sábado, 12 de agosto de 2023

Angola | Carros de Luxo na Recolha de Lixo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Turismo em Angola fica à porta do progresso desde a época colonial. Até à Independência Nacional existiam 57 unidades hoteleiras dignas desse nome, concentradas em Cabinda, Luanda, Lubango, Namibe, Huambo, Benguela e Lobito. Em Cabinda existia o Grande Hotel Maiombe. Na capital o destaque ia para o Grande Hotel Universo, o Continental, o Panorama, o Costa do Sol e o novíssimo Trópico. No Huambo, o Ruacaná. No Lobito o Términus. Em Benguela o Mombaka. No Lubango o Grande Hotel da Huíla (o melhor dos melhores) e no Namibe o Hotel Turismo. Excelentes hotéis em qualquer parte do mundo. 

Com tão poucas unidades era impossível fazer da indústria da paz o “petróleo” da colónia como hoje diz ser (com toda a razão) o administrador do Lubango. A guerra colonial não permitia veleidades turísticas. Assim apenas existiam cerca de 4.000 camas das quais metade na capital angolana.

Depois da Independência Nacional o panorama mudou, para muito pior. As grandes unidades hoteleiras e similares foram abandonadas pelos proprietários. O Estado não preservou esses equipamentos e em 1977 praticamente já não existiam hotéis em condições. No ano de 1978 o Estado criou empresas hoteleiras. Nas províncias “Emprahotel” e em Luanda a “Anghotel”. Houve uma tentativa falhada de reabilitar as grandes unidades hoteleiras herdadas do colonialismo. 

A partir de 1984 o Estado começou a formar quadros para a indústria hoteleira. Grande aposta! Ao mesmo tempo nasceu o complexo hoteleiro da Vila Alice com 50 quartos. Uma vitória! Em 1989 Angola entrou na Organização Mundial do Turismo. Mais um marco importante. O Acordo de Bicesse permitiu o investimento em força, no sector da hotelaria e turismo. Dinheiro atirado ao lixo. Os sicários da UNITA perderam as eleições,  viraram as armas contra a democracia e partiram tudo.

Angola registou no ano passado a entrada de 220.000 turistas estrangeiros. Muito ou pouco? Espanha é o quarto país mais visitado no mundo. Recebeu no ano passado 83 milhões de turistas. Só Madrid registou dez milhões. Portugal tem 1800 hotéis de uma a cinco estrelas, 43 pousadas e 153 hotéis-apartamentos.  Recebeu no ano passado 22,3 milhões de turistas estrangeiros. 

Angola | O Magnífico Assassino da Jamba – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A  Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) foi uma boa ideia de João Lourenço para enlamear os seus antecessores, Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos. No tabuleiro de jogo colocou bispos, uma rainha do munhungo (morta), burros disfarçados de cavalos e os peões do costume (na comunicação social) que bebem muito, gastam muitíssimo mas valem pouco. Francisco Queiroz virou o tabuleiro, atirou com tudo ao lixo e agora é artista das letras. Pelo menos não dá tantos pontapés na gramática como o Agualusa. 

Os conflitos políticos em Angola surgidos após 11 de Novembro de 1975 foram resolvidos por si e, é bom reconhecer, pelo estado de necessidade. Depois de tantos anos de guerra que culminaram com a morte de Jonas Savimbi em 2002, as angolanas e os angolanos não mais quiseram saber de conflitos nem familiares quanto mais políticos. O povo é sábio e pelo que vejo, os guardas dos ricaços jogam melhor xadrez do que o Presidente João Lourenço. Pelo menos não partem as peças nem matam a memória do rei.

A senhora da extorsão e destruição de activos anda a vender o que não pode. Qualquer dia leiloa os ajudantes do Titular do Poder Executivo e sem se deter vende as deputadas e os deputados a quem der mais. Um sicário da UNITA assinou um artigo de opinião onde insulta gravemente as deputadas do Grupo Parlamentar do MPLA chamando-lhes “vendedoras”.

 Esta é a minha batalha perdida. Ainda não consegui convencer as autoridades e a auto regulação de que os crimes contra Direitos de Personalidade são gravíssimos. O Direito à Inviolabilidade Pessoal radica na Constituição da República. Os jornalistas e os Media não podem violar a sua projecção física (Direito à Imagem e à Palavra Escrita e Falada), a sua projecção moral (Direito à Honra, Bom Nome e Consideração Social) e a projecção vital (Esferas Privada, Pessoal, do Segredo e História Pessoal). Uma secção da CIA chamada Human Rights Watch  teve a desfaçatez de afirmar que condenar um criminoso por difamação é atentado à liberdade de expressão! 

Para quem vive de rastos, de boca aberta à espera que lhe caiam uns bagos de jinguba, de facto não existe honra, não existe bom nome. Não existe respeito nem consideração social. O problema é que o Direito à Honra tem respaldo na Constituição da República. O Poder precisa de proteger a sua criadagem nos Media e por isso os atentados (às vezes terroristas!) contra o Direito à Inviolabilidade Pessoal são punidos com bagatelas penais. Há pouco mais de 100 anos difamar e caluniar eram crimes lavados com sangue em duelos à pistola. 

Hoje o bicho Homem vale menos que nada. E está vazio graças ao processo de vitrificação humana iniciado com o triunfo do audiovisual. Os cordeiros vão para o sacrifício ante as câmaras e mostram tudo, até os seus jardins secretos. Abdicam do Direito à Inviolabilidade Pessoal a troco de uns segundos de fama. A verdade é esta: Os chamados crimes por abuso da liberdade de imprensa são tiros de monakaxito nos Jornalistas e no Jornalismo. Adiante.

De pária a pacificador? Cimeira de Jeddah reimagina a diplomacia saudita

 

Riad está redefinindo seu papel como mediador confiável e força diplomática na arena internacional, usando suas relações estratégicas com o leste e o oeste para alcançar essas ambições.

Mohammed Alloush | The Cradle | # Traduzido em português do Brasil

A reunião do fim de semana passado em Jeddah de mais de quarenta nações marcou um marco significativo no cenário político da Arábia Saudita. O evento, ostensivamente para promover as 'conversações de paz' ​​na Ucrânia, forneceu uma plataforma para o reino revelar sua visão diplomática no cenário global e redefinir seu papel na formação do mundo multipolar.

Para Riad, hospedar esta cúpula sobre a questão contenciosa da guerra na Ucrânia teve um profundo simbolismo. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MbS), governante de fato da Arábia Saudita, há muito enfrenta o isolamento internacional após o assassinato sancionado pelo Estado do jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi em 2018.

No entanto, este capítulo foi encerrado: de braços abertos, o Ocidente coletivo embarcou em uma jornada para restabelecer os laços políticos e econômicos com Riad.

Uma reportagem do New York Times na semana passada destacou como as discussões sobre a Ucrânia em Jeddah não apenas colocaram a Arábia Saudita na grande mesa sobre uma questão global crítica, mas também ofereceram a MbS “outra chance de tentar se posicionar como um líder mundial com influência distante”. além de sua região e como um mediador que pode trazer nações poderosas para a mesa, mesmo enquanto luta para acabar com o envolvimento de seu próprio país em uma guerra devastadora no Iêmen.”

EUA/NATO JÁ GASTARAM 400 BILIÕES USD EM ARMAS NA GUERRA CONTRA A RÚSSIA

A guerra é uma raquete… Indústrias de armas dos EUA e da OTAN registram vendas recordes de US$ 400 bilhões com a guerra por procuração com a Rússia

Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil

O capitalismo ocidental é ao mesmo tempo um patrocinador e um viciado em guerra.

Fabricantes de armas ocidentais estão estourando rolhas de champanhe em vendas recordes, com receitas totais atingindo US$ 400 bilhões no ano passado. De acordo com relatos da mídia , no próximo final de ano, esse número recorde será excedido por outros US $ 50 bilhões.

A Ucrânia pode estar se assemelhando a um banho de sangue, como observamos no editorial da semana passada. Mas, aparentemente, as corporações militares ocidentais estão nadando em uma bonança de lucros e investimentos no mercado de ações.

A maior parte desses novos negócios lucrativos decorre da guerra por procuração da OTAN com a Rússia na Ucrânia, que está entrando em seu segundo ano. Não há sinal de esforço diplomático do Ocidente ou do regime de Kiev que ele patrocina para acabar com o derramamento de sangue.

Os principais beneficiários corporativos que fazem uma matança financeira na Ucrânia são, de longe, as empresas americanas. Eles incluem gigantes como Lockheed Martin, Boeing e RTX (anteriormente Raytheon). Mas também desfrutando de lucros crescentes estão os fabricantes de armas em outros países da OTAN: BAE no Reino Unido, Airbus na França, Holanda e Espanha, Leonardo na Itália e Rheinmetall da Alemanha.

Nesta semana, o governo de Joe Biden solicitou outros US$ 24 bilhões em ajuda financiada pelos contribuintes dos EUA para a Ucrânia. É difícil acompanhar o dinheiro que flui dos países da OTAN para sustentar o regime nazista em Kiev. Mesmo as autoridades da OTAN parecem não saber os números precisos, tal é a corrupção desenfreada que está inevitavelmente associada à vasta doação de fundos. Mas as estimativas da ajuda total dos EUA e da OTAN à Ucrânia variam de US$ 150 bilhões a US$ 200 bilhões apenas no ano passado.

MÁFIA DO FUTEBOL


África | Guerras do Ouro e da Energia – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) acalenta um sonho dourado movido a gás e petróleo: Dominar os países entre o Magrebe e o Cazaquistão (fronteira com a República Popular da China). O projecto tem décadas, com avanços e recuos. Mas sempre com grande proveito nem que para isso fosse necessário recorrer à guerra e a golpes de estado sangrentos. Ou a inofensiva “Nova Rota da Seda” proposta à Índia por Hillary Clinton, em 2011. O Afeganistão estava no dentro desta estratégia. 

Washington pretendia desenvolver a “cooperação” entre a Ásia Central e a Ásia Meridional nas áreas da “segurança e energia” criando um espaço de países vassalos. Em Setembro de 2021 a “nova rota da seda” foi cortada por uma ravina tremenda. EUA e OTAN (ou NAT O) saíram a correr do Afeganistão e ficou mais uma vez adiada a rota da energia entre o Magrebe e as montanhas do Cazaquistão, na fronteira com a República Popular da China.

Os franceses também criaram a sua Rota da Energia com partida no Magrebe e chegada ao litoral da África Ocidental. Os colonialistas, mais experientes nas políticas de esclavagismo e latrocínio, associaram o ouro à energia. Graças ao saque, o banco central francês tem 2.436 toneladas de reservas de ouro. Mas no seu território não existe uma única mina do metal precioso. Tudo roubado ao Burkina Faso, Mali, Níger, Benin e outras colónias na África Ocidental e Equatorial. Os romandos descobriram que Portugal tinha indícios de ouro. E exploraram as minas até ficarem exauridas. Mesmo assim o país tem 382,5 toneladas de reservas! Ouro roubado no Brasil e nas colónias africanas.

Tomem nota. O número um em reservas de ouro é o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Tudo roubado. Primeiro aos mexicanos e depois a quem assaltou com a sua política de canhoneira a partir dos anos 30. O segundo país do mundo com mais reservas de ouro é a Alemanha. Só produzem carros, salsichas e chucrute. O terceiro é a Itália! Zero de minas. O quarto é a França. Ouro roubado na África Ocidental e Equatorial. Suíça e Japão também estão entre os primeiros. Não têm minas. Da lista dos países com maiores reservas só a Federação Russa e a República Popular da China têm explorações mineiras. Estão entre os maiores produtores mundiais.

A Alemanha tem as minas de ouro de Rammelsberg, que foram exploradas durante mil anos! Em 1988 ficaram exauridas. Só têm pedras e areia.  Hoje existe lá um museu e a UNESCO declarou o couto mineiro Património da Humanidade. Mas isso não justifica tanta reserva. Os nazis roubaram milhares de toneladas durante a II Guerra Mundial. A Europa da ladroagem! Por isso ignora os seus artistas, os seus escritores, os seus poetas e os seus artistas. Ladrão não precisa de Cultura para nada. Mas precisa de muitas guerras e muitos golpes de estado.

África | O Cinturão Russo Aperta no Níger -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As autoridades angolanas estão a virar o bico ao prego rapidamente e sem olhar a meios. Este é um problema sério para os militantes do MPLA que elegeram a direcção empenhada nessa transformação. E sendo assim, é um problema para todas as angolanas e todos os angolanos. Um sócio de Rafael Marques veio ao palco fez uma vénia aos donos e denunciou o “cinturão russo” que se forma em África. De repente o Níger é o país mais importante do mundo.

Uma quadrilha chamada CEDESA à qual pertence, entre outros quadrilheiros o ex-presidiário Rui Verde, veio dizer que a situação no Níger prejudica muito Angola porque o país passa a fazer parte do “cinturão russo”, altamente prejudicial para os interesses angolanos enquanto aliado do estado terrorista mais perigoso do mundo.  

Antes de pertencer ao “cinturão russo”, o Níger era um país maravilhoso. Os franceses roubavam todo o urânio que queriam. De tal forma que uma em cada três lâmpadas que se acendem em França são alimentadas por energia roubada ao país africano, considerado o mais pobre do planeta! No cinturão francês é que estava bem. 

O Níger tem uma extensão imensa mas grande parte é deserto. Só dá areia e poeira. Também tem ouro e urânio, sinónimos de riqueza. Mas os franceses até agora roubavam tudo. Os nigerinos vivem na pobreza extrema. Dormem ao relento, paredes meias com as minas de ouro e urânio. O cinturão francês é uma maravilha!

Para virar o bico ao prego, em 1993 militares patriotas deram um golpe. Os franceses, atentos, conseguiram abortá-lo. Entretanto chegou a riqueza! Uma base militar francesa ficou com a companhia de duas bases militares do estado terrorista mais perigos do mundo. Para evitar outros  golpes. Em 1995 a oposição democrática ganhou as eleições. Foi assinado um acordo de paz com os guerrilheiros tuaregues. 

Angola vai reaver terras a quem há décadas não as explora

O Presidente angolano disse que é altura de "arregaçar as mangas" e trabalhar nos campos, para alcançar a autossuficiência alimentar, anunciando que o Estado vai reaver as terras entregues aos cidadãos que não as exploram.

João Lourenço, que discursava esta quinta-feira (10.08) na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, onde inaugurou a Feira dos Municípios e Cidades de Angola (FMCA), referiu que a crise alimentar é global e Angola não é exceção .

“O momento é de arregaçar as mangas e de trabalhar mais, sobretudo no campo, com vista a alcançar a autossuficiência alimentar , aumentar e diversificar a gama de produtos de exportação”, referiu.

Segundo João Lourenço, é preciso tirar-se "o melhor proveito possível" da abundância e qualidade dos solos aráveis, do bom clima, dos imensuráveis​​recursos hídricos de que Angola dispõe e dos seus recursos humanos jovens, para transformar essa riqueza potencial em riqueza real .

“A crise é global e afeta a todos, Angola não é uma exceção, contudo, o momento não é de lamentações e muito menos de apontar o dedo a quem quer que seja”, afirmou.

O chefe do Estado angolano salientou que chegou o momento de distribuir as terras há décadas em posse de cidadãos sem dar qualquer uso, "a quem estava disposto a trabalhá-las, aos jovens que se encontram ociosos nas grandes cidades e queiram experimentar uma outra realidade , que vai dar mais importância às suas vidas".

"Da nossa parte reiteramos o compromisso de continuar a desenvolver estratégias para criar um bom ambiente de negócios, diversificar a economia, aumentar a produção nacional, aumentar as exportações, reduzir a ingestão e aumentar a oferta de oportunidades e postos de trabalho", sublinhou.

Ao setor bancário, o Presidente de Angola reiterou o apelo para colocarem "no centro das suas prioridades a necessidade premente do financiamento à economia real, sem que para tal seja necessário um aviso do regulador, porque sem o impulso da banca a economia não cresce" .

O Presidente angolano destacou ainda o papel crucial dos órgãos da administração local do Estado no desenvolvimento harmonioso do território nacional e na redução das assimetrias existentes. 

"É nesses espaços territoriais que devemos promover a criação de uma rede de pequenas e médias empresas que no seu conjunto configuram uma plataforma integrada de troca de bens e serviços à escala nacional e continental", observou João Lourenço, apelando aos governos provinciais e administrações locais para que impulsionem o desenvolvimento de acordo com a realidade local, bem como potencializar os fatores de competitividade no seu território, promover as pequenas e médias empresas, tornando os seus municípios atraentes para o investimento privado.

Deutsche Welle | Lusa

Moçambique | Cabo Delgado: Terroristas expulsos de todos os distritos

O Presidente da República moçambicana, Filipe Nyusi, afirmou que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique expulsaram os terroristas de todos os distritos que ocupavam a província de Cabo Delgado, norte do país.

"As nossas forças de Defesa e Segurança, também assistidas pela força local, continuam a perseguir sem tréguas os terroristas , tendo-os desalojado de todos os distritos que até 2021 ocupavam", afirmou Filipe Nyusi, na noite de quinta-feira (10.08) , em Maputo, numa receção ao homólogo queniano, William Ruto, que se encontra em visita de Estado ao país.

A província de Cabo Delgado enfrentou há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência armada levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas tiveram novos ataques a sul da região e na vizinhança província de Nampula.

"Prosseguem os esforços de luta contra os terroristas que atacam alguns distritos da província de Cabo Delgado, conjugando a cooperação multilateral e bilateral, da SADC, através da SAMIM [Missão Militar da África Austral], e do Ruanda, respetivamente", detalhou o Presidente moçambicano, ao descrever a situação a William Ruto.

Acordos com o Quénia

Os governadores de Moçambique e do Quénia assinaram na quinta-feira (10.08), em Maputo, no âmbito desta visita de Estado, quatro memorandos de entendimento e quatro acordos, um dos quais no domínio da defesa.

"Porque os desafios de combate ao terrorismo são comuns e encorajados esforçados concertados, mesmo antes de um acordo formal no domínio de defesa e segurança, já estamos vindo a trabalhar com o seu país, acolhendo a experiência queniana, que tem enfrentado este flagelo com sucesso ao longo dos anos", destacou ainda Filipe Nyusi, na mesma intervenção, dirigindo-se ao homólogo do Quénia.

conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados , de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para pós Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Os dois países sofreram ataques associados ao grupo extremista Al-Shabaab e ao Estado Islâmico.

Deutsche Welle | Lusa

"O QUE FOI FEITO DE TIMOR-LESTE?" – Tudo na mesma como a lesma?

Tudo quase sempre na mesma apesar de as "moscas habituais" da elite se irem revezando

A Grande Reportagem da SIC foi saber que sucessos e fracassos regista o país na era da liberdade. 

A independência de Timor-Leste foi a maior causa do povo português depois do 25 de abril. Quem o disse pela primeira vez foi Jorge Sampaio quando era Presidente da República. Este ano, por ocasião dos 20 anos de independência de Timor-Leste, o atual Presidente português lembrou essas palavras no Parlamento timorense.

Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Díli para a tomada de posse de José-Ramos Horta como Presidente da República de Timor-Leste, a 20 de maio, o dia que assinala o nascimento do primeiro Estado-nação do século.

Onze anos antes, o mundo tinha despertado para a luta dos timorenses contra a ocupação e a repressão da Indonésia, a partir da divulgação das imagens do massacre do cemitério de Santa Cruz.

Na sequência de uma manifestação durante as cerimónias fúnebres de um jovem pró-independência, os militares indonésios não hesitaram em disparar, mesmo dentro do cemitério, onde centenas de pessoas, na maioria jovens, tentavam proteger-se das balas. O momento foi registado pela câmara do jornalista inglês Max Stahl, que conseguiu que as imagens fossem divulgadas e o mundo não tivesse dúvidas sobre o que estava acontecer.

Em Portugal, ouvir a aflição de um povo tão distante rezar a Avé Maria em português fez despertar consciências. Políticos da esquerda à direita, figuras públicas, cidadãos anónimos defendiam os que em Timor queriam um país livre e independente.

O que acabou por acontecer só em 2002. A partir daí, foi preciso garantir a paz e reconstruir o país, um percurso que tem podido contar com ajudas de vários países e organizações internacionais. Portugal tem tido projetos de cooperação com o Estado timorense, desde a justiça, ao ensino da língua portuguesa ou à produção do café, o produto que Timor mais exporta.

Para o português Hugo Trindade, que chegou a Timor há 15 anos, é preciso mais investimento no setor agrícola, sobretudo num contexto de crise alimentar.

A agricultura é a principal atividade no país e os que dependem dela são também os mais pobres. Timor tem podido contar com receitas do petróleo e com ajudas da comunidade internacional mas que diferença tem tido esse apoio no desenvolvimento do país e quais têm sido os maiores investimentos?

O turismo é um dos setores em que o país ainda tem caminho para fazer. Há poucas estruturas turísticas num país rodeado por água e onde muitas praias estão interditas devido à presença de crocodilos, animal considerado sagrado pela maior parte da população. Mas o território esconde lugares de rara beleza em terra e no mar. Entre Díli, a capital, e a ilha de Ataúro, a riqueza da fauna e da flora marítimas conta com mais de 250 espécies diferentes.

A língua oficial do país é o tetum, mas o português foi a segunda língua oficial escolhida por Timor-Leste quando alcançou a independência. O português tinha sido proibido pela ditadura indonésia durante a ocupação. Os que se atreviam a falar a língua e ou a ensiná-la eram perseguidos e houve quem tivesse perdido a vida por causa disso.

Hoje há mais gente a falar português do que em 2002. Para isso, têm contribuído os CAFE-Centro de Aprendizagem e Formação Escolar, onde todas as matérias se aprendem em português. Nestes centros, há 117 professores portugueses que também dão formação a professores timorenses. Mas o ensino do português só chega a uma parcela da população. Em cada um dos 13 distritos, há apenas uma destas escolas e em todas há mais procura do que vagas para novos alunos.

Em duas décadas, a população cresceu para um 1,3 milhões de pessoas, a maioria com menos de 25 anos. A mais-valia de uma população jovem coloca também imensos desafios a quem governa.

Simoa da Silva Tilman viveu de perto a história recente do país. A família defendia um Timor livre e independente e pagou por isso um preço elevado. Um dos irmãos foi levado pelas tropas indonésias e nunca mais foi visto. Casos como o dela não faltam em Timor. Durante a ocupação indonésia foram mortas centenas de milhares de pessoas.

O país vive hoje em paz mas ainda a tentar sarar as feridas e as divisões entre os timorenses que queriam a independência e os que defendiam o regime indonésio.

Até que ponto valeu a pena a luta pela liberdade e pela autodeterminação, que custou a vida a centenas de milhares de timorenses?

Em 20 anos de independência, o que conseguiu alcançar Timor-Leste e o que está ainda por fazer?

A Grande Reportagem foi saber como está e para onde quer caminhar esta democracia do sudeste asiático.

Conceição Lino – SIC NOTÍCIAS

Com diversos vídeos SIC sobre Timor-Leste na página da Agência Lusa – Vá Ver.

Difamando a China: Além de agradar aos EUA, que benefícios o Canadá pode obter?

Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Na quarta-feira, o Canadá disse que é "altamente provável" que a China tenha ajudado a orquestrar uma campanha de desinformação online contra o legislador do Partido Conservador Michael Chong em maio.

Após um exame mais detalhado, a declaração está repleta de frases como "provável" e "sem indicação". Ele apontou que "embora o papel da China na operação de informações seja altamente provável, não é possível determinar uma prova inequívoca de que a China ordenou e dirigiu a operação". 

Mesmo sem nenhuma evidência clara, o Canadá afirma que o governo chinês estava por trás da "campanha WeChat" de compartilhar as chamadas "narrativas enganosas" sobre o político conservador. Isso é flagrantemente uma difamação e calúnia.

Tais práticas se assemelham a um comportamento desonesto, com o objetivo principal de atrair a atenção e estimular a discussão na comunidade internacional. Independentemente da verdade, mesmo que as alegações sejam comprovadamente infundadas, a difamação já surtiu efeito. Os países ocidentais estão muito familiarizados com as regras desse jogo e sabem como usar palavras como "provável" e "possível" para chamar a atenção, criticar ou questionar a China.

Ao relatar sobre Chong, os meios de comunicação chineses geralmente se concentram em como ele utilizou sua postura anti-China para atrair a atenção. Isso não constitui desinformação de forma alguma. O fato é que Chong realmente esteve ativamente envolvido em campanhas "anti-China" e repetidamente fez acusações infundadas de um chamado "genocídio" na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China. Como resultado, este MP da oposição foi proibido de viajar para a China ou fazer negócios com cidadãos chineses.

Toda a questão em torno das acusações do Canadá contra a China gira em torno do Canadá descaradamente difamando e espalhando rumores sobre a China. Por um lado, como disse Liu Dan, pesquisador do Centro de Estudos Regionais de Países da Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong, o governo de Justin Trudeau está sob pressão política doméstica e precisa mostrar uma postura mais dura em relação à China. Por outro lado, não é segredo que, por falta de política externa independente, o Canadá está do lado dos EUA para conter a China e se tornou um peão dos EUA. Está ansioso para atender e agradar os EUA.

O Canadá tem seguido os EUA em sua campanha anti-China, espalhando repetidamente desinformação e desacreditando a China. Essas ações não apenas envolvem acusações injustificadas e calúnias contra a China, mas também causam danos e humilhações ao próprio Canadá. 

Em um comunicado à mídia divulgado na quarta-feira, Chong chamou a campanha contra ele de "outro exemplo sério da tentativa do governo comunista de Pequim de interferir em nossa democracia visando funcionários eleitos". Ele também renovou seu pedido de inquérito público sobre as alegações de interferência estrangeira da China no Canadá.

Suas palavras, como sempre, não são confiáveis. Anteriormente, ele acusou a China de atacar ele e seus parentes em Hong Kong depois de espalhar falsas narrativas sobre Xinjiang. No entanto, a declaração do Canadá na quarta-feira revelou que "não havia indicação de que Chong ou sua família enfrentassem qualquer ameaça à segurança". 

Suas acusações de suposta interferência chinesa nos assuntos internos do Canadá são infundadas. A China nunca interferiu nos assuntos internos de nenhum outro país e se opõe a qualquer interferência de qualquer país nos assuntos internos de outros. No entanto, alguns meios de comunicação e políticos canadenses estão mais uma vez apontando o dedo para a China. Seu objetivo é atrair a atenção e manchar a imagem da China. Na verdade, é o Canadá que está interferindo nos assuntos internos de outros países e espalhando desinformação. 

Seguindo atrás dos EUA para difamar e atacar a China, agindo como uma vanguarda contra a China, além de deixar os EUA felizes, o que mais o Canadá pode ganhar? O Canadá deveria retornar a uma política externa mais independente em vez de seguir os EUA. Deve abandonar seu viés ideológico e mentalidade da Guerra Fria, parar de espalhar mentiras e desinformação contra a China e parar de enganar o público e prejudicar o relacionamento com a China. Caso contrário, certamente enfrentará as consequências de suas ações.

Ilustração: Liu Rui/GT

Ataques inescrupulosos à China tornam os EUA cada vez mais desagradáveis

Global Times | editorial | # Traduzido em português do Brasil

Em um evento político de arrecadação de fundos em Park City, Utah, na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a China está "em apuros" por causa de questões econômicas e populacionais e criticou a situação econômica da China como "uma bomba-relógio" em muitos casos. Ele também disse: "Quando pessoas más têm problemas, elas fazem coisas ruins." Os comentários foram divulgados na mídia americana. Bloomberg descreveu os comentários como "algumas de suas críticas mais diretas sobre o principal rival geopolítico e econômico dos EUA". 

Como o conhecido escritor americano Mark Twain revelou em seu livro Running for Governor, As eleições americanas estão cheias de truques vergonhosos, como mentiras, fraudes, difamações e calúnias. Como algumas atividades relacionadas às eleições gerais dos EUA estão começando, vários candidatos não estão oferecendo boas estratégias em termos de governança nacional, mas focando muito em atacar uns aos outros e atacar a China.

Como a atmosfera da sociedade americana em relação à China foi severamente envenenada por Washington, falar duramente sobre a China se tornou uma das maneiras mais baratas de os políticos atrairem atenção rapidamente, e Biden não é exceção. Precisamos ver os comentários chocantes de Biden neste contexto, que são da mesma natureza que os comentários mais intensos sobre a China por candidatos republicanos como Ron DeSantis e Nikki Haley. Com base na experiência anterior, à medida que a campanha eleitoral avança, os resultados financeiros de Washington vão afundar cada vez mais, e é provável que surjam mais reivindicações sensacionalistas. As difamações e ataques inescrupulosos da China tornaram os EUA cada vez mais desagradáveis.

Mas é preciso dizer que Biden não é apenas um candidato, mas também o atual presidente dos EUA e chefe de estado de uma superpotência. É altamente inapropriado para ele fazer declarações inflamatórias que vão contra fatos básicos e não correspondem à sua identidade. Não nos é difícil entender que o propósito de Biden ao dizer essas palavras nada mais é do que somar pontos para sua campanha, mostrar sua postura dura em relação à China e vangloriar-se de sua capacidade de lidar com "ameaças e desafios" da China. .

De Donald Trump ao atual presidente Biden, os presidentes dos EUA, como muitos políticos em Washington, continuam falando duro sobre a China. Mas o interessante é que Trump e Biden, que se divergem em muitos assuntos, têm tons e argumentos semelhantes quando se trata da China, e falam mais sobre o que a China está fazendo melhor do que os EUA e em que aspectos a China está prestes a superar os EUA, de modo a estimular o senso de crise e urgência nos EUA para apoiar a competição estratégica da Casa Branca contra a China.

Como resultado, a soma dos comentários de Biden sobre a China contém contradições óbvias. Washington acabou de emitir uma ordem administrativa "sem precedentes" para conter e suprimir o ímpeto de desenvolvimento da alta tecnologia da China, depois deu meia-volta e insistiu que "a China está com problemas". Uma China mais forte é uma ameaça aos olhos dos americanos, enquanto uma China "mais fraca" se tornou uma "bomba-relógio". O que então a China deve fazer para que os EUA possam ter uma mentalidade saudável em relação à China? A realidade é que a China não só tem de ser culpada pela frustração do desenvolvimento dos EUA, mas também suporta a depreciação quando Washington se vangloria de suas conquistas e, finalmente, tem que ser responsável pela desordem mental dos EUA.

Ao contrário dos EUA, a China nunca ameaça outros países com a força, não forma alianças militares, não exporta ideologia, não vai à porta de outros países para provocar problemas, não infringe territórios de outros países, não inicia guerras comerciais, e não suprime as empresas de outros países sem motivo. A China insiste em colocar o desenvolvimento do país e da nação na base de sua própria força. Diante de um mundo turbulento e em mudança, a China sempre se manteve na direção certa do progresso histórico e sempre foi uma força positiva para a paz e o desenvolvimento mundial. Se existem "bombas-relógio", elas são plantadas pelos EUA em todo o mundo.

Algumas pessoas resumiram as sete leis da diplomacia americana, uma das quais é: "Se os EUA suspeitarem que você fez algo ruim, os EUA devem tê-lo feito sozinhos". Isso pode explicar a estranha lógica dos EUA de que não importa se a China é forte ou fraca, é uma ameaça. Quando os EUA se tornaram fortes, lançaram a Guerra do Iraque e a Guerra do Afeganistão; quando declinou relativamente, começou a se engajar no unilateralismo e no confronto de campo. O mundo interior dos políticos de Washington pode ser sujo, mas eles não devem pensar que todo mundo é como eles.

Imagem: O presidente dos EUA, Joe Biden, fala no Centro Médico do Departamento de Assuntos de Veteranos George E. Wahlen em 10 de agosto de 2023 em Salt Lake City, Utah. Foto: AFP

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