terça-feira, 12 de março de 2024

A MÍDIA DO REINO UNIDO ESTÁ DO LADO DE ISRAEL

Um novo relatório do Centro de Monitorização dos Meios de Comunicação Social do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha destaca o preconceito sistemático dos meios de comunicação social do Reino Unido a favor de Israel nas reportagens sobre a guerra de Gaza.

HAMZA ALI SHAH* | Declassified UK | # Traduzido em português do Brasil

O papel dos meios de comunicação social face à agressão de Israel em Gaza – e aogenocídio plausível – deveria ser o de relatar as notícias de forma responsável, validar os factos, responsabilizar todos os poderes de forma igual e pintar um quadro preciso dos acontecimentos.

Mas se isto é realmente assim é o foco de um novo e exaustivo relatório do Centro de Monitorização dos Meios de Comunicação Social do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha. Revela o segredo mais mal guardado da Grã-Bretanha: o preconceito sistemático dos principais meios de comunicação a favor de Israel quando se trata de reportar o seu ataque em Gaza.

O relatório analisa 176.627 clipes de televisão de mais de 13 emissoras, incluindo BBC, ITV, Sky e Channel 4. 

Também examina 25.515 artigos de notícias de mais de 28 sites de mídia online do Reino Unido, incluindo The Guardian , Times , Express e Telegraph , entre 7 de outubro de 2023 e 7 de novembro de 2023. 

Os dados foram analisados ​​quanto ao enquadramento dos acontecimentos, uso da linguagem e representação das vozes palestinas.

Constata que 76% dos artigos online enquadram a agressão de Israel como a “guerra Israel-Hamas” – em vez de uma guerra contra Gaza – e que mais de 70% dos termos atrocidades, chacinas e massacres nos meios de comunicação foram utilizados exclusivamente em referência a ataques. contra os israelenses. 

É também detectada uma notável ausência de vozes palestinianas: nas reportagens televisivas, as perspectivas israelitas foram referenciadas quase três vezes mais (4.311) do que as palestinianas (1.598).

‘Direito à legítima defesa’

Também foi identificada a vontade de muitos organismos de radiodifusão de enfatizar o suposto direito de Israel de se defender em Gaza. 

Mas, como disse Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinianos ocupados, Israel não pode reivindicar o direito de “autodefesa” ao abrigo do direito internacional porque Gaza é um território que ocupa.

No entanto, na televisão, a insistência neste “direito” israelita é mencionada em 1.482 ocasiões. Em contraste, as menções ao direito dos palestinianos de resistir ao ataque de Israel em Gaza ascendem a apenas 278. 

O relatório mostra que a emissora com a maior percentagem de menções a quaisquer direitos associados aos palestinianos foi o canal inglês da Al Jazeera. 

Para a mídia online, o direito de Israel de se defender é mencionado 963 vezes. Este ponto é apresentado seis vezes mais do que quaisquer direitos do povo palestino, que recebem apenas 163 menções.

Mais do que lusofonia precisamos de lulofonia

Alberto Monteiro de Castro*| Africas

O posicionamento de Lula da Silva perante o genocídio palestino, na linha do que já havia sido feito por poucas lideranças políticas mundias, foi um dos sinais mais fortes provando que o mundo pluricêntrico, como dizia Hugo Chavez, já é uma realidade. Se tivesse que se afastar da presidência do Brasil hoje, Lula da Silva se retiraria como a voz política mais importante do chamado de Sul global a expressar em público o que poucos tiveram coragem de dizer: é genocídio o que está acontecendo na Palestina. Seu posicionamento apenas pecou por tardio.

Disse-o publicamente ao mundo pela primeira vez (18/02) em conferência de imprensa em solo africano quando da sua participação na 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia. Não se intimidou com a vociferação vinda do regime sionista que incluiu humilhação pública do embaixador brasileiro em Telavive, repetiu-o em entrevista e atos públicos no Brasil e triplicou a acusação (28/02) na 46ª Cúpula do Mercado Comum e Comunidade do Caribe – CARICOM.

Na presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, acionou a quarta velocidade na fala (1/03) propondo uma moção da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para exigir o fim imediato do genocídio em Gaza, durante uma reunião do bloco regional na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas. Na quarta-feira (6/03), aplicou a quinta, em conferência de imprensa em Brasília junto ao chefe do governo espanhol, Pedro Sanchez, ao ser questionado por um jornalista espanhol se mantinha que é genocídio a guerra de Israel contra a Palestina. À mesma pergunta, o governante europeu, não foi capaz de pronunciar uma única vez a palavra “genocídio” na resposta que deu, ficando-se por divagações para boi dormir. Lula nasceu nordestino e soube ser palestino quando a a história o chamou.

No espaço chamado lusófono, não consta que tenha havido manifestações públicas de apoio ao posicionamento firme do tido para milhões como o guerreiro do povo brasileiro, vindas de respectivos governos e de lideranças políticas. No caso de governos, se o  fizeram, foi por canais da deprimente diplomacia da delicadeza que está mais para covardia quando o momento exige posicionamentos públicos como o da firmeza do retirante nordestino que soube estar à altura de si mesmo como a grande voz do chamado Sul Global, ''o cara'' como Obama a ele se referiu e o elogiou durante reunião do G20 em Londres em abril de 2009.  Mais estranho e incompreensível  foi, até agora, a ausência de marchas de solidariedade ao povo palestino em países africanos de língua oficial portuguesa, cujos movimentos de libertação viam, como sua, a luta pela liberdade da Palestina.  

Mas não é sobre esse assunto que foi, segue e continuará sendo motivo de acesos debates no Brasil e mundo afora que vou aqui refletir, mas sim no que chamo de lulofonia.

Por ela entendo a capacidade de ter, nos espaços chamados lusófonos, lideranças como Lula da Silva com sensibilidade humana e social, acompanhadas de perspicácia política, para fazer leituras corretas da realidade e dos acontecimentos e, em consequência, vocalizar com coragem o que deve ser dito, compreendido e realizado. E, por críticas válidas que da esquerda se possa fazer às políticas neoliberais do governo do atual presidente do brasileiro, há que se reconhecer, nele, um incansável lutador em favor dos pobres da terra e de demais causas justas por um mundo justo.

GAZA LIVE BLOG: 100 mísseis lançados contra Israel | UNRWA: Travessias Abertas

China: A matança de civis deve parar – Dia 158

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

O Movimento de Resistência Libanesa Hezbollah lançou mais de 100 mísseis contra instalações militares israelitas, em resposta ao bombardeamento de áreas no Líbano, principalmente na cidade oriental de Baalbek.

As forças israelitas continuaram a atacar várias áreas da Faixa de Gaza sitiada e a impedir a entrada de ajuda, incluindo fornecimentos médicos essenciais, na Faixa. 

A China reiterou o seu apelo a um cessar-fogo imediato, enquanto a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, disse que a situação em Gaza está num ponto sem retorno. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 31.184 palestinos foram mortos e 72.889 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

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ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Terça-feira, 12 de março, 19h (GMT+2)

NAÇÕES UNIDAS: Saudamos a abertura de um corredor marítimo para fornecer ajuda humanitária a Gaza, mas não existe nenhuma alternativa real às rotas terrestres.

UNRWA: A situação em Gaza é catastrófica e deteriora-se a cada minuto.

CAMERON: O corredor marítimo de Chipre não substitui a ajuda terrestre.

DIRETOR DA CIA: A ajuda não chega a Gaza nas quantidades necessárias.

Terça-feira, 12 de março, 18h (GMT+2)

HEZBOLLAH: Bombardeamos os locais de Al-Jardah e Jal Al-Alam e o quartel israelense de Zarit com mísseis Burkan, causando ataques diretos.

BORRELL: Estamos prontos para cooperar para uma resolução de consenso no Conselho de Segurança que incorpore a solução de dois Estados.

BRIGADAS DE AL-QUDS: Explodimos um túnel e uma casa onde os soldados da ocupação estavam escondidos em Al-Qarara.

AL-JAZEERA: Um local israelense na Galiléia Ocidental foi bombardeado e sirenes soaram.

BLINKEN: Continuaremos a trabalhar para alcançar um cessar-fogo sustentável.

Biden, junto com a OTAN, está perdendo o controle da realidade

O discurso sobre o estado da união foi uma visão de como o senil presidente dos EUA está preso ao passado, fora de contacto com a realidade de um mundo multipolar.

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Embora muitos se perguntem se ele mesmo escreveu o discurso ou se foi redigido para ele, o presidente Joe Biden apresentou seu caso ao público americano em termos simples. Vote em mim, pois estou vivendo o sonho dos EUA há 80 anos. As referências à Segunda Guerra Mundial deveriam ter chocado o público americano, que está mais preocupado com o preço dos alimentos, das bombas de gasolina e das suas contas de serviços públicos, do que com o que estava a acontecer em 1941.

E, no entanto, 1941, para qualquer professor de história de meia taxa no Alabama, pareceria uma escolha estranha de datas para arrancar do nada e usar como ponto de referência para apresentar a América como uma superpotência incontestada. Como foi, afinal de contas, a data em que as tropas alemãs enfrentaram o seu maior desafio – a Rússia – e foram derrotadas impiedosamente, entre outras considerações militares – estando ambas iludidas sobre as suas forças e um mau planeamento militar.

Estes dois pontos podem estar na mente das elites ocidentais enquanto Biden usava o pódio para mais uma vez implorar ao Congresso que aprovasse o seu pacote de ajuda à Ucrânia. Tal como até o correspondente da BBC na Ucrânia admitiu – que a Rússia estava agora a avançar e as suas tropas já não tomavam aldeias, mas agora cidades – parece que os planeadores da NATO repetiram de facto a lição de Barbarossa. Será esta a verdadeira razão pela qual o projeto não pode ser aprovado? Os americanos perceberam que simplesmente morderam mais do que podem mastigar na Ucrânia e a humilhação já de três tanques Abrams fabricados nos EUA – a peça de equipamento militar moderno dos EUA mais incómoda, impraticável e sobrevalorizada alguma vez concebida – juntamente com uma onda terrestre geral a opinião de que a guerra nunca poderá ser vencida pesa sobre eles. Até o jornal Guardian publicou recentemente um  artigo de opinião de Simon Jenkins  que defendia o caso de a NATO se ter tornado “imprudente” na Ucrânia, citando o descuido da escuta telefónica alemã que revelou o plano de atingir a ponte na Crimeia, parecendo desenhar um novo linha de água do desânimo.

Talvez isto explique por que Biden não demorou muito a insistir sobre a Ucrânia no seu discurso, preferindo aproveitar mais a oportunidade para atacar Trump – uma tática que certamente confirma que ele é tão estúpido quanto parece, como certamente será. o tiro saiu pela culatra e elevou ainda mais as proezas de Trump. Em vez disso, Biden tentou longamente desviar o dinheiro de volta para os bolsos dos americanos humildes que não entendem como o chamado efeito trickle down deveria funcionar – como as grandes empresas que obtêm enormes lucros nem sempre distribuem os seus ganhos por todo o mundo. sistema financeiro – admitindo que não está a funcionar. No papel, os números mostram que os EUA estão bem. Tente explicar isso a milhões de americanos que enfrentam dificuldades numa escala nunca antes vista. Biden será lembrado na história como o bufão que deixou o cargo enquanto duas guerras aconteciam no mundo, enquanto ele aumentava os impostos das empresas e não consegue se lembrar onde está, ou em que dia da semana é. Ele será lembrado pelo fiasco da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão e pela sua hesitação incoerente. E por aquele maldito sorvete.

Mas é preciso perguntar-nos se existe uma ligeira, mas perceptível, mudança na política da Casa Branca em relação à guerra na Ucrânia – e como é que o Ocidente sai dela e ainda mantém a sua posição. Victoria Nuland, a própria arquiteta da guerra na Ucrânia, deixará seu cargo no Departamento de Estado, lembrada apenas por sua transformação de bebê em monstro da lagoa negra, com sua própria transformação facial cruelmente retratada nas redes sociais posts com a montagem de fotos do antes e depois. É  relatado pelo NYT  que ela renunciou, mas a única questão real é se ela foi expulsa ou não e por quem. Existe uma nova estratégia em preparação para sair também da Ucrânia, uma estratégia da qual ela discordou lamentavelmente? Será esta talvez parte da razão pela qual, segundo fui informado, oito soldados das forças especiais alemãs deixaram apressadamente a Ucrânia nos últimos dias, após o escândalo das escutas telefónicas que expôs os alemães por serem os amadores que são?

* Martin Jay é um jornalista britânico premiado que vive em Marrocos, onde é correspondente do The Daily Mail (Reino Unido), que anteriormente reportou sobre a Primavera Árabe para a CNN, bem como para a Euronews. De 2012 a 2019, ele morou em Beirute, onde trabalhou para vários títulos de mídia internacionais, incluindo BBC, Al Jazeera, RT, DW, além de reportar como freelancer para o Daily Mail do Reino Unido, The Sunday Times e TRT World. A sua carreira levou-o a trabalhar em quase 50 países em África, no Médio Oriente e na Europa para uma série de títulos de comunicação importantes. Viveu e trabalhou em Marrocos, Bélgica, Quénia e Líbano.

A palavra populismo é uma prenda para a extrema-direita

A palavra populismo é uma prenda para a extrema-direita: razões para deixarmos de a usar

Esta palavra mascara a ameaça, exagera a sua ligação aos sentimentos populares, coloca-a como se falasse em nome do povo e exonera as responsabilidades das elites nas crises. Por Aurelien Mondon e Alex Yates.

Desde a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, até à revolta semelhante no Brasil em 2023, os políticos de extrema-direita estão a infringir os ideais democráticos em todo o mundo. Se queremos realmente enfrentar o desafio que representam, temos de deixar de os tratar como atores legítimos e democráticos e, em vez disso, vê-los como a ameaça que realmente são.

Uma parte muito importante deste esforço é também um passo bastante simples. Temos de deixar de nos referir às políticas de extrema-direita como "populistas".

Nos anos mais recentes, a investigação séria sobre o populismo chegou a um certo consenso que torna claro que este é secundário, na melhor das hipóteses, na definição de qualquer tipo de política. As duas principais escolas de pensamento(link is external) discordam amplamente sobre se o populismo é uma ideologia fina que envolve um elemento moralista (ao colocar um povo "puro" contra uma elite "corrupta") ou se é simplesmente um discurso que constrói um povo como sendo contra uma elite, sem qualquer outra especificidade ligada a esses dois grupos.

No entanto, ambas concordam que o elemento populista de qualquer movimento é secundário em relação à política e à ideologia. Os partidos de esquerda e de direita podem ambos utilizar uma retórica populista, mas isso pouco nos diz sobre a forma como efetivamente governam.

Mas o populismo tornou-se, no entanto, uma palavra da moda. Inúmeros académicos surfaram esta onda em busca de financiamento e de citações, muitas vezes sem trabalhar devidamente a literatura sobre o tema(link is external).

Para além da prática académica pobre, a utilização descuidada da palavra também teve um impacto negativo no discurso público em geral. Estas quatro consequências devem convencê-lo a deixar de usar a palavra "populista" para descrever alguém que, na realidade, é apenas um extremista de direita.

1. Mascara a ameaça que a extrema-direita representa

Não deveria constituir surpresa que muitos políticos de extrema-direita, desde Jean-Marie Le Pen, em França, até Matteo Salvini(link is external), em Itália, tenham abraçado o termo “populismo”. Mesmo quando é usado pelos seus adversários como um insulto, os políticos de extrema-direita preferem o termo a outros mais precisos, mas também mais estigmatizantes, como “extremista” ou “racista”.

Isto pode ser testemunhado, por exemplo, na série de seis meses de 2019 do Guardian sobre “o novo populismo”(link is external). Na maioria das vezes, a palavra populismo foi usada nesta série para descrever políticas muito mais sinistras do que a simples oposição entre a elite e o povo. Personalidades políticas como Steve Bannon são muito melhor descritas como extrema-direita ou direita radical. Estes termos não são apenas mais precisos, mas tornam a ameaça que representam muito mais clara do que o obscuro “populismo”.

Portugal | Here's Ventura

Henrique Monteiro | HenriCartoon

ELITES PORTUGUESAS EM FORMA DE SACO DE GATOS ASSANHADOS

Bom dia. O Curto do Expresso versa temas pendurados nos resultados eleitorais do passado domingo em Portugal. Marcelo vai receber os partidos com expressão eleitoral, o dele incluído (PSD/AD), cujo líder, Monteverde, aliás, Montenegro, será o último a ser recebido em Belém. Só no próximo dia 20. Decerto que no final será anunciada a indigitação de Montetutifruti, menos vermelho e rosa, para primeiro-ministro de Portugal. Ele diz que venceu, os apaniguados também, mas os plebeus lusos não se esquecem que aquela vitória de Pirro representa menos que a totalidade dos eleitores, e muito menos que a totalidade dos portugueses. Vai ser um governo de cerca de seis meses de duração. Depois lá iremos de novo para eleições e a desbaratar verbas nacionais aos milhões. Quem devia pagar a “brincadeira recreativa” era a dona Lucília Gago e em maior percentagem o Beijocas Marcelo, os do Ministério Público deviam também ser cotizados por meio ano em dois terços dos ordenados. Quem quer festa paga-a. Pois então. Aió… e tirem os cavalinhos da chuva. Pois. A festa é deles mas... Como de costume, quem vai pagar tudo no duro como ferraduras são os plebeus, o Zé Povinho. São sempre os mesmos a pagar e a serem enganados com as manobras palacianas, interesses partidários, trafulhices ‘dótorais’ e outras definições que tais. A técnica e tática deve ser aprendida nos denominados cursos e educações superiores. Daquelas em que se oferecem e talvez se comprem canudos (antes já foi assim, agora talvez ainda seja). Parece, parece. Por isso, esses, são ‘dótores’ e os plebeus limitam-se a aguentarem com as cangas que lhes arreiam nos ombros, nos lombos e nas limpezas aos ordenados de miséria. Boas aprendizagens se propagam por aqueles lados universitários. O meu avô Costa, comandante dos Sapadores Bombeiros (com uns bigodes à Estaline e sem papas na língua) dizia muito que “quanto mais ‘dótores’ mais vigaristas”. Pois. De pequenino aprender, aprender, sempre!

Isto está a ficar muito pessoal, apesar de sermos milhões a topar e a amochar. Basta! Diz-se mas não se faz. Adulterando Sérgio: que força é essa que te falta nos braços, amigo e camarada...

Do atrás referido vamos fazer de conta que nem sabemos ler, nem sabemos pensar. Somos plebeus e parvoides de entendimentos vãos. Assim é que é. Uf! Melhor assim, não venha a Nova Pide apertar-nos os calos e os gargalos. Adiante.

Adiante e basta. Porque a prosa além de estar a virar para pesadelo nem vai ser digna de haver ‘dótores’ a vê-la. A cegueira da sapiência pedante nem tal lhes permite. Eles dizem uns aos outros “somos todos bons rapazes e com canudos”. Pois. Um adágio antigo afirmava: “gaba-te cesto que assim vais à vindima”. E pronto, cá está porque andamos a ser vindimados, prejudicados e mal pagos.

Chega de paleio. Chega de Chega nazi-fascista, racista e xenófobo… Tudo do piorio que havia de sair na porca da rifa a Portugal e aos plebeus portugueses.

Até amanhã e vão ler o Curto. Por vezes merece umas olhadas mais atentas. Experimentem. Aprender, aprender, sempre. Até nas entrelinhas e no que não dizem nem ensinam com honestidade. Obrigadinho, mas de sacanagem estamos muito fartos.

A seguir vai um saco de gatos para ilustrar. Homenagem às elites portuguesas e estrangeiras que nos empurram para abismos incomensuráveis. Azar, enquanto não há força. Pois.

O Curto, do Expresso, a seguir.

MM | Redação PG

A Tangente dos Empatados -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O fim da guerra colonial é um ganho irreversível do 25 de Abril. A grande vitória do Movimento das Forças Armadas. O fim do colonialismo português e do fascismo. A bandeira da Revolução dos Cravos. Também não voltam para trás as independências das colónias. Ainda que a Independência de Angola esteja hoje na gaveta do genocida Joe Biden. Nada que perdure para lá de 2027, quando o Presidente João Lourenço deixa a Cidade Alta e vai morar noutro palácio sabe-se lá onde.

Aliança Democrática e Partido Socialista estão empatados mas ainda falta apurar quatro mandatos dos “círculos da emigração” (Europa e resto do mundo). Polícias, agentes do Ministério Público peritos em parágrafos que ajudam a derrubar primeiros-ministros, alguns juízes e outro pessoal prestimoso ganharam estrondosamente. O partido Chega, racista e xenófobo, elegeu 48 deputados! Espero que não seja necessária uma guerra para desnazificar Portugal.

Os empatados gostam de tangentes. O número de votos contados dá uma vitória à tangente para qualquer dos lados. Mas os líderes também passam tangentes à verdade. Luís Montenegro, líder da Aliança Democrático, passou da tangente à secante e bateu violentamente na verdade. 

No discurso de vitória disse que “o povo português elegeu o meu governo. Quer que eu governe”. Mentira. Apenas 29,5 por cento dos eleitores votaram na AD e o “povo português” é mais do que esse número. Não acredito que 71 por cento dos habitantes de Portugal sejam estrangeiros. Outro embate contra a verdade tem a ver com a “eleição do governo”. Luís Montenegro precisa de umas lições, coisa rápida. As eleições serviram para eleger deputados e não um governo. Montenegro disse que tem “todas as condições para governar”. Se isso é verdade, o gato escondido com rabo de fora fica todo à mostra.

Ninguém consegue governar um país com 79 deputados em 320. Impossível. Mas tudo muda se o “gato” emprestar 48 deputados à Aliança Democrática. Para isso o partido Chega tem de ir para o governo. La se vai a palavra e a coerência política de Montenegro. Não. A Aliança Democrática, sem o Chega, não tem a mínima condição para governar. O Partido Socialista também não. Este quadro de vitórias tangenciais e crescimento desmesurado dos fascistas, racistas e xenófobos foi pintado por Marcelo Rebelo de Sousa. Conseguiu!

O Vinho Sobe à Cabeça – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O vinho é um mundo fabuloso criado pelo deus da alegria, Dionísio. Beber é como cantar e dançar, fecundar uma mulher em nome da eternidade. O Ditirambo Grego. Os romanos não ficaram atrás dos gregos e criaram Baco. Desde então o vinho passou a ser essência das bacanais, festas à altura dos patrícios romanos e da malta do Bairro Operário. Ou mesmo do Marçal. Em Benguela o território é mais amplo: Bairro Benfica (de uma ponta à outra), Kioche (Lanterna Vermelha, que saudades!), Masangarala com o Salão Voz de Cabo Verde, onde todos os anos actuava Bana acompanhado ao violão pelo meu amigo Armando Tito. 

Os enólogos descobriram que o vinho tem notas de madeiras exóticas, canela acabada de moer e perfume de mulher ao natural. Com esta conversa nem me apetece beber um tinto da minha idade. Os cardiologistas têm razão. As artérias coronárias não podem ser entupidas com esses sabores desalmados.

O vinho embebeda. E de que maneira. Uma litrada é tiro e queda. Mas convém guardar alguma discrição. Aviso já que a Imprensa Livre do Século XIX fazia campanhas contra a embriaguez nas ruas. O príncipe do Jornalismo Angolano, José de Fontes Pereira, lutou bravamente contra a bebedeira pública. Se estivesse entre nós, ia ter muito trabalho.

Alar Karis, presidente da Estónia, está em Luanda. A TPA diz que é a sua primeira visita a África!       Devíamos todos ajoelhar-nos aos pés do neonazi belicista por nos ter concedido tão grande honra. Sabem que mais? Aquele país báltico informatizou o governo! Há internet em toda as casas. Aprendam com os extremistas de Talin. O Presidente João Lourenço vai imediatamente assinar acordos de cooperação para um dia destes sermos iguais aos letónios.

Bebedeira à parte convém saber que a Estónia tem 45 mil quilómetros quadrados, Angola tem 1.247.000 quilómetros quadrados: Um milhão duzentos e quarenta e sete mil! A província do Zaire tem a mesma dimensão da Estónia. O país tem pouco mais de um milhão de habitantes, menos de dez por cento da população de Luanda. Ao contrário do nosso campeão da paz em África, o presidente e o governo da Letónia são raivosamente belicistas. Querem a guerra a todo o custo contra a Federação Russa. 

Quando vos passar a bebedeira tomem nota. Os russos são 25 por cento da população da Estónia e Letónia. As antigas repúblicas soviéticas que quiseram ser independentes da actual Federação Russa assinaram um acordo no qual se comprometeram a garantir igualdade de direitos aos russos. Não estão a cumprir. Pelo contrário, perseguem esses cidadãos.

Situação militar nas linhas da frente ucranianas 11 de Março de 2024 (atualização)

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Os ataques russos destruíram um hotel onde viviam militares ucranianos na região de Kharkiv;

Foram relatados ataques russos na região de Odessa;

As forças russas avançaram ligeiramente em Belogorovka;

As forças russas repeliram quatro ataques perto de Sinkovka;

Os confrontos continuam em Krasnogorovka;

Os confrontos continuam em Ivanovskoe;

Os confrontos continuam em Berdychi, Tonenke, Orlivka;

Os confrontos continuam em Rabotino;

Os confrontos continuam em Krynki;

As forças russas destruíram o agrupamento ucraniano preparado para lançar operações terrestres na região de Belgorod;

As forças russas eliminaram 30 militares ucranianos, dois veículos de combate de infantaria e duas picapes na área de Kupyansk;

As forças russas eliminaram 180 militares ucranianos, dois veículos blindados, três picapes, três sistemas de artilharia Akatsiya, dois obuseiros D-20 na área de Donetsk;

As forças russas eliminaram 430 militares ucranianos, um tanque Abrams, dois veículos blindados de combate e 18 veículos motorizados na área de Avdiivka;

As forças russas eliminaram 140 militares ucranianos, oito picapes e uma arma rebocada M119 de fabricação americana na área sul de Donetsk;

As forças russas eliminaram 30 militares ucranianos, um tanque de guerra, cinco veículos motorizados e um obuseiro D-30 na região de Kherson;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram 95 drones ucranianos no último dia;

Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 10 projéteis HIMARS MLRS no último dia.

Comandante de brigada mecanizada ucraniana demitido por perder tanques Abrams

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Os militares ucranianos relataram que a 47ª Brigada Mecanizada das Forças Armadas da Ucrânia mudou novamente de comandante. A unidade está atualmente implantada na aldeia de Berdychi, onde está a perder preciosos tanques Abrams fabricados nos EUA.

A 47ª Brigada Mecanizada foi criada em 2022. Está armada principalmente com veículos estrangeiros, incluindo os tanques Abrams de fabricação americana. A unidade apareceu pela primeira vez na linha de frente durante a contra-ofensiva de verão, onde sofreu pesadas perdas em mão de obra e equipamento militar.

Segundo a assessoria de imprensa da brigada, a unidade mudou de quarto comandante desde que entrou em combate no ano passado. O anterior comandante da brigada, Dmitry Ryumshin, foi nomeado para este cargo há menos de dois meses. A razão de sua demissão são provavelmente as pesadas perdas em caros tanques Abrams nas batalhas a oeste de Avdeevka. LINK

O primeiro comandante desta unidade foi o tenente-coronel Alexander Sak, que lançou tanques alemães e veículos de combate de infantaria americanos em ataques massivos através de campos minados na direção de Zaporozhye. Como resultado, os destroços de dezenas de veículos da OTAN enferrujam nas estepes. Em setembro de 2023, Sak foi substituído pelo coronel Alexander Pavliy, que serviu neste cargo até janeiro de 2024. Um escândalo eclodiu depois que foi revelado que ele ordenou que equipes de morteiros, atiradores e artilheiros entrassem em grupos de assalto e sofressem pesadas perdas nos campos de batalha. Como resultado, a brigada sofreu novamente pesadas perdas em ataques de carne. Pavliy foi substituído por Dmitry Ryumshin, que perdeu tanques americanos.

O quarto comandante da brigada é Yan Yatsishen, que anteriormente comandou o 11º batalhão da 59ª brigada, uma das unidades ucranianas que contabiliza o maior número de militares mortos e desaparecidos.

Ler/Ver em South Front:

O Exército Ucraniano não consegue parar de perder tanques Abrams fabricados nos EUA

No vídeo 18+: soldado ucraniano matou seu camarada a tiros

Ataque noturno russo destruiu outro 'hotel' em Kharkiv

Forças russas frustraram grande ataque terrestre ucraniano através da fronteira (vídeo)

ATAQUES TERRORISTAS AMEAÇAM MOSCOVO E A RETAGUARDA RUSSA

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Todos os lados beligerantes da guerra na Ucrânia estão se preparando para as próximas eleições presidenciais na Rússia, que acontecerão de 15 a 17 de março. Enquanto o exército russo glorifica o presidente governante com vitórias estratégicas no campo de batalha, Kiev e seus parceiros da OTAN estão fazendo o possível para prejudicar Putin tanto quanto possível. Infelizmente, não estão limitados por meios legais e pacíficos.

Os ataques de precisão russos continuam a destruir a infra-estrutura militar ucraniana, permitindo que as tropas russas avancem nas linhas da frente. Na noite de 8 de março, drones e mísseis russos atingiram alvos nas regiões de Odessa, Kharkiv e Kirovograd. Algumas instalações de infra-estruturas estratégicas também foram danificadas nas regiões de Zaporozhie e Kherson.

O comando militar ucraniano enviou reservas para diferentes locais nas linhas de frente, o que lhes permitiu abrandar o ritmo do avanço russo, mas não impedi-lo.

No sul, as batalhas continuam pelas ruínas de Rabotino. Os militares ucranianos recebem ordens de manter o controle da aldeia para mostrar que a sangrenta contra-ofensiva do verão não foi em vão. Como resultado, o exército ucraniano continua a sofrer perdas no moedor de carne que é Rabotino. Por sua vez, as forças russas expandiram a sua zona de controlo em torno da aldeia.

Nos arredores da aglomeração urbana de Donetsk, fortes batalhas continuam nas aldeias a oeste de Avdeevka. O comando militar ucraniano mobilizou grandes reforços na área, incluindo unidades equipadas com veículos e tanques estrangeiros, como o precioso Abrams dos EUA. Os tanques tiveram um desempenho extremamente fraco, mas a adição de grandes forças permitiu à prevenção um avanço russo decisivo. Ambos os lados trocam contra-ataques, movimentando as linhas de frente. De acordo com os últimos relatórios, as tropas russas cruzaram o rio e chegaram aos lagos a oeste de Orlovka. Por sua vez, as forças ucranianas retomaram o controlo de algumas posições em Tonenkoe.

Uma luta feroz continua na retaguarda, enquanto a população russa se prepara para as próximas eleições. Kiev está a lançar ataques terroristas nas áreas que pode alcançar. Em 6 de Março, sabotadores pró-ucranianos mataram uma jovem que era membro da comissão eleitoral na região de Zaporozhie. Entretanto, a NATO pode estar por detrás de ataques maiores destinados a minar a confiança do público no Presidente russo em exercício.

Moscovo está ciente e está a preparar-se para quaisquer possíveis provocações nas linhas da frente e na retaguarda, incluindo o envio de armas químicas, ataques massivos na Crimeia ou nas regiões fronteiriças e explosões em cidades russas. O Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, que é um grande feriado na Rússia, pode tornar-se uma boa oportunidade para atingir multidões civis. O Ocidente assumiu de facto a responsabilidade por quaisquer futuros ataques terroristas depois de as embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha terem divulgado avisos oficiais sobre os “planos iminentes” de alguns “extremistas” para atacar multidões de pessoas na capital russa nas próximas 48 horas.

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