sexta-feira, 15 de maio de 2020

A GUERRA CONTRA A CHINA - Pepe Escobar


Análise geopolítica imperdível sobre os "danados chineses" e os "santinhos americanos"

Na Palestina, terror e pandemia


Destruição de casas. Prisões arbitrárias e ilegais. Invasão de hospitais. Confinamento da população. Até mesmo confisco de doações humanitárias. Israel aprovita-se da crise sanitária para ampliar massacre e violações aos direitos humanos

Michelle Ratto | Outras Palavras

Em uma crise política, os mitos1 emergem. A imagem de Jair Bolsonaro – também conhecido como “Bolsomito” – segurando a bandeira israelense em uma manifestação no Palácio do Planalto, no dia 3 de maio de 2020, gerou uma tentativa de construção de um novo mito: o da bandeira sequestrada.2 Ou seja, o discurso que defende uma relação não consentida, não compartilhada e não correspondida entre o primeiro ministro israelense, Benjamin Natanyahu, e o atual presidente do Brasil. Um mito que tenta desvincular a imagem de Israel de suas práticas racistas e inocentá-lo da reciprocidade política e ideológica com governo Bolsonaro. No entanto, mais que um sintoma de uma política de mutualidade e cumplicidade, o levantar da bandeira israelense – suja de sangue palestino – simboliza o flerte de uma paixão incomum pelo extermínio e desumanidade. Ambos têm feito uso político da pandemia para intensificar e ampliar políticas autoritárias.

A conhecida imagem autogerida de Israel como “única democracia do Oriente Médio” atualiza um massacre bélico que antes fora justificado pelo (também) mito de “guerra de independência israelense”, e que revela atualmente os porões de uma política de ocupação colonial e de massacre do povo palestino. Nesse mês de maio, rememoram-se os 72 anos da catástrofe palestina, ou al-Nakbah, ocorrida com a fundação do Estado de Israel, em 1948. Data esta que marca a transformação do nacionalismo judaico em uma campanha militar de limpeza étnica da Palestina, como sugeriu o jornalista israelense Ilan Pappé, deixando cerca de 800 mil palestinos desalojados de seus lares, 531 vilarejos destruídos e centenas de nativos mortos, o maior êxodo da história palestina e um dos maiores do século XX.

Programa de Estabilidade: um exercício de submissão às imposições da UE


No fim, passado o surto epidémico, não vamos ficar todos bem. As enormes desigualdades, bem patentes ainda hoje na nossa sociedade, ter-se-ão acentuado. A precariedade e o desemprego terão crescido ainda mais.

AbrilAbril | editorial

A Assembleia da República debateu o Programa de Estabilidade de 2020 apresentado pelo Governo que, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, não inclui qualquer cenário macroeconómico para o ano corrente e para o período 2020-2024.

Um debate morno, cheio de fait-divers, fruto de uma ampla e profunda convergência quanto ao essencial, nomeadamente entre PS, PSD e CDS. Com excepção do PCP, ninguém questionou este exercício de submissão às regras e imposições da União Europeia (UE), de ingerência e condicionamento das opções macroeconómicas, orçamentais e de soberania nacional.

O próprio BE passou ao lado desta questão. Aliás, a eurodeputada bloquista subscreveu no passado dia 9 o Manifesto Nossa Europa, da Plataforma de Cidadania Nossa Europa, associando-se a destacadas personalidades do PS, PSD e CDS/PP, onde, entre outros aspectos, se sublinha que, para responder ao «maior desafio da sua história», a UE deve apostar no «aprofundamento da integração política, social e económica».

Mas, regressando ao Programa de Estabilidade de 2020, o Governo decidiu não avançar para já uma previsão para o crescimento económico em 2020, assumindo uma posição mais cómoda, já que ao mesmo tempo que não ignora e até divulga as previsões que algumas instituições internacionais (FMI e CE) e nacionais (BP), não se compromete com nenhuma.

Entretanto, enquanto o Governo não se compromete com nenhuma previsão para a taxa de desemprego, da mesma forma que não arrisca uma evolução do emprego e das remunerações médias dos trabalhadores, vão sendo conhecidos dados oficiais referentes à evolução recente do número de trabalhadores inscritos nos Centros de Emprego, do número de empresas que recorreram ao lay-off simplificado, do número de processos de despedimento colectivo iniciados e dos trabalhadores abrangidos por esses processos. Todos estes dados permitem perceber a dimensão das nuvens negras que se abatem já hoje sobre os trabalhadores e as suas famílias, embora o Governo persista em tratar todas as empresas da mesma forma, sejam elas micro, pequenas médias ou grandes.

Com este Programa de Estabilidade, o Governo não faz mais do que meter a cabeça na areia e a não querer ver o que se está a passar no mundo das empresas e no mercado de trabalho.

No fim, passado o surto epidémico, não vamos ficar todos bem. As enormes desigualdades, bem patentes ainda hoje na nossa sociedade, ter-se-ão acentuado. A precariedade e o desemprego terão crescido ainda mais e o nosso tecido produtivo, já hoje muito fragmentado e fragilizado, ainda será mais destruído.

Portugal | Sem ponta de resolução


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Resumir o conflito institucional entre António Costa e Mário Centeno a um problema de comunicação seria uma doce e meiga resolução para um primeiro-ministro que tratou de travar a fundo para guinar de direcção.

Durante algum tempo, questionava-se se a falta de habilidade política de Centeno alguma vez desempenharia um papel decisivo na aritmética da política interna. À memória, o riso de escárnio de Passos Coelho, aquando da primeira intervenção parlamentar do ministro em 2015. Dois anos depois, deu-se o aparecimento do "Ronaldo das Finanças" enquanto presidente do Eurogrupo que, transportando a aura da indiscutível competência técnica, o elevou ao Santo Graal. Centeno, com distinção e currículo, passou a ser inatacável. Até agora, chegado o momento que Marcelo escolheu para lhe desferir o primeiro golpe.

"Paso doble" sem arena: António Costa aproveita para lançar Marcelo na sua recandidatura presidencial, sem que o PS tenha definido ainda candidato. Apesar da conversa entre Marcelo e Centeno - longa ia a noite - poder ter servido para confinar azedumes, ninguém esquece que primeiro-ministro e ministro das Finanças colocaram, horas antes, o país em suspenso numa altura de pandemia. Mas fosse essa a pior notícia e poderíamos dormir descansados.

Infelizmente, novos 850 milhões de euros foram já injectados no Novo Banco, sucedendo aos 3,9 milhões de 2014, aos 792 milhões de 2018 e aos 1,149 mil milhões injectados em 2019. Se pensarmos nos 6,030 milhões de euros que custou aos contribuintes, do BES já todos levamos números para insónias. O facto desta nova tranche de 850 milhões ter sido transferida por Centeno após António Costa ter garantido a Catarina Martins, a 22 de Abril, que não haveria qualquer reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução e ao Novo Banco até se conhecer o resultado da auditoria que está em curso (auditoria, determinada por Lei em 2019, defendida por Costa e Centeno para apuramento de responsabilidades), diz bem dos ziguezagues do poder político e de como ele se verga ao poder financeiro mal este apita para os longos intervalos de silêncio do jogo de bastidores.

Em Janeiro, uma proposta do BE visava garantir que qualquer injecção de capital público tivesse de ser submetida à aprovação na Assembleia da República. Rejeitada pelo mesmo PSD que agora a propõe como medida de salvação, poderia ter evitado que mais estes 850 milhões passassem, sem escrutínio, para as mãos de gestores que se autopropõem a prémios de 2 milhões de euros por um exercício de 2019 em que o banco registou perdas superiores a mil milhões de euros. Num banco que "herdou" o crédito malparado das dívidas da Fundação Berardo, Luís Filipe Vieira, Grupo Mello, João Pereira Coutinho, Ongoing, do Sporting ou da família Moniz da Maia, o espectro que paira no ar é de que a irresponsabilidade é ainda maior do que a falta de honra no compromisso político publicamente assumido.

* Músico e jurista

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Há mais seis mortos e 264 casos de Covid-19 em Portugal


Portugal conta agora, no total, com 28.583 casos confirmados e 1.190 vítimas mortais

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral de Saúde, Portugal registou, desde o início da pandemia, 1.190 óbitos associados à Covid-19 e 28.583 casos confirmados do novo vírus. 

Nas últimas 24 horas foram, assim, contabilizados mais seis mortos, o que representa um aumento de 0,51% em comparação com ontem, e 264 contágios no país, que reflete uma subida de 0,93% no espaço de um dia. 

No que diz respeito ao número de recuperados, há mais 130 pessoas curadas hoje, elevando o total de doentes que superaram a Covid-19 para 3.328. A aguardar o resultado de testes de despistagem encontram-se ainda 2.722 pessoas.

Atualmente, estão internados em hospitais, 673 pacientes, menos sete do que ontem (-1%), e 112 infetados encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, mais quatro em 24 horas (+3,7%).  A recuperar em casa estão 23.392 pessoas.

O Norte é a região onde se verifica o maior números de mortos, 677, e casos confirmados, 16.214, sendo que, de ontem para hoje, foram registados mais três vítimas mortais e 48 contágios. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo que hoje conta, no total, com 7.951 infetados e 262 mortos. A região Centro identificou, até ao momento, 240 casos confirmados e um óbito, e o Alentejo contabiliza 240 contágios e também uma vítima mortal. O Algarve regista 355 infeções e 14 mortos. Quanto às regiões autónomas, os Açores somam 135 casos de covid-19 e 15 óbitos, e a Madeira contabiliza 90 casos confirmados, sem registo de mortes.

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, 614 vítimas mortais são mulheres e 576 são homens.

Das mortes registadas, 796 tinham mais de 80 anos, 235 tinham entre os 70 e os 79 anos, 105 tinham entre os 60 e 69 anos, 40 entre e 50 e 59, 13 entre os 40 e os 49 e um dos doentes tinha entre 20 e 29 anos.

Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (1.871), seguido por Vila Nova de Gaia (1.463), Porto (1.312) Matosinhos (1.229), Braga (1.153), Gondomar (1.052), Maia (909), Sintra (842) Valongo (738), Guimarães (668), Ovar (640), Coimbra (565) e Loures (591).

Desde o dia 1 de janeiro, registaram-se 289.309 casos suspeitos, dos quais 2.722 aguardam resultado dos testes.

Há 258.004 casos em que o resultado dos testes foi negativo, refere a DGS, adiantando que o número de doentes recuperados subiu para 3.328, mais 130 relativamente a quinta-feira.

A DGS regista também 25.792 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Do total de infetados, 16.746 são mulheres e 11.837 homens.

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 50 aos 59 anos (4.824), seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (4.796) e das pessoas com mais de 80 anos (4.308 casos).

Há ainda 4.157 doentes com idades entre 30 e 39 anos, 3.509 entre os 20 e os 29 anos, 3.195 entre os 60 e 69 anos e 2.402 com idades entre 70 e 79 anos.

A DGS regista também 499 casos de crianças até aos nove anos e 893 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.

Segundo o relatório diário da situação epidemiológica em Portugal, 177 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 137 de França e 88 do Reino Unido. Há ainda centenas de casos importados de dezenas de outros países.

De acordo com a DGS, 41% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 30% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 12% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 89% dos casos confirmados.

A pandemia de covid-19, que teve origem na China, já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em todo o mundo.

Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

A ORIGEM DO VÍRUS


Segundo a One America News Network, Greg Rubini, perito em serviços secretos americanos, afirma que este novo coronavírus foi criado como uma arma biológica

David Chan | Plataforma | opinião

O Governo de Trump tem culpado a China por não ter conseguido controlar o surto, insistindo que a origem do vírus é um laboratório em Wuhan. Embora os peritos chineses neguem esta origem, salientando que os laboratórios em Wuhan não têm capacidade para tal e que o vírus tem origem natural, Mike Pompeo afirma ter provas suficientes para culpar a China, sem, no entanto, apresentar qualquer evidência concreta. Pelo contrário, investigadores de todo o mundo suspeitam cada vez mais de uma origem artificial, apontando para que tenha sido criado num laboratório de biossegurança de nível 3 na Carolina do Norte.

Segundo a One America News Network, Greg Rubini, perito em serviços secretos americanos, afirma que este novo coronavírus foi criado como uma arma biológica.

O mesmo partilha que este teve origem numa investigação do laboratório de biossegurança nível 3 na Carolina do Norte, liderada por Ralph Baric, e que o vírus foi depois transmitido desde este estado até à China, Itália e resto dos EUA, pelo chamado "Estado Profundo". Trump confirmou também a existência deste "Estado".

Num post no Twitter a 15 de março, Greg Rubini pergunta ao presidente americano a razão para este não ter informado a população sobre o facto de o vírus ter sido criado nos EUA. Ou sobre o facto de este vírus ter origem numa arma biológica.

A origem da epidemia parece assim ter sido propositada, e não um surto natural. Desde que o vírus começou a ser propagado que rumores sobre a origem artificial têm circulado e cientistas de todo o mundo têm trabalhado para resolver este mistério, e de facto alguns cientistas indianos no início do surto em fevereiro encontraram componentes do vírus do VIH no novo coronavírus, indicando a possibilidade de ter sido criado artificialmente. Desde então que a atenção do mundo está ainda mais focada na sua origem. Em meados de maio, cientistas analisaram também as evoluções de mutação genética do vírus, comparando-as com outros pacientes de Covid-19 pelo resto do mundo, e descobriam que o vírus extraído de um paciente de Washington estava em evolução há já mais de meio ano, concluindo que este teve origem nos EUA. Embora a ciência aponte para os EUA, ainda nada se encontra finalizado. Acredito que o melhor ainda está para vir.

China pede cooperação com EUA após Trump ameaçar suspender relações


Pequim, 15 mai 2020 (Lusa) - A China apelou hoje a uma cooperação "mais próxima" com os Estados Unidos na luta contra a pandemia de covid-19, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar "interromper todas as relações" com Pequim.

"Manter relações estáveis entre a China e os Estados Unidos é do interesse fundamental dos dois povos e da paz e estabilidade no mundo", afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian.

Zhao pediu maior cooperação entre o seu país e os Estados Unidos na luta contra o novo coronavírus.

Há várias semanas que Trump repete que o pesado número de mortes devido a infeção pela Covid-19 - mais de 300.000 em todo o mundo - poderia ter sido evitado se a China tivesse agido responsavelmente quando o novo coronavírus foi inicialmente detetado na cidade de Wuhan, no centro da China, no final do ano passado.

Questionado sobre possíveis medidas de retaliação, Trump, disse que "há muitas coisas" que pode fazer, inclusive "terminar com o relacionamento" entre Pequim e Washington.

"Se o fizéssemos, o que aconteceria? Pouparíamos 500 mil milhões dólares se rompêssemos todas as relações", afirmou Trump, sugerindo o fim do deficit comercial norte-americano no comércio com a China.

O Presidente dos EUA, que disse estar "muito dececionado" com a forma como Pequim geriu a crise, rejeitou a ideia de conversar diretamente com o homólogo chinês, Xi Jinping, para aliviar as tensões.

JPI // FPA | Imagem: Kevin Lamarque / Reuters

Maioria no parlamento timorense acusa presidente daquele órgão de vários crimes


Díli, 15 mai (Lusa) -- As bancadas da Fretilin, PLP e KHUNTO, que representam a maioria no parlamento timorense, acusaram hoje o presidente daquele órgão de crimes de "abuso de poder, contra o Estado e de subversão" por paralisar o funcionamento parlamentar.

"Arão Noé Amaral, de forma premeditada e intencional, quer paralisar funcionamento do Parlamento Nacional para trazer benefício político ao CNRT, procurando obrigar Timor-Leste a fazer eleições antecipadas", afirmaram os partidos num comunicado conjunto enviado à Lusa.

"Este ato de paralisação do funcionamento do Parlamento Nacional constitui um crime de abuso de poder, um crime contra o Estado e um crime de subversão", apontaram.

Os deputados acusaram Arão Noé Amaral de estar a representar apenas os seus interesses pessoais e do seu partido, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), uma "minoria no Parlamento Nacional", quando "a maioria absoluta quer que o parlamento funcione bem e normalmente".

Os deputados acusam ainda os parlamentares do CNRT de "boicotarem as atividades das comissões especializadas" e que "alguns funcionários tiveram ordens para boicotar a atividade da comissão, com a intenção de paralisar o funcionamento do parlamento".

"Quem comete este ato, desde o senhor Arão Noé Amaral até aos funcionários, tem que ser presente à Justiça para responder por crimes que cometeram contra o Estado".

Timor-Leste sem casos ativos covid-19


Díli, 15 mai 2020 (Lusa) -- Timor-Leste está hoje, pela primeira vez desde 21 de abril, sem qualquer caso ativo da covid-19, depois de os últimos cinco doentes infetados terem recuperado, informaram as autoridades.

"Todos os últimos cinco casos recuperaram. Não temos casos ativos e não há ninguém em isolamento", disse aos jornalistas Sérgio Lobo, porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), criado pelo Governo para lidar com a pandemia da covid-19.

Timor-Leste registou o seu primeiro caso da doença a 21 de março, chegando a um máximo de 24 casos a 24 de abril.

Todos os casos registados no país tiveram sintomas leves.

Apesar da boa notícia, Sérgio Lobo disse à Lusa que o país continua a enfrentar riscos e que continua sem condições de saúde para o caso de haver transmissão comunitária e, em particular, se houver casos graves.

"É uma excelente notícia e até um certo ponto dá certa confiança, mas é sinal de que se devem continuar a manter estas medidas", afirmou.

"O risco ainda é muito grande. Em termos de instalações de tratamento só temos um centro de isolamento com capacidade para 30 ou 40 pessoas e só para casos ligeiros mas para casos graves ainda não temos", afirmou.

Moçambique | Oposição fala em corrupção por detrás da Conta Geral do Estado de 2018


O Parlamento aprovou a Conta Geral do Estado de 2018. A oposição votou contra apontando irregularidades, muitas das quais, constam de um parecer crítico do Tribunal Administrativo ao exercício económico do Executivo.

A oposição parlamentar refere que o Tribunal Administrativo constatou deficiências nos sistemas de controlo interno, no que diz respeito aos procedimentos de gestão do orçamento e respetivas alterações, da arrecadação da receita e da execução da despesa, bem como da organização e arquivo dos documentos comprovativos das transações.

Aponta, igualmente, que o Governo continuou a desrespeitar as regras de contração da dívida em 2018, permitindo que o país se mantenha como devedor de alto risco.

Outra constatação do Tribunal Administrativo, tem a ver com o facto do Estado ter pago em 2018 despesas de anos anteriores sem que os encargos tivessem sido inscritos nas verbas de exercícios findos ou despesas por pagar.

Moçambique: Governo anuncia "abate de 50 terroristas" em Cabo Delgado


As Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique abateram, nas últimas 48 horas, um total de 50 membros dos grupos que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado, norte do país.

Segundo o anúncio do ministro do Interior de Moçambique, Amade Miquidade, esta quinta-feira (14.05), em Maputo, a primeira incursão das FDS ocorreu na quarta-feira (13.05), quando um grupo de insurgentes foi surpreendido pelas autoridades em três viaturas, igual número de motorizadas e um camião cisterna, que terá sido roubado, na estrada que liga Chinda e Mbau, no distrito de Mocímboa da Praia.

Nesta ocasião, durante os confrontos, terão sido abatidos 42 atacantes, além de terem sido destruídos as viaturas. 

A segunda operação ocorreu na madrugada de quinta-feira em Quissanga, quando um grupo insurgente tentou invadir novamente o distrito e, durante confrontações com as FDS, oito membros foram abatidos e outros, em número desconhecido, foram feridos.

"As Forças de Defesa e Segurança condenam de forma veemente as repugnantes e calamitosas façanhas dos assassinos, assim como a destruição indiscriminada de bens da nossa população", afirmou Amade Miquidade, acrescentando que o objetivo dos grupos é "inviabilizar, através do terror, medo e desunião, a vontade dos moçambicanos de construírem uma nação próspera na base dos ricos recursos que abundam naquela parcela do país".

Covid-19: polícia angolana mata jovem de 14 anos ao dispersar multidão


É o segundo incidente mortal em cinco dias

A polícia angolana anunciou esta quinta-feira a morte de um jovem de 14 anos, baleado pelas forças da ordem quando tentavam dispersar um aglomerado de pessoas, fazendo cumprir as regras do estado de emergência. Este é o segundo incidente do género em cinco dias.

Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, Valdemar José, o caso aconteceu no mercado e praia das Tombas, em Benguela, que se dedica à venda de peixe e as forças de segurança terão sido chamadas ao local onde decorria uma contenda entre vendedoras de peixe.

“Infelizmente foram recebidas com paus, facas, catanas, pedras, etc.”, sublinhou, acrescentando que se a polícia é chamada para repor a ordem “não é de todo aceitável” que “seja recebida de forma contundente pelos cidadãos ao ponto de termos alguns polícias feridos”.

"Luanda Leaks": Justiça usou passaporte falso para arrestar bens, diz Isabel dos Santos


Em comunicado, a empresária acusa Angola e Portugal de terem usado como prova no arresto de bens um passaporte falsificado, com assinatura do mestre do kung-fu e ator de cinema já falecido Bruce Lee.

Segundo um comunicado da empresária, a que a agência de notícias Lusa teve acesso esta terça-feira (12.05), o Estado angolano terá usado como prova para fazer o arresto preventivo de bens "um passaporte grosseiramente falsificado, com uma fotografia tirada da Internet, data de nascimento incorreta e uso de palavras em inglês, entre outros "sinais de falsificação".

O passaporte em causa terá sido usado como prova em tribunal pela Procuradoria-Geral da República de Angola para demonstrar que Isabel dos Santos pretendia ilegalmente exportar capitais para o Japão, alega a filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos.

A empresária acusa a Procuradoria angolana de fazer uma "utilização fraudulenta do sistema de justiça de Angola" para se apoderar do seu património empresas e apela à justiça portuguesa, que decidiu cooperar com Angola e executou vários arrestos em Portugal, para que "à luz desta denúncia e de outras que se seguirão, "reavaliar estas execuções 'às cegas'".

Isabel dos Santos fala numa "bizarra" troca de emails sobre um suposto negócio do Japão, onde um golpista que se fazia passar por um empresário do Médio Oriente atuando em seu nome teria usado um passaporte falso para engendrar um negócio fraudulento. 

"Constata-se que a engenheira Isabel dos Santos nunca conheceu e nem contactou as partes envolvidas neste 'esquema fraudulento' e não tinha conhecimento da falsa proposta", garante, acrescentando que a transação descrita nesses emails era "tecnicamente impossível". 

Quais as consequências do uso de documentos falsos no processo contra Isabel dos Santos?


São várias e o jurista Agostinho Kanando cita algumas, mas nenhuma delas pode invalidar o processo contra a empresária. E a PGR de Angola garante que Isabel dos Santos será ouvida no processo-crime de que é alvo.

Num comunicado desta quinta-feira (14.05.), a filha do ex-Presidente de Angola afirma que o processo da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola contra ela está assente numa narrativa falsa. Isabel dos Santos baseia-se principalmente no facto de a PGR ter usado no processo um passaporte seu falso. A PGR, por seu lado, ainda não reagiu a acusação. O Estado angolano reclama 5 mil milhões de euros da empresária que é arguida num processo-crime em Angola por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol, como presidente. Os bens da empresária foram arrestados.

Isabel dos Santos terá de comparecer em Angola para ser ouvida no âmbito do processo-crime de que é alvo, disse esta quinta-feira (14.05.) a PGR. Ao contrário do que acontece no processo cível, em que a empresária pode fazer-se representar pelos seus mandatários, no caso do processo-crime "terá de comparecer para ser ouvida" e responder às acusações que são feitas, explicou a PGR. 

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