quinta-feira, 15 de setembro de 2011

NÚMERO DE PESSOAS ABAIXO DA LINHA DE POBREZA BATE RECORDE NOS EUA




Renata Giraldi (*) - Agência Brasil – Carta Maior

O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993.

O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. Os dados são do censo norte-americano, divulgado terça-feira (13). É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. Em 2009, 14,3% da população norte-americana vivia abaixo da linha da pobreza.

O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993. Atualmente, um em cada seis americanos vive na pobreza. Os Estados Unidos passam por um dos seus piores momentos econômicos. O governo tenta buscar meios para reduzir os impactos da crise, mas há também dificuldades políticas envolvendo as negociações.

Na segunda-feira (12), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso que aprove, o mais rápido o possível, sem postergações ou manobras, o projeto de lei que propõe medidas para a geração de empregos. O pacote prevê a criação de postos de trabalho a partir de cortes de impostos, gastos em projetos sociais e ajuda para governos locais e estaduais.

No último dia 8, Obama anunciou cortes de impostos para pequenos negócios e a classe média e o aumento da tributação sobre as grandes empresas e os mais ricos, como fundamentos da proposta de US$ 447 bilhões destinados a reativar a criação de empregos nos Estados Unidos.

(*) Com informações da BBC Brasil e da Agência Lusa de notícias

Dilma Rousseff será primeira mulher a abrir debate da Assembleia Geral das Nações Unidas





A presidente brasileira, Dilma Rousseff, será a primeira mulher a abrir um debate da Assembleia Geral das Nações Unidas, num ano "de turbulência incomum e alta ansiedade", afirmou hoje o secretário geral da organização.

Em conferência de imprensa de antecipação do debate anual da Assembleia-geral, que começa na quarta-feira, Ban Ki-moon afirmou que já confirmaram presença 121 chefes de Estado e de Governo dos quais 12 são mulheres. "Pela primeira vez, nos 66 anos de história das Nações Unidas, uma mulher governante será a primeira oradora do Debate Geral", Dilma Rousseff, disse o secretário-geral.

Portugal será representado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enquanto Moçambique será representado pelo presidente Armando Guebuza e Angola pelo vice-presidente Fernando ("Nandó") da Piedade dos Santos. O encontro de líderes mundiais acontece "num momento de turbulência incomum e alta ansiedade", sublinhou hoje Ban Ki-moon.

"A crise económica global continua a afligir bancos, empresas, governos e famílias em todo o mundo. Enfrentamos um conjunto extraordinário de desafios geopolíticos e humanitários", disse o secretário-geral da ONU. Estes incluem a fome na Somália, o impacto da Primavera Árabe, conflitos e transições pós-conflito.

A propósito da crise humanitária no Corno de África, onde se estima que a fome atinja pelo menos 12,4 milhões de pessoas, será lançado durante o debate um apelo especial para arrecadar o terço que falta para atingir o financiamento de 2,4 mil milhões de dólares de ajuda de emergência que a ONU pediu.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE REATIVA GUARDA COSTEIRA




ÁFRICA 21, com agências

São Tome e Príncipe está situado no Golfo da Guiné uma zona que assume cada vez mais importância estratégica devido à sua produção petrolífera.

São Tomé - O governo de São Tomé e Príncipe vai fortalecer a sua guarda costeira na ilha do Príncipe. A decisão faz parte de um plano para reestruturar o aparelho de segurança na ilha, noticiou a rádio norte-americana VoA (Voz da América).

São Tome e Príncipe está situado no Golfo da Guiné uma zona que assume cada vez mais importância estratégica devido à sua produção petrolífera.

É também uma zona onde tem vindo a aumentar a instabilidade devido a crescentes actos de pirataria e falta de fiscalização das águas territoriais.

“O serviço da guarda costeira tem como finalidade fiscalizar a nossa costa,” disse o ministro da Defesa que acrescentou que elementos da Guarda Costeira já tinham sido enviados para a ilha do Príncipe.

A reorganização da segurança na ilha envolve também outros sectores e o ministro disse que a reorganização do exército nessa ilha envolve o apetrechamento do exército e da polícia de “meios rolantes”.

O ministro disse ainda que falta apetrechar os serviços de segurança com meios que possam permitir o seu funcionamento “ com dignidade”.

São Tomé e Príncipe apontado como caso de sucesso no combate à malária




ÁFRICA 21

País de expressão portuguesa está entre 43 nações onde o número de óbitos diminuiu em mais de metade na última década.

Nova York - Avanços notáveis no combate à malária, alcançados nos últimos 10 anos, aumentam o optimismo relativamente ao fim da doença, aponta um relatório divulgado terça-feira pela parceria Roll Back Malaria.

O estudo Fazendo Recuar a Malária: Uma Década de Parceria e Resultados, apresentado, em Nova York, indica que as mortes globais devido à doença caíram 38% em 43 países, informa a rádio ONU.

São Tomé e Príncipe é um dos 11 países africanos onde a diminuição do número de óbitos foi superior a 50%, sendo considerado um caso de sucesso.

O relatório da parceria, apoiada pela ONU, aponta para um reverter da tendência da década anterior, e celebra mais de um milhão de vidas salvas em todo o mundo.

O Brasil integra o grupo de seis nações da América Latina, incluindo a Colômbia, o Peru e a Venezuela, onde foram registados 89% dos casos da região. O país reduziu a mortalidade em 35%.

Por seu turno, em Moçambique ocorre quase o dobro de casos da malária em crianças das zonas rurais, em comparação com as dos centros urbanos.

Falando à Rádio ONU, de Maputo, o presidente do Movimento Fazer Recuar a Malária em Moçambique, bispo Diniz Sengulane, disse ser necessário disponibilizar mais recursos para combater a doença

“Que o mundo económico veja o problema da malária como sendo mais de carácter económico que carácter médico, libertando os recursos. Já demonstrou que existem recursos para a área de saúde que podem ser disponibilizados. Quando demonstrou que a febre aviária podia ser ameaça global e quando vemos o que tem sido feito em termos da tuberculose e na área de HIV/Sida. Existem recursos no mundo para a área da saúde,” explicou.

No âmbito do lançamento do relatório, o secretário-geral, Ban Ki-Moon elogiou os resultados da iniciativa de saúde pública por proporcionar o que considerou resultados encorajadores ao investimento.

Ban disse que graças aos esforços empreendidos pela parceria na última década, há uma base para permitir que países afectados e comunidades possam atingir resultados ainda maiores nos próximos anos.

Cerca de US$ 5 mil milhões foram investidos em intervenções para prevenir e tratar a malária, particularmente através de redes tratadas com insecticida. Os recursos foram distribuídos a cerca de 80% da população em risco na África Subsaariana.

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA LIMITA ESPAÇOS PARA MANIFESTAÇÕES





Luanda - O governo da Província de Luanda, "com objectivo de assegurar as condições para o exercício do direito de reunião e de manifestação em lugares público", indicou alguns os locais para o efeito, noticia nesta quinta-feira (15) a agência Angop.

Uma nota do governo de Luanda distribuída hoje indica que "havendo necessidade de se dar cumprimento ao estipulado na Lei sobre o Direito de Reunião e de Manifestação, inerente à reserva de lugares públicos devidamente identificados e delimitados, foram indicados espaços nos nove municípios da província".

A maioria dos espaços reservados para manifestações na capital angolana é em campos desportivos.

"Não é permitida a realização de actos públicos fora dos lugares indicados e o incumprimento do despacho faz incorrer os promotores em crime de desobediência", indica a nota assinada pelo governador interino, Graciano Domingos.

No município do Cacuaco, as pessoas podem manifestar-se nos campos da CAOP PARK (comuna da Funda), Panguila e da Cerâmica, enquanto no Cazenga, as manifestações são permitidas nos campos das Manguerinhas (comuna do Hojy Ya Henda), dos Bairros Unidos (Cazenga- zona 18) e da Casa Azul (Tala Hady- zona 19).

As pessoas que pretenderem se manifestar no município da Ingombota devem utilizar o Largo do Ponto Final (Ilha do Cabo) ou o campo de futebol da Chicala I. Já no Kilamba Kiaxi devem ser usados os campos de futebol do Camama (comuna do Camama) da Vila Rios (Vila Estoril) e o do Palanca (Palanca).

Segundo a nota, os manifestantes da Maianga podem reunir-se nos campos do Felício (comuna do Prenda, bairro Sagrada Esperança), do Katinton (Cassequel), enquanto os da Samba devem usar o da Camuxiba.

Nos municípios do Sambizanga e de Viana as pessoas podem manifestar-se no triangulo do Bairro Uíge (comuna do Ngola Kiluanje) nos campos de Luanda-sul, Bairro da Regedoria, e do MINDEF na CAOP-B. As informações são da Angop.

Angola: SENTENÇA DE 27 MANIFESTANTES PODERÁ SER CONHECIDA SEXTA-FEIRA - advogado




RTP - LUSA

A sentença dos 27 manifestantes detidos na passada quinta-feira nas imediações do tribunal de polícia de Luanda poderá ser conhecida sexta-feira, disse um dos advogados de defesa à Agência Lusa.

Luís do Nascimento afirmou que já foram ouvidos todos os réus, seguindo-se, na sessão de sexta-feira, a audição de dez polícias e a leitura das alegações.

"Depois de um intervalo, o juiz fará a leitura da sentença", previu.

Este advogado, um dos três da defesa, acrescentou que as sessões têm decorrido "bem", salientando que "tudo indica que existe uma forte pressão sobre o juiz para que não prolongue mais o processo".

Em julgamento estão 27 réus, entre os quais o presidente da JURA, braço juvenil da UNITA, Mfuka Muzemba, que se manifestavam em apoio a 21 jovens detidos a 03 de setembro, durante uma manifestação contra o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que culminou em confronto com a polícia.

MPLA realiza marcha no dia 24, data marcada para nova manifestação de jovens em Luanda




RTP - LUSA

O MPLA desafiou hoje em Luanda os organizadores de protestos a conseguirem mobilizar mais pessoas do que as que o partido irá ter numa manifestação a realizar no dia 24.

Para o dia 24 está marcada também uma outra manifestação de um grupo de jovens.

Num encontro convocado hoje pelo Comité Provincial de Luanda do MPLA, com membros de várias direções do partido, para análise da situação política em Angola, o primeiro secretário do comité de Luanda, Bento Bento, considerou que a situação "inspira cuidados especiais", por ser "delicada".

Bento Bento acusou a UNITA, o maior partido da oposição em Angola, de ser o líder, em aliança com alguns partidos da oposição, nomeadamente o Bloco Democrático e alguns Partidos da Oposição Civil (POC`s), de serem os mentores de um plano para "derrubar o MPLA e o seu líder, José Eduardo dos Santos".

"Têm como executivos mais dinâmicos nesta luta o secretário-geral da UNITA, Camalata Numa, o presidente da JURA, Mfuka Muzemba, o Presidente do Bloco Democrático, Justino Pinto de Andrade, David Mendes, que têm outros executores, mas esses são os principais mentores", afirmou Bento Bento.

Segundo este responsável, o plano tem em vista unicamente "sabotar a realização das próximas eleições em Angola".

"Infelizmente entre os executores dessa conjura consta um deputado, que de manhã à noite instiga a sublevação contra as instituições, contra as autoridades e contra o MPLA, o senhor Makuta Nkondo", acusou ainda o político.

Nesse sentido, Bento Bento pediu aos militantes do seu partido para que controlem "milimetricamente" todas as ações da oposição, em especial da UNITA, para não serem "surpreendidos".

De acordo com o primeiro secretário de Luanda do MPLA, a posição liderada pela UNITA decidiu enveredar por "manifestações violentas e hostis, provocando vítimas, inventando vítimas, incentivando a desobediência civil, greves e tumultos, provocando esquadras e agentes e patrulhas da polícia com pedras, garrafas e paus".

"(...) e em reação da nossa polícia pretenderão a arma dos Direitos Humanos para em carreira legitimar uma intervenção estrangeira em Angola, tipo Líbia", denunciou, Bento Bento, considerando que o mais grave é que a direção do MPLA "tem dados da inteligência (informações) nas suas mãos que apontam que a UNITA está prestes a levar a cabo um plano B".

Este plano, prevê "uma insurreição a nível nacional, tipo Líbia, Egipto e Tunísia", sendo as províncias de Luanda, Huambo, Huíla, Benguela e Uíge as visadas.

"Aquilo que o Secretário Geral da UNITA ameaçava em agosto, libializar Angola, fazer de Angola uma segunda Líbia, está consubstanciado no plano B da UNITA, que é a insurreição a nível nacional" realçou Bento Bento, que classificou como "diabólico" o referido plano.

Para Bento Bento, a manifestação do passado dia 03 de setembro, organizada por um grupo de jovens contra o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que culminou com a detenção de 21 deles e a condenação de 18, foi apenas "um primeiro ensaio bem aproveitado pela UNITA".

"Enquanto a manifestação tinha sido autorizada para o primeiro de maio, um grupo de arruaceiros com pedras e garrafas dirigiam-se ao Palácio Presidencial. Isto é democracia?", questionou.

A UNITA, disse Bento Bento, com essas ações pretende "criar o caos social, impossibilitando a governação do MPLA", usando da experiência da "primavera árabe", passando a "primavera africana".

A MIL DIAS DA COPA, BRASIL PRESTA CONTAS E LIBERA DINHEIRO





Obras em estádios e aeroportos, pontos mais críticos do planejamento brasileiro, ficarão prontas até 2013, garantiu o governo. Enquanto isso, Procuradoria questiona na Justiça a maneira como o governo faz as licitações.

O número é simbólico: em mil dias, o Brasil precisa estar pronto para sediar a Copa do Mundo de Futebol. Diante da pressão e olhares internacionais críticos ao ritmo dos preparativos, uma legião de ministros brasileiros veio a público nesta quarta-feira (14/09) para garantir que o país cumprirá suas metas a tempo.

Orlando Silva, ministro dos Esportes, disse que as obras nos estádios de todas as 12 cidades-sedes já começaram. Depois da prolongada polêmica sobre qual arena esportiva sediaria os jogos em São Paulo e dos bate-bocas via imprensa com a Fifa, Silva declarou: "Consideramos o assunto 'estádio' uma questão resolvida. Nove dos doze estarão prontos até 2012 e todos os demais serão finalizados até 2013".

Só para esse setor, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) colocou 400 milhões de reais à disposição de cada cidade-sede. Até agora, o banco já liberou 2,3 bilhões de reais para serem usados na construção e reformas de estádios, segundo números do governo. No ranking das obras mais caras, a reforma do Maracanã aparece em primeiro lugar: 931 milhões de reais. Em segundo, vem o Itaquerão, com construção estimada em 820 milhões de reais.

Chegadas e partidas

Sobre as obras de infraestrutura, outro item controverso na agenda governamental pré-Copa, Wagner Bittencourt, secretário da Aviação Civil, anunciou um reforço financeiro para a modernização dos aeroportos. O investimento para reformas nos terminais saltou de 5,6 bilhões para 6,4 bilhões de reais.

Dos 13 aeroportos listados para receber visitantes do megaevento esportivo, oito estão com obras em andamento, com financiamento 100% estatal. Somente em Viracopos, na cidade de Campinas, as melhorias já foram finalizadas, diz o governo.

Quanto aos portos, meio pouco tradicional de chegada de turistas ao Brasil, são esperadas reformas em terminais turísticos de sete cidades, mas em apenas quatro delas o edital já foi publicado.

A Fifa foi consultada sobre o acompanhamento dos preparativos no país-sede do próximo Mundial, mas não respondeu à reportagem da Deutsche Welle.

Muito dinheiro

Embora o governo brasileiro fale em 23,4 bilhões de reais, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) estima uma cifra bem superior para os custos da Copa: 113,26 bilhões de reais. O órgão de classe mantém, desde 2008, uma cooperação técnica com o governo federal e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em março de 2009, a Abdib entregou aos parceiros o estudo que conduziu nas 12 cidades-sedes, onde foram identificados 872 projetos, informou Paulo Godoy, presidente da associação. As áreas analisadas, no entanto, compreendem nove segmentos, incluindo rede hospitalar, segurança pública, saneamento básico e rede hoteleira.

"Os investimentos visam contribuir com a organização da Copa do Mundo em 2014, mas, acima de tudo, objetivam também atender a demandas da sociedade e da economia em virtude do crescimento econômico", ressaltou Godoy.

Meios duvidosos

O chamado Regime Diferenciado de Contratações (RDC), criado por meio de Medida Provisória, flexibilizou as regras de licitação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, e também levantou uma onda de protestos.

Na semana passada, Roberto Gurgel, procurador-geral da República, entrou com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que a lei põe em risco o patrimônio público e a segurança jurídica para a realização das obras. "O Ministério Público não quer inviabilizar a Copa, mas quer que o evento se realize sem grandes prejuízos ao erário", declarou Gurgel em visita ao Senado.

O procurador lembrou experiências caras na história recente do Brasil: "Por ocasião dos Jogos Pan-americanos de 2007, a União, o Estado e o município do Rio de Janeiro não conseguiram se organizar e identificar as obras e serviços que deveriam ser realizados. Essa foi uma das razões para que o orçamento inicial do evento, de 300 milhões de reais, tenha sido absurdamente ultrapassado, com um gasto final da ordem de 3 bilhões de reais".

O ministro dos Esportes não vê risco algum. "Temos convicção da constitucionalidade do Regime Diferenciado de Contratações. Ele representa a modernização das compras governamentais e será uma boa experiência a médio prazo, podendo ser generalizado para outros setores", disse em Brasília.

Autora: Nádia Pontes - Revisão: Roselaine Wandscheer

O IMPOSTÔMETRO IMPOSTOR




MAIR PENA NETO – DIRETO DA REDAÇÃO

A classe empresarial brasileira vive se queixando da "elevada" carga tributária brasileira. Há alguns anos, a Associação Comercial de São Paulo criou um impostômetro que registra quanto o brasileiro teria pago de imposto até a presente data. Os valores são sempre repercutidos pela mídia, como aconteceu nesta semana, quando o aparelho marcou R$ 1 trilhão em impostos, um mês antes do registro do mesmo valor, em 2010.

Desconfio que o impostômetro só funciona mesmo para a suposta indignação dos endinheirados. Já cansei - para usar expressão cara aos mais abastados - de ouvir falar nos valores estratosféricos registrados pelo tal aparelho, sem que desencadeie a mínima indignação popular. Chegam a ser curiosas as imagens dos protestos contra os impostos, com um bando de engravatados olhados com estranheza pela população.

Soa totalmente artificial a preocupação dos empresários com o preço do arroz, do feijão e da cachaça. Eles não pesam nada em seus bolsos e não acredito que estejam preocupados com a carestia e seu impacto na população brasileira. Desconfio que estejam mais interessados em obter maiores lucros e elevarem ainda mais seu padrão de vida, equivalente ao dos países mais desenvolvidos do mundo. Cansamos, valendo-me uma vez mais da expressão, de ver o governo conceder isenção fiscal para vários produtos sem que isso retornasse no preço final ao consumidor.

Imposto, como o próprio nome diz, não é algo que se pague por livre e espontânea vontade, mas sem ele nenhuma sociedade funciona. A discussão seria então sobre o tamanho da carga tributária, motivo da queixa permanente dos empresários. Se levarmos em conta a qualidade dos serviços oferecidos pelo Estado, podemos dizer que, sim, ela é alta. A educação pública não é boa, como mostrou o recente resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e a saúde não consegue oferecer um atendimento no padrão necessário com os recursos que tem. Mas estes não são serviços utilizados pelos adeptos do impostômetro, que têm dinheiro suficiente para pagar as melhores escolas para seus filhos e os mais caros planos de saúde.  Os impostos precisam, isso sim, ser mais bem utilizados para garantir a melhora destes serviços, proporcionando a toda a população as mesmas qualidades de educação e saúde dos filhos dos empresários.

Por outro lado, a carga tributária não é elevada se a entendemos como necessária para um Estado com capacidade de promover o desenvolvimento econômico, de intervir nos momentos de crises globais - como o que vimos em 2008 e se repete agora -, e de oferecer bons serviços aos seus cidadãos. Injusta, por exemplo, é uma alíquota máxima de imposto de renda, que iguala profissionais com salários médios a executivos com bônus superiores a tudo que ganham em um ano. Inaceitável é que essa carga tributária recaia, proporcionalmente, muito mais sobre os pobres do que sobre os ricos. Inconcebível é não existir imposto sobre as grandes fortunas. Sobre isso, jamais se ouviu um pio dos que reclamam dos altos impostos.

No fim, tudo se resume a uma visão do papel do Estado. A turma do impostômetro é aquela que gosta do Estado mínimo e do livre mercado ditando as regras. Ela não está preocupada com universalização da saúde e da educação porque pode pagar, e bem, para tê-las. Os defensores de um Estado mais atuante e cidadão não podem cair nessa. O que é preciso é tornar mais justa a capacidade de arrecadação do Estado para que esse tipo de discurso não prospere em quem não tem nada a ver com ele.

*Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia

Brasil: TRABALHADORES DOS CORREIOS APROVAM GREVE EM TODO O PAÍS




DIÁRIO LIBERDADE - com vídeo esclarecedor

PSTU - Greve por tempo indeterminado! Essa foi a resposta que os trabalhadores dos Correios deram à direção da empresa na noite desta terça-feira (13), em assembleias realizadas por todo país. A categoria deixou explicito que não aceitará a proposta rebaixada da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) de apenas R$ 800 de abono sem aumento real.

Dos 35 sindicatos filiados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios), 34 já informaram que estão em greve. As assembleias expressaram a disposição de luta. Em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, havia mais de 6 mil trabalhadores decididos pela greve.

Para um dos representantes da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios), que faz oposição à Fentect, Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, a empresa, após 50 dias de enrolação, acreditou que propondo um abono de R$ 800, a ser pago na sexta-feira próxima, dia 16/09, iria desmobilizar os trabalhadores e evitaria a paralisação. “A ECT quebrou a cara, a categoria não só repudiou a proposta da empresa como demonstrou nas assembleias que não vai aceitar proposta rebaixada”, enfatizou Rodrigues.

Segundo o membro da FNTC, os sindicatos governistas ligados à CUT e à CTB, pressionados pela a categoria, tiverem de dar um “giro à esquerda” e radicalizar. “Sabemos que vão tentar acabar com a greve o mais rápido possível. Os sindicatos da FNTC foram os primeiros a decretar a greve e rejeitar a proposta rebaixada da empresa e seguiremos com esta postura até que nossas reivindicações sejam atendidas”, finalizou.

Outra reivindicação que a FNTC luta para que seja um dos eixos da greve é o veto de Dilma à MP 532, aprovado pelo Congresso, que abre o capital da estatal e inicia, na prática, a privatização da empresa.

A empresa até o momento não apresentou nova proposta para a categoria. Nesta quarta-feira (14) acontece nova assembleia nacional para dar encaminhamentos à greve.

Brasil: GREVE DOS TRABALHADORES DE CONSTRUÇÃO CÍVIL EM BELÉM DE PARÁ




DIÁRIO DE LIBERDADE

Mais de 30 mil trabalhadores na região metropolitana de Belém entraram em greve por salário, cesta básica, plano de saúde e 10% das vagas para as mulheres.

Os patrões estão lucrando como nunca no setor da construção. Os salários são muitos baixos e mal dá para a sobrevivência das famílias dos trabalhadores.


Brasil: PROFESSORES DE MINAS GERAIS ESTÃO HÁ 99 DIAS EM GREVE




DIÁRIO LIBERDADE

Adital - Hoje, dia 14/09/2011: 99 dias de greve dos Professores da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais. Greve justa, legal e legítima.

Acorda, governador Anastasia!

Leia texto de frei Gilvander Moreira: "Greve dos professores de Minas: marco histórico", Leonardo Boff e Dom Tomás Balduíno apoiam a greve dos professores da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais.

Clique nos links, abaixo, e assista:

1) Depoimento de Leonardo Boff apoiando a Greve dos professores em Minas Gerais: http://www.youtube.com/watch?v=R-2hTw9ItVY&feature=player_embedded

2) Depoimento de Dom Tomás Balduíno apoiando a greve dos Professores em Minas Gerais e no Brasil: http://www.youtube.com/watch?v=8EjgLsYLTqo

MAIS DE 2.500 IDIOMAS EM RISCO DE DESAPARIÇÃO IMINENTE NO MUNDO




Diário Liberdade - De um total de 6.000 idiomas incluídos nos censos de línguas, quase metade poderão vir a desaparecer em breve prazo, 190 delas no Brasil.

A diversidade linguística e cultural humana sofre umo acelerado empobrecimento no contexto de capitalismo mundializado atual, segundo afirmam de maneira reiterada os estudos e relatórios publicados por organismos oficiais como a UNESCO.

A pressão sobre as comunidades indígenas para as integrar em projetos culturais estatais dominantes são determinantes na acelerada extinção de comunidades linguísticas, contadas anualmente em centenas. Cada idioma desaparecido implica a destruição de uma forma de ver a vida, segundo especialistas reunidos em Quito para analisar a questão.

Dos 6.000 idiomas censados no planeta, mais de 2.500 estão em risco de desaparição imediata, segundo a Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Entre eles, encontram-se numerosas línguas da região latino-americana, referindo-se como exemplos extremos o andoa equatoriano, do qual fica tão um único falante, e o zápara, no mesmo país, que falam só seis pessoas idosas.

A irreversível perda desses idiomas suporá também a perda de conhecimentos naturais, além de uma maneira de conceber o espaço, o universo e o relacionamento com outros seres humanos, ressaltou Marleen Haboud, a coordenadora de um congresso internacional sobre o tema, que decorreu nesta semana na Universidade Pontificia Católica de Quito.
Por exemplo, o mohawk, a língua de uma tribo indígena da confederación iroquois que vive entre Estados Unidos e Canadá, não segue a estrutura tradicional de sujeito, verbo e pregado, que é a base do inglês ou o espanhol.

Línguas diferentes "mostram as maneiras diferentes nas que a mente humana pode codificar, entender e sistematizar o mundo, a experiência, e são formas que nunca realizaremos nós que só falamos uma língua europeia", opinou Mithun.

Quantificação da acelerada perda atual das línguas

Segundo a referida especialistas, das trezentas línguas documentadas na América do Norte, em meados desta década tão só sobreviverá uma dúzia.

Os continentes onde a ameaça é maior são a Oceânia e América, e assim, no Brasil 190 idiomas estão em perigo, no México 144, na Colômbia 68 e no Peru 62.

"O desaparecimento das línguas é cada vez mais acelerada", queixou-se Haboud, que o atribui à "globalização", pois povos que dantes se encontravam isolados "estão agora praticamente vivendo em toda a modernidade, tão avasaladora".

Para além das pressões externas para impor uma língua, as comunidades com frequência abandonam seu próprio idioma por uma aspiração de se integrar na sociedade maioritária julgando assim ter melhores perspetivas económicas, de acordo com os especialistas. Aliás, Mithun acrescentou que "muitas vezes a gente não valoriza a língua indígena porque pensa que é algo atrasado em um mundo moderno".

É DESTACADO “INTERESSE ESTRATÉGICO” DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O BRASIL





O fortalecimento internacional da língua portuguesa tem "interesse estratégico" para o Brasil, disse, nesta quarta (14), o diretor de Relações Internacionais do Ministério da Cultura, Marcelo Dantas, em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Ele alertou para o risco de ampliação da influência dos países que utilizam os idiomas inglês e francês, especialmente junto às nações africanas de expressão portuguesa.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) inclui oito países em quatro continentes, reunindo cerca de 250 milhões de pessoas, dos quais quase 80% no Brasil. Nos próximos 50 anos, previu o diretor, Angola e Moçambique devem dobrar a população. Mas apenas 40% a 50% dos habitantes de Angola e cerca de 10% dos habitantes de Moçambique têm atualmente o português como língua materna. Além da influência crescente sobre esses países lusófonos de nações de língua inglesa, disse Dantas, existem organismos internacionais que tentam "boicotar o português".

- O francês e o inglês estão tentando deslocar o português na África. Se a nossa comunidade se enfraquece, o Brasil perde expressão internacional e perde mercados e contratos às vezes bilionários. Angola vai se tornar um dos países mais ricos da África. Podemos ter com eles um projeto de desenvolvimento verdadeiro, equilibrado e conjunto - afirmou Dantas, durante a audiência sobre "A criação e a implementação de um programa de colaboração e intercâmbio de conteúdos culturais entre Estados que integram a CPLP", presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Televisão internacional

Autor da proposta de realização da audiência, juntamente com a senadora Ana Rita (PT-ES), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), concordou com Dantas. O senador defendeu a implantação de uma televisão internacional de língua portuguesa e um maior intercâmbio entre escritores e estudantes dos países da CPLP.

- Temos que resistir à avassaladora força imperialista do inglês e, daqui a pouco, do mandarim, que vai se transformar em um idioma importante na África - alertou Cristovam.

O presidente do Instituto Cultural Brasil Plus, Túlio Gontijo Rocha, apresentou durante a audiência o projeto de uma televisão via internet para cobrir todos os países da CPLP. Ele pediu apoio aos integrantes da comissão na busca por um patrocínio cultural de R$ 5,4 milhões para colocar a emissora no ar.

Por sua vez, o gerente institucional e de negócios da TV Brasil Internacional, Phidias Barbosa, informou que os governos do Brasil e de Portugal firmaram acordo para um trabalho conjunto entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Rádio Televisão Portuguesa (RTP).

Porém, o acordo ainda não foi posto em prática porque existem dúvidas se a RTP virá a ser privatizada pelo novo governo português.

Integração acadêmica

A integração acadêmica entre os países de língua portuguesa foi defendida por três expositores. O reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), Paulo Speller, informou que a universidade, que terá campi no Ceará e na Bahia, pretende alcançar em uma primeira etapa 5 mil estudantes.

O secretário de Ciência e Tecnologia de Niterói (RJ), José Raymundo Romêo, disse que a Associação das Universidades da CPLP, que ajudou a fundar, já abriga 131 instituições, após 24 anos de funcionamento. O vice-reitor de Cultura e Extensão da Universidade Estácio de Sá, Deonísio da Silva, afirmou "já estar na hora" de o Brasil assumir maior compromisso em relação aos países de língua portuguesa.

Na opinião de Ana Rita, as universidades têm cumprido "papel necessário e importante" não só na integração interna brasileira, mas também com a América Latina e os países africanos. Por sua vez, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) sugeriu que os integrantes da comissão façam uma visita às sedes da Unilab, em Redenção (CE), e da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), para conhecer os primeiros resultados dessas "duas grandes iniciativas".

Marcos Magalhães / Agência Senado

Timor: Um militar australiano morto e outro ferido em acidente de viação perto de Baucau




MSE - LUSA

Díli, 15 set (Lusa) -- Um elemento da Força Internacional de Estabilização (ISF) australiana, destacada em Timor-Leste, morreu hoje na sequência de um acidente de automóvel perto de Bacau, leste do país, refere em comunicado o Ministério da Defesa da Austrália.

Segundo o comunicado, um outro elemento daquela força também ficou com ferimentos ligeiros e está a receber tratamento nas instalações médicas da ISF, em Díli.

"Os soldados viajam num veículo da ISF quando o acidente ocorreu e uma equipa médica foi enviada de helicóptero para o local, confirmando a morte do soldado", refere o documento.

Os dois soldados envolvidos no acidente são Reservistas do Exército.

A Força Internacional de Estabilização inclui militares da marinha, força aérea e exército da Austrália e Nova Zelândia e está em Timor-Leste a convite das autoridades, com o apoio das Nações Unidas, para manter a estabilidade para o desenvolvimento do país.

Aquela força tem cerca de 460 militares, 380 dos quais das forças de defesa australianas.
Além da ISF, militares australianos integram também a Missão Integrada da ONU para Timor-Leste.

SAPO TIMOR-LESTE COMEMORA PRIMEIRO ANIVERSÁRIO COM REFORÇO DE PARCERIAS




MSE - LUSA

Díli, 15 set (Lusa) -- O Sapo Timor-Leste, que hoje celebra um ano de existência, reforçou as parcerias locais com a integração na rede do jornal Suara Timor Lorosae e com a Timor Mega Tours, para a divulgação de conteúdos turísticos.

"Estes são os primeiros passos de uma longa caminhada que esperamos poder fazer em conjunto, reforçando os laços de cooperação que têm sido apanágio da nossa relação", afirmou Manuel Joaquim Capitão Amaro, administrador delegado da Timor Telecom (TT).

O administrador delegado da Timor Telecom, detida maioritariamente pela Portugal Telecom, falava na cerimónia que serviu para assinalar o primeiro aniversário do Sapo Timor e assinar as parcerias com o jornal Suara Timor Lorosae e a Timor Mega Tours.

"A missão do Sapo foi desde o início desenvolver conteúdos multimédia apoiando os parceiros com a sua presença 'on-line' e dando visibilidade a conteúdos que ficariam dispersos no imenso mundo digital", afirmou o administrador delegado da TT.

Manuel Joaquim Capitão Amaro considerou também que o "Sapo Timor-Leste foi um importante passo para a dinamização da utilização da internet no país e é hoje incontornável na vida dos timorenses".

Com meio milhão de consultas mensais, o Sapo Timor-Leste conta com mais de seis mil contas de e-mail, 20 mil vídeos e fotos e 200 páginas on-line para pequenas e médias empresas.

O Sapo também está presente em Cabo Verde, Angola e Moçambique.

Aniversário: SAPO ESTÁ EM TIMOR-LESTE HÁ 1 ANO




SAPO TL

Foi há um ano que o SAPO chegou a Timor-Leste. Desde esse dia o portal cresceu em conteúdos, fotos, vídeos e audiência. Sempre em tétum e em português.

Com meio milhão de pageviews mensais, o SAPO TL conta com mais de 6200 contas de e-mail, 20.000 fotos e vídeos e 200 páginas online para pequenas e médias empresas. Com acessos vindos de Timor-Leste, Portugal, Reino Unido, Austrália, Indonésia e Brasil, o SAPO TL é já um ponto de encontro entre timorenses dispersos por todo o mundo.

Com o objetivo principal de promover a utilização da Internet enquanto ferramenta de conhecimento e de ensino, e potenciar o desenvolvimento de conteúdos locais multimédia, o SAPO TL disponibiliza desde o seu lançamento serviços de e-mail, vídeo, blogs, sites, messenger e conteúdos de entretenimento, nas duas línguas oficiais de Timor , promovendo e mantendo vivas estas duas línguas no mundo da internet.

Para assinalar o aniversário, o SAPO TL reforça as parcerias locais com a integração na rede do Jornal Suara Timor Lorosae e dos conteúdos de divulgação turística da Timor Mega Tours, que vêm assim enriquecer de conteúdos o SAPO TL, que já contava com a informação do Centro de Jornalismo de Investigação (CJITL) e da Agência Lusa.

O portal SAPO TL é um projecto pioneiro, uma aposta da Portugal Telecom e da Timor Telecom que visa potenciar o investimento no sector das telecomunicações no país e o desenvolvimento e implementação de novos serviços e soluções tecnológicas que reflectem o compromisso da empresa com Timor-Leste. Este foi mais um passo na internacionalização do portal de internet líder em Portugal e em todos os países onde está presente: Cabo Verde, Angola e Moçambique.

PEDRO PASSOS COELHO REAGE POSITIVAMENTE AO CONVITE DE VISITAR ANGOLA




RNA – Rádio Nacional de Angola

O Primeiro – ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho manifestou o desejo de visitar Angola, durante o encontro de cortesia que manteve com o titular angolano das relações exteriores, no Palácio de São Bento, Lisboa, reportou o enviado especial da RNA.

Jorge Chikoty disse que o Primeiro – Ministro de Portugal retribuiu os cumprimentos enviados pelo Presidente da República de Angola, José Eduardo Dos Santos, e transmitiu as boas relações existentes entre os dois países.

“O primeiro – ministro manifestou o desejo de visitar Angola, logo que possível, na base do convite já existente, feito pelo Presidente da República”, disse.

De notar que, ainda em Portugal o Ministro angolano das Relações exteriores será recebido pelo Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, manterá um encontro com o Ministro luso da defesa, Aguiar Branco, visitará as novas instalações da sede da CPLP e inaugurar o consulado geral de Angola, em Faro.

Ângela Merkel saúda liberdades políticas e civis em Angola numa nota de imprensa




RNA

A Chanceler Alemã saudou as liberdades políticas e civis em Angola, numa Nota enviada ao Centro de Formação de Jornalistas, CEFOJOR, publicada pela RNA, no seu jornal da noite, de Quarta – feira, 14/09.

Ângela Merkel congratulou-se com o clima estimulante a aberto que reinou durante a mesa redonda com jornalistas e representantes da sociedade civil, a quando da sua visita em Julho de 2011.

A chefe do executivo alemão disse que colheu uma imagem elucidativa da situação reinante em Angola, e dos desafios que persistem em matérias de garantia das liberdades políticas e civis.

Nesta nota, Merkel diz que guardará viva a lembrança do encontro com os profissionais da comunicação e outros participantes.

De notar que, Ângela Merkel efectuou uma visita de 48 Horas, a Angola, durante o mês de Julho, cuja agenda reservou um encontro com o Presidente da República, José Eduardo Dos Santos, prestigiou assinatura de acordos bilaterais, e o Fórum empresarial Angola – Alemanha.

CAÇA DA FORÇA AÉREA ANGOLANA CAI NO LUBANGO




SAPO

Um avião de combate tipo Su-22 da Força Aérea Nacional (FAN) caiu na região do Lubango. O caça da FAN ter-se-á despenhado por volta das 10:30 horas, na localidade das Três Pontes, na cidade do Lubango, província da Huíla.

O piloto, tenente-coronel António João Firmino, morreu na queda da aeronave, que efectuava manobras de rotina, escreve a Angop. Neste momento peritos da FAN estão no local para verificarem os motivos da queda do caça.

Este acidendente ocorre depois de ontem um outro avião da FAN se ter despenhado no Huambo causando a morte a  17 pessoas, entre elas três generais das Forças Aéreas.

Segundo um oficial da FAN, os obstáculos no aeroporto terão sido as possíveis causas deste acidente, em declarações à Rádio Mais.

(Em atualização)


FAN apresenta informações sobre o acidente de aviação no Aeroporto do Huambo





O Estado maior general das Forças Armadas Angolanas cumpriu o doloroso dever de informar a opinião pública nacional e internacional, através de um comunicado a que a RNA teve acesso, factos relacionados com o acidente ocorrido no Aeroporto Albano Machado.

O acidente verificou-se por volta das 11 Horas e 30 minutos, de Quarta – feira, 14/09, com uma aeronave do tipo Embraier – 120, Matrícula T – 500, quando cumpria uma missão de transporte e ligação de recolha de duas delegações militares, tendo resultado a morte de vários ocupantes, nomeadamente, o Tenente – general Bernardo Leitão Francisco Diogo Lelo Kizua, Tenenete – general Eliás Malungo Bravo da Costa Pedro Kalias, Brigadeiro Demóstenes Catata, Coronel Miguel Estevão, Coronel médico legista Elias de Jesus Vasco F.Cunha, Coronel Fonseca Luís Ventura, Capitão de mar e guerra Gonçalo Simão Mendes, Tenente Coronel António Garcia Gonçalves, Tenente Coronel Pascoal José Mateus Pedro, Major Américo Vasco Brandão, Sargento chefe João Andrade Nascimento Dos Santos.

Constam também seis cidadãos civis, dentre os quais, duas mulheres, duas crianças não identificadas.

Do referido acidente de viação sobreviveram os membros da tripulação, Major Lino Kalue, comandante da aeronave, o co – piloto Ibrahim Navidade, capitão Gomes de Almeida, técnico de bordo e Celma Ventura, o primeiro sargento João Afonso e um civil não identificado.

O comunicado proveniente do Estado Maio General refere ainda que foi criada uma comissão de inquérito chefiada pelo Chefe de Estado-maior general da Força Aérea Nacional, que já se encontra no local, para os devidos efeitos.

O Estado maior general perante este infausto acontecimento curva-se a memória de todos os oficiais e os cidadãos falecidos, e endereça as famílias enlutadas os mais profundos sentimentos.

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 43




MARTINHO JÚNIOR

A IIIª GUERRA MUNDIAL A DOIS TEMPOS

O 11 de Setembro de 2001 tem um sinistro significado, para além dos acontecimentos em si: foi a partir dessa data que os falcões que se instalaram no poder nos Estados Unidos começaram a desfiar o colar de guerras que conta a conta vai alastrando a partir do foco que constitui o primeiro impacto, o Oriente Médio, escolhendo eles próprios os alvos e os tempos de eclosão, sem haver declaração da universalidade causal desse “princípio” para além da constatação da existência de cerca de 800 bases espalhadas pelo mundo, só sob o encargo dos Estados Unidos (os satélites não estão ao alcance e é impossível sequer contabilizá-los)!

Significativamente esse 11 de Setembro de 2001 é sequência do 11 de Setembro de 1973, quando por via dum golpe militar sangrento Pinochet derrubou uma legítima democracia carregada de esperanças a fim de dar corpo, em pleno laboratório vivencial, às experiências neo liberais dos “Chicago boys” na essência económica e financeira da sua ditadura.

Seria impossível os falcões existirem sem o ninho do neo liberalismo que os viu nascer e esse neo liberalismo seria impossível ser disseminado se não tivesse havido o laboratório do Chile de Pinochet, que tantos lucros deu à aristocracia financeira mundial e à oligarquia chilena e tantos sacrifícios acarretou desde logo e em primeira mão para o povo chileno e para suas mais esclarecidas vanguardas progressistas e democráticas!

Isso que dizer que as correntes que esse neo liberalismo do império explorou, a contento da aristocracia financeira mundial, por via dos fenómenos da globalização, foram as mesmas que colocaram no poder os ditadores e os falcões.

O império após o laboratório do Chile sob Pinochet, não parou com as experiências: não só fez expandir as correntes neo liberais pelo mundo, contribuindo para o derrube do “socialismo real”, como instalou essa ideologia-opção numa multiplicidade de poderes regionais e nacionais, como também e por fim, cristalizou essa ideologia e sua praxis nos mecanismos do poder nos Estados Unidos, onde a vontade decisiva é a vontade dos “lobbies”, reduzindo a “democracia representativa” à ditadura do capital ao ponto de, entrando no beco sem saída do império, esgotar qualquer hipótese de concorrência.

O corpo do império está contaminado pela transfusão de neo liberalismo que foi ensaiado de há 38 anos a esta parte no Chile e ainda não teve fim nesse país, apesar dos enredos da “democracia representativa” que sucedeu à ditadura: se o laboratório se abriu aos “Chicago boys” no quadro da ditadura de Pinochet, esse mesmo laboratório, experiência a experiência, propiciou aplicar a mesma receita à “democracia”, transferindo para o controlo do capital, através de escolhidos mentores políticos, o poder ditatorial.

Cada vez mais se assiste, com a honrosa excepção da América Latina onde a ALBA se constituiu como resistência, à concentração em cada vez menos mãos do capital, ao mesmo tempo que a mancha de pobreza se expande como óleo num mar quente, à imagem e semelhança com o derrame da plataforma da BP no Golfo do México…

Haverá alguma incompatibilidade de carácter e de comportamento entre a personagem de Pinochet e as de George W. Bush, Dick Chenney ou Donald Rumsfeld?

Não servem quaisquer deles o mesmo tipo de interesses, com uma filosofia e metodologia similar, aprendida e influenciada pela mesma escola, uma aplicada ao Chile e à América Latina (recorde-se a Operação Condor) e outra aplicada aos Estados Unidos e a todo o universo?

Um “site” em língua portuguesa faz uma excelente retrospectiva evidenciando de forma substantiva a interligação entre os dois tempos a 11 de Setembro: o Carta Maior sob o título “Os dois 11 de Setembro” (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=123&alterarHomeAtual=1).

Quantos atentados à democracia não têm eclodido de forma manipulada e com a utilização de ingerências, para que o poder ditatorial dum punhado de poderosos aristocratas das finanças, ou de seus representantes oligárquicos ou elitistas se imponha a toda a humanidade?

Para além de William Blum (“Killing hope” – http://killinghope.org/) que tem feito o inventário, quanto os Estados Unidos e seus aliados-fantoches têm procurado a todo o transe disseminar desequilíbrios, semear ingerências com maior ou menor grau de subtileza e persuasão, manipular na ânsia de colocar no poder oligarquias e elites, jogando em todo o mundo com essa globalização contaminada pelo “seu” neo liberalismo?

O que tem levado a que essa poderosa aristocracia, ao invés de considerar o planeta como a nossa única casa comum, respeitando-o tal qual ele é, o trate como se ele fosse o imenso Júpiter, exaurindo-o da pior forma das suas potencialidades e sacrificando, da maneira mais maquiavélica, cada vez mais a esmagadora maioria da população mundial sujeita a todo o tipo de riscos: à pobreza, à fome, à miséria, à guerra, à morte?...

Há também cada vez mais personalidades que colocam dúvida na versão oficial dos falcões sobre o 11 de Setembro de 2001, por muitas razões técnicas, mas também por razões históricas: foram os Estados Unidos que por via do derrube sangrento duma democracia instalou a ditadura para fazer prevalecer as experiências dos “Chicago boys” no Chile e por isso, que credibilidade poderá haver para os falcões quando eles têm o mesmo berço neo liberal que o ditador?

O sentido da rapina mais do que o sentido do lucro é de tal maneira forte que as suas próprias moedas, nos seus próprios espaços nacionais e territoriais, se ressentem dos desequilíbrios e abrem espaço não só à inflação, mas sobretudo à especulação!

Não existe ética nem moral para os poderosos da aristocracia financeira mundial e por isso, se essa ausência de ética e de moral se consumou a 11 de Setembro de 1973, por maioria de razão é de se colocar em causa a versão oficial do 11 de Setembro de 2001!

De certo modo é precisamente isso que argumenta Thierry Meyssan em “As comemorações orwelianas do 11 de Setembro anunciam novas guerras” – http://www.voltairenet.org/As-comemoracoes-orwellianas-do-11.

De facto Barack Hussein Obama, ao colocar o AFRICOM implicado no caso da Líbia de forma a introduzir a OTAN na “área operacional” em benefício de “rebeldes” que integram a Al Qaeda, assume a sua quota parte de responsabilidades na esteira do “triunvirato” a que “presidiu” George W. Bush!

A 11 de Setembro de 2001 e utilizando os acontecimentos como justificação, os actos de terrorismo foram multiplicados, tentando os falcões, com o poder incomensurável que dispõem, apagar o fogo com combustível, da pior forma, sem emitir declaração dessa imensa batota!...

… Deram abertura sem dúvida a uma IIIª Guerra Mundial, que se está a desfiar conta a conta, “a Guerra que estamos com ela”, com toda a humanidade contaminada pelos venenos que foram experimentados a partir das fórmulas que tão esmeradamente realizaram no laboratório do Chile!

AS COMEMORAÇÕES ORWELLIANAS DO 11 DE SETEMBRO ANUNCIAM NOVAS GUERRAS




Thierry Meyssan – Voltaire net

O décimo aniversário dos atentados do 11 de Setembro dá lugar a uma enxurrada de artigos, documentários e programas áudio-visuais para ratificar a versão bushiana dos acontecimentos, mas também a uma opinião pública cada vez mais cética. Para Thierry Meyssan, que está na origem do debate mundial sobre a interpretação desses atentados, a excessiva campanha midiática é a última tentativa do sistema imperial para preservar a sua aparente legitimidade e justificar as próximas guerras que empreenderá.

É estranho observar a maneira pela qual a imprensa ocidental celebra o décimo aniversário dos atentados do 11 de Setembro: ainda que o assunto possa ser abordado por ângulos os mais diversos, uma palavra de ordem se impôs, ou foi imposta. Os veículos da mídia rivalizam em matéria de testemunhos sobre o tema: “O que você estava fazendo naquele dia, naquele momento?”. Essa abordagem ilustra a vontade coletiva de não recuar, de não analisar os acontecimentos e as suas conseqüências, de se limitar apenas ao registro da emoção instantânea, ou seja, de não fazer jornalismo, mas um grande espetáculo.

Essa comemoração é acompanhada de injunções orwellianas: “Como você ousa duvidar da versão oficial face à dor das famílias das vítimas?”, ou ainda “Aqueles que colocam em dúvida a versão oficial são negativistas inimigos da democracia!”. Ora, precisamente, o respeito às vítimas – não apenas aquelas que morreram naquele dia nos Estados Unidos, mas também aquelas que foram mortas em seguida no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e em outros lugares – exige que busquemos a verdade em vez de nos contentarmos com mentiras inverossímeis. E como é que se pretende manter viva a democracia se nos recusamos a questionar as verdades oficiais, ou pior, se substituímos o debate argumentativo pela injúria?

Desde os primeiros dias que se seguiram aos atentados, através de uma série de artigos, e depois, ao longo dos meses seguintes, através de livros e conferências, eu contestei a versão bushiana dos acontecimentos e acusei uma facção do complexo militar-industrial estadunidense, dominado pelos straussianos, de os ter comandado. Ainda que inicialmente solitário na minha caminhada, alvo de zombarias pela imprensa atlântica, mobilizei progressivamente a opinião pública internacional, incluindo a estadunidense, até que no ano passado os meus questionamentos irromperam na tribuna da Assembléia Geral das Nações Unidas. Quanto mais as autoridades estadunidenses tentavam me contradizer, mais elas próprias se contradiziam, e mais os questionamentos se espalhavam. Hoje eles são maioria.

Como sempre acontece quando o vento muda de direção, os oportunistas garantem o seu futuro se afastando da versão que defenderam por tanto tempo e que agora é questionada por toda a parte. Foi o que aconteceu ontem com Thomas Kean e Lee Hamilton, presidente e vice-presidente, respectivamente, da comissão presidencial sobre os atentados, que se afastaram de seu próprio relatório, e é o que acontece hoje com Richard Clarke, que acusa os seus colegas de dissimulação. Em 10 anos, as autoridades estadunidenses e britânicas foram incapazes de mostrar as provas que tinham prometido à Assembléia Geral das Nações Unidas para justificar os atos de “legítima defesa” no Afeganistão. Ao contrário, elas mostraram que tinham um grande segredo a esconder e que não pararam de multiplicar as mentiras para o encobrir. Quem ousa agora afirmar, como fez Colin Powell no Conselho de Segurança, que Saddam Hussein foi cúmplice do 11 de Setembro, ou, como Tony Blair, que Osama Bin Laden comandou os atentados de Londres?

Durante estes dez anos, um número crescente de especialistas mostraram as incoerências da versão bushiana, defendida por outros. Se os argumentos destes fossem convincentes, a polêmica não teria prosseguido. Mas o debate carece tanto de elementos científicos que a divisão entre os especialistas se dá a partir de uma linha de separação exclusivamente política. Se eles aprovam a invasão do Afeganistão e o Ato Patriótico, então dizem que as estruturas metálicas das Torres Gêmeas não resistiram ao calor dos incêndios, que a Torre 7 era muito frágil, e que um avião se desintegrou no interior do Pentágono. Ao contrário, se eles ficam horrorizados pela expansão militar imperial e pela legitimação da tortura, então consideram impossível que as Torres Gêmeas sejam as únicas a ruir da forma que foi, que a Torre 7 tenha ruído por mimetismo, e que um avião do porte de um Boeing comercial tenha entrado no Pentágono pela porta principal sem danificar o umbral.

A versão bushiana do 11 de Setembro transformou-se no dogma central do imperialismo. Somos levados a acreditar nele como uma verdade revelada. Sob risco de colocar em questão a Nova Ordem Mundial e sermos rejeitados como hereges e cúmplices intelectuais do terrorismo.

A linha que separa estas duas posições se resume assim: de um lado, as elites ocidentais globalizadas, que se agarram à versão oficial; do outro lado, a maioria das populações ocidentais e do Terceiro Mundo, que proclamam a mentira.

O fundo da questão não é tanto saber como indivíduos que não figuravam na lista de passageiros embarcaram num avião e o raptaram durante o vôo, nem como um Boeing conseguiu dobrar as suas asas para poder entrar por uma pequena porta e atingir o Pentágono, mas sim se o Ocidente se tornou, a partir desse dia, alvo de um complô islâmico mundial, ou se uma facção estadunidense organizou esse evento para se lançar impunemente à conquista do mundo.

Os filósofos que estudam a história das ciências garantem que os erros científicos não desaparecem para sempre apenas com o seu ocultamento. É preciso também fazer desaparecer a geração que os denuncia. O que permite que uma verdade acabe suplantando um erro é que, com o tempo, a verdade conserva um poder explicativo, ao passo que o erro não.

Desde 2001, tenho concluído as minhas análises alertando para a generalização de leis contrárias à liberdade. Tenho recusado a imagem da Al-Qaida como uma organização terrorista anti-ocidental, e afirmado, ao contrário, que ela abrigava mercenários árabes que eram utilizados pela CIA em inúmeros conflitos, como no Afeganistão, contra os soviéticos, na Bósnia-Herzegovina e no Kosovo contra os sérvios, e na Chechénia contra os russos, de acordo com a estratégia Brzezinski. Enfim, já tinha anunciado a iminente invasão do Iraque e a remodelagem do Oriente Médio desejada pelos neoconservadores herdeiros de Kissinger.

Na época, a imprensa de referência concentrava a derrubava das minhas análises em quatro pontos principais:

Le Monde dizia que os Estados Unidos jamais atacariam o Iraque porque já teriam resolvido a questão com a operação “Tempestade do Deserto”, e que somente o meu anti-americanismo primário me permitia enxergar o contrário.

Le Monde Diplomatique falava doutamente que eu não conhecia nada da política estadunidense, por imaginar uma aliança neocon-Kissinger.

Washington Post nos inundava com detalhes sobre o tentacular complô islâmico mundial, o qual eu sempre me recusava a considerar, cego que estaria à presença árabe em França.

E o New York Times tecia elogios à Lei Patriota e à criação do departamento da Segurança da Pátria, ao qual somente um europeu impregnado do espírito de Munique poderia se opor.

Todavia, 10 anos depois, qualquer um pode constatar, a respeito desses quatro itens, que eu tinha razão, e que os meus detratores estavam errados. Eles tentam se recuperar, hoje, dizendo em alto e bom som, que a administração Bush “se utilizou” do 11 de Setembro para impor a sua agenda. Com o tempo, acabarão por reconhecer que eu não era um profeta irresponsável que teve sorte em algumas previsões, das quais eles não puderam desconfiar, e que uma análise política rigorosa teria permitido antecipar que os idealizadores do 11 de Setembro pretendiam colocar em prática tal agenda.

Agora que a OTAN acaba de conduzir os companheiros de Bin Laden ao poder em Trípoli, é mais indispensável do que nunca que se compreenda o 11 de Setembro, no sentido de identificar os perigos reais que ameaçam a paz no mundo, e combatê-los. Como não ver que as personalidades que celebram enfaticamente esse aniversário serão os mesmo que amanhã apoiarão novas guerras no Oriente-Próximo e na África do Norte?

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