sábado, 3 de setembro de 2011

Brasil - Opinião: REVISTA VEJA VERSUS JOSÉ DIRCEU E O PT




Opinião em UMA APURAÇÃO FEITA NAS SOMBRAS - Entrevista a José Dirceu

Todo esse berreiro que o PT faz contra a imprensa não é inútil, não, para eles. A turma já sabe que isso costuma funcionar em parte. Os veículos tendem a redobrar os “cuidados” para “provar” que os petistas estão errados e que é mentira que exista uma “conspiração midiática”.

E como é que fazem para “provar” isso? Dão amplo espaço para as alucinações dos companheiros e iniciam uma verdadeira corrida para publicar matérias negativas contra os adversários do PT. Atenção! É claro que os não-petistas também cometem falcatruas. A questão não é essa. Estou me referindo àqueles que se mobilizam com o propósito de provar para o tribunal petista que são isentos. Aí, como se diz em Dois Córregos, “um mosquito vira um boi”; uma suspeita, ainda que inconsistente, contra um oposicionista ganha alto de página, destaque, suíte.

Ou seja: para provar que petistas mentem, faz-se justamente o que os petistas querem, e eles agradecem. É mais ou menos como o refém que quer sinceramente demonstrar para seu seqüestrador que é uma pessoa bem comportada.

Quem procede assim reconhece o tribunal petista como um foro legítimo para debater a isenção da imprensa. Isso é comum. Até esses vagabundos do nariz marrom que andam por aí, que escrevem páginas financiadas por estatais, conseguem ter alguma eficácia patrulhando gente séria. Há alguns que, abraçados a seu equívoco, tentam provar que a canalha não tem razão, como se esses meliantes tivessem algum compromisso com a verdade factual. Eles estão trabalhando. E seu trabalho consiste em tisnar a reputação de gente séria. Não tenho como fazer uma aposta, mas que seja simbólica ao menos: daqui a alguns dias, vem uma enxurrada de matérias para demonstrar aos petistas que também a oposição apanha da mídia, ainda que, para tanto, seja preciso superestimar o mosquito para que ele vire um boi.

Opinião em mesma postagem

Ontem foi o dia pajelança “contra a mídia” no Congresso do PT. Todos os capas-pretas do partido deitaram falação contra a imprensa. Resolveram encontrar um inimigo comum para tentar dirimir as suas próprias diferenças. Dilma saiu de lá mais encabrestada do que entrou, mas essa será matéria para outro artigo. Retomo o fio.

À diferença do que disseram ontem aqueles pistoleiros da democracia, a tal “mídia”, a imprensa, sempre foi é generosa com o PT — na oposição ou na situação. Quando estava no combate a sucessivos governos (em alguns casos, esse combate poderia ter sido chamado de “sabotagem”) era visto como o “partido da ética na política”. Só um trouxa que nunca viu um petista operando de perto para acreditar nisso. Tão logo chegou ao governo e jogou seu programa no lixo — um lugar bastante adequado, diga-se —, seu estelionato eleitoral foi aplaudido por boa parte da imprensa como prova de maturidade, como conversão à racionalidade. E pouco importava que tivesse sido eleito com um discurso e governasse com outro.

O apoio a Antonio Palocci nos primeiros tempos do governo Lula foi unânime. Quem tentava derrubá-lo eram petistas como José Dirceu e… Dilma Rousseff. As oposições eram fascinadas por ele, e a “mídia” se dava por satisfeita que ele não fosse da tropa que queria botar fogo no circo. Mais do que isso: ele, de fato, aderiu aos princípios da governança que havia herdado do governo FHC. Quem falava em “Plano B” para a economia naqueles tempos era… Aloizio Mercadante! Quem chamava ajuste fiscal de “rudimentar” era a agora presidente. Não faltou suporte “midiático” ao estelionato petista. Afinal, Palocci era tão racional que nem parecia um deles… Se o sucesso do governo Lula se deve, em boa parte, ao apoio dado a Palocci, as oposições e a “mídia conservadora” fizeram mais pelo Apedeuta do que sua própria militância.

A tal mídia, na média, segue generosíssima com Dilma Rousseff. Os lulistas têm uma certa razão: de fato, há uma tendência a superestimar a “faxina” da companheira — que ela mesma renegou ontem, é bom deixar claro. Não que o faça, como supõem Lula e seus asseclas, para satanizar o governo passado. De boa-fé, a maior parte da imprensa faz o que fazem as pessoas decentes: dá seu apoio quandos envolvidas em falcatruas são demitidas. Ocorre que Lula toma a queda de um corrupto como ofensa pessoal e agressão a seu partido, o que expõe a sua moral e a da legenda.

Estamos em setembro. Restam menos de quatro meses para a presidente encerrar o primeiro ano de governo. Cotejar suas promessas para este 2011 com suas realizações beira a desmoralização. Generosa, a “mídia”, com as exceções de sempre, tem preferido ignorar suas promessas. Ontem, no congresso do PT, ela admitiu o que vivo escrevendo aqui: fez parte do governo Lula e, portanto, a herança que carrega também é obra sua. Esse primeiro ano de Dilma é o nono do governo petista, como sabem os aeroportos, os portos, as estradas — áreas que estavam sob o seu guarda-chuva e que se encontram em petição de miséria. Severidade com a soberana? Quase nada! Ela tem sido poupada de sua própria obra — ou não-obra…

Os petistas sabem que a acusação do complô é ridícula; vai contra os fatos; vai contra as evidências. O que eles esperam é mobilizar alguns covardes e dissimulados da imprensa para que cumpram a sua pauta e sejam instrumentos de sua agenda.

Blog Reinaldo Azevedo

MANIFESTAÇÃO EM ISRAEL CONTRA “INJUSTIÇA SOCIAL” REÚNE 400 MIL PESSOAS




TSF

Cerca de 400 mil pessoas protestam na cidade deTelavive contra a «injustiça social» e o alto custo de vida em Israel. O movimento social já é considerado um dos maiores no país.

Para este sábado foram agendadas manifestações nas ruas de todo o país com o objectivo de reunir um milhão de pessoas, tendo o movimento popular o objectivo de reunir cerca de um sétimo da população.

«Nós, os novos israelitas, estamos determinados a seguir a luta por uma sociedade mais justa e melhor, mas sabemos que o caminho será longo e difícil», disse Itzik Shmuli, um dos líderes do protesto.

Os organizadores do protesto fizeram um apelo para reunir mais de um milhão de manifestantes na noite deste sábado, na tentativa de superar o protesto de 300 mil pessoas a 6 de Agosto, o maior da história de Israel.

«Vamos demonstrar que os que enterraram este movimento enganaram-se e que o povo está disposto a sair às ruas pela justiça social e pela defesa da educação e da saúde públicas», afirmou à AFP Stav Shafir, um representante do movimento.

EXÉRCITO SECRETO DA AMÉRICA MATOU MILHARES DE PESSOAS NOS ÚLTIMOS ANOS





Um comando militar "secreto" norte-americano anti-terrorista aumentou de 1800 efetivos para mais de 25 mil desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 e matou milhares de pessoas nos últimos anos, segundo o jornal Washington Post.

O Comando Conjunto de Operações Especiais (CCOE) cresceu mais de dez vezes em relação ao número de homens - e algumas mulheres - que tinha antes do 11 de Setembro e segundo um dos seus operacionais disse ao jornal "nem a [agência de serviços secretos norte-americana] CIA tem a dimensão ou a autoridade" para as missões que este grupo desempenha.

Em 2008, só no Afeganistão o CCOE matou cerca de 1000 pessoas e atacou 550 alvos. Em 2009, desempenhou 464 missões e matou entre 400 e 500 membros das forças inimigas.

O Washington Post indica que de um grupo dedicado ao resgate de reféns, o CCOE se tornou "o exército secreto da América".

A sua missão mais visível, em Maio deste ano, foi o assassinato do líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden no Paquistão, levado a cabo pela "Equipa 6", formada por soldados da unidade especializada da Marinha norte-americana, os "SEAL".

Mas a folha de serviços deste comando tem páginas infames: em Julho de 2002, um avião de reconhecimento do CCOE foi atacado quando voava sobre o Afeganistão.

Em retaliação, um avião de ataque ao solo disparou sobre seis alvos na aldeia de Kakarak e matou um número indeterminado de civis, com estimativas a variar entre 48 e centenas de pessoas, naquele que ficou conhecido como o "incidente da boda", uma vez que num dos alvos decorria uma festa de casamento.

O CCOE tem a sua própria lista de alvos a abater, cujos nomes não carecem de autorização presidencial, ao contrário da lista da CIA.

Os membros do comando estão espalhados por diversas unidades militares, agências governamentais e embaixadas norte-americanas pelo mundo. Quando estão em meios civis, não estão a obrigados a trajar uniforme. Em combate, não se identificam quer por nome ou por patente.

UMA APURAÇÃO FEITA NAS SOMBRAS - Entrevista a José Dirceu





Maria Inês Nassif, André Barrocal e Lourdes Nassif – Carta Maior

Como uma matéria da revista Veja virou caso de polícia e confundiu Civita com Murdoch. Em entrevista à Carta Maior, José Dirceu avalia o episódio e diz que a revista se meteu numa empreitada muito arriscada, do ponto de vista jurídico. Para ele, trata-se de uma estratégia para separar, para a opinião pública, as imagens do PT e da presidenta Dilma Rousseff ("Dilma sim, o PT, não") e também a "preparação política" para seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, no processo do chamado "mensalão".

Uma foto com óculos escuros e terno na capa da edição 2232 da revista Veja, para ilustrar o título "O poderoso chefão". Nas páginas internas, a exposição de imagens filmadas no corredor do hotel Naoum, em Brasília, onde o personagem ocupa duas suites como escritório. Elas datam do início de junho e são um desfile de autoridades e políticos que teriam acorrido ao hotel para conversar com uma sinistra figura, desenhada na abertura da matéria com óculos escuros, gravata vermelha e um fundo vermelho-PT.

A revista faz o cálculo de que o personagem da história teria gasto 45 horas em reuniões com aliados politicos para conspirar contra o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que caiu finalmente no dia 7 daquele mês. A matéria conclui com a frase: "a máfia não perdoa". Esse é mais um capítulo da conturbada relação de José Dirceu com a grande imprensa. Este episódio terminou numa delegacia de polícia e em inevitáveis comparações entre o estilo Veja e o modo Rupert Murdoch de fazer jornalismo, que levou à extinção do jornal britânico News of the World, do império do magnata das comunicações, depois que se tornou pública a prática do veículo de usar escutas ilegais e comprar informações de agentes de polícia.

Segundo boletim de ocorrência feito pelo chefe de segurança do Hotel Naoum, Gilmar Lima de Souza, a camareira Jôse Maia Medeiros foi abordada pelo repórter Gustavo Ribeiro, que dizia ser hóspede de um dos dois quartos usados pelo ex-ministro, por cessão do escritório de advocacia Tessele Madalena Advogados Associados. O repórter tentou convencer a camareira de que esquecera a chave dentro do quarto e pediu a ela para abri-lo. Jôse desconfiou e foi conferir o nome na relação de hóspedes. Não constava. Mais tarde, o repórter voltou ao hotel e hospedou-se na suite 1607, vizinha à de Dirceu. Era o dia 24 de agosto. A material saiu na edição que foi às bancas no dia 31, depois que o hotel registrou queixa na delegacia. Curiosamente, não há menção à matéria de capa na Carta ao Leitor, o editorial da revista.

No final da matéria, a revista dá a sua versão sobre o episódio policial por ela protagonizado: diz que Madalena, o advogado que aluga as suites usadas por Dirceu, "instou a segurança do hotel Naoum a procurar a delegacia de polícia para acusar o repórter da Veja de ter tentado invadir o apartamento que seu escritório aluga e, gentilmente, cede como 'ocupação residencial' a José Dirceu?. Segundo a revista, o repórter estava lá para investigar "as atividades de um personagem que age sempre na sombra".

Segundo o ex-ministro, a revista incorreu na violação de vários direitos garantidos pelo extenso artigo 5° da Constituição, como a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (item X); a inviolabilidade da casa do indivíduo (item XI) e o direito à reunião. O hotel ainda não sabe se incorreu em algum crime. Segundo apurou a Carta Maior, a direção do Naoum não tem conhecimento se as imagens publicadas pela Veja foram do circuito interno de segurança e vazadas por algum funcionário.

Ao contrário das matérias anteriores publicadas contra ele, quando o próprio PT evitou defendê-lo com grande estardalhaço, o episódio Veja terminou até em nota oficial de apoio do seu partido. E em inúmeros telefonemas de solidariedade.

Na quinta-feira, em seu escritório, localizado na avenida República do Líbano, o ex-ministro José Dirceu enumerou as razões pelas quais, a seu ver, a revista se meteu numa empreitada tão arriscada, do ponto de vista jurídico. Para ele, trata-se de uma estratégia para separar, para a opinião pública, as imagens do PT e da presidenta Dilma Rousseff ("Dilma sim, o PT, não") e também a "preparação política" para seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, no processo do chamado "mensalão"?. Ele calcula que o STF pode ter o processo pronto para julgamento até fevereiro ou março. Se passar daí, deixa de ser interessante, tanto para o Supremo como para os implicados, bancar um julgamento ainda em 2012, devido a proximidade das eleições. "Daí o julgamento vai ser politizado". "Eu quero ser julgado", garante Dirceu, que na sua vida pública acumulou processos e hoje só tem pendente o julgamento no STF. Ganhou foro privilegiado sem querer.

Existiam cinco processos contra ele correndo em instâncias inferiores. Foi absolvido em primeira e segunda instâncias em todos eles. Responde a um, com seu filho, o hoje deputado Zeca Dirceu - ambos também foram absolvidos em primeira e segunda instâncias. Também passou incólume por uma devasssa de 18 meses da Receita Federal. "Recebi um atestado de idoneidade", avalia. E espera que o pleno do STF reconheça que o inquérito policial não tem nenhuma prova contra ele. "A instrução da PF me absolveu", garante. Hoje, Dirceu calcula que gaste 50% de seu tempo trabalhando na sua defesa. A outra metade, dedica em partes iguais à militância partidária, como membro do Duretório Nacional, e ao trabalho profissional. Não nega que ainda tenha prestígio no partido. Não admite, contudo, que tenha influência no governo.

O ex-ministro não abre mão de opinar sobre questões partidárias. E não esconde que é consultado sobre questões estratégicas para o partido. Na entrevista à Carta Maior, falou como dirigente partidário, ao defender que o PT assuma bandeiras que o governo petista, por força de suas alianças, não pode assumir, e tome para si o trabalho de convencimento da opinião pública. Uma das causas defendidas é a taxação do capital e das grandes fortunas. Veja trechos da entrevista.

O PT tem que colocar na agenda a taxação do capital, defende Dirceu

Carta Maior: Existe a possibilidade de o PT incluir em sua agenda a taxação de lucros bancários e remessas para o exterior, mesmo sendo governo?

José Dirceu: O Congresso do PT, neste momento, não discute apenas o apoio à Reforma Tributária, mas de uma Reforma Tributária progressiva, em que os que ganham menos paguem menos, os que ganham mais, paguem mais. Além da desoneração de investimento e produção, uma reforma que olhe as grandes fortunas e os lucros extraordinários do capital, como aliás está sendo discutido nos Estados Unidos e na União Européia. O Nicolas Sarkozi e a Angela Merkel falam de uma tributação de operações financeiras, e o Barack Obama, que é insuspeito, também pensa em taxar os ricos.

A discussão de se esse tipo de imposto é racional foi contaminada por 20 anos de conservadorismo nos Estados Unidos. Lá, houve uma desoneração das classes ricas e uma oneração das classes médias, do trabalhador americano. Os EUA têm que sustentar os investimentos sociais e, principalmente, os investimentos em pesquisas e inovação. Eu acho que, se para os Estados Unidos vale esse debate, e para a Europa também, vale mais ainda para o Brasil, onde os lucros financeiros são fantásticos e é grande a a concentracão de renda.

Carta Maior: Isso não pode afugentar capital, em um momento de crise como esse?

José Dirceu: Não vejo como. Vai fugir do Brasil por que se a taxa de retorno do país é a mais elevada do que em qualquer país do mundo? O Brasil, entre os Brics, é o melhor destino de investimento. Aliás, há uma corrida de investidores americanos para o Brasil nesse momento, e no setor produtivo.

Carta Maior: Como um partido de governo consegue assumir essas bandeiras mais progressistas sem desequilibrar o Executivo?

José Dirceu - Essa tarefa é do partido, não é do governo. Por certo, a agenda do governo depende da correlação de forças na sociedade e no parlamento. O partido tem que ser a vanguarda. Por exemplo, a regulação da mídia. É o partido que tem que assumir esta bandeira. O PT tem que esclarecer à sociedade que isso não tem nada a ver com censura, que existe desde Portugal aos Estados Unidos, desde a Austrália ao Canadá; que na Grã-Bretanha, inclusive, é uma regulação fortíssima. Se o partido não faz isso, quem é que vai fazer? Por exemplo, a Reforma Política, o partido é que tem que lutar por ela. O Lula apresentou um projeto, chamou o seu ministro da Justiça, o seu articulador politico, consultou a sociedade, a presidenta tomou posse defendendo a Reforma Política. Agora, cabe ao partido. O PT está na vanguarda dessa luta, fez propaganda, fez material, fez pesquisa.

O relator na Câmara, Henrique Fontana, é do PT e está fazendo grandes esforços para aprovar o projeto, mesmo com alguns recuos do partido, para viabilizar pelo menos o financiamento público com voto misto. É natural que o partido saia na frente. Assumir bandeiras é tarefa do partido. Há 10 ou 15 anos atrás, quem levantou as bandeiras dos direitos da mulher e dos homossexuais, a luta pela mudança da legislação para garantir espaço a quem tem necessidade especial, a legislação sobre direitos humanos, foi o o PT. O governo vai assumindo na medida em que cria condições na sociedade, inclusive para isso.

Carta Maior: Como você avalia o relacionamento da Dilma com o PT?

José Dirceu - Muito bom. O relacionamento dela com o Rui Falcão (presidente do PT) e com a Executiva tem sido permanente, flui bem. Ela tem prestigiado o PT nos momentos mais importantes e assumiu a articulacão política. Nos primeiros meses de governo, é natural que um presidente não tenha como assumir a articulacyão. Dilma também enfrentou uma crise internacional gravíssima e depois toda essa situação de mudança de ministros. No ultimo mês, ela assumiu muito a articulação política.

Carta Maior: E isso é bom?

José Dirceu: Acho que houve uma melhora na articulacão política do governo com uma presença maior da presidenta. A relação está muito boa. Aliás, acho que nunca houve uma relação tão boa como agora, pelo menos de presença, assiduidade, entre a presidenta e o presidente do PT. No governo Lula, a relação entre governo e partido fluiu bem apenas nos três primeiros anos. Depois do episódio dos "aloprados", ela ficou bastante comprometida.

Leia Mais:
Dilma, Lula, PT e CUT criticam mídia; Congresso petista quer nova lei

EUA E REINO UNIDO COLABORARAM DE FORMA ESTREITA COM REGIME DE KADHAFI




TSF

Os jornais The Wall Street Journal e The Independent cita documentos encontrados num edifício da secreta líbia e onde são reveladas estreitas ligações entre EUA, Reino Unido e Líbia de Kadhafi.

Norte-americanos e britânicos colaboraram no passado de forma estreita com os serviços de informação líbios, revelam documentos a que os jornais Wall Street Journal e The Independent tiveram acesso.

De acordo com documentos revelados pelo he Wall Street Journal e que foram encontrados num edifício que pertencia aos serviços secretos líbios, a CIA estabeleceu uma «presença permanente» na Líbia em 2004.

No tempo da administração de George W. Bush, a secreta norte-americana terá mesmo entregue alegados terroristas ao regime de Muammar Kadhafi e sugeriu mesmo as perguntas que deveriam ser feitas a essas pessoas.

«Em 2004, os EUA tentaram convencer o governo líbio a renunciar ao seu programa de armas nucleares e ajudar a prender os terroristas que visavam os norte-americanos», afirmou um responsável dos EUA a este jornal a coberto do anonimato.

O jornal britânico The Independent cita um documento norte-americano classificado de «secreto» em que a secreta norte-americana indica que está em «condições» de entregar «fisicamente» aos líbios um homem de nome Sheik Moussa, apresentando como membro de um grupo ligado à al-Qaeda.

Ainda de acordo com este diário, o Reino Unido chegou a comunicar, numa carta datada de 2004, informações ao regime de Kadhafi sobre opositores líbios no exílio.

VATICANO REJEITA ACUSAÇÕES DE QUE TENTOU ABAFAR ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS




TSF

Em comunicado, a Igreja Católica garantiu que não tentou interferir na investigação de crimes de abuso sexual de crianças praticado por padres na Irlanda.

O Vaticano rejeitou as acusações vindas do parlamento irlandês segundo as quais a Igreja Católica tentou abafar o abuso sexual de crianças cometido por padres na Irlanda.

«A este respeito, a Santa Sé quer deixar bastante claro de que de forma nenhuma tentar impedir ou procurou interferir em qualquer inquérito aos casos de abuso sexual de crianças na Diocese de Cloyne», afirmou a Igreja Católica, em comunicado.

O Vaticano adiantou ainda que «num espírito de humildade, ao mesmo tempo que rejeita estas acusações sem sustentação, acolhe todas as observações e sugestões positivas que ajudem a combater com determinação o horrendo crime do abuso sexual de menores».

TURQUIA VAI DESAFIAR LEGALIDADE DO EMBARGO NAVAL ISRAELITA A GAZA





O ministro dos Negócios Estrangeiros turco afirmou que o seu país está preparado para desafiar Israel no Tribunal Internacional de Justiça sobre a legalidade do bloqueio naval a Gaza.

As declarações de Ahmet Davutoglu's foram feitas um dia depois da expulsão do embaixador israelita em Ancara e de o Governo turco ter rompido as relações de cooperação militar com Israel.

Na sexta-feira, o Governo israelita recusou-se a pedir desculpas pelo ataque realizado no ano passado a uma embarcação turca com ajuda a Gaza, que causou mortes.

Na entrevista à televisão estatal turca TRT, Dayutoglu rejeitou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que indicava que o bloqueio naval a Gaza tinha sido imposto legalmente como medida de segurança.

Davutoglu's referiu também que a Turquia não reconhece a legalidade do bloqueio naval a Gaza e que vai dar início, na próxima semana, a um processo de contestação no Tribunal Internacional de Justiça.

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 37




MARTINHO JÚNIOR

MAIS UM EPISÓDIO DA IIIª GUERRA MUNDIAL EM CURSO

I

Este fim do Ramadão está a ser animadamente sangrento, tempestuoso e polémico para o Médio Oriente e para África:

No que diz respeito a África, ao mesmo tempo que o Libya Islamic Fighting Group desempenhou um papel-chave na tomada de Tripoli por parte dos rebeldes, dois atentados à bomba reivindicados pelo Al Qaeda ocorrem – um na Argélia, outro na Nigéria.

Com conexões distintas no Norte de África e na Somália, a Al qaeda, com mais ou com menos manipulações, indicia não ter perdido capacidades de coordenação entre as suas células apesar da sua decapitação enquanto ampla organização.

Em qualquer dos casos, Argélia, Nigéria e Líbia, há indícios de que uma autêntica luta intestina está a ocorrer neste momento, entre os serviços de inteligência anglo-saxónicos e de seus aliados-fantoche (plataforma do Pentágono, com a OTAN, aliados das monarquias árabes e Israel) e uma resistência islâmica que não está suficientemente inventariada, mas tem como pontos de apoio importantes o Irão, a Síria e agregados dispersos pela vasta região onde estão a acontecer as principais batalhas: Médio Oriente e Nordeste de África, com forças centrífugas em direcção ao Norte de África, Golfo da Guiné, Chechénia e Paquistão, (expandindo o “arco da crise”).

A decapitação da Al Qaeda, se está a ser filtrada pela CIA, pelo MOSSAD, pelo MI5 e MI6, assim como pelos Serviços Franceses, todos esses aliados das monarquias árabes, está a propiciar a disputa das células “executivas” por parte de correntes ligadas ao Irão e Síria, com expressão também no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão e na própria Líbia.

A Al Qaeda post Abu Musab al-Zarqawi e Bin Laden desagrega-se em várias direcções e mediante dois pólos (que indiciam estar cada vez mais antagónicos) de atracção!

A “Obama Doctrine” permite associar as novas tecnologias aplicadas a novos armamentos, equipamentos e técnicas, a novas técnicas “Humint”, que implicam sincronizações operativas entre a aplicação de forças especiais e grupos radicais, incluindo os provenientes da Al Qaeda (CIA shifts focus to killing targets – http://www.washingtonpost.com/world/national-security/cia-shifts-focus-to-killing-targets/2011/08/30/gIQA7MZGvJ_story.html?tid=wp_ipad).

Na Líbia o registo dos acontecimentos dá-nos pistas sobre a guerra intestina que já está a minar o CNT, Conselho Nacional de Transição e que poderá fazer eclodir episódios sangrentos durante os próximos meses:

1 – O assassinato depois de detenção do Chefe de Estado Maior das forças do CNT em Benghazi, General Abdel Fatah Younis, propiciou aos chefes do LIFG, com forças recrutadas no oeste da Líbia e treinadas pelos serviços especiais britânicos e franceses, a tomada de Tripoli, o que significa dizer que são eles, neste momento, o braço armado com aparentemente mais poder dentro do CNT, numa altura em que Kadafi passou à guerrilha.

2 – Ao mesmo tempo, o facto de Salif al Islam, o filho de Kadafi estrategicamente melhor colocado, ter sido aparentemente detido pelos rebeldes, para horas depois aparecer livre defronte de jornalistas estrangeiros num Hotel de Tripoli, em plena saúde, sorridente e desafiador, sugere-nos uma ideia de seu raio de acção em termos de influência, de coordenação e de ligação, muito provavelmente para dentro de células muito sensíveis no interior do LIFG, fazendo aumentar as expectativas sobre a potencialidade e raio de acção da guerrilha anunciada por Kadafi.

Aqueles que são factores causais dos desequilíbrios intestinos do regime de Kadafi, cuja desagregação sangrenta está a fazer com que as situações explosivas se desencadeiem com poucas possibilidades de retorno a uma situação de paz, ainda que precária, nos próximos tempos, indiciam não ter feito uma avaliação suficiente da correlação de forças dentro do CNT, formado sem o suficiente amadurecimento ou “sublimação”.

Esse facto torna a volátil região do Sahara e Sahel, com a margem sul na Nigéria, mais vulnerável ainda.

Isto quer dizer também que há cada vez mais indícios de que o AFRICOM/OTAN, os serviços de inteligência e os serviços especiais anglo-saxónicos e de seus aliados-fantoches, terão muito que desbravar em termos de agenciamento e influência por dentro do CNT e da decapitada Al Qaeda, apesar das vantagens que aparentemente possuem.
  
II

A Argélia, que tem historicamente feito frente às actividades de grupos de AQIM (Al Qaeda in the Islamic Mahgreb), sofreu no final de Agosto último um atentado dirigido contra a Academia Militar de Cherchell, que provocou 22 mortos e mais de 20 feridos (Al-Qaeda branch claims responsibility for Algeria bombing - http://mg.co.za/article/2011-08-28-alqaeda-branch-claims-responsibility-for-algeria-bombing/).

Entre os mortos há 2 oficiais superiores sírios e 1 oficial superior da Tunísia.

Esse acontecimento foi simultâneo ao facto das autoridades argelinas terem aceite a entrada de 31 membros do clã de Kadafi que não constam nas listas de pessoas a deter para se fazerem presentes ao TPI, alegando “razões humanitárias”, na sua fronteira sudoeste, que entretanto foi reforçada com efectivos militares e policiais e encerrada no sector que confina com a Líbia.

Enquanto se deu a entrada desses membros do clã, o El Watan noticiou que o Presidente Bouteflika havia recusado a entrada na Argélia do próprio Kadafi (Alger refuse l’entrée à El Gueddafi – http://www.elwatan.com/international/alger-refuse-l-entree-a-el-gueddafi-01-09-2011-138204_112.php).

A acção da AQIM indicia identificar-se com a evolução na Líbia, nomeadamente com o facto da Libya Islamic Fighting Group estar a ter uma posição militar (e política) tão relevante no Conselho Nacional de Transição, de acordo com a estratégia AFRICOM/OTAN, mas susceptível de outro tipo de acções e provocações, incluindo as mais sangrentas.

A acção da AQIM tende a obrigar a Argélia, que em relação à Líbia procura manter uma posição neutra, a não aderir à posição dos países africanos que, no quadro da União Africana pretendem uma via pacífica para a solução do explosivo contencioso líbio.
  
III

Quase que em simultâneo, na Nigéria um grupo que se identifica como da Al Qaeda rebentou um engenho junto do edifício da ONU em Abuja, provocando 18 mortos (Explosion hits UN building in Nigéria – http://mg.co.za/article/2011-08-26-explosion-hits-un-building-in-nigeria).

Na sequência os Serviços de Segurança do Estado (SSS), que investigam o atentado terrorista, detiveram 2 chefes do grupo Boko Haram, aparentemente ligado a células da Al Qaeda na Somália (SSS arrests two, declares blast mastermind wanted – http://www.ngrguardiannews.com/index.php?option=com_content&view=article&id=59722:sss-arrests-two-declares-blast-mastermind-wanted&catid=1:national&Itemid=559).

O Governo da Nigéria apressou-se a reconhecer o Conselho Nacional de Transição que congrega os “rebeldes” líbios tutelados pelo AFRICOM/OTAN, possivelmente na expectativa de assim agradar a quem é mais decisivo na estratégia militar de agressão na Líbia, vendo-se agora confrontada com o facto de seus próprios cidadãos, migrantes na Líbia, estarem a ser mortos por esses mesmos “rebeldes”  reconhecidos pela Nigéria (Libyan rebels killing Nigerians, other black Africans – http://www.punchng.com/Articl.aspx?theartic=Art20110901132193).

É evidente que a posição do governo da Nigéria fica em cheque, perante seus próprios interesses (e particularmente de seus cidadãos migrantes) e perante os países africanos que, tendo-se manifestado favoráveis à paz, ao diálogo e a conversações entre as partes líbias intervenientes de forma a evitar-se uma guerra como a que continua em curso, também não foram tidos em conta.

No que diz respeito à União Africana, aqueles que em África estão a reconhecer o Conselho Nacional de Transição instrumentalizado pelo AFRICOM/OTAN (e um deles é Cabo Verde), revelam a vulnerabilidade das elites africanas e o seu enfeudamento, ou agenciamento pela campo da hegemonia, ainda que os “rebeldes” que eles reconheceram, serem aqueles mesmo que estão a matar sumariamente muitos migrantes africanos na Líbia.

Tão ciosos que estão os ocidentais em relação aos “direitos humanos”, de acordo com suas opções militares, que esquecem que ao desencadear mais uma guerra, eles próprios ficam automaticamente sujos por crimes que só a eles podem ser imputados por não darem sequer atenção aos africanos mais avisados e traumatizados pela continuidade dos conflitos que devassam a vida no continente.

Os migrantes africanos barbaramente chacinados pelos “rebeldes” caucionados pela AFRICOM/OTAN, colocados de fora da cobertura daqueles que no ocidente dizem defender os “direitos humanos”, são a prova de sangue de que África precisa para condenar energicamente a agressão, a política ocidental hipócrita, ambivalente e sanguinária e motivo para que, duma vez por todas, a União Africana seja tida em conta em todos os assuntos que se referem ao continente.

Haja coragem e lucidez: o AFRICOM/OTAN, os mentores e instrumentos da “Obama doctrine” fora de África e a sentarem-se no banco dos réus do TPI, em nome das vítimas inocentes da barbárie dos “rebeldes” da CIA!

Milhares de bebés continuam a nascer contaminados com HIV em Moçambique




SIMIÃO PONGOANE, Washington – VOA News

É "ineficaz" o medicamento usado na prevenção da transmissão do vírus de HIV de mãe para filho.

Moçambique precisa de abandonar o tratamento de mulheres grávidas e infectadas pelo vírus de HIV com a niverapina para acabar com os casos de transmissão vertical da mãe para o filho. A posição foi apresentada ontem, no Maputo, por Michel Sidibe, director executivo do Programa das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA).

O diretor-executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, recomendou às autoridades de saúde de Moçambique que abandonem o uso da nevirapina, por considerar "ineficaz" o medicamento usado na prevenção da transmissão do vírus de HIV de mãe para filho.

Segundo o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/SIDA (ONUSIDA), Michel Sidibé, "Moçambique figura na lista dos 30 países em que 25 por cento das mulheres grávidas continuam a usar a niverapina para prevenir a transmissão vertical".

Esta linha de tratamento já foi abandonada por muitos países, por ser ineficaz, pois contribui tanto para o nascimento de crianças com infeção do vírus que causa a SIDA, como para a morte da mulher durante o parto.

Falando aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, Michel Sidibé, que está a efetuar uma visita a Moçambique, disse que "o país deve tomar uma resolução no sentido de estancar novas infeções, de modo a que não haja mais nascimentos com infeções".

Em Moçambique, o tratamento da transmissão vertical é feito pelo Ministério da Saúde, que ainda aplica a monoterapia com niverapina, e pela Comunidade de Sant`Egídio, que usa a tri-terapia às mulheres grávidas a partir da 25.ª semana de gestação e até seis meses depois do parto, a recomendada pelas Nações Unidas.

Reagindo hoje à Lusa, o porta-voz do Ministério da Saúde moçambicano, Leonardo Chavane reconheceu que "em alguns locais" de Moçambique ainda se usa a monoterapia com niverapina, mas assegurou que, "em 2010, o país tomou a decisão de abandonar a monoterapia".

"Para se mover de uma para a outra terapia há condicionalismos", nomeadamente "uma formação intensiva de quatro a cinco mil profissionais de saúde das 970 unidades sanitárias do país, onde se faz a transmissão vertical", lembrou Leonardo Chavane.

"Estamos a avançar para a implementação da tri-terapia", garantiu o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique.

Luanda: Manifestação de jovens resulta em feridos, detidos e agressão a jornalistas




NISA MENDES - LUSA

Luanda, 03 set (Lusa) -- Várias pessoas ficaram feridas, outras detidas e alguns jornalistas agredidos em consequência da manifestação que hoje um grupo de jovens angolanos está a realizar em Luanda para exigir a destituição do Presidente do país.

A manifestação, realizada com o objetivo de "exigir a destituição de José Eduardo dos Santos" e a "democratização dos órgãos públicos", começou ao início da tarde de hoje, no Largo da Independência, como previa o seu programa.

No largo, onde tinham a autorização para se manifestarem, juntaram-se cerca de uma centena de jovens, sob vigilância de um forte aparato policial.

Espancamento e detenções marcam início das manifestações deste sábado


CÂMARA DA RTP ÁFRICA DESTRUÍDA PELOS VERDUGOS DO DITADOR*

A câmara de filmagem da RTP-África foi destruída por elementos da polícia, Alexandre Solombe, da VOA, foi torturado e a polícia extraviou as suas pastas.

Carbono Casimiro, Alexandre Dias Libertador, Gaspar Luamba e muitos outros continuam detidos.

Orlando Bernardo é o mentor das detenções.

*Subtítulo PG

Mais de 30 jovens continuam detidos até ao momento

Os jovens manifestantes no largo Primeiro de Maio continuam a se manifestar contra o já intitulado ditador.

José Eduardo dos Santos mandou deter os manifestantes que caminham para o palácio presidencial para exigir a demissão de dos Santos.

Ainda assim os jovens continuam concentrados no Primeiro de Maio à hora do termino desta edição.

Viu-se no local vários feridos e espancamento de jornalistas.

 *Atualização em curso

LÍBIA NA MIRA DA OTAN





A Líbia, como país, teve sua independência aprovada pela ONU em 01 de janeiro de 1952, adotando, a partir de então, o nome Reino Unido da Líbia. Inicialmente, o poder político passou a ser exercido pelo líder religioso dos sanusis, o emir Sayyid Idris al-Sanusi, que foi então coroado rei, adotando o nome de Idris I (1951-1969).

Em 1953, a Líbia passa a integrar a Liga Árabe, e, em 1954, firma vários acordos militares com os Estados Unidos e a Inglaterra, em troca de auxílio na edificação do país e na realização de obras de infraestrutura. Convém lembrar que a Líbia havia sido palco de severas batalhas no decorrer da Segunda Guerra Mundial. No entanto, estes acordo, que propiciaram a construção de várias bases militares norte-americanas e britânicas em seu território, também abriram caminho para os estas nações se impusessem no controle político do país, influenciando-o imensamente. Em 1959, é descoberto petróleo no território líbio, gerando toda uma reversão na condução da política externa do país, pois o governo líbio exigiu a retirada de todas as tropas estrangeiras de seu território, causando sérios atritos os Estados Unidos, a Inglaterra e o Egito. Assim, o governo da Líbia pretendia ter uma posição não subserviente aos ditames estrangeiros, visto que teria os recursos financeiros necessários à edificação do país oriundos da exploração e exportação do petróleo, que começaria a ser realizada em 1961.

Em 1969, um grupo de militares ultranacionalistas, alicerçada com a idéia do pan-arabismo, destitui a monarquia e implanta um governo socialista, criando a Jamairia, República Árabe Popular e Socialista da Líbia. Este novo regime tinha base muçulmana e era extremante militarizado e seguia uma ideologia dita socialista. O poder centra era exercido pelo Conselho da Revolução e era presidido pelo coronel Muammar Khadafi.

Muammar Khadafi, ao se tornar chefe em 1970, promoveu significativas mudanças internas na Líbia. Expulsou os últimos efetivos militares estrangeiros ainda presentes no país, decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos da Líbia. Além disso, Muammar Khadafi implantou uma nova postura política externa na Líbia, projetando-se junto ao mundo árabe e ainda promoveu uma verdadeira revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Inglaterra e os países árabes ditos moderados (Egito, Sudão), mas que na verdade eram países fortemente influenciados pelas potências ocidentais.

Com o poder absoluto nas mãos, uma vez que não há outro partido político na Líbia, principalmente de oposição, Muammar Khadafi, em nome da União Socialista Árabe, e, aproveitando-se dos imensos recursos financeiros que a exploração proporciona ao país, assume uma postura altamente belicista, fortalecendo seu aparato militar e interferindo em diversos outros países vizinhos, como fez com o Sudão e o Chade (Tchad), invadindo este último em 1980.

Por ocasião da Guerra do Yom Kippur (guerra ocorrida entre Israel, Síria e Egito, ocorrido de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973), Muammar Khadafi convenceu os países árabes aos quais possuía maior influência a boicotarem, deixando de exportar petróleo, os países que apoiaram Israel nesta guerra. Muammar Khadafi ainda se opôs à iniciativa do presidente egípcio Anwar al-Sadat, que pretendia restabelecer a paz com Israel. Muammar Khadafi dedicou forte à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), colaborando e ainda expandindo sua rede de influências a outros grupos revolucionários de países não árabes, alguns até praticantes de ações terroristas, que passaram a receber constante ajuda econômica da Líbia.

Assim, por conta de sua política externa de rejeição a Israel, de reiteradas declarações e ações anti-americanas e de uma política de fortes laços com a União Soviética, país que fornecia a maioria dos armamentos líbios, as relações entra a Líbia e os Estados Unidos tornaram-se as piores possíveis. Tanto que em 1982, os Estados Unidos impuseram um embargo às importações de petróleo líbio.

Em abril de 1986, a Sexta Frota da Marinha e a Força Aérea norte-americanas bombardearam vários alvos supostamente militares em Trípoli (capital) e Benguaze, matando uma filha adotiva do dirigente Muammar Khadafi. Alegava-se que a Líbia promovia o terrorismo internacional, principalmente contra soldados norte-americanos. Esta iniciativa norte-americana, ocorrida em pleno governo Ronald Reagen, foi severamente condenada pela comunidade internacional. Tanto que alguns países, como Espanha e França, negaram-se a permitir que os aviões norte-americanos cruzassem seus espaços aéreos, obrigando-os a contornarem a península ibérica, uma vez que vários aviões bombardeios F-111 utilizados pela força aérea norte-americana decolaram de bases aéreas inglesas e tiveram que realizar vários abastecimentos no ar para poderem atingir o território líbio.

Após o advento do bombardeio norte-americano, a Líbia passou a ter uma posição de isolamento no mundo. Somente a partir do final de década, em 1989, que a Líbia incrementou suas ações diplomáticas, primeiramente associando-se à União de Magreb, que vinha a ser um acordo comercial firmado entre países do norte da África. Posteriormente, a partir de 1990, Muammar Khadafi ensaiou melhorar suas relações com as potências ocidentais, até porque a própria União Soviética e o mundo da “cortina de ferro” estava ruindo, e estes eram pilares importantes na manutenção de seu governo. Aina, apesar de se manter praticamente neutra por ocasião da Guerra do Golfo, em 1991, a Líbia sofreu outra derrota no cenário político e diplomático internacional, quando em 1992, o Conselho de Segurança da ONU, aprovou um embargo comercial ao país, sob a alegação da Líbia ainda proteger terroristas internacionais.

Já durante a década de 1990, o regime de Muammar Khadafi encontrava crescente resistência interna por parte de alguns grupos islâmicos, fazendo com que Khadafi tivesse que reagir com rigor a estes movimentos. Também nesta época, Muammar Khadafi percebeu ser interessante, face às mudanças políticas do cenário internacional, tentar mudar sua imagem como sendo um líder político moderno e dinâmico.

Quanto à liberdade de expressão, por exemplo, esta praticamente inexiste na Líbia, sendo considerada pela ONU como o país africano de maior censura, inclusive com intervenções governamentais no uso ao telefone e da internet. O regime de Khadafi sempre exerceu violenta repressão a qualquer tipo de oposição, e focava todas as propagandas governamentais a divulgar sua imagem como a figura do líder perfeito.

No entanto, o período de Muammar Khadafi à frente do governo líbio, resultou em alguns avanços importantes para o progresso do país. De acordo com relatórios da ONU, divulgados em ONU em 2007, a Líbia possuía o maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África. Além disso, o ensino é gratuito até a conclusão da universidade, sendo ainda que até 10% dos alunos universitários estudam na Europa e nos Estados Unidos com bolsas pagas pelo governo.

Ainda no aspecto das melhorias sociais do país, a Líbia proporciona aos casais recém casados até cinqüenta mil dólares para adquirir seus bens essenciais á formação de seus núcleos familiares. O sistema de saúde do país é inteiramente grátis e eficaz. O sistema financeiro líbio é totalmente controlado pelo governo e, quando uma família líbia obtém um empréstimo para obras que resultem no aumento de sua moradia, por exemplo, este empréstimo é concedido pelo banco estatal e sem juros. Além disso, em 2007, foi inaugurado o maior sistema de irrigação do mundo, visando irrigar parte do deserto (95% da Líbia), aumentando enormemente a produção agrícola do país.

Porém, mesmo com tais conquistas, no decorrer da década de 2000, pequenos movimentos de contestação e oposição ao regime ocorreram, sem o conhecimento da mídia internacional. Em 2011, após toda uma sequência de eventos contestatórios que se abateram sobre o mundo árabe, grandes manifestações populares também ocorreram na Líbia, resultando numa contundente ação militar da OTAN, sob o argumento de estar agindo em defesa da liberdade e contra a opressão de Muammar Khadafi ao povo líbio, “numa verdadeira ação humanitária”, como argumenta a OTAN. Assim, navios e aviões de diversos países, sob a égide da OTAN, empreenderam uma série de bombardeios ao território líbio, no intuito de derrubar o ditador Muammar Khadafi e estabelecer um novo regime governamental, ao exemplo do que foi feito no Iraque. Para tornar o processo ainda mais rápido, rebeldes opositores ao regime receberam armas e organizaram-se em milícias e puseram-se a lutar contra o governo. Uma verdadeira guerra civil se instalou no país, onde bombas lançadas pelos aviões da OTAN, com alto grau de destruição, não só destruíram alvos militares, mas abalaram grande parte das estruturas urbanas das cidades bombardeadas, ou seja, estas cidades literalmente terão que ser reconstruir suas redes elétricas, de água e saneamento, por exemplo.

Na verdade, o que se encontra por parte das ações da OTAN na Líbia em nada se refere à situação do povo líbio. São dois os principais motivos que fomentaram tal atitude quanto á Líbia:

• As grandes reservas de petróleo de excelente qualidade, que somam mais de quarenta e cinco bilhões de barris. Estima-se que as reservas norte-americanas sejam de, no máximo, dez bilhões de barris. Além desse petróleo, grande parte do território da Líbia está situado sobre o Sistema Aquífero Arenito da Núbia, a maior reserva subterrânea de água doce existente no mundo, que abrange uma enorme área, que, segundo as estimativas, contém 150.000 km³ de água; e,

• A não adesão da Líbia ao sistema financeiro internacional, tendo um banco central inteiramente independente. Além disso, a Líbia possui grandes reservas de ouro, que dão cobertura, lastro, ao valor de sua moeda, o dinar, e permite ficar imune às flutuações do dólar. Assim, o sistema financeiro internacional sentiu-se inseguro com tal independência, pois Khadafi tentou persuadir alguns países africanos a se desatrelarem do dólar como moeda internacional de negócios e estabelecerem uma moeda única. Tal idéia não é nenhum exagero, pois até mesmo a China já questionou os Estados Unidos neste sentido.

Então, pergunta-se quais os reais motivos que levaram a OTAN a empreender toda uma guerra contra a Líbia? Teriam sido motivos realmente humanitários? Ou, para variar, os motivos são econômicos e o povo continua sendo apenas um detalhe?

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11 Setembro: NOVA-IORQUINOS JÁ SENTEM NO BOLSO CUSTOS DO NOVO WORD TRADE CENTER




Paulo Dias de Figueiredo (Lusa) - Público

Em vésperas da inauguração do monumento às vítimas do 11 de Setembro, está lançada em Nova Iorque a discussão sobre a derrapagem de custos do novo World Trade Center, para alguns um “elefante branco” a pagar pelos contribuintes.

Uma das vozes mais críticas do envolvimento público no novo WTC, através da Autoridade Portuária [PA] de Nova Iorque e Nova Jérsia, é a de Nicole Gelinas, analista do centro de estudos conservador Manhattan Institute, para quem o recente aumento de portagens na região é efeito directo dos problemas orçamentais causados pelo projecto.

“Os custos de construção consumiram enormes quantias de dívida [para a PA], dívida que os pagadores de portagens e de bilhetes vão estar a saldar ao longo de muitos anos”, disse à Lusa.

Gelinas “espera” que os custos operacionais da Torre da Liberdade, a inaugurar em 2013, que em 3,3 mil milhões de dólares fazem do emblemático arranha-céus do WTC o mais caro construído até hoje, sejam compensados pelas rendas que a PA irá receber.

A polémica estalou a poucas semanas da inauguração do monumento às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que representa o início da devolução à cidade do Ground Zero, hoje um imenso estaleiro.

A braços com dificuldades orçamentais, a PA aprovou um conjunto de acentuados aumentos de portagens a aplicar aos principais túneis e pontes da cidade. Quem usa a ponte George Washington para entrar todos os dias na cidade, por exemplo, em 2015 irá pagar perto de 250 dólares por mês (cerca de 175 euros).

Para Nicole Gelinas, a PA está a desviar recursos da necessária construção e reparação de infra-estruturas, e tudo isto vem retirar competitividade económica à região, afastando empresas, trabalhadores e inflacionando produtos.

A analista defende que a PA venda o imobiliário que tem no WTC, presente e futuro - e se concentre na sua especialidade - transportes.

“Não há qualquer razão para uma agência do governo estar no negócio dos arranha-céus. Isto era verdade antes do 11 de Setembro e continua a sê-lo”, disse à Lusa.

Para o colunista do “New York Times” Joe Nocera, o projecto tornou-se no “elefante branco do 11 de Setembro”, data em nome da qual se está a colocar “mais um fardo económico sobre a classe média já assoberbada de Nova Iorque e Nova Jérsia”.

“O que está a ser feito em nome do 11 de Setembro - construção patrocinada pelo governo avaliada em 11 mil milhões de dólares nos 16 acres (6,5 hectares) no que chamamos Ground Zero - é um exemplo de tudo o que há de errado no governo moderno”, escreveu no diário de referência nova-iorquino.

Nocera acusou mesmo de “cinismo” a PA, por ter afirmado primeiro que os sobrecustos do projecto não significariam portagens mais caras, e mais tarde ter dito que, se o aumento destas não fosse suficiente, teria de “abrandar ou parar” a construção do WTC.

O aumento de portagens foi também duramente criticado em editoriais de tablóides da cidade como o “New York Post”, embora não directamente relacionado com o projecto.

A resposta surgiu no passado fim-de-semana nas páginas do “Times” pelo presidente da PA, Chris Ward, que admite que a Torre da Liberdade “pode não ser o investimento imobiliário mais lucrativo já feito”, mas que vai dar dinheiro ao fim de “vários anos”.

As “verdadeiras razões” para o aumento de portagens, defende, são a quebra das receitas da agência, devido à recessão, a triplicação dos custos de segurança das suas infra-estruturas desde o 11 de Setembro e projectos de remodelação em curso.

A intervenção da PA foi necessária porque durante cinco anos o sector privado não foi capaz de reconstruir por si só a zona, diz Ward.

“Foi só quando a PA entrou, com uma forte parceria público-privada, que a reconstrução se tornou real, mesmo com os admitidos desafios de caminho”, afirma.

Matan Ruak diz que na "devida altura se verá" sobre eventual candidatura às presidenciais




MSE - LUSA

Díli, 03 set (Lusa) -- O chefe das forças de defesa de Timor-Leste, o major-general Taur Matan Ruak, disse hoje à agência Lusa que na "devida altura se verá" se vai apresentar candidatura às presidenciais no país, previstas para 2012.

O major-general Taur Matan RuaK apresentou sexta-feira a demissão do cargo de chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL).

"Estou nas forças armadas há 36 anos e este é o momento para deixar", disse.

Questionado pela agência Lusa se vai ser candidato às presidenciais de 2012, o major-general disse: "a minha resposta é que na devida altura se verá o que vai acontecer por enquanto não quero especulações".

O major-general Taur Matan Ruak foi o último comandante das Forças Armadas para a Libertação e Independência de Timor-Leste (FALINTIL), com a restauração da independência, a 20 de maio de 2002, foi promovido a major-general e nomeado chefe das forças armadas timorenses.

O Presidente timorense, José Ramos-Horta, enquanto comandante em chefe das forças armadas do país, é quem decide se aceita ou não o pedido de demissão do major-general.

José Ramos-Horta encontra-se de visita à China e só regressa ao país na terça-feira.


Angola: Jovens manifestam-se hoje em Luanda para exigir "destituição" de PR angolano




SK - EL

Lisboa, 03 set (Lusa) - Um grupo de jovens angolanos está "decidido" a manifestar-se hoje em pleno centro de Luanda para "exigir a destituição de José Eduardo dos Santos" e a "democratização dos órgãos públicos".

Contactado telefonicamente a partir de Lisboa, Carbono Casimiro, um dos mais conhecidos 'rappers' angolanos, garantiu à Lusa que apesar de "algumas intimidações" os jovens estão "decididos" a levar a cabo a manifestação marcada para as 12:00 horas locais, na Praça da Independência.

Casimiro tem estado na linha da frente das manifestações que se realizaram este ano naquela praça situada no centro da capital angolana, todas com o mesmo pretexto: contra o Presidente José Eduardo dos Santos.

A primeira tentativa, a 07 de março foi frustrada pela polícia, que deteve cerca de 20 pessoas, a segunda, a 02 de abril, foi bem sucedida, sem interferência das autoridades e permitiu juntar cerca de 300 pessoas.

"Temos um excelente feedback de pessoas que realmente se identificam com esta causa e que garantem que vão participar - sem medo - na manifestação", afiançou.

"O nosso objetivo é permanecer no largo até que o regime nos ouça - isto se houver condições claro", afirmou Casimiro.

Sobre se receiam ações preventivas para impedir a manifestação ou o uso excessivo da força por parte das autoridades, este ativista garante que os jovens continuam firmes e sabem o que querem.

"Não temos medo da força que eles possam vir a usar, estamos decididos a enfrentar - em nome da liberdade - esse aparato que todos sabemos que ali vai estar", frisou.


MANUEL PINTO DA COSTA É EMPOSSADO HOJE NO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA




EL – MYB - LUSA

São Tomé, 03 set (Lusa) -- Manuel Pinto da Costa é hoje empossado no cargo de Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, tornando-se o quarto chefe de Estado da história desta ex-colónia portuguesa.

Manuel Pinto da Costa, que completou 74 anos dois dias antes da segunda volta das presidenciais de 07 de agosto passado, é uma das figuras centrais da história recente deste pequeno arquipélago africano.

Primeiro Presidente da República depois de São Tomé e Príncipe ter conquistado a independência de Portugal, Pinto da Costa exerceu o cargo durante os 15 anos do regime monopartidário.

Em 1991, cedeu o poder ao histórico rival Miguel Trovoada -- que enfrentou nas presidenciais cinco anos depois, saindo derrotado.

Manuel Pinto da Costa voltou a candidatar-se à presidência em 2001 -- e foi novamente derrotado, desta vez por Fradique de Menezes, o Presidente cessante.

A cerimónia de posse decorrerá na Assembleia Nacional, e será conferida por Evaristo Carvalho, presidente deste órgão, que foi candidato às últimas eleições presidenciais pelo partido ADI (Acção Democrática Independente, no governo) e que saiu derrotado por Pinto da Costa no dia 07 de agosto.

Para a cerimónia de posse foram convidados todos os Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central e personalidades como o general António Ramalho Eanes, que representará Portugal na cerimónia, por indicação do Presidente Aníbal Cavaco Silva.

Manuel Pinto da Costa venceu a segunda volta das presidenciais com 52,88 por cento dos votos contra 47,12 por cento do seu adversário Evaristo de Carvalho.

MÁRIO SOARES RECUSA QUE PORTUGAL PRESTE VASSALAGEM À “TROIKA”




TSF

Mário Soares entende que Portugal não tem de estar «sempre de chapéu na mão e ser subserviente em relação à «troika"» e frisa que há muita coisa para além da dívida.

Na universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, esta sexta-feira, o histórico socialista começou por dizer que não pretendia dar lições sobre o passado, porque o que interessa é o futuro.

«Portugal, com a ajuda de uma nova União Europeia que seja solidária e mais igualitária, vai sair da crise sem que seja necessário chegarmos aos extremismos que preconiza essa "troika" que veio para cá», disse, mostrando uma visão optimista.

O fundador do maior partido da oposição sublinhou que o país não pode estar subserviente em relação à "troika" sem ter em conta que as realidades político-sociais e que as realidades económico-financeiras estão mutáveis».

Disse ainda que Portugal não tem de estar «sempre de chapéu na mão» perante a "troika", que «afinal são os tipos dos mercados».

O ex-Presidente da República criticou também as privatizações, precisamente numa iniciativa do partido que defende essa solução.

«Portugal tem condições humanas e naturais para crescer e vai consegui-lo, sem alienar - como alguns querem - o seu património, vendendo-o por "tuta e meia", até a empresas nacionalizadas no estrangeiro», considerou.

A plateia social-democrata não se sentiu ofendida, ouviu as histórias e opiniões do fundador do PS e, no final, Duarte marques, presidente da JSD, comentou: «Hoje percebemos porque é que durante tantos anos houve muita gente que dizia que "Soares é fixe"».

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