domingo, 12 de junho de 2011

Brasil: 12 DE JUNHO, DIA NACIONAL DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL





Apesar de no Brasil, o trabalho infantil ser considerado ilegal para crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos, a realidade continua sendo outra. O PETI (Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil) vem trabalhando arduamente para erradicar o trabalho infantil.

Infelizmente mesmo com todo o seu empenho, a previsão é de poder atender com seus projetos, cerca de 1,1 milhão de crianças e adolescentes trabalhadores, segundo acompanhamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Do total de crianças e adolescentes atendidos, 3,7 milhões estarão de fora.

Perfil do trabalho infantil no Brasil

O trabalho infantil no Brasil ainda é um grande problema social. Milhares de crianças ainda deixam de ir à escola e ter seus direitos preservados, e trabalham desde a mais tenra idade na lavoura, campo, fábrica ou casas de família, muitos deles sem receber remuneração alguma. Hoje em dia, em torno de 4,8 milhões de crianças de adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil, segundo PNAD 2007. Desse total, 1,2 milhão estão na faixa entre 5 e 13 anos.

Como já era de se esperar, o trabalho infantil ainda é predominantemente agrícola. Cerca de 36,5% das crianças estão em granjas, sítios e fazendas, 24,5% em lojas e fábricas. No Nordeste, 46,5% aparecem trabalhando em fazendas e sítios.

A Constituição Brasileira é clara: menores de 16 anos são proibidos de trabalhar, exceto como aprendizes e somente a partir dos 14. Não é o que vemos na televisão. Há dois pesos e duas medidas. Achamos um absurdo ver a exploração de crianças trabalhando nas lavouras de cana, carvoarias, quebrando pedras, deixando sequelas nessas vítimas indefesas, mas costumamos aplaudir crianças e bebês que tornam-se estrelas mirins em novelas, apresentações e comerciais, segundo dados do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).

Trabalho infantil diminui 33% em oito anos, mas números ainda preocupam

A terceira edição do relatório “Um Brasil para as Crianças e os Adolescentes”, da ‘Fundação Abrinq – Save the Children’, informa que o número de crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos que trabalham sofreu redução de 33,8% entre os anos de 2001 e 2009. O relatório aponta, entretanto, que o número é preocupante.

Números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) indicam que, em 2001, 2,8 milhões de jovens ocupavam postos no mercado de trabalho (13,89% do total). Esse percentual caiu para 9,2% no ano de 2009, mas a entidade que produz o relatório encara com preocupação o fato de ainda existirem 1,9 milhão de crianças trabalhando ilegalmente. De acordo com a publicação, o trabalho infantil causa prejuízos como o abandono escolar e a privação do direito ao convívio familiar e ao lazer.

A legislação brasileira proíbe, através da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos, e qualquer trabalho a menores de dezesseis anos–salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (lei nº 10.097, de 2000). A OIT (Organização Internacional do Trabalho) aponta a vulnerabilidade socioeconômica das famílias como um dos fatores determinantes para o ingresso destes jovens no mercado de trabalho.

No país, os números alcançados na região Sul são os melhores. No intervalo da análise, a queda no índice foi de 41,2%. Já a região Norte apresentou o pior resultado do país, com redução de apenas 2,7%. “Comemoramos os avanços, mas precisamos voltar nossos olhos para os desafios ocultados pelas diferenças regionais, como está destacado no documento”, afirmou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq – Save the Children, no lançamento oficial do documento.

Segundo a entidade, o relatório “Um Brasil para as Crianças e os Adolescentes” tem o propósito de impulsionar políticas públicas na área da infância e adolescência, e de acompanhar o alcance das metas assumidas pelo Estado junto à ONU (Organização das Nações Unidas).

O projeto “Presidente Amigo da Criança” conta com a adesão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a campanha eleitoral de 2002, quando ele assumiu o compromisso de alcançar as metas expressas no documento “Um mundo para as crianças”. Dilma Rousseff, atual presidente da República, também aderiu ao projeto.

Reajuste do Bolsa Família não compromete áreas sociais, diz ministra

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, garantiu que o ajuste anunciado do benefício pago pelo Programa Bolsa Família não comprometerá o financiamento de outros programas sociais de sua pasta. O ajuste de 19,4% (aumento real de 8,7%, descontada a inflação) incrementará a despesa da Bolsa Família em R$ 2,1 bilhões. Para financiar o ganho do programa, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) terá que remanejar dinheiro de outros programas de assistência social – combate ao trabalho infantil, combate à exploração sexual, ressocialização e inserção no mercado de trabalho.

“Eu queria que vocês não se preocupassem. Essas medidas serão contempladas”, disse Tereza Campello aos jornalistas que a aguardavam na saída da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde participou do programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

“A nossa ideia é não comprometer nenhuma das áreas estratégicas”, afirmou ao salientar que é possível fazer outros reajustes ao longo do ano, melhorar o desempenho de gastos e economizar recursos de áreas administrativas do ministério.

“Não temos a menor intenção de fragilizar as ações. Ao contrário, vamos intensificar”, assegurou a ministra, referindo-se ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que teve corte em torno de 10%.

O governo prepara para o próximo mês o lançamento de um plano detalhado de erradicação da pobreza. Segundo Tereza Campello, “a situação da criança em vulnerabilidade será contemplada e será uma das prioridades do plano”, garantiu.

O aumento da Bolsa Família é elogiado por especialistas em políticas sociais, mas há a avaliação de que apesar da eficiência do programa, a atuação do governo não pode ser apenas o repasse de recursos para aumentar a renda. “As causas da pobreza não são apenas baixa renda”, afirma Eliane Graça, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Ela reconhece que o governo está fazendo “uma engenharia complicada” para ajustar o programa, mas “está dando com uma mão e tirando com a outra”.

Eliane Graça salienta que o recente ajuste da taxa Selic (segundo aumento consecutivo de meio ponto percentual), referência para os juros da dívida pública, tem efeito maior sobre as despesas do governo do que o incremento do Bolsa Família.

Durante a transmissão do Bom Dia, Ministro, Tereza Campello destacou que o aumento do Bolsa Família permite mais consumo de alimentos e de outros produtos básicos. Lembrou que as famílias com crianças e adolescentes de até 15 anos receberão mais 45,5% de benefício específico. “Estamos falando de renda complementar para evitar a pobreza”, disse. Com o ajuste, o benefício médio do programa (congelado desde setembro de 2009) subirá de R$ 96 para R$ 115. Os novos valores repassados pelo programa vão variar de um mínimo de R$ 32 a R$ 242, conforme número e idade dos dependentes (a faixa anterior era de R$ 22 a R$ 200). Mais de 1,3 milhão de famílias beneficiárias do programa, que estão sendo avisadas por meio de extrato, precisam atualizar os dados cadastrais até 31 de outubro nas prefeituras de suas cidades para continuar recebendo o benefício.

Em valores absolutos, o MDS foi o ministério menos afetado com os cortes orçamentários estabelecidos pelo governo e detalhados nesta semana pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento: R$ 22 milhões, de um total de R$ 50 bilhões anunciados como meta de economia do Orçamento Geral da União.

Djalma Costa – Coordenação Colegiada da Anced – Seção DCI – Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e Adolescente (www.anced.org.br) declarou ao Observatório SELVAS que “neste 12/6/2011, os brasileiros/as, terão a oportunidade de mais uma vez encampar esta luta em defesa de criança e adolescentes que são forçadamente trabalhadoras no País.

Curiosamente o trabalho infantil no Brasil vinha caindo consideravelmente nas duas última décadas, porém os indicadores tem apontado que a situação voltou a agravar nos últimos cinco anos pelo menos. Sobretudo nas regiões mais distantes e na região litorânea do País.

O que se deve a essa volta do crescimento das mais variadas formas de trabalho e exploração de mão de obra infantil? São várias as justificativas apontadas pelo Movimento da Infância e também pelos especialistas que acompanha essa situação, passando pelas formas mais tradicionais de exploração (trabalho doméstico, pedreiras etc.) até formas mais modernas como exploração sexual turísticas e trafico de drogas etc.

Devemos olhar esse dia de Campanha como mais um elemento fortalecedor no combate a essa prática vexatória e degradante de nossas crianças e adolescentes, mas também devemos incidir sobre as autoridades públicas para investir mais na prevenção e no fortalecimento das famílias brasileiras mais pobres. Imaginamos que dos universos dos 16,2 milhões de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza, foco do novo programa do governo federal, todas as crianças e adolescentes estão expostos aos mais variadas formas de trabalhos infantis.

Um outra providencia necessária e urgente que os movimentos sociais de defesa dos direitos de criança e adolescente enfrenta é, fazer o governo brasileiro prestar as informações regulares ao Comitê Internacional dos Direitos da Criança da ONU através da elaboração do Protocolos Facultativos, sobremaneira que os dados levantados para esses protocolos sejam confiáveis e possibilita a implementação de políticas públicas que fortaleçam essa luta.

Os investimentos públicos nas diversas áreas da infância no Brasil ainda acontecem de forma desarticulados, eles não se somam e as ações articuladas interministerialmente ainda é bastante precários, um bom exemplo disso é o que acontece com o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) do governo federal e que é repassado para os municípios, o que vemos muitas vezes é falta de fiscalização e exigência de cumprimento das metas e dos objetivos deste programa sem diálogo com as outras áreas da política.

Por fim, 12 de junho deve mesmo servir como um momento forte e mobilizador para que possamos dar conta de interromper esse ciclo vergonhoso em nosso País. Mas esta luta é cotidiana e deve ser feita diariamente com a construção de ferramentas efetivas de combate a exploração do Trabalho Infantil”.

As “novas fronteiras” do trabalho infantil

A presença no Fórum Social Mundial FSM 2011, de associações que trabalham para combater as piores formas de exploração do trabalho infantil é uma testemunho fundamental para repensar as estratégias para a criação de “um outro mundo possível”.

Segundo uma nota enviada à Agência Fides do Vaticano por Raffaele Salinari, presidente da Federação Internacional Terre des hommes, e por Cristiano Morsolin, operador de redes internacionais para a defesa dos direitos das crianças e adolescentes, que há dez anos trabalha na América Latina, os números da Organização Internacional do Trabalho (OIT) falam claro: mais de 300 milhões de crianças de 5 a 14 anos são atualmente exploradas pelos “piores formas” de trabalho infantil, o que significa morte prematura ou mutilação irreversível.

Não é nenhum segredo que as economias dos países pobres devem explorar a criança até a exaustão de recursos para fazer sobreviver, as famílias e que a deslocalização de processos de produção coloquem em concorrência entre eles os países mais pobres, forçando-os a baixar o preço do trabalho e também a idade dos trabalhadores.

No Brasil, o trabalho infantil submerso, ou seja, as fábricas clandestinas, que especialmente no sul, costuram roupas em porões escuros, ou a exploração da prostituição infantil, ou menores como agentes do crime organizado, são todos fenômenos em crescimento e dos quais se fala apenas em termos de repressão.

O país se tornou, nos últimos anos, um centro de distribuição para a prostituição infantil europeia, que é alimentada pelo tráfico de seres humanos provenientes do leste europeu ou das costas africanas junto com a mão de obra clandestina adulta, às armas e drogas. Este negócio é calculado sobre os lucros de uma ordem de três bilhões de euros por ano. Portanto, não apenas a exploração do trabalho infantil existe, mas estas formas extremas superam em muito os trabalhos “clássicos” como trabalhador braçal ou na construção civil.

A economia liberalista alargou o âmbito da exploração do trabalho até incorporar no seu seio as “zonas cinzentas” da economia criminal abrangendo um amplo espectro de novas formas de exploração infantil: a pornografia na internet, a exploração sexual em países do terceiro mundo com passeios organizados, transplante ilegal de órgãos e crianças-soldados. São as “novas fronteiras” do trabalho infantil, em constante crescimento, como demonstrado pelas estatísticas e as notícias que nos entregam cada vez mais frequentes episódios de crianças tratadas e vendidas antes mesmo do nascimento.

Não existe guerra na África, Ásia ou América Latina, onde os exércitos irregulares não empregam crianças-soldados. As estatísticas, por padrão, sobre uso de crianças na indústria do sexo, falam de dois milhões de crianças somente na Ásia, e um número igual provenientes do leste da Europa e da América. Falar hoje de exploração do trabalho infantil significa rever completamente a nossa perspectiva, o conceito de Direito do Trabalho, significa expandir os instrumentos de proteção contra estas novas formas de barbaridades, hoje completamente fora do conhecimento do público em geral e da legislação do trabalho.

Debate aberto

Maria dos Anjos Lopes Viella – Professora da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó-Chapecó-SC) e Célia Regina Vendramini – Professora da Universidade Federal de Santa Catarina- Forianópolis-SC, analisam duas perspectivas em relação à o trabalho infantil.

No texto “O AVESSO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS: A ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL EM DEBATE” situa duas perspectivas contraditórias em relação à erradicação do trabalho infantil: a perspectiva da OIT (Organização Internacional do Trabalho) defendendo a sua erradicação e outra contrária a ela, defendendo a valorização crítica do trabalho realizado pelas crianças, perspectiva essa que insiste no protagonismo infantil, isto é, na necessidade de dar voz às crianças dimensionando o que elas têm a dizer sobre o trabalho.

Através de publicações do IFEJANT1, foi possível mapear alguns autores que propõem a criação de normas legais que protejam o trabalho das crianças da mesma maneira que é regulamentado o direito dos trabalhadores adultos.

Esse instituto mantém a publicação semestral da Revista NATs (Niños e Adolescentes Trabajadores) e conta com a colaboração de diversas organizações voltadas para a questão da infância e preocupadas em socializar as experiências realizadas com as crianças trabalhadoras.

Entre essas organizações, tem-se o MNNATSOP (Movimiento Nacional de NATs Organizados del Peru), MANTHOC (Movimiento de Adolescentes e Niños Trabajadores Hijos de Obreros Cristianos – Peru), Terre des Hommes (Alemanha), Acción por los niños, Bice, BUTTERFLIES , o BHIMA SANGHA (Índia, Nepal, Tailândia), CRECEFOR (Colectivo Regional de Centros de Formación), BROEDERLIJK DELEN (Bélgica), GENERACIÓN (Em defensa de los derechos de lãs niñas que viven em la calle), SAVE THE CHILDREN (Suécia), VEREIN NATs (Alemanha), Associazione NATs (Itália), MLAL (Movimiento Laici América Latina- Itália) ITALIA NATs.

Vários autores, como Liebel (2001), Figueroa e Cussiánovich (2001) e outros têm o protagonismo infantil como objeto teórico, entretanto Cussiánovich pode ser considerado um dos principais divulgadores desse enfoque na América Latina, considerando suas inúmeras publicações sobre o tema. Ensayos sobre infância (2006), extensa obra sua, gira em torno do protagonismo infantil e logo na introdução, ao mesmo tempo em que indaga sobre a dificuldade que se tem de reconhecer as crianças como atores, sujeitos sociais, culturais, políticos e econômicos, coloca a necessidade de conhecer como tem sido gestada no tempo a ideia de infância.

O caminho que o autor se propõe a percorrer passa pela construção, desconstrução das imagens, ideias e representações sociais sobre a infância. A essas ideias o autor acrescenta a “Pedagogia da ternura” como um componente fundamental da promoção do protagonismo. O protagonismo aparece como elemento central da experiência de construção e organização dos movimentos sociais de meninos trabalhadores.

É o discurso do protagonismo infantil que insiste na necessidade de repensar a criança não só como beneficiária de direitos, mas como sujeito social de direitos que não quer ser cidadã do futuro e sim do presente. Os autores vão argumentando que, ao encarar essas dimensões, não há nelas uma idealização nem mitificação do trabalho infantil, porque essas crianças, por terem começado a trabalhar cedo em condições de deterioração crescente, têm uma visão da experiência de trabalhador que levanta sua dignidade, auto-estima e o direito de trabalhar.

O problema do trabalho infantil é complexo. Pensar na sua abolição numa sociedade onde reina a mercadoria, é uma fábula e defendê-lo em nome do protagonismo infantil pode ser um impeditivo para que se fortaleçam as discussões referentes a alternativas concretas para as crianças deixar o trabalho. Estas alternativas passam por uma justa distribuição de renda, acesso a uma boa educação, escola adequada.

As centenas de páginas constantes dos documentos oficiais de organismos nacionais e internacionais sobre o trabalho infantil, juntamente com a luta para sua erradicação, deixam evidentes os limites das propostas de sua abolição assim como expõe a face oculta do capitalismo que gera a pobreza e a inserção precoce das crianças no trabalho produtivo. Deixa aberta a ferida da essencialidade do fenômeno trabalho infantil para o metabolismo do capital.

A defesa inconteste do protagonismo infantil pelo direito ao trabalho acaba também por defender a idéia de que haja possibilidade de um capitalismo humanizado, pois como coloca Marx (2002, p.272) “quando se trata de dinheiro, não há lugar para a bondade” (Revista Pedagógica – UNOCHAPECÓ – Ano 12 – n. 24 – jan./jun. 2010).

O debate está aberto!

Texto publicado em 09/06/2011 às 21:21 na(s) seção(ões) Brasil, Infância & Adolescência da revista Consciencia.net.

*Cristiano Morsolin, operador de redes internacionais para a defesa dos direitos da criança na América Latina. Co-fundador do OBSERVATÓRIO SELVAS.

Timor Leste: EMPRÉSTIMO - MAIS MILHÕES VINDOS DA CHINA PARA DESBARATAR?




BEATRIZ GAMBOA* - reposição

RAMOS HORTA CONCORDA COM XANANA GUSMÃO, PUDERA!

O primeiro ministro timorense, Xanana Gusmão, manifestou interesse em contrair um empréstimo avultado da China alegando que se destinava a concretizar projetos de infra-estruturas para o país e mais uma ladainha de que será possível tomar conhecimento na notícia relacionada que se encontra assinalada em rodapé desta coluna.

Sabendo-se que os governos de Gusmão têm estado minados de casos de corrupção, de “desaparecimentos” de milhões de dólares, de abusos de poder, etc., e que para cumulo não têm conseguido executar anualmente os valores dos Orçamentos de Estado, nada mais natural será perguntarmos para que quer o primeiro ministro Gusmão contrair um empréstimo da China. Para que quer verbas tão avultadas se - para além de estar rodeado de pessoas desonestas e ele próprio cometer ilegalidades com familiares e amigos, como tem vindo a público - não tem tido competência para governar de acordo com execuções orçamentais que melhorem substancialmente, de acordo com os milhões gastos, o quotidiano dos timorenses?

O que ao longo destes anos de governação AMP temos visto e tem vindo a ser do nosso conhecimento é que qualquer amigo ou comparsa de Xanana Gusmão pode ser transformado em empreiteiro de construção e recuperação de estradas – ou outra atividade que convenha - apesar de nunca ter feito tal, nem saber o que fazer. Vimos isso acontecer com elementos do MUNJ que alegadamente andavam a arranjar estradas em zonas convenientes a Gusmão e Horta para assim melhor controlarem Alfredo Reinado. Este é um exemplo, outros há, nas mais variadas situações e na mais flagrante certeza de que nem sabiam, nem sabem (?) coisa alguma sobre a actividade para que receberam a empreitada, nem aplicavam os materiais adequados para garantirem a durabilidade das reparações que deviam fazer. O resultado é conhecido: mal tapam um buraco ele volta a existir no mesmo lugar e com maiores dimensões por ali ter mexido quem não sabia nem sabe o que deve fazer. Aquilo a que se tem assistido é ao roubo dos cofres do erário público com o patrocínio dos do governo, incluindo o PM Gusmão, do CNRT.

Este é um exemplo, como outro qualquer, dos inúmeros que se podem aqui exprimir sobre o desbaratar de milhões e milhões que foram parar às mãos erradas com máscaras de legalidade mas sem benefícios palpáveis para os timorenses.

E então para que quer o PM Gusmão verbas emprestadas? O que tem a oposição a dizer sobre o assunto? É ou não verdade que o governo AMP de Gusmão tem desbaratado o património nacional? E agora ainda diz precisar de um avultado empréstimo. Para quê? Para sobrecarregar as novas gerações de timorenses e dar de beneficio a familiares e amigos mais milhões?

Vimos que Ramos Horta já declarou apoiar a iniciativa de Gusmão sobre a contração do empréstimo solicitado à China. Não será de estranhar, afinal Ramos Horta sempre foi o patrocinador e até arquiteto do governo AMP de Gusmão. Além do mais estão em causa muitos milhões de dólares e o PR timorense sente-se, logo à priori, confortado em participar em promessas megalómanas apesar de nunca as cumprir. Milhões são milhões e isso impressiona sempre Ramos Horta…. Obviamente que concorda com o empréstimo mesmo que “desapareçam” alguns milhões por obra e graça de um “macaísta” ou outra qualquer espécie animal ou humana inventada.

RELACIONADO: Xanana justifica empréstimo com necessidade de financiar projetos

Partido do primeiro-ministro turco revalida maioria absoluta com 90 % dos votos contados




SIC NOTÍCIAS - Foto Lusa

O partido do primeiro-ministro turco Recep Tayip Erdogan, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), revalidou a maioria absoluta na Turquia nas eleições gerais que se realizaram hoje, quando estão apurados 90 por cento dos votos.

Os resultados, que estão a ser avançados pelos meios de comunicação turcos, indicam que o AKP obteve 50,6 por cento dos votos, seguido do Partido Republicano do Povo (CHP), com 25,6 por cento, e o Partido da Ação Nacionalista (MHP), com 13,2 por cento. Os candidatos independentes, apoiados pelo Partido da Paz e da Democracia (BDP, nacionalista curdo) alcançaram 6,1 por cento.

Os meios de comunicação turcos dão como seguro que o novo parlamento turco terá apenas quatro partidos, ainda que possam variar as percentagens que alcancem.

Ainda que não se esperem alterações significativas dos resultados, os dados só serão oficiais quando forem validados pela Suprema Comissão Eleitoral (YSK), o que está previsto para segunda-feira.

Após habeas corpus, bombeiros protestam pela amnistia e reúnem milhares em Copacabana




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 12 jun (Lusa) -- Milhares de pessoas, incluindo bombeiros, familiares e simpatizantes da corporação do Rio de janeiro, realizam hoje na praia de Copacabana uma manifestação a pedir a amnistia para os 439 agentes presos na semana passada.

"Estamos reivindicando com a passeata de hoje que eles não respondam nem criminalmente nem militarmente pela ocupação do quartel", explicou à Lusa a cabo Ilda, após ter deixado o trabalho no quartel e enquanto caminhava em direção à praia de Copacabana para se juntar à concentração que, segundo estimativas iniciais, estará a juntar oito mil pessoas.

Um grupo de 439 bombeiros foi preso na semana passada após ocupar o Quartel General Central da corporação, no centro do Rio, durante protestos em que reclamavam por aumento salarial.

Ao longo da semana a manifestação continuou e vários agentes acamparam em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a pedir a libertação dos companheiros.

A justiça concedeu habeas corpus a autorizar a libertação dos detidos na sexta-feira e no sábado à tarde foram libertados os últimos que ainda estavam presos em Niterói.

Ainda assim, o grupo deverá ser julgado pela justiça militar, procedimento que só pode ser alterado por decisão do Congresso.

"A Meta é a amnistia. Eles só foram libertados com o habeas corpus, o processo ainda continua. E a outra meta também continua, reivindicações salariais, melhores condições de trabalho", afirmou à Lusa o bombeiro Luciano Silva.

Na tentativa de conter os protestos, durante a semana, o governador Sérgio Cabral decidiu adiantar para julho o reajuste de 5,58 por cento, inicialmente previsto para dezembro.

O anúncio, porém, não foi considerado satisfatório pela corporação, que mantém na manifestação de hoje a reivindicação por aumento salarial.

"Ninguém está satisfeito. Isso (adiantamento do aumento de 5,58%) é uma brincadeira que o governador quer fazer com a gente. Só o desfasamento do aumento da inflação deste ano já cobre este aumento, não vai ter aumento nenhum", acrescentou o bombeiro Luciano, que seguia para a manifestação ao lado da mulher, também vestida de vermelho, em sinal de apoio.

Simone de Oliveira, familiar de um dos bombeiros que foram presos no sábado, também caminhava para se juntar à passeata.

"Ainda não falei com ele desde que foi libertado. Sei que foi difícil, mas é uma corporação muito valorosa. Todos resistiram muito bem e estamos hoje mais uma vez, sem desistir, na luta, e muito confiantes", declarou Simone.

Dezenas de simpatizantes, sem ligação familiar, também aderiram à causa e vestiam as camisas distribuídas pelos líderes da passeata.

Outros amarraram no braço uma fita vermelha -- cor símbolo da corporação -- enquanto alguns moradores da Avenida Atlântica também penduravam lenços vermelhos na janela.

Virgília Monte Cunha, que usava a camisa da causa, contou à Lusa que decidiu sair em apoio apenas por simpatia, mesmo sem possuir qualquer relação com a instituição.

"Nunca tive contacto direto com eles, mas a gente vê pela televisão. Eles arriscam a vida para poder salvar as pessoas, tinham que ganhar muito bem, porque além de salvar a sua vida, arriscam a deles", defendeu esta mulher.

*Foto em Lusa

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Portugal: Cerca de 60 pessoas deitaram-se hoje no Rossio para se manifestar contra a 'troika'




NL - LUSA

Lisboa, 12 jun (Lusa) -- Cerca de 60 pessoas deitaram-se hoje no Rossio, em Lisboa, como forma de protesto contra a 'troika' e em defesa de uma vida sustentável, segundo os diversos cartazes que colocaram no torso.

O protesto durou uma hora -- das 18:00 às 19:00 -- e insere-se no conjunto de iniciativas do movimento Democracia Verdadeira Já que dia 19 se volta a manifestar, desta feita frente ao Cinema S. Jorge, na avenida Liberdade, em Lisboa. Até lá irão reunir "grupos de trabalho", um debate sobre a violência e uma assembleia popular no Rossio no dia 18 às 17:00, como disse à Lusa uma dos elementos da organização que se identificou apenas como "Nuno".

"Contra a Troika", "Por uma vida sustentável", "Deitada pela mudança de nós", "Menos Ter, Mais Ser", "Quem não Deita Consente", eram algumas das frases escritas em folhas de papel presas aos corpos dos que se deitaram na praça.

"É mais uma manifestação em que não precisamos de fazer barulho ou usar megafones. O silêncio às vezes é ensurdecedor", disse à Lusa Raquel Bravo, 21 anos, que se encontrava deitada.

Na opinião de Raquel Bravo, "deviam ser mais" os deitados, mas reconheceu que "é um processo que vai demorar".

"Devemos continuar deitados para que se levantem depois", rematou.

Alguns turistas, curiosos, olhavam e fotografavam. Três jovens escandinavas, depois de informadas que se tratava de um protesto contra o FMI (Fundo Monetário Internacional) e medidas de contração orçamental, quiseram também deitar-se.

Entre os que passavam, observavam e comentavam. Conceição Sol, 62 anos, disse à Lusa que não acredita que este protesto e todo o movimento leve a alguma mudança.

"O que está feito está feito. A nossa política está feita. Não vai mudar nada", disse Conceição Bravo.

"Acho que é muito triste, não é por estarem deitados que vão fazer alguma coisa. Não me deitava ali", rematou.

Opinião diferente tem Raquel Bravo que acredita que o movimento vai conseguir "mudar alguma coisa".

"Não nos podemos render a factos que nos dizem que são inevitáveis de ter resolução", disse.

"Vamos continuar a lutar e a resistir mesmo enfrentando violências policiais injustificadas", garantiu Raquel Bravo que apelou para que outras pessoas se juntem ao movimento.

"Apelo que não se queixem para dentro e sim para fora, só dando e perguntando é que podemos ter respostas. Não podemos ter respostas sem nos interrogarmos. Venham até aqui [ao Rossio] e antes de interrogar ou apontar o dedo que se informem e perguntem a si próprios o que podem mudar se realmente querem mudar", desafiou Raquel Bravo.

A manifestante disse ainda que até ao dia 19 o movimento irá apresentar "propostas concretas alternativas".

*Foto em Lusa

GENOCÍDIOS, A INDONÉSIA E A EMERGENTE ELITE TIMORENSE




BEATRIZ GAMBOA* - reposição

O SAQUE E A PAZ PODRE EM TIMOR LESTE

“A prática do crime de genocídio é tão antiga como a própria humanidade que chega a confundir-se com ela. A ideia de exterminar um grupo diferente é inerente à condição humana, reflexo do seu mais profundo egoísmo. Passo a descrever, alguns dos mais significantes genocídios do século XX, século em que maior avanço se conheceu a civilização.”

É assim que Moscando dá inicio a uma vasta exposição de fotografias contundentes sobre os vários crimes perpetrados contra a humanidade.

As imagens não são fáceis de encarar, muito menos cairmos na realidade cruel de que a humanidade tem um favoritismo especial pela própria auto destruição. Regra geral exerce práticas auto destrutivas através da manipulação de líderes assassinos que manipulam moles imensas através de crenças religiosas ou de ideologias político partidárias. Saindo sempre esses líderes por cima, impunes… Quase sempre.

Tratam-se de genocídios imensos, repugnantes. Moscando aborda os “feitos” de Estaline, de Hitler, de muitos outros. Faltam ali as hediondas operações genocidias de Mao Tse Tung, ou Mao Zedong, como lhe queiram chamar. Afinal esse nome vai dar a um dos também maiores criminosos da história. O povo chinês padeceu e continua a padecer com esse regime e o que ainda hoje dele sobra.

Sobre a Indonésia, vimos, em 1965, referência ao genocídio de cerca de meio milhão de alegados simpatizantes do partido comunista do país. A responsabilidade foi de Suharto e dos militares que se mantém ainda hoje no poder de forma mais ou menos discreta. Os mesmos militares indonésios que em conluio com os EUA, a Inglaterra e a Austrália, invadiram Timor Leste e ali assassinaram cerca de 300 mil timorenses ao longo de 24 anos de ocupação.

Atualmente, apesar de Timor Leste ter visto reconhecido a sua independência pela comunidade internacional, ainda continuam impunes os generais assassinos responsáveis pelo genocídio a longo prazo de centenas de milhares de timorenses. Vimos, inclusive, em registos fotográficos, Xanana Gusmão, um alegado herói nacional timorense, a abraçar generais indonésios responsáveis por uma vasta parte do genocídio que perpetraram contra o povo de Timor. Ademais, os líderes carismáticos timorenses têm pressionado a ONU e os poucos que internacionalmente exigem os julgamentos dos assassinos para que impere a impunidade em relação a esses mesmo generais e outros elementos que conscientemente obedeceram às suas ordens. A própria ONU está dividida quanto a fazer-se justiça. A comunidade internacional de políticos é quem ordena a inércia nestes crimes contra a humanidade, decerto que por não saberem quando eles próprios manipularão os seus algozes e simpatizantes para acções do mesmo tipo.

Em 2006, durante a acção de um golpe de estado em Timor Leste, o próprio Xanana Gusmão incitou timorenses contra timorenses com o pretexto do timorenses loromonos versus lorosai. Ramos Horta permaneceu de certo modo na sombra deste golpe de estado e da assumpção de responsabilidades nas acções que levaram a quase 100 assassinatos no país, a muitas centenas de feridos e a milhares de casas destruídas. Tudo isso continua impune e Ramos Horta está no poder a par de Xanana Gusmão. O próprio que em 2008 encabeçou uma tentativa de golpe de estado que teve por um dos objetivos a execução do major Alfredo Reinado e do próprio Ramos Horta. Reinado, em 11 de Fevereiro de 2008, sucumbiu na casa do presidente Ramos Horta à execução sumária depois de ter sido atraído a uma cilada, Ramos Horta conseguiu sobreviver apesar de ter sido gravemente atingido por dois tiros vindos de arma posteriormente não encontrada, nem o autor dos disparos. Aliás, o próprio Horta, devido a responsabilidades inerentes à cilada que atraiu Alfredo Reinado a sua casa, acusou inocentes, invadiu a independência do poder judicial e contribuiu para a trama que foi comprovada no julgamento dos inocentes que apesar de tudo foram condenados para encobrir Xanana Gusmão, Horta e os demais cúmplices. Para uns o objetivo era eliminar Alfredo Reinado para que Gusmão não fosse irrefutavelmente responsabilizado pelo golpe de estado em 2006.

Para outros o objetivo era também Ramos Horta.

É através de conluios destes que são lançadas as sementes de grandes genocídios. As responsabilidades cabem todas a líderes sequiosos de poderes e do roubo de bens pertencentes aos países e aos povos. É um pouco disso que se está a passar em Timor Leste, por mais que queiram ocultar. Infelizmente, Horta e Xanana Gusmão não têm uma oposição interna organizada à altura. Sabemos que quem cala consente e que por isso é que as chacinas surgem mais cedo ou mais tarde. A própria ONU, em Timor Leste, tem imensas responsabilidades nos seus usos de cosméticas que pretendem fazer parecer que tudo está bem nos países onde opera, como em Timor Leste. O tempo e as acções das lideranças e dos povos manipulados o dirão. Entretanto, neste interim, o saque aos bens timorenses é enorme. Uma elite que nada tinha há menos de meia dúzia de anos está já recheada de bens que lentamente irão surgir à luz do dia como que por milagre. O costume. Hoje sabemos que Timor vive uma paz podre. Amanhã não sabemos o que poderá acontecer. Amanhã ou um dia destes.

Publicado originalmente em TIMOR LOROSAE NAÇÃO – semanário, com fotos

Ler também: 1948: ONU CLASSIFICA O GENOCÍDIO COMO CRIME

*Conteúdo em reposição, original em Timor Lorosae Nação – diário

CPLP: CHEFES DOS SERVIÇOS DE ESTRANGEIROS E FRONTEIRAS REÚNEM-SE EM BISSAU




MSE - LUSA

Bissau, 12 jun (Lusa) -- Os chefes dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão reunir-se pela primeira vez em Bissau, Guiné-Bissau, entre segunda e quarta-feira, para debater temas comuns ao funcionamento daquele serviço.

"Vão ser debatidos temas comuns que dizem respeito à circulação de pessoas do espaço CPLP, análise de fluxos migratórios, a questão que se prende com a utilização de alguns documentos comuns, a questão relativa à inclusão dos passaportes eletrónicos nos países CPLP", afirmou o secretário de Estado da Ordem Pública, Octávio Alves.

Segundo o responsável guineense, vão participar todos os países da CPLP, "exceto Timor-Leste".

Octávio Alves disse aguardar com "expetativa" o encontro porque vai permitir analisar "algumas questões" e recolher informação "sobre o que está a ser feito em outros países para melhorar a nível interno" na Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau recebe pela primeira vez o encontro dos chefes dos serviços de estrangeiros e fronteiras depois de já ter sido adiado devido a "alguns acontecimentos que o país teve e não possibilitaram a realização da reunião em Bissau", explicou o secretário de Estado.

"Desta vez, o empenho do Governo possibilitou que fossem criadas condições financeiras e logísticas para que a reunião se realizasse aqui", disse.
No encontro, as autoridades guineenses vão falar sobre algumas fragilidades existentes no controlo das fronteiras do país e explicar o que está a ser feito no quadro da cooperação internacional para ultrapassar o problema.

Angola: SOCIÓLOGO APELA A DENÚNCIA DE PRÁTICAS DE TRABALHO INFANTIL




ANGOLA PRESS

Luanda - O sociólogo António do Santos solicitou hoje, domingo, em Luanda, à sociedade para denunciar práticas de trabalho infantil, muitas vezes com permissão ou conivência da própria família.

De acordo o sociólogo, que foi chamado a dissertar palestra organizada pela Igreja Teosófica Espírita no âmbito “Junho Criança”, muitas crianças são obrigadas por adultos a executarem certas tarefas devido ao elevado custo de vida que enfrentam.

“Nestes casos, a sociedade é chamada a denúnciar tais práticas, pois estes adultos devem ser responsabilizados criminalmente”, realçou o sociólogo.

O sociólogo disse que as causas do trabalho infantil são: Pobreza, miséria, fuga à paternidade, o subdesenvolvimento de muitas sociedades.

O trabalho infantil é toda forma de serviço exercido por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima legal permitida, conforme a legislação de cada país.

Angola - Namibe: Estudantes trabalhadores percorrem mais de 300 Km/dia para o ISCED




ANGOLA PRESS

Namibe – Vários estudantes trabalhadores do Namibe percorrem diariamente mais de 300 quilómetros por dia para frequentarem o Instituto Superior de Ciência da Educação (ISCED) no Lubango, província da Huíla, apurou hoje (domingo) a Angop junto de alunos nesta condição.

A cidade do Namibe, capital da província com mesmo nome está separada do Lubango (Huíla) a 180 quilómetros, passando pelo morro da serra da Leba.

"A situação é tão difícil que já provocou inúmeras mortes de quadros locais quando tentavam fazer curso superior no Lubango ", afirmam alguns estudantes.

“Todos nós somos trabalhadores. Funcionamos das 8:00 às 14 horas e partimos para Lubango onde frequentamos aulas das 18 às 23 horas, retornando ao Namibe no dia seguinte para apresentar-se às 8 horas ao serviço” disseram, lamentando que, por dia dormem em média três a quatro horas.

Nos dias em que terminam as aulas às 23 horas, chegam ao Namibe às duas ou três horas de madrugada, e às 8 horas apresentarem-se ao trabalho, que é bastante cansativo.

Face a este quadro, os estudantes-trabalhadores reclamam bolsas locais por parte do executivo da governadora Cândida Celeste da Silva.

Defendem que seria razoável se o governo do Namibe concedesse bolsas aos que frequentam o ISCED no Lubango, uma vez que a província só agora abriu o ensino superior.

“Já existem trabalhadores que esperam defender as monografias e outros estão no 2º e 3º anos, estes poderiam beneficiar de bolsas do governo provincial para facilitar a sua formação em prol do desenvolvimento da província que se pretende” sustentam os estudantes trabalhadores.

Segundo os estudantes-trabalhadores, a bolsa consistiria na manutenção dos seus salários, propinas pagas pelo governo da província, de modo a permitir que estes fixem temporariamente residência no Lubango até conclusão da sua licenciatura.

Namibe abriu este ano lectivo o 1º ano do núcleo da Universidade Mandume ya Ndemufayo, enquanto vários trabalhadores locais frequentam do 2º ao 4º ano no ISCED na província vizinha da Huíla.

Timor Leste: O 11 DE FEVEREIRO DE 2008, O MEDO DAS PALAVRAS E DA VERDADE


Alfredo Reinado, cadáver, depois de executado

BEATRIZ GAMBOA - Reposição*

TRÊS ANOS DEPOIS
ONG DIVULGA CONCLUSÕES “BRILHANTES” - E QUEM MAIS?

Sobre os acontecimentos do 11 de Fevereiro de 2008, em Dili, foi ontem notícia que o “processo judicial dos atentados de 11 de fevereiro de 2008 em Timor-Leste "violou" o direito a um julgamento justo, conclui o relatório de uma ONG timorense, que sublinha a "incapacidade" da justiça em determinar quem baleou o Presidente Ramos-Horta.” A notícia em português é da Agência Lusa. Texto que encontrará a seguir. Também em inglês, mais elaborado, no título WHO SHOT JOSÉ RAMOS HORTA? , compilado de EJBTL.

Sobre o que é afirmado não registamos novidades mas, mesmo assim, ainda muito comedimento nas palavras e termos empregues. Três anos volvidos sabe-se que o processo do “caso 11 de Fevereiro” foi a fabricação de uma farsa em que os juízes do Tribunal Distrital de Dili também colaboraram e que teve no Ministério Público, no então procurador-geral Longuinhos Monteiro e outros, os manipuladores do produto defeituoso chegado aos juízes mansos.

Desde sempre que elementos da anterior equipa que deu origem a esta nova Fábrica dos Blogues demonstraram a farsa. Desde sempre que os juízes souberam que iam deparar-se com uma farsa. Desde sempre se soube que os verdadeiros responsáveis pelo 11 de Fevereiro não estavam incluídos no processo. Desde sempre se soube que não foram elementos do grupo de Alfredo Reinado que disparam contra o PR Ramos Horta. Desde sempre houve conhecimento de que Alfredo Reinado e Leopoldino Exposto foram executados. Desde sempre se percebeu as incongruências do atentado em Balibar, na estrada e na residência de Gusmão. Os acontecimentos, ali, não foram um atentado mas sim quase tudo inventado. A quem interessaria inventá-lo?

Armas desaparecidas, provas contaminadas, um magistrado do Ministério Público absolutamente consonante com a farsa, que até negou ter estado na autópsia de Alfredo Reinado como numa alegre comemoração e que posteriormente, confrontado com imensas fotografias comprovativas da sua presença, acabou por alegar que “agora com o fotoshop tudo é possível". Coube aos juízes do TDD pactuarem com o magistrado comprovadamente mentiroso, nisso e em muito mais, ao longo do julgamento. Para que a farsa terminasse em conformidade com os interesses dos poderosos no poder.

Muito se disse, muito foi demonstrado. Agora vão surgindo algumas “vozes comemorativas” a dizerem meias verdades, mas que naquele momento também se calaram e nem tudo, do processo e julgamento, monitorizaram a sério. Não, que se tivesse dado pela sua presença permanente em monitorização, muito menos em contribuir para que a farsa não fosse muito mais além. Pelo que foi visto e se sabe.

Para o próximo ano os mesmos ou outros avançam com mais algumas afirmações e “novidades” na “comemoração do 11 de Fevereiro”. Quando e se Gusmão e Horta não forem governo nem presidente até é provável que comecem a experimentar serem “atrevidos”. Resta-nos esperar e ver o que vão trazer de “novidade”. Nunca dirão que houve os que armaram uma cilada ao grupo de Alfredo Reinado com o intuito de o assassinar e que aproveitaram para “arrumar” Ramos Horta na “confusão”. Ramos Horta terá tido o seu importante contributo na cilada sem saber que também estava na mira das armas. Tudo o resto é da responsabilidade de quem detinha e ainda detém o poder. Aguardemos, o tempo virá comprovar de que lado está a verdade. Pelo menos alguma da verdade.



Indonésia: PR afirma que a Ásia Oriental pode liderar recuperação económica mundial




CSR - LUSA

Jacarta, 12 jun (Lusa) -- O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, afirmou hoje que a Ásia Oriental pode liderar a recuperação económica mundial e destacou que os países da região ocupam o centro da globalização.

"O momento da Ásia Oriental como centro da globalização chegou", disse Yudhoyono na abertura, em Jacarta, do XX Fórum Económico Mundial (FEM) para a Ásia Oriental, que acontece até segunda-feira, que tem como tema "Responder a nova Globalização".

"A Ásia tem de estar no centro, tem a matéria-prima, as ideias e a confiança para ocupar este lugar", considerou o responsável indonésio diante de mais de 500 empresários e representantes governamentais reunidos esta manhã na capital indonésia.

Segundo Yudhoyono, a Ásia pode liderar o resto do mundo na recuperação económica com sua "colaboração na construção de uma economia mais sólida, diante das inseguranças que se poderiam criar no campo dos alimentos, água e energia, e convertendo a inovação como peça chave".

O líder indonésio destacou "o mais importante recurso asiático: a juventude e considerou que "sendo a Ásia o continente com maior número de etnias, deve-se converter num exemplo para a vida pacífica no mundo multicultural."

O presidente indonésio sublinhou que os países em vias de desenvolvimento necessitam da cooperação das empresas "para reduzir a pobreza e criar empregos, sempre respeitando o meio ambiente."

Por seu lado, o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien-Loong, pediu, no mesmo evento, uma maior integração na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para poderem estar a altura da "crescente importância da China e também da Índia."

"Se os países da ASEAN não são capazes de caminhar juntos, não podemos seguir o impulso dado pela China e Índia", declarou o responsável de Singapura.

A ASEAN aspira criar um mercado comum até 2015 e é composta por Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Singapura, Laos, Malásia, Tailândia e Vietname.

O líder de Singapura acrescentou que não daria boas-vindas a um repentino aumento da moeda da China, no entanto, apontou que "um aumento gradual" do yuan favoreceria a China e sua economia.

Na sua opinião, o processo deveria levar a uma correção no valor das divisas, que se traduzem num maior fortalecimento das moedas do mundo emergente e uma maior debilidade das divisas dos países desenvolvidos.

A China nega-se a valorizar a sua moeda, uma correção que muitos países pedem desde o início da crise financeira, já que sustenta que o yuan está depreciado artificialmente para favorecer as exportações chinesas.

MANIFESTAÇÃO DOS BOMBEIROS RECEBE APOIO POPULAR NA ZONA SUL DO RIO




CORREIO DO BRASIL, Rio de Janeiro

Centenas de bombeiros, professores e policiais militares participaram, neste domingo, de manifestação realizada na orla marítima da Zona Sul carioca. Eles receberam manifestações de apoio ao realizar mais uma passeata por melhores salários e agora também pela anistia dos militares, libertados na véspera, e que também participaram da caminhada até o Hotel Copacabana Palace, em Copacabana. Na areia da praia, 439 balões vermelhos representavam os militares presos após a invasão do Quartel Central, no Centro do Rio.

Entre os apoiadores do ato público, a cantora Alcione participou do movimento, assim como bombeiros da Argentina e de outros Estados do país. Muitos vestiam vermelho e alguns moradores da orla penduraram faixas na mesma cor nas janelas, em sinal de apoio aos militares. PMs do 13º BPM (Praça Tiradentes) compareceram à passeata vestidos com uma camisa azul em que estava escrito “PM no local”.

No final da tarde deste sábado, mais de 400 bombeiros foram libertados, após uma semana presos no Quartel Central de Charitas, em Niterói, região metropolitana do Rio. Eles foram presos depois que ocuparam, ao lado de familiares, o Quartel Central da corporação, no Centro do Rio, no último dia 3. Os bombeiros presos foram autuados em quatro artigos do Código Penal Militar: motim, dano em viatura, dano às instalações e por impedir e dificultar a saída para socorro e salvamento. A pena para estes crimes varia de dois a dez anos de prisão. Por isso, agora, eles lutam para conseguir anistias criminal e administrativa.

Presente à passeata, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) considera boas as chances de que a anistia para os 439 bombeiros seja votada ainda esta semana. Molon também parabenizou a população pela mobilização, em entrevista a uma rádio local. O parlamentar participou ativamente na liberação, ainda durante a madrugada de sexta-feira, de um habeas corpus para a liberação dos militares presos.

MILHARES DE MANIFESTANTES FORAM ÀS RUAS NA FRANÇA CONTRA ENERGIA NUCLEAR




Patricia Moribe - CMI BrasilCorreio do Brasil - ontem

Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado na França, principalmente em Paris, para protestar contra a energia nuclear e para marcar os três meses da tragédia de Fukushima 1, no Japão.

Com cartazes, palavras de ordem e slogans em francês e japonês, cerca de cinco mil manifestantes, segundo os organizadores, pediam na capital francesa o fim das centrais nucleares na França. A polícia estimou em 1.150 o número de participantes.

Na França, mais de 75% da eletricidade consumida é de origem nuclear. ?O perigo é o mesmo que no meu país?, assegura Michico Naruno, intérprete japonesa de 55 anos que vive há mais de 20 anos na França. Apesar de o território francês ser pouco exposto a terremotos ou tsunamis, ela lembra que os problemas técnicos e humanos sempre vão existir.

Para Frédéric Amiel, ativista do Greenpeace França, o exemplo da Alemanha, que vai acabar com todas as centrais nucleares no país até 2022, mostra que existem alternativas. “Todos aqui vieram pedir o fim da energia nuclear, uma mudança do modo de produção energética, para deixarmos de viver ao lado de bombas de efeito retardado que são as centrais nucleares”, disse Amiel.

Em direção contrária, a Itália vota neste domingo um referendo sobre o retorno da atividade nuclear no país, rejeitada também por referendo em 1987, após a catástrofe de Chernobil, na Ucrânia. O governo de Silvio Berlusconi tenta fazer da energia nuclear uma de suas prioridades, tendo em vista a construção de quatro centrais a partir de 2014.

O nordeste do Japão foi atingido por um forte terremoto e um devastador tsunami no dia 11 de março. Milhares de pessoas participaram de manifestações neste sábado em Tóquio e em outras cidades do arquipélago para pedir o fechamento de centrais nucleares japonesas. Segundo a ONG francesa Sair do Nuclear, 55 manifestações foram organizadas na França neste sábado.

Vinte e seis nações africanas avançam para criação de zona de comércio livre




AP - LUSA

Joanesburgo, 12 Jun (Lusa) -- Vinte e seis nações africanas de três zonas aduaneiras regionais discutem em Joanesburgo a harmonização dos seus mecanismos legais e financeiros no sentido de criar uma zona de comércio livre que beneficie uma população combinada de quase 700 milhões de pessoas.

A segunda cimeira tripartida do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), Comunidade da Africa Oriental (EAC) e Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) arrancou esta manhã em Sandton, Joanesburgo, com a presença de cerca de duas dezenas de chefes de Estado e mais de um milhar de delegados, empenhados em lançar as bases de uma nova era de desenvolvimento continental integrado.

A Área de Comércio Livre Tripartida (ou T-FTA no original) poderá criar, uma vez oficialmente implementada, as condições certas para significativas melhorias na infraestrutura, maiores investimentos e diversificação da capacidade produtiva dos Estados-membros, afirmam os seus promotores.

Um mercado regional mais livre e alargado poderá, segundo os participantes nesta cimeira, reduzir de forma mais acelerada a pobreza e as desigualdades no continente e torná-lo mais competitivo nos mercados mundiais.

A 1ª cimeira da T-FTA teve lugar em Campala, Uganda, em 22 de outubro de 2008.

No seu discurso de abertura, esta manhã, o presidente sul-africano Jacob Zuma incentivou os participantes a avançarem na via da integração continental, considerando-a uma "ferramenta decisiva para o progresso de África".

"Necessitamos de alinhar estratégias de desenvolvimento e programas destinados a aliviar a pobreza, o sub-desenvolvimento, melhorar a segurança alimentar e outros problemas ao longo das fronteiras regionais e continentais. Nenhum país pode prosperar sozinho, por isso os nossos destinos estão interligados", disse Zuma.

Admitindo que a eliminação das taxas aduaneiras não resolverá por si só os problemas, o presidente da África do Sul exortou as nações presentes a investirem na cooperação e no desenvolvimento acelerado das capacidades industriais das suas economias para dotar o continente de infraestruturas, designadamente estradas e caminhos de ferro, e capacidade produtiva capazes de assegurar um desenvolvimento sustentado.

*Foto em Lusa

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