quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Cabo Delgado: "Pulverização" da insurgência pode originar sobremilitarização

MOÇAMBIQUE

Acossamento dos insurgentes em Cabo Delgado desencadeia a disseminação do terror para outras províncias. Niassa passou a ser o "novo" Cabo Delgado com ataques e destruição. Especialista prevê sobremilitarização do país.

Um ataque armado ao posto administrativo de Gomba, distrito de Mecula, aconteceu no fim de semana, segundo relatos partilhados nas redes sociais e também por cidadãos da província nortenha do Niassa com a DW África, em anonimato.

"Ouvi que estes atacaram a aldeia de Naulala, e isso fez com que as populações se deslocassem até à vila sede de Mecula onde estão a receber ajuda do Governo, o que é extremamente importante. Mas o distrito continua agitado porque foi um momento de terror, porque estamos a falar de deslocamentos de pessoas de todas as idades, mulheres, jovens, idosos e crianças", disse um residente.

Um silêncio que vale mais do que mil palavras

Os atacantes terão incendiado uma viatura da Reserva do Niassa, o que terá levado inclusive a instituição a dispensar temporariamente os seus funcionários, por precaução.

A DW procurou confirmar o facto junto da Reserva do Niassa, mas o seu assessor de imprensa, Valdemar Casimiro, esquivou-se a comentar, passando a "batata quente" para outrem: "Assuntos de Defesa e Segurança são tratados ao nível do Ministério da Defesa", afirmou apenas.

No Ministério da Defesa, o coronel Omar Saranga disse que só fala o que a instituição manda falar e que o seu ministério vai aguardar por uma solicitação por e-mail da DW. A polícia também não se pronunciou sobre o assunto até agora.

Angola | Costa Júnior: UNITA terá medidas severas contra militantes "indiciplinados"

O líder da UNITA afirma que não teme uma nova impugnação do congresso do maior partido da oposição angolana, que começa esta quinta (02.12), e garante que vai pôr em linha militantes que violaram disciplina partidária.

Num encontro com a sociedade civil angolana esta terça-feira (30.11), no último dia da sua campanha eleitoral à presidência da UNITA, Adalberto Costa Júnior falou pela primeira vez sobre o caso dos membros da Comissão Política que recorreram ao Tribunal Constitucional para impedir a realização do décimo terceiro Congresso do partido.

Na reunião com membros das organizações da sociedade civil, líderes de opinião e jornalistas, o candidato único à presidência do maior partido da oposição angolana disse que nenhum militante foi impedido de apresentar candidatura para o congresso partidário, que começa esta quinta-feira (02.12).

O político esperava que os seus colegas que se opõem ao congresso apresentassem candidaturas ao invés da tratarem os assuntos internos fora da esfera partidária. Por isso, Adalberto Costa Júnior afirmou que o conclave do partido vai tomar medidas severas contra os militantes que alegadamente criam instabilidade no partido.

"Tenho a certeza que o congresso vai nos permitir, sem dúvida nenhuma, fazer o realinhamento e meter na linha quem não conhece disciplina interna. E se alguém se for alinhar ao nosso adversário, certamente, o espaço de pertença ao partido é livre. E se o espaço da porta de saída não for livre, vamos tratar com excesso", avançou.

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