terça-feira, 26 de junho de 2012

UM LONGO COMPASSO DE ESPERA – I




Martinho Júnior, Luanda

1 – A situação que a Terra está a enfrentar praticamente desde os alvores do capitalismo e da Revolução Industrial, é de uma constante alteração dos parâmetros ambientais e humanos, correndo-se riscos acrescidos da vida, tal qual a conhecemos, deixar de existir, podendo (ou não) dar lugar a transformações das espécies conhecidas e ao surgimento de outras espécies, com estas últimas a eclodir a partir das transformações que cada vez mais se vão evidenciando na natureza do planeta!

Essas mudanças provocadas sobretudo pela acção do homem, de forma insuficientemente conhecida e controlada, não se devem a questões de ordem técnica ou tecnológica em si, antes é sem dúvida resultado, em relação às suas causas, da forma nefasta como as coisas que se inter relacionam com os fenómenos da vida se têm colocado em função da lógica capitalista em vigor.

A lógica capitalista privilegia a economia e as finanças, ao invés de dar prioridade ao homem e ao conhecimento sobre ele e sobre a natureza, de modo a, através desse processo contraproducente, submeter aos parâmetros económicos e financeiros as razões de ordem filosófica, ideológica, sócio-política e ambiental.

A lógica capitalista por razões inerentes à sua própria essência, está assim a esgotar por via do lucro, da especulação e do consumismo, os recursos não renováveis disponíveis, mesmo que uma parte deles possam ser mais ou menos “reciclados”.

Como o homem e a natureza não têm sido a prioridade de todas as atenções, ficaram os processos de inteligência reféns de quem promove os desequilíbrios, as desigualdades e, duma forma geral, as injustiças, as precariedades, as guerras e a morte, por razões que se prendem com a própria lógica do capitalismo em curso!

Enquanto se mantiverem na Terra os postulados dessa lógica capitalista que se vai cada vez mais exacerbando, será muito difícil num quadro como esse encontrar soluções que influam nas causas da actual tendência, pelo que se poderão activar de 20 em 20 anos muitas mais Conferências da ONU no Rio de Janeiro que elas, muito embora os fóruns cada vez mais alargados de discussão, nada trarão de decisivo para benefício da vida tal qual a conhecemos na nossa “casa comum”!

Vem isto a propósito dos “resultados” obtidos na Conferência da ONU Rio+20, que há pouco terminou no Brasil, se os comprarmos aos resultados da mesma Conferência há 20 anos atrás, em 1992.

Os avanços são irrisórios ou mesmo nulos, longe das necessidades para com o cuidado que merecem a Terra e a humanidade, por que são as poderosas multinacionais e as nações que compõem o império, que defendem de forma egoísta e arrogante, viciadas no lucro, na especulação e nas razões consumistas, a continuidade da via que tantos “benefícios lhes tem conferido e que tantos riscos têm vindo a acarretar.

É utópico alguma vez pensar que são aqueles que existem na razão causal dos problemas que alguma vez poderão evitá-lo, ou solucioná-lo, sem alteração profunda da sua própria essência e substância.

Na Conferência dos Povos que ocorreu em paralelo à Conferência da ONU Rio+20 sobre os mesmos temas, é já bastante alargada a noção desses riscos, aproximando-se as abordagens cada vez mais das prementes necessidades que se levantam em relação ao sentido de vida, uma prova para o homem, por tabela, para as outras espécies e para a nossa “casa comum”.

2 – A Revolução Cubana assume pois, em relação aos problemas globais, uma posição de vanguarda inclusive no que toca aos temas abordados na Conferência de Povos: conferindo prioridade ao homem e ao ambiente de há mais de 50 anos a esta parte, ela tem promovido os ensaios que se identificam com o sentido da vida nas suas próprias linhas práticas de natureza eminentemente ambiental e sócio-política.

O incentivo que a Revolução Cubana tem dado à educação e à saúde está a desembocar na elevação do conhecimento científico e tecnológico que desemboca por seu turno em linhas de acção que não estão presas às amarras impostas pela lógica capitalista e se tornam um exemplo a seguir pela consciência de muitos outros povos, particularmente aqueles sujeitos ao subdesenvolvimento crónico que resulta da opressão estimulada durante séculos.

Desses povos, essa consciência é elevada cada vez mais à formação das nações e ao poder dos próprios estados, sobretudo na América Latina e com a iniciativa da ALBA, agrupamento progressista que se tornou receptivo às Conferências dos Povos, onde o debate, fugindo à lógica capitalista, é muito mais criativo e profícuo que nas Conferências da ONU, onde se reflectem o poder sincronizado das poderosas multinacionais e do império.

3 – É pois relevante lembrar o teor dos discursos dos seus líderes, a começar pelos líderes da Revolução Cubana, que sabem sintetizar os temas em suas pertinentes abordagens, até para avaliar se há avanços reais nas questões vitais que se nos colocam como um desafio de dimensão universal e intemporal.

Incentivando as discussões os dirigentes da ALBA, inspirados na Revolução Cubana, sabem que são apenas uma centelha que conduzirá não ao esgotamento dessas discussões, mas a um renascimento contínuo das descobertas inseparáveis da consciência crítica construtiva que compõem a essência do sentido de vida!...


“Uma importante espécie biológica está em perigo de desaparecer devido à rápida, progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem. Agora estamos cientes deste problema, quando quase é tarde para impedi-lo.

É preciso salientar que as sociedades de consumo são as principais responsáveis pela atroz destruição do meio ambiente. Elas nasceram das antigas metrópoles coloniais e de políticas imperiais que, pela sua vez, engendraram o atraso e a pobreza que hoje açoitam a imensa maioria da humanidade. Com apenas 20% da população mundial, elas consomem as duas terceiras partes dos metais e as três quartas partes da energia que é produzida no mundo. Envenenaram mares e rios, contaminaram o ar, enfraqueceram e perfuraram a camada de ozónio, saturaram a atmosfera de gases que alteram as condições climáticas com efeitos catastróficos que já começamos a padecer.

As florestas desaparecem, os desertos estendem-se, bilhões de toneladas de terra fértil vão parar ao mar cada ano. Numerosas espécies se extinguem. A pressão populacional e a pobreza conduzem a esforços desesperados para ainda sobreviver à custa da natureza. É impossível culpar disto os países do Terceiro Mundo, colónias ontem, nações exploradas e saqueadas hoje, por uma ordem económica mundial injusta.

A solução não pode ser impedir o desenvolvimento aos que mais o necessitam. O real é que todo o que contribua actualmente para o subdesenvolvimento e a pobreza constitui uma violação flagrante da ecologia. Dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças morrem todos os anos no Terceiro Mundo a consequência disto, mais do que em cada uma das duas guerras mundiais. O intercâmbio desigual, o proteccionismo e a dívida externa agridem a ecologia e propiciam a destruição do meio ambiente.

Se quisermos salvar a humanidade dessa autodestruição, teremos que fazer uma melhor distribuição das riquezas e das tecnologias disponíveis no planeta. Menos luxo e menos esbanjamento nuns poucos países para que haja menos pobreza e menos fome em grande parte da Terra. Não mais transferências ao Terceiro Mundo de estilos de vida e de hábitos de consumo que arruínam o meio ambiente. Faça-se mais racional a vida humana. Aplique-se uma ordem económica internacional justa. Utilize-se toda a ciência necessária para um desenvolvimento sustentável sem contaminação. Pague-se a dívida ecológica e não a dívida externa. Desapareça a fome e não o homem.

Quando as supostas ameaças do comunismo têm desaparecido e já não há pretextos para guerras frias, corridas armamentistas e gastos
militares, o que é o que impede dedicar de imediato esses recursos na promoção do desenvolvimento do Terceiro Mundo e combater a ameaça de destruição ecológica do planeta?

Cessem os egoísmos, cessem as hegemonias, cessem a insensibilidade, a irresponsabilidade e o engano. Amanhã será tarde demais para fazer aquilo que devimos ter feito há muito tempo”.

3 – Neste momento, 20 anos depois dessa intervenção de Fidel, perguntemo-nos se têm havido avanços na gestão da nossa “casa comum” que reflictam a premente preocupação de salvar a “arca de Noé”, parafraseando Miguel d’Escoto, onde fluem os ambientes e as espécies das quais a humanidade faz parte.

Julgo que só pode haver uma resposta: está-se num longo compasso de espera por que quem detém o poder dominante não abdica por si próprio da lógica capitalista em relação à qual está indexado, enquanto os riscos estão inexoravelmente a aumentar!

Aqueles que se grudam à lógica capitalista, conscientemente ou não influem na proliferação desses riscos de forma não suficientemente conhecida, nem muito menos de forma suficientemente “controlada”.

20 anos depois, o alerta de Fidel, um dos poucos dirigentes que abordou o tema de forma tão esclarecida e desassombrada em tempo oportuno, o longo compasso de espera é um mau sintoma par o planeta e para toda a humanidade!

Foto: Imagem da Terra recolhida a partir dum satélite russo.

Consultas:
- Confira os documentos produzidos nas plenárias da Cúpula dos Povos – http://cupuladospovos.org.br/2012/06/confira-os-documentos-produzidos-nas-plenarias-da-cupula/
- Declaração final da cúpula dos povos na Rio+20 – http://cupuladospovos.org.br/2012/06/declaracao-final-da-cupula-dos-povos-na-rio20-2/
- “Construamos uma Arca de Noé que nos salve a todos” – http://pagina--um.blogspot.com/2010/08/construamos-uma-arca-de-noe.html

Díli: Equipa Forense parou recolha dos restos mortais nos jardins do Palácio



SAPO TL

Depois de uma semana a escavar e limpar os restos mortais encontrados no jardim do Palácio do Governo foram localizados 52 corpos. De acordo com o jornal Independente, o comandante do Serviço de Investigação Criminal (SIC), superintendente chefe Calistro Gonzaga, informou que o processo de recolha está agora parado para que a equipa forense possa analisar e estudar esta primeira recolha.

“Parámos provisoriamente a recolha e esperamos agora a chegada de alguns colegas da Austrália para em conjunto analisarmos todos os materiais, informou Calistro, ontem no Quartel Geral PNTL, Caicoli.

Segundo a polícia do Serviço de Investigação Criminal (SIC) a maioria das vítimas tinha a cabeça e as pernas partidas. De acordo com Jaime Remeles Oliveira estes restos mortais podem ser de timorenses que morreram durante a II Guerra Mundial, nos confrontos decorridos em solo timorense, entre a Austrália e o Japão, datados entre 1942-1945.

Remeles Oliveira disse que durante a guerra, o governo do Japão realizava os julgamentos numa comarca que ficava atrás do Palácio do Governo, actual edifício do Parlamento Nacional. Jaime é uma das testemunhas vivas, que pode relatar como as forças japoneses capturavam os liurais timorenses.

Mais informações podem ser obtidas através do Tenente Pires, Tinoku, sargento Vieira, Tomato e Silva.

SAPO TL com Independente

Timor/Eleições: Manuel Tilman, filho dos heróis da montanha e ex-deputado português



MSE - Lusa

Díli, 26 jun (Lusa) - A t-shirt preta a dizer Portugal é a imagem de marca de campanha eleitoral de Manuel Tilman, líder do partido União dos Filhos Heroicos da Montanha (KOTA) e deputado timorense.

Com 60 anos, o filho do rei de Maubisse, não desiste da política, onde entrou pelas mãos dos professores portugueses Sousa Franco e Jorge Miranda, recordou à agência Lusa.

Estudou direito na Universidade Clássica de Lisboa, iniciou as lides políticas nos Açores, onde viveu e foi consultor jurídico do governo regional entre 1982 e 1990. Foi ainda deputado da Assembleia da República de Portugal entre 1980 e 1984.

Casado e pai de dois filhos, Manuel Tilman regressa à Ásia em 1990 para trabalhar como advogado e consultor jurídico em Macau, Hong Kong e China.

Depois do referendo que ditou a independência de Timor-Leste e o fim da ocupação Indonésia, regressa ao país, tendo sido eleito em 2001 deputado do parlamento timorense, onde permanece até hoje.

Manuel Tilman voltou a entrar na corrida para as legislativas de 07 de julho com uma coligação entre o KOTA e o Partido Trabalhista de Timor (PTT), depois de ter concorrido às presidenciais de março, ganhas por Taur Matan Ruak.

A t-shirt preta a dizer Portugal com a imagem de uma vela de uma caravela dos descobrimentos, significa os filhos heroicos do mar que trouxeram o conhecimento e a cruz (religião católica) para Timor-Leste, disse à Lusa.

Timor/Eleições: ESTABILIDADE PASSA POR FIM DA BIPOLARIZAÇÃO - partido KOTA



MSE - Luta

Díli, 26 jun (Lusa) - O líder do partido União dos Filhos Heroicos da Montanha (KOTA) de Timor-Leste, Manuel Tilman, defendeu que a estabilidade no país passa pelo fim da bipolarização entre os partidos de Xanana Gusmão e de Mari Alkatiri.

"Para haver estabilidade neste país não pode haver bipolarização. Ou Xanana, do CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste), contra tudo o resto, ou a Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente), contra tudo o resto", afirmou Manuel Tilman.

O deputado falava em entrevista à agência Lusa no âmbito das eleições legislativas de 07 de julho, em que o seu partido vai participar com a coligação AD (Aliança Democrática), com o Partido Trabalhista de Timor-Leste (PTT), de Ângela Freitas.

"Para existir uma possibilidade de o país prosseguir nesta estabilidade e desenvolvimento sustentado é preciso que Xanana se entenda com a Fretilin" e vice-versa, salientou Manuel Tilman.

Segundo o deputado timorense, para acabar com a bipolarização é preciso um "fiel da balança", que será o Partido Democrático (PD), de Fernando La Sama de Araújo, atual presidente do parlamento timorense.

Nas eleições legislativas de 2007, o partido KOTA, também no âmbito de uma coligação com o PTT, conseguiu eleger dois deputados para o parlamento timorense com 3,20 por cento dos votos.

Na atual campanha eleitoral, que começou no passado dia 05 e termina 04 de julho, Manuel Tilman disse estar a fazer uma campanha pedagógica e manifestou-se disponível para coligações.

Para Manuel Tilman, 80 por cento da população vive com base numa economia de subsistência, a chamada economia informal, enquanto os restantes 20 por cento residem em Díli na economia formal, que inclui funcionários públicos, empresários e estrangeiros.

"A minha campanha é também dizer aos colegas dos outros partidos, principalmente ao partido do primeiro-ministro, que é chocante fazer uma campanha tipo americana gastar três, quatro ou cinco milhões com uma população que mal tem para comer", disse.

Na sua campanha, Manuel Tilman tem defendido que o "dinheiro do petróleo deve servir para o desenvolvimento do capital humano".

"Sobretudo, investir na educação, na saúde, nas indústrias agrícolas e transformadoras e nos serviços", salientou, sublinhando que se assim não for Timor-Leste vai ter "uma má história".
Às terceiras eleições legislativas de Timor-Leste concorrem 21 partidos e coligações.

Cabo Verde: Branqueamento de capitais "a par e passo" com tráfico de droga -- PGR



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 25 jun (Lusa) - O Procurador-Geral da República (PGR) de Cabo Verde, Júlio Martins, afirmou hoje que o branqueamento de capital no arquipélago está a aumentar em paralelo com o tráfico de droga.

Júlio Martins, que falava na sessão de abertura do ciclo de conferências sobre "O Ministério Público e o Combate ao Crime Económico e Financeiro", sublinhou que a criminalização da lavagem de capitais começou com o tráfico ilícito das drogas no país.

"Normalmente, quem se dedica ao tráfico quer introduzir os proveitos desta prática no mercado financeiro", disse o PGR, insistindo na ideia, já avançada na sexta-feira, de que o atual quadro da lavagem de capitais em Cabo Verde é "preocupante".

"Em Cabo Verde, persiste um regime sobre corrupção que não potencia a divulgação desses tipos de crimes, pelo que é necessário pensar e refletir se se deve continuar a combater esses crimes com os mesmos mecanismos com que se investiga um crime de furto ou de roubo", afirmou.

Júlio Martins lembrou que Cabo Verde não está a cumprir os compromissos assumidos na Convenção da ONU sobre a corrupção, que sugere que os Estados devem ponderar a possibilidade de introduzirem mecanismos de direito penal nos crimes de corrupção.

Na terça-feira, último dia de trabalhos, serão apresentados seis temas, o último dos quais "Desafios/Experiências Operacionais para as Autoridades Judiciárias em Matéria de Luta contra a Lavagem de Capitais, Assim como Respostas/Programas do ONUDC Nesta Matéria", apresentado por Ludovic D'Hoore, conselheiro regional do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC).

Cabo Verde/Eleições: Partido no poder quer "roubar" pelo menos duas câmaras à oposição



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 26 jun (Lusa) - O presidente do PAICV afirmou que o objetivo do partido no poder em Cabo Verde é obter nas autárquicas de 01 de julho a maioria dos 22 municípios, para o que precisa "roubar" pelo menos duas câmaras à oposição.

Numa entrevista à agência Lusa, José Maria Neves, igualmente primeiro-ministro cabo-verdiano desde 2001, lembrando que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) detém 10 das 22 câmaras, assegurou que não se demitirá do Governo se perder a votação, que se segue à vitória nas legislativas (fevereiro de 2011) e à derrota nas presidenciais (agosto do mesmo ano).

"Um bom resultado será o PAICV ganhar a maioria das câmaras municipais. Estamos a trabalhar para ganhar pelo menos 12 câmaras. Seria o melhor resultado que nós poderíamos fazer nestas eleições. Manter as 10 câmaras em nosso poder e ganhar pelo menos duas ao MpD (Movimento ara a Democracia, que tem as restantes 12)", sublinhou.

"Se não cumprirmos os objetivos para as eleições autárquicas, se não conseguirmos a maioria das câmaras, é um mau resultado", acrescentou, garantindo que quer as presidenciais quer as autárquicas nada têm a ver com a avaliação do desempenho do Governo, razão pela qual não apresentará a demissão do executivo.

"Rigorosamente não. Foi nas legislativas que se fez a avaliação do desempenho do Governo. Nem as presidenciais nem as autárquicas são eleições destinadas a avaliar o desempenho do Governo e a analisar propostas alternativas de governação a nível nacional. Por isso, não há que tirar consequências destas eleições para a governação do país", justificou.

Indicando que o PAICV é o único partido que se apresenta nos 22 círculos eleitorais - o MpD apresenta-se em 21 e apoia a recandidatura independente de Jorge Figueiredo na ilha do Sal -, José Maria Neves refutou as críticas de que não há espaço para candidaturas independentes com sucesso, dando como exemplo quatro casos.

Em São Vicente venceu Onésimo Silveira (1991, 1996 e 2000), na Ribeira Grande de Santo Antão foi Jorge Santos (atual vice-presidente do MpD - em 1996 e 2000), no Maio coube a Manuel Ribeiro (1996) e em São Nicolau a Benvindo Oliveira (2000).

"Há muitas candidaturas independentes que têm vingado em vários momentos. Há movimentos sociais, mas dependem muito das dinâmicas políticas em cada município e em cada ilha", admitiu José Maria Neves, reconhecendo também que "nada se pode fazer" em relação à bipolarização política em Cabo Verde.

"Há basicamente dois partidos fortes (PAICV e MpD) e um terceiro, pequeno, a UCID (União Cabo-Verdiana Independente e Democrática). Tem a ver com as circunstâncias do desenvolvimento do campo político em Cabo Verde e contra isto não temos nada a fazer. À medida que a sociedade vai amadurecendo, a democracia vai-se consolidando e haverá com certeza espaços para ação de outras forças políticas", sustentou.

José Maria Neves reconheceu, também, que a quase ausência de independentes deve-se aos custos "proibitivos" que as campanhas eleitorais estão a atingir no país, defendendo a necessidade de os partidos políticos assinarem um pacto para reduzirem os custos.

"As campanhas eleitorais em Cabo Verde estão a tornar-se proibitivas e não há espaço para os pequenos partidos. Após estas eleições teremos quatro anos para refletir e para racionalizar as despesas eleitorais", defendeu, lembrando que o custo da tripla votação custou cerca de 1,5 milhões de contos (13,6 milhões de euros), "o que é muito para o país".

A REPRESSÃO DO REGIME DE ANGOLA AOS ATIVISTAS DA PÁTRIA LUNDA




O Página Global tem abraçado a divulgação da luta da Nação Lunda pela autonomia como opção alternativa de dar voz aos que são relegados para o silêncio pelas Agências de Informação que servem fielmente os objetivos traçados por governos que nos deixam sérias dúvidas sobre as suas práticas democráticas.

Ao serviço desses governos encontramos chamados jornalistas que recheiam a comunicação social em postura de atentos, venerandos e obrigados a serem meros escribas de “verdades” oficiais de sistemas políticos degradantes e desrespeitosos do direito de formar e informar que deve sempre assistir os que compõem as redações de órgão de comunicação social. A nosso ver a luta pacifica e até hoje perceptivelmente democrática em defesa da Nação Lunda tem tido por destino o silencio das agências de informação de Angola e/ou de Portugal. Nada de novo nesta atitude porque o servilismo da Angop e da Lusa é por demais conhecido em relação ao governo corrupto e assassino de JES-MPLA. Só não calam o que é por demais evidente ser impossível de calar.

Esses escribas, operativos constituintes dessas e de outras agências, tementes de “perderem os empregos”, vêm adulterando de forma grave os seus desempenhos profissionais, cometendo o pecado de contribuírem para muitos dos défices de democracia que constatamos existirem em imensos países do mundo. E em Angola também, principalmente. Jornalistas?

Por toda esta semana o Página Global vai libertar e publicar textos de divulgação referentes à Nação Lunda que acumulámos por via de anomalias que tivemos e nos dificultavam o manuseamento do blogue. Por essa razão pedimos aos nossos leitores que não estranhem deparar com textos mais longos do que é habitual. Sugerimos que se interessem em compreender a luta pela autonomia da Nação Lunda. (Redação PG)

ACTIVISTA POLITICO E PRISIONEIRO DE CONSCIENCIA DO MANIFESTO DO PROTECTORADO DA LUNDA PRESO ILEGALMENTE NA KAKANDA ESTA GRAVEMENTE DOENTE

O Activista Politico e Prisioneiro de Consciência do Manifesto do Protectorado da Lunda Tchokwe, Senhor José Muteba, esta gravemente doente na cadeia da Kakanda no Dundo, onde esta a cumprir uma prisão ilegal por ter reivindicado Autonomia Administrativa, Económica e Jurídica da Nação Lunda Tchokwe.

José Muteba esta internado no posto de saúde do estabelecimento prisional, sem os mínimos cuidados médicos e medicamentosos. Esta a defecar e urinar sangue, encontra se moribundo por falta de alimentação e outros cuidados.

A situação deste ACTIVISTA E PRISIONEIRO DE CONSCIÊNCIA é grave ainda, porque o posto de saúde não tem medicamentos, a única solução plausível seria a sua transferência para o Hospital Provincial.

Em 2010, neste mesmo estabelecimento prisional, faleceu um outro Activista, Muatxihina Chamumbala, que não havia sido acusado nem julgado, mas que o governo enterrou o mesmo sem a presença da sua família.

Continuam ilegalmente presos nesta unidade outros Activistas, para além de José Muteba, Domingos Henrique, António Silva Malendeca, Sebastião Lumani, Eugénio Mateus Sangoma e Alberto Mulozeno. A lei 7/78 Crimes Contra a Segurança do Estado a que foram acusados já foi revogada em 2010.

Os apelos e esforços dos Advogados e as Instituições de direitos Humanos ao poder judiciário angolano, para serem libertados não são atendidos.

Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda Tchokwe


TRIBUNAL DA LUNDA-NORTE, CONDENA ACTIVISTAS DO MANIFESTO DO PROTECTORADO DA LUNDA NA PENA DE UM ANO E SEIS MESES, SEM TEREM COMETIDO CRIME

No dia 13 de Fevereiro de 2012, no município do Lucapa, a Polícia local raptou 2 elementos membros e activistas do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda, trata-se dos Srs. Eugénio Mateus Sangoma Lopes e Alberto Mulozeno.

Fontes no local haviam comunicado a CMJSPL que um agente dos serviços secreto do regime estava infiltrado no secretariado Município do Manifesto, o Sr Orlando que também foi raptado juntamente com os dois acima indicados (simulação do SINSE), que dias depois foi solto sem explicação.

Ontem dia 13 de Junho, o tribunal da Lunda-Norte, condenou os dois membros do Manifesto do Protectorado da Lunda a uma pena de um(1) ano e seis (6) meses, sem a presença dos Advogados de defesa , porque o Tribunal não os havia notificado sobre o julgamento.

Pesa sobre eles o crime de serem filhos da Lunda Tchokwe e pertencerem ao Movimento que reivindica a Autonomia Administrativa, económica e Jurídica.

Continuam ilegalmente presos, mais de (10) Activistas, todos com o crime de terem REIVINDICADO A AUTONOMIA DA LUNDA TCHOKWE, que o regime considera contra a segurança do estado, previsto no artigo 26º da Lei 7/78, revogado em 2010.

O poder judiciário angolano continua a ser manietado, sem capacidade para fazer justiça e defender o direito real e justo.

Infelizmente o Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda, vai continuar a sua luta pacifica, reivindicando o direito natural e legitimo do povo Lunda Tchokwe.

Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda Tchokwe


Último título relacionado e publicado em Página Global

Angola: PRONTOS PARA O VOTO




Filomeno Manaças - Jornal de Angola, em A Palavra ao Diretor - 24 de Junho, 2012

1. Os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA foram ontem ao estádio 11 de Novembro mostrar que estão prontos para o voto nas eleições gerais que o país vai organizar a 31 de Agosto. O banho de multidão que se fez presente para ovacionar o cabeça de lista do MPLA, o engenheiro José Eduardo dos Santos, é por si só notícia em qualquer parte do mundo e não pode deixar de ser referido como algo simplesmente impressionante. As bancadas e o relvado do estádio 11 de Novembro foram ontem milimetricamente preenchidos. Sem espaço para mais gente, o estádio esteve abarrotado por dentro e por fora. À volta do 11 de Novembro, permaneceram tantas ou mais pessoas do que estavam no seu interior. Sem dúvidas um fenómeno de massas ao qual a media não pode deixar de estar atenta, que arrastou não apenas militantes, mas também várias organizações da sociedade civil que trataram, neste teste de mobilização de grande envergadura, de provar que milhões de angolanos estão preparados para votar pela paz e pela democracia.

As eleições gerais de 2012 prometem ser disputadas e o MPLA demonstrou ontem que vai à luta em grande forma e com toda a força do seu capital de conquistas granjeado no plano político, económico e social de modo a firmar os seus créditos, de modo a assegurar junto do eleitorado que é a única formação política em condições de poder dar prosseguimento e concluir o programa de reconstrução nacional, de passar agora à fase de consolidar o crescimento e melhorar a distribuição dos rendimentos.

A um mês praticamente do início da campanha que vai fazer subir a febre eleitoral no país, o ensaio de ontem foi um bom momento para aferir como o maior partido político do país se está a preparar para enfrentar os adversários, da sua grande capacidade em mobilizar o apoio de diferentes sectores da sociedade e de se projectar como factor de uma coesão que ultrapassa as fronteiras do próprio MPLA enquanto formação.

O resto, é esperar para saber que outras formações vão ombrear com o MPLA na disputa eleitoral, quando o Tribunal Constitucional terminar o trabalho de triagem das listas de candidaturas e divulgar, a 6 de Julho, a grelha definitiva dos partidos concorrentes ao pleito.

Todos esperamos e estamos a torcer para que as eleições decorram com civismo, que ganhe o melhor, que os resultados eleitorais sejam respeitados, e que haja fair play. Angola já deu um grande passo rumo à normalidade democrática e as eleições vão certificar a seriedade do esforço feito para que o país realize regularmente pleitos para a escolha dos representantes nos órgãos de soberania.

2. A degradação da situação na Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril coze em “lume brando”. Depois do cortejo de acusações feitas contra a missão de segurança angolana, as novas autoridades caucionadas pelo golpe militar em Bissau não tiveram pejo em solicitar o regresso da Missang àquele país. Um contra-senso, no mínimo, e uma prova evidente do desnorte que se apossou das figuras que agora estão à frente dos destinos daquele país irmão. O isolamento a que foi votada a Guiné-Bissau vai levar, mais tempo menos tempo, os militares a entenderem que a solução encontrada não tem pernas para andar. A delegação que foi enviada para participar na cimeira do Rio+20 viu a sua entrada no Brasil barrada. A solução foi regressar à procedência, pois ninguém, excepto os países da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO), reconhece legitimidade democrática no Governo formado na sequência do golpe de Estado. Não podendo participar em eventos internacionais, sujeitos os seus dirigentes e o país a sanções, os militares tornaram praticamente a Guiné-Bissau num Estado pária. Internamente as notícias dão conta de uma cada vez crescente insatisfação face à deterioração acelerada das condições de vida das populações e do funcionamento das estruturas do Estado. Interessante vai ser seguir como e até quando a CEDEAO, amarrada na solução encontrada e a todos os níveis comprometedora, vai gerir esse estado de coisas, tendo em conta que a equação passa incontornavelmente pela ruptura com o projecto imposto pelos militares.

Angola: WILLIAM TONET NÃO É HERÓI (E EU RALADO)




Nessa panóplia variada e avariada de manifestações de irritação, e depois de o deputado João Melo ter esgrimidos argumentos insustentáveis, indignas da sua craveira intelectual que muito respeitamos diga-se de passagem, só para defender a voz do seu mestre, “his master voice” (in english), (isso acabou, João Melo meteu uma surdina no seu entusiasmo partidário), ouvimos toda uma série de enormidades sair da boca de diversos dirigentes ligados ao “EME”, entre as quais temos manifestamente de destacar a última balela de Rui Falcão, ponta de lança e porta-voz do partido no poder, o actual MPLA.

Esse homem tem, e se não tem, gosta imenso de propagar ideias extraordinariamente confusas do que é a realidade política angolana, pois ainda não se deu conta de que o seu partido, ao qual a simples adesão tantas semelhanças tem com a que caracteriza a anuência a uma causa religiosa que parece uma seita, está a dar as últimas e não consegue digerir, manifestamente, a última afronta de que foi alvo nestas derradeiras manifestações de militares desmobilizados em luta pelo cumprimento de promessas feitas pelo governo JES/MPLA e pelo pagamento de regalias legítimas decorrentes das suas funções, uma simples pensão de reforma.

Os referidos militares desmobilizados em 1992 tiveram direito a ouvir muitos discursos lisonjeiros sobre a sua participação na luta pela independência do MPLA e foi-lhes feita a promessa formal de lhes serem pagos 55.000,00 (cinquenta e cinco mil Kwanzas) para cada soldado sem inicialmente lhes ser dada uma explicação convincente de que estes valores acima seriam em tranche única, o que, como reconhecimento da sua entrega em prol da defesa da Pátria (MPLA) durante anos e anos, é simplesmente ridículo e um sem-vergonha, no fundo, um verdadeiro insulto.

Portanto, esses militares, sentindo-se altamente lesados e discriminados, vieram para a rua, clamar a sua indignação e protestar contra o tratamento que lhes era imposto, sendo uma realidade o facto de eles não terem recebido nada, nem um chavo, do que lhes foi sucessivamente prometido durante mais de 7 anos! Vai de si que estas manifestações apresentaram-se aos olhos dos angolanos como mais uma manifestação de repúdio da política do Executivo, que, de resto, carrega toda a responsabilidade do que se está a passar neste caso concreto.

Assim sendo, era necessário criar anticorpos para lutar contra estes ataques atentatórios à boa saúde e reputação do desgastadíssimo regime JES/MPLA. Por isso mesmo é que vieram a público os arautos do regime, a começar pelos órgãos de comunicação social estatais, revezados por outras entidades estatais também.

Primeiro, o Estado-Maior General das FAA (EMGFA), que emitiu no passado dia 16 (sábado), um comunicado no qual foi dada uma informação que não passa de uma fantasia imaginada pelos seus mentores, ao assegurar que a manifestação dos militares desmobilizados tinha raízes políticas e que a UNITA, o Bloco Democrático e a CASA-CE estavam implicados na sua eclosão, enfim, nada mais nada menos que uma redonda e pura mentira. Nenhum político ligado à UNITA, ao Bloco Democrático e, ou, à CASA –CE tinham organizado fosse o que fosse.

Em seguida coube a vez de Rui Falcão vir a público, no dia 20 Junho de 2012, dar um magnífico exemplo difamação “Emepelada” ao fórceps, numa enorme preocupação de criar confusão em torno de uma personagem que muito incomoda o partido dos camaradas, William Tonet, exactamente, o nosso director geral, que se tem distinguido ultimamente no desenrolar de factos quase surrealistas da desopilante e ao mesmo tempo dramática cena política angolana.

A mensagem vinha em linha directa do Secretariado do Bureau Político do MPLA (BP) e Falcão apenas a deu a conhecer a toda Angola e à opinião pública internacional, no dia 20 de Junho, que o cidadão William Tonet (WT) "nunca pertenceu ao movimento guerrilheiro, dirigido pelo MPLA, no período de luta pela independência nacional de Angola".

Bom, esta tirada maldosa não passa de uma simples tautologia, quer dizer uma verdade de La Palisse, ou ainda uma revelação do género, a água da chuva molha, ou ainda os burros não são cavalos, isto porque WT tinha uns 14 ou 15 anos ao tempo do congresso de Lusaka em 1974!

Sai daqui a pergunta: por que raio de cargas de água o BP do MPLA sentiu necessidade de anunciar ao povo angolano e à comunidade internacional que WT não participou na luta pela libertação de Angola, “ed cetera e tal”, quando isso é mais que sabido e não precisa ser dito pelo próprio interessado, mas pelos factos e muitos protagonistas? O Falcão não participou, pois não? E depois? Onde está a nódoa? Não pode ser da estrutura do MPLA ou quando for corrido vão apagar o seu nome, também?

Enfim, como se pode inferir desta baixeza de espírito, o objectivo do MPLA é atingir a imagem do homem, William Tonet, que recentemente foi anunciado como cabeça de lista da CASA-CE para Luanda.

Mas temos ainda pior que esta marmelada mal cozida.

Alguns membros do BP do MPLA, porque não acreditamos que todos estivessem de acordo, dada a fútil faceta desta revelação gratuita, ridícula e venenosa, estende-se em seguida num pantanal de argumentos apresentados como justificação da sua mediocridade.

A razão?... A razão invocada para justificar esta bacorada é uma obra-prima infanto-juvenil de asneirada, até dá vontade de rir, pois, segundo o BP, «o cidadão em referência, (WT) "continua a mentir, de forma reiterada e com fins inconfessos, sobre a sua pretensa participação na luta de libertação nacional, para agitar pacatos cidadãos, contra as instituições do Estado Democrático de Direito".

Ah ah ah ah!!...

Peço desculpa, mas o ataque de riso não foi possível evitar ao ler esta enormidade. Então se WT nasceu quando a guerra de libertação da Pátria já tinha começado e pouco mais que púbere era quando ela acabou, francamente, se for verdade o que o BP avança para denegrir o nosso director, se ele andar por aí a dizer que foi guerrilheiro e se assume como herói, Santa Engrácia, ele é pura e simplesmente atrasado mental, o que me parece, no mínimo absurdo. Atrasado mental de certeza que não é

Mas, outra pergunta se impõe: como é possível que um areópago de sábios (o BP do MPLA) se pode equivocar ao ponto de medrar argumentações próprias de mentecaptos?

Não é tudo. Os pecado de WT são de facto horríveis, quase mortais.

O BP diz que o director do Folha 8 "Nem (sequer) integrou qualquer estrutura ou força governamental, que se tivesse envolvido, directamente, na luta pela preservação da independência ou pela defesa da integridade do solo pátrio".

E então as suas funções enquanto delegado da TPA em Benguela ou ainda a sua condição de primeiro mediador do processo de paz em Angola, quando em 1991, juntou na mesma mesa generais do MPLA/FAPLA e da UNITA/FALA, para assinarem um acordo de cessar-fogo em 19 de Maio de 1991.

Bom, acho que vamos ficar por aqui. Para não cairmos na mediocridade com que o anúncio de Rui Falcão nos contemplou. Questão de não achincalhar um partido que nos merece todo o respeito, em despeito da sofrível cota do Q.I. patenteada neste ridículo opúsculo que só desacredita o próprio MPLA, como partido no poder.


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