domingo, 6 de maio de 2012

Para além da roda, também a pólvora foi descoberta pelo actual governo de Portugal




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Os investimentos que estão a ser feitos na área social vão gerar cinco mil novos postos de trabalho até ao final de 2013. Quem o diz é o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social de Portugal e futuro candidato do PSD à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Marco António Costa.

"O conjunto de investimentos que estão a ser feitos na área social gerarão mais de cinco mil postos de trabalho e chegarão a mais de 50 mil pessoas", disse o governante, acrescentando que "muitos desses investimentos já se estão a concretizar e muitos concretizar-se-ão até ao final do próximo ano".

Falando em Pedroso, Gaia, onde presidiu à inauguração da creche do Centro Social e Paroquial de S. Pedro, Marco António Costa sublinhou o "duplo papel" do sector social, por um lado, no apoio aos cidadãos e, por outro, na criação de emprego.

"Em muitos pontos do país, a rede social e solidária é a maior empregadora dos municípios e é um dos factores mais importantes da dinamização das economias locais", destacou.

O secretário de estado assinalou também que estes projectos "não se deslocalizam com a globalização, não abandonam as populações".

Os que acreditam no sumo pontífice do Governo também podem acreditar em Marco António Costa. E por muito que o secretário-de Estado minta nunca chegará aos calcanhares de Pedro Passos Coelho.

Aliás, acreditar em Marco António Costa é também quase (quase porque não é ministro) meio caminho andando para chegar à gamela.

Em Fevereiro passado, Marco António Costa afirmou que o Governo "não aceita lições de moral" da Esquerda sobre "sensibilidade social", pois foi com este Governo que se "falou de economia social pela primeira vez". Nem mais. “Pela primeira vez”.

Marco António Costa, que falava então num jantar de apresentação da estrutura concelhia social-democrata na Trofa, afirmou ainda que Passos Coelho "conduz e governa o país a olhar para o futuro e com sentido de responsabilidade" sem "hipotecar o futuro" pelo "aplauso no presente".

Segundo o secretário de Estado da Segurança Social, foi com "este Governo" que "se falou pela primeira vez desde o 25 de Abril de economia social".

Saberá Marco António Costa o que é a economia social? Nesse âmbito já terá ouvido falar do associativismo, do cooperativismo e do mutualismo? Ou foi só agora, com este governo, que tal lhe foi ensinado?

Como exemplo da "sensibilidade social" do Governo liderado por Passos Coelho, o secretário de Estado apontou a medida que permitiu "a discriminação positiva" de quem tem uma "carreira contributiva" mais longa no acesso ao subsídio de desemprego.

Mas então“sensibilidade social” e “economia social” são a mesma coisa? Ou só contaram para Marco António Costa?

Segundo Marco António Costa, também foi o Governo liderado por Passos Coelho que "pela primeira vez tomou a iniciativa de olhar para os falsos recibos verdes protegendo-os em situação de desemprego".

E o que é que isto tem a ver com economia social, a tal de que “se falou pela primeira vez desde o 25 de Abril” e apenas com este governo?

Além destas medidas, o governante apontou o "descongelamento" das pensões de mais de um milhão de portugueses como "exemplo" da visão "sensível" do Governo.

"A verdade é que aqueles que diziam que tinham o monopólio da sensibilidade social em 2011 congelaram pensões mais baixas, de 180 euros que nós descongelamos agora", disse Marco António Costa.

Será que alguém lhe poderá explicar que ao longo dos últimos 150 anos (cento e cinquenta anos), a Economia Social tem ganho expressão e os seus objectivos passam necessariamente pela solidariedade e pelo desenvolvimento integrado da comunidade?

Será que alguém lhe poderá explicar que ao longo dos últimos 150 anos (cento e cinquenta anos) existe a Economia Social e que, afinal, não “foi com este Governo que se falou de economia social pela primeira vez"?

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.


Esquerda radical da Grécia apela à denúncia do acordo de resgate financeiro



Alexis Tsiprasm, líder do Syriza - foto LOUISA GOULIAMAKI/AFP
Jornal de Notícias

A Coligação da Esquerda Radical (Syriza), que obteve o segundo lugar nas legislativas antecipadas na Grécia, apelou esta noite à formação de um "governo de esquerda" para "denunciar o memorando" de resgate internacional.

Os resultados do escrutínio "privaram o memorando de qualquer legitimidade", considerou o líder da Syriza, Alexis Tsipras, numa referência aos acordos assinados desde 2010 entre os dois últimos governos e os credores internacionais (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco central europeu) e que prevêem fortes medidas de austeridade em troca de um empréstimo de 240 mil milhões de euros.

"O nosso programa é um governo de esquerda que anule o memorando (...) faremos tudo para que o país tenha um governo que denuncie o acordo que nos foi imposto", insistiu o líder da Syriza, uma das grandes surpresas das legislativas antecipadas de hoje.

De acordo com uma sondagem à boca das urnas, o seu partido deverá garantir 47 lugares no Parlamento, um resultado que poderá impedir a formação de uma coligação maioritária dos partidos favoráveis ao cumprimento do acordo com a 'troika' internacional e justificado para evitar a falência do país.

Os líderes dos dois partidos do centro, a Nova Democracia, que ganhou hoje as eleições legislativas, e os socialistas do PASOK, que ficou em terceiro lugar, já apelaram à formação de um governo de salvação nacional para manter a Grécia na zona euro.

MERKEL CONVIDA HOLLANDE A VISITAR BERLIM



RTP - Lusa

A chanceler alemã, Angela Merkel, já felicitou François Hollande, eleito hoje Presidente da República francesa, e convidou-o a visitar a Berlim, disse à agência France Presse o diretor de campanha do socialista, Pierre Moscovici.

"Eles tiveram uma primeira conversa e concordaram trabalhar juntos para uma relação franco-alemã que seja forte e que esteja ao serviço da Europa", afirmou, acrescentando que Angela Merkel convidou Hollande a deslocar-se a Berlim, o que deve acontecer "logo depois da tomada de posse".

A agência France Presse avança ainda que François Hollande deve tomar posse, no máximo, até 15 de maio.

Sérvia/Eleições: Nacionalistas vencem escrutínio sem maioria absoluta



Lusa

O Partido Sérvio do Progresso (SNS, nacionalista, na oposição), venceu as eleições legislativas de hoje com 24,7 por cento dos votos e sem atingir a maioria absoluta, indicam as primeiras estimativas.

O SNS obteve 24,7 por cento, enquanto a coligação formada em torno do Partido Democrático (DS), do Presidente cessante da Sérvia, Boris Tadic, garantiu 23,2 por cento, segundo as estimativas do CESID, o organismo independente que supervisiona o escrutínio.

A terceira posição foi garantida pelo Partido Socialista da Sérvia (SPS), com 16,6 por cento dos votos, membro da coligação governamental cessante e liderado pelo ministro do Interior, Ivica Dacic.

PR de Cabo Verde saúda vitória de Hollande e deseja reforço das relações



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 06 mai (Lusa) - O Presidente de Cabo Verde saudou hoje a vitória "democrática", decidida "soberanamente" pelo povo francês, de François Hollande como novo chefe de Estado da França, e disponibilizou-se para reforçar as "já boas" relações bilaterais.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Carlos Fonseca disse que ou ainda hoje à noite ou, o mais tardar, segunda-feira de manhã, irá contactar o vencedor das eleições presidenciais em França para o felicitar pessoalmente por telefone.

Jorge Carlos Fonseca lembrou que, em França, reside uma importante comunidade cabo-verdiana e que a campanha do candidato socialista foi "aberta" e "em defesa dos imigrantes", o que abre ainda mais as portas para reforçar as relações bilaterais.

No entanto, o presidente cabo-verdiano frisou à Lusa que, apesar da mudança da cor política - Hollande derrotou hoje Nicolas Sarkozy -, "nada muda" na cooperação entre os dois países, uma vez que, assegurou, as relações têm, acima de tudo, o enfoque do "estado a estado".

Na segunda volta da votação, Hollande obteve entre 52 e 53 por cento dos votos, derrotando o chefe de Estado cessante.

Indonésia-Portugal: Nova câmara de comércio quer dinamizar relações



RBV - Lusa

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Câmara de Comércio e Indústria Indonésia-Portugal nasce na segunda-feira, para aumentar as relações económicas e comerciais bilaterais, pouco antes da primeira visita à Indonésia do Presidente da República português, disse hoje o responsável pela nova organização.

"É fundamental existirem grupos associativos que promovam esta partilha de experiências e de contactos em prol de interesses comuns, para que nasçam oportunidades de negócio que potenciem as relações económicas bilaterais", afirmou à Lusa Luciano Coelho da Silva, presidente da comissão instaladora da câmara de comércio e cônsul honorário da Indonésia no Porto.

Luciano Coelho da Silva admitiu que, apesar de a organização já estar em funcionamento "informal", o lançamento oficial, na segunda-feira, em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, se enquadra na visita que Aníbal Cavaco Silva fará este mês à Indonésia, bem como a Timor-Leste, Austrália e Singapura.

"A visita impulsionou uma série de dinâmicas que levam uma delegação empresarial extensa. É um momento que exige que não só se marque presença mas também se participe ativamente na dinâmica que vai arrancar", referiu.

A câmara de comércio nasce assim com o objetivo de partilhar informações sobre empresas e mercados dos dois países, prestar serviços de apoio empresarial, de ambiente de negócios e parcerias e organizar missões comerciais, para reforçar as relações comerciais.

Em 2011, segundo estatísticas oficiais portuguesas, Portugal exportou para a Indonésia cerca de 11 milhões de euros e importou 87 milhões de euros. No entanto, nos dois primeiros meses de 2012, as exportações portuguesas aumentaram 303,3 por cento, em comparação com igual período do ano anterior.

"A Indonésia é, sem dúvida, a par do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul, uma das maiores potências emergentes. É o quarto maior país do mundo, em população, com cerca de 240 milhões de habitantes, é a terceira maior democracia mundial, é o maior país muçulmano do mundo, enfim, é um mercado que dificilmente Portugal pode ignorar", referiu Luciano Coelho da Silva

Em termos de setores, Luciano Coelho da Silva considerou que a relação comercial entre os dois países pode ganhar mais dinâmica em áreas como a energia - o setor petrolífero, do gás, e das energias renováveis -, o turismo, ou o desenvolvimento de infraestruturas, bem como as parcerias na área da investigação e da tecnologia.

"O mercado europeu, que se vai reduzindo, tem de ser imediatamente compensado com a nossa presença nestes mercados emergentes, onde existe mais população. É para aí que temos de nos virar. Se, há 500 anos, os nossos antepassados tinham o monopólio do comércio internacional, eu não vejo razão nenhuma para que os seus descendentes não retomem esse espírito de aventura", acrescentou.

Após 24 anos de interrupção devido à questão de Timor-Leste, Portugal e a Indonésia restabeleceram as relações diplomáticas em dezembro de 1999.

Luciano Coelho da Silva defendeu ainda o investimento na Indonésia como forma de as empresas portuguesas se expandirem na Ásia.

"As condições que temos em Jacarta, em termos de presença, não são muito dispendiosas e permitem fazer dali um centro de operações. E porque é o principal país, a Alemanha do Sudeste Asiático, permite ali criar um centro muito importante de expansão nos outros países da Ásia. Sobre isso, não tenho qualquer dúvida", concluiu Luciano Coelho da Silva.

Acabar com a corrupção em Portugal seria como acabar com as vogais na nossa língua




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Essa peregrina ideia de querer pôr, em Portugal, os corruptos a lutar contra a corrupção é digna dos bons alunos do regime angolano que, aliás, aprenderam com os exímios professores portugueses.

O combate à corrupção em Portugal apresenta "resultados mais baixos do que seria de esperar para um país desenvolvido". Essa de chamar desenvolvido ao reino esclavagista de Pedro Passos Coelho tem piada, tal como tem falar-se (nada mais do que isso) de corrupção.

Apesar dos "esforços", traduzidos na produção de legislação, muitas das novas leis "estão viciadas à nascença, com graves defeitos de conceção e formatação", o que as torna "ineficazes", acrescenta o documento produzido pelos Sistema Nacional de Integridade (SNI), constituído por entidades públicas e privadas e elementos da sociedade empenhadas no combate à corrupção e que será apresentado depois de amanhã na capital do reino.

Diz o SNI que o combate à corrupção "está enfraquecido por uma série de deficiências" resultantes da "falta de uma estratégia nacional de combate a esta criminalidade complexa".

Boa! São de facto deficiências estratégicas que permitem e que estimulam a que, à boa maneira mafiosa, a corrupção medre e domine um reino esclavista.

"Nenhum Governo até hoje estabeleceu, objetivamente, uma política de combate à corrupção no seu programa eleitoral, limitando-se apenas a enumerar um conjunto de considerandos vagos e de intenções simbólicas", acrescenta o documento do SNI.

Mas do que é que estavam à espera? Que os corruptos lutassem contra a corrupção que, aliás, é uma das suas mais importantes mais-valias? E mesmo que anunciassem medidas, nunca seriam para cumprir. Por algumas coisa Portugal tem tido os primeiros-ministros que mais metem.

O relatório português insere-se numa iniciativa da organização Transparency International, que se desenvolveu noutros 24 países europeus e que em Portugal foi realizado pela associação Transparência e Integridade, centro INTELI - Inteligência e Inovação e Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Reflecte o tratamento dado a cerca de quatro dezenas de entrevistas a personalidades de diferentes sectores de actividades, que vão desde o Provedor de Justiça, a magistrados, juízes, dirigentes de organismos estatais, professores universitários e jornalistas, entre outros.

As iniciativas legislativas tomadas "não têm travado a corrupção, nem têm diminuído o destaque desde fenómeno na comunicação social, nem têm alterado a percepção sobre a incidência e extensão da corrupção na sociedade portuguesa", acrescenta o texto.

Este resultado surge pela "fraca capacidade", tanto da comunicação social como da sociedade civil, para acompanhar os processos de produção de legislação e "denunciar a má qualidade dos diplomas", acabando por permitir a produção de diplomas "inócuos".

Além de encontrar "falhas graves", a avaliação do SNI conclui que essas lacunas "põem em causa a legitimidade e o desempenho global das instituições".

Na política existe "uma total irresponsabilidade dos eleitos face aos eleitores" e as promessas de combate à corrupção "são abaladas" por leis que permitem o branqueamento de capitais e por declarações de rendimentos e de interesses que "não correspondem à realidade".

Somados, estes factores resultam na "falta de honestidade para com os cidadãos e pela falta de sancionamento" das irregularidades praticadas pelos políticos.

Para acabar com esta realidade, o SNI defende uma maior fiscalização da parte do Parlamento (também ele o alfobre da corrupção) aos registos de interesses de deputados e membros do Governo e o alargamento do regime de incompatibilidades aos membros que integram os gabinetes governamentais.

De vez em quando os portugueses, seja por via directa ou não, resolvem falar de corrupção. Quase sempre, neste como em outros assuntos, apenas mudam as moscas…

Os portugueses são, na generalidade e em teoria, contra a corrupção, mas no dia-a-dia "acabam por pactuar" com "cunhas" e situações de conflito de interesses. Continuo sem saber como é que se pode ser contra algo que, em sentido lato, já é uma “instituição” secular. Falha minha, certamente.

E ainda eu tenho a lata de criticar a corrupção em Angola, quase esquecendo que os poderosos donos da minha terra aprenderem (e se calhar até já são melhores) com os mestres portugueses...

"No nível simbólico, abstracto, toda a gente condena a corrupção, tal como no resto da Europa, mas no nível estratégico, no quotidiano, as pessoas acabam por pactuar com a corrupção, até nos casos mais graves, de suborno", disse o politólogo Luís de Sousa, co-autor, com João Triães, do livro "Corrupção e os portugueses: Atitudes, práticas e valores".

Luís de Sousa dava como exemplo o primeiro lugar registado por Portugal no indicador de um estudo relativo aos contactos que as pessoas assumem ter "para conseguir benefícios ou serviços a que não têm direito".

Não sei o que se chamará ao facto de quando alguém se candidata a um emprego lhe perguntarem a filiação partidária. Será corrupção? E quando dizem que “se fosse filiada no partido teria mais possibilidades”? Ou quando se abrem concursos para cumprir a lei e já se sabe à partida quem vai ocupar o lugar?

Este livro foi apresentado por Paulo Morais, creio que em Julho de 2011, que afirmou que a obra confirma que "os portugueses são algo permissivos" relativamente à corrupção, o que considera ser uma herança da "lógica corporativa do tempo de Salazar".

Se o cidadão anónimo é permissivo por ter sido influenciado pela "lógica corporativa do tempo de Salazar", quem terá influenciado os políticos, os administradores, os banqueiros, os gestores, os patrões que gerem o país?

"A estrutura de poder actual é, basicamente, a estrutura de poder do doutor Oliveira Salazar. É uma estrutura que se mantém e nos asfixia", disse Paulo Morais, realçando que, enquanto perdurar esta lógica, "os grandes interesses ficam na mão do grande capital".

E quem tem força para contrariar o sistema sem, quando der por isso, estar enredado dos pés à cabeça, encostado à parede, com a vida (para já não falar do emprego) em perigo?

O livro, com prefácio de Maria José Morgado, está dividido em cinco capítulos, dos quais o primeiro apresenta uma sinopse dos principais resultados do projecto "Corrupção e Ética em Democracia: o Caso de Portugal", que visou "caracterizar o ambiente ético em que opera a democracia portuguesa".

Julgo, aliás, que nesta matéria as similitudes entre Portugal e Angola são mais do que muitas. Afirmar que os níveis de corrupção existentes em Angola superam tudo o que se passa em África, conforme relatórios de organizações internacionais e nacionais credíveis, é uma verdade que a comunidade internacional, Portugal incluído, reconhece mas sem a qual não sabe viver.

Aliás, basta ver como os políticos e as grandes empresas, portuguesas e muitas outras, investem forte no clã Eduardo dos Santos como forma de fazerem chorudos negócios... até com a venda limpa-neves.

Com este cenário, alguém se atreverá a dizer ao dono do poder angolano, José Eduardo dos Santos, que é preciso acabar com a corrupção? Alguém se atreverá a dizer a Cavaco Silva e a Pedro Passos Coelho que ou Portugal acaba com a corrupção ou a corrupção acaba com Portugal?

Creio, contudo, que a corrupção pode ser uma boa saída para a crise portuguesa. Isto porque, como demonstraram os empresários portugueses e angolanos, é muito mais fácil negociar com regimes corruptos do que com regimes democráticos e sérios.

Nesta altura a diferença está no facto de Angola ser um país rico e Portugal ser um rico país em… lixo. Por alguma razão, sendo Angola o sexto maior fornecedor petrolífero dos Estados Unidos da América, ninguém verá Hillary Clinton olhar para os caixotes do lixo de Luanda dos quais se alimentam muitos e muitos angolanos.

Sendo que o caminho certo se define não em função da luta contra a corrupção mas, é claro, dos interesses económicos, Portugal só tem que continuar a estratégica luta encetada (honra lhe seja feita) por José Sócrates no sentido de fazer com que o país se torne o mais evoluído do norte de… África.

Quanto ao povo, Lisboa deve seguir mais uma vez o exemplo de Luanda. Ou seja, pôr os portugueses nas Novas Oportunidades a aprenderem a viver sem comer.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: OS GUINEENSES MERECEM RESPEITO! – Leia também a entrevista a Orlando Castro em ORLANDO CASTRO, JORNALISTA, "O PODER DAS IDEIAS ACIMA DAS IDEIAS DE PODER"

Pacheco Pereira: Pingo Doce mostra "o retrato fidedigno da nova pobreza" - em Portugal





Pacheco Pereira viu humilhação no caso Pingo Doce e critica a campanha que demonstra a necessidade das pessoas. Isto pode ser um rastilho para a conflitualidade. Para o sociólogo o que aconteceu mostra o empobrecimento das pessoas.

Pacheco Pereira, do PSD, foi o mais crítico, dos comentadores da Quadratura do Círculo na SIC Notícias, da campanha do Pingo Doce e do que ela mostrou. “Custa-me fazer isso em relação a uma pessoa que tenho consideração [Alexandre Soares dos Santos], a quem o País muito deve, mas cometeu um erro”. Pacheco Pereira até admite que o Pingo Doce possa não ter previsto todas as consequências, “mas há um saldo negativo quer para o país quer para o Pingo Doce”.

O ex-deputado social-democrata lembra que o país está numa situação peculiar, é como se fosse uma loja de cristal e, por isso, “é preciso cuidado”.

Para o sociólogo, há uma assimetria grande entre quem foi às lojas aproveitar os descontos e quem tomou a decisão de fazer a promoção. Para Pacheco Pereira também não é normal ter sido feita esta acção no dia 1 de Maio. Aliás, o ex-deputado do PSD foi o único a relevar a data em que foi feita a acção. Tanto António Costa, como António Lobo Xavier desvalorizaram a coincidência. Para Pacheco Pereira, não havia necessidade de se ter realizado esta campanha a 1 de Maio.

“Há muita gente que está a sofrer e com muita dificuldade e, não se podendo evitar o sofrimento e a austeridade, há, no entanto, que ter extremo cuidado no tratamento das pessoas, em particular com a sua dignidade”. Para Pacheco Pereira houve, nesta acção, humilhação de algumas pessoas. “Posso atirar um saco de moedas ao ar e as pessoas atiram-se para apanhar. Foi um bocado o que aconteceu. Quem foi lá apanhar as moedas ficou contente, mas sabe que se teve de se pôr no chão. E aí há uma certa humilhação”.

Pacheco Pereiro falava das pessoas que diz ter visto, nas imagens que lhe chegaram, com vergonha de estarem naquelas filas, sujeitas a demoras de horas para serem atendidas, algumas a arrastar os sacos pelo chão. Ainda assim também não descarta a hipótese de ter havido pessoas a acorrerem ao Pingo Doce para revenderem ou noutros casos os pobres que não escondem a sua condição natural. O que chocou Pacheco Pereira foram as pessoas que não sendo pobres estão a empobrecer. “São o retrato fidedigno da nova pobreza”. A campanha demonstra “um princípio absoluto de necessidade” das pessoas que “têm de ser tratadas com muito respeito e cuidado”.

Para o sociólogo, “isto gera mais conflitualidade do que outras situações, não há nada melhor para gerar conflitualidade do que a humilhação das pessoas”.

E aponta também bateriais ao Governo. Hoje o poder “tem uma linguagem muito eufemística em relação ao empobrecimento. Há maneira de fazer diferente. Há muitas maneiras, nomeadamente não enganar as pessoas”.

Grécia: Nova Democracia está disponível para formar governo de salvação nacional




Diogo Cavaleiro – Jornal de Negócios, com foto

Samaras afirmou que a Nova Democracia pode fazer parte de um governo de salvação nacional, tal como propôs Evangelos Venizelos.

Não vou permitir que a Grécia continue sem governo”. A garantia foi dada por Antonis Samaras, líder do partido Nova Democracia, força que venceu as eleições de hoje na Grécia, mas que não conseguiu assegurar uma maioria absoluta.

Samaras admitiu, por isso, que as pessoas não deram à Nova Democracia um mandato forte, ao demonstrarem o seu descontentamento com a economia. Nesse sentido, a Nova Democracia, “único pilar da estabilidade na Grécia”, está preparada para formar um governo de salvação nacional.

“Estamos determinados em empreender uma iniciativa por um governo de salvação nacional assente em dois pilares: a nossa permanência no euro e alterações às políticas económicas do resgate”, afirmou Samaras em declarações transmitidas pela televisão estatal NET TV, citadas pela agência Bloomberg, depois de divulgadas sondagens com os resultados das eleições.

Antonis Samaras afirmou que a Nova Democracia está pronta para formar um governo de salvação nacional, chamando todos os partidos que são a favor da Europa para a ele se juntarem.

O líder dos socialistas do Pasok, Evangelos Venizelos, já tinha afirmado que deveria ser formado um governo deste género.

Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, explica a lógica da austeridade




Olivier Blanchard, economista chefe do FMI, defende pacote de ajuda grego e explica a lógica da austeridade aplicada às economias europeias

Olivier Blanchard - Dinheiro Vivo

O pacote grego animou os mercados. Nesta coluna, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, defende que o programa lida diretamente com os dois problemas mais fundamentais que a Grécia enfrenta – alto endividamento e baixa competitividade. E que também é justo, pedir sacrifícios tanto à Grécia como aos seus credores.

Para voltar à boa forma, a Grécia precisa de duas coisas. Primeiro, uma dívida menos pesada. Segundo, uma maior competitividade económica. O novo programa incide sobre as duas.

Baixar a dívida

Alguns países têm sido capazes de descer dívidas públicas elevadas. Aqueles que foram bem-sucedidos, fizeram-no através de grande crescimento sustentado. Mas no caso da Grécia, tornou-se claro que o crescimento elevado – e muito menos o crescimento elevado sustentado – não ia acontecer em breve. A dívida tinha de ser restruturada.

O processo foi longo e confuso. Afinal de contas, a negociação entre credores e devedores raramente é só rosas. Durante o processo, os credores estrangeiros foram frequentemente considerados na Grécia como os maus da fita – grandes bancos, que podiam e deviam estar dispostos a levar um golpe. Mas a realidade é que os bancos pertencem às pessoas, muitas delas a poupar para a reforma, que viram o valor das ações dos seus bancos a descer.

Dito isto, o acordo sobre a participação do setor privado – a maior redução negociada de sempre de dívida pública – reduziu a dívida de todos os homens, mulheres e crianças da Grécia em cerca de 10 mil euros, uma contribuição considerável por parte dos aforradores estrangeiros.

A Grécia tem agora de fazer o seu papel – com um compromisso político sustentado de implementar o difícil mas necessário conjunto de reformas fiscais, financeiras e estruturais que foi acordado como parte do programa apoiado pelos parceiros da Grécia da zona Euro e do FMI. É sem dúvida um desafio gigantesco. Mas é também uma oportunidade – para aproveitar a folga económica aberta pelos credores privados e públicos. Irá a Grécia aproveitá-la?

Consolidar as finanças públicas

Antes de mais nada, terá que reduzir o défice fiscal ainda mais. Caso contrário, negará simplesmente o progresso que foi feito apenas com a dívida. O esforço fiscal que já foi concretizado é verdadeiramente impressionante, com o défice primário a descer de 10% para menos de 3%. A redução e o reagendamento da dívida ajudarão a baixar os seus juros, mas isto não será suficiente por si só para acabar com o buraco nas finanças públicas.

A Grécia ainda está a gerir um défice primário, e em breve terá de gerir um superavit primário. Não há alternativa. Muita da despesa terá de ser cortada. E, no lado fiscal, devido às medidas duras que têm de ser tomadas, muito do foco do programa é na justiça, em garantir que quem é mais rico paga, de facto, um valor justo.
 
Reduzir o défice da conta corrente

Da mesma forma, sendo que isto talvez seja ainda mais importante, a Grécia precisa de reduzir o seu défice de conta corrente, por duas razões diferentes. Primeiro, nenhum país pode gerir um enorme défice de conta corrente e pedir dinheiro emprestado ao resto do mundo para sempre. Segundo, como a austeridade fiscal afeta a procura interna, a única maneira de regressar ao crescimento é depender mais da procura externa para reduzir o défice de conta corrente.

E a Grécia ainda tem um défice de conta corrente muito grande, perto de 10% de PIB, apesar do nível reduzido de produção. Para diminuir um défice de conta corrente, não há segredos: um país tem de se tornar mais competitivo, vender mais para o exterior, e comprar menos ao exterior. Atualmente, as exportações da Grécia representam apenas 14% dos bens que produz.

Até que ponto é que a Grécia precisa de melhorar a sua competitividade? É difícil ter a certeza, mas uma melhoria na competitividade – ou uma depreciação real – de cerca de 20% parece ser o que é necessário.
 
Estratégia para melhorar a competitividade

Há duas maneiras para um país ser mais competitivo: tornar-se muito mais produtivo, ou reduzir custos salariais e não salariais. A primeira é muito mais apelativa. Mas não existem varinhas mágicas. Embora muitos setores na Grécia apresentem uma deficiência enorme na produtividade, as reformas necessárias envolvem alterações nas leis e comportamento, nenhuma das quais é fácil de concretizar. O programa desenvolvido com o Governo grego tenta identificar a todo o custo onde e como podem ser feitos progressos. A lista é longa, a implementação difícil, e os resultados incertos, sendo que, em qualquer caso, não serão para amanhã.

Isto deixa-nos com os cortes nos salários, pelo menos até uma maior produtividade ser alcançada. Em países com taxas de câmbio flexíveis, isto pode ser realizado através da desvalorização da moeda. Num país que faz parte de uma zona com uma divisa comum, tem de ser alcançado diminuindo os salários e os preços. Na Grécia, os salários aumentaram mais depressa do que a produtividade durante anos, agravando o problema. O custo unitário do trabalho – que é uma medida chave da competitividade – aumentou em mais de 35% entre 2000 e 2010, em comparação com abaixo de 20% na zona Euro. Isto tem que ser desfeito.

O melhor caminho a seguir teria sido uma negociação entre os parceiros sociais para reduzir os salários e preços, e evitar um processo longo e difícil de adaptação. Isto não aconteceu. O programa tenta acelerar o processo, ao mesmo tempo que protege os mais vulneráveis. A dura realidade é que a adaptação terá de acontecer de uma forma ou de outra; caso contrário, a competitividade não crescerá, a procura não aumentará, o défice de conta corrente continuará, e os números do desemprego manter-se-ão muito altos. Quanto mais depressa acontecer, menos sofrimento haverá.

Sem alternativas viáveis

Haveria alternativas menos dolorosas? Não acredito que houvesse ou haja. Por exemplo, a ideia que por vezes se passa de que projetos de grandes infraestruturas poderão impulsionar o crescimento, aumentar a produtividade e melhorar as contas fiscais e correntes, é exagerada. É verdade que os fundos estruturais de Bruxelas, e transferências mais gerais a nível fiscal, seriam úteis, pelo menos para aumentar a procura. Mas o problema da Grécia não é, principalmente, um problema de infraestruturas físicas. Os projetos financiados por fundos estatais farão pouco para influenciar o crescimento a curto prazo, piorariam o défice fiscal, e só atrasariam o ajuste inevitável.
 
E se se aumentasse os salários em vez de os diminuir, como alguns já sugeriram? Isto pode, de facto, aumentar a procura e, por conseguinte, o crescimento a curto prazo. Um maior rendimento disponível poderá levar os consumidores a gastar mais, embora possa ser contrariado em parte por uma diminuição no investimento. Mas o aumento dos salários iria exacerbar o problema da competitividade. Na realidade, à medida que as importações aumentassem e as exportações diminuíssem, levaria a um défice de conta corrente ainda maior. Só atrasaria e amplificaria a extensão do ajuste inevitável.
 
E quanto a deixar a zona Euro? A saída do Euro seguida de uma forte desvalorização poderia conseguir a descida de salários e preços que a Grécia precisa, e fazê-lo mais depressa. (Nota: a descida dos preços e salários não seria evitada; apenas aconteceria de uma forma mais rápida). De facto, se para começar a Grécia tivesse a sua própria divisa, certamente que isto teria feito parte do programa. Mas a Grécia é um membro da zona Euro. E, pondo de parte os custos enormes de já não pertencer a esta zona, as consequências negativas de uma saída desordenada – desde o colapso do sistema monetário e financeiro às batalhas legais sobre as taxas de conversão corretas dos contratos – seriam muito, muito grandes.
 
O que interessa: Será que o programa resultará?

A Grécia terá de escalar uma montanha no mínimo tão alta como a que já escalou e o sucesso dependerá sobretudo da implementação sustentada e forte do Governo. Em todos os programas, eventos inesperados ocorrerão, e o programa terá, sem dúvida, de ser reajustado ao longo do percurso. Como Christine Lagarde disse: "Os riscos mantêm-se excecionalmente elevados”.

Tudo isto é verdade. Mas também é certo que o programa lida diretamente com os dois problemas mais fundamentais que a Grécia enfrenta – não só o alto endividamento mas também a baixa competitividade. E é justo, ao pedir sacrifícios partilhados, que estes o sejam não só para a Grécia, mas também entre a Grécia e os seus credores.
 

François Hollande: “A MUDANÇA QUE VOS PROPUS COMEÇA AGORA”



Dinheiro Vivo - Lusa

No seu discurso de vitória Hollande diz que a "austeridade não é uma fatalidade"

François Hollande subiu à Bastilha uma hora antes do planeado para anunciar a sua vitória. "A mudança que vos propus começa agora", disse à multidão em Paris.

No Eliseu, Hollande prometeu ser o "presidente de todos os franceses", depois de ter sido eleito com 51,9% dos votos, avança o Le Monde com base nas estimativas realizadas pela empresa de sondagens Ipsos no fecho das urnas, às 20h00 (19h00 em Portugal). "Aos que não me deram o seu voto, que saibam que eu respeito as suas convicções e que serei o Presidente de todos. Esta noite não há duas Franças que se enfrentam. Há apenas uma França, uma nação reunida no meso destino. Cada um e cada uma terão igualdade de direitos e de deveres", disse, no discurso de vitória, perante os seus apoiantes.

"Vou esforçar-me por cumprir o sonho francês. Mas a Europa olha para nós. Creio que em numerosos países europeus se sentiu um alívio, uma esperança, com a ideia de a austeridade já não é uma fatalidade", afirmou.

Hollande disse desejar ser julgado no fim do seu mandato pelo que fizer pela justiça e pela juventude. "Tomarei as minhas decisões tendo em conta estes critérios: é justo? É pela juventude?", disse.

Nicolas Sarkozy terá conseguido angariar 48,1% dos votos.

Sarkozy já admitiu a derrota, pela qual, assume toda a responsabilidade. "A responsabilidade deste falhanço é toda minha", disse Sarkozy, num discurso perante os seus apoiantes.

Na intervenção feita no momento em que Sarkozy se prepara, "para ser um francês como qualquer francês", o candidato derrotado às presidências, diz que "mesmo no fracasso temos de ser dignos patriotas franceses". O candidato da direita às presidências não vai participar nas legislativas em França, eleições que irão decorrer em a 10 e 17 de junho.

As estimativas à boca das urnas, segundo as previsões de quatro institutos de sondagens, apontavam para uma vitória de Hollande com 52 a 53,3% dos votos na segunda volta,, com base em estimativas à boca da urnas.

As empresas de sondagens CSA, TNS Sofres e Ipsos davam 52% dos votos a Hollande, contra os 48% conquistados por Nicolas Sarkozy. Já as previsões da Interactive davam a vitória ao candidato francês com 53,3%, superando os 52,7% de Sarkozy.

"É com grande alegria" que "se põe fim a 17 anos de governação à direita no Eliseu", reagiu o porta-voz socialista Benoît Hamon, citado pela AFP.

A confirmarem-se as projeções, Hollande será o segundo presidente socialista desde 1958, data do início da V República Francesa. O primeiro foi François Miterrand (1981-1995).

É a segunda vez que um presidente não é reeleito. Antes de Sarkozy apenas tinha sucedido com a candidatura de Valéry Giscard d'Estaing em1981.

Grécia/Eleições: CONSERVADORES CONFIRMADOS COMO PRIMEIRA FORÇA POLÍTICA



Dinheiro Vivo

A Esquerda Radical surge como a segunda força política na Grécia

Nenhum dos partidos garantiu uma maioria que garantisse a formação do governo

As projeções oficiais das eleições legislativas na Grécia confirmam que os conservadores da Nova Democracia (ND) obtiveram o maior número de votos, mas longe dos necessários para formar governo.

As projeções de uma empresa especializada contratada pelo Ministério do Interior, com uma margem de erro de 0,5%, indicam que a ND obterá 109 dos 300 lugares de deputados, enquanto a Coligação da Esquerda Radical (Syriza), com 16,3%, deverá garantir 50 lugares no Parlamento.

Já o Partido Socialista Pan-Helénico (Pasok) -- que em 2009 obteve uma maioria absoluta no hemiciclo com 44% dos votos e 160 lugares --, deverá garantir agora 13,6% das preferências e eleger 42 deputados.

Grécia/Eleições: Nova Democracia lidera sondagens à boca das urnas sem maioria



TSF

A Nova Democracia surge na frente nas sondagens à boca das urnas na Grécia, mas sem maioria absoluta. A coligação Syriza surge na segunda posição adiante do PASOK.

As sondagens à boca das urnas na Grécia dão a vitórioa aos conservadores da Nova Democracia sem maioria absoluta, com uma votação entre os 17 e os 20 por cento.

A coligação de Esquerda Syriza surge na segunda posição com 15,5 a 18,5 por cento, adiante do PASOK, que deverá reunir entre 14 e 17 por cento dos sufrágios, indicam as mesmas sondagens.

Ainda de acordo com estes estudos, o partido de extrema-direita Aurora Dourada deverá conseguir garantir representação no parlamento de Atenas.

Moscovo: MAIS DE 400 DETIDOS EM PROTESTO CONTRA PUTIN



RTP - Lusa

A polícia de Moscovo deteve hoje mais de 400 pessoas depois de confrontos com manifestantes durante uma marcha contra a política de Vladimir Putin, que na segunda-feira toma posse como Presidente da Rússia.

"De acordo com informações preliminares, foram detidas mais de 400 pessoas", disse um responsável da polícia de Moscovo à agência de notícias russa ITAR-TASS.

Entre os detidos estão três dos principais líderes do movimento de protesto contra Vladimir Putin: o ativista na luta contra a corrupção Alexei Navalny, o antigo ministro do Governo do Presidente Boris Ieltsin e atual dirigente do movimento liberal Solidariedade Boris Nemtsov e o líder da Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov.

Durante os confrontos registados hoje, de acordo com um responsável do Governo russo, ficaram feridos 20 polícias, três dos quais necessitaram de tratamento hospitalar.

A marcha juntou cerca de 20 mil manifestantes na capital russa, segundo a agência espanhola EFE.

O protesto fica, ainda assim, com uma adesão bastante abaixo dos realizados no inverno, quando outras manifestações contaram com 100 mil pessoas.

Uma onda significativa de demonstrações de oposição a Putin entusiasmou então os oponentes políticos do homem forte da Rússia.

Apesar disso, Putin venceu as eleições presidenciais com facilidade e vai regressar novamente ao Kremlin, a partir desta segunda-feira, para um terceiro mandato como presidente. Putin já esteve neste mesmo cargo entre 2000 e 2008.

Alguns dos organizadores do protesto, intitulado pelos líderes da oposição de `Marcha dos Milhões`, reconhecem que a eleição de Putin pode ter sido um golpe para o moral desses manifestantes.

Os manifestantes também se têm mostrado desiludidos com a falta de uma oposição clara e com programa contra Putin.

VENCEU HOLLANDE, SARKOSY DERROTADO, MERKEL VAI TER DE FALAR COM HOLLANDE


Manchete do Le Monde

Sarkosy já fez o discurso da derrota para os seus eleitores e anunciou que já telefonou a Hollande parabenizando-o e saudando-o como o novo presidente de França. Diz que o que importa é a França forte, independente e democrática e que é isso que espera que Hollande defenda com toda a sua força. Confiando que assim acontecerá.

Na emblemática e repleta Praça da Bastilha, em Paris, Francois Hollande vai aparecer aos seus eleitores e apoiantes dentro de momentos para fazer o discurso da vitória.

Segundo Jean-Marc Ayrault, líder da bancada parlamentar do Partido Socialista francês e conselheiro de François Hollande, se Hollande fosse eleito Presidente da República, ainda hoje telefonava à chanceler alemã, Angela Merkel.

Citado pela agência France Presse, Jean-Marc Ayrault assegurou que "Ainda esta noite, creio, se for eleito Presidente, François Hollande falará com a chanceler alemã, porque é aí que está a chave da recuperação da Europa, da reorientação da União em direcção ao crescimento, à competitividade e à protecção", disse aos jornalistas o homem que é apontado pelos média como possível primeiro-ministro de Hollande.

Angela Merkel apoiou publicamente a recandidatura do conservador Nicolas Sarkozy, que as sondagens indicam que será derrotado por François Hollande.

Durante a campanha para as presidenciais em França a chanceler alemã recusou-se a receber o socialista francês, que se opõe ao Tratado Orçamental Europeu e que prometeu aos eleitores - e aos europeus - renegociá-lo.

PG com agências

França/Eleições: FRANCOIS HOLLANDE VENCE SEGUNDA VOLTA - projeções



Lusa

O socialista François Hollande venceu hoje a segunda volta das eleições presidenciais em França, com um resultado entre 52 e 53,3 por cento dos votos, de acordo com as projeções avançadas pela agência France Presse.

A televisão pública francesa TF2 estima que a abstenção nesta eleição tenha sido de 20,10 por cento, maior do que a de 2007 (16 por cento), mas menor do que a de 1995 e de 2002 (20,3 por cento).

- Em atualização

Grécia/Eleições: Conservadores reivindicam primeiro lugar nas legislativas



Económico - Lusa, com foto

A Nova Democracia (ND), do líder conservador Antonis Samaras, reivindicou o primeiro lugar nas eleições legislativas antecipadas na Grécia.

"Somos claramente o partido que alcançou o primeiro lugar", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros do "governo-sombra" dos conservadores Panos Panagiotopoulos, em declarações à televisão Mega.

No entanto, admitiu que um "forte terramoto" atingiu o seu partido e os socialistas do PASOK, que desde novembro integram o governo de coligação cessante dirigido pelo tecnocrata Lucas Papademos, responsável pela negociação do segundo resgate com os credores internacionais.

A ND está creditada com 20 a 17% dos votos e o PASOK de Evangelos Venizelos obteve entre 14 e 17%.

As sondagens indicam ainda que a Coligação da Esquerda Radical (Syriza) garante a segunda posição, com 15,5 a 18,5 % dos votos, confirmando o colapso dos partidos pró-memorando.

A extrema-direita (Aurora Dourada) também deverá garantir representação num Parlamento com 300 lugares, com as previsões a sugerirem entre seis a oito pró cento dos votos, ultrapassando desta forma barreira obrigatória dos 3%.

As urnas encerraram às 19h00 locais (15h00 em Lisboa).

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