sexta-feira, 16 de julho de 2021

A TENTATIVA DE REVOLUÇÃO COLORIDA EM CUBA

O implacável bloqueio imperialista a Cuba – económico, financeiro, diplomático, militar, político, energético, empresarial e tecnológico – perdura há 60 anos.  Em certas ocasiões intensifica-se com atentados, terrorismo, sabotagem.  Em outras adquire formas mais subtis, utilizando a guerra híbrida e a "arte das sanções" desenvolvida pela NED (uma das 17 agências de inteligência dos EUA). 

Domingo, 11 de Julho, houve manifestações de descontentamento na ilha.  Elas foram cuidadosamente articuladas pela sra. Rosa Maria Payá, que é dona de uma ONG com sede em Miami financiada pelo governo estado-unidense.  Trata-se da Fundación para la Democracia Panamericana (FDP) que organizou, pagou e preparou o material gráfico (o cartaz "Cuba decide") presente em todas as manifestações do dia 11.  A FDP quiz aproveitar pico da pandemia (que em Cuba foi posterior ao de outros países) a fim de avançar a sua agenda. 

A berraria dos media neoliberais procurou agigantar estas manifestações encenadas.  Convém por isso estabelecer as suas verdadeiras proporções: elas foram em apenas 12 lugares de Cuba, com não mais 100 a 500 pessoas em cada um deles. A experiência histórica das revoluções coloridas promovidas pelo império mostra que elas só tiveram êxito onde os governos locais não tinham apoio popular.  Não é o caso de Cuba, onde houve de imediato grandiosas contra-manifestações de rua em apoio ao governo e à Revolução. 

Dito isto, há que reconhecer que existem motivos reais de insatisfação para o povo cubano – quase todos devidos ao bloqueio imperial.  Há penúria energética com cortes no abastecimento eléctrico; há desabastecimento de bens essenciais (alimentos e remédios); há o pico da pandemia que ainda não foi ultrapassado.  Mas são os mesmos que procuram estrangular o povo cubano mediante sanções e bloqueio que agora denunciam as dificuldades que eles próprios provocaram e provocam. 

O imperialismo quer uma "haitização" de Cuba, quer destruir o mau exemplo de um país soberano, um país que em plena pandemia soube criar vacinas como a Soberana e a Abdala (para vergonha de outros países do mundo, não sujeitos a bloqueio, que não tiveram capacidade para isso).  O povo e o governo cubanos saberão dar a resposta que merecem.

13/Julho/2021

Resistir.info

Angola | Colarinhos sufocantes

Jornal de Angola | opinião

Os larápios de “colarinho branco”, cada vez em maior número, por mais que os desapertem, continuam a sentir-se sufocados, porventura como jamais sonharam, mesmo nos piores pesadelos, face ao cerco que lhes é feito.

Muitas das nossas mães, quando nos surpreendiam escondidos, com medo, por termos feito qualquer traquinice, soltavam o adágio " muito medo, pouca vergonha”, aviso de que o que se seguia não era, em princípio, nada de bom. Dos castigos que nos esperavam os menos maus eram puxões de orelhas, uns tabefes, que logo passavam e permitiam, de imediato, liberdade para nossas aventuras. Eram uma espécie de cartão amarelo. Pior era sermos proibidos de sair de casa e ouvir risos e gritos de alegria, com tantas causas, de nossos amigos. Por exemplo, pela marcação ou defesa de um golo em trumuno de "vira aos cinco, termina aos 11” ou não menos animado "rede a rede”, também "quigosas” - penduraranços numa camioneta de carga -, jogar à bilha ou subir aos paus de fruta.

Quantos de nós, meninos daquele tempo, não nos recordamos da frase das nossas mães, perante os crimes da gatunagem do "colarinho branco” e coração sebento, cujos autores tentam, agora, esconder-se, deixando uns, de aparecer em público, outros, mais afoitos, misturando-se entre a multidão, substituindo as fatiotas por roupas mais simples, guardando parte dos produtos do roubos em malas, sacos, contentores. Afinal, também "têm muito medo, mas pouca vergonha”.

CPLP: "Vai ser uma grande cimeira" afirma Marcelo à chegada a Luanda

O Presidente da República assume "muito boas expectativas" para o encontro dos países lusófonos.

O Presidente da República afirmou, logo à chegada a Luanda, que espera uma "grande cimeira" da Comunidade de Países de Línguas (CPLP), no sábado, em que deverá ser aprovado o acordo de livre circulação.

Pouco depois de ter saído do avião e de ter pisado solo angolano, o chefe de Estado português assumiu que chega a Luanda com "muito boas expectativas".

"Vai ser uma grande cimeira" da CPLP", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou à capital angolana com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Na cimeira de Luanda da CPLP, além de Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.

Já António Costa parte na manhã de sexta-feira para Luanda, chegando ao fim da tarde, devendo já participar com o chefe de Estado português e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, pelas 19:00, no jantar de gala por ocasião dos 25 anos da fundação da CPLP.

Um jantar que incluirá um momento musical interpretado pela fadista Cuca Roseta

Segundo fonte diplomática, no sábado, pelas 10:00, no Hotel Intercontinental de Luanda, está previsto o início da sessão solene de abertura da XIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.

A cimeira abre com uma Intervenção de boas-vindas a cargo do Presidente de Angola, João Lourenço, seguindo-se um breve discurso do chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Fonseca, país que termina a sua presidência "pro tempore" da comunidade.

Os trabalhos formais da cimeira deverão começar pelas 10:30, com a posse do chefe de Estado angolano como presidente "pro tempore" da CPLP para o biénio 2021-2023.

TSF | Lusa | Imagem © Lusa

Angola | Raio X no Bengo só para quem tem telemóvel

Quem precisa de um raio X no Hospital Provincial do Bengo tem de levar o seu telemóvel, porque a unidade não dispõe de material adequado. Muitos pacientes não têm acesso a um telemóvel e a insatisfação sobe.

A direção do hospital no Bengo diz que não tem como resolver a situação que já dura há, pelo menos, cinco anos. A diretora da unidade, Teresa Candeeiro, diz que a sua equipa herdou este passivo. Afirma ainda que tem procurado resolver o problema.

"Já nos preocupámos em procurar uma nova impressora, já procurámos informar-nos junto da empresa que montou o equipamento. Mas, até agora, não tivemos uma resposta positiva", disse Candeeiro à DW África, acrescentando que o equipamento está incompleto: "A parte que falta é a impressora e as películas. Parece que o país não tem disponível. Então temos de esperar", diz, resignada.

A responsável esclarece que, nos casos em que o paciente não se faz acompanhar de telemóvel digital, o médico observa o resultado a partir do computador. "O médico pode avaliar a lesão diretamente no aparelho, ou então, pode tirar a fotografia com o seu telemóvel".

Guiné-Bissau | Violência policial contra manifestantes faz vários feridos

Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, esta quarta-feira, quando as forças de ordem dispersaram manifestantes na capital, Bissau. A manifestação fora convocada pelo sindicato UNTG, no sétimo mês de greve geral.

A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), a principal central sindical, convocou para esta quarta-feira (14.07) uma manifestação que visava contestar a "grave" situação social do país, assim como o aumento de impostos e subsídios aos titulares dos órgãos de soberania.

Momentos antes do início da marcha, que deveria terminar em frente da sede da Assembleia Nacional Popular (ANP), a polícia usou gás lacrimogéneopara dispersar os manifestantes que ainda se encontravam na sede da UNTG, no centro da capital guineense.

O secretário-geral da central sindical, Júlio Mendonça, deu conta do número de feridos devido à intervenção policial.

"Nós responsabilizamos por esta violação os principais responsáveis do país: o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro do Interior. Sabem perfeitamente que o que os agentes (da polícia) estão a fazer não se coaduna com o que vem plasmado na Constituição da República", disse Mendonça em declarações aos jornalistas na sede da central sindical.

O sindicalista qualificou a violência policial exercida sobre os manifestantes de "grave e gravíssima". Anunciou ainda uma nova manifestação para o dia 28 de julho. "Esperamos que os (atuais) governantes percebam que hoje estão no poder, mas amanhã não estarão, e cada um deverá assumir as suas responsabilidades", disse Mendonça.

Grupo de cidadãos quer Guiné Equatorial fora da CPLP

Em carta aberta dirigida à CPLP, um grupo de ativistas pede a retirada imediata da Guiné Equatorial da organização lusófona. Acusam Obiang de continuar a não respeitar os direitos humanos e de manter a pena de morte.

Um grupo de ativistas angolanos, portugueses, e cabo-verdianos  deseja ver a Guiné Equatorial expulsa da Comunidade dos Países de Língua (CPLP). A reivindicação consta de uma carta aberta dirigida à presidência da organização lusófona, na véspera da cimeira de Luanda, nos dias 16 e 17 de junho.

Na missiva endereçada ao Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, no fim de mandato da presidência rotativa, e a João Lourenço, chefe de Estado de Angola e próximo presidente da CPLP, os signatários argumentam que no país do homólogo Teodoro Obiang não tem havido progressos no que toca ao respeito pelos direitos humanos.

O ex-candidato às presidenciais em Portugal em 2016, Paulo de Morais, afirma ser inaceitável a permanência da Guiné Equatorial na CPLP, porque o país não cumpriu a promessa feita na cimeira de Díli, em 2014, de abolir a pena de morte.

"Passaram-se sete anos, sucessivas promessas ano após ano de que a pena de morte iria ser abolida e, no entanto, na Guiné Equatorial a pena de morte mantém-se", afirmou à DW Morais, um dos três ex-candidatos às presidenciais em Portugal que assinaram a carta.

O dirigente da Frente Cívica acrescenta que Teodoro Obiang é conhecido pelo seu percurso de décadas como líder totalitário. Paulo de Morais qualificou Obiang como um "ditador" e "conhecido predador da imprensa, porque persegue jornalistas".

Mais lidas da semana