por Cuba, que como parte das estratégias para conseguir a soberania alimentária, desenvolve um processo de entrega de terras para a produção de alimentos.

Ao valorizar tais ações, a FAO considera que, enquanto em pleno século XXI se discute sobre como solucionar a pobreza extrema, a subnutrição e a desnutrición; Cuba já venceu esses males.

Em tal sentido destaca que há muito tempo, entre os 33 países da região, essa ilha caribenha erradicou a subnutrição, com indicadores impressionantes, já que o problema foi tratado e priorizado apesar do bloqueio econômico, comercial e financeiro decretado pelos Estados Unidos desde há mais de meio século.

Tais exemplos demonstram que ainda em tempos de crise e com vontade política, problemas como a fome podem ser reduzidos a limites extremos para salvar, pelo menos uma parte da humanidade, da morte por falta de alimentos.

*Chefa da redação de Economia da Prensa Latina.
 

América Latina: Segunda rodada de diálogo de paz colombiano está perto de concluir

 

Prensa Latina, com foto
 
Havana, 14 dez (Prensa Latina) A mesa de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) entra hoje aqui em uma nova jornada, enquanto continua a expectativa sobre o que foi debatido entre ambas as partes nestes últimos 25 dias.
 
A ponto de concluir a segunda rodada, que deve terminar neste sábado, o governo e a guerrilha seguem buscando soluções para impulsionar uma política de desenvolvimento agrário integral nas regiões que permita um progresso social e econômico igualitário no país.

O acesso e uso da terra é a constante no diálogo, iniciado no dia 19 de novembro no Palácio de Convenções, em Havana, ao qual se somaram nos últimos dias diversos especialistas neste tema, alguns da Universidade Nacional.

Para muitos, o problema da terra -"a noz" que obrigou os guerrilheiros a pegar em armas há quase 50 anos- é o mais longo e complexo dos seis pontos para discussão acordados por ambas as partes, temas com os quais se espera encontrar o caminho para a construção de uma paz estável e duradoura.

São seis os incisos sobre a terra contidos no Acordo Geral, assinado no dia 26 de agosto passado, apenas um deles versa sobre as terras improdutivas, a formalização da propriedade, a fronteira agrícola e a proteção de zonas de reserva. Para além de expressar suas opiniões, as partes trabalham sobre a base das mais de duas mil propostas recolhidas nos diferentes setores da sociedade colombiana através das mesas regionais que sessionaram em nove departamentos do país nos últimos meses.

A estas iniciativas incorporam-se as formuladas pelo site www.mesadeconversaciones.com.co, disponível desde 7 de dezembro, que até ontem registrava 2.868 solicitações.

Ontem, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, fez votos pela saúde do presidente venezuelano Hugo Chávez, cujo país é um dos observadores neste processo de paz.

"Ele tem sido uma pessoa fundamental nos diálogos que o governo realiza com a guerrilha. Foi também uma pessoa fundamental nessa aproximação", disse depois de desejar uma pronta recuperação ao presidente venezuelano, que realizou cirurgia na terça-feira passada.

"Faço votos por sua saúde, porque realmente precisamos dele e esperamos que se recupere cedo", sublinhou.
 

SAÚDE DE CHÁVEZ EVOLUI DE ESTÁVEL PARA FAVORÁVEL, DIZ VICE DA VENEZUELA

 


Correio do Brasil, com Rede Brasil Atual - de Caracas
 
Após passar por uma cirurgia de mais de seis horas e a ocorrência de um sangramento, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, passa bem e está em processo de recuperação, segundo o vice-presidente e chanceler, Nicolás Maduro. “O estado de saúde do presidente é estável para favorável”, disse Maduro. Chávez foi operado em Cuba, há três dias, para a retirada de um tumor maligno na região pélvica. Desde então, não há imagens do presidente venezuelano.
 
Maduro explicou que, durante a cirurgia, Chávez teve uma complicação. “Foi uma complicação por causa de um sangramento inesperado, mas controlado de forma adequada”, disse. “Em qualquer caso, uma operação exige um processo delicado e pós-operatório. Nas últimas horas, esse processo evoluiu de estável para positivo, o que dá origem a manter o diagnóstico de uma recuperação crescente do comandante Hugo Chávez”, acrescentou.
 
Apontado como sucessor de Chávez pelo próprio presidente, o vice agradeceu as orações e o apoio que tem sido dado em favor da recuperação do venezuelano. “Nós planejamos manter as pessoas e o mundo informados”, disse ele, durante campanha do aliado ao governo, o socialista, Tarek El Aissami, no estado de Aragua.
 
Maduro disse que pessoas das mais diversas religiões, de muçulmanos a cristãos, pedem pela recuperação do “comandante”, inclusive povos indígenas descendentes dos maias e astecas na América Central. Ele pediu que as orações sejam mantidas. “Peço-lhes que a incerteza seja convertida em oração diária”, ressaltou.
 
Chávez submeteu-se à quarta cirurgia em 18 meses. No ano passado, ele foi diagnosticado com câncer e, desde então, faz tratamento em Cuba para combater a doença. Não há detalhes sobre o tratamento, nem como ele reage. Porém, o presidente conseguiu concorrer às eleições de outubro e vencer, obtendo mais um mandato. A dúvida é se ele conseguirá tomar posse.
 

Brasil: COM 62%, DILMA MANTÉM NÍVEL DE APROVAÇÃO EM DEZEMBRO

 


Correio do Brasil, com ABr - de Brasília
 
A aprovação do governo Dilma Rousseff ficou estável em dezembro. No total, 62% da população avaliaram a gestão como boa ou ótima – mesmo índice registrado em setembro pela pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, que teve o último levantamento de 2012 divulgado nesta sexta-feira. A estabilidade na avaliação se manteve também no que se refere ao percentual de pessoas que consideram o governo regular (29%) e ruim/péssimo (7%).
 
Apenas o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo mandato, obteve avaliação mais alta no mesmo período: 73%. Em dezembro de seu segundo mandato, o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi avaliado como bom ou ótimo por 25% da população. Para 59% dos entrevistados, o governo Dilma é igual ao governo Lula, enquanto 29% o considera pior, e 19%, melhor.
 
Já a aprovação do modo de governar da presidenta subiu um ponto percentual, passando dos 77% registrados em março, junho e setembro, para 78% em dezembro. Estável e em patamar elevado ficou também a confiança da população em Dilma, com 73% em dezembro (mesmo índice registrado em setembro).
 
Houve estabilidade também na expectativa positiva das pessoas em relação ao restante de governo, com 62% (ótimo/bom) – mesmo índice da pesquisa anterior. Em relação às áreas de atuação, o combate à fome e à pobreza registrou recorde de aprovação (62%), bem como as medidas para conter o desemprego (56%). A área da saúde foi a pior avaliada, com apenas 25% de aprovação. Impostos e segurança pública registraram 30% de aprovação; taxa de juros, 41%.
 
O índice de pessoas que consideram as notícias recentes mais favoráveis ao governo registrou queda de 29%, em setembro, para 24% em dezembro, enquanto 18% consideram as notícias foram desfavoráveis.
 
Para 23%, as notícias mais lembradas foram sobre o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio de redução do custo de energia elétrica foi citado por 14% dos entrevistados, e 10% citou a Operação Porto Seguro, da polícia Federal, e as referentes ao contraventor Carlinhos Cachoeira.
 
A Pesquisa CNI/Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios entre os dias 6 e 9 de dezembro. A margem de erro é 2 pontos percentuais, e o grau de confiança, 95%.
 

BRASIL É O 2º PAÍS MENOS COMPETITIVO ENTRE OS EMERGENTES

 

Agência Financeira
 
Fica em último lugar no ambiente macro, que é influenciado pela inflação e pela dívida governamental, e nas infraestruturas de transportes.
 
O Brasil é o segundo país menos competitivo entre 14 emergentes, com caraterísticas parecidas na disputa pelo mercado externo, informa um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) citado pela Lusa.

A posição ocupada pelo Brasil é a mesma desde 2010, quando o estudo foi feito pela primeira vez. Este ano, o país ficou somente melhor colocado do que a Argentina na classificação dos níveis de competitividade.

A lista é liderada pelo Canadá, seguido da Coreia do Sul, da Austrália e da China, mesma classificação registada há dois anos. Também foram avaliados Espanha, Índia, Chile, África do Sul, Polónia, Rússia, Colômbia e México, além de Brasil e Argentina.

Entre os 16 fatores analisados pelo estudo para determinar a competitividade, estão educação, tecnologia e inovação, infraestrutura e logística, custo do capital e disponibilidade e custo de mão de obra.

O Brasil melhorou a sua colocação em fatores como infraestrutura de energia e de telecomunicações, apoio do Governo à tecnologia e investimentos em educação.

Por
outro lado, o país ficou em último lugar no chamado ambiente macro, que é influenciado pela inflação e pela dívida governamental, e nas infraestruturas de transportes.
 

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