quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TELEVISÃO DE TIMOR-LESTE - JORNALISTAS OU “JORNALISTAS”?




ANTÓNIO VERÍSSIMO

Sobre Timor-Leste o caricato surge a cada esquina ou em cada redação mídia. É isso que aqui vai ficar com as respetivas considerações, meras opiniões pessoais e que encontrará no título do Sapo TL por nós publicado em compilado: Jornalistas timorenses não devem interpretar de forma negativa o uso do Facebbok e Twitter

Segundo o SAPO TL:

“Em reportagem difundida pela TVTL, os jornalistas deste canal televisivo acusavam alguns deputados da bancada FRETILIN de acederem às redes sociais Facebook e Twitter em plena sessão plenária do Parlamento Nacional.

Para os jornalistas da TVTL, as redes sociais são consideradas como um passatempo. No entanto, o director de CJITL, Gil da Silva Guterres disse aos seus colegas de profissão para não fazerem más interpretações no uso das redes sociais, já que estes são os novos media.

“É preciso dar a conhecer aos jornalistas timorenses o verdadeiro papel das redes sociais, porque nós temos várias interpretações acerca do Facebook e Twitter,” explicou.

Gil confessa que acompanha “sempre os deputados José Teixeira e Arsénio Bano através das suas páginas do Facebook e Twitter. Fico surpreso com a rapidez destes dois deputados na busca de informação.”

O director do CJITL acrescenta ainda que, hoje em dia, os políticos utilizam regularmente o Facebook e o Twitter para fazer campanha.” (Fim)

Segundo o deputado José Teixeira em comentário em Página Global:

“No entanto, as pessoas devem saber que o governo de Timor-Leste tem bloqueado acesso ao Facebook no serviço da internet do governo. Nosso acesso ao Facebook na internet não é pelo serviço de internet do governo, mas nossa própria conta de 3G privada de acesso à Internet. Curiosamente, o governo também bloqueou o acesso ao WikiLeaks em seu servidor.

Estas novas medias de comunicações são considerados ameaças por parte do governo AMP. Por isso bloqueiam. Grandes democratas!” (Fim)

CHAPÉUS HÁ MUITOS, SEUS PALERMAS!

Não deixa de ser sintomático que os jornalistas da televisão de Timor-Leste tenham uma visão pardacenta sobre as redes sociais e as possibilidades de comunicação-informação que elas nos proporcionam. Jornalista que não compreende a importância das redes sociais e os tempos que correm acabam por ser perigosos para a profissão que abraçaram e para a função que devem de desempenhar com isenção e escrupulosamente. Tudo indica que não é o caso dos citados jornalistas da RTTL, será o caso de alguns “jornalistas” sem coluna vertebral. Com o agravante de não tomarem em consideração as redes sociais como objeto online verdadeiramente importante na comunicação-informação, julgando o Facebook, Twitter e congéneres como objeto de diversão e passatempo. Contudo, podemos presumir, já não será de diversão ou passatempo se acaso o líder ou lideres partidários que lhes arranjaram o emprego de “jornalistas” intervir em qualquer daquelas redes sociais. Chama-se a isso lambe-botas.

Diziam há tempos uns timorenses que fome em Timor-Leste "existe e não é pouca", quer em Díli quer no interior do país. Que tal estes “jornalistas” agarrarem um pouco de dignidade, deixarem de rastejar e usarem a coluna vertebral para irem reportar em TV a realidade timorense nua e crua apontando especificamente aonde estão os famintos timorenses. Assim, ao menos de vez em quando, até deviam de preencher o ego a fazerem algum trabalho de jornalistas a sério. De jornalistas e não de “jornalistas”.

Acresce de tudo isto a informação acima mencionada pelo deputado José Teixeira sobre a inacessibilidade a determinados sites por “corte” provocado pelo governo. É grave. Ainda mais porque acontece na casa que devia de ser da democracia, o Parlamento, que não devia ser casa de atos censórios dignos de Kadafi e de outros ditadores. Essa inacessibilidade é nada mais nada menos que um ato de censura, característico nos países com défice de democracia. Mas isso já sabemos desde o exterior do país, sobre tais exercícios do governo regido pelo pai do golpe de estado de 2006, que a partir daí passou a ser conhecido por padrasto da libertação do país do sol nascente.

Mudam-se os tempos e hão-de mudar-se as vontades. Até a RTTL há-de vir a ter jornalistas, se bem que já estejam por lá uns quantos, mas esses compreendem decerto a importância das redes sociais...

Em término será bom salientar que “o director de CJITL, Gil da Silva Guterres disse aos seus colegas de profissão para não fazerem más interpretações no uso das redes sociais, já que estes são os novos media.”

Na verdade os “jornalistas” da RTTL deviam saber reparar no CJITL porque desde sempre, quando quase não era nada e estavam no inicio do esforço da sua obra de comunicação-informação, têm primado por uma conduta de busca incessante de mais-valia na profissão de jornalistas.

Como está acima constante, Silva Guterres disse: “É preciso dar a conhecer aos jornalistas timorenses o verdadeiro papel das redes sociais, porque nós temos várias interpretações acerca do Facebook e Twitter,” explicou.”

Simpatia e benevolência com verdade por parte deste profissional. O que alguns dos “jornalistas” timorenses precisam é de readquirir a coluna vertebral e de frequentarem cursos de formação intensivos, por exemplo no CJITL, sem que posteriormente caiam no vício de se prenderem com o supérfluo e ignorarem o essencial – informar com conhecimento e rigor - ou trabalhar por “encomenda” em exercícios de lambe botas.

Há tempos atrás era visível o bom caminho por que o jornalismo timorense estava a enveredar. Isso mesmo ainda será detetável no CJITL e no Suara Timor Lorosae ou no Tempo Semanal, por exemplo. Era patente estarem a enveredar pelo caminho certo no exercício da profissão. Com arestas por burilar mas já com a objetividade e verticalidade que deve ser o sumo e o miolo da profissão de jornalista. Nada fácil mas que é viciante e dá muito prazer à existência dos que orgulhosamente fazem por ser ou já são jornalistas, e não só “jornalistas” - desses existem imensos pelo mundo fora. Timor-Leste e os timorenses merecem o melhor.

Quem está mal deve corrigir-se. De certeza absoluta que não são os deputados em questão nem outros, independentemente das suas cores partidárias, que eventualmente usem as redes sociais reportando a partir do Parlamento Nacional o que acharem por bem e seja comunicação-informação. Como dizia o grande ator Vasco Santana: “Chapéus há muitos, seus palermas!”

Para quê eleições se mesmo importante é que rapidamente e em força comprem Portugal?




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse hoje, em Luanda, que estará "sempre disponível para cumprir qualquer missão", referindo-se a uma candidatura às eleições gerais de 2012. Por alguma razão está no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito.

José Eduardo dos Santos respondia a uma pergunta durante uma conferência de imprensa conjunta com Pedro Passos Coelho, no quadro de uma visita oficial que o primeiro-ministro português efectua a Angola.

"É um assunto que está a ser tratado internamente ao nível das instâncias partidárias e penso que até Janeiro a situação estará esclarecida. Como militante e velho militante do MPLA, estarei sempre disponível para cumprir qualquer missão", declarou.

Também a chanceler alemã, Angela Merkel, disse em tempos que as próximas eleições gerais em Angola serão um grande teste ao progresso democrático alcançado no país.

O que acontece quem nem Angela Dorothea Merkel, tal como – entre outros – Cavaco Silva e Passos Coelho, não percebem que a democracia em Angola só não morreu porque nunca existiu.

É que para existir democracia não basta haver partidos de oposição (Salazar também os admitiu a certa altura), não basta haver comunicação social independente (Salazar também a suportava), em particular se esta está tão condicionada pelo poder que não pode ser ouvida ou lida pelo Povo.

E se o exemplo de António Oliveira Salazar tem todo o cabimento, bastaria ver os exemplos portugueses mais recentes onde, apesar de existir partidos da oposição, onde existe comunicação social (in)dependente... a democracia está cada vez mais doente.

Aliás, um país que tem 20% da sua população com a miséria sentada à mesa de pratos vazios, que tem para já mais de 800 mil desempregados, que privilegia o primado da subserviência e não o da competência, que está a instituir o regime esclavagista, poderá ser tudo menos, creio, uma democracia. Refiro-me, neste caso, a Portugal.

Para haver democracia, dizem os mais elementares ensinamentos, é preciso que o poder não seja exercido por uma só pessoa (a isso chama-se ditadura), é preciso que o poder legislativo seja eleito, é preciso que o poder executivo seja eleito, ou que emane do poder legislativo eleito. E não é isso que se passa. Refiro-me, neste caso, a Angola.

Aliás, desde 1975 que o poder em Angola nunca deixou de ser exercido por uma só pessoa, nunca o poder legislativo foi eleito sem que os angolanos (70% vivem na miséria) “votassem” com a barriga, ou seja, por um saco de fuba, peixe podre, 50 angolares e porrada se refilares.

Em relação a Angola (mais coisa menos coisa poderia ser em Portugal) dir-se-á que para haver democracia é preciso que o poder judicial seja independente, é preciso que o Povo saiba quem elege ou quem não elege.

Pela “Constituição” do MPLA (dizer que é de Angola é o mesmo que dizer que é o povo quem manda na Sonangol), o Presidente da República é o “cabeça de lista” (ou seja o deputado colocado no primeiro lugar da lista), do partido mais votado, eleito pelo círculo nacional nas eleições para a Assembleia Nacional.

De facto, não é uma eleição indirecta, feita pelo parlamento (como acontece por exemplo na República da África do Sul), mas uma vigarice típica dos regimes a quem não basta ser totalitário.

Assim, o futuro presidente é o primeiro deputado da lista do partido mais votado, mesmo que esse partido tenha apenas 25% dos votos expressos. Por outras palavras, para ter a certeza de que não vai perder as eleições presidenciais, José Eduardo dos Santos pura e simplesmente acaba com elas.

Pela “Constituição do MPLA”, o Presidente de Angola nomeia o Vice-Presidente, todos os juízes do Tribunal Constitucional, todos os juízes do Supremo Tribunal, todos os juízes do Tribunal de Contas, o Procurador-Geral da Republica, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, os Chefes do Estado Maior dos diversos ramos destas.

Na verdade, tal como Bokassa, Idi Amin ou Mobutu, José Eduardo dos Santos já fazia tudo isso. Mas fazia-o de forma ilegal. Certamente a conselho dos grandes amigos portugueses (alguns, se calhar, são os mesmos que supostamente venderam limpa-neves para Angola), o presidente angolano resolveu a questão de forma definitiva. Tornou legal o que era ilegal.

Sobre os contrastes que existem em Angola, ou seja, a de país rico em recursos naturais como petróleo e diamante e os seus altos níveis de pobreza, questão colocada por uma jornalista alemã na altura da visita de Merkel a Luanda, o dono de Angola disse “só pode chegar a esta conclusão quem não conheceu Angola antes da independência e o percurso até agora”.

Nem mais. Só faltou dizer aos portugueses para continuarem como até aqui, quietos, calados e de cócoras para não obrigarem José Eduardo dos Santos a pô-los a peixe podre, fuba podre, cinquenta angolares e, é claro, sujeitos a porrada se refilarem…

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: PORTUGAL PRECISA, ANGOLA TEM. PORTANTO…

Difusão da língua e cultura portuguesas alvo de "desinvestimento continuado"




DM - LUSA

Macau, China, 17 nov (Lusa) - A difusão da língua e cultura portuguesas tem sido alvo de um "desinvestimento continuado", considerou hoje o presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes, em declarações à Agência Lusa em Macau.

"É óbvio, praticamente desde finais de setembro" que não tem havido "notícias minimamente agradáveis em prol das comunidades", afirmou Fernando Gomes, ao criticar que "tudo o que vem é esta política economicista".

Em reação à proposta do Governo de promover a fusão do Instituto Camões (IC) e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) num novo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua -, o conselheiro começou por lamentar o facto de não ter sido informado, mostrando relutância relativamente aos frutos que a iniciativa poderá gerar.

"Só tenho a lamentar, mais uma vez, a postura pouca digna do Ministério dos Negócios Estrangeiros ou do secretário de Estado que nos tutela, de não ter previamente falado connosco", argumentou Fernando Gomes, ao realçar que, "à partida", a fusão "aparenta ser mais uma posição puramente economicista" por parte do Governo.

"Se advirá algum fruto dessa política, tenho sérias dúvidas porque me parece que, de uma forma quase continuada e abusiva, tem tido uma posição de costureira, praticamente surda e cega", apontou Fernando Gomes.

Para o conselheiro, os cortes que têm vindo a ser implementados "são feitos de forma pouco delineada sem consultar a comunidade", sendo que, em matéria de educação, "é exasperante a continuada debandada dos professores a nível de vários centros escolares em França, Bélgica e Alemanha".

"Um outro número que tenho é que são cerca de 2.000 os alunos que, de uma forma repentina, ficaram sem aulas de português", afirmou, numa referência aos dados avançados, nomeadamente por sindicatos de professores de português do estrangeiro, sublinhando ainda que esta atitude "foge de toda a política emanada aquando da tomada de posse" do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário.

"Parece que é uma machadada para um afastamento que temo ser eterno entre o secretário de Estado e as comunidades (...) estamos todos revoltados, indignados com esta situação de falta de respeito", disse, prometendo "expressar-se" sobre o tema na próxima semana quando estiver em Lisboa para participar numa reunião do Conselho Permanente.

Após a reunião, o Conselho das Comunidades Portuguesas terá, "naturalmente", de assumir uma posição porque a lei obriga "a uma corresponsabilidade na situação", disse.

"É mais fácil destruir, do que construir. Demorou-se anos para criar uma estrutura minimamente funcional ao nível do ensino, dos consulados e também ao nível da difusão da língua e agora, de uma forma repentina, as coisas estão a ser completamente devassadas", apontou, considerando esta situação "lamentável" até porque "muitas vezes são migalhas que se tentam poupar".

Por outro lado, Fernando Gomes defendeu que existe atualmente uma "política descoordenada entre o Governo, ou entre ministérios e até o Presidente da República. "Há dias houve a posição pública do Chefe de Estado de atrair, cativar e de haver um chamamento quase de amor à pátria para se investir no país", mas "o Governo parece que foge desta política oficial (...) que está a remar em sentido contrário".

"Não se tomam atitudes do tipo posso, quero e mando' e depois, ao mesmo tempo, pede-se apoio de aproximação, investimento e de compreensão das políticas do Governo. Não pode ser", argumentou.

Presidente angolano pede "diligências" ao governo português para entrada da...



... Guiné Equatorial na CPLP

NME - LUSA

Luanda, 17 nov (Lusa) - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, solicitou hoje ao primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, que desenvolva "diligências" no sentido de que a Guiné Equatorial passe a Estado membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O pedido de Eduardo dos Santos foi feito, em Luanda, após o encontro que manteve com Pedro Passos Coelho, no âmbito da visita de 24 horas que o chefe do executivo português realiza a Angola.

O Presidente angolano manifestou ainda o empenho de Angola, que atualmente assume a presidência da CPLP, na expansão do português, para que seja língua de trabalho nas Nações Unidas e noutros países interessados em aderirem à comunidade.

"Tem em vista aqui o caso da Guiné Equatorial, país que está a dar passos firmes no sentido de cumprir com os critérios definidos pela organização e também as recomendações feitas na última cimeira da CPLP, por forma a que na próxima sessão, se assim todos o entenderem, possa adquirir o estatuto de Estado membro", salientou.

Por sua vez, o primeiro-ministro português disse que Portugal está "aberto a considerar o alargamento da CPLP, a quem dê mostras de partilhar também (...)".

Pedro Passos Coelho referiu ainda que o Governo português está aberto a discutir e a analisar a situação da Guiné Equatorial, que, segundo o primeiro-ministro português, no espaço regional, tem uma importância muito relevante para a Língua Portuguesa.

EMERGENTES SÃO APONTADOS COMO “VILÕES” DA ECONOMIA VERDE


Mumbai, Índia: crescimento x economia verde

DEUTSCHE WELLE

Em meio à crise climática, boom econômico dos emergentes desperta temor de um colapso do planeta. Rumo à Rio+20, essas nações enfrentam pressão dos mais ricos, mas rejeitam papel de "vilões" da economia verde.

Enquanto líderes de governos tentam chegar a um acordo sobre o que seria "economia verde", Fritz Holzwarth, diretor do Departamento de Águas do Ministério alemão de Meio Ambiente, diz o que o termo não é: "economia verde não é um conceito que determina o que os países ricos devem fazer e o que os países em desenvolvimento devem fazer", disse nesta quarta-feira (16/11) em conversa com a DW Brasil.

Mas essa atmosfera de "divisão" domina as discussões de bastidores de quem negocia política do clima. Embora haja um grande esforço para unificar a mentalidade, visto em iniciativas como a Conferência Nexus sobre Água, Energia e Segurança Alimentar, que acontece em Bonn até 18 de novembro como evento prepatório para a Rio+20, o discurso direcionado às nações que vivem o boom econômico neste momento de crise climática é mais afiado.

"Se o mundo agora está numa situação ruim, não foi porque nós, os emergentes, fomos os 'bad guys' . Todos sabem das responsabilidades históricas dos países ricos tradicionais, os grandes poluidores. Mas essas acusações vêm daqueles que querem garantir a sua supremacia sem promover grandes mudanças", argumentou o pesquisador Crispino Lobo, da Watershed Organization Trust, ONG da Índia, num ataque leve às nações mais ricas.

Vilões ou mocinhos?

"Todos os países têm o direito de se desenvolver. Mas a economia verde não deve ser uma barreira para o crescimento. Se esse é o caso dos emergentes? Talvez não. Mas talvez as nações mais ricas tenham também que mudar drasticamente, por exemplo, o modo de consumir", refletiu Alexander Muller, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

O novo padrão de consumo de economias como Brasil, China e Índia é apontado como um dos maiores obstáculos para o uso sustentável dos recursos naturais. Pesquisadores não sabem dizer exatamente o que aconteceria se toda a população chinesa, estimada em 1,3 bilhão, adotasse o mesmo padrão de vida dos norte-americanos. Mas em 2011, por exemplo, seria preciso um planeta e meio para suprir toda a demanda da humanidade, aponta cálculo feito pela Global Footprint Network.

Holzwarth concorda que as demais economias emergentes tenham direito de crescer – mas recomenda que as políticas de cada setor não sejam vistas isoladamente. "Por exemplo, a atividade de biocombustível no Brasil. Ela é concentrada apenas na redução de dióxido de carbono, mas não se olha para os efeitos sobre a água, sobre a poluição, sobre os índios, sobre a floresta. O Brasil deveria tomar conta disso", critica Holzwarth.

Por outro lado, ele mesmo admite que se "leva tempo" até que a sociedade adquira consciência ambiental. "Na Europa foram necessários uns 20 anos", completa Holzwarth. "Sobre os países ricos, posso dizer que não somos autocríticos o suficiente. E sabemos que enquanto não houver mudanças no mundo desenvolvido – e aqui você deve considerar os Estados Unidos –, não haverá mudança no mundo em desenvolvimento."

"É tudo hipocrisia"

Para o economista norte-americano David Zetland, atualmente pesquisador da Universidade de Wageningen, na Holanda, essa cobrança que paira sobre os emergentes esconde um lado feio da política. "É tudo uma grande hipocrisia. É verdade que os países desenvolvidos querem que os em desenvolvimento não cometam os mesmos erros que trouxeram tantos prejuízos ambientais. Mas também é fato que essas economias tradicionais simplesmente não querem que alguns setores cresçam ainda mais nessas nações emergentes", declarou.

Nessa discussão sobre economia verde, Crispino Lobo admite que a Índia poderia assumir uma culpa: "A de que não estamos avançando para uma economia de baixo carbono e sustentável na velocidade necessária e na escala adequada". E, segundo o especialista, o cenário futuro não é promissor. "Produzir energia no ritmo de crescimento do nosso país é o nosso maior desafio. Acredito que iremos continuar dependentes do petróleo ainda por um longo período", confessou.

Autora: Nádia Pontes - Revisão: Alexandre Schossler

Aldo Rebelo: DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NÃO VÃO MANCHAR A IMAGEM DO BRASIL





Em entrevista à DW, ministro do Esporte afirma que as obras em todos os estádios da Copa estão dentro do cronograma – exceto Porto Alegre – e que o governo pauta sua relação com a Fifa pela cooperação e não pela disputa.

O alagoano Aldo Rebelo (PC do B) assumiu, há menos de um mês, um Ministério do Esporte em crise, em meio a denúncias de corrupção que derrubaram o seu antecessor e correligionário Orlando Silva. Desde então comanda um das pastas de maior visibilidade internacional por conta da organização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Nessa entrevista à DW Brasil, Rebelo assegurou que a relação com Fifa não é baseada na disputa, mas na cooperação; afirmou que as obras em todos os estádios – exceto Porto Alegre – estão dentro do cronograma; e disse não acreditar que as recentes denúncias de corrupção manchem a imagem do Brasil no exterior.

DW Brasil: Na semana passada, depois de muita discussão com o governo, a Fifa decidiu "aceitar" a legislação brasileira que garante ingressos mais baratos para idosos. Esse trabalho de preparação para a Copa entre Brasil e Fifa acontece num clima tenso?

Aldo Rebelo: Não há propriamente tensão na relação entre o governo e a Fifa. O que há, e que é normal e natural, são diferenças de opiniões e interpretações sobre aspectos do acordo ou dos compromissos que foram firmados pelo governo brasileiro.

Ou seja, a Fifa acolheu a candidatura do Brasil, e assim como todos os outros organizadores de Copas do Mundo – como a Alemanha, a África do Sul, os Estados Unidos – o Brasil firmou esses compromissos e tratou de preencher os vazios legais com projetos de lei.

Um já foi aprovado, o que foi batizado aqui de Lei de Incentivo para a Copa, facilitando a construção de estádios e infraestrutura. Outra parte agora é a Lei Geral da Copa, onde se detalha mais esses compromissos. Houve e há diferenças em termos de interpretação, mas nada que não pode ser resolvido.

O que eu tenho dito aqui é que não vamos pautar a nossa relação com a Fifa pela disputa, mas pela cooperação. E onde houver divergências nós iremos procurar resolver acolhendo aquilo que for possível. Aquilo que não for possível... paciência.

A venda de bebidas alcoólicas nos estádios deve ser liberada? E os gastos do governo em obras para a Copa serão divulgados com transparência?

Sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, não existe uma legislação nacional que trate desse assunto. Há uma decisão da própria CBF [Confederação Brasileira de Futebol] que restringe ou proíbe a bebida nos jogos organizados pela CBF. Há leis municipais tratando disso. Portanto não cabia ao governo propor uma lei especificamente para a Copa do Mundo. A lei está no Congresso e os deputados julgarão se é pertinente para o Mundial de Futebol liberar a venda de bebidas.

Quanto aos gastos, há muitos investimentos, uma parte é feita pelo governo: ou seja, infraestrutura, mobilidade urbana. Outra parte é privada, principalmente nos estádios. E uma outra parte ainda são empréstimos por meio do governo federal, do BNDES, com retorno previsto.

Mas as cifras investidas pelo governo serão de acesso público?

Sim. Há um plano geral já cadastrado com previsão de recursos. São investimentos destinados à construção de estádios, em aeroportos, em vias públicas, em portos, segurança pública. Eu me lembro, por exemplo, da cifra de 1,8 bilhão de reais só para a segurança na Copa – são investimentos na Polícia Federal, nas Forças Armadas. Evidentemente esses equipamentos serão aproveitados depois, no dia a dia do país.

Nessa fase de preparação do Brasil, dois assuntos principais são acompanhados também aqui na Europa com atenção: se as obras de infraestrutura ficarão prontas a tempo e se a Copa vai custar mais caro do que o previsto.

Os prazos estão definidos e uma parte dessas obras tem uma relação com a Copa, mas são destinadas à melhoria da mobilidade nas metrópoles para a população brasileira. Ou seja, temos que resolver os problemas de deslocamento, de tráfego nas grandes metrópoles. Então já eram obras planejadas independentemente da Copa do Mundo.

No caso dos estádios, todos, com exceção de Porto Alegre, estão com o calendário em dia. Há um pequeno atraso em Porto Alegre por conta de uma divergência entre o clube e a empresa contratada para construir o estádio. No restante, há um esquema especial de acompanhamento, de controle, organizado pela Presidência da República, coordenados pelo Ministério do Esporte.

Na área de gastos, há um acompanhamento especial dos órgãos de controle do poder executivo, do legislativo, que é o Tribunal de Contas da União, e do Ministério Público. Como são obras localizadas, são 12 cidades-sede, as obras estão sendo acompanhadas rigorosamente tanto do ponto de vista dos prazos de execução como do controle de gastos.

O senhor acabou de assumir um ministério que tem uma grande importância estratégica para o Brasil neste momento. E trata-se de um ministério que foi bombardeado por acusações de corrupção. Como o senhor está retrabalhando as contratos suspeitos de corrupção com as ONGs?

Os contratos com ONGs em que ainda não tinha havido desembolso por parte do poder público foram suspendidos por mim. E minha ideia é não realizá-los com ONGs. Os contratos em execução, em que já foram efetuados pagamentos, serão submetidos a uma avaliação e fiscalização local não só por parte do ministério como também da Controladoria Geral da União.

Além disso, as denúncias que foram feitas sobre as atividades das ONGs estão sendo investigadas pelo próprio ministério, pelo Tribunal de Contas e, em alguns casos, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Portanto essas apurações serão realizadas e aquelas que apontarem culpados, evidentemente, o poder judiciário tomará providências.

Aqui, eu tenho feito um esforço pela continuidade da equipe do ministério porque é preciso preservar a memória, as pessoas que eram responsáveis por certas funções. Também faço um esforço de readequação da equipe, já promovi mudanças importantes nesse sentido na secretaria executiva, na assessoria de relações internacionais, na área de esporte educacional – que é justamente a que está ligada às atividades e contratos dessas ONGs acusadas de corrupção.

Todos esses incidentes três anos antes desse evento esportivo tão esperado podem manchar a imagem do Brasil como organizador da Copa e das Olimpíadas?

Não creio. A não ser que as denúncias não fossem investigadas, e que se procurasse a impunidade para qualquer tipo de culpa, o que não é caso no Brasil. E, ao mesmo tempo, vamos procurar tomar todas as medidas para que novas denúncias não surjam, e que o ministério toque suas atividades e execute o seu trabalho sem estar exposto ao risco de novas denúncias ou novos incidentes.

Entrevista: Nádia Pontes - Revisão: Alexandre Schossler

HÁ 50 ANOS AVIÕES DA NATO BOMBARDEAVAM EM ANGOLA – VI




MARTINHO JÚNIOR, Luanda

1 – A doutrina da NATO está presente nos relacionamentos bilaterais entre Portugal e os países africanos, quantas e quantas vezes a coberto do “mercado” e do modelo que a hegemonia gerou para a globalização que é interesse e conveniência dos ricos para com os outros, com toda a influência nos relacionamentos norte-sul.

Portugal tem servido a NATO, tirando partido da amplitude sócio-cultural e o facto de continuar a ser um veículo de transmissão desses interesses e conveniências, é determinante para o seu papel em relação aos PALOP e CPLP.

Portugal é de facto uma “potência intermediária”, utilizada para ser veículo das mensagens apropriadas ao sistema a que se encontra preso, que começa na conceptualização com as referências ao “mercado” e acaba depois em questões de especialidade, quer dos serviços de inteligência, quer das questões militares.

Vários exemplos podem ser recolhidos da Revista Militar; deles extraímos um dos últimos, um artigo do Coronel de Infantaria Nuno Miguel Pascoal Dias Pereira da Silva, A relevância do papel de Portugal em Organizações Internacionais – A relevância de Portugal na NATO e na EU” (http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=607).

Note-se como as estratégias são colocadas, por vezes da forma mais capciosa:

(…)
“O Conceito Estratégico de Defesa Nacional, em vigor, assume pela primeira vez explicitamente que Portugal não tem capacidades para se defender sozinho, necessitando de alianças para poder defender‑se contra uma eventual agressão exterior.

Baseado no que acabámos de referir podemos afirmar que, actualmente, Portugal conta com a NATO para a sua eventual defesa, organização a que pertence desde a sua fundação acerca de sessenta anos, e que concomitantemente está a trabalhar no aprofundamento da Política Comum de Segurança e Defesa no âmbito da União Europeia.

Em termos políticos e militares, Portugal está profundamente empenhado na cooperação bilateral com os Países de Expressão Portuguesa, bem como se encontra empenhado no aprofundamento da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), participando activamente em exercícios militares conjuntos e na promoção de uma força de paz para ser empregue em África.

Assim, pode‑se concluir que a mais‑valia de Portugal na Europa e no mundo é poder constituir‑se como porta de entrada de relações privilegiadas destes países com a Europa”.

(…)
“A plataforma naval disponibilizada pelos EUA, para ser utilizada pelo “nosso” comando de segundo nível é o navio “Mount Whitney”, tendo sido testada e validada no exercício Strong Resolve.

Nas conclusões do Strong Resolve, a que tivemos acesso, podemos realçar que este tipo de comando, embarcado numa plataforma naval, garante grande flexibilidade permitindo reduzir o tempo de intervenção da NATO em qualquer área do Globo, nas operações designadas por Out of Area.

Como já referimos, várias nações com peso na aliança foram contra este processo de transformação do nosso Comando em comando do Segundo Nível da NATO, tendo no entanto esta opinião sido preterida em prol do Comando sedeado em Oeiras.

Portugal, em nossa opinião, negociou este dossier de uma forma muito hábil tendo conseguido o seu desiderato, fundamentalmente pelo apoio político dado à invasão do Iraque, pela coligação liderada pelos EUA, a que se juntou o facto de estar relativamente próximo do Continente Africano, onde a NATO pretende começar a ter alguma preponderância, o que aliado às relações privilegiadas que Portugal tem com os países do Norte de África e com as suas ex‑colónias, também pesou nesta decisão”.

Torna-se evidente que o entendimento da NATO com o AFRICOM é cada vez mais perfeito, que Portugal é um intermediário ou um facilitador desse entendimento e da sua acção e isso significa um aumento exponencial das capacidades de ingerência da hegemonia em África, com Portugal intimamente associado a essa hegemonia.

O artigo foi publicado a 22 de Outubro de 2011, já as ingerências da NATO na Líbia estavam a entrar na sua fase final.

Portugal não esteve presente no teatro operacional da Líbia, mas foi, por exemplo, importante na tomada de posição do Conselho de Segurança (Resolução 1973, 17 de Março de 2011 – http://www.un.org/News/Press/docs/2011/sc10200.doc.htm#Resolution)...

2 - As elites dos países africanos não estão suficientemente despertas para a “utilidade” de Portugal, sobretudo a partir das visitas de Theresa Whelan, por diversas vezes a Lisboa, imediatamente antes da decisão da criação do AFRICOM, uma delas a 26 de Maio de 2006, para além de experiências tão traumatizantes que advêm do passado, numa profundidade de 50 anos!


“Áreas sem governação em Angola e Moçambique, onde são traficados diamantes, armas e drogas cujo comércio ilícito é passível de financiar o terrorismo, estão a preocupar as autoridades norte-americanas, disse a subsecretária da Defesa para os Assuntos Africanos.

Numa conferência em Lisboa sobre A Política dos Estados Unidos em África, Theresa Whelan centrou a sua intervenção nas chamadas áreas sem governação, definidas como terras de ninguém, remotas e opacas por escaparem à capacidade de controlo dos respectivos governos.

De acordo com a responsável pela política de Defesa do Pentágono para a África Subsaariana, que falava no Instituto de Defesa Nacional perante uma audiência maioritariamente formada por altas patentes militares e diplomatas, as áreas sem governação são espaços de eleição para o terrorismo internacional.

Whelan não escondeu que a comunidade internacional está a viver um tempo perigoso nos planos político, económico e militar, cuja imprevisibilidade só tem paralelo histórico com o período entre as duas guerras mundiais.

Segundo Whelan, África não se encontra, neste momento, no centro da agenda norte-americana, embora também não esteja à margem dela, mas o clima internacional pós 11 de Setembro de 2001 faz com que o Pentágono se detenha nas áreas sem governação, com ênfase nos países totalitários.

Para a configuração deste quadro indicou a persistência da crise política, económica e de segurança na África Subsaariana, o grave problema da corrupção, e a debilidade dos Estados para protegerem as suas fronteiriça e fazerem prevalecer o império da lei.

Face a uma maior dificuldade de previsão das situações anómalas, Whelan defendeu o imperativo de formular a tempo medidas preventivas" e, também, o "trabalho em parceria.

A subsecretária norte-americana identificou áreas sem governação na fronteira entre a África do Norte e o Sahel (grande zona desértica que atravessa transversalmente o continente), no Golfo da Guiné, Senegal, Angola, Delta do Níger (Nigéria), norte do Mali, Sudão, Somália, fronteira do Quénia, norte de Moçambique, África do Sul e Canal de Moçambique.

Sendo a maior prioridade do Pentágono a guerra contra o terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça (ADM), com ajudas expressamente destinadas a este objectivo, mas também à segurança marítima, e ao treino militar e educação, Whelan avançou com um conjunto de propostas de solução das quais, a principal, é estimular os governos a assumir as suas responsabilidades.

A concluir, a subsecretária norte-americana deixou para reflexão oito desafios para quem trabalha com África: Estar ciente das diferenças culturais, do fenómeno da corrupção, da falta de cuidados de saúde e da SIDA, do analfabetismo, do mau funcionamento das instituições democráticas e do sistema judicial, além da pobreza generalizada".

A posição de Portugal em relação aos PALOP e à CPLP, ao contrário da propaganda de muitos, é de facto a de um autêntico “cavalo de Tróia” da NATO e do AFRICOM!

PAZ SIM, NATO NÃO!

Foto: Parelha de aviões Fiat-G-91


PASSOS COELHO DEFENDE AGENDA ESTRATÉGICA ENTRE ANGOLA, BRASIL E PORTUGAL



ANGOLA PRESS

Luanda - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje, em Luanda, uma agenda comum do ponto de vista estratégico entre Angola, Brasil e Portugal para que dai possam ser retirados grandes benefícios, num mundo cada vez mais globalizado.

Esta posição foi defendida quando falava em conferência de imprensa conjunta nos jardins do Palácio Presidencial, após um encontro com o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, tendo acrescentado que a estratratégia envolve os dois lados do oceano e três continentes.

Realçou que se pode, com base na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ir ao encontro não apenas de um universo de quase 250 milhões de falantes que se pode expandir e terá, com certeza, uma relevância muito grande quer do ponto de vista cultural quer económico no mundo global em que estamos, mas que há de ser alargada para os espaços regionais onde cada um dos paises se insere.

Segundo Pedro Passos Coelho, "quando olhamos para as responsabilidades que Angola tem nesta altura, liderando a CPLP, mas também ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), olhando para o Brasil e para toda a Améria Latina, não apenas para o Mercosul, olhando para as perspectivas a oriente e no continente Europeu, não há dúvidas que se tiverem uma agenda comum, do ponto de vista estratégico, isso tem mais valor do que considerar cada um isolado".

O primeiro-ministro referiu que esta visão estratégica foi igualmente transmitida ao Presidente da República de Angola durante o encontro e ficou muito satisfeito ao saber que esta é igualmente a perspectiva do governo de Angola e que, portanto, o relacionamento bilateral fortalece esta aliança estratégica, mas não esgota a mesma.

Fiquei muito sensibilizado com o compromisso assumido pelos dois governos de poderem vir a realizar a sua primeira Cimeira Bilateral subordinada justamente a esta aliança estratégica que engloba outros países.

Sabe que Angola irá realizar um processo eleitoral no próximo ano e , portanto, não gostariam de confundir os trabalhos preparatórios desta agenda estratégica que vamos prosseguir com o calendario eleitoral, mas fiquei muito sensibilizado pelo facto do Presidente ter aderido à nossa ideia de que esta cimeira bilateral subordinada ao lema do crescimento sustentável poderá vir a ter lugar em 2013, em data e local a definir, mas que haverá desde já uma comissão que irá preparar os trabalhos da agenda para a mesma, rematou.

GOVERNO DE ANGOLA LIQUIDA DÍVIDA COM CONSTRUTORAS PORTUGUESAS



ANGOLA PRESS

Luanda – O ministro do Urbanismo e Construção, Fernando da Fonseca, afirmou hoje (quinta-feira), em Luanda, que a dívida do Governo angolano para com as empresas portuguesas do sector da construção civil tem sido paga faseadamente pelo Ministério das Finanças.

O governante fez esta declaração à imprensa após a visita que o primeiro-ministro de Portugal efectuou à obra do edifício sede da Assembleia Nacional, integrado no novo Centro Político e Administrativo de Luanda (CPA), junto ao Centro Cultural Agostinho Neto.

“Há acordos de cooperação e não tenho recebido qualquer manifestação de desagrado por parte das empresas portuguesas com quem nós estamos relacionadas”, referiu.

Questionado para quando o término do pagamento da dívida às construtoras portuguesas, o governante angolano explicou que num momento em que a crise financeira mundial toca a todos, definir prazos e limites para a sua conclusão seria utópico.

“Angola e Portugal são parceiros, em língua, costumes, bem como técnicas construtivas. Tivemos essa experiência do passado que tem alicerçado toda a nossa actividade pública”, afirmou o ministro do Urbanismo e Construção.

Segundo disse, o sector que dirige tem trabalhado com várias empresas portuguesas e tem havido múltiplos acordos de cooperação, financiamentos comerciais, de Estado a Estado, e que tem permitido desenvolver e ajudar no esforço de reconstrução nacional do país.

Considerou que as empresas portuguesas têm dado o seu contributo claro, coerente e profissional a todas obras públicas do país.

PORTUGAL PRECISA, ANGOLA TEM. PORTANTO…




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

Passos Coelho está em Angola, em bom português, com a mão estendida aos capitais do reino de José Eduardo dos Santos. Portugal precisa, Angola tem. Portanto…

É certo que, a fazer fé em organismos internacionais, Angola é um dos países com elevados índices de corrupção, mas isso não impede, nunca impedirá, que Portugal estenda a mão. E quem estende a mão tem de comer e calar. É por isso previsível que o primeiro-ministro português tenha banido da sua linguagem qualquer referência à transparência.

Na entrevista ao órgão oficial do regime, o Jornal de Angola, Passos Coelho afirma que vê com "muito bons olhos a participação do capital angolano na economia portuguesa e noutras privatizações que o Estado venha a realizar no próximo ano".

Se essa participação se faz com dinheiro de origem duvidosa, ou à custa de metodologias pouco transparentes, não interessa. O importante é que se faça. O resto ver-se-á na altura em que, provavelmente outros, terão de fechar a porta.

Questionado pelo jornal Público sobre se iria abordar o tema da transparência em Angola à luz das mudanças internacionais, o primeiro-ministro respondeu através do seu gabinete: "A visita servirá para fazer o ponto de situação sobre os principais aspectos das relações políticas e económicas entre os dois países."

Portugal, tal como a restante comunidade internacional, sabe que é mais fácil, muito mais fácil, negociar com ditaduras do que com democracias. É mais fácil negociar com quem está, é o caso de Angola, há 32 anos no poder (sem ter sido eleito) do que com alguém que possa ter de abandonar o cargo pela escolha do povo.

Passos Coelho está, nesta fase, mais interessado em facturar sobre o facto de o “líder carismático” de Angola ser bestial, esperando que quando ele passar – como todos os ditadores – a besta, não tenha de prestar contas.

No último relatório de 2010 da Transparência Internacional, Angola aparece no 10º pior lugar entre 178 países analisados. Esta semana, o presidente do Banco Espírito Santo Angola, Álvaro Sobrinho, aparece no circuito jurídico de Portugal como suspeito de fraude no Banco Nacional de Angola .

O petróleo, gerido pela empresa estatal Sonangol, representa 60% do Produto Interno Bruto e 98% do total das exportações angolanas, sendo a maioria explorado na colónia de Cabinda.

Recorda o Público que, “embora tenha publicado as suas contas, a petrolífera foi acusada de "esconder" "milhares de milhões de dólares" pelas organizações Global Witness e Open Society Initiative for Southern Africa”.

Se o petróleo é o produto que Portugal mais importa de Angola, país que é o principal destino das exportações portuguesas, extra UE, se BES, Millennium bcp, Caixa Geral de Depósitos estão em força no reino de Eduardo dos Santos, se já há em força capital angolano no BCP, BPI, Banco BIC Português, se o BPN vai passar para mãos dos donos de Angola, porque carga de chuva irá o “africanista de Massamá” hostilizar o grande soba?

Mas há mais razões para a bajulação portuguesa: “A empresa portuguesa mais valiosa que lidera os investimentos portugueses em Angola, a Galp, é detida em 15% pela Sonangol por via da Amorim Energia (da qual a Sonangol detém 45%). O presidente da Sonangol, Manuel Vicente, é vogal da administração da Galp”, recorda o Público.

De facto, como há já alguns anos dizia o Rafael Marques, os portugueses só estão mal informados porque querem, ou porque têm interesses eventualmente legítimos mas pouco ortodoxos e muito menos humanitários.

Custa a crer, mas é verdade que os políticos, os empresários e os (supostos) jornalistas portugueses (há, é claro, excepções) fazem um esforço tremendo (se calhar bem remunerado) para procurar legitimar o que se passa de mais errado com as autoridades angolanas, as tais que estão no poder desde 1975.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: Ricos dos EUA querem pagar mais impostos - Ricos portugueses riem-se que nem tolos!

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS ENALTECE VISITA DE PEDRO PASSOS COELHO



ANGOLA PRESS

Luanda – O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse hoje, em Luanda, que a visita que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, efectua a Angola irá contribuir para aproximar cada vez mais os dois povos.

Esta deslocação, referiu ainda, “elevará as nossas relações a novos patamares de excelência, através do alargamento a novas áreas de cooperação e do cruzamento de novos investimentos tanto em Angola como em Portugal”.

José Eduardo dos Santos falava numa conferência de imprensa por ocasião da visita a Angola de Pedro Passos Coelho.

Para o presidente, a escolha de Angola para uma das primeiras visitas oficiais do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, é uma prova inequívoca que o mesmo “reconhece e pretende continuar empenhado na materialização da parceria estratégica existente entre os dois países”.

“A presença crescente de cidadãos portugueses em Angola e de angolanos em Portugal e o à-vontade com que convivem e se integram, tanto num como noutro país, é revelador do quão enriquecedor é esse fluxo, facilitado pelo recente acordo sobre a questão dos vistos, assinado pelos chefes de diplomacia dos dois países", referiu.

APOIO INTERNACIONAL AJUDA A ESTABILIZAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU - Passos Coelho




ANGOLA PRESS

Luanda - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, manifestou hoje, em Luanda, a sua convicção de que se encontrará para a Guiné Bissau, nos próximos tempos, um quadro de apoio internacional que ajude a estabilização e normalização do país e que traga algum reconhecimento e apoio externo, que esteve suspenso durante algum tempo.

Falando em conferência de imprensa conjunta com o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, após um encontro em particular, referiu que nas últimas conversas que manteve em Nova Iorque (EUA) com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moom, realçou que o secretário-geral das Nações Unidas garantiu, em Setembro, que estava a envidar todos os esforços para ultimar a preparação de uma visita a Bissau.

Acrescentou que julga poder trazer, com isso, não apenas reconhecimento público para situação, mas também o empenho do próprio secretário-geral da ONU para que se encontre uma solução de apoio internacional para o processo que está a ser desenvolvido na Guiné Bissau.

Ambos convergem em muitos dos valores que têm cimentado esta aliança estratégica, como hoje sobretudo renovaram o propósito e determinação em aprofundá-la e intensificá-la.

Pedro Passos Coelho realçou o entrosamento entre empresários angolanos e portugueses, em que os cidadãos dos dois países têm agora um terreno muito mais fértil para se poder lavrar e produzir resultados mais importantes para o desenvolvimento de Angola e Portugal.

Referiu que não tem duvida que das diversas áreas que tiveram a oportunidade de analisar, desde a Educação a Saúde, em tudo que tem a ver com o combate aos desequilíbrios regionais e a necessidade de desenvolver o tecido empresarial nas pequenas e medias empresas, no interior de Angola, passando também por todos os instrumentos bilaterais que vão regulando o quadro de relacionamento económico, a reunião que hoje tiveram foi extremamente positiva e muito promissora quanto ao que será o trabalho que irão desenvolver nos próximos tempos.

Disse que quanto melhor for a abertura e qualitativamente mais intensa no espaço da língua portuguesa, ao Atlântico e a globalização, mais Portugal se pode afirmar no espaço Europeu de forma diferente, ajudando a uma abertura maior do continente e ao mesmo tempo diferenciar-se dos demais países.

Saudou ainda o apoio dos estados da Comunidades dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), pelo apoio prestada para que Portugal também estivesse, este mês, a presidir o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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