quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Brasil: JUÍZ BARBOSA ESQUECE RÉU CONFESSO JEFFERSON E CAI NO SAMBA

 


Joaquim Barbosa termina o ano sem prender o réu confesso Roberto Jefferson que administrou R$ 4 milhões do caixa dois do PTB; o motivo: “falta de tempo”; ontem, no entanto, ele encontrou tempo para cair no samba no Rio de Janeiro, onde agiu como candidato à presidência da República; na foto, ele aparece ao lado da atriz Taís Araújo, no Clube Renascença, no Andaraí; era um dos últimos dias úteis do ano para determinar a prisão de Jefferson, mas ele preferiu sambar e distribuir apertos de mão
 
Joaquim Barbosa termina o ano sem prender o réu confesso Roberto Jefferson por "falta de tempo". Presidente do STF encontrou tempo no último dia útil do ano para cair no samba ao invés de determinar a prisão do condenado
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que prendeu os petistas condenados na Ação Penal 470, durante o feriado de 15 de novembro, numa clara ação midiática, mas que até o último dia do ano não determinou a prisão do réu confesso Roberto Jefferson, responsável por administrar R$ 4 milhões do caixa dois do PTB, por, segundo ele, “falta de tempo”, está no Rio de Janeiro, onde aproveitou a segunda-feira para cair no samba, no Clube Renascença, no Andaraí. Agindo como candidato a presidente, ele foi ao evento com traje informal, tirou fotos, sorriu para o público, foi aplaudido, mas também vaiado, e ouviu apelos para que entre na disputa eleitoral.
 
Reportagem do jornal O Globo, que tem dado sinais de que é favorável a uma candidatura de Barbosa, acompanhou a visita do ministro à festa. Segundo a matéria, Barbosa não quis falar de política e, perguntado se cairia no samba, foi categórico: “Não vou sambar”. E brincou: “Já viu mineiro sambar?”.
 
O Globo, com um texto claramente favorável ao ministro, reproduziu declaração de José Barbosa, comandante da Marinha, que conversou com o presidente do STF: “Eu apertei a mão do maior homem do Brasil, não vou nem dormir hoje. Eu disse pra ele: concorre à Presidência, não abre mão não. Ele acenou com a cabeça”. Atenderá ele ao pedido?
 
Brasil 247. em Pragmatismo Politico
 

REGIME ENVERGONHA ANGOLA NÃO DECRETANDO LUTO EM MEMÓRIA DE MANDELA

 

Em defesa de Eduardo dos Santos
 
Orlando Castro – Folha 8, 21 dezembro 2013
 
José Eduardo dos Santos enfrenta, isto é como quem diz, críticas por não ter decretado um dia de luto e não ter ido às exéquias de Nelson Mandela. Tudo sem razão. Afinal quem era, ou é, Madiba para que o Presidente angolano (paladino das liberdades e da reconciliação) se sentisse na obrigação de estar presente? Sim, num continente onde Eduardo dos Santos é o maior, não fazia sentido a sua presença. Reconheça-se também que mandar o Vice-Presidente foi um acto magnânimo que os sul-africanos nunca esquecerão.
 
A ausência de Eduardo dos Santos, em boa verdade, não espanta. O seu espírito de reconciliação sempre foi bem visível. A partir do momento em que Nelson Mandela recebeu esse temível terrorista, e inimigo público mundial, que dava pelo nome de Jonas Malheiro Savimbi, foi riscado da lista dos grandes estadistas, que é – obviamente – liderada pelo próprio José Eduardo dos Santos.
 
Diz-se, sem razão porque ele pertence a uma classe divina que não pode ser julgada pelos simples mortais, que o Presidente José Eduardo dos Santos está a ser criticado até no seio do seu próprio partido. Nada mais injusto. O MPLA deve-lhe tudo que é e o que será. Deveria, inclusive, reconhecer e louvar o facto de o seu Presidente não se misturar com a escumalha mundial. Excluindo o Presidente e líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, não se vislumbra quem chegue aos calcanhares de Dos Santos.
 
O mundo sabe, e por inerência também o MPLA, que Nelson Mandela não foi o ícone da luta contra o “apartheid” na África do Sul, nem o paradigma das liberdade e reconciliação. Esse é um atributo, entre muitos outros, exclusivo de Eduardo dos Santos. Espantam-se os observadores que José Eduardo dos Santos nada tenha dito sobre o legado deixado por Madiba e nem sequer tenha decretado meio dia de luto.
 
Santa ignorância.
 
A ter de decretar luto, certamente o faria em sua honra, ou não fosse ele o líder histórico que, para além de um ambicioso programa de reconstrução nacional”, sendo que (citemos o Jornal de Angola) a “sua acção ter conduzido à destruição do regime de “apartheid”, teve “um papel de primeiro plano na SADC e na CDEAO”, e “a sua influência na região do Golfo da Guiné permitiu equilíbrios políticos, tal como permitiu avanços significativos na crise de Madagáscar”.
 
O activista dos direitos humanos, José Patrocínio, coordenador da ONG Omunga, citado pela Voz da Alemanha, prefere colocar a questão numa outra vertente: “Não vejo a questão com base no facto do Presidente ir lá ou não. Para mim o problema deve centrar-se mais na questão dos nossos procedimentos em Angola e ter em conta, por exemplo, que os discursos do Presidente não voltassem a ser agressivos e que aprendesse isso com Nelson Mandela.” José Patrocínio exemplifica a sua tese com uma entrevista dada pelo Presidente José Eduardo dos Santos: “Vimos recentemente uma entrevista concedida a um canal televisivo brasileiro e constatamos mais uma vez um discurso belicista. Isso é que seria interessante o Presidente angolano adoptar como postura... os valores e procedimentos de Mandela.” Na verdade, ao contrário do que diz José Patrocínio, Eduardo dos Santos nada tem a aprender com Mandela. O contrário é que teria feito sentido. A reconciliação encetada por Madiba é algo de arcaico que nunca fez sentido.
 
Modernamente, reconciliar significa prender, torturar e assassinar. Significa estar no poder dezenas de anos sem nunca ter sido eleito (ainda hoje não o foi nominalmente), significa ter pelo menos duas espécies de cidadãos, os de primeira (afectos ao regime) e os outros, escravos ao serviço de sua majestade.
 
“Muito seriamente acho que cada vez mais devemos pensar que a manutenção do cidadão José Eduardo dos Santos no lugar de Presidente da República é um obstáculo sério à questão da mudança em Angola,” diz José Patrocínio, julgando que o Presidente tem a mesma estatura moral, cívica e ética de Mandela. Este sim, valorizava os que não concordavam consigo porque, dizia, para estar sempre de acordo com ele bastava-lhe a própria sombra.
 
Também à Voz da Alemanha, o antropólogo, Carlos de Oliveira Vasconcelos, classificou a atitude do Presidente José Eduardo dos Santos como uma traição à vontade soberana do povo de Angola: “Não, não corresponde à vontade do povo. No dia em que se realizou a cerimónia via-se mesmo um semblante de tristeza. Os angolanos reconheceram que perderam um irmão africano, perderam um vizinho e perderam uma grande figura.”
 
Os angolanos perderam de facto tudo isso. Mas, reconheça- se, para Eduardo dos Santos existem valores muito mais relevantes. Comparar Nelson Mandela a Eduardo dos Santos é o mesmo que dizer que os rios nascem no mar. Todos, ou quase, sabemos que não é assim. Mas se, um dia, o “escolhido de Deus” assim quiser, um dia isso vai acontecer.
 
Ao contrário de Mandela, como dirão as páginas da biografia do Presidente, “José Eduardo dos Santos não governa há trinta e tal anos. Ele é o líder de um povo que teve de enfrentar de armas na mão a invasão de exércitos estrangeiros e os seus aliados internos”.
 
“José Eduardo dos Santos foi o líder militar que derrubou o regime do “apartheid”, o mesmo que tinha Nelson Mandela aprisionado. José Eduardo dos Santos só aceitou depor as armas quando a Namíbia e a África do Sul foram livres e os seus líderes puderam construir regimes livres e democráticos”, recorda também o Pravda.
 
Não foi graças a Mandela que Portugal adoptou a democracia, que a escravatura foi abolida, que D. Afonso Henriques escorraçou os mouros, que Barack Obama foi eleito e que os rios passaram a correr para o mar. Foi, isso sim, graças a José Eduardo dos Santos.
 

DANOS NAS RELAÇÕES ENTRE LISBOA E LUANDA “SÃO REPARÁVEIS” – juíz angolano

 


O juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional angolano Onofre dos Santos considerou hoje que os danos resultantes da mais recente tensão diplomática entre Portugal e Angola são reparáveis, com "tempo e mão de obra".
 
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma conferência sobre cultura angolana que hoje se realiza em Lisboa, Onofre dos Santos disse que "todos os danos são reparáveis" e as relações entre Lisboa e Luanda não são exceção.
 
"Como num acidente de carro, não há danos irreparáveis, mas é claro que houve danos que vão levar algum tempo e mão de obra para serem resolvidos", realçou.
 
Os danos referidos dizem respeito à recente tensão diplomática entre os dois países, depois de declarações do chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, a propósito de investigações judiciais a dirigentes angolanos.
 
Em entrevista à Rádio Nacional de Angola, em setembro, Rui Machete minimizou as consequências das investigações da justiça portuguesa e acabou por pedir desculpa a Luanda.
 
Na sequência disso, em outubro, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, descartou, num discurso perante o Parlamento, uma possível parceria estratégica entre os dois países.
 
Lisboa e Luanda tinham acordado a realização da primeira cimeira bilateral para o próximo mês.
 
Nesta quarta-feira, Rui Machete afirmou que a cimeira entre Portugal e Angola não se vai realizar, mas apenas reuniões bilaterais, insistindo, porém, que as relações entre os dois países se processam "normalmente".
 
Questionado sobre se o Governo português devia pedir desculpa a Angola, o juiz-conselheiro Onofre dos Santos respondeu: "Tenho a minha opinião, mas não me posso pronunciar."
 
Para Onofre dos Santos, "os agentes agitadores das ideias, que passam por impolutos e acusam outros de cometerem crimes, como branqueamento de capitais, vão continuar a usar o processo de denúncia".
 
Considerando que tal recurso "é legítimo", o jurista frisa que o é apenas quando as denúncias partem de factos que "podem ser comprovados". Caso contrário, pode resvalar em "injustiça" e em fins que não justificam os meios.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 

Angola: COMBATE À POBREZA TEM RESULTADOS POSITIVOS

 


As acções de combate à fome e redução da pobreza na província do Moxico absorveram mais de três mil milhões de kwanzas no ano passado, anunciou ontem o vice-governador para o sector económico.
 
Francisco Cambango disse que a execução física dos projectos corresponde a 82 por cento. Entre as estruturas construídas, destaque para dez escolas primárias, 13 postos de saúde, sete residências para professores e enfermeiros, dez mercados comunitários na sede provincial e outros nos municípios do Léua, Camanongue e Cameia, além de postos policiais. Em declarações à Angop, destacou, ainda, a construção de 20 casas evolutivas no município da Cameia, armazéns comunitários, centros de formação feminina e postos de saúde.

O vice-governador referiu que a aplicação do programa de Cuidados Primários da Saúde (CPS) contribuiu para a melhoria das condições de saúde da população, através da redução de doenças como a malária, diarreicas e respiratórias agudas, sarampo e tuberculose.

Nesta área, realçou que foram promovidas campanhas de vacinação e de saúde, além de formação de parteiras tradicionais para melhor prestação de serviços às mães gestantes, incentivando-as a utilizarem as unidades sanitárias, em vez de fazerem os partos em casa.
Francisco Cambango, que também é o coordenador provincial da Unidade Técnica Provincial de Combate à Fome e Redução da Pobreza, realçou que a aplicação do programa de merenda escolar está a incentivar as crianças a irem às escolas e a melhorar as taxas de aproveitamento escolar.

Quanto ao programa Água Para Todos, disse que, numa primeira fase, abrangeu, os municípios do Luau e do Moxico, permitindo na primeira localidade a abertura de dez furos para distribuição de água à população dos bairros Chilemo, Canende, Luanga, Progresso, Chitazo, Savihemba, Mucambagica e Chiongo.

Jornal de Angola
 

Angola: A LIBERALIZAÇÃO DAS ÁGUAS

 

Jornal de Angola, editorial
 
A liberalização do sector das águas tende a ser uma realidade, à medida em que as estruturas do Estado se preparam para os investidores privados entrarem e contribuírem para o desenvolvimento do sector.No quadro da economia de mercado, é natural que o Estado angolano proporcione espaço de actuação para operadores privados em determinadas áreas.
 
Anunciado há algumas semanas pelo ministro da Energia e Águas, o Executivo vai abrir à actividade privada os serviços de abastecimento de água e gestão de recursos hídricos. Trata-se de um passo que surge na sequência de outros que, na verdade, se consubstanciaram na abertura gradual de um sector estratégico como é o das águas. Vale lembrar que algumas iniciativas, equiparadas ao exercício de actividades privadas no sector das águas, nas suas formas diversas, já têm sido realizadas ao longo de vários anos por grupos ou indivíduos. Segundo o ministro João Baptista Borges, deve ser aprovado em breve pelo Executivo o Regulamento do Abastecimento de Água e o Regulamento de Gestão dos Recursos Hídricos, que vão permitir que se estabeleça alguma actividade privada no domínio das águas. O trabalho de distribuição por cisternas e outras actividades ligadas à distribuição de água pelas zonas residenciais e empresas, realizada com eficiência e competência por operadores privados, tem sido uma experiência positiva no que à abertura do sector diz respeito. Os bons aspectos e experiências positivas que se podem retirar servem para acelerar as reformas que se impõem no âmbito da abertura do sector das águas aos privados.

Obviamente que as estruturas do Estado vão continuar a exercer o seu papel orientador e regulador para acautelar situações contra os direitos dos consumidores, como uma gestão especulativa e eventual prestação de mau serviço. A Lei n.º 6/02 de 21 de Junho, também denominada de Lei de Águas, aprovada pela Assembleia Nacional, diz que a “política nacional em matéria de gestão dos recursos hídricos visa a igualdade de tratamento e oportunidade para os intervenientes no processo de uso da água, a preservação do bem-estar e do ambiente, a promoção da prática de uso eficiente da água, bem como o incentivo à iniciativa particular relativa ao uso racional dos recursos hídricos disponíveis”.

Embora tenhamos recursos hídricos em quantidades consideráveis, apenas com uma boa gestão se pode falar de um bom aproveitamento para acudir às necessidades de milhares de famílias. Há regiões que têm numerosas dificuldades no que diz respeito à existência de água para as mais diversas actividades, o que as coloca numa situação de vulnerabilidade. As províncias do Cunene, Namibe, Cuanza Sul, Benguela, apenas para mencionar estas, continuam a viver desafios no que diz respeito ao abastecimento e gestão dos recursos hídricos. As estruturas do Estado estão empenhadas no sentido de garantir o acesso à água a todas as populações, numa altura em que o volume de investimentos públicos neste sector garante melhorias. O crescimento económico e o aumento de actividade produtiva na área da agricultura exigem reformas aprofundadas no abastecimento e gestão das águas. A criação de oitos empresas provinciais de águas em Benguela, Uíge, Cunene, Huambo, Huíla e Benguela, bem como a reestruturação da Empresa de Águas de Luanda, vai contribuir para alcançar melhorias quantitativas e qualitativas ao nível do sector das águas.

O processo de regulamentação das leis e decretos que vão orientar a abertura do sector das águas a operadores privados contribui decisivamente para melhorias ao nível do abastecimento de água. Os esforços no sentido de garantir água em quantidade e qualidade às comunidades têm merecido uma permanente apreciação por parte dos órgãos competentes. A promoção de políticas para fomentar o surgimento de empresas que entrem no sector das águas é já uma realidade. Esperemos que as futuras empresas que entrem no sector das águas contribuam para o fomento do emprego a nível do sector para a melhoria do serviço e para desafogar as empresas públicas. Acreditamos que os operadores privados estão em condições de abraçar o repto lançado pelas estruturas do Estado.

O objectivo é dotar as empresas do sector de estruturas organizativas capazes de prestar melhor serviço público e assegurar uma gestão mais competente das águas. Esperemos que as entidades ligadas à supervisão do serviço estejam em campo não apenas para inferir sobre a qualidade do serviço prestado no abastecimento de água, mas sobretudo nos preços praticados. Às famílias e empresas auguramos que assumam o seu papel, contribuindo para a efectivação e funcionamento de um serviço vital como o das águas. A liberalização do serviço de abastecimento e gestão dos recursos hídricos constitui passo importante para desenvolver o sector das águas. Louvamos, por isso, as iniciativas do Executivo pelos passos que dá para tornar efectivo e real o processo de entrada de sectores privados no domínio do abastecimento e gestão da água.

Angola: CIMEIRA DE LUANDA AVALIA PAZ NA REGIÃO

 


Delegações participantes na 5ª Cimeira Ordinária da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL) começaram já a chegar a Luanda para participar nas discussões sobre a paz, estabilidade e desenvolvimento da região.
 
A reunião começa com o encontro dos Chefes dos Estados Maiores e Chefes dos Serviços de Inteligência e termina com a cimeira dos Chefes de Estado e de Governo na quarta-feira, no Centro de Convenções de Talatona, onde se esperam as posições dos líderes sobre a paz e segurança na região e os caminhos para o desenvolvimento.

Para sábado, está previsto o encontro dos ministros da Defesa, a que se segue o encontro dos Coordenadores Nacionais, no domingo e segunda-feira. Para terça-feira, a agenda prevê uma reunião do Comité Interministerial Regional.

Os líderes de Governo são aguardados na terça-feira, para a cimeira que marca o arranque do mandato de dois anos de Angola na presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.

Experiência de paz

O ministro da Defesa Nacional afirmou, em declarações à imprensa, que durante o mandato de dois anos, Angola vai privilegiar a busca de soluções pacíficas para os conflitos no continente.

Cândido Van-Dúnem disse que Angola vai transmitir a sua experiência de estabilidade política e bater-se pela paz e segurança na região e no continente. “Angola tem todas as condições para continuar a ser um parceiro estratégico na pacificação da região”, afirmou o ministro.

O país foi eleito durante a sexta Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, que decorreu em Julho em Nairobi, para suceder ao Uganda.

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, representou Angola em nome do Presidente José Eduardo dos Santos. Durante os trabalhos, os participantes analisaram os relatórios do comité de ministros da Defesa da Região dos Grandes Lagos e do facilitador das negociações entre a República Democrática do Congo e o Movimento M-23, e da conferência interministerial sobre o grau de aplicação do acordo quadro referente à paz, segurança e desenvolvimento da República Democrática do Congo (RDC) e da Região dos Grandes Lagos.

No final dos trabalhos, os Chefes de Estado e de Governo ou seus representantes aprovaram uma declaração sobre a situação de segurança na região dos Grandes Lagos e no leste da República Democrática do Congo. A agenda da Cimeira de Nairobi foi praticamente preenchida pela situação no leste da República Democrática do Congo. A realização da Cimeira, que esteve prevista para Luanda, decorreu da assinatura, a 24 de Fevereiro, em Adis Abeba, do acordo quadro para a paz, segurança e cooperação para a RDC e a Região dos Grandes Lagos. Subscreveram o documento os países que partilham fronteiras com a RDC, as Nações Unidas, União Africana, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e CIRGL.

Em Outubro, a subsecretária-geral das Nações Unidas para os Grandes Lagos esteve em Luanda, no quadro de contactos permanentes com vários líderes africanos, entre os quais o Chefe de Estado da RDC, Joseph Kabila, e com a presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Joyce Banda.

Mary Robinson foi recebida em Luanda pelo Presidente José Eduardo dos Santos, com quem analisou o conflito entre as forças governamentais da RDC e rebeldes do M-23, em Goma.

“Fiquei feliz por ter conversado com o Presidente José Eduardo dos Santos, porque se trata de um momento crítico que nos leva a concluir que o processo deve passar pela aplicação completa do Acordo Quadro assinado em Addis Abeba em Fevereiro”, defendeu na altura a enviada especial de Ban Ki-moon.

Os membros da CIRGL são Angola, República Democrática do Congo, Congo Brazzaville, República Centro Africana, Zâmbia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Quénia, Burundi, Ruanda e Uganda.

Jornal de Angola – foto Paulo Mulaza
 

ANTIGO MNE IAIA DJALÓ É CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU

 


Bissau, 08 jan (Lusa) - O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e líder do Partido da Nova Democracia (PND), Iaia Djaló, vai ser candidato à presidência do país, disse hoje o próprio.
 
Quarto classificado nas últimas eleições "válidas" na Guiné-Bissau, realizadas em 2009, Iaia Djaló afirmou que "é o candidato natural" para a presidência guineense indicado pelo PND, que criou em maio de 2006, depois de sair do Partido da Renovação Social (PRS).
 
A Guiné-Bissau realizou eleições presidenciais em março de 2012, mas apenas a primeira volta, já que um golpe de Estado militar interrompeu o processo a um dia do início da campanha eleitoral para a segunda volta.

Lusa, em Expresso
 

CPLP "otimista" sobre eleições na Guiné-Bissau - secretário-executivo

 


Lisboa, 09 jan (Lusa) - O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) manifestou-se hoje "otimista" quanto à realização de eleições gerais na Guiné-Bissau em 16 de março, mas alertou para a necessidade de evitar novos golpes de Estado.
 
Murade Murargy disse hoje à agência Lusa que organizações internacionais a atuar no terreno garantem que as eleições para escolher um governo na Guiné-Bissau, que vive desde abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado, se realizarão, como previsto, a 16 de março, apesar de as autoridades guineenses terem adiado o prazo para o recenseamento eleitoral.
 
"Eu sou sempre uma pessoa otimista. Temos uma data, que é 16 de março, e eu acho que vamos cumpri-la. Ontem [quarta-feira] conversei com o representante especial das Nações Unidas, que está em Timor, e também com o representante da União Africana, e todos me garantiram que, apesar de todos os problemas que vão encontrar pelo caminho, as eleições vão ter lugar naquela data que está prevista", declarou, à margem da cerimónia de assinatura de um protocolo entre a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), em Lisboa.
 
Sobre o resultado das eleições, Murade Murargy afirmou que a expectativa é que seja eleito "um governo legítimo, que seja reconhecido por todos".
 
"É evidente que temos de tomar todas as precauções necessárias para que depois das eleições não haja de novo um outro golpe de Estado. Não digo que esta seja a última chance, mas é efetivamente uma grande oportunidade que o povo guineense tem para mais uma vez ter o controlo do seu país nas suas próprias mãos", defendeu.
 
O secretário executivo da CPLP lembrou que a organização acaba de designar "um representante especial para a Guiné-Bissau", que vai garantir informação "sobre o desenvolvimento do processo".
 
Questionado sobre se a nomeação do brasileiro Carlos Alves Moura para esta tarefa pode ser um sinal de algum reconhecimento pela CPLP do regime em vigor na Guiné-Bissau -- que não foi reconhecido pela União Europeia nem por Portugal -, Murade Murargy negou.
 
"Não se trata de reconhecimento ou não, trata-se de uma obrigação que a CPLP tem para com um Estado-membro. Essa é a nossa missão: não podemos deixar um Estado-membro abandonado. A presença do representante especial lá é precisamente para contribuir para que a normalidade na Guiné-Bissau volte de novo", referiu.
 
Sobre o que poderá ser feito para evitar outro golpe de Estado, o secretário executivo da CPLP disse que nada está ainda definido, mas que as organizações internacionais vão articular-se nesse sentido.
 
"Estamos a trabalhar com as outras organizações internacionais para ver que medidas podem ser mais viáveis para que o processo eleitoral se desenvolva num clima de paz e tranquilidade. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, que é presidente da CPLP, vai trabalhar com o seu homólogo da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e das Nações Unidas e União Africana, com vista a encontrar o mecanismo para garantir que o processo eleitoral decorrerá da melhor forma possível", afirmou.
 
Questionado sobre se também está otimista quanto ao regresso das ligações aéreas entre Lisboa e Bissau, suspensas no final de dezembro pela TAP após o embarque de 74 passageiros sírios, forçado pelo ministro do Interior do governo de transição guineense, Murargy disse esperar que a companhia aérea portuguesa encontre uma solução.
 
"Espero que a TAP e que Portugal e a Guiné-Bissau encontrem uma solução definitiva para o problema, que está a prejudicar muita gente. Espero que a TAP também analise bem a situação e encontre uma saída de forma a retomar os voos".
 
JH // JMR - Lusa
 

MARCHA DE ALFAMA VAI DESFILAR EM MACAU

 


A Marcha de Alfama vai participar na parada de celebração do Ano Novo Chinês, em Macau, agendada para os dias 2 e 8 de fevereiro, anunciaram os Serviços de Turismo da Região Administrativa Especial chinesa.
 
O grupo português será o único ocidental a participar no evento, que contará ainda com a presença de sete grupos de animação asiáticos, provenientes, nomeadamente, da Coreia do Sul, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, Taiwan e Tibete, além de mais de 20 locais.
 
A população de Macau vai poder escolher, através de uma mensagem de telemóvel, o seu grupo favorito, que irá participar nas Marchas Populares de Lisboa.
 
A diretora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, disse, em conferência de imprensa, que o "evento deste ano, 'Celebrar a Alegria e Abundância do Ano do Cavalo' [um dos 12 signos do zodíaco chinês], será mais atraente do que o do ano passado", dada a participação de grupos artísticos do exterior.
 
As paradas noturnas, previstas para os dias 2 e 8 de fevereiro (o 3.º e o 9.º dias do Ano Novo Lunar), vão levar à rua 1038 artistas e 13 carros alegóricos com atuações culturais, estando também previstos espetáculos de fogo-de-artifício.
 
O evento contará com transmissão televisiva direta e ecrãs gigantes em várias partes do território para a população o poder acompanhar nas ruas.
 
De acordo com Maria Helena de Senna Fernandes, a parada conta com um orçamento de 18 milhões de patacas (1,65 milhões de euros).
 
O Ano Novo chinês, também conhecido como Festival da Primavera, é uma tradição com mais de 2000 anos na China e a principal festa de reunião das famílias chinesas, que leva milhões de pessoas a percorrerem centenas de quilómetros até à terra natal para celebrarem com a família a entrada do Ano Novo Lunar, representando a maior migração humana anual do mundo.
 
Jornal de Notícias – foto Júlio Pimentel-Global Imagens
 

Macau: CHUI SAI ON, O MEDO DE EXISTIR

 

Marco Carvalho – Hoje Macau, opinião
 
De todas as ficções e convenções com que o Homem se apetrechou, o tempo é a mais subtil por ser também a mais substancialmente enraizada. É uma luta congénita, tão velha como a própria ideia de humanidade (de vida até, porventura), esta que mantemos com a sucessão dos dias e das noites, com a mecânica das estações e com a incessante metamorfose daquilo que no Universo nos é mais particular, o corpo e o espaço que habitamos.
 
Do indizível confronto despontaram duas das mais intrincadas e obscuras manifestações do engenho humano, o calendário e a religião. À extensão cronológica do tempo o Homem respondeu com a ampulheta na inglória tentativa de regrar o ingovernável agastamento do rosto, os cabelos que embranquecem. À extensão ontológica do tempo, o Homem respondeu com um panteão de divindades e a promessa improvável de uma redenção que mais do que resgatar o crente da inevitabilidade da morte, o liberta dos grilhões do tempo. Imprecisos e ilusórios, deuses e relógios são os instrumentos com que o Homem se dotou a si mesmo para se arrogar acreditar que tem, de um ou de outro modo, a marcha do Universo sob controlo.
 
Por mais dissonante que a perspectiva seja, não há que negar uma certa genialidade a quem teve a ideia de fatiar o tempo e de adoptar a revolução que a Terra cumpre em torno do Sol como a medida de todas as coisas. Um ano é período suficiente para que a esperança, tal como o cereal nos campos, desponte e esmoreça, mas também para que o mais determinado dos batalhadores sucumba ao desgaste acumulado e entregue os pontos. A mais deliciosa das fantasias cronológicas a que o Homem se habituou é a que se materializa no final de cada ano e se conjuga com uma certa omnisciência do tempo. A 31 de Dezembro poucos são os que não se entregam animalescamente à crença de que doze badaladas bastam para que se opere um milagre de renovação, que à mudança de número corresponderá por prestidigitação uma mudança de hábitos, posturas e valores. Ingenuamente anti-tétrico, o exercício não é de todo contraproducente, desde logo porque tem a si inerente um esforço de auto-análise, o que por si só é mais do que alguma vez se poderá dizer sobre quem nos governa.
 
Na lacónica mensagem de Ano Novo que espalhou pelas redacções dos jornais, Chui Sai On imprecou banalidades. Nada a que os residentes de Macau não estejam já habituados, poder-se-á pensar. O estranho, desta feita, é que o Palácio da Praia Grande não se tenha sequer esforçado por mascarar a grassa falta de originalidade dos votos do Chefe do Executivo para 2014. A assinatura é a de Chui Sai On, mas o conteúdo da mensagem – anódino e genérico – chega-nos de chofre de Pequim. A 18 de Dezembro, Xi Jinping lembrou a Chui Sai On que a sociedade de Macau se depara com diferentes problemas, que há exigências a que é necessário dar resposta e que há espaço para o aperfeiçoamento das acções dinamizadas pelo executivo da RAEM. O Chefe do Executivo plasmou os ditames na mensagem de Ano Novo com uma ligeireza que chega a soçobrar a indiferença, como se Macau – as ruas atafulhadas de gente, as rendas altas, os pequenos negócios sem futuro, o património e a memória histórica em risco, o caos no trânsito – não fosse mais do que uma fórmula política ou uma ficção constitucional. Um executivo que governa o circunstancial pelo olhos dos outros não respeita e não se dá ao respeito.
 
O Chefe do Executivo já habituou a população que governa à ausência e ao silêncio. Se há uma marca de água que define os quatro anos do consulado de Chui à frente dos destinos da RAEM ela é, sem dúvida, a da crónica falta de capacidade para decidir. Incapaz de se afirmar, de contrariar poderes instituídos, de decidir com pulso, o governo Chui Sai On 2.1 refugiou-se no expediente das consultas públicas, dos conselhos consultivos e nulidades que tais para disfarçar a ausência de norte governativo. Sem projecto claro de governação, sem solidez executiva, mas alimentada pelo ‘superávit’ económico gerado pelos casinos e ainda bafejado pelo beneplácito de Pequim – a quem a terra prometida da ilha de Hengqin abriu férteis janelas de oportunidades – uma liderança débil e autista vai sobrevivendo.
 
Ainda que não tenha o gingante carisma do seu antecessor, Chui Sai On tem, de certo modo, tarefa mais fácil à frente do governo que a que tinha Edmund Ho. Se não herdou de Ho Hau Wah uma locomotiva oleada, o Chefe do Executivo embarcou pelo menos num comboio em andamento: a economia mantém-se possante e desassombrada, os visitantes assomam a Macau em números nunca vistos, o fantasma de calamidades com a destrutiva densidade de uma pneumonia atípica pouparam a Região e nem os tufões incomodaram Chui Sai On com a feroz saciedade com que se insinuaram durante os dois mandatos de Edmund Ho. Não fosse a saúde financeira da economia do território benesse suficiente, o terceiro elenco governativo da RAEM conta também a seu favor com uma conjuntura política que é amplamente menos hostil e depredativa do que poderia, em teoria, ser. Por um lado, porque os frutos da política de liberalização do jogo começam agora a fazer-se notar com um impacto impossível de escamotear e casa onde há muito pão ninguém ralha e ninguém quer ter razão. Por outro, porque a Chui Sai On foi dado o beneplácito de quase governar sem que uma força política organizada lhe fizesse sombra. Os rudimentos de oposição que se materializaram em torno da Associação Novo Macau durante a regência de Ho Hau Wah implodiram no momento em que o organismo se tornou numa espécie de hidra com sintomas de esquizofrenia democrática, um bicho-de-sete-cabeças sem liderança segura e sem um projecto político que possa reflectir mais do que interesses e caprichos pessoais.
 
Com tudo para governar com vigor exemplar, o executivo de Fernando Chui Sai On comprometeu uma quadratura governativa favorável com doses de silêncio, distanciamento e inacção inexplicáveis. Nem uma inofensiva lei de defesa dos direitos dos animais, que aparentemente não teria lesado mais do que os interesses óbvios, o executivo conseguiu promulgar sem se afundar no ilusório labirinto das consultas públicas onde nunca se sabe ao certo quem é o público consultado. O laboratório de autonomia que se materializou há catorze anos com a constituição da Região Administrativa Especial está hoje inegavelmente enfraquecido pela relutância deliberativa que se apoderou do Palácio da Praia Grande. Um fraco rei, já dizia Camões, faz fraca a forte gente e não há mudança de ano que valha a Macau. Dois mil e catorze é o ano em que a RAEM verá certamente confirmado na liderança Fernando Chui Sai On, o Chefe do Executivo com medo de existir.
 

Timor-Leste: Decisão de Xanana demonstra confiança, mas comporta riscos - investigador

 


Lisboa, 09 jan (Lusa) - O investigador português Rui Feijó, que tem estudado a construção democrática timorense, afirmou hoje que a decisão de Xanana Gusmão de abandonar o cargo de primeiro-ministro demonstra confiança no sistema político de Timor-Leste, mas comporta riscos.
 
"Esta é uma atitude de confiança demonstrada por Xanana no sistema político timorense. De quem acha que a sua saída (...) não vai provocar nenhum colapso, nenhum rombo na democracia timorense", disse o especialista do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra em declarações à Lusa por telefone.
 
Depois de em novembro ter indicado que pretendia deixar o cargo até 2015, Xanana Gusmão, 67 anos, despediu-se hoje do Parlamento Nacional durante a discussão do Orçamento do Estado.
 
"É com todo o respeito que me dirijo, e pela última vez na qualidade de primeiro-ministro, a esta que é por excelência a casa mãe da nossa democracia", disse Xanana Gusmão aos deputados.
 
Rui Feijó, que foi assessor da presidência de Timor-Leste entre 2005 e 2006, quando Xanana Gusmão era Presidente, mostrou-se confiante num futuro sem Xanana na chefia do governo, mas alertou que existem riscos.
 
O investigador recordou que, além de ser um líder carismático, que tem "uma ligação afetiva poderosíssima com o povo timorense", o atual primeiro-ministro "foi um elemento crucial na escolha de uma via democrática" em Timor-Leste.
 
"Desaparecendo de cena, a questão é saber se as forças políticas timorenses mantêm essa adesão plena aos valores da democracia ou se, pelo contrário, podem ser tentadas a outras vias políticas que têm expressão significativa na região", disse Rui Feijó, lembrando que entre os 10 Estados-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), a que Timor-Leste pretende aderir, "muito poucos são democracias".
 
Também a China, que "não é propriamente um farol de democracia e de liberdades no mundo", tem uma "presença fortíssima em Timor-Leste" e também tem um poder de influência cultural no país, alertou.
 
"Acho que Timor tem condições para resistir aos cantos de sereia de autoritarismos mais ou menos fortes, mais ou menos disfarçados, mas é um risco que Timor corre se Xanana, ao deixar de ser primeiro-ministro, também se apagar", disse o especialista, que foi observador nas eleições nacionais realizadas em Timor-Leste em 2012.
 
Rui Feijó mostrou-se no entanto confiante de que a ideia do primeiro-ministro "não é desaparecer completamente de cena, mas sim permanecer numa posição de senador da república, não havendo um senado formal, de um pai da pátria respeitado, mas tendo uma intervenção quotidiana apenas balizando as grandes opções".
 
FPA // JMR - Lusa

FIFA DE OLHO NA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DE TIMOR-LESTE

 

09 de Janeiro de 2014, 14:52
 
A Associação da Federação International de Futebol (FIFA) vai aplicar uma sanção ao presidente da Federação Futebol Timor-Leste (FFTL), Francisco Kalbuady Lay por alegadas irregularidades e envolvimento no caso de abuso de poder na federação, segundo o Suara Timor Lorosae.

“O presidente da FFTL cometeu irregularidades e abusos de poder na sua instituição”…”desconfiamos que o mesmo utilizou dinheiro, um montante de 50.000 doláres dados pelo antigo presidente da Confederação Futebol Asiática (AFC), Mohamed Bin Hamman para seu próprio uso. Por isso a FIFA solicita à FFTL para tomar uma decisão, porque senão a própria FIFA irá suspender o cargo de Francisco Kalbuady Lay do seu cargo como presidente do FFTL”, informou o Comité de Disciplina da FIFA, Mike Eduards na publicação no seu site official AFC, segundo o Suara Timor Lorosae.

O papel da Federação de Futebol é supervisionar o futebol a nível nacional e estabelecer e controlar uma liga de futebol profissional no país, segundo os estatutos da FIFA.

A Federação de Futebol de Timor-Leste falhou na criação e estabelecimento dessa liga profissional desde o dia em que foi criada a Associação de Futebol no país, a 20 de maio de 2002.

Segundo o comunicado, que está a circular, A FIFA poderá suspender a FFTL num máximo de 90 dias até a própria federação planear e desenvolver uma liga de futebol profissional, uma vez que a FIFA não reconhece a liga de futebol de Timor-Leste.

SAPO TL com Suara Timor Lorosae
 

Natália Carrascalão foi condecorada pelo presidente da república portuguesa

 

09 de Janeiro de 2014, 22:54
 
No passado dia 16 de dezembro de 2013, Natália Carrascalão, embaixadora de Timor-Leste em Portugal, foi condecorada pelo presidente da república Aníbal Cavaco Silva, numa audiência, no final das funções do seu mandato, com o grau de Grande-Oficial da Ordem de Mérito.
 
Após 4 anos e três meses, como embaixadora extraordinária e plenipotenciária da República Democrática de Timor-Leste, em Portugal, Natália Carrascalão é condecorada pelo presidente da república de Portugal Cavaco Silva, no fim do seu mandato.

Em declarações ao SAPO TL, Natália Carrascalão disse que desempenhou as suas funções da melhor forma possível, tudo em prol de Timor-Leste e da relação do país com Portugal.

"Foi um grande orgulho representar Timor-Leste além fronteiras e ser distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem de Mérito, representa para mim, o reconhecimento de um trabalho desenvolvido entre Timor-Leste e Portugal", disse a ex-embaixadora.
 
De referir que a 13 de novembro de 2013 foi considerada a profissional do ano, pelo Rotary Clube de Lisboa-Belém.

Deputada à Assembleia da República nas listas do PSD, na VIII, IX e X Legislaturas, de 1999 a 2005, é eleita pelos círculos eleitorais do Porto, Faro e Santarém, respectivamente.

Natália Carrascalão renunciou ao parlamento português a 01 de Maio de 2009 e a 24 de setembro desse mesmo ano entrega as cartas credenciais, desempenhando funções como embaixadora de Timor-Leste em Portugal até 31 de dezembro de 2013.

Natural da Fazenda Algarve, Timor-Leste, Natália Carrascalão nasceu a 24 de Dezembro de 1952 e é filha de mãe timorense e pai português.

Antes de ser nomeada embaixadora em Lisboa, tinha desempenhado desde novembro de 2007 as funções de chefe de gabinete do Presidente de Timor-Leste, na altura, José Ramos-Horta.

SAPO TL - Foto: Luís F. Catarino/Presidência da República Portuguesa. 16 de dezembro 2013
 

XANANA GUSMÃO ABANDONA CARGO DE PM – “UMA BOFETADA DE LUVA BRANCA”

 


O anúncio já tinha sido feito há alguns meses: Xanana Gusmão abandona em breve o cargo de primeiro-ministro e entrega o poder político às novas gerações. Fonte próxima do PM timorense afirma que “esta decisão tem a carga absoluta do bom caráter de Xanana Gusmão e só prova que nunca esteve agarrado ao poder, somente se viu obrigado a assumir o comando em prol dos interesses do povo e do país.”
 
Para os detratores de Xanana Gusmão “esta atitude tem algo de obscuro e importa que tudo seja esclarecido”. Xanana está realmente a aparentar que não está “agarrado ao poder mas o futuro virá provar o contrário”.
 
Personalidade muito próxima de Xanana afirma que “esta decisão é como uma bofetada de luva branca para aqueles que têm caluniado Xanana ao longo de todos estes anos.” E acrescenta que "quase tudo lhe chamaram (a Xanana), desde golpista a corrupto, até traidor, mas agora nem sabem o que dizer e escondem-se perante as evidências das suas mentiras e calúnias". (Redação PG)
 
Xanana Gusmão deixa cargo de primeiro-ministro em breve
 
09 de Janeiro de 2014, 16:39
 
Díli, 09 jan (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste vai abandonar o cargo em breve, disse hoje Xanana Gusmão à agência Lusa, depois de se ter despedido do Parlamento Nacional, durante a discussão do Orçamento do Estado.
 
"Depois deste orçamento", afirmou Xanana Gusmão, sem precisar uma data, quando questionado pela Lusa sobre o momento em que vai apresentar a demissão do cargo de primeiro-ministro.
 
No início do seu discurso para apresentar o Orçamento do Estado de 2014, Xanana Gusmão despediu-se dos deputados do Parlamento Nacional: "É com todo o respeito que me dirijo, e pela última vez na qualidade de primeiro-ministro, a esta que é por excelência a casa mãe da nossa democracia", afirmou.
 
Em novembro, Xanana Gusmão já tinha afirmado à Lusa que deixaria de assumir funções de primeiro-ministro até 2015 para passar as competências para as novas gerações.
 
"Já é uma decisão. Vou sair até 2015. Para passar, transferir as competências e a capacidade de pensar à nova geração", afirmou à Lusa Xanana Gusmão, que ocupa o cargo de chefe de Governo do desde agosto de 2007, depois de um mandato como Presidente da República.
 
O ex-líder da resistência timorense voltou a assumir o cargo de chefe do Governo em agosto de 2012, após o partido de que é fundador, Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, ter ganho as eleições legislativas.
 
"Eu já dei tudo o que pude dar. Vamos ajudar mais em termos de consolidar a visão sobre o futuro. Não vamos imiscuir-nos nos trabalhos do dia-a-dia, para eles sentirem a responsabilidade e que são responsáveis pelos seus atos", salientou na altura.
 
A imprensa timorense tem avançado o mês de setembro para Xanana Gusmão apresentar a demissão.
 
MSE // HB
 
Partido de PM timorense respeita decisão de demissão, mas preferia que fosse mais tarde
 
09 de Janeiro de 2014, 20:45
 
Díli, 09 jan (Lusa) - O secretário-geral do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste, Dionísio Babo, disse hoje que o partido respeita, mas não concorda, com a intenção do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, de abandonar o cargo tão cedo.
 
"Nós respeitamos, mas o CNRT não concorda com a demissão tão cedo", disse o secretário-geral do partido presidido e fundado por Xanana Gusmão.
 
Dionísio Babo explicou à agência Lusa que a intenção do primeiro-ministro "não é uma surpresa", porque desde o início da atual governação que já tinha anunciado que não iria completar o ciclo governativo.
 
Segundo Dionísio Babo, o CNRT tem discutido a posição de Xanana Gusmão e apresentado vários cenários, mas, "infelizmente, o primeiro-ministro está determinado em deixar o cargo".
 
O secretário-geral do CNRT explicou também que está a ser elaborado "um pacote de ideias entre o primeiro-ministro, Mari Akatiri, José Ramos-Horta e Lu Olo e possivelmente outros líderes históricos para se preparar uma transição pacífica para a nova geração, principalmente na parte executiva da governação".
 
"Aqueles líderes históricos serão conselheiros e supervisores", disse.
 
Sobre a substituição do primeiro-ministro Xanana Gusmão, Dionísio Babo disse que o CNRT deve ouvir os membros da coligação, porque não é o único partido no Governo.
 
O Partido Democrático, do vice-primeiro-ministro, Fernando La Sama de Araújo, e a Frente Mudança, do atual chefe da diplomacia do país, José Luís Guterres, são as outras formações partidárias que integram o atual Governo timorense.
 
O primeiro-ministro de Timor-Leste disse hoje que vai abandonar o cargo em breve, em declarações à agência Lusa depois de se ter despedido do Parlamento Nacional, durante a discussão do Orçamento do Estado.
 
"Depois deste orçamento", afirmou Xanana Gusmão, sem precisar uma data, quando questionado pela Lusa sobre o momento em que vai apresentar a demissão do cargo de primeiro-ministro.
 
No início do seu discurso para apresentar o Orçamento do Estado de 2014, Xanana Gusmão despediu-se dos deputados do Parlamento Nacional: "É com todo o respeito que me dirijo, e pela última vez na qualidade de primeiro-ministro, a esta que é por excelência a casa mãe da nossa democracia", afirmou.
 
Em novembro, Xanana Gusmão já tinha afirmado à Lusa que deixaria as funções de primeiro-ministro até 2015 para passar as competências para as novas gerações.
 
Xanana Gusmão ocupa o cargo de chefe de Governo desde agosto de 2007, depois de um mandato como Presidente da República.
 
O ex-líder da resistência timorense voltou a assumir o cargo de chefe do Governo em agosto de 2012, após o CNRT ter ganhado as eleições legislativas.
 
MSE // VM - Lusa
 
Fretilin diz que não vai exigir eleições antecipadas após saída de PM timorense
 
09 de Janeiro de 2014, 20:57
 
Díli, 09 jan (Lusa) - O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente disse hoje que a substituição de Xanana Gusmão como primeiro-ministro será difícil, mas que a Fretilin vai deixar que o ciclo governativo se complete, afastando a hipótese de eleições antecipadas.
 
"Sei que será uma substituição difícil, particularmente se a estrutura orgânica do Governo se mantiver. É um Governo muito pesado, cheio de contradições, de sobreposições de competências e disfuncional", afirmou à agência Lusa Mari Alkatiri.
 
Questionado sobre possibilidade de a saída de Xanana Gusmão provocar eleições antecipadas, o secretário-geral da Fretilin afastou a hipótese e disse que a postura do seu partido é de "deixar que o ciclo governativo se complete".
 
"Isso também faz parte de uma cultura democrática que queremos imprimir neste país", salientou, defendendo que a saída de Xanana Gusmão deve também implicar uma remodelação profunda na estrutura do Governo.
 
Sobre a data de setembro, anunciada pela imprensa, para a eventual saída do primeiro-ministro, Mari Alkatiri disse que foi ele próprio quem a avançou.
 
"Foi uma sugestão minha para não apressar, porque é preciso que se garanta essa transição de uma forma suave, sustentável e porque é preciso haver outras legislações, porque o que a dita geração velha vai desempenhar não pode ser informal, tem de ter um caráter legal e formal", disse, acrescentando que o primeiro-ministro não deverá sair imediatamente após a aprovação do Orçamento do Estado no parlamento.
 
O CNRT disse hoje que está a ser elaborado um pacote de ideias entre Xanana Gusmão, Mari Alkatiri, José Ramos-Horta, antigo chefe de Estado, e Lu Olo, presidente da Fretilin, para uma transição pacífica para a nova geração. Aqueles líderes históricos serão conselheiros e supervisores.
 
Segundo Mari Alkatiri, Xanana Gusmão chegou à conclusão que já é tempo de a geração de 1974-75 se colocar em "cima da montanha e ter uma visão global do país".
 
"Essa proposta, já a tinha apresentado em 2007. Levou algum tempo para o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, entender isso, levou algum tempo para o ex-Presidente da República Ramos-Horta também entender isso", disse.
 
A Fretilin é o único partido da oposição com representação parlamentar em Timor-Leste, mas em 2013 votou a favor do Orçamento do Estado, que passou por unanimidade no parlamento nacional.
 
O primeiro-ministro de Timor-Leste anunciou hoje que vai abandonar o cargo em breve, em declarações à agência Lusa depois de se ter despedido do Parlamento Nacional, durante a discussão do Orçamento do Estado.
 
"Depois deste orçamento", afirmou Xanana Gusmão, sem precisar uma data, quando questionado pela Lusa sobre o momento em que vai apresentar a demissão do cargo de primeiro-ministro.
 
No início do seu discurso para apresentar o Orçamento do Estado de 2014, Xanana Gusmão despediu-se dos deputados do Parlamento Nacional: "É com todo o respeito que me dirijo, e pela última vez na qualidade de primeiro-ministro, a esta que é por excelência a casa mãe da nossa democracia", afirmou.
 
MSE // VM - Lusa
 
Partidos da coligação do Governo timorense dizem confiar na decisão de PM em abandonar cargo
 
09 de Janeiro de 2014, 21:16
 
Díli, 09 jan (Lusa) -- Os líderes de dois dos partidos que integram a coligação do Governo timorense manifestaram hoje confiança na decisão do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, em abandonar o cargo.
 
O presidente do Partido Democrático (PD), Fernando La Sama de Araújo, que no atual Governo timorense ocupa o cargo de vice-primeiro-ministro, disse hoje que confia nas decisões de Xanana Gusmão
 
"Eu já afirmei uma vez que tenho muita confiança nas decisões do primeiro-ministro tal como tive no tempo da resistência, também tenho no processo da reconstrução do novo Estado", afirmou o presidente do PD.
 
Segundo Fernando La Sama de Araújo, Xanana Gusmão nunca falhou nas suas decisões e por isso a "decisão dele é o melhor para Timor-Leste".
 
Por seu lado, o líder da Frente Mudança, José Luís Guterres, que é o chefe da diplomacia no Governo timorense, afirmou que a nova geração já está no poder.
 
 
"A nova geração já está no poder. O Presidente da República é da nova geração, aqui no parlamento nacional a maioria é da nova geração, assim como 97 por cento dos membros do governo são da nova geração", afirmou o presidente da Frente Mudança, José Luís Guterres.
 
A Frente Mudança, juntamente com o PD e o Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, constituem a coligação governamental, que tomou posse em agosto de 2012.
 
"Devo dizer que ele tem falado sobre isso já há algum tempo. A minha posição tem sido sempre de que ele continua a ter muita energia, inteligência e visão estratégica para continuar a conduzir os destinos deste país", acrescentou José Luís Guterres.
 
Xanana Gusmão anunciou hoje que vai deixar em breve o cargo de primeiro-ministro de Timor-Leste, depois de dizer durante o discurso de abertura do debate do orçamento de Estado para 2014 que era a última vez que se dirigia ao hemiciclo como chefe do executivo do país.
 
Em novembro, o primeiro-ministro timorense já tinha afirmado à agência Lusa que iria deixar o poder até 2015 para dar espaço para a geração mais nova assumir a liderança do país.
 
MSE // VM - Lusa
 

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