segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

TERRORISMO EM BRASÍLIA É OBRA MILITAR

Rafael Moro Martins* | The Intercept – Brasil | # Publicado em português do Brasil

"Políticos, jornalistas e juízes se tornaram o pior pesadelo das forças policiais", disparou Luiz Fernando Ramos Aguiar, major da Polícia Militar do Distrito Federal em 2021. Por escrito e assinado, ele ameaçou autoridades e toda uma classe profissional por terem reagido à maior chacina perpetrada pelas polícias do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho, em maio passado. 

Mesmo publicado num blog da esgotosfera policial, como foi o caso, o artigo deveria ter sido farejado pelos comandantes de Aguiar e lhe rendido uma punição exemplar. Não foi, e ainda ficou pior: a diatribe chamou a atenção dos editores do jornal paranaense Gazeta do Povo, que a reembalou e republicou para um público muito maior. 

Ainda assim, nada ocorreu a Aguiar. Ao contrário –  ele segue com cargo de confiança na corporação. Recebe, limpos, mais de R$ 18 mil mensais, segundo o Portal da Transparência. 

A leniência das autoridades com a radicalização à extrema direita das forças de segurança vai muito além do major, no entanto. O nome do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, por exemplo, vem sendo há 12 anos usado por um site para vender conteúdo fascista e politicamente enviesado – além de publicidade.

É por isso que surpreende zero pessoas bem-informadas a facilidade com que terroristas invadiram e destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal neste domingo, dia 7, em Brasília. Já sabemos que colegas do major Aguiar bebericavam água de coco enquanto assistiam aos terroristas destruírem a Praça dos Três Poderes.

Claro, há alguns protagonistas entre os culpados óbvios pelo maior atentado terrorista já visto no Brasil. O primeiro é Ibaneis Rocha, um advogado ricaço e prepotente que resolveu brincar de político e torrou alguns milhões para se eleger e reeleger governador do Distrito Federal pelo MDB. Espécie de Bolsonaro que prefere vinhos caríssimos a frango com farofa, Ibaneis resolveu zombar do país todo ao renomear o delegado da Polícia Federal Anderson Torres como seu secretário da Segurança Pública.

Torres foi chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini, do União Brasil paranaense, cassado por mentir sobre as urnas eletrônicas que o elegeram. Como prêmio, foi chamado por Ibaneis para comandar a Segurança do DF, mas deixou o cargo em março de 2021 para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Sob o comando de Torres, a Polícia Rodoviária Federal matou Genivaldo de Jesus Santos numa câmara de gás improvisada no camburão de uma viatura no Sergipe.

GOLPE DE BRASÍLIA E A DIVISÃO ADMINISTRATIVA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os invasores de Brasília destruíram e roubaram documentos. O gabinete de um juiz do Tribunal Supremo foi totalmente vandalizado. Centenas de documentos espalhados pelo chão mostram que os “manifestantes” andavam à procura de papelada comprometedora para quem organizou, estimulou e financiou os assaltos que, segundo a lei brasileira devidamente alterada por Bolsonaro para atacar a esquerda, são actos terroristas.

O Brasil balança entre o golpismo de raiz nazi e a democracia. A Casa Branca repete até à exaustão que apoia o governo democrático saído das eleições que deram a vitória a Lula da Silva. Cheira-me a desculpa de mau pagador. O que aconteceu ontem em Brasília tresanda a golpe de estado à imagem e semelhança do que aconteceu no Chile quando a CIA derrubou o Presidente Allende e colocou no seu lugar o nazi Pinochet. Alguma coisa falhou à última hora para Biden bater com a mão no peito, numa confissão pungente de amor às forças políticas progressistas que ganharam as eleições no Brasil.

Os acontecimentos de domingo em Brasília estão envoltos numa nuvem de dúvidas e incertezas. Quando for explicado (se alguma vez alguém explicar…) o que foi destruído e roubado do Tribunal Supremo e do Palácio Presidencial então vai fazer-se luz. Uma coisa é certa. Instituições religiosas como a Igreja Universal do Reino De Deus estão implicadas no golpismo, pelo menos até à cintura. Mas é quase certo que a implicação vai até ao pescoço. O dono do negócio, Edir Macedo, bispo evangélico que se intitula “televangelista”, anunciou que vai deixar o Brasil, face à vitória do Presidente Lula da Silva. Quer ficar à frente do negócio mas para isso tem de afastar o Presidente Lula. 

O povão que sustenta a “igreja” não quer perder o “televangelista” e partiu para o golpe. Ninguém cante vitória antes do tempo porque a festa só agora começou. Milhares de golpistas entraram em catadupas na Casa da Democracia, no Tribunal Supremo e no Palácio Presidencial. Forças de segurança colaboraram no assalto. Governadores “bolsonaristas” (nazis) falam grosso. As próprias forças armadas têm admitido que quartéis sejam cercados pelos “manifestantes” desde as eleições, como se fosse normal cercar instalações militares. 

Só hoje a polícia decidiu mandar levantar o acampamento de golpistas em frente às instalações do quartel-general do Exército em Brasília. Mas noutros estados brasileiros já existem cortes de estradas e cercos a mais quartéis. 

No meio do golpe e face às conivências claras de forças armadas e de segurança, há um aspecto positivo e de aplaudir entusiasticamente. O Presidente João Lourenço, em cima da hora, condenou as forças golpistas em nome de Angola e na sua qualidade de presidente em exercício da CPLP. Honrou o nosso país e honrou o MPLA que é membro da Internacional Socialista e, portanto, anti nazi. 

Angola | PARÓDIA SOBRE O ORÇAMENTO DE ESTADO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O grupo parlamentar da UNITA organizou hoje um “seminário” sobre o Orçamento Geral do Estado 2023. Um dos moderadores da festa foi Faustino Mumbika que teve um papel fulcral na derrota estrondosa da UNITA mais o resto do mundo pequenino da Oposição Angolana, contra o MPLA. Moderou o Fernando Heitor; que manobra muito bem entre os sicários do Galo Negro e os marimbondos caídos em desgraça. Bolsos cheios sem fazer nada, é com ele. Mas também é dos poucos savimbistas com juízo. Como e cala o mais que pode. De vez em quando faz coisas destas. Falou sobre o tema OS PRINCÍPIOS E REGRAS PARA A ELABORAÇÃO DO OGE e PRIORIDADES DO OGE-2023. As “prioridades” dele e seus parceiros são sacar, sacar, roubar.

Olívio N’kilumbo (será Kiombo?) “moderou o Carlos Vaz que perorou sobre a VISÃO SOBRE A AFECTAÇÃO DOS RECURSOS DO OGE-2023; PERSPECTIVA DAS RECEITAS E  DESPESAS POR FUNCÕES,  SECTORES,  ORGÃOS, POR TERRITÓRIO,  PROGRAMAS E PROJECTOS DE INVESTIMENTOS PÚBLICOS

A deputada Clarice Kaputo também moderou. A sua cegueira ideológica levou-a a dizer, um ia destes, que Jonas Savimbi tinha um excelente plano de gestão para Luanda. É uma espécie de amanuense do Abílio Camalata Numa que como se sabe, ainda não consegue escrever mais do que monossílabos. 

No “seminário” da UNITA que hoje aconteceu no Complexo SOVISMO em Luanda, a Kaputo moderou o Carlos Rosado de Carvalho quer recebeu um balúrdio dos fundos de diamantes de sangue para perorar sobre O PESO DA DÍVIDA PÚBLICA NO OGE-2023 E O SEU IMPACTO INTER-GERACIONAL. Depois do intervalo quis falar da influência do piolho do púbis nas eleições de Agosto passado mas a Clarice pediu-lhe para guardar essa parte para outras intimidades. A senhora é uma piranha insaciável!

Minhas senhoras e meus senhores. Aquilo não foi um seminário sobre o Orçamento Geral do Estado. Foi sim um sinédrio de miseráveis mentais. Um congresso miniatura de traidores e trânsfugas. Uma confissão pública da indigência política da UNITA. Mas foi bom. Porque de fora da quadrilha ficaram os grandes economistas Justino Pinto de Andrade e Filomeno Vieira Lopes. Bons rapazes (entregam todo o dinheiro que ganham às esposas e amantes) mas que já estão a ser atirados borda fora, porque não fizeram o tirocínio de assassinos, nas fileiras do Galo Negro com o criminoso de guerra Jonas Savimbi.

Moçambique | DROGAS: ARRANCA INQUÉRITO SOBRE ENVOLVIMENTO DE DEPUTADO

Sitoi Lutxeque (Nampula) | Deutsche Welle

Arrancou, em Moçambique, a investigação ao alegado envolvimento de um deputado no tráfico de drogas na Zambézia. Analista alerta que inquérito pode não trazer resultados, caso o deputado em causa seja da FRELIMO.

Arrancou, esta segunda-feira (09.01), em Moçambique, o inquérito parlamentar ao suposto envolvimento de um deputado no tráfico de drogas, através do Porto de Macuse, na província central da Zambézia.

Tudo começou em novembro de 2022 quando o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal da Zambézia (SERNIC) anunciou a detenção de um oficial da Marinha de Guerra e de um professor, indiciados no tráfico de drogas de tipo metanfetamina. Na altura, Maximino Amílcar explicou que a droga havia sido apreendida no Porto de Macuse e que haveria um deputado também envolvido no grupo [de traficantes].

"Há um deputado que está envolvido neste esquema [de tráfico de drogas] e nós estamos abertos para trabalhar neste caso. Não temos problemas de investigar e trazer a verdade", afirmou.

Terrorismo | Crónica de um ataque anunciado à democracia no Brasil

Thomas Milz* | Deutsche Welle | opinião | # Publicado em português do Brasil

A invasão das sedes dos três Poderes por bolsonaristas e a conivência das forças de segurança já eram esperadas. Por mais trágicos que sejam, os atos golpistas em Brasília podem acabar beneficiando Lula.

Envoltos em bandeiras do Brasil, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadem e depredam o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília – são imagens chocantes as transmitidas por meio de celulares e da TV para o mundo todo a partir de Brasília neste domingo (08/01). Mas dificilmente foram capazes de surpreender alguém: estava claro que, mais cedo ou mais tarde, esse ataque aconteceria.

Pois não faltaram alertas, sobretudo vindos do próprio Bolsonaro. Um dia após a invasão do Capitólio em Washington, em 6 de janeiro de 2021, o então presidente afirmou que tais cenas poderiam se repetir no Brasil se fossem levantadas dúvidas em relação ao resultado das eleições de 2022. Com fake news espalhadas por ele mesmo sobre urnas supostamente manipuladas, Bolsonaro então semeou tais dúvidas entre seus apoiadores mais radicais.

Além disso, desde seu "momento de despertar" político – o impeachment da presidente Dilma Rousseff em abril de 2016 –, Bolsonaro copiou praticamente tudo o que seu ídolo declarado Donald Trump fez nos Estados Unidos. Isso incluiu não reconhecer a derrota eleitoral – no caso de Bolsonaro, contra Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro também aprendeu com Trump a manter suas próprias declarações vagas de modo que seus apoiadores radicais as interpretassem como um apelo à subversão, mas que ele mesmo sempre pudesse afirmar que nunca pregou nada do tipo. Na noite de domingo, de seu refúgio na Flórida, ele condenou a invasão de prédios públicos, mas afirmou que "a esquerda" supostamente já havia feito algo semelhante em 2013 e 2017.

É claro que a esquerda não fez algo semelhante, mas isso parece não importar. Bolsonaristas alimentados por vídeos do TikTok não parecem interessados ​​no fato de que notícias falsas lhes foram mais uma vez empurradas goela abaixo. A racionalidade e a realidade já foi abandonada por eles há muito tempo.

Invasão de Al-Aqsa não é um bom presságio para os direitos religiosos em Israel

As ações de Ben-Gvir são uma ameaça direta não apenas aos muçulmanos, mas também aos cristãos e judeus liberais.

Daoud Kuttab* | Al Jazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Em 3 de janeiro, o recém-empossado ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, invadiu o complexo de Al-Aqsa em Jerusalém, o terceiro local mais sagrado do Islã. A indignação e as condenações da Palestina e do exterior seguiram-se rapidamente.

O governo palestino em Ramallah convocou os palestinos a “enfrentar os ataques à mesquita de Al Aqsa”, enquanto o Hamas em Gaza classificou a ação como uma “ agressão contra nossas santidades ”.

Estados árabes – incluindo Jordânia, Egito e Emirados Árabes Unidos, que normalizaram as relações com Israel – condenaram as ações provocativas de Ben-Gvir. Uma visita planejada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Abu Dhabi foi adiada.

O governo Biden criticou a medida, dizendo que ela representa “firmemente a preservação do status quo histórico em relação aos locais sagrados em Jerusalém”.

O “status quo”, que Ben-Gvir claramente pretende desafiar, é um arranjo do século 19 que  regula quem administra os locais sagrados muçulmanos e cristãos em Jerusalém e Belém. Foi reconhecido por países de todo o mundo, bem como pelas Nações Unidas, e tem o status de lei internacional obrigatória.

Al-Haram al-Sharif, onde está localizada a Mesquita de Al-Aqsa, faz parte do waqf (doação) islâmico administrado pela monarquia hachemita na Jordânia. Assim, pelo poder do arranjo do status quo, é o rei Abdullah II e o Conselho Waqf de Jerusalém nomeado pela Jordânia quem deve decidir o que acontece dentro de seus limites.

Primeiro-ministro palestiniano diz que sanções de Israel levam a uma nova guerra

O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh, considerou hoje que as sanções israelitas impostas à Autoridade Palestiniana são uma tentativa de "empurrá-la para a beira de um abismo financeiro" e representam "uma nova guerra".

“Estas medidas constituem uma nova guerra contra o povo palestiniano (…) e contra a sobrevivência da Autoridade Nacional Palestiniana”, declarou Shtayyeh, antes da reunião semanal do Governo.

“Têm o único objetivo de empurrar a Autoridade Palestiniana para a beira de um abismo financeiro e institucional”, sublinhou, garantindo que esta política acabaria em fracasso.

Na sexta-feira, o novo Governo de Israel, liderado por Benjamim Netanyahu, aprovou uma série de sanções contra a Autoridade Palestiniana como represália à pressão que está a fazer na ONU contra a ocupação israelita.

“A única pessoa responsável pelo seu declínio é a própria Autoridade Palestiniana, que optou por encorajar o terrorismo e a matança de israelitas. Não aceitaremos isso”, disse no domingo o ministro das Finanças do novo Governo israelita, Bezalel Smotrich, que assumiu funções em 29 de dezembro e é considerado o mais à direita na história do país.

“Enquanto a Autoridade Palestina promover o terrorismo e for um inimigo, qual é o meu interesse em ajudá-la a continuar a existir?”, questionou Smotrich durante uma conferência de imprensa diante de famílias de vítimas de atentados promovidos por palestinianos.

Entre as medidas aprovadas pelo gabinete de segurança do Governo de Israel, repleto de aliados de extrema-direita e religiosamente conservadores de Netanyahu, está a que permite a Israel reter 39 milhões de dólares (36,8 milhões de euros) destinados à Autoridade Palestiniana, transferindo esse montante para um programa de compensação para as famílias das vítimas israelitas de ataques de militantes palestinianos.

Qassem Soleimani na Venezuela: motivo menos conhecido por trás de seu assassinato

Por que o major-general iraniano Qassem Soleimani foi assassinado pelos EUA? Sua visita à Venezuela em 2019 pode fornecer algumas respostas.

Hasan Illaik | The Creadle | # Traduzido em português do Brasil

Em 3 de janeiro de 2020, os militares dos EUA assassinaram o major-general iraniano Qassem Soleimani , comandante da Força Quds de elite no Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), junto com seu companheiro, o vice-chefe das Unidades de Mobilização Popular do Iraque, Abu Mahdi al- Muhandis.

Três anos depois, os motivos dessa decisão – e seu momento – ainda estão sendo debatidos. As razões para o assassinato de choque dos EUA, no entanto, podem não estar relacionadas apenas ao papel de Soleimani em conflitos regionais, mas também podem resultar de sua crescente influência internacional.

Por que Soleimani foi assassinado?

Soleimani teria sido responsável por liderar o plano do Irã de cercar Israel com um arco de mísseis e drones de precisão na região da Ásia Ocidental – do Líbano à Síria, Iraque e Gaza, até o Iêmen – que foi visto pelas autoridades israelenses como uma ameaça existencial. ao estado judeu.

Os EUA há muito acusam Soleimani de estar por trás de grande parte da resistência que enfrentou após invadir o Iraque em 2003, além de supostamente ordenar operações contra as forças americanas no período que antecedeu seu assassinato.

O comandante da Força Quds – junto com Muhandis – foram críticos no esforço iraquiano para derrotar o ISIS, fora do controle e da agenda dos EUA e seus aliados regionais, que frequentemente usavam o grupo terrorista para garantir ganhos políticos e geográficos.

Além disso, os EUA mantiveram o Irã e, por extensão, Soleimani, responsáveis ​​pelo ataque iemenita às instalações de petróleo da Aramco na Arábia Saudita em 14 de setembro de 2019. O ataque da Aramco foi tão grande que interrompeu metade da produção de petróleo saudita e foi o maior de seus desde a invasão do Kuwait pelo ex-presidente iraquiano Saddam Hussein em 1990.

Mundo condena tentativa de golpe no Brasil e manifesta apoio a Lula

Líderes mundiais repudiam terrorismo em Brasília e apoiam governo Lula. Presidentes da União Europeia, dos EUA e da América Latina rechaçaram tentativa de golpe no Brasil

Pragmatismo Político

Após atos de depredação nas sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), líderes de diversos países já se manifestaram sobre a ação de apoiadores golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, neste domingo (8).

O presidente da França, Emmanuel Macron, falou em apoio “incondicional” do país ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse no último domingo (1).

A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O Presidente @LulaOficial pode contar com o apoio incondicional da França. — Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 8, 2023

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o atentado à democracia e disse que a situação no Brasil é “ultrajante”. Afirmou que as instituições democráticas do Brasil têm todo o apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada.

I condemn the assault on democracy and on the peaceful transfer of power in Brazil. Brazil’s democratic institutions have our full support and the will of the Brazilian people must not be undermined. I look forward to continuing to work with @LulaOficial— President Biden (@POTUS) January 8, 2023

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou os ataques à democracia brasileira. Ele frisou que “usar a violência para atacar as instituições é sempre inaceitável”.

“Nos juntamos a Lula para pedir o fim imediato dessas ações”, afirmou.

Na América Latina, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi o primeiro a prestar solidariedade ao presidente Lula e sugeriu uma reunião de urgência da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Toda mi solidaridad a @LulaOficial y al pueblo del Brasil. El fascismo decide dar un golpe.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a democracia “é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular”.

“Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional”, destacou o líder argentino, que ressaltou seu “apoio incondicional” a Lula diante “dessa tentativa de golpe”.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, classificou como “covarde e vil” as ações de manifestantes de extrema direita que depredaram e atearam fogo em trechos de sedes dos Três Poderes.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, falou em “ações golpistas dos bolsonaristas que agrediram o Congresso e outras instituições pilares da democracia no Brasil”.

“Nossa solidariedade ao irmão Lula e ao povo brasileiro. A direita bolsonarista segue o exemplo de Donald Trump e não aceita a derrota”, afirmou Morales.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu “o retorno imediato da democracia” e condenou o assalto ao Congresso Nacional.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez disse que os atos de terrorismo têm o “objetivo de gerar caos e desrespeitar a vontade popular manifestada com a vitória de Lula nas urnas”.

Brasil | Terroristas bolsonaristas mijaram e cagaram no Palácio do Planalto - ministro

"Quebravam tudo, urinavam, defecavam nos corredores, dentro das salas. Foi um ato de destruição", disse Paulo Pimenta. Um bolsonarista foi filmado mostrando a bunda no local

Reuters - O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse a jornalistas na manhã desta segunda-feira que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto urinaram e defecaram no local, além de terem destruído obras de artes que ficavam no local.

Pimenta também confirmou que, apesar dos danos causados no palácio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalhará no local nesta segunda. Em seu primeiro compromisso na agenda do dia, Lula se reunirá com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pela manhã. O prédio do STF também foi invadido e depredado pelos apoiadores de Bolsonaro.

"O pessoal que olhou (os vândalos) disse que parecia um bando de pessoas com ódio, fora de si, parecia um bando de zumbi. Corriam pelos corredores, quebravam tudo, urinavam, defecavam nos corredores, dentro das salas. Foi um ato de destruição", disse Pimenta a jornalistas do lado de fora do palácio.

De acordo com o ministro, que falou com repórteres pouco antes de ser liberada a entrada deles para verificar os danos causados ao palácio pelos vândalos, algumas obras de arte foram danificadas e outras completamente destruídas.

Pimenta disse que, apesar dos danos, Lula despachará do Planalto nesta segunda, confirmando o que o presidente havia afirmado na véspera em sua conta no Twitter.

"Nós vamos trabalhar aqui hoje já", disse Pimenta. "A reunião do presidente com a presidente do STF vai ser aqui, às 9h", acrescentou.

No domingo, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes --o prédio do Congresso Nacional também foi vandalizado-- e deixaram um rastro de destruição, o que levou Lula a decretar uma intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal e o ministro Alexandre de Moraes a determinar o afastamento por 90 dias do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Autoridades do governo Lula apontaram falhas na atuação da segurança pública da capital federal e a situação só foi contida e os prédios públicos desocupados após a decretação da intervenção.

Brasil 247

Brasil | Lula promete punir terroristas e retoma trabalho no Palácio do Planalto

Praça dos Três Poderes, patrimônio da Humanidade, foi vandalizada por terroristas bolsonaristas

247 – "Estive agora à noite no Palácio do Planalto e no STF. Os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos. Amanhã retomamos os trabalhos no Palácio do Planalto. Democracia sempre. Boa noite", postou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a destruição da praça dos Três Poderes, patrimônio da Humanidade, foi vandalizada por terroristas bolsonaristas, que contaram com a omissão do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Saiba mais sobre o ataque terrorista a Brasília:

Agência Brasil – Líderes de diversos países condenaram a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorrida nesta tarde (8). Em postagens nas redes sociais, chefes de Estado e de Governo manifestaram solidariedade e ofereceram apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França”, escreveu, na rede social Twitter, o primeiro ministro francês, Emmanuel Macron.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também condenou os ataques. "Condeno o ataque à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser prejudicada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com @LulaOficial", escreveu no Twitter.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também se pronunciou. “Todo meu apoio ao presidente Lula e às instituições eleitas livre e democraticamente pelo povo brasileiro. Condenamos veementemente o assalto ao Congresso brasileiro e pedimos o retorno imediato à normalidade democrática”, postou.

Presidentes latino-americanos também repudiaram os atos antidemocráticos em Brasília. “Toda minha solidariedade a Lula e ao povo do Brasil. O fascismo decide dar um golpe. As direitas não puderam manter o pacto da não violência. É hora urgente de reunião da OEA [Organização dos Estados Americanos] se quiser seguir viva como instituição e aplicar a carta democrática”, escreveu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que fez a postagem poucos minutos após a invasão ao Congresso Nacional.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, considerou “inadmissível” a ocupação da Praça dos Três Poderes. “Ataque inadmissível aos três poderes do Estado brasileiro pelos bolsonaristas. O governo brasileiro tem todo o nosso apoio diante desse covarde e vil ataque à democracia”, postou Boric nas redes sociais.

“Como presidente da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e do Mercosul, ponho em alerta os países membros para que nos unamos nesta inaceitável reação antidemocrática que tenta se impor no Brasil. Demostremos com firmeza e unidade nossa total adesão ao governo eleito democraticamente pelos brasileiros que encabeça o presidente Lula. Estamos junto do povo brasileiro para defender a democracia e não permitir nunca mais o regresso dos fantasmas golpistas que a direita promove”, escreveu Fernández.

ONU

Em nota, a Organização das Nações Unidas (ONU) também condenou os ataques em Brasília e manifestou preocupação diante do ocorrido. "A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o restabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito", diz o texto.

Brasil 247

Imagem: Lula na praça dos Três Poderes

EUA estão em pânico porque US$ 100 biliões em ajuda à Ucrânia não são suficientes

Principais autoridades ucranianas e ex-funcionários dos EUA estão em pânico porque US$ 100 bilhões em ajuda não são suficientes

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil | # Traduzido em português do Brasil

O ministro da Defesa ucraniano, Alexey Reznikov, e o embaixador no Reino Unido, Vadim Prystaiko, tentaram culpar a OTAN pelo envio de mais armas, enfatizando o status da Ucrânia como representante desse grupo na esperança de influenciar as percepções ocidentais populares a seu lado, enquanto o segundo mencionado também contribuiu para a antiga defesa dos EUA. O temor do secretário Robert Gates e da ex-secretária de Estado Condoleezza Rice de que o fracasso em fazê-lo deixaria a Rússia no controle de um território extremamente estratégico. Todos os quatro altos funcionários quebraram as narrativas anteriores ao admitir o papel de procurador da Ucrânia e/ou reconhecer o sucesso da operação especial da Rússia até agora.

A viagem de Zelensky a DC no mês passado não foi o sucesso que a mídia ocidental liderada pelos EUA (MSM) a divulgou como sendo evidenciado pelo pânico que desde então tomou conta de altos funcionários ucranianos e ex-funcionários dos EUA. Eles começaram uma ofensiva de guerra de informação alegando que os aproximadamente US$ 100 bilhões em ajuda americana que Kiev recebeu até agora supostamente não são suficientes para desalojar completamente a Rússia das fronteiras pré-2014 da ex-república soviética, muito menos para se defender contra quaisquer ofensivas futuras.

O ministro da Defesa ucraniano, Alexei Reznikov, disse à TV nacional na semana passada (vídeo aqui , notícia aqui , análise aqui ) que “Hoje, a Ucrânia está enfrentando [a] ameaça (da Rússia). Estamos cumprindo a missão da OTAN hoje, sem derramar seu sangue. Nós derramamos nosso sangue, então esperamos que eles forneçam armas.” Isso foi seguido pelo embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadim Prystaiko, dizendo à Newsweek algo semelhante em espírito logo depois.

Segundo ele, “o Ocidente agora tem uma chance única. Não há muitas nações no mundo que se permitiriam sacrificar tantas vidas, territórios e décadas de desenvolvimento com o propósito de derrotar o arqui-inimigo... É isso que quero dizer: Todos de mãos dadas, cada coisa que pudermos dispensar para ajudar Vitória da Ucrânia.” Ele também expressou preocupação de que o Ocidente possa pressionar Kiev a concordar com um cessar-fogo com a Rússia se o atual impasse não for rompido em breve.

O ex-secretário de Defesa Robert Gates e a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice escreveram em conjunto um artigo de opinião para o Washington Post (pago para alguns aqui, mas republicado na íntegra aqui ) no sábado com a manchete dramática de que “O tempo não está do lado da Ucrânia”. Sua narrativa é completamente contrária à “oficial” que é popular entre a maioria dos ocidentais, afirmando que a Rússia inevitavelmente entrará em colapso quanto mais tempo sua operação especial se arrastar.

Em vez disso, Gates e Rice alertaram que “na ausência de outro grande avanço ucraniano e sucesso contra as forças russas, as pressões ocidentais sobre a Ucrânia para negociar um cessar-fogo crescerão à medida que os meses de impasse militar passarem”, o que resultaria na retenção da Rússia “muito do [da Ucrânia] ] riqueza mineral, capacidade industrial e terras agrícolas consideráveis” se a Linha de Controle (LOC) for congelada. Este é um ponto importante que também foi reafirmado por Prystaiko.

Corredor Médio da Eurásia: um frenesim atlantista para sufocar integração Europa-Ásia

Interesses geopolíticos entre o estabelecimento anglo-americano e o eixo liderado pela sino-russa entrarão em conflito na rota de transporte internacional transcaspiana.

Mateus Ehret |  02 de janeiro de 2023 | The Cradle | # Traduzido em português do Brasil

Em 12 de dezembro de 2022, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) organizou uma conferência sobre o futuro do  Corredor Médio da Eurásia , um projeto de desenvolvimento de infraestrutura de transporte e energia que se estende desde o Mar Cáspio, rico em recursos, até a Europa.

Na reunião, os principais funcionários atlantistas prestaram atenção especial a como 'enquadrar' esse centro estratégico de transporte global que se desenvolve fora de seu controle.

Eles enfatizaram que as nações que têm mais a ganhar com o crescimento inevitável do Corredor Médio não devem se caracterizar como um “centro regional” leste-oeste conectando a Europa à China, mas sim como uma zona autônoma de riqueza – independente da China e apoiadora de uma UE em declínio.

O valor do Corredor Médio aumentou significativamente no ano passado devido a dois fatores principais. Primeiro, a intervenção militar russa na Ucrânia e, segundo, a urgência de “descarbonizar” aquelas nações ainda presas na esfera de influência atlantista.

O Corredor Médio recebe o nome da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) da China, que foi lançada em 2013. Consiste em três corredores de desenvolvimento projetados para promover o comércio e o comércio intercivilizacional em uma base leste-oeste. Esses corredores são o Corredor Norte, o Corredor Sul e o Corredor Médio.

JUDICIÁRIO IRAQUIANO EMITE MANDATO DE PRISÃO CONTRA DONALD TRUMP

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter dado a ordem para assassinar o comandante iraniano Qassem Soleimani e seu homólogo iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis

News Desk, 05 de janeiro de 2023 | em The Cradle | # Traduzido em português do Brasil

Segundo a agência de notícias Baghdad Today, o presidente do Conselho Superior de Justiça do Iraque, Faiq Zaidan, anunciou no dia 5 de janeiro a emissão de um mandado de prisão contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Zaidan mencionou em comunicado que o judiciário iraquiano emitiu um mandado de prisão para o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que confessou ter dado luz verde para matar o comandante iraniano Qassem Soleimani e seu colega iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis em um ataque de drone no início de 2020 .

O chefe do Conselho Judicial do Iraque fez os comentários durante o terceiro aniversário do assassinato de Soleimani em Bagdá, onde várias autoridades iraquianas proeminentes, incluindo o primeiro-ministro Mohammad Shia 'al-Sudani, estavam presentes.

Em seu discurso, Zidan denunciou o ataque mortal e afirmou que o ex-presidente Trump, que oficialmente “admitiu ter cometido o crime”, recebeu um mandado de prisão do mais alto tribunal do país.

“Por que ele ainda não foi responsabilizado por esse crime hediondo?” Zaidan perguntou.

Em abril de 2022, o Ministério das Relações Exteriores iraniano impôs sanções tanto aos atuais funcionários dos EUA quanto aos ex-funcionários, de acordo com um anúncio oficial.

Nove funcionários dos EUA foram adicionados à lista de sanções do Irã por apoiar o terrorismo em todo o mundo, enquanto outros 15 funcionários dos EUA foram adicionados por violações dos direitos humanos.

O Ministério das Relações Exteriores iraniano disse que os funcionários designados “participaram do apoio, organização e imposição das Medidas Coercitivas Unilaterais dos Estados Unidos contra o povo e o governo do Irã. Eles também financiaram e apoiaram grupos terroristas e atos terroristas contra o Irã, bem como as medidas repressivas do regime sionista de Israel na região, particularmente contra o povo palestino”.

Entre os nomes conhecidos que o Irã vinculou a atividades terroristas estão o general aposentado George W. Casey Jr. , o advogado de Trump e ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani , o ex-vice-presidente dos EUA Joe Lieberman, a embaixadora dos EUA no Líbano Dorothy Shea embaixador em Israel David Friedman .

Giuliani foi conselheiro do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que ordenou o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em 3 de janeiro de 2020.

Giuliani também foi convidado em várias conferências chamadas 'Irã Livre' realizadas por Mujahideen-e-Khalk (MEK), uma organização terrorista liderada por expatriados iranianos. O MEK matou dezenas de civis iranianos ao longo das décadas.

Imagem: SAUL LOEB/AFP via Getty Images

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